Concepção, Planeamento, Análise e Orientação de Uma Equipa de Andebol Do Escalão Juvenil Ao Longo de Época Desportiva

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Concepção, Planeamento, Análise e

Orientação de uma Equipa de Andebol


do Escalão Juvenil ao longo de Época
Desportiva
Relatório de Estágio apresentado às provas de
Mestrado em Ciências do Desporto, realizado no
âmbito do Curso de 2º Ciclo em Treino de Alto
Rendimento, nos termos do Decreto-Lei nº
74/2006 de 24 de Março.

Orientadora: Doutora Maria Luísa Dias Estriga

Laura Maria Aleixo Alves

Porto, 2010
Alves, L. (2010). Concepção, Planeamento, Análise e Orientação de
uma Equipa de Andebol do Escalão Juvenil ao longo de Época
Desportiva. Relatório de Estágio. Curso de 2º Ciclo em Treino de Alto
Rendimento. Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Porto.

Palavras – chave: ANDEBOL, TREINO, FEMININO, FORMAÇÃO

II
Agradecimentos

A elaboração deste relatório de estágio só se tornou possível com a ajuda


e apoio de determinadas pessoas, às quais eu gostaria de manifestar o meu
agradecimento.

À professora Doutora Luísa Estriga por toda a exigência, apoio,


compreensão e orientação facultada durante a elaboração deste relatório de
estágio.

À minha família, Pais e Sara por todo o suporte e apoio que ao longo da
minha vida me facultaram. Um enorme obrigado aos três!

Aos autênticos amigos Sara, Marisa, Miriam, Tânia e Mauro que durante a
formação universitária vivemos imensos momentos de alegria e sempre vos
tive como apoios essenciais para todos os momentos menos bons, o meu
sincero obrigado. Ao Mota pela enorme amizade que nos sempre uniu, um
enorme “Thank you”.

Aos amigos Maia e Alexandre por todo à amizade e apoio oferecido


durante os últimos anos da nossa vida.

Às minhas atletas um enorme agradecimento pela capacidade de


trabalho, empenho e dedicação que sempre demonstraram, sem a vossa ajuda
e apoio este estágio não seria viável. Um muito obrigado.

Ao Académico Futebol Clube e à secção de Andebol por todo o apoio


prestado durante a realização deste estágio.

III
Índice Geral
Agradecimentos III
Índice Geral V
Índice de Figuras VI
Índice de Quadros VII
Índice de Anexos VIII
Resumo IX
Abstract XI
Abreviaturas XIII
1. Introdução 1
1.1. Pertinência do Estágio Profissionalizante 5
1.2. Objectivos do Estágio Profissionalizante 6
1.3. Estrutura do Estágio Profissionalizante 7
2. Enquadramento da prática profissional 9
2.1. Caracterização do Clube 11
2.1.1. Breve Enquadramento Histórico 11
2.1.Estrutura Física 11
2.2. Secção de andebol 12
2.3. Recursos humanos e financeiros 15
2.4. Objectivos da formação 16
2.5.Equipa Juvenil 17
2.5.1. Objectivos Equipa Juvenil 21
2.5.2. Sessões de Treino e Recursos Materiais 22
3. Planeamento da Actividade 23
3.1. Periodização-Planeamento e Planificação Anual 25
3.2. Modelo de Jogo da Equipa Juvenil 30
3.2.1. Modelo de Jogo do Processo Ofensivo 30
3.2.2. Modelo de Jogo do Processo Defensivo 34
4. Realização do Processo de Treino 39
4.1. Limitações (erros) da Equipa Juvenil 41
4.2. Exercícios de Treino 42
4.2.1. Conteúdos Tácticos Ofensivos 42
4.2.2. Conteúdos Tácticos Defensivos 44
5. Avaliação e Controlo de Treino (Análise de Jogo 47
6. Calendário Competitivo 53
7. Resultados da Competição e Evolução do desempenho 61
8. Conclusões e Sugestões 69
9. Síntese Final 73
10. Bibliografia 87
Anexos XV

V
Índice Figuras

Figura 1: Palacete do Lima 11


Figura 2: Pavilhão Principal 11
Figura 3: Ginásio 11
Figura 4: Sala Multiusos 11
Figura 5: Clínica Fisioterapia 11
Figura 6: Distribuição das equipas nos dois sectores da secção
13
de Andebol
Figura 7: Número de atletas inscritos do género feminino e do
14
género masculino no Clube
Figura 8: Distribuição dos elementos da equipa técnica no
15
Andebol feminino pelos escalões etários
Figura 9: Distribuição dos elementos da equipa técnica no
16
Andebol masculino pelos escalões etários
Figura 10: Idade da menarca das atletas da equipa 19
Figura 11 A: Estádios de desenvolvimento da pilosidade púbica
20
da equipa, segundo Tanner (1989)
Figura 11 B: Estádios de desenvolvimento dos seios da equipa,
20
segundo Tanner (1989)
Figura 12: Acções realizadas durante o contra – ataque e ataque
32
rápido
Figura 13: Acções realizadas durante o contra – golo 32
Figura 14: Relação de jogos realizados pela equipa por mês nas
57
competições nacionais
Figura 15: Relação de jogos realizados pela equipa por mês nas
58
competições regionais
Figura 16: Total de jogos efectuados pela equipa ao longo da
59
época

VI
Índice de Quadros

Quadro 1: Distribuição dos atletas por escalões etários 14


Quadro 2: Tipos de treinador em função da prática
Quadro 3: Estilos de liderança dos Treinadores
Quadro 4: Dados Antropométricos da equipa do escalão 18
Quadro5: Comparação entre valores médios dos dados
antropométricos da equipa juvenil do AFC e estudos 18
encontrados na literatura
Quadro 6: Horários de treino da equipa 22
Quadro 7: Planeamento anual 27
Quadro 8: Números de treinos e jogos realizados por cada
28
período da época desportiva
Quadro 9: Planificação anual 29
Quadro 10: Acções defensivas de acordo com os postos
36
específicos da 1ª linha defensiva
Quadro 11: Acções defensivas de acordo com postos específicos
36
da 2ª linha defensiva
Quadro 12: Erros e limitações observados no jogo da equipa. 41
Quadro 13: Sequência Metodológica do processo ofensivo 42
Quadro 14: Sequencia Metodológica – Transições 43
Quadro 15: Sequencia Metodológica do processo defensivo 45
Quadro 16: Jogos Gravados na 1ª fase do campeonato nacional 50
Quadro 17: Jogos Gravados na fase complementar do
50
campeonato nacional
Quadro 18: Jogos campeonato nacional – 1ª fase (PO12) 56
Quadro 19: Jogos campeonato nacional – fase complementar
56
(PO12)
Quadro 20: Jogos da taça de abertura – regional 57
Quadro 21: Jogos campeonato regional do Porto 57
Quadro 22: Competições não oficiais realizadas pela equipa ao
58
longo da época
Quadro 23: Jogos e resultados da equipa na 1ª fase do
63
campeonato nacional (PO12)
Quadro 24: Jogos e resultados da equipa na fase complementar
63
do campeonato nacional (PO12)
Quadro 25: Jogos e resultados obtidos pela equipa na taça de
64
abertura
Quadro 26: Jogos e resultados obtidos pela equipa no
64
campeonato regional
Quadro 27: Objectivos específicos da equipa 66

VII
Índice Anexos

Anexo 1 – Ficha de Caracterização Individual XVII


Anexo 2 – Regulamento do Campeonato nacional de Juvenil XXI

VIII
Resumo

A concepção, planeamento, realização e análise do processo de treino e da


competição constituíram-se como finalidades do estágio desenvolvido com a
Equipa Juvenil de Andebol do Académico Futebol Clube durante a época
desportiva de 2009/2010.
Neste processo articulamos diversos conceitos, meios e métodos associados à
periodização, o treino, competição, formação de jovens jogadoras de andebol,
análise de jogo, funções de treinador, entre outros. Este relatório de estágio
congrega assim vários momentos reflexivos das opções tomadas. A análise do
desempenho das jogadoras e da equipa foi realizada com base na análise de
jogo. Foram analisados 10 jogos do campeonato nacional e listadas as
dificuldades e erros detectados em função das características da oposição.
O planeamento foi estruturado em cinco macrociclos apresentando cada um
diferentes pressupostos e objectivos. A equipa era constituída por dezanove
atletas, com idades compreendidas entre os 14 e os 16 anos.
Os objectivos delineados não foram atingidos na totalidade, quer
individualmente quer colectivamente, por razões que se prendem com a
heterogeneidade do desempenho inicial e capacidade de aprendizagem do
grupo. Do ponto de vista da técnica individual ofensiva e defensiva os
objectivos de aprendizagem foram atingidos ao nível do passe, recepção, finta
e remate, posição base e controlo do adversário, desarme no drible e
dissuasão. No que concerne à táctica colectiva defensiva a evolução foi
progressiva e consistente ao longo da época, em particular no desenvolvimento
do sistema defensivo 5:1 e 3:2:1, contra-ataque, ataque rápido e contra-golo.
Concluímos que a integração da análise de jogo nas rotinas do treinador de
formação é de extrema importância para o planeamento e organização dos
conteúdos e exercícios de treino e regulação do próprio treino e das decisões
tomadas pelo treinador em situação de competição. Este método permite
realizar uma reflexão sobre a acção de forma mais exaustiva e consistente, o
que revelou ser um meio de aprendizagem e de experiência formativa muito
significativo para nós.

Palavras – Chave: ANDEBOL, TREINO, ANÁLISE, FORMAÇÃO.

IX
Abstract

The conception, planning, execution and analysis of the process of training and
competition consisted has consisted as purposes as developed with the Youth
Team Handball's Académico Futebol Clube during the sports season
2009/2010.
In this process articulate various concepts, tools and methods related to
periodization, training, competition, training of young handball players, game
analysis, coaching duties, among others. The report brings together so many
reflective moments of the choices made. The analysis of performance of the
players and the team was based on analysis of the game. We analyzed 10
national championship games and listed the problems and errors found in the
characteristics of the opposition.
The planning was divided into five macrocycles each featuring different
assumptions and objectives. The team was formed by nineteen athletes, aged
between 14 and 16 years.
The objectives set were not achieved in full, either individually or collectively, for
reasons connected with the heterogeneity of the initial performance and
learning ability of the group. From the standpoint of individual offensive and
defensive technique learning objectives have been achieved at the level of
passing, receiving, dribbling and shooting, basic position and control the
opponent, disarm the dribble and deterrence. Regarding the level defensive
tactics evolution has been gradual and consistent throughout the season,
particularly in the development of the defensive system 5:1 and 3:2:1, counter
attack, quick attack and counter-goal. We conclude that the integration of game
analysis in the routines of coach training is extremely important for the planning
and organization of content and training exercises and regulation of the training
itself and the decisions made by the coach in the competitive situation. This
method allows you to make a reflection on the action of a more comprehensive
and consistent, which proved to be a means of learning and training experience
very significant for us.

Key - words: HANDBALL, TRAINING, ANALYSIS, YOUNG ATHLETES.

XI
Abreviaturas

AFC Académico Futebol Clube


IMC Índice de Massa Corporal
TXT Todos contra Todos
GR Guarda – Redes
HXH Sistema Defensivo Individual

XIII
Introdução
Introdução

1. Introdução
O Andebol integra a categoria de Jogo Desportivo Colectivo que apresenta
determinadas características particulares, como a cooperação – oposição,
luta constante pela posse de bola e por último depende intimamente do
factor tempo.
O Andebol é considerado uma modalidade “aberta”, onde existe uma
enorme aleatoriedade e imprevisibilidade das situações de jogo e do
resultado final. Contudo, a busca das invariantes, dos padrões
comportamentais, sejam de natureza individual ou colectiva, é fundamental,
porquanto nos permitir identificar as unidades funcionais essenciais à
elaboração do treino.
É no contexto de enorme variabilidade e riqueza das acções técnicas e
soluções tácticas que caracterizam o jogo de andebol actual, que importa
dar ao treino da tomada de decisão, inteligência táctica e leitura de jogo
uma importância central na formação de jovens jogadores. Na literatura são
frequentes as alusões à importância da tomada de decisão nos desportos
colectivos (e.g., Garganta, 1997; Adelino, 2000) e no andebol em particular
(e.g., Garcia Cuesta, 2002; Ribeiro e Volossovicth, 2004; Fonseca, 2005).
Não encontrámos na literatura qualquer modelo de formação de jovens
jogadores de andebol devidamente estruturado e fundamentado, em
concepções metodológicas, pedagógicas ou biológicas consistentes ou até
em experiências práticas. Contudo, é para nós inequívoco que o modelo de
jogo e jogadores evoluídos deve merecer a reflexão dos treinadores,
porquanto são a referência da excelência e da preparação desportiva a
longo prazo.
Importa salientar que as alterações recentes às regras de jogo provocaram
mudanças significativas na interpretação táctica do jogo (Seco 2006: Silva,
2008). As alterações às regras foram implementadas com o objectivo de
tornar o jogo mais apelativo para os espectadores (Seco, 2006), sendo a
ideia central aumentar a velocidade de jogo. Não encontrámos qualquer
estudo rigoroso que nos permite verificar as reais consequências das
alterações às regras, contudo existem vários artigos técnicos que sugerem
que efectivamente o jogo de andebol é hoje mais rápido (Seco, 2006;
Aagaard, 2007; Pokrajac, 2008).

3
Introdução

Os autores (Seco, 2006; Silva, 2008) sugerem que aumento da velocidade


de jogo provocou um aumento dos erros na tomada de decisão, porque os
jogadores têm que decidir e executar mais rápido, em contexto mais
aleatórios, e mais vezes durante o jogo.
O jogo evoluído praticado por mulheres parece seguir as mesmas
tendências evolutivas acima mencionadas, todavia com algumas
particularidades, como a superior utilização das transições rápidas
ofensivas (contra-ataque) e uma maior confluência das acções ofensivas
em zonas próximas da área restritiva de 6 metros (Bon, 2002). Estas
diferenças no método de jogo podem advir de uma menor capacidade de
execução motora do remate de longa distância (1ª linha), das mulheres em
comparação com os homens (Estriga, 2008). Ainda que não tenhamos
encontrado estudos consistentes acerca das características actuais do jogo
de andebol praticados por mulheres, os peritos da modalidade são da
opinião que jogo é hoje muito rápido, centrado numa lógica de criação e
ocupação de espaços (Aagaard, 2007). Não tivemos também acesso a
qualquer comunicação técnica ou documento orientador acerca de como
formar jovens jogadores para dar respostas às exigências e
constrangimentos do jogo evoluído. A concepção, planeamento e
concretização do processo de treino e orientação da competição foi
realizada pela estagiária de forma autónoma, tendo como base a sua
experiência como treinadora, o conhecimento teórico adquirido ao longo da
sua formação académica e objectivos e modelo de formação do Clube.
Esta nossa experiência foi, acima de tudo, um exercício de reflexão
conceptual baseada em metodologias de treino gerais, orientadas para a
formação em Jogos Desportivos Colectivos, e outros conhecimentos
adquiridos ao longo da nossa formação académica e experiência
desportiva.
Buceta (2000) distingue a actividade de treinador em várias categorias. O
autor, utiliza a designação de treinador de base, no caso da prática
profissional se desenvolver na etapa de iniciação desportiva ou de
aprendizagem e aperfeiçoamento. O nosso estágio desenvolveu-se neste
contexto com algumas particularidades decorrente das nossas condições de
iniciação desportiva, em particular no sector feminino.

4
Introdução

A dificuldade em captar novas praticantes da modalidade tem conduzido à


constituição de grupos muito heterogéneos em termos etários e de
desempenho, pelo que o nosso grupo de trabalho tinha jogadoras dos vários
estádios de formação.
A reflexão sobre o planeamento e orientação do processo de treino e
competição foi o principal meio de aprendizagem utilizado.
Ser treinadora de formação constitui-se num grande desafio e
responsabilidade. Segundo Buceta (2000) o treinador de jovens reúne
determinadas características particulares: a) motivar os jovens para a prática
desportiva; b) ser um agente (modelo) social; c) desenvolver o potencial dos
jovens no que se reporta a modalidade em questão.

1.1. Pertinência do Estágio Profissionalizante

A nossa primeira motivação para a realização deste estágio profissionalizante,


em particular liderando uma equipa de formação do género feminino, decorre
de experiências prévias nossas com equipas e selecções femininas jovens.
Este foi um ponto-chave decisivo de realização do estágio profissionalizante,
pois este constituía-se numa oportunidade de formação profissional
especializada e avançada. Notamos também a enorme escassez de relatórios
que aprofundem a problemática da preparação desportiva de jovens jogadoras
de andebol.
O Andebol feminino em Portugal possui um carácter amador existindo apenas
dois clubes em Portugal que possuem condições organizativas e estruturais
diferenciadoras dos demais, tendo no seu plantel jogadoras profissionais. A
realidade onde desenvolvi a minha actividade profissional é puramente
amadora. O Clube tem muitos problemas financeiros, dependendo de receitas
próprias que na sua maioria são geradas pelas mensalidades dos jogadores
das formação.
A estagiária assumiu funções de treinadora principal de duas equipas do AFC
na presente época desportiva (iniciadas e juvenil), numa lógica de continuidade
de formação e de relações pessoais (com jogadoras e pais). Na prática esta
opção implicou a orientação conjunta de dois escalões em simultâneo durante

5
Introdução

a sessão de treino. Contudo o estágio profissionalizante centrou-se na equipa


juvenil, que disputava o Campeonato nacional de 1ª Divisão.
Como treinadora principal da equipa do escalão juvenil uma das funções
inerentes à prática foi delinear objectivos específicos para a equipa em causa a
serem cumpridos durante a época.

A estagiária tinha ainda a responsabilidade de assumir diversas funções e


tarefas respeitantes ao seu cargo de treinadora: a) planeamento da época/
planeamento treinos; b) conceber estratégias e planos para os jogos; c)
participar nas reuniões de dirigentes e Encarregados de Educação; d)
adequação dos exercícios de treinos às capacidades e nível da equipa e por
último e) reflectir sobre a sua prática.
Um dos mais interessante desafios foi para nós a estruturação de uma ideia de
jogo colectivo ajustado a esta faixa etária, às experiências e dificuldades
individuais das jogadoras e almejando uma formação adequada às tendências
evolutivas da modalidade.
A nível pessoal, reconheço a falta de experiências significativas em contexto de
formação desportiva em andebol modelares, quer sejam nos papéis de
treinadora ou jogadora.

1.2. Objectivos do Estágio Profissionalizante


As tarefas inerentes ao estágio profissionalizante visavam a total
responsabilidade pelo processo de treino e orientação na competição da
equipa feminina de andebol do escalão juvenil do Académico Futebol Clube.
Os objectivos específicos centrais do estágio:
Definir um modelo (forma) de jogo ajustado à equipa e às
exigências competitivas;
Desenvolver a capacidade de detecção de erros de
execução e tomada de decisão
Construir exercícios específicos para a melhoria do
desempenho com base nas dificuldades detectadas e verificar a sua
efectividade

6
Introdução

Melhorar o nível técnico e táctico individual das jovens


jogadoras visando o desenvolvimento de recursos fundamentais à sua
afirmação nos escalões superiores do clube
Desenvolver um raciocínio táctico colectivo elementar,
baseado em princípios de jogo, essencial à aprendizagem futura de
construções tácticas mais organizadas

1.3. Estrutura do Estágio Profissionalizante


Tendo em vista o cumprimento dos objectivos referidos anteriormente, o
presente relatório encontra-se dividido em dez capítulos da seguinte forma:
No primeiro Capitulo é realizada a Introdução, na qual se apresenta o
enquadramento deste estágio, referindo a pertinência do mesmo, bem como os
objectivos e estrutura.
No Capítulo 2, será realizada a Caracterização das Condições de
Estágio, onde apresentaremos o clube, os seus objectivos e a sua história, as
equipas desportivas, nomeadamente a equipa juvenil (objecto de estudo e
trabalho) e os objectivos e a por último a estagiária.
No Capítulo 3, Planeamento da Actividade, apresentamos o
planeamento anual, nas dimensões macro e micro, e modelo de jogo da equipa
juvenil do Académico Futebol Clube.
O Capítulo 4 é destinado à Realização do Processo de Treino, onde
apresentamos as dificuldades evidenciadas pelas atletas e pela equipa, no seu
colectivo, e consecutivamente as sequências metodológicas dos conteúdos
principais desenvolvidos nos treinos.
No Capítulo 5, Avaliação e Controlo de Treino (Análise de Jogo),
referimos o método utilizado para observar e analisar o desempenho das
jogadoras e da equipa em situação de competição (jogo).
No Capítulo 6, Calendário competitivo e no Capítulo 7, Resultados da
Competição, apresentamos os jogos disputados pela equipa juvenil durante a
época desportiva, assim como os seus regulamentos e resultados atingidos.
No Capítulo 8, Conclusão, apresentamos as principais conclusões do
relatório de estágio profissionalizante.

7
Introdução

No Capítulo 9, Síntese Final, efectuamos um resumo sobre todo o


trabalho desenvolvido durante o estágio profissionalizante.
No Capítulo 10, Referências Bibliográficas, são apresentadas as
referências bibliográficas utilizadas na pesquisa para a elaboração do presente
trabalho.
Por último, no final deste relatório apresentamos os ANEXOS.

8
Caracterização das Condições de Estágio
Caracterização das Condições de Estágio

2. Caracterização das Condições de Estágio

2.1. Clube

2.1.1. Breve Enquadramento Histórico


O Académico Futebol Clube (AFC) é um clube com enorme tradição na
cidade do Porto. No ano de 2011 comemorará o seu centésimo aniversário, um
marco de extrema importância para esta instituição.
O AFC é um clube eclético existindo desde a sua génese uma enorme
diversidade de modalidades.
Na actualidade as modalidades existentes como o Campismo, o Hóquei
em Campo, o Bilhar, as Danças Africanas, o Andebol, o Goalball, o
Basquetebol, a Capoeira, as Tiro com arco, a Ginástica e o Hip – Hop são
modalidades puramente amadoras.
O Andebol Feminino emerge no AFC no final da década dos anos 70, no
período correspondente a internacionalização do andebol (integração da
modalidade no programa Olímpico – Montreal 1976).
O Andebol Feminino do AFC, na actualidade, procura ser um projecto de
formação humana e desportiva.

2.1.2. Estrutura Física


O Clube e as suas instalações encontram-se na Rua Costa Cabral, na
cidade do Porto.
As instalações do clube são dotadas de uma sede, o Palacete do Lima
(fig. 1), o pavilhão principal (fig. 2), um pavilhão secundário também
denominado de pavilhão “b”, um ginásio (fig. 3), uma sala de multiusos (fig. 4),
uma clínica de fisioterapia ( fig. 5) e um bar – restaurante.

Figura nº 1 Figura nº 2 Figura nº 3 Figura nº 4 Figura nº 5

11
Caracterização das Condições de Estágio

No Andebol Feminino, as equipas realizam os seus treinos nas estruturas


do clube e nos pavilhões desportivos circundantes do clube, sendo utilizados
os pavilhões da Escola Rodrigues de Freitas e da Escola Nicolau Nasoni.
Esta situação ocorre no Clube pois existem diversas modalidades que
apresentam a par do Andebol um número elevado de escalões de formação.
No Clube existem diversas modalidades onde cada uma possui uma
autonomia parcial do clube, ou seja, as secções são independentes na forma
como dirigem a sua modalidade.
Deste modo, a sobrevivência do clube e das várias modalidades
autónomas, como a secção de Andebol está dependente das receitas
conseguidas maioritariamente através do pagamento das mensalidades dos
atletas para frequentarem os treinos.
De referir que os atletas pertencentes ao escalão de sénior estão isentos
do pagamento das mensalidades.
Ao longo da época desportiva também são conseguidas receitas através
de patrocínios.

2.2. Secção de Andebol


No AFC, a secção de Andebol está organizada em dois sectores:
Feminino e Masculino. Na Figura nº 6 faz-se representar a organização da
secção com base nos escalões de formação (n=8) e de competição (n=2).

12
Caracterização das Condições de Estágio

Andebol Andebol
Feminino Masculino

Escalão Senior Escalão Senior

Escalão Junior Escalão Junior

Escalão Juvenil e Escalão Juvenil


Iniciado

Escalão
Iniciado

Escalão Infantil
e Mini

Figura nº 6: Distribuição das equipas por sectores

Durante a presente época desportiva, o número total de atletas inscritos


no clube na modalidade de andebol perfaz um total de cento e sessenta e três
(quadro nº 1).

13
Caracterização das Condições de Estágio

Quadro nº 1: Distribuição de jogadores por escalões etários e sexo.

Escalão/ Idades Feminino Masculino Total


(anos)

Mini (9/10) 2 10 12

Infantil (11/12) 8 12 20

Iniciado (13/14) 18 16 34

Juvenil (15/ 16) 14 22 36

Júnior (17/18) 11 12 23

Sénior (> 18) 18 18 36

71 90 163

Acompanhando as tendências de prática desportiva em Portugal e em


particular no andebol, apenas 35% dos praticantes de andebol federado são do
sexo feminino (época 2006-07; Estriga, 2008). No AFC existem mais 20% de
praticantes de andebol do sexo masculino comparativamente ao sexo feminino
(figura 7).

100
90
80
70
60
50
40 Nº Atletas
30
20
10
0
A.Feminino A. Masculino

Figura nº 7: Número de atletas federados do sexo feminino e masculino do AFC.

14
Caracterização das Condições de Estágio

2.3. Recursos humanos e financeiros


Iniciámos a presente época desportiva com significativas mudanças nos
recursos técnicos humanos no sector feminino. Estas mudanças pretendiam
melhorar a qualidade técnica dos treinadores e da formação proporcionada aos
praticantes de andebol.
De referir, que apenas na presente época se criou a equipa sénior
feminina, dando continuidade à formação do clube.
Na actualidade, a secção de andebol é composta por vinte e sete
elementos que estão distribuídos pelos dois sectores e pelos diversos
escalões. A equipa técnica do sector do Andebol Feminino é constituída por
onze elementos (figura 8). O sector masculino é constituído por dezasseis
elementos (figura 9).

Escalão Sénior
Treinadora Grau III
T. Adjunta
Dirigente

Escalão Juniores
Treinadora Grau III
Andebol Feminino T. Adjunta
Dirigente

Escalão Juvenil / Iniciado


Treinadora Grau III
T. Adjunta
2 Dirigentes

Figura nº 8: Distribuição dos elementos da equipa técnica no Andebol feminino pelos escalões
etários.

15
Caracterização das Condições de Estágio

Escalão Sénior
Treinador Grau III
2 Dirigentes

Escalão Junior
Treinador Grau III
2 Dirigentes

Escalão Juvenil
Andebol Masculino Treinador Grau III
2 Dirigentes

Escalão Iniciado
Treinador Grau III
2 Dirigentes

Escalão Infantil / Mini


Treinador Grau II
2 Dirigentes

Figura nº 9: Distribuição dos elementos da equipa técnica no Andebol masculino pelos


escalões etários.

2.4. Objectivos da formação em andebol no Clube


Os coordenadores dos vários sectores em colaboração com o director da
Secção enunciaram os objectivos centrais para a época desportiva em causa,
lógica da filosofia e missão social e desportiva do Clube:

Dimensão psico- social:

(a) desenvolver nos atletas valores de responsabilidade e


cidadania.
(b) fomentar o espírito competitivo, espírito de equipa e de
entreajuda nos praticantes.
(c) aumentar o número de crianças federadas em andebol no
clube, preferencialmente nos escalões de iniciação (minis, infantis e
iniciados).

16
Caracterização das Condições de Estágio

Dimensão Habilidades Motoras (Técnico – Tácticas):

(a) formar jovens jogadores de sucesso, com bases


consistentes com as exigências motoras, técnicas e tácticas de longo
prazo, visando a sua posterior integração e valorização do escalão
sénior
(b) criar condições de progressão de forma que os jogadores
mais aptos e mais motivados atinjam patamares de rendimento
superiores

2.5. A Equipa Juvenil


A equipa era constituída por dezanove atletas, com idades
compreendidas entre os 14 e 16 anos de idade:
- 13 atletas juvenis com idades compreendidas entre os 15 e 16 anos (1º
e 2º ano juvenil, respectivamente);
- 6 atletas iniciadas com 14 anos de idade.
No que concerne à situação escolar das atletas frequentaram o ensino
secundário (10º ano ou 11º ano de escolaridade) e as atletas iniciadas
frequentaram o último ano do ensino básico (9ºano).

Caracterização Antropométrica:

No sentido de caracterizar a equipa decidimos proceder à avaliação das


características antropométricas elementares (peso, altura e Índice de Massa
Corporal - IMC).
No Quadro nº 4 são apresentados os resultados relativos à avaliação
antropométrica realizada.

17
Caracterização das Condições de Estágio

Quadro nº 4: Dados Antropométricos (peso, altura, IMC) da equipa do escalão.

Média Desvio Máximo Mínimo


Padrão

Peso 59 ± 9.8 85 42

Altura 164,2 ± 5.3 174 155

IMC 21.6 ± 8.0 28.50% 17.17%

No quadro 5 apresentamos os valores médios das nossas atletas e


outros estudos consultados na literatura, realizados com atletas de andebol do
mesmo escalão etário (Maia, 1993;Teixeira, 2007; Estriga 2008).

Quadro nº 5: Comparação entre valores médios dos dados antropométricos da equipa de


juvenis do AFC e estudos encontrados na literatura.

Equipa Estudo Estudo Estud


AFC Maia (1993) Teixeira o Estriga
(2010) At. Sel. (2007) (2008)

Peso 59 58.5 62.3 61.9

Altura 164.2 167.1 161.2 163.3

IMC 21.6 - - 23.2

Em termos comparativos não verificamos diferenças significativas entre os


dados antropométricos das nossas atletas comparativamente aos resultados
dos estudos consultados. Contudo as nossas atletas apresentam-se mais altas
e menos pesadas do que os resultados verificados nos estudos de Teixeira
(2007) e Estriga (2008). Porem, devemos referir, quando comparado com os
resultados do estudo de Maia (1993) com atletas de selecção, as nossas
atletas apresentam-se mais pesadas e com menor altura.

18
Caracterização das Condições de Estágio

Estatuto Maturacional (Idade da Menarca e Características Sexuais


Secundárias)

Entendemos importante conhecer o estatuto maturacional das nossas


atletas dada a faixa etária em causa.
Na literatura consultada, verificamos diversos métodos para a avaliação a
maturação biológica dos jovens. Optamos pelo método descrito por Tanner
(1989), por razões de ordem prática e económica. Com efeito, a maturação
sexual foi avaliada através das características sexuais secundárias: a
pilosidade púbica e o desenvolvimento dos seios.
A recolha dos dados referentes às características sexuais secundárias e à
idade da primeira menstruação das atletas foram obtidos através de uma ficha
de caracterização individual (ver anexo 1), onde cada atleta se auto-avaliou em
comparação com os padrões/ estágios preestabelecidos. Estes padrões foram
descritos e definidos por Tanner (1989).

Na Figura nº 10, apresentamos as idades da primeira menarca das


atletas.

5%
15%
Menos de 10 anos
28%
Entre os 10 - 11 anos

52% Entre os 12 - 13 anos

Entre os 14 - 15 anos

Figura nº 10: Idade da menarca das atletas da equipa.

Estriga (2008) no seu estudo sobre a população feminina de andebol,


inquiriu a sua mostra (n = 655) sobre a idade da menarca, obtendo a média de
12.15 anos ±1.3. Em comparação com os resultados obtidos das nossas

19
Caracterização das Condições de Estágio

atletas não verificamos diferenças significativas com os resultados obtidos por


Estriga (2008) no seu estudo.
Tanner (1989), classifica o desenvolvimento púbico em seis estágios de
maturação (o estágio VI - estado adulto) e o desenvolvimento dos seios em
cinco estágios, (estágio V - estado adulto).
Na Figura 11A e na Figura 11B estão representados os estágios
(desenvolvimento da pilosidade púbica e o desenvolvimento dos seios,
respectivamente) das atletas.

32%
Estádio IV
Estádio V
68%

Figura nº 11A: Estádios de desenvolvimento da pilosidade púbica das atletas, segundo Tanner
(1989).

6% 6%

Estádio II
31% Estádio III
Estádio IV
57% Estádio V

Figura nº 11B: Estádios de desenvolvimento dos seios das atletas, segundo Tanner (1989).

Mais de metade das jogadoras encontra-se no penúltimo estágio de


desenvolvimento nos dois indicadores maturacionais avaliados (e

20
Caracterização das Condições de Estágio

(desenvolvimento da pilosidade púbica e desenvolvimentos dos seios ).


Contudo a dispersão é maior no que diz respeito ao desenvolvimento dos
seios. Em termos gerais concluímos que as atletas se encontram próximo do
estado maduro ou adulto.

2.5.1. Objectivos Específicos para Equipa Juvenil


Dimensão psico- social:

(a) fomentar valores de Fair – Play, ajuda, tolerância e


compreensão;
(b) desenvolver valores como a responsabilidade, assiduidade,
pontualidade, respeito pelo próximo e boa educação.

Dimensão Habilidades Motoras (Técnico e Táctico):

(a) aperfeiçoar a nível de execução técnica das habilidades motoras


elementares (passe, remate, recepção, desmarcação, finta com e sem
bola e drible);
(b) desenvolver as condutas defensivas individuais (posição base,
controlo do adversário, deslocamentos, desarme no drible, corte de linhas
de passe, intercepção, dissuasão) e de grupo (ajuda e troca);
(c) melhorar a táctica ofensiva em situações de 2x2 e 3x3;
(d) desenvolver as noções ofensivas de ataque ao espaço, décalage,
circulação de jogadores, cruzamentos e criação de superioridade
numérica;
(e) consolidar o sistema ofensivo 3:3 e mudança de sistema para
2:4; consolidar o sistema defensivo 5:1 e introduzir os sistemas 4:2 e
3:2:1;
(f) desenvolver o contra-ataque, ataque rápido e contra-golo;
(g) desenvolver a rápida tomada de decisão e inteligência táctica.

21
Caracterização das Condições de Estágio

Dimensão - Cultura Desportiva:

(a) melhorar o nível cultural e desenvolver hábitos de


alimentação saudável e higiene;
(b) adquirir conhecimentos específicos acerca da evolução da
modalidade e das suas características actuais.

Dimensão - Fisiologia do Treino:

(a) desenvolver as capacidades físicas e coordenativas gerais


e específicas da modalidade em função da idade e estádio de
desenvolvimento.

2.5.2. Sessões de Treino


A equipa juvenil realiza por microciclo três treinos (terça-feira, quinta-feira
e sexta-feira), com a duração de 90 minutos por sessão. Nos fins-de-semana
sem competição foi realizada uma sessão de treino complementar ao sábado,
com igual duração.
A época prolongou-se por 47 semanas, perfazendo um total de 157
sessões de treino, totalizando 280 horas de treino anuais.

Quadro nº 6: Horários de treinos da equipa.

Treinos

Dias Terça-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado *

Duração 90 minutos 90 minutos 90 minutos 90 minutos

Local Esc. Nicolau Esc. Nicolau Pavilhão “b” Pavilhão


Nasoni Nasoni “A”

22
Planeamento da Actividade
Planeamento da Actividade

3. Planeamento da Actividade
Neste Capítulo fazemos referência à periodização que foi realizada no
planeamento dos conteúdos a desenvolver durante a época desportiva e
descrevemos o Modelo de Jogo que a estagiária pretendia incrementar na
equipa.

3.1 Periodização – Planeamento e Planificação Anual


Freitas (1999) refere que planeamento é um processo projectivo de apoio
à organização, coordenação e concretização dos objectivos estabelecidos, com
base nos conhecimentos actuais sobre o treino desportivo, a modalidade em
questão e os atletas visados, permitindo controlar e orientar todo o processo de
treino, bem como os resultados desportivos. Mesquita (1997) sublinha que
planear implica delinear antecipadamente aquilo que se pretende realizar, de
que forma e por quem.
Na actualidade, em quase todos os desportos, a época desportiva divide-
se em vários períodos e ciclos, com os objectivos de alcançar um alto
rendimento por meio de uma preparação sistemática (Freitas, 1999). Dessa
necessidade de organizar o processo de treino em ciclos, fase e períodos,
surgiu o termo periodização.
Periodizar significa, então, definir limites temporais precisos que
permitam, aos treinadores, estruturar de forma objectiva o treino em cada
momento da preparação desportiva (Marques, 1993).
Acresce que a periodização é um instrumento decisivo na organização do
treino e da qual depende o controlo do desenvolvimento da capacidade de
prestação desportiva (Freitas, 1999).
No desporto de Alto Rendimento, a periodização é realizada com base
nos momentos ou fases de competição, nos quais se pretende obter o
rendimento mais elevado, no estrito respeito pelas leis biológicas/fisiológicas
associadas ao exercício físico (Marques, 1993). O autor acrescenta que no
desporto de crianças e jovens as competições são também importantes, sem
que, contudo, isso signifique que a preparação seja orientada pela necessidade
de nelas obter o melhor rendimento.
O planeamento elaborado para a nossa equipa foi também realizado
numa lógica de ciclos, períodos, ainda que se tratasse de uma equipa de

25
Planeamento da Actividade

formação. As fases de competição foram utilizadas como critérios para balizar


os períodos por representar um determinado nível de exigência para o qual era
importante preparar a equipa. Notamos que não foram considerados
momentos, fases em que se pretendesse que o rendimento fosse máximo, mas
sim ciclos de preparação baseados na aprendizagem e consolidação de
conteúdos, numa lógica de continuidade e de formação a longo prazo. Com
efeito, as preocupações formativas sobrepuseram-se às preocupações do
rendimento imediato ou de médio prazo.
O planeamento foi realizado com base em algumas premissas iniciais, isto
é, informação adquirida acerca da equipa e jogadoras ao longo das épocas
anteriores, participação competitiva e diagnóstico realizado durante os
primeiros treinos e jogos.
Por cada ciclo foram definidos objectivos transversais e específicos, de
natureza técnica, táctica e motora.
No período pré-competitivo os objectivos principais visavam elevar os
níveis condicionais, coordenativos e técnicos - tácticos das jogadoras.
Nos períodos competitivos os objectivos centraram-se na correcção de
problemas detectados, fundamentalmente de natureza táctica, objectivando o
desenvolvimento de princípios inerente ao modelo de jogo pretendido.
Os períodos de transição, que por inerência implicavam a interrupção da
competição (jogo oficiais), foram orientados com vista aprimorar a técnica
individual e também melhorar as capacidades coordenativas e condicionais.
O plano anual por nós elaborado serviu de fio condutor às decisões
tomadas, numa dimensão macro e micro do processo.

No Quadro nº 7 apresentamos o planeamento anual para época


desportiva 2009//2010 da equipa.

26
Planeamento da Actividade

Quadro nº 7: Planeamento Anual

Conteúdo Conteúdo não


Legenda:
desenvolvido desenvolvido

No Quadro nº 8 apresentamos o número de treinos e jogos realizados


pela equipa em cada período da época desportiva.

27
Planeamento da Actividade

Quadro nº 8: Número de treino e jogos realizados por cada período da época desportiva.

Treinos Jogos

60

41

23 24
21
18
16

10

4
1

Periodo Pré- Período Competitivo Período Transição Período Competitivo Período Transição
Competitivo

No Quadro nº 9: apresentamos a planificação anual (treinos e jogos) da


equipa juvenil durante a época desportiva.

28
Planeamento da Actividade

Quadro nº 9: Planificação Anual

Legenda: Treino Regional Nacional Torneios Folga

29
Planeamento da Actividade

3.2 Modelo de Jogo


O nosso primeiro e complexo desafio foi definir um modelo de jogo para a
equipa, em face das suas características, objectivos do clube e competição
envolvida. Partindo deste pressuposto, o modelo desenvolvido é sustentado em
ideias que temos e que fomos construindo acerca da forma de jogar da equipa.
Naturalmente que também concorrem para esta concepção as ideias de jogo
da estagiária, a sua experiência desportiva e formação. O modelo desenvolvido
é suportado em princípios de jogo associados às várias fases e métodos de
jogo.
Como referem Ribeiro e Volossovitch (2004) o desenvolvimento de um
qualquer modelo de jogo, visa definir as linhas orientadoras que norteiam o
comportamento dos jogadores em campo no sentido de assegurar a coerência,
racionalidade e integibilidade para os colegas de equipa, e por outro, a
imprevisibilidade para o adversário.
A literatura é escassa em orientações conceptuais e metodológicas
relativamente às várias fases de formação (neste caso por escalões) em
andebol.
A estruturação da nossa forma de jogar versou essencialmente as
situações de igualdade numérica, contudo também foram definidos
pressupostos para as situações de inferioridade e superioridade, tanto em
situação ofensiva como defensiva. O modelo enunciado neste relatório refere-
se apenas ao 6x6.
O modelo de jogo ofensivo foi estruturado em 3 fases: transições, ataque
posicional e defesa posicional. Estas fases articulam-se entre si, numa
sequência não rígida/fixa. Para cada fase foram definidos princípios e conceitos
que em seguida se enunciam.

3.2.1. Modelo de jogo do Processo Ofensivo


Transição Ofensiva
Princípios da Transição Ofensiva:
- Rápida progressão da bola em direcção à baliza adversária:
(i) Utilizar preferencialmente o passe (passes seguros, rápidos e curtos);
(ii) Utilização do drible apenas como recurso, quando não há linhas
de passe mais ofensivas;

30
Planeamento da Actividade

Ii(i) O jogador sem bola deve criar linhas de passe de ruptura, em


zonas de progressão e finalização favoráveis.
- Continuidade: evitar a interrupção das acções por motivo de falta do
adversário.
- Finalização em zonas de maior eficácia (máxima perpendicularidade
relativamente à linha de golo e sem oposição).

A transição ofensiva pode apresentar três formas distintas: (a) contra-


ataque, (a) ataque rápido e (b) contra-golo.

(a) Contra – ataque e ataque rápido


A transição ofensiva foi estruturada em duas vagas, cada vaga com três
jogadoras.
A primeira vaga era constituída pelas pontas e pela defesa avançado. A
segunda vaga é criada pelas jogadoras laterais e defesa central. Após remate
da equipa adversária, avançam imediatamente no terreno de jogo, as atletas
que constituem a primeira vaga, garantindo o ressalto defensivo são as
jogadoras que ocupam o espaço central do sistema defensivo (nomeadamente
no 5:1 e 3:2:1).
Quando o primeiro passe é executado pelo guarda – redes existem duas
opções nucleares: a) passe directo para as jogadoras da primeira vaga, caso
não tenham oposição; b) passe para o jogador central da segunda vaga, que
deve optar por passar a bola a uma das jogadoras da primeira vaga ou por uma
linha de passe segura na segunda vaga.
No final da transição rápida, o ataque deve estar estruturado num sistema
3:3 (figura 12). As atletas da segunda vaga decidem pelo remate na ausência
de oposição, ou pela finta de modo a penetrar no espaço, caso tenham fixado
um ou dois jogadores devem optar pela continuidade de jogo (décalage).

31
Planeamento da Actividade

Figura nº 12: Acções realizadas durante o contra – ataque e ataque rápido.

(b) Contra-golo
Este método de jogo foi introduzido no andebol com as alterações às
regras produzidas em 1995 (Seco, 2006). Na essência significa repor
rapidamente a bola a meio campo após sofrer golo, tentando retirar partido da
desorganização defensiva e inferioridade numérica relativa.
Este método ofensivo foi introduzido durante o decorrer da época
desportiva, na continuidade da abordagem dos outros métodos, já introduzidos.
Na prática após golo da equipa adversária, a atleta que defende na
posição mais avançada, desloca-se rapidamente para o local de reposição da
bola em jogo, o GR realiza um passe rápido para esta mesma jogadora que
coloca a bola em jogo e dá início à transição. O primeiro passe é realizado para
uma das laterais a partir do que se desenvolve um ataque rápido (figura 13).

Figura nº 13: Acções realizadas durante o contra – golo.

32
Planeamento da Actividade

Ataque em sistema

O ataque posicional é desenvolvido quando não é possível criar uma


situação de finalização utilizando um qualquer método de transição ofensiva
rápida (contra – ataque, ataque rápido ou contra-golo).
Neste processo não existe rigidez táctica, isto é não se procura mecanizar
o jogo com base em combinações ofensivas, não sendo opção quaisquer
combinações fechadas.
O jogo está estruturado no sistema típico 3:3, com possibilidade de
mudança de sistema para 2:4 (entradas a 2º pivô, com e sem bola). As
entradas a segundo pivô podem ocorrer de forma espontânea ou por indicação
da jogadora central.
È desenvolvido um sentido de cooperação na análise de zonas/sectores a
explorar e é dada alguma liberdade táctica na resolução de situações de 1x1,
2x2 e 3x3. Os meios tácticos de grupo subjacentes são: cruzamentos, trocas
de posto específicos, circulação de jogadores e bloqueios.

Princípios do ataque posicional:


- Superioridade numérica – o jogador em posse de bola deve ter intenção
de baliza, caso fixe mais que um jogador de passar a bola à colega melhor
posicionada;
- Antecipação - Capacidade dos atacantes interpretarem antecipadamente
o comportamento dos defensores;
- Amplitude – Realizar a circulação da bola com grande amplitude, com o
objectivo de desequilibrar, subjugar o sistema, de forma a aumentar o espaço
entre defensores;
- Profundidade - Constante agressividade das acções ofensivas (ataque
da baliza), procurando finalizar numa situação vantajosa (1x GR).
- Continuidade - Realização das acções com fluidez;
- Tomada de Decisão – Procura da melhor solução para cada acção
(“Leitura de Jogo”);
- Recepção da bola em movimento – deslocar-se para receber a bola, na
direcção da baliza adversária (colocação dos apoios na direcção da baliza) é

33
Planeamento da Actividade

fundamental para aumentar a velocidade das acções ofensivas e garantir


elevados índices de “agressividade” do ataque.
- Recolocação - Depois de efectuado o ataque à baliza, a atleta deve
rapidamente reocupar o seu posto específico, para repor a amplitude e
profundidade, permitindo assim o desenvolvimento fluido do jogo ofensivo da
equipa.

3.2.2. Modelo de Jogo do Processo Defensivo


O modelo de jogo do processo defensivo adoptado contempla três
sistemas defensivos: defesa individual (HXH); 5:1 e 3:2:1.
Os sistemas defensivos acima mencionados apesar de possuírem
características de funcionamento diferentes, dada a disposição inicial dos
elementos e zona de maior densidade e profundidade, possuem um conjunto
de princípios similares entre si.

Recuperação Defensiva

Princípios Recuperação Defensiva:

- Participação activa de todos as atletas - Após perda da posse de bola,


as atletas devem deslocar-se rapidamente na direcção da sua baliza, sem
perder o contacto visual com a bola. As atletas devem possuir uma dupla
preocupação:
(i) Impedir a organização do contra – ataque adversário;
(ii) Recuperar a bola, utilizando intercepções, desarme e
cortes de linha de passe.
- Pressionar o portador de bola, atrasando ou impedindo o
desenvolvimento do ataque rápido/contra-ataque adversário.
- Evitar a inferioridade numérica - A acção de recuar dos defensores deve
ser estruturada evitando situações de inferioridade numérica, em particular em
zonas favoráveis de finalização.

34
Planeamento da Actividade

Defesa em Sistema

Princípios da Defesa em Sistema:

- Atitude “ofensiva” dos defensores - Criar condições para uma rápida


recuperação da bola (intercepções, corte de linhas de passe e desarmes) e de
protecção da baliza.
- Pressionar o portador da bola – o portador da bola (em acção de ataque
à baliza) deve ser rapidamente pressionado pelo seu defensor directo, para
impedir ou dificultar, antecipadamente a sua acção.
- Assegurar os “Triângulos Defensivos” - Um dos vértices corresponde ao
defensor que pressiona o portador da bola, enquanto os outros dois defensores
assumem os restantes vértices em situação de inter-ajuda.

Sistema Defensivo HxH


Este sistema defensivo é utilizado em momentos de jogo decisivos
(últimos 5/10 minutos de jogo) em que o resultado nos é desfavorável e se
pretende recuperar a bola rapidamente. Neste sistema cada atleta deve fazer
uma marcação individual em proximidade, existindo trocas de marcação e
ajudas sempre que for necessário.

Sistema Defensivo 5:1


O sistema defensivo 5:1 é o sistema base utilizado, tendo como objectivos
principais:
(i) perturbar a fluidez de jogo ofensivo do adversário,
essencialmente, através da acção do defesa – avançado;
(ii) condicionar as acções da 1ª linha do adversário,
provocando remates de longa distância e em zonas exteriores da
defesa;
(iii) criar a superioridade numérica na zona do lateral com bola
provocando indecisões e erros;
(iv) impedir a concretização na zona central;

35
Planeamento da Actividade

a) Acções por Posto Específico

Nos Quadro nº 10 e 11 referimos as acções que cada atleta deve realizar


de acordo com o posto específico que ocupa, enquanto a equipa no seu
processo defensivo assume um sistema defensivo 5:1.

- 1ª Linha defensiva (Pontas, Laterais e defesa Central):

Quadro nº 10: Acções defensivas de acordo com os postos específicos da 1ª linha defensiva.

Posto
Pontas Laterais Defesa Central
Específico
- Fechar a defesa; - Troca de marcação; - Marcação ao Pivô,
- Especialista em - Marcação ao pivô em frente e trás;
1x2; zona exterior; - Saída ao braço do
- Ajudar os laterais; - Ajudas aos jogadores: rematador;
- Preparação da central, defesa-avançado e - Ressalto;
saída para conta- ponta; - Ajudas no lado da
Acções ataque. - Contra - Bloqueios; bola;
- Saída ao braço do - Capacidade de falar e
rematador; dirigir a defesa;
- Ressalto. - Atleta base na
condução do contra –
ataque.

- 2ª linha Defensiva (Defesa-avançado):

Quadro nº 11: Acções defensivas de acordo com os postos específicos da 2ª linha defensiva .

Posto Defesa avançado


específico

Acções - Dissuasão e corte de linhas de passe:


- Fechar a defesa na zona central;
- Ajudas aos laterais e defesa central;
- Saída para o contra – ataque;
- Saída ao braço do rematador.

b) Reacção às Entradas

36
Planeamento da Actividade

Qualquer defensor deve realizar uma marcação à distância ao seu


opositor directo (mesmo quando a bola está muito distante) tentando retardar a
sua entrada e realizar troca defensiva quando adequado (defensores
alinhados). Com a mudança de sistema ofensivo do adversário, o defesa-
avançado realiza o 5:1 dirigido para o lateral sem bola. Em situações
excepcionais procedemos para um sistema misto, com marcação individual ao
lateral de maior valor técnico e táctico.

c) Trocas de Marcação
Como princípio geral, só se realizam trocas de adversário, quando os
jogadores se encontrarem ao mesmo nível/linha defensiva.

d) Reacção dos Bloqueios


Como princípio geral, procurar efectuar sempre a troca de adversário.
Relativamente ao defesa - avançado, ou faz contra-bloqueio, ou avança no
terreno, " procurando" o seu adversário directo, tudo dependendo do momento
do jogo.

Sistema Defensivo 3:2:1

O 3:2:1: é o sistema defensivo alternativo utilizado frequentemente nos


jogos com índice de dificuldade menor, visto que a equipa não consolidou
ainda este sistema. A opção de inclusão deste sistema decorreu de
necessidades de melhoria das competência defensivas individuais, uma vez
que aumenta o espaço entre-defensores, criando maior exigência defensiva
individual e nas trocas.
Finalidades e vantagens do sistema:
(i) Provocar a constante inadaptação e descontinuidade
do jogo ofensivo do adversário;
(ii) Provocar a utilização de passes longos que
favoreçam as intercepções;
(iii) Criar condições favoráveis ao desenvolvimento do
contra - ataque;

37
Planeamento da Actividade

(iv) Aperfeiçoar a técnica individual defensiva das


atletas.

a) Reacção às entradas
Qualquer defensor deve realizar uma marcação à distância ao seu
opositor directo (mesmo quando a bola está muito distante) tentando retardar a
sua entrada e realizar troca defensiva quando adequado (defensores
alinhados). Com a mudança de sistema ofensivo do adversário, o defesa-
avançado realiza o 5:1 dirigido para o lateral sem bola. Em situações
excepcionais procedemos passamos para um sistema misto, com marcação
individual ao lateral de maior valor técnico e táctico.

b) Trocas de Marcação
Como princípio geral, só se realizam trocas de adversário, quando os
jogadores se encontrarem ao mesmo nível/linha defensiva.

c) Reacção aos bloqueios


Como princípio geral, procurar efectuar sempre a troca de adversário.
Relativamente ao defesa - avançado, ou faz contra-bloqueio, ou avança no
terreno, " procurando" o seu adversário directo, tudo dependendo do momento
do jogo.

38
Realização do Processo de Treino
Realização do Processo de Treino

4. Realização do Processo de Treino


As dificuldades e problemas foram detectados ao longo dos treinos e dos
jogos. A análise de jogo foi o meio mais importante para a detecção e
sistematização dos erros e limitações tácticas da equipa. O primeiro momento
da análise de jogo visava traçar um diagnóstico rigoroso do desempenho da
equipa e das jogadoras em situação de competição. Nos momentos
conseguintes confirmámos a observação inicial e serviram de base ao controlo
da evolução e da adequação do processo de treino.
De seguida apresentamos as sequências metodológicas desenvolvidas
para combater as limitações e problemas detectados, e melhorar a
competência técnica e táctica das jogadoras. Os exercícios versam também a
aprendizagem e consolidação de princípios e comportamentos inerentes ao
modelo de jogo idealizado.

4.1. Limitações (erros) da Equipa


No Quadro nº 12 apresentamos os problemas detectados com base no
primeiro jogo oficial da equipa, relativo ao campeonato nacional (27 de Outubro
de 2009).

Quadro nº 12: Erros e limitações observados no jogo da equipa..

Processo Ofensivo Processo Defensivo Limitações

- Reduzida continuidade - Incorrecta posição - Tomada de


de jogo; dos apoios; decisão
- Pouca profundidade - Ajudas frequentemente
de jogo; desnecessárias; errada;
- Circulação de bola - Colocação errada - Transições
com jogadoras pouco entre atacante directo defesa–ataque
Erros móveis; e baliza; efectuadas em
- Ataque da baliza - Colocação errada drible ou em ritmo
iniciado com drible; entre a bola e lento;
-Tomada de decisão atacante directo; - Ritmo de jogo
errada, após juntarem - Inexistência dos lento;
dois defensores não triângulos defensivos; - Reduzida
executam o passe. Pouca agressividade eficácia na
defensiva; finalização;
- Saída ao portador de - Controlo
bola inexistente. Defensivo.

41
Realização do Processo de Treino

4.2. Exercícios de treino


Em seguida apresentamos os exercícios critério desenvolvidos para
desenvolver os procedimentos ofensivos e defensivos fundamentais.

4.2.1 Conteúdos Tácticos Ofensivos


(i) Décalage;
(ii) penetração no espaço entre defensores;
(iii) recepção da bola em movimento;
(iv) velocidade e profundidade na circulação de bola.

Quadro nº 13: Sequência Metodologia do processo Ofensivo

Conteúdo Táctico – Décalage

Objectivos Criar superioridade numérica.


Conseguir espaços de finalização (1x GR).
Desenvolver a táctica grupal em detrimento da táctica
colectiva.
Desenvolvimento da continuidade de jogo.
Exercícios Exercício nº 1:
Situação reduzida - 2x2 em espaço limitado (Zona de lateral / ponta ou
Zona lateral /central).
Nota: A complexidade deste exercício aumenta à medida que as atletas
conseguem superar as dificuldades, existindo as variantes de 3x3, 4x4 e 5x5.
Exercício nº 2:
Jogo de circulação de bola, situação reduzida 3X3 - (1/2 área).
As atletas procuram realizar 8 passes entre a própria equipa.
Nota: A complexidade deste exercício aumenta à medida que as atletas
conseguem superar as dificuldades, existindo as variantes de 4x4 e 5x5.
Exercício nº 3:
Jogo de circulação de bola sendo o objectivo, colocar a bola entre os
sinalizadores colocados na linha de 6 metros. Situação reduzida 3x3.
Nota: A complexidade deste exercício aumenta à medida que as atletas
conseguem superar as dificuldades, existindo as variantes de 4x4 e 5x5.
Exercício nº 4:
Jogo de circulação de bola, situação reduzida 5x5 com finalização, após a
realização de 8 passes entre os elementos da equipa, as atletas remata.

Conteúdos Tácticos Ofensivos – Transições


(i) Limitação do uso do drible;
(ii) velocidade de passe e deslocamentos;
(iii) limitação do tempo com posse de bola (Atleta).

42
Realização do Processo de Treino

Quadro nº 14: Sequência Metodológica – transições.

Conteúdos Tácticos – Limitação do uso do drible, velocidade de passe e


deslocamentos, limitação do tempo com posse de bola (Atleta).

Objectivos Criar superioridade numérica ofensiva relativa e absoluta.


Aumentar a velocidade de jogo.
Desenvolver a rápida tomada de decisão.
Desenvolver continuidade de jogo ofensivo.

Exercícios Exercício nº 1:
As atletas agrupam-se em grupos de duas atletas. O objectivo das duplas é
levar em grande velocidade a bola utilizando somente o passe desde os 6
metros até aos 9 metros opostos e finalizar.
Nota: A complexidade deste exercício aumenta à medida que as atletas
conseguem superar as dificuldades, existindo as variantes: uma ou duas duplas
a defender ou número de passes limite.
Exercício nº 2:
Jogo de transições - situação reduzida 5x5.
Jogo reduzido condicionado - A equipa com posse de bola ao apito realiza
ataque organizado realizando uma das opções validas para este processo, caso
a finalização tenha sucesso a equipa defensora efectua contra – golo, caso a
finalização não obtenha sucesso a equipa defensora realiza contra – ataque e
ataque rapido.
Nota: A complexidade deste exercício aumenta à medida que as atletas
conseguem superar as dificuldades, existindo as variantes de 6x6.
Exercício nº 3:
Jogo Holandês – Em jogo existem 4 equipas com quatro elementos cada.
Duas equipas colocam-se nas linhas finais opostas. As restantes duas equipas
ocupam o terreno de jogo. O objectivo é entregar a bola a equipa que se
encontra na linha final oposta ao campo em que se encontram as equipas,
através de passe, consequentemente trocam de funções.
Nota: A complexidade deste exercício aumenta à medida que as atletas
conseguem superar as dificuldades, existindo as variantes de cada equipa
possuir 5 ou 6 elementos e a realização ou não de marcação individual
Exercício nº 4:
Jogo Condicionado 6x6 – Jogo Formal com a condicionante de não pode

43
Realização do Processo de Treino

existir ataque organizado, apenas contra – ataque (directo e apoiado), ataque


rápido e quando as acções resultam em golo, contra – golo.

4.2.2. Conteúdos Tácticos Defensivos


(i) Saída ao portador de bola;
(ii) controlo defensivo;
(iii) deslocamentos;
(iv) ajuda;
(v) triângulo defensivo.

Quadro nº15: Sequência de Exercícios do processo defensivo

Conteúdos tácticos – Saída ao portador de bola, controlo defensivo, ajuda,


triângulo defensivo e deslocamentos

Objectivos Criar superioridade numérica defensiva.


Antecipação e dissuasão das acções do atacante.
Encurtar os espaços entre defensores.
Impedir a continuidade de jogo ofensivo do adversário.
Garantir o triângulo defensivo e hipótese de ajuda.

Exercícios Exercício nº 1:
Jogo reduzido 1x1 com apoio em espaço limitado (Zona de lateral / Zona da
ponta ou Zona central).
Nota: A complexidade deste exercício aumenta à medida que os defensores
conseguem superar as dificuldades, existindo as variantes: defensor
condicionado e defensor realiza um deslocamento criando dificuldades.
Exercício nº 2:
Jogo de circulação de bola, situação reduzida 3x2 em 1/2 área - (Posições de
central, lateral e pivô).
O ataque procura realizar 10 passes entre os elementos da equipa, invadindo

44
Realização do Processo de Treino

sempre os 9 metros. Os defendores um sai ao contacto com o portador de bola


directo e ou outro defensor e impede o passe para o pivô.
Nota: A complexidade deste exercício aumenta à medida que as atletas
conseguem superar as dificuldades, existindo as variantes de 4x3, 5x4 e 6x5,
como também pode variar o número de passes que o ataque deve realizar.
Exercício nº 3:
Jogo de circulação de bola sendo o objectivo dos defensores sair ao portador
de bola e evitar que o ataque finalize na zona central.
Situação reduzida 3x3 (posições laterais e central) e (ponta, lateral e central).
Nota: A complexidade deste exercício aumenta à medida que as atletas
conseguem superar as dificuldades, existindo as variantes de 3x2, 4x4 e 4x3.
Exercício nº 4:
Controlo defensivo – Grupos de 4 atletas, onde duas atletas servem de apoio
(à esquerda e à direita), uma atleta possui funções ofensivas e outra assume
funções defensivas. A atleta ofensiva realiza o ataque à baliza e depois efectua
o passe a um dos apoios. A atleta defensora sai à portadora de bola aos 9
metros e aquando do passe para um dos apoios realiza deslizamentos até aos 6
metros.
Nota: Variação no número de repetições.

45
Realização do Processo de Treino

46
Avaliação e Controlo de Treino
(Análise de Jogo)
Avaliação e Controlo de Treino

5. Avaliação e Controlo de Treino (Análise de Jogo)


A análise de jogo deve ser entendida a partir do estudo do próprio jogo,
tendo como base a observação da actividade dos jogadores e das equipas
(Garganta, 2001). A análise de jogo pode ter diversos enfoques
(Garganta,1998): (a) exigências e particularidades da modalidade; (b)
desempenho da nossa equipa e (c) características do adversário (scouting). O
facto de se tratar de uma equipa cujo objecto central é a melhoria da sua
formação, a análise de jogo realizada visava então analisar o comportamento
dos jogadores e da equipa. Como refere Araújo (1995), no desporto de
formação o acto de observar e analisar deve estar essencialmente preocupado
com a intenção de formar integralmente os atletas, constituindo o jogo um meio
e não um fim em si mesmo.
Não encontrámos na literatura métodos de avaliação e controlo do treino
baseados na essência do jogo de andebol, e em particular para a formação.
Tendo em conta que o processo formativo em andebol versa a melhoria do
desempenho fundamentalmente táctico, individual e de grupo, ainda que este
dependa sobremaneira de aspectos técnicos, motores e físicos, optámos por
recorrer à análise do desempenho em situação de competição (jogo).
De modo a obtermos um registo contínuo e sistemático da evolução da
equipa, iniciámos a análise dos jogos no primeiro encontro disputado da 1ª fase
do campeonato nacional e mantivemos esse procedimento ao longo de toda a
época.
A selecção dos jogos filmados foi realizada de forma a observar o
desempenho, em função de ciclos de aprendizagem e do adversário (figura 16
e figura 17).
Os jogos foram registados em vídeo e analisados à posteriori. Em 18
jogos do campeonato nacional realizados foram filmados 10.
Os jogos filmados durante a época desportiva, reportam-se somente aos
jogos efectuados no campeonato nacional (1ª fase e fase complementar), por
entendermos que os jogos do campeonato regional representavam um nível de
exigência inferior. Os jogos do campeonato nacional constituem-se uma
oportunidade por excelência para exercitar determinados conteúdos e dar
tempo de jogos às jogadoras habitualmente menos utilizadas.

49
Avaliação e Controlo de Treino

Deste modo, procuramos nos jogos desta competição desenvolver


diversos conteúdos que no decorrer da época não foram consolidados e ao
simultaneamente dedicar maior tempo de jogo às atletas menos solicitadas
durante a época. Com efeito, consideramos conveniente não filmar os jogos do
campeonato nacional para não adulterar os resultados obtidos.
As primeiras filmagens serviram de base à consolidação da análise
realizada às dificuldades individuais e colectivas da equipa, em face dos
problemas decorrentes das situações de jogo.
Com base na análise realizada, seleccionámos as principais dificuldades
e definimos planos de treino que visassem exercitar os comportamentos
pretendidos.
A evolução das aprendizagens foi regulada pela observação em treino e
fundamentalmente através da análise de jogo realizada após períodos de
exercitação/consolidação do pretendido. Daqui facilmente se infere que este
processo também foi utilizado para regular o próprio processo de treino, como
sugere Garganta (1997). Este processo foi repetido ao longo de toda a época
desportiva.

Nos Quadro nº 16 e 17 apresentamos os jogos gravados ao longo da


época.

Quadro nº 16: Jogos gravados na 1ª Fase do Campeonato nacional.

c – Jogos realizados no Lima a.

Quadro nº 17: Jogos gravados na Fase complementar do Campeonato nacional.

50
Avaliação e Controlo de Treino

c – Jogos realizados no Lima a.

Reportando-nos ao valor pedagógico e educativo da análise de jogo, foi


nosso propósito detectar as dificuldades e limitações das jogadoras e da
equipa. Em consequência do observado e analisado procedemos ao se
entenderam mais adequados e ajustado, com vista a melhorar o desempenho
táctico das jogadoras.

51
Calendário Competitivo
Calendário Competitivo

6. Calendário Competitivo
A equipa juvenil competiu a nível nacional, competição onde a
participação é obrigatória. A par desta competição a equipa também competiu
a nível regional sendo a participação facultativa.
No que concerne à competição nacional a equipa participou no
campeonato nacional – PO12.
No que concerne à competição nacional a equipa participa no
campeonato nacional Feminino - PO12, onde o regulamento da prova (ver
Anexo 2) apresenta a seguinte forma de disputa:
A 1ª Fase é composta por 6 zonas (por distritos) que disputam a
prova no sistema todos contra todos (TxT), a duas voltas.
Apuram-se para a 2ª Fase da competição, os três primeiros
classificados das zonas 3, 5 e 6, os dois primeiros classificados das
zonas 1 e 2 e o primeiro classificado da zona 4. As equipas que não se
apurarem disputarão a Fase complementar da Prova.
A 2ª Fase é composta por 2 zonas - a zona 1 com 8 equipas e a
zona 2 com 6 equipas - que disputam a prova no sistema de TxT a 2
voltas. Apuram-se, para a 3ª Fase, os 4 primeiros classificados da zona
1 e os 3 primeiros classificados da zona 2, aos quais se juntará o
representante da Associação de Andebol da Madeira.
Os dois primeiros classificados de cada zona (3ª Fase) ficam
apurados para a Fase Final do Campeonato nacional de Juvenis
Femininos, que se realizará de 11 a 13 de Junho de 2010.
A Fase complementar é composta por 5 zonas. A zona 1 tem 9
equipas e jogam no sistema TxT a 1 volta. A zona 2 (5 equipas), zona 3
(4 equipas) e zonas 4 e 5 (3 equipas) disputam a prova no sistema TxT
a 2 voltas.

De seguida apresentamos os jogos que a equipa disputou durante a 1ª


fase.

No Quadro nº 18 podemos observar os jogos que a equipa realizou na1ª


fase do campeonato nacional.

55
Calendário Competitivo

Quadro nº 18: Jogos do campeonato nacional – 1ª fase.

No decorrer da 1ª fase, a equipa não se apurou para a fase seguinte,


consequentemente a equipa ingressou na fase complementar.
No Quadro nº 19 apresentamos os jogos efectuados pela equipa na fase
complementar.

Quadro nº 19: Jogos do campeonato nacional – fase complementar (PO12).

Na figura 14 apresentamos a distribuição do número de jogos referentes à


competição nacional realizados ao longo da época. A equipa realizou um total
de 18 jogos num período de 8 meses. Na nossa perspectiva o número de jogos
foi muito reduzido, porque são motivo de motivação acrescida para as atletas e
servem de regulador do processo de treino. Optámos por participar em provas
regionais da Associação de Andebol do Porto para compensar este problema.
As competições do nível regional onde a equipa participou foram a taça de
abertura e o campeonato regional do Porto.

56
Calendário Competitivo

2
Número de Jogos 3 3 3
2 2 2 2

1 1

Figura nº 14: Relação de Jogos realizados pela equipa por mês nas competições oficiais.

De seguida, descriminamos os jogos realizados pela equipa nas


competições regionais, no quadro 20 apresentamos os jogos da taça de
abertura, no quadro 21 expomos os jogos do campeonato regional da
Associação de Andebol do Porto.

Quadro nº 20: Jogos da taça de abertura - regional

Quadro nº 21: Jogos do campeonato regional do Porto.

A nível regional houve um incremento de jogos no final da época (figura


15). As competições regionais disputam-se essencialmente no início da época

57
Calendário Competitivo

desportiva (Setembro) e no final da mesma (Junho). Estes períodos são muito


importantes, porquanto podem servir de reguladores da aprendizagem e
preparação da época actual ou da consequente. No início serviram os
propósitos da avaliação diagnóstica, preparação inicial e no final para
verificação das aprendizagens e evolução e preparação da época seguinte.

9
8
7
6
5
Número de Jogos
4 8
3
2 4
3
1
0
Setembro Maio Junho

Figura nº 15: Relação de Jogos realizados pela equipa por mês nas competições regionais.

Foram ainda planeadas outras participações competitivas


complementares às competições nacionais e regionais, em particular a
participação em torneios. No quadro 22 fazem-se saber as competições não
oficiais em que a equipa participou ao longo da época desportiva.

Quadro nº 22: Competições não oficiais realizadas pela equipa juvenil ao longo da época
desportiva.

58
Calendário Competitivo

As competições não oficiais foram realizadas em períodos de férias


escolares, proporcionando assim aos clubes os momentos ideais para
competirem em torneios fora própria cidade, num ambiente de grande
socialização e de educação cultural.
Com efeito, num curto período tempo a equipa realizou um elevado
número de jogos aumentando assim as condições para a equipa e as próprias
atletas evoluírem.
Na figura 16 apresentamos a distribuição de todos os jogos realizados
(incluindo as competições nacionais e regional e torneios). Como facilmente se
pode observar não há uma distribuição uniforme do número de jogos ao longo
da época. Durante os meses de Dezembro e Julho existiu um número
elevadíssimo de jogos, por motivo de participação em torneios.
Durante os meses de Outubro, Novembro, Janeiro e Fevereiro a equipa
teve um jogo a cada 15 dias. Na nossa perspectiva este é um número muito
reduzido de jogos durante estes meses da época.

16
13 14
14
12
Número de 10
7 8
Jogos 8 6
6
4 3 3
4 2 2 2
2
0

Figura nº 16: Total de Jogos efectuados pela equipa ao longo da época.

59
Resultados da Competição e Evolução do
desempenho
Resultados da Competição e Evolução do Desempenho

7. Resultados da Competição e Evolução do desempenho


Neste Capítulo referimos os resultados desportivos obtidos, contudo não
centraremos a análise somente aos resultados dos jogos, mas sim na evolução
da equipa e nos objectivos específicos (dimensão habilidades técnicas
motoras) alcançados.
No Quadro nº 23 apresentamos os jogos e os resultados obtidos durante
a 1ª fase do campeonato nacional.

Quadro nº 23: Jogos e resultados da equipa na 1ª fase do campeonato nacional – PO12.

Concluída a 1ª fase do campeonato nacional, a equipa não conseguiu o


acesso a 2ª fase, logo disputou a fase complementar do campeonato nacional.
Os jogos e resultados obtidos na fase complementar estão apresentados
no Quadro nº 24.

Quadro nº 24: Jogos e resultados da equipa na fase complementar do campeonato nacional –


PO12.

Como complemento das provas nacionais, a equipa participou nas provas


regionais da Associação de Andebol do Porto, nomeadamente na taça de
abertura e campeonato regional, cujos resultados apresentamos no quadro 25
e quadro 26, respectivamente.

63
Resultados da Competição e Evolução do Desempenho

Quadro nº 25: Jogos e resultados obtidos pela equipa na taça de abertura.

Quadro nº 26: Jogos e resultados obtidos pela equipa no campeonato regional.

Em seguida apresentamos, por ordem cronológica um breve resumo


acerca das competições em que a equipa participou.
No inicio da época (mês de Setembro) a equipa competiu na taça de
abertura (competição regional), não tínhamos ainda todas as atletas por razões
burocráticas.
Os jogos desta competição serviram como preparação e de integração de
novas jogadoras, algumas sem qualquer experiência competitiva.
Durante os jogos disputados constatamos que as jogadoras efectuavam
erros de sincronismo defensivo e também revelavam falta de entrosamento no
processo ofensivo.
Na 1ª fase do campeonato nacional, constituída por dez jornadas
observamos melhorias de jornada para jornada; em termos defensivos a equipa
substancialmente, tendo as jogadoras conseguido desempenhar com sucesso
as funções e tarefas propostas, no processo ofensivo a evolução foi mais lenta
e menos expressiva.
Neste ciclo da época demos particular ênfase à exercitação e
consolidação da transição ofensiva em consequência das dificuldades notadas.

64
Resultados da Competição e Evolução do Desempenho

Por último, destacamos que nas 10 jornadas realizadas a equipa apenas


saiu vitoriosa em dois jogos, empatou um e perdeu sete.
Nos sete jogos onde a equipa saiu derrotada, em quatro a equipa perdeu
pela margem mínima. Verificamos que nos momentos equilibrados a equipa
não possui maturidade suficiente para se impor aos adversários e revela
instabilidade emocional.
No decorre da fase complementar a equipa deu um substancial ”salto”
qualitativo, em particular no processo ofensivo, por comparação com as
dificuldades e problemas detectados no início de época. O desempenho no
processo defensivo manteve-se bastante consistente e sem grandes
dificuldades, neste ciclo da época a transição defesa-ataque foi muito
desenvolvida durante os treinos e a equipa revelou, com sucesso, os
comportamentos treinado sem situação de jogo.
Na última prova competitiva oficial da época, o campeonato regional era
constituído por equipas que nesta época não competiram a nível nacional e por
equipas que a par da nossa tinham participado no campeonato nacional, o que
contribui para que o campeonato fosse muito desnivelado.
As jogadoras que foram menos solicitadas no decorrer da época, tiveram
nesta competição oportunidade de jogar tempo suficiente para que
consolidarem as aprendizagens.
No campeonato regional o desempenho da equipa foi progredindo de
forma consistente, contudo em dois jogos o desempenho foi abaixo do usual e
esperado (conta o colégio de Gaia e Amarante).
No Quadro seguinte apresentaremos os objectivos específicos (Dimensão
Habilidades Motoras) delineados no início da época desportiva e uma
apreciação sumaria relativamente ao sucesso dos comportamentos
objectivados.

Quadro nº 27: Objectivos específicos da equipa

Não
Objectivos Específicos Atingido
atingido
Aperfeiçoar a nível de execução técnica das
X
habilidades motoras elementares (passe, remate,

65
Resultados da Competição e Evolução do Desempenho

recepção, desmarcação, finta com e sem bola e


drible)

Desenvolver as condutas defensivas individuais


(posição base, controlo do adversário,
deslocamentos, desarme no drible, corte de linhas X
de passe, intercepção, dissuasão) e de grupo (ajuda
e troca);

Melhorar a táctica ofensiva em situações de 2x2 e


X
3x3

Desenvolver as noções ofensivas de ataque ao


espaço, décalage, circulação de jogadores, X
cruzamentos e criação de superioridade numérica

Consolidar o sistema ofensivo 3:3 e mudança de


X
sistema para 2:4

Consolidar o sistema defensivo 5:1 e introduzir os


X
sistemas 4:2 e 3:2:1

Desenvolver o contra-ataque, ataque rápido e


X
contra-golo

Desenvolver a rápida tomada de decisão e


X
inteligência táctica.

No posto de guarda – redes desenvolver os


deslocamentos em função da bola, posição base
segundo remates altos, médios ou baixos, X
colocação rápida da bola em jogo após defesa ou
golo sofrido e a concentração

66
Resultados da Competição e Evolução do Desempenho

67
Conclusões e Sugestões
Conclusões e Sugestões

8. Conclusões e Sugestões
A realização deste estágio profissionalizante corresponde ao nosso 4º ano
de experiência como treinadora principal, de uma equipa de formação em
andebol, do sexo feminino. Esta experiência constitui-se num exercício de
superior dificuldade e exigência porque orientamos uma equipa de escalão
etário superior, comparativamente às experiências anteriores. O que para nós
era um desafio, uma vez que os objectivos de formação eram de nível mais
avançado.
Esta experiência revelou-se extremamente enriquecedora na medida em
que o nosso desempenho foi supervisionado por treinadores mais experientes,
tendo este processo contribuído para reflectir acerca da construção dos
exercícios e da sua adequação ao pretendido.
Análise do desempenho da equipa em situação de jogo, com recurso as
imagens vídeo, teve um contributo decisivo na melhoria da nossa capacidade
de observação, porque verificámos que a informação que retínhamos em
situação real de jogo era muito deficitária, quando comparada com a realizada
com base nas filmagens. Na verdade, verificamos que em situação real de jogo
a nossa atenção está distribuída por um conjunto elevado de factores e
situações, inerentes à competição, que exigem uma grande capacidade de
liderança, tomada de decisões e de gestão de recursos humanos. Admitimos
que a especificidade dos problemas com os quais lidámos decorre do próprio
contexto do clube, da equipa e da competição em causa. Neste âmbito,
destacamos alguns dos factores com quais tivemos que lidar: gestão da
equipa, do resultado, do tempo; análise em tempo real da adequação da nossa
estratégia à organização e estratégia do adversário; lesões; actuação dos
árbitros, entre outros. Esta foi para nós a tarefa que revelou ser de maior
complexidade.
A análise do comportamento táctico da equipa à posteriori, com recurso a
tecnologias de processamento digital de imagem (câmara lenta, zoom digital,
reconstrução 3D, etc.), permitiu-nos identificar de forma consistente os erros na
tomada de decisão, movimentação e colocação no espaço, em função do
modelo de jogo definido para a equipa e do próprio adversário.
Por outro lado, o visionamento dos jogos pelas jogadoras revelou ser um
excelente meio de aprendizagem, permitindo uma maior consciencialização

70
Conclusões e Sugestões

dos erros e das decisões tácticas mais ajustadas a cada situação. Este método
implica alguns recursos e dispêndio de tempo com filmagens, análise do jogo e
preparação das sessões de vídeo, contudo pensamos que a sua integração
nas rotinas do treinador de formação é extremamente importante. Acresce que
este método revelou ser decisivo para o planeamento e organização dos
exercícios de treino e controlo do próprio treino.
Na nossa perspectiva seria extremamente interessante dar seguimento a
este estudo. Com efeito, é necessário desenvolver uma metodologia mais
consistente e prática, aplicável a treinos e jogos.
Por último, estamos convictos que a elaboração de estudos/estágios
desta natureza e a partilha das informações, opções, experiências e resultados
podem ser úteis a outros treinadores da formação em andebol.
A abordagem a futuros estudos pensamos ser muito importante filmar e
analisar também o processo de treino, nomeadamente a adequação da
estrutura de exercícios ao pretendido.

71
Conclusões e Sugestões

Síntese Final

72
Síntese Final

9. Síntese Final

Concepção, Planeamento, Análise e Orientação de uma Equipa de


Andebol do Escalão Juvenil ao longo de Época Desportiva

Laura Alves 1 2, Jorge Costa 2 , Maria Luísa Estriga 1

1
Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Porto, Portugal
2
Académico Futebol Clube, Andebol

Resumo
A concepção, planeamento, realização e análise do processo de treino e da
competição constituíram-se como finalidades deste estágio desenvolvido com a
Equipa Juvenil de Andebol do Académico Futebol Clube durante a época
desportiva de 2009/2010.
De modo a realizar todo o processo, articulamos diversos conceitos, meios e
métodos associados à periodização, o treino, competição, formação de jovens
jogadoras de andebol, análise de jogo, funções de treinador, entre outros.
Este relatório de estágio congrega vários momentos reflexivos acerca da
metodologia utilizada e sua justificação, decorrentes das opções tomadas que
visavam a evolução do desempenho das jogadoras e da equipa.
O planeamento foi estruturado em cinco macrociclos apresentando cada um
diferentes pressupostos e objectivos. A equipa era constituída por dezanove
atletas, com idades compreendidas entre os 14 e os 16 anos.
Os objectivos delineados não foram atingidos na totalidade quer
individualmente quer colectivamente, por razões que se prendem com a
heterogeneidade do desempenho inicial e capacidade de aprendizagem do
grupo. Do ponto de vista da técnica individual ofensiva e defensiva os
objectivos de aprendizagem foram atingidos, nomeadamente ao nível do
passe, recepção, finta e remate, posição base e controlo do adversário,
desarme no drible e dissuasão. No que concerne à táctica colectiva defensiva a
evolução foi progressiva e consistente ao longo da época, em particular no
desenvolvimento do sistema defensivo 5:1 e 3:2:1, contra-ataque, ataque
rápido e contra-golo.

74
Síntese Final

Concluímos que a integração da análise de jogo nas rotinas do treinador de


formação é de extrema importância para o planeamento e organização dos
conteúdos e exercícios de treino e regulação do próprio treino e das decisões
tomadas pelo treinador em situação de competição. Este método permite
realizar uma reflexão sobre a acção de forma mais exaustiva e consistente, o
que revelou ser um meio de aprendizagem e de experiência formativa muito
significativo para nós.

Palavras – Chave: ANDEBOL, TREINO, ANÁLISE, FORMAÇÃO.

Introdução
O Andebol integra a categoria de Jogo Desportivo Colectivo que apresenta
determinadas características particulares, como a cooperação – oposição, luta
constante pela posse de bola e por último depende intimamente do factor
tempo.
O Andebol é considerado uma modalidade aberta, onde existe uma enorme
aleatoriedade e imprevisibilidade das situações de jogo e do resultado final.
Contudo, a busca das invariantes, dos padrões comportamentais, sejam de
natureza individual ou colectiva, é fundamental, porquanto nos permitir
identificar as unidades funcionais essenciais à elaboração do treino.
É no contexto de enorme riqueza e variabilidade das acções técnicas e
soluções tácticas que caracterizam o jogo de andebol actual, que importa dar
ao treino da tomada de decisão, inteligência táctica e leitura de jogo uma
importância central na formação de jovens jogadores. Na literatura são
frequentes a alusões à importância da tomada de decisão nos desportos
colectivos (e.g., Garganta, 1997; Adelino, 2000) e no andebol em particular
(e.g., Garcia Cuesta, 2002; Ribeiro e Volossovicth, 2004).
Não encontrámos na literatura qualquer modelo de formação de jovens
jogadores de andebol devidamente estruturado e fundamentado, em
concepções metodológicas sólidas ou experiências práticas. Contudo, é para
nós inequívoco que o modelo de jogo e jogadores evoluídos deve merecer a
reflexão dos treinadores, porquanto são a referência da excelência e da
preparação desportiva a longo prazo.

75
Síntese Final

Importa salientar que as alterações recentes às regras de jogo provocaram


mudanças significativas na interpretação táctica do jogo (Seco, 2006; Silva,
2008). As alterações às regras foram implementadas com o objectivo de tornar
o jogo mais apelativo para os espectadores (Seco, 2006), sendo a ideia central
aumentar a velocidade de jogo. Não encontrámos qualquer estudo rigoroso que
nos permite verificar as reais consequências das alterações às regras, contudo
existem vários artigos técnicos que sugerem que efectivamente o jogo de
andebol é hoje mais rápido (Seco, 2006; Aagaard, 2007; Pokrajac,2008). Os
autores (Seco, 2006; Silva, 2008) sugerem que aumento da velocidade de jogo
provocou um aumento dos erros na tomada de decisão, porque os jogadores
têm que decidir e executar mais rápido, em contexto mais aleatórios, e mais
vezes durante o jogo.
O jogo evoluído praticado por mulheres parece seguir as mesmas tendências
evolutivas acima mencionadas, todavia com algumas particularidades, como a
superior utilização das transições rápidas ofensivas (contra-ataque) e
confluência das acções ofensivas em zonas próximas da área restritiva de 6
metros (Bon, 2002). Estas diferenças no método de jogo podem advir de uma
menor capacidade de execução motora do remate de longa distância (1ª linha),
das mulheres em comparação com os homens (Estriga,2008). Ainda que não
tenhamos encontrado estudos sólidos acerca das características actuais do
jogo de andebol praticados por mulheres, os peritos da modalidade são da
opinião que jogo é hoje muito rápido, centrado numa lógica de criação e
ocupação de espaços (Aagaard, 2007).
Não tivemos também acesso a qualquer comunicação técnica ou documento
orientador acerca de como formar jovens jogadores para dar respostas às
actuais exigências e constrangimentos do jogo evoluído.
Esta nossa experiência foi, acima de tudo, um exercício de reflexão conceptual
baseada em metodologias de treino gerais, orientadas para a formação em
Jogos Desportivos Colectivos, e outros conhecimentos adquiridos ao longo da
nossa formação académica e experiência desportiva.
A reflexão sobre o planeamento e orientação do processo de treino e
competição foi o principal meio de aprendizagem utilizado.
A estagiária assumiu funções de treinadora principal de duas equipas de
andebol, do sexo feminino, do AFC na época desportiva 2009-10 (iniciadas e

76
Síntese Final

juvenil), numa lógica de continuidade de formação e de relações pessoais (com


jogadoras e pais). Contudo o estágio profissionalizante centrou-se na equipa
juvenil, que disputava o Campeonato nacional de 1ª Divisão.

Caracterização das Condições de Estágio


Clube: O Académico Futebol Clube (AFC) é um clube com enorme tradição na
cidade do Porto. No ano de 2011 comemorará o seu centésimo aniversário, um
marco de extrema importância para esta instituição. O AFC é um clube eclético,
existindo desde a sua génese uma enorme diversidade de modalidades.
O Andebol Feminino surge no AFC no final da década dos anos 70, no período
correspondente a internacionalização do andebol (integração da modalidade no
programa Olímpico – Montreal 1976). Após um interregno de 18 anos, o
Andebol Feminino ressurge no Clube em 2004, sendo na actualidade um
importante um projecto de formação humana e desportiva.
Estrutura física: O Clube e as suas instalações estão situados na Rua Costa
Cabral, na cidade do Porto. As instalações do clube são dotadas de uma sede,
o Palacete do Lima, o pavilhão principal, um pavilhão secundário, um ginásio,
uma sala de multiusos, uma clínica de fisioterapia e um bar – restaurante.
Recursos humanos: Na secção de Andebol, na época 2009/2010, existem dez
equipas, sendo oito de formação. A equipa técnica era constituída por 27
elementos (dirigentes e treinadores), distribuídos pelas diversas equipas. Nesta
época, o Clube teve 163 jogadores federados.
Equipa Juvenil: A equipa de juvenil era constituída por dezanove atletas, treze
com idades compreendidas entre os 15 e 16 anos e seis com 14 anos.
Em termos antropométricos as jogadoras pesavam, em média, 59 kg +/- 9.8,
mediam 164.2 cm +/- 5.3 e apresentavam o Índice de Massa Corporal médios
de 21.6 +/- 8.0.
Objectivos da Equipa Juvenil: De acordo com os objectivos do Clube
elaboramos um conjunto de objectivos específicos para a equipa, que a seguir
se anunciam:
Dimensão psico-social: (a) fomentar valores de fair – play, ajuda, tolerância e
compreensão; (b) desenvolver valores e hábitos de responsabilidade,
assiduidade, pontualidade, respeito pelo próximo e boa educação.

77
Síntese Final

Dimensão Habilidades Motoras (Técnico e Táctico): (a) aperfeiçoar o nível de


execução técnica das habilidades motoras elementares (passe, remate,
recepção, desmarcação, finta com e sem bola e drible); (b) desenvolver as
condutas defensivas individuais (posição base, controlo do adversário,
deslocamentos, desarme no drible, corte de linhas de passe, intercepção,
dissuasão) e de grupo (ajuda e troca); (c) melhorar a táctica ofensiva em
situações de 2x2 e 3x3; (d) desenvolver as noções ofensivas de ataque ao
espaço, décalage, circulação de jogadores, cruzamentos e criação de
superioridade numérica; (e) consolidar o sistema ofensivo 3:3 e mudança de
sistema para 2:4; (f) consolidar o sistema defensivo 5:1 e introduzir os sistemas
4:2 e 3:2:1; (g) desenvolver o contra-ataque, ataque rápido e contra-golo; (h)
desenvolver competências e capacidade de tomada de decisão rápida e
inteligência táctica.
Dimensão - Cultura Desportiva: (a) melhorar o nível cultural, desenvolver
hábitos de alimentação saudável e higiene; (b) adquirir conhecimentos
específicos acerca da evolução da modalidade e das suas características
actuais.
Dimensão - Fisiologia do Treino: (a) desenvolver as capacidades físicas e
coordenativas gerais e específicas da modalidade, em função da idade e
estádio de desenvolvimento.
Sessões de treino semanais: três vezes por semana (terça-feira, quinta-feira e
sexta-feira), com a duração de 90 minutos por sessão. Nos fins-de-semana,
sem competição, foi realizada uma sessão de treino complementar ao sábado,
com igual duração as restantes.
A época prolongou-se por 47 semanas, perfazendo um total de 157 sessões de
treino, totalizando 280 horas de treino anuais.

Planeamento
Freitas (1999) refere que planeamento é um processo projectivo de apoio à
organização, coordenação e concretização dos objectivos estabelecidos, com
base nos conhecimentos actuais sobre o treino desportivo, a modalidade em
questão e os atletas visados, permitindo controlar e orientar todo o processo de
treino, bem como os resultados desportivos.

78
Síntese Final

O plano anual elaborado serviu de fio condutor às decisões tomadas, numa


dimensão macro e micro do processo. No quadro 3 apresentamos o
planeamento anual, enunciado a sequência dos conteúdos técnicos e táctico a
abordar, por ciclos de trabalho.

Quadro nº 1: Planeamento Anual da equipa juvenil.

Conteúdo Conteúdo não


Legenda:
desenvolvido desenvolvido

79
Síntese Final

Avaliação e Controlo do Treino (Análise de Jogo)


Não encontrámos na literatura métodos de avaliação e controlo do treino
baseados na essência do jogo de andebol, e em particular para a formação.
Tendo em conta que o processo formativo em andebol versa a melhoria do
desempenho fundamentalmente táctico, ainda que este dependa sobremaneira
de aspectos técnicos, motores e físicos, optámos por recorrer à análise do
desempenho em situação de competição (jogo).
A análise de jogo deve ser entendida a partir do estudo do próprio jogo, tendo
como base a observação da actividade dos jogadores e das equipas
(Garganta, 2001). A análise de jogo pode ter diversos enfoques
(Garganta,1998): (a) exigências e particularidades da modalidade; (b)
desempenho da nossa equipa e (c) características do adversário (scouting). O
facto de se tratar de uma equipa cujo objecto central é a melhoria da sua
formação, a análise de jogo realizada visava então analisar o comportamento
dos jogadores e da equipa.
De modo a obtermos um registo contínuo e sistemático da evolução da equipa,
iniciámos a análise dos jogos no primeiro encontro disputado da 1ª fase do
campeonato nacional e mantivemos esse procedimento ao longo de toda a
época. A selecção dos jogos filmados foi realizada de forma a observar a
evolução, em função de ciclos de aprendizagem e do nível de dificuldade
imposto adversário. Os jogos foram registados em vídeo e analisados à
posteriori. Em 18 jogos do campeonato nacional realizados foram filmados 10.
As primeiras filmagens serviram de base à consolidação da análise realizada
às dificuldades individuais e colectivas da equipa, em face dos problemas
decorrentes das situações de jogo.
Os jogos seleccionados foram visionados na íntegra e todas as dificuldades e
erros detectados foram listados. A partir desta listagens categorizamos os
comportamentos e analisamos a sua significância pedagógica e metodológica.
Com base na análise realizada, seleccionámos as principais dificuldades e
definimos planos de treino que visassem exercitar os comportamentos
pretendidos.
A evolução das aprendizagens foi regulada pela observação em treino e
fundamentalmente através da análise de jogo realizada após períodos de
exercitação/consolidação de conteúdos. Daqui facilmente se infere que este

80
Síntese Final

processo também foi utilizado para regular o próprio processo de treino, como
sugere Garganta (1997). Este processo foi repetido ao longo de toda a época
desportiva.
Calendário Competitivo
A equipa competiu a nível nacional, competição onde a participação
obrigatória. A par desta competição a equipa também competiu a nível regional
sendo esta participação facultativa.
No que concerne à competição nacional a equipa participou no campeonato
nacional – PO12.
No quadro seguinte apresentamos o número total de jogos efectuados
(incluindo campeonato nacional, campeonato regional e torneios).

16
14
12
10
8
6
4
2
0

Figura nº 1: Jogos realizados pela equipa juvenil ao longo da época desportiva.

Evolução do desempenho
Em virtude de se tratar de um escalão de formação, cujos objectivos passam
pela valorização técnica e táctica das jogadoras, os resultados (enquanto
sinónimo de vitória) não se constituíram nos objectivos nucleares do processo.
No quadro 4 apresentamos um resumo dos principais comportamentos a
aprender e a avaliação do sucesso do processo.

81
Síntese Final

Quadro nº 2: Objectivos específicos relativos à dimensão habilidades motoras

Objectivos Específicos Atingido Não


atingido
Aperfeiçoar a nível de execução técnica das habilidades motoras x
elementares (passe, remate, recepção, desmarcação, finta com e
sem bola e drible)

Desenvolver as condutas defensivas individuais (posição base, x


controlo do adversário, deslocamentos, desarme no drible, corte de
linhas de passe, intercepção, dissuasão) e de grupo (ajuda e troca);

Melhorar a táctica ofensiva em situações de 2x2 e 3x3 x


Desenvolver as noções ofensivas de ataque ao espaço, décalage, x
circulação de jogadores, cruzamentos e criação de superioridade
numérica

Consolidar o sistema ofensivo 3:3 e mudança de sistema para 2:4 x


Consolidar o sistema defensivo 5:1 e introduzir os sistemas 4:2 e x
3:2:1

Desenvolver o contra-ataque, ataque rápido e contra-golo x


Desenvolver a rápida tomada de decisão e inteligência táctica. x

Conclusão
A realização deste estágio profissionalizante corresponde ao nosso 4º ano de
experiência como treinadora principal, de uma equipa de formação em andebol,
do sexo feminino. Esta experiência constitui-se num exercício de superior
dificuldade e exigência porque orientamos uma equipa de escalão etário
superior, comparativamente às experiências anteriores. O que para nós era um
desafio, uma vez os objectivos de formação eram de nível mais avançado.
Esta experiência revelou-se extremamente enriquecedora na medida em que o
nosso desempenho foi supervisionado por treinadores mais experientes, tendo
este processo contribuído para reflectir acerca da construção dos exercícios e
da sua adequação ao pretendido.

82
Síntese Final

Análise do desempenho da equipa em situação de jogo, com recurso as


imagens vídeo, teve um contributo decisivo na melhoria da nossa capacidade
de observação, porque verificámos que a informação que retínhamos em
situação real de jogo era muito deficitária, quando comparada com a realizada
com base nas filmagens. Na verdade, verificamos que em situação real de jogo
a nossa atenção está distribuída por um conjunto elevado de factores e
situações, inerentes à competição, que exigem uma grande capacidade de
liderança, tomada de decisões e de gestão de recursos humanos. Admitimos
que a especificidade dos problemas com os quais lidámos decorre do próprio
contexto do clube, da equipa e da competição em causa. Neste âmbito,
destacamos alguns dos factores com quais tivemos que lidar: gestão da
equipa, do resultado, do tempo; análise em tempo real da adequação da nossa
estratégia à organização e estratégia do adversário; lesões; actuação dos
árbitros, entre outros. Esta foi para nós a tarefa que revelou ser de maior
complexidade.
A análise do comportamento táctico da equipa à posteriori, com recurso a
tecnologias de processamento digital de imagem (câmara lenta, zoom digital,
reconstrução 3D, etc.), permitiu-nos identificar de forma consistente os erros na
tomada de decisão, movimentação e colocação no espaço, em função do
modelo de jogo definido para a equipa e do próprio adversário.
Por outro lado, o visionamento dos jogos pelas jogadoras revelou ser um
excelente meio de aprendizagem, permitindo uma maior consciencialização
dos erros e das decisões tácticas mais ajustadas a cada situação. Este método
implica alguns recursos (matérias e humanos) e grande dispêndio de tempo
com filmagens, análise do jogo e preparação das sessões de vídeo. Contudo,
pensamos que a sua integração nas rotinas do treinador de formação é de
extrema importância para o planeamento e organização dos exercícios de
treino e regulação do próprio treino, com base no desempenho em competição,
A análise de cada jogo foi realizada com base nas seguintes categorias de
comportamento: ataque, defesa e transições.

Referencias Bibliográficas

83
Síntese Final

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84
Síntese Final

Sequencial Dissertação de Doutoramento apresentado à Faculdade de


Desporto da Universidade do Porto, Porto.

85
Síntese Final

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86
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91
Anexos
Anexo I
Anexos

Anexo 1 – Ficha de Caracterização da Atleta.


Ficha de Caracterização da Atleta
Data de aplicação do questionário: ____/____/____
Este questionário destina-se à recolha de dados para a realização de uma
dissertação no âmbito do Mestrado de Treino Desportivo de Alto Rendimento,
opção Andebol, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.
O questionário a seguir apresenta questões fechadas. Indique, por favor, a
resposta mais adequada, colocando um “x”, no espaço respectivo.
Este questionário é totalmente anónimo.

1.Data de Nascimento: ___/____/____


2.Escalão:
( ) Iniciada ( ) Juvenil 1º ano ( ) Juvenil 2º ano
3.Anos de prática de Andebol?
( ) 1 ano ( ) 2 a 3 anos( ) 4 a 5 anos( ) mais de 6 anos
4.Quantos treinadores já teve?
( ) apenas 1 treinador ( ) 2 a 3 treinadores ( ) 4 a 5 treinadores ()
mais de 6 treinadores
5.Como classifica qualitativamente a sua formação no Andebol?
( ) Boa. ( ) Suficiente. ( ) Insuficiente.
6.Alguma vez cessou a prática da Modalidade?
6.1 ( ) Sim ( ) Não
6.2 Se sim, porque?
( ) Falta de tempo ( ) Lesão grave ( ) Falta de motivação ()
Problemas Familiares
7.Estado Maturacional:
7.1Já teve a Primeira Menstruação?
( ) Sim ( ) Não
7.1.1 Se sim, com que idade?
( ) menos de 10 ( ) Entre os 10 e 11 anos ( ) Entre os 12 e 13
anos ( ) Entre os 14 e 15 anos ( ) Mais de 15 anos
7.2 Após observar as imagens, refere em que estádio se encontra.
Figura Es Es Es Es Es Es

XIX
Anexos

tádio I tádio II tádio III tádio IV tádio V tádio VI


A–
Desenvolvimento
da pilosidade
púbica
B–
----
Desenvolvimento
-------
dos Seios

Figura A – Desenvolvimento da pilosidade púbica

Figura B - Desenvolvimento dos Seios

XX
Anexo II
Anexos

Anexo 2 – Regulamento Campeonato nacional (Po12)

REGULAMENTO ESPECIFICO DA PO 12 - CAMPEONATO NACIONAL


- JUVENIS FEMININOS
REGULAMENTO DA PROVA – ÉPOCA 2009/2010
I - RECOMPENSAS E PRÉMIOS
Art.º 1.º - Ao Campeão Nacional será atribuída uma Taça e vinte
medalhas.
II - CLUBES PARTICIPANTES
Art.º 2.º - Participam todas os Clubes que se inscreverem
regulamentarmente até 31-08-2009. Terão que possuir 1 (uma) equipa do
escalão inferior (Iniciados), regularmente inscrita. Participa igualmente nesta
prova, a partir da 1ª Fase, o Clube Centro de Formação de Andebol Feminino
da A.A. da Madeira.
III - JOGADORES PARTICIPANTES
Art.º 3.º - Podem participar as jogadoras nascidas em 1993 e 1994.
1. Podem ainda participar as jogadoras nascidas em 1995 e 1996 com
tarjeta de “Apto a Juvenil”.
2 .Os Clubes tem que inscrever no Boletim de Jogo e estar presentes
fisicamente o mínimo de 10 jogadoras. O incumprimento implica a multa de 100
€ (cem) por cada jogador em falta.
IV - TREINADORES
Art.º 4.º De acordo com o estipulado em CO.
V - FORMA DE DISPUTA
Art.º 5.º - A estrutura da Prova será indicada em Comunicado Oficial,
posteriormente à data limite de inscrição
VI - TITULOS
Art.º 6.º - Ao vencedor da Fase Final Grupo “A”, é atribuído título de
CAMPEÃO NACIONAL.
VII - CLASSIFICAÇÕES E DESEMPATES
Art.º 7.º - No caso de igualdade pontual entre 2 ou mais Clubes em
qualquer FASE com três Clubes ou mais e disputada no sistema “de todos
contra todos”, aplica-se o RG da FAP e Associações.
Artº 8º - No caso de igualdade pontual em FASE com apenas 2 Clubes o
desempate obtém-se pela aplicação dos critérios a seguir indicados:

XXIII
Anexos

1. Pelos pontos obtidos nos dois jogos.


2. Pela diferença de golos marcados e sofridos nos dois jogos.
3. Se no fim do tempo regulamentar do 2.º jogo os Clubes se encontrarem
empatadas nos termos dos pontos 1 e 2, proceder-se-à ao desempate de
acordo com as Regras Oficiais de Jogo e o Documento Complementar dos
Regulamentos Específicos das Provas Nacionais.
4. Na Fase em Concentração, nos possíveis jogos a eliminar, aplica-se o
previsto no ponto anterior.
5. Em caso de ser necessário apurar o 2.º ou 3.º melhor classificado de
uma das zonas, em qualquer fase, a sua determinação será feita com base nos
seguintes critérios:
5.1 - Os Clubes com maior número de pontos.
5.2 - Os Clubes com maior número de vitórias.
5.3- Os Clubes com maior diferença entre o número de golos marcados e
o número de golos sofridos.
5.4- Os Clubes oriundos das Associações com maior número de Clubes
no Campeonato nacional
5.5 - Os Clubes oriundos das Associações com maior número de
jogadores inscritos no escalão.
5.6 - No caso das zonas não terem o mesmo número de Clubes, o
apuramento será feito com base na divisão dos critérios atrás indicados, pelo
número de jogos realizados, calculando-se assim o respectivo coeficiente.
VIII - HORÁRIOS E MARCAÇÕES
Art.º 9.º - Com excepção de acordo expresso entre os Clubes ou a
marcação feita pela Federação cabe ao Clube visitado marcar os horários de
começo dos jogos dentro das seguintes opções:
1. Nas jornadas duplas os jogos têm obrigatoriamente de ser disputados
em dois dias seguidos.
Podendo ser equacionado a alteração do 2º jogo, quando devidamente
justificado.
2. Os dias e horários para os Clubes procederem à marcação de
campos e horas, serão comunicados em documento de sorteio.
3. Os jogos referentes à última jornada de Fases disputadas no sistema
de casa/fora, realizam-se todos no mesmo dia e à mesma hora.
4. Os Clubes que não indiquem à FAP, dentro dos prazos estabelecidos,
as horas e locais dos jogos a disputar na condição de visitados, ou o façam não
respeitando o que está regulamentado, terão os seus jogos marcados pela
FAP.
5. Depois desta marcação, só por acordo entre só por acordo entre os
Clubes nos termos regulamentares, o jogo poderá ser mudado, sujeitando-se o
Clube a todas as penalizações previstas como se a marcação fosse sua, no
caso do jogo não se poder realizar.

XXIV
Anexos

6. Em documento de sorteio poderá ser indicado como conveniente outro


horário
7. Em regime de concentração serão a FAP/Associações Regionais a
proceder a marcação dos horários.
IX - ENTRADAS NOS RECINTOS E ORGANIZAÇÃO
Art.º 10.º - Os jogos são realizados com entradas livres.
Art.º 11.º - Nos jogos no sistema Casa/Fora os Oficiais de Mesa são
designados pelos Clubes
1. Os árbitros serão nomeados pela FAP em coordenação com as
Associações Regionais, e são os responsáveis pela realização do jogo e os
representantes dos Clubes são auxiliares no desempenho das tarefas de
Oficiais de Mesa.
a) Compete aos árbitros serem portadores do Boletim de Jogo e fazê-lo
chegar à FPA;
2. As tarefas de Oficiais de Mesa têm de ser desempenhadas com
integridade e idoneidade, nomeadamente recolhendo os dados necessários ao
preenchimento adequado do Boletim de Jogo, vigiando os comportamentos
necessários à realização de um jogo, auxiliando os Árbitros no preenchimento
do Boletim de Jogo, na Contagem do Tempo de Jogo e dos Tempos de
Exclusão.
3. A falta de um elemento para as funções de Oficial de Mesa implica para
o Clube em falta:
a) Terá de pagar os custos completos da deslocação de um Oficial de
Mesa (Prémio de presença e Despesas de Deslocação e Refeição);
b) O Clube em falta poderá justificar a ausência do seu representante
para Oficial de Mesa nas 48 horas úteis sequentes o que será analisado e
decidido pela FAP em conformidade.
4. Na falta de um elemento para desempenho das funções de Oficiais de
Mesa o jogo ter-se-á sempre de realizar cabendo à dupla de Árbitros a decisão
sob a organização a adoptar e o desempenho das tarefas de auxílio.
Art.º 12.º - Nos jogos em regime de concentração, os Oficiais de Mesa
são designados pela FAP em conjunto com as Associações Regionais.
X - CAMPOS
Art.º 13.º Os campos a indicar deverão possuir todas as condições
regulamentares.
1. Nas Fases em Concentração a indicação do campo é da
responsabilidade da FAP
XI - CASOS OMISSOS
Art.º 14.º - Este RE anula as disposições que o contradigam na
Regulamentação em vigor.
A tudo o que não vem especificado neste RE aplica-se o RG da FAP e
Associações.

XXV

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