Fins Das Penas
Fins Das Penas
Fins Das Penas
Em relação aos fins das penas pode-se dizer sem exagero, que ela constitui no
fundo, a questão do destino do direito penal.
INTEGRAÇÃO (POSITIVA);
A) PREVENÇÃO GERAL;
INTIMIDAÇÃO (NEGATIVA);
TEORIAS RELATIVAS:
B) PREVENÇÃO ESPECIAL; SOCIALIZAÇÃO (POSITIVA);
INOCUIZAÇÃO (NEGATIVA);
Teorias Relativas
–
Teorias Preventivas, de Fins
: Também estas teorias reconhecem que a
pena se traduz num mal para quem a sofre, mas que se deve usar desse
mal para alcançar a
finalidade principal de toda a política criminal, a Prevenção ou a profilaxia criminal, que
é a que
Tutoria Direito Penal I Joana Costa Lopes
§ PREVENÇÃO GERAL
Critica: Não está provado que os delinquentes conheçam a pena quando cometem o facto
ilícito, e qual será a quantidade de pena necessária para que ela funcione como forma de
contrariar o crime, sabendo-se que a eficácia da pena como factor intimidatório, será tanto
maior, quanto menor for a gravidade dos factos ilícitos praticados. Pelo que se poderá dizer
que a eficácia da intimidação, não se mede pela quantidade dos crimes cometidos, mas pelos
que deixaram assim de ser praticados. Embora seja um critério a ponderar, mas desde que não
ameace a dignidade do ser humano.
outra parte destinada a manter e a reforçar a confiança dos cidadãos na força de vigência das
suas normas de defesa de bens jurídicos. Integrando-se assim nas pessoas a convicção que tais
práticas criminosas são punidas, que o sistema jurídico penal funciona, pese embora todas as
violações que até aí tenham tido lugar. Ou como dizia MONTESQUIEU, que a causa de todos os
desleixos (relâchements) está na impunidade dos crimes e não na moderação das penas".
Pretende-se assim criar uma coesão colectiva à volta de tais princípios.
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Pune-se para que o delinquente não pratique mais crimes, para o corrigir, sendo
a pena um instrumento de actuação preventiva, como forma de prevenção da
reincidência.
ESTAS TEORIAS DE PREVENÇÃO ESPECIAL, PODEM TAMBÉM TER UMA VERTENTE POSITIVA E
OUTRA NEGATIVA, ASSIM TEMOS:
Mas no caso de não se conseguir a sua integração social, consegue-se a sua intimidação pela
privação de liberdade a que foi sujeito Mas o que realmente se deve criticar é o sistema de
execução de penas que não permitem a inserção do delinquente na sociedade.
Concluindo:
O Professor Figueiredo Dias, qualquer teoria que englobe nos seus componentes a
ideia retributiva porque de todo que não a aceita como finalidade da pena.
Com efeito, ainda que a noção de tutela de bens jurídicos contenha um significado
prospetivo, afigura-se muito duvidoso que tal significado se possa traduzir na
tutela das expetativas da comunidade na manutenção da norma infringida, coberto
pela ideia de prevenção geral positiva, e que ancore no princípio político – criminal da
necessidade da pena que estaria consagrado no art. 18/2 CRP.
Para a Professora FERNANDA PALMA, este preceito pode ser entendido como apenas
estabelecendo “um critério de ponderação de valores segundo o qual dos direitos de
quaisquer pessoas só são restringíveis na medida necessária e adequada à salvaguarda
de outros direitos. Estabelece um limite à restrição de direitos e não um critério de
fundamentação da responsabilidade penal.1
1
Por fim e este é um critério que o autor Lourenço Martins utiliza, os critérios de justiça material do
Estado de direito democrático (igualdade, proporcionalidade , dignidade da pessoa humana) impedem
que a prevenção tenha um qualquer conteúdo e fornecem uma teia fundamentadora da
responsabilidade penal.
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Mas se deixarmos de lado, neste ponto, a carga doutrinária que estava por detrás do
principal mentor da revisão de 95, o Prof. Figueiredo Dias e se valorizarmos a
declaração que não se deseja resolver uma tão cortante questão dogmática, muito longe
da estabilização, então concluiremos sem dificuldade que o inovador preceito, ainda que
“emblemático” como lhe chama Sousa e Brito, pouco esclarece. Tanto mais assim será
quando o confrontarmos com o art. 71º CP epigrafado especificamente de
“determinação da medida da pena”
Perante a clareza de tal preceito não parece sequer possível afastar o imperativo de que a
medida da pena é fixada também em função da medida da culpa. O que então quer dizer
que a culpabilidade não funciona apenas como limite na sua relação com a pena, mas
desde logo como elemento integrador na sua medida (para além do seu fundamento).
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