Diagrama de Pareto

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DIAGRAMA DE PARETO:

80% DOS EFEITOS SURGEM DOS 20% DAS CAUSAS

Ana Beatriz Rezende De Alencar

Resumo
O Diagrama de Pareto é uma importante ferramenta de analise de
qualidade, implementando uma das listas de 7 chaves da gestão de
qualidade. A ferramenta é um recurso formado por um gráfico de barras,
que tem como finalidade identificar pontos críticos e principais causas de
um problema, classificando quais são os parâmetros prioritários para
serem solucionados, embasado na premissa que uma pequena
porcentagem de causa, produz a maior parte dos efeitos. O objetivo
desse artigo é apresentar inquirição sobre a ferramenta Diagrama de
Pareto, assim como profunda pesquisa de sua utilização e
características.
Palavras-chave: Diagrama de Pareto. Ferramenta de qualidade. Gestão
de qualidade. Gráfico 80/20.

Introdução

A qualidade é um termo usado intuitivamente, sua forma é subjetiva e


pertencente a influência da percepção do sujeito, todavia pode ser definido de
acordo com Feigenbaum e Juran, como “Qualidade é a correção dos problemas e de
suas causas ao longo de toda a série de fatores relacionados com marketing,
projetos, engenharia, produção e manutenção, que exercem influência sobre a
satisfação do usuário (FEIGENBAUM, 1986)”, Qualidade é adequação ao uso”
(Juran, 1974).
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Sendo a qualidade e a gestão de qualidade interligadas e amplamente


difundidas, seus significados são confundidos, enquanto o enfoque da qualidade é a
características físicas e funcionais, na gestão de qualidade isso será consequência,
tornando como foco a execução dos métodos e ferramentas com seus devidos
objetivos.
O diagrama ou analise de Pareto é uma das 7 ferramentas principais da gestão
de qualidade utilizado para melhorias e controles, é representado por um gráfico de
barras verticais em ordem decrescente. Sua aplicação na gestão de qualidade é
favorecer o processo de priorização acelerando o a identificação dos problemas que
devem ser resolvidos com maior urgência.
A ferramenta permite selecionar problemas, estabelecer uma ordem na origem
da perda identificar causas e detectar as prioridades para serem solucionadas. “O
Gráfico de Pareto dispõe a informação de forma a permitir a concentração dos
esforços para melhoria nas áreas onde os maiores ganhos podem ser obtidos.”
(WERKEMA, 2006).
O objetivo do Artigo é um estudo e pesquisa sobre o Diagrama de Pareto,
ferramenta de gestão de qualidade, sua origem e utilidade, sendo a criação dessa
pesquisa por meio de estudo e analises, no pressuposto teórico de abordar a sua
importância e benefícios do uso da ferramenta, investigar suas características e
impacto. A metodologia abordada para a formulação desse trabalho foi utilizada
pesquisas bibliográficas, com fundamentação e referencial teórico, efetivando assim
uma analise sobre o tema proposto.

Fonte: Gestão da qualidade – Machado, Simone Silva


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Diagrama de Pareto - Origem

O princípio de Pareto ou regra 80/20, é uma tendencia fundamentada no


estudo criado pelo economista e sociólogo Vilfredo Pareto (1848 – 1923).
Pareto formou-se em matemática, física e engenharia na Itália e foi
responsável pela formulação da lei de distribuição de renda. Tentou mostrar que a
renda e riqueza não eram distribuídas de maneira uniforme ao longo da evolução
das sociedades, chamada Lei de Pareto. (MACHADO, 2012).
Ao perceber que 80% das riquezas estavam sob poder de apenas 20% da
população, chegou à conclusão que a maior porcentagem dos eventos é
consequência de apenas uma pequena porcentagem das causas. Posteriormente
um dos pioneiros dos estudos sobre qualidade Joseph M. Juran (1904 – 2008),
considerado pai da qualidade, ao perceber que a teoria de Pareto se aplicava as
questões de qualidade, foi responsável por desenvolver o estudo de Pareto na
gestão de qualidade.
Seu estudo e aplicação foi valioso para analises de dados e avaliação,
atualmente considerada umas das ferramentas principais para a gestão de
qualidade, sendo aplicada amplamente tanto no mundo corporativo, quanto em
âmbito pessoal.
O Princípio 80/20 pode – e deveria – ser usado por toda pessoa
inteligente em seu cotidiano, e por toda organização, grupo social e forma da
sociedade. É um conceito que ajuda os indivíduos e os grupos a obterem
muito mais com muito menos esforço. O Princípio 80/20 pode elevar a
eficácia pessoal e a felicidade. Pode multiplicar a lucratividade das
corporações e a eficácia de qualquer empresa. Ele contém a resposta para
aumentar a qualidade e a quantidade dos serviços públicos, ao mesmo
tempo em que pode cortar seus custos. (KOCH, 2015, p. 13).

Em sua funcionalidade o Diagrama de Pareto demonstra a importância dos


processos de produção e identifica os principais causadores dos problemas para
que depois sejam resolvidas essas falhas. Desta forma, centraliza-se o foco em
analisar os principais problemas e para atacar suas causas, de acordo com Juran,
os processos podem ser considerados dois conceitos, sendo eles os “Poucos vitais
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e muitos triviais”. Os poucos vitais representam poucos problemas que resultam em


grandes perdas, enquanto os muitos triviais, representam muitos problemas que
resultam em poucas perdas.

Fonte: Ações para a qualidade - Rodrigues, Marcus Vinicius

Diagrama de Pareto: Aplicação e criação

O diagrama de Pareto é aplicado quando se procurar analisar a frequências


de ocorrência, para identificação de causas e principais problemas, estabelecendo
prioridades para encontrar uma melhorar em seus processos.
Observa-se abaixo, como montar um Diagrama de Pareto

Os passos para montar um Diagrama de Pareto

1) Determinar o problema ou efeito a ser estudado.

2) Pesquisar os fatores ou causas que provocam o problema e como recolher os


dados referentes a eles.
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3) Anotar a ordem de grandeza (por exemplo: reais, dólares, número de defeitos


etc.) de cada fator. No caso de fatores cuja magnitude é muito pequena se
comparada com a de outros fatores, colocá‐los dentro de uma categoria intitulada
“outros”
4) Ordenar os fatores de modo decrescente, ou seja, do maior para o menor, em
função da magnitude de cada um deles.

5) Calcular a magnitude total do conjunto de fatores.

6) Calcular a porcentagem total que representa cada fator, assim como a


porcentagem acumulada.

7) A primeira porcentagem calcula‐se como: % = (tamanho do fator / tamanho total


dos fatores) × 100. A porcentagem acumulada para cada um dos fatores se obtém
somando as porcentagens de todos os fatores anteriores da lista mais a
porcentagem do próprio fator em questão.

8) Desenhar os eixos vertical e horizontal. Situar no eixo vertical esquerdo a


frequência de cada fator. A escala do eixo compreende‐se entre zero e a frequência
total dos fatores. No eixo vertical direito representa‐se a porcentagem acumulada
dos fatores, e, portanto, tem uma escala de 0 a 100. O ponto que representa o 100%
é alinhado com o que mostra a magnitude do valor total dos fatores detectados no
eixo esquerdo. Por último, o eixo horizontal mostra os fatores começando pelo de
maior importância ou frequência.

9) Traçam-se as barras correspondentes a cada fator. A altura de cada barra


representa sua magnitude por meio do eixo vertical esquerdo.

10) Traça-se o gráfico linear que representa a porcentagem acumulada calculada


anteriormente. Esse gráfico é regido pelo eixo vertical direito.

11) Escrever junto ao diagrama qualquer informação necessária, seja sobre o


diagrama, seja sobre os dados.
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. Como montar um diagrama de Pareto de acordo com Toleto, José carlos de


(Qualidade – Gestão e métodos, p.208-207, 2017)

Diagrama de Pareto: Estudo de caso

Segue abaixo um estudo de caso e a aplicação do método proposto pelo


diagrama de Pareto:

Um gerente de uma empresa de produtos para bebês utilizou um diagrama de


causa e efeito para fazer um levantamento das principais causas de insatisfação dos
clientes. Nesse levantamento, o gerente determinou:

• Cordialidade dos funcionários e atendimento


• Preço elevado
• Dificuldade na localização do estacionamento
• Variedades de produtos

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Ao longo de 30 dias o gerente usou o seguinte questionário para coletar os
dados:
7

1.2

ANÁLISE

- O fato da cordialidade dos funcionares e atendimento serem o principal


causa das reclamações, deve ser priorizada.
- As 2 principais causas de insatisfação representam mais da metade das
ocorrências
- As outras causas ainda devem ser resolvidas, para continuar um impacto
mais positivo
- Após a ações de melhorias é necessário reavaliação para verificar a
efetividade das ações.

“O processo final resulta em uma ilustração simples e que facilita a


concentração de esforços para a análise de problemas “(VIEIRA, 2014)

Considerações Finais

Como Conclusão, observa-se a partir dessa pesquisa a veracidade e


aplicabilidade da ferramenta de gestão de qualidade, o Diagrama de Pareto, desde a
apresentação do tema abordado, sua origem, até o estudo de caso, demonstrando
assim, uma grande aliada para a analise e priorização das empresas.
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O estudo demonstra a importância da gestão de qualidade e do uso de suas


ferramentas para melhoria de processos, seja de âmbito profissional e pessoal,
consequentemente obtendo resultados satisfatório com o Diagrama de Pareto.

Referências

Landiva, Talita Helena. Gestão da qualidade total – São Paulo: Platos Soluções
Educacionais S.A., 2021.

ALVES, G. M. Aplicação de ferramentas da qualidade no gerenciamento de projetos.


2014. 52 f. Monografia (Graduação em Engenharia de Produção) – Fundação de
Ensino Eurípides Soares da Rocha, Marília, 2014.
Rodrigues, Marcus Vinicius. Ações para a qualidade: gestão estratégica e integrada
para a melhoria dos processos na busca da qualidade e produtividade (G E I Q) /
Marcus Vinicius Rodrigues. – 6. ed. – São Paulo: Atlas, 2020. 386 p
Toledo, José Carlos. Borrás, Miguel Angel Aires. Mergulhão, Ricardo Coser.
Mendes, Glauco Henrique de Sousa. Qualidade: gestão e métodos / [et al.]. ‐
[Reimpr.]. ‐ Rio de Janeiro: LTC, 2017.

Trivellato, Arthur Antunes. Aplicação das sete ferramentas básicas da qualidade no ciclo
pdca para melhoria contínua. 2010.

Peinado, Jurandir. GRaeml, Alexandre R. Administração da produção: operações


industriais. Curitiba: UnicenP, 2007.
CARPINETTI, L. C. R. Gestão da Qualidade - Conceitos e Técnicas. São Paulo:
Atlas, 2010. 241 p

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