Átomo e A Mecanica - Quantica

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 6

Ficha de Físico-Química 10º Ano

NÚMEROS QUÂNTICOS
O Modelo Da Nuvem Electrónica

Da certeza à incerteza; da órbita à orbital


Como vimos, no modelo de Bohr eram admitidas órbitas para os eletrões.
Ora, falar de órbita implica conhecer, simultaneamente e com exatidão, a posição e a
energia do eletrão num dado momento.
No entanto, Heizenberg demostrou que é impossível determinar, simultaneamente e
com exatidão, a posição e a energia de um eletrão.
Esta era uma das limitações do modelo de Bohr, tendo sido necessário imaginar um
outro modelo para o átomo.
O modelo atual é um modelo matemático, baseado num novo ramo da física – a
Mecânica Quântica.
Neste novo modelo, o comportamento do eletrão no átomo é descrito por uma equação
matemática – a equação de onda de Schödinger. A partir da resolução dessa equação
obtêm-se informações quanto à energia e à posição do eletrão num dado momento.

Tal como acontecia no modelo de Bohr, a energia do eletrão vem quantificada, mas
quanto à posição deixou de se falar em certeza, ou seja, abandonou-se a ideia de uma
posição exata do eletrão. Apenas se conhece a probabilidade de um eletrão com uma
determinada energia se localizar num dado ponto do espaço.
Abandonou-se o conceito de órbita e adotou-se o de orbital, que, de um modo genérico,
se pode definir como uma região do espaço onde, sob a ação do núcleo, o eletrão
com uma dada energia tem probabilidade de se encontrar.

Os eletrões movem-se a velocidade elevadas em torno dos respetivos núcleos, não


tendo trajetórias definidas. Isto significa que, no seu movimento, um eletrão com uma
dada energia pode estar ora mais perto do núcleo ora mais afastado, ocupando mais
vezes determinadas posições no espaço à volta do núcleo que outras.

Uma orbital não se consegue visualizar, embora existam varias maneiras de a


representar. Uma delas é o modelo da nuvem eletrónica.
A figura ao lado representa um átomo
segundo o modelo da nuvem
eletrónica.

Modelo atómico de Núvem Eletrónica


Modelo atómico de Bohr

O eletrão descreve uma órbita – linha O eletrão descreve uma orbital – região do espaço
onde existe a certeza de encontrar um onde há uma probabilidade elevada de se encontrar
eletrão com uma dada energia. um eletrão com uma dada energia.
Números quântico; caracterização das orbitais

Para caracterizar as orbitais atómicas são necessários três parâmetros – chamados


números quânticos – que resultam da resolução da equação de Schrödinger:

 n - número quântico principal;


 l - número quântico de momento angular orbital, ou número quântico azimutal;
 ml - número quântico magnético.
Cada um deles se relaciona com uma característica da orbital.
Assim:
O número quântico principal (n ¿ está relacionado com o tamanho da orbital (distância
media do eletrão ao núcleo).
Pode assumir os valores inteiros 1, 2, 3, … e assim sucessivamente.

O número quântico de momento angular orbital ou número quântico azimutal (l )


está relacionado com a forma da orbital (tipo de orbital). Os valores de l dependem dos
valores do número quântico principal n .
O número quântico l só pode assumir os valores inteiros compreendidos entre 0 a (n-1).
Por exemplo:
 Se n=1 , l só pode ser igual a 0.
 Se n=2, l só pode assumir os valores 0 e 1.
 Se n=3 ,l pode assumir os valores 0,1 e 2.

l 0 1 2 3 4 5
Tipo de orbital s p d f g h

Exemplos:
 Uma orbital 2s tem n=2 e l=0
 Uma orbital 3p tem n=3 e l=1
Um conjunto de orbitais com o mesmo valor de n é frequentemente designado por nível
de energia, ou camada.

O número quântico magnético orbital (ml ) está relacionado com a orientação da


orbital no espaço. Os valores de ml dependem do valor do número quântico de
momento angular, l .
Estes valores são números inteiros compreendidos entre –l e + l .
Por exemplo:
 Para l = 0, ml só pode ser 0. Teremos então uma orbital s.
 Para l =1, ml poderá assumir os valores -1,0,+1.
Então teremos três orbitais p orientadas segundo os três eixos: px, py e pz, todas com a
mesma energia.
Vamos agora deduzir os números e o tipo de orbitais existentes em cada nível de
energia de um átomo isolado.

n l ml orbital nº de orbitais
1 0 0 1s(1,0,0) 1
0 0 2s(2,0,0) 1
2 -1 2p(2,1,-1)
1 0 2p(2,1,0) 3 4
+1 2p(2,1,1)
0 0 3s(3,0,0) 1
-1 3p(3,1,-1)
1 0 3p(3,1,0) 3
1 3p(3,1,1)
3 9
-2 3d(3,2,-2)
-1 3d(3,2,-1)
2 0 3d(3,2,0) 5
+1 3d(3,2,1)
+2 3d(3,2,2)

2.3. Caracterização do eletrão; número quântico de spin

Experiências realizadas com um feixe de átomos de hidrogénio submetidos a um campo


magnético não homogéneo revelaram que o feixe se dividia em dois feixes, que se
desviavam em sentidos opostos.
Para poder explicar este comportamento, os físicos da época consideraram que os
eletrões se comportavam como pequenos ímanes.
Tal comportamento resultaria de um movimento de rotação do eletrão sobre si próprio
(spin, em inglês). Dado que existiam dois movimentos de rotação possíveis para o
eletrão, um no sentido dos ponteiros do relógio, outro no sentido contrário, existiriam
dois estados de spin.

Para caracterizar estes dois estados, criou-se um quarto número quântico – o número
quântico magnético spin (ms), que apenas pode assumir os valores:
+1 −1
ms = ou ms=
2 2
Para caracterizar uma orbital são necessários três números quânticos (n, l, ml)
Para caracterizar um eletrão no átomo são necessários quatro números quânticos (n, l,
ml, ms).
Exemplo:
A orbital 3s é caracterizada por três números quânticos.
n=3; l = 0; ml =0 ou (3,0,0)
Uma orbital 3s com dois eletrões representa-se por 3s2.
Cada um dos dois eletrões na orbital 3s é caracterizado por quatro números quânticos:
+1
(
n=3 ; l=0 ;ml=0 ; ms= ou 3,0,0 ,+
2 )
1
2
−1 1
n=3 ; l=0 ;ml=0 ; ms= ou(3,0,0 ,− )
2 2
Podemos representar esquematicamente cada orbital por um quadrado e cada eletrão por
uma seta, construindo assim um diagrama de caixas.
+1
Neste diagrama, a seta que aponta para cima representa o número de spin ms= ,
2
−1
enquanto a seta que aponta para baixo representa ms= .
2
Exemplo:
Simboliza uma orbital com dois eletrões.

2.4. Tamanho, forma e orientação das orbitais:

As orbitais s apresentam simetria esférica, verificando-se que o tamanho da orbital


aumenta com o número quântico principal, n.

Normalmente estas orbitais representam-se esquematicamente por esferas, que


correspondem a 90% de probabilidade de se encontrar o eletrão na orbital.

As orbitais p apresentam dois lóbulos simétricos, tendo o núcleo como centro. Estes
lóbulos estão orientados segundo cada um dos eixos cartesianos do plano.

Tal como nas orbitais s, o tamanho das orbitais p aumenta com o número quântico
principal: de 2p para 3p, de 3p para 4p, e assim sucessivamente.

Energia das orbitais

 Quanto maior for o número quântico principal (n), maior é a energia.


E3s > E2s
 Em átomos monoeletrónicos, a energia da orbital só depende de n.
 Orbitais com iguais números quânticos principal e azimutal têm a mesma energia.
E2px = E2py = E2pz
 Para átomos diferentes, a energia e o tamanho de um dado tipo de orbital não são
iguais. Por exemplo, a orbital 1s do sódio ( 11Na) tem maior energia que a orbital 1s
do potássio (19K).

2.5. Distribuição dos eletrões pelas orbitais


A maneira como os eletrões se distribuem nas orbitais dos átomos polieletrónicos – a
configuração eletrónica – baseia-se em seguintes princípios ou regras:

 Principio Da Energia Mínima - os eltrões devem ocupar as orbitais disponiveis


que conduzem a um estado de menor energia, ou seja, as orbitais são preenchidas
por odem crescente de energia. A energia dos átomos polielectrónicos depende
exclusivamente do n.

Exemplo:

A configuração do átomo de Lítio


3Li - 1s 2s e não 1s 2s
2 1 1 2

 Princípio De Exclusão De Pauli - não podem existir dois electrões num átomo
com os quatros números quânticos iguais, ou seja, numa mesma orbital não pode
existir mais do que um eletrão com os mesmos números quânticos. Por isso, numa
orbital só pode existir, no máximo, dois electrões com spin opostos. Por exemplo,
se os números quânticos n, l, e ml são iguais nos dois elétrões, estes deverão
necessariamente ter os números ms diferentes (spin opsto).
Exemplo: A configuração do átomo do Berilio
5Be - 1s 2s 2p e não 1s 2s
2 2 1 2 3

Seguem-se as configurações eletrónicas dos cinco elementos de número atómico


mais baixo e respetivos diagramas de caixas.

 Regra De Hund - no preenchimento das orbitais com mesma energia (é o caso


das 3 orbitais p, npx npy npz), primeiro procede-se ao semipreenchimento de um
electrão por cada orbital (com mesmo spin), e só depois procede-se ao
emparelhamento. O arranjo mais estável (menos energético) é que tiver maior
número de eletrões com spins paralelos.
Exemplo: A configuração eletrónica do átomo de carbono
6C - 1s 2s 2px 2py 2pz 1s2 2s2 2px2 2py0 2pz0
2 2 1 1 0
e não

Cada eletrão que ocupa sozinho uma orbital designa-se por eletrão «desemparelhado»

Diagrama de Linus Pauling


Com base nos princípios e regras enunciadas, Linus
Pauling elaborou um diagrama de preenchimento das
orbitais que facilita a escrita das configurações
eletrónicas de átomos polieletrónicos.
Para simplificar-se a configuração eletrónica de
um átomo: basta representar os eletrões mais
interiores do átomo pela configuração eletrónica
do gás nobre do período anterior da Tabela
Periódica, seguida dos eletrões de valência.

Ao conjunto do núcleo com os eletrões mais


internos chama-se cerne.

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10…

Você também pode gostar