05 Conhecimentos Bancarios

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BANRISUL

Escriturário

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional. .......................................... 1


Banco Central do Brasil. Bancos Múltiplos. Bancos Comerciais. Caixas Econômicas. Bancos de
Câmbio. .................................................................................................................................................. 24
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Bancos de Desenvolvimento.
Bancos de Investimento ......................................................................................................................... 36
Cooperativas de Crédito. Bancos Comerciais Cooperativos. ............................................................. 40
Administradoras de Consórcios. Corretoras de Câmbio. .................................................................... 41
Sociedade Corretora de Títulos e Valores Mobiliários. Sociedade Distribuidora de Títulos e Valores
Mobiliários .............................................................................................................................................. 42
Companhias Hipotecárias. Agências de Fomento. ............................................................................. 43
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento. Sociedades de Arrendamento Mercantil. ..... 45
Sociedades de Crédito Imobiliário. Sociedades de Crédito ao Microempreendedor........................... 46
Associações de Poupança e Empréstimo. Instituições de Pagamento. Sociedades Administradoras de
Cartões de Crédito. ................................................................................................................................ 49
COPOM – Comitê de Política Monetária. ........................................................................................... 54
Comissão de Valores Mobiliários. Bolsas de Valores. Bolsas de Mercadorias e de Futuros. ............. 57
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC). ........................................................................ 67
Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP). ................................................. 69
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. ................................................................... 71
Produtos e serviços financeiros: depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB). Letras de câmbio.
............................................................................................................................................................... 73
Cobrança e pagamento de títulos e carnês. Transferências bancárias automáticas. Arrecadação de
tributos e tarifas públicas. ....................................................................................................................... 83
Internet banking. CCB – Cédula de Crédito Bancário. Hot money. Contas garantidas. ...................... 87
Crédito rotativo. ................................................................................................................................. 89
Descontos de títulos. Financiamento de capital de giro. Vendor finance/compror finance. Leasing (tipos,
funcionamento, bens). Financiamento de capital fixo. Crédito direto ao consumidor. ............................. 90
Crédito rural. Cadernetas de poupança. ............................................................................................ 97
Financiamento à importação e à exportação. Repasses de recursos do BNDES. ........................... 109
Fomento Mercantil (factoring). ......................................................................................................... 109
Cartões de Crédito. Títulos de Capitalização. Planos de aposentadoria e pensão privados. Seguros,
Previdência Complementar e Capitalização. ........................................................................................ 116
Mercado de capitais: Ações – características e direitos. Debêntures. Notas Promissórias Comerciais
(“comercial papers”). Diferenças entre companhias abertas e companhias fechadas. Operações de
distribuição de valores mobiliários de renda variável e de títulos de dívida ("underwriting”). Funcionamento
do mercado à vista de ações. Mercado de balcão. Fundos de Investimento. Conceitos e operações de
“corporate finance”. .............................................................................................................................. 125

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Mercado de câmbio: Operações básicas. Operações com derivativos: características básicas do
funcionamento do mercado a termo, do mercado de opções, do mercado futuro e das operações de swap.
............................................................................................................................................................. 135
Garantias no Sistema Financeiro Nacional: Aval Fiança. Penhor mercantil. Alienação fiduciária.
Hipoteca. Fianças bancárias. Fundo Garantidor de Créditos (FGC).. ................................................... 160
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime de lavagem de
dinheiro: Lei nº 9.613/1998 e suas alterações. ..................................................................................... 171
Circular Bacen nº 3.461/2009 e suas alterações .............................................................................. 185
Carta-Circular Bacen nº3.542/2012. COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras. ..... 194
Autorregulação Bancária.................................................................................................................. 199

Candidatos ao Concurso Público,


O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail [email protected] para dúvidas
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom
desempenho na prova.
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em
contato, informe:
- Apostila (concurso e cargo);
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- Qual a dúvida.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.
Bons estudos!

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Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional.

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: [email protected]

O Sistema Financeiro Nacional é formado por um conjunto de instituições (financeiras) onde o


principal objetivo é propiciar condições satisfatórias para a manutenção dos fluxos dos recursos
financeiros entre poupadores e investidores do país. O Sistema Financeiro Nacional visa criar condições
para que haja intermediários financeiros, com o objetivo de realizar a ponte entre dois segmentos.
O atual Sistema Financeiro Nacional nasceu através da Lei 4.595/64, que também ficou conhecida
como Lei da Reforma Bancária. Assim dispõe a referida norma sobre a Estrutura do Sistema Financeiro
Nacional:

Capítulo I
Do Sistema Financeiro Nacional

Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente Lei, será constituído:
I - do Conselho Monetário Nacional;
II - do Banco Central do Brasil;
III - do Banco do Brasil S. A.;
IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
V - das demais instituições financeiras públicas e privadas.

Caracterização legal do Sistema Financeiro Nacional, prevista na Lei de Reforma Bancária, em seu
art. 17:

Art. 17. Considera-se Instituições Financeiras, para efeitos da legislação em vigor, as pessoas
jurídicas públicas e privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, a
intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou
estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.
Parágrafo único: Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam se às instituições
financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma
permanente ou eventual.

O Sistema Financeiro Nacional – SFN - pode ser subdivido em entidades normativas, supervisoras
e operacionais.
As entidades normativas são responsáveis pela definição das políticas e diretrizes gerais do sistema
financeiro, sem função executiva. Em geral, são entidades colegiadas, com atribuições específicas e
utiliza-se de estruturas técnicas de apoio para a tomada das decisões. Atualmente, no Brasil funcionam
como entidades normativas o Conselho Monetário Nacional – CMN, o Conselho Nacional de Seguros
Privados - CNSP e o Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC.
As entidades supervisoras, por outro lado, assumem diversas funções executivas, como a fiscalização
das instituições sob sua responsabilidade, assim como funções normativas, com o intuito de regulamentar
as decisões tomadas pelas entidades normativas ou atribuições outorgadas a elas diretamente pela Lei.
O Banco Central do Brasil – BCB, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a Superintendência de
Seguros Privados – SUSEP e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC são
as entidades supervisoras do nosso Sistema Financeiro.
Além destas, há as entidades operadoras, que são todas as demais instituições financeiras, monetárias
ou não, oficiais ou não, como também demais instituições auxiliares, responsáveis, entre outras
atribuições, pelas intermediações de recursos entre poupadores e tomadores ou pela prestação de
serviços.
Abaixo, breve relação dessas instituições, com descrição das principais atribuições de algumas delas.

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Entidades Normativas
a) Conselho Monetário Nacional - CMN
É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. O CMN não desempenha função
executiva, apenas tem funções normativas. Atualmente, o CMN é composto por três membros:
- Ministro da Fazenda (Presidente);
- Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão; e
- Presidente do Banco Central.
Trabalhando em conjunto com o CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc),
que tem como atribuições o assessoramento técnico na formulação da política da moeda e do crédito do
País. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, normativos de caráter público,
sempre divulgadas no Diário Oficial da União e na página de normativos do Banco Central do Brasil.

b) Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP


O CNSP desempenha, entre outras, as atribuições de fixar as diretrizes e normas da política de
seguros privados, regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização das Sociedades
Seguradoras, de Capitalização, Entidades Abertas de Previdência Privada, Resseguradores e Corretores
de Seguros.

c) Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC


O CNPC tem a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades
fechadas de previdência complementar (Fundos de Pensão).

Entidades Supervisoras
a) Banco Central do Brasil - BCB
O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 com a promulgação da Lei da Reforma Bancária (Lei nº
4.595 de 31.12.64).
Sua sede é em Brasília, capital do país, e possui representações regionais em Belém, Belo Horizonte,
Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
É uma autarquia federal que tem como principal missão institucional assegurar a estabilidade do poder
de compra da moeda nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente.
A partir da Constituição de 1988, a emissão de moeda ficou a cargo exclusivo do BCB.
O presidente do BCB e os seus diretores são nomeados pelo Presidente da República após a
aprovação prévia do Senado Federal, que é feita por uma arguição pública e posterior votação secreta.
Entre as várias competências do BCB destacam-se:
- Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e da solidez do Sistema Financeiro
Nacional;
- Executar a política monetária mediante utilização de títulos do Tesouro Nacional;
- Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas de um dia, conhecida como taxa
SELIC;
- Controlar as operações de crédito das instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional;
- Formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações financeiras com o exterior;
- Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras de compensação);
- Emitir papel-moeda;
- Executar os serviços do meio circulante para atender à demanda de dinheiro necessária às atividades
econômicas;
- Manter o nível de preços (inflação) sob controle;
- Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros;
- Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de redesconto;
- Executar o sistema de metas para a inflação;
- Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional;
- Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação nos mercados de câmbio;
- Administrar as reservas internacionais brasileiras;
- Tomar as medidas para garantir a liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais;
- Conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras.

b) Comissão de Valores Mobiliários - CVM


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07 de dezembro de 1976 pela Lei 6.385 para
fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.

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A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, porém
sem subordinação hierárquica.
Com o objetivo de reforçar sua autonomia e seu poder fiscalizador, o governo federal editou, em
31.10.01, a Medida Provisória nº 8 (convertida na Lei 10.411 de 26.02.02), pela qual a CVM passa a ser
uma "entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade
jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de
subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
orçamentária" (art. 5º).
É administrada por um Presidente e quatro Diretores nomeados pelo Presidente da República e
aprovados pelo Senado Federal. Eles formam o chamado "colegiado" da CVM. Seus integrantes têm
mandato de 5 anos e só perdem seus mandatos "em virtude de renúncia, de condenação judicial
transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar" (art. 6º § 2º). O Colegiado define as
políticas e estabelece as práticas a serem implantadas e desenvolvidas pelas Superintendências, as
instâncias executivas da CVM.
Sua sede é localizada na cidade do Rio de Janeiro com Superintendências Regionais nas cidades de
São Paulo e Brasília.
Essas são algumas de suas atribuições:
- Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários;
- Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de valores, do mercado de balcão e das
bolsas de mercadorias e futuros;
- Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra emissões irregulares
de valores mobiliários e contra atos ilegais de administradores de companhias abertas ou de carteira de
valores mobiliários;
- Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de manipulação que criem condições artificiais de
demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado;
- Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e sobre as
companhias que os tenham emitido;
- Assegurar o cumprimento de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;
- Assegurar o cumprimento, no mercado, das condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho
Monetário Nacional;
- Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de auditores independentes, administradores
de carteiras de valores mobiliários, agentes autônomos, entre outros;
- Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de investimento;
- Apurar, mediante inquérito administrativo, atos ilegais e práticas não-equitativas de administradores
de companhias abertas e de quaisquer participantes do mercado de valores mobiliários, aplicando as
penalidades previstas em lei;
- Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores independentes, consultores e analistas de valores
mobiliários.

c) Superintendência de Seguros Privados - SUSEP


A Susep é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro. Criada em 1966 pelo Decreto-Lei 73/66, que também instituiu
o Sistema Nacional de Seguros Privados, de que fazem parte o CNSP, o IRB, as sociedades autorizadas
a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de previdência privada aberta e os corretores
habilitados.
É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, administrada por um Conselho Diretor, composto
pelo Superintendente e por quatro Diretores. Essas são algumas de suas atribuições:
Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de
Capitalização, Entidades Abertas de Previdência Privada e Resseguradores, na qualidade de executora
da política traçada pelo CNSP; Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se
efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro.

d) Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC


A Previc atua como entidade de fiscalização e de supervisão das atividades das entidades fechadas
de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência complementar
operado por essas entidades. É uma autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social.

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Entidades Operadoras

Órgãos Oficiais
a) Banco do Brasil - BB
O Banco do Brasil é o mais antigo banco comercial do Brasil e foi criado em 12 de outubro de 1808
pelo príncipe regente Dom João. É uma sociedade de economia mista de capitais públicos e privados. É
também uma empresa aberta que possui ações cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo
(BM&FBOVESPA).
O BB opera como agente financeiro do Governo Federal e é o principal executor das políticas de crédito
rural e industrial e de banco comercial do governo. E a cada dia mais tem se ajustado a um perfil de banco
múltiplo tradicional.

b) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES


Criado em 1952 como autarquia federal, hoje é uma empresa pública vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com personalidade jurídica de direito privado e
patrimônio próprio. É responsável pela política de investimentos a longo prazo do Governo Federal,
necessários ao fortalecimento da empresa privada nacional.
Com o objetivo de fortalecer a estrutura de capital das empresas privadas e desenvolvimento do
mercado de capitais, o BNDES conta com linhas de apoio para financiamentos de longo prazo a custos
competitivos, para o desenvolvimento de projetos de investimentos e para a comercialização de máquinas
e equipamentos novos, fabricados no país, bem como para o incremento das exportações brasileiras.
Os financiamentos são feitos com recursos próprios, empréstimos e doações de entidades nacionais
e estrangeiras e de organismos internacionais, como o BID. Também recebe recursos do PIS e PASEP.
Conta com duas subsidiárias integrais, a FINAME (Agência Especial de Financiamento Industrial) e a
BNDESPAR (BNDES Participações), criadas com o objetivo, respectivamente, de financiar a
comercialização de máquinas e equipamentos; e de possibilitar a subscrição de valores mobiliários no
mercado de capitais brasileiro. As três empresas, juntas, compreendem o chamado "Sistema BNDES".

c) Caixa Econômica Federal - CEF


Criada em 12 de janeiro de 1861 por Dom Pedro II com o propósito de incentivar a poupança e de
conceder empréstimos sob penhor. É a instituição financeira responsável pela operacionalização das
políticas do Governo Federal para habitação popular e saneamento básico.
A Caixa é uma empresa 100% pública e não possui ações em bolsas.
Além das atividades comuns de um banco comercial, a CEF também atende aos trabalhadores formais
por meio do pagamento do FGTS, PIS e seguro-desemprego, e aos beneficiários de programas sociais e
apostadores das Loterias.
As ações da Caixa priorizam setores como habitação, saneamento básico, infraestrutura e prestação
de serviços.

Demais Entidades Operadoras


- Instituições Financeiras Monetárias
São as instituições autorizadas a captar depósitos à vista do público. Atualmente, apenas os Bancos
Comerciais, os Bancos Múltiplos com carteira comercial, a Caixa Econômica Federal e as Cooperativas
de Crédito possuem essa autorização.

Demais Instituições Financeiras


Incluem as instituições financeiras não autorizadas a receber depósitos à vista. Entre elas, podemos
citar:
Agências de Fomento
Associações de Poupança e Empréstimo
Bancos de Câmbio
Bancos de Desenvolvimento
Bancos de Investimento
Companhias Hipotecárias
Cooperativas Centrais de Crédito
Sociedades Crédito, Financiamento e Investimento
Sociedades de Crédito Imobiliário
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
Outros Intermediários Financeiros

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São também intermediários do Sistema Financeiro Nacional:
Administradoras de Consórcio;
Sociedades de Arrendamento Mercantil;
Sociedades corretoras de câmbio;
Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;
Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários.

Instituições Auxiliares
Também compõem o Sistema Financeiro Nacional, como entidades operadoras auxiliares, as
entidades administradores de mercados organizados de valores mobiliários, como os de Bolsa, de
Mercadorias e Futuros e de Balcão Organizado.
Além das entidades relacionadas acima, também integram o SFN as companhias seguradoras, as
sociedades de capitalização, as entidades abertas de previdência complementar e os fundos de pensão.

Organograma do SFN

CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL

O Conselho Monetário Nacional é o órgão máximo do sistema financeiro brasileiro, cabendo-lhe traçar
as normas a serem empreendidas na política monetária. Nesse sentido tem como atividade primordial a
formulação da política de moeda e crédito do país, além de exercer o controle da organização bancária e
seus intermediários financeiros. O CMN é o órgão central da política financeira nacional, tendo suas
deliberações baixadas pelo Banco Central, sob a forma de resoluções.

Composição: é composto pelo Ministro da Fazenda (Presidente do Conselho); Ministro do


Planejamento Orçamento e Gestão; e Presidente do Banco Central.
O CMN tem a responsabilidade primordial formular a política da moeda e do crédito, objetivando a
estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do País.
Os seus membros reúnem-se uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados com as
competências do CMN. Em casos extraordinários pode acontecer mais de uma reunião por mês. As
matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, normativo de caráter público, sempre

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divulgado no Diário Oficial da União e na página de normativos do Banco Central do Brasil. De todas as
reuniões são lavradas atas, cujo extrato é publicado no DOU.

Posto isso, resta-nos enumerar algumas das principais atribuições do Conselho Monetário Nacional.

A política do Conselho Monetário Nacional objetiva:


- Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e seu
processo de desenvolvimento;
- Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou
deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos
de fenômenos conjunturais;
- Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista a
melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
- Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas, tendo
em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico
da economia nacional;
- Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior
eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;
- Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
- Coordenar as políticas monetárias, de crédito, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e
externa. Compete ao Conselho Monetário Nacional;

Competência

Compete ao Conselho Monetário Nacional:


- Autorizar a emissão de papel moeda;
- Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central do Brasil, por meio dos quais se
estimarão as necessidades globais de moeda e crédito;
- Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto à compra e venda de ouro e
quaisquer operações em direitos especiais de saque e em moeda estrangeira;
- Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas
formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras;
- Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas a
esta Lei, bem como a aplicação das penalidades previstas;
- Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, comissões e qualquer outra forma de
remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco
Central do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover:
- recuperação e fertilização do solo;
- reflorestamento;
- combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;
- eletrificação rural;
- mecanização;
- irrigação;
- investimentos indispensáveis às atividades agropecuárias;
- Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar
a um mesmo cliente ou grupo de empresas;
- Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, imobilizações e outras relações
patrimoniais, a serem observadas pelas instituições financeiras;
- Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições
financeiras;
- Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos, o capital mínimo das instituições financeiras
privadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais;
- Estabelecer para as instituições financeiras públicas a dedução dos depósitos de pessoas jurídicas
de direito público que lhes detenham o controle acionário, bem como das respectivas autarquias e
sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere o artigo 10 inciso III, desta Lei.
- Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e de
empréstimo, efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária;
- Outorgar ao Banco Central do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando ocorrer grave
desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de tal situação;

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- Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central do Brasil em suas transações com
títulos públicos e de entidades de que participe o Estado;
- Autorizar o Banco Central do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a efetuar a
subscrição compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das sociedades
de economia mista e empresas do Estado;
- Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;
- Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez
e adequar seu funcionamento aos objetivos desta Lei;
- Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos
e outras condições.

Dica: Procurar gravar as palavras chaves como: autorizar, fixar, disciplinar, limitar, regular. Lembre-
se que o CMN é um órgão NORMATIVO, assim não executa tarefas.

Maiores detalhes sobre a “Estrutura do Sistema Financeiro Nacional” e sobre o “Conselho


Monetário Nacional”, estão presentes nas Leis que serão apresentadas a seguir:

LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964.

Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho


Monetário Nacional e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

Capítulo I
Do Sistema Financeiro Nacional

Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente Lei, será constituído:
I - do Conselho Monetário Nacional;
II - do Banco Central do Brasil;
III - do Banco do Brasil S. A.;
IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
V - das demais instituições financeiras públicas e privadas.

Capítulo II
Do Conselho Monetário Nacional

Art. 2º Fica extinto o Conselho da atual Superintendência da Moeda e do Crédito, e criado em


substituição, o Conselho Monetário Nacional, com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito
como previsto nesta lei, objetivando o progresso econômico e social do País.

Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará:


I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu
processo de desenvolvimento;
II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou
deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos
de fenômenos conjunturais;
III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista
a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo
em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico
da economia nacional;
V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior
eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;
VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e
externa.

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Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente
da República:
I - Autorizar as emissões de papel-moeda as quais ficarão na prévia dependência de autorização
legislativa quando se destinarem ao financiamento direto pelo Banco Central da República do Brasil, das
operações de crédito com o Tesouro Nacional, nos termos do artigo 49 desta Lei. (Vide Lei nº 8.392, de
30.12.91)
O Conselho Monetário Nacional pode, ainda autorizar o Banco Central da República do Brasil a emitir,
anualmente, até o limite de 10% (dez por cento) dos meios de pagamentos existentes a 31 de dezembro
do ano anterior, para atender as exigências das atividades produtivas e da circulação da riqueza do País,
devendo, porém, solicitar autorização do Poder Legislativo, mediante Mensagem do Presidente da
República, para as emissões que, justificadamente, se tornarem necessárias além daquele limite.
Quando necessidades urgentes e imprevistas para o financiamento dessas atividades o
determinarem, pode o Conselho Monetário Nacional autorizar as emissões que se fizerem indispensáveis,
solicitando imediatamente, através de Mensagem do Presidente da República, homologação do Poder
Legislativo para as emissões assim realizadas:
II - Estabelecer condições para que o Banco Central da República do Brasil emita moeda-papel de
curso forçado, nos termos e limites decorrentes desta Lei, bem como as normas reguladoras do meio
circulante;
III - Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por
meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito;
IV - Determinar as características gerais das cédulas e das moedas;
V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e
quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira;
VI - Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas
formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras;
VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a de investimentos do Governo Federal;
VIII - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas
a esta lei, bem como a aplicação das penalidades previstas;
IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer outra forma
de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco
Central da República do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem a
promover:
- recuperação e fertilização do solo;
- reflorestamento;
- combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;
- eletrificação rural;
- mecanização;
- irrigação;
- investimento indispensáveis às atividades agropecuárias;
X - Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar
a um mesmo cliente ou grupo de empresas;
XI - Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, mobilizações e outras relações
patrimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras;
XII - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições
financeiras;
XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das instituições financeiras
privadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais;
XIV - Determinar recolhimento de até 60% (sessenta por cento) do total dos depósitos e/ou outros
títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do
Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em
espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, na forma e condições que o Conselho
Monetário Nacional determinar, podendo este:
a) adotar percentagens diferentes em função;
- das regiões geoeconômicas;
- das prioridades que atribuir às aplicações;
- da natureza das instituições financeiras;
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados em
financiamentos à agricultura, sob juros favorecidos e outras condições fixadas pelo Conselho Monetário
Nacional. (Vide art 10, inciso III)

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XV - Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a dedução dos depósitos de pessoas
jurídicas de direito público que lhes detenham o controle acionário, bem como dos das respectivas
autarquias e sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere o inciso anterior;
XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o último dia do mês subsequente, relatório
e mapas demonstrativos da aplicação dos recolhimentos compulsórios,
XVII - Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e de
empréstimo, efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária;
XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio das operações de câmbio
quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a
iminência de tal situação;
XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central da República do Brasil em suas
transações com títulos públicos e de entidades de que participe o Estado;
XX - Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a
efetuar a subscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das
sociedades de economia mista e empresas do Estado;
XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;
XXII - Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua
solidez e adequar seu funcionamento aos objetivos desta lei;
XXIII - Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado e reservas livres, o limite além do qual
os excedentes dos depósitos das instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central da República
do Brasil ou aplicados de acordo com as normas que o Conselho estabelecer;
XXIV - Decidir de sua própria organização; elaborando seu regimento interno no prazo máximo de
trinta (30) dias;
XXV - Decidir da estrutura técnica e administrativa do Banco Central da República do Brasil e fixar
seu quadro de pessoal, bem como estabelecer os vencimentos e vantagens de seus funcionários,
servidores e diretores, cabendo ao Presidente deste apresentar as respectivas propostas;
XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da República do Brasil;
XXVII - aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu
orçamento e sobre seus sistemas de contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de transferência de
seus resultados para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União.
XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições
equivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou
que nelas desejem estabelecer - se;
XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da
Constituição Federal;
XXX - Expedir normas e regulamentação para as designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei.
XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas,
prazos e outras condições.
XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a
funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou
coligadas.
§ 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercício das atribuições previstas no inciso VIII deste artigo,
poderá determinar que o Banco Central da República do Brasil recuse autorização para o funcionamento
de novas instituições financeiras, em função de conveniências de ordem geral.
§ 2º Competirá ao Banco Central da República do Brasil acompanhar a execução dos orçamentos
monetários e relatar a matéria ao Conselho Monetário Nacional, apresentando as sugestões que
considerar convenientes.
§ 3º As emissões de moeda metálica serão feitas sempre contra recolhimento de igual montante em
cédulas.
§ 4º O Conselho Monetário nacional poderá convidar autoridades, pessoas ou entidades para prestar
esclarecimentos considerados necessários.
§ 5º Nas hipóteses do art. 4º, inciso I, e do § 6º, do art. 49, desta lei, se o Congresso Nacional negar
homologação à emissão extraordinária efetuada, as autoridades responsáveis serão responsabilizadas
nos termos da Lei nº 1059, de 10/04/1950.
§ 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará ao Congresso Nacional, até 31 de março de cada
ano, relatório da evolução da situação monetária e creditícia do País no ano anterior, no qual descreverá,
minudentemente as providências adotadas para cumprimento dos objetivos estabelecidos nesta lei,

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justificando destacadamente os montantes das emissões de papel-moeda que tenham sido feitas para
atendimento das atividades produtivas.
§ 7º O Banco Nacional da Habitação é o principal instrumento de execução da política habitacional do
Governo Federal e integra o sistema financeiro nacional, juntamente com as sociedades de crédito
imobiliário, sob orientação, autorização, coordenação e fiscalização do Conselho Monetário Nacional e
do Banco Central da República do Brasil, quanto à execução, nos termos desta lei, revogadas as
disposições especiais em contrário.

Art. 5º As deliberações do Conselho Monetário Nacional entendem-se de responsabilidade de seu


Presidente para os efeitos do art. 104, nº I, letra "b", da Constituição Federal e obrigarão também os
órgãos oficiais, inclusive autarquias e sociedades de economia mista, nas atividades que afetem o
mercado financeiro e o de capitais.

ATENÇÃO! Embora os artigos 6º e 7º, desta lei, não tenham sido revogados expressamente sua
redação foi alterada pelo que dispõe os artigos 8º, 9º, 10 e 11, da Lei Nº 9.069, de 29 de junho de 1995,
sendo esta a que está em vigor, vejamos os mencionados artigos a seguir:

Art. 8º O Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, passa
a ser integrado pelos seguintes membros:
I - Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de Presidente;
II - Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão; (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.216-37, de 2001)
III - Presidente do Banco Central do Brasil.
§ 1º O Conselho deliberará mediante resoluções, por maioria de votos, cabendo ao Presidente a
prerrogativa de deliberar, nos casos de urgência e relevante interesse, ad referendum dos demais
membros.
§ 2º Quando deliberar ad referendum do Conselho, o Presidente submeterá a decisão ao colegiado
na primeira reunião que se seguir àquela deliberação.
§ 3º O Presidente do Conselho poderá convidar Ministros de Estado, bem como representantes de
entidades públicas ou privadas, para participar das reuniões, não lhes sendo permitido o direito de voto.
§ 4º O Conselho reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, e, extraordinariamente, sempre que
for convocado por seu Presidente.
§ 5º O Banco Central do Brasil funcionará como secretaria-executiva do Conselho.
§ 6º O regimento interno do Conselho Monetário Nacional será aprovado por decreto do Presidente
da República, no prazo máximo de trinta dias, contados da publicação desta Lei.
§ 7º A partir de 30 de junho de 1994, ficam extintos os mandatos de membros do Conselho Monetário
Nacional nomeados até aquela data.

Art. 9º É criada junto ao Conselho Monetário Nacional a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito,
composta dos seguintes membros:
I - Presidente e quatro Diretores do Banco Central do Brasil;
II - Presidente da Comissão de Valores Mobiliários;
III - Secretário-Executivo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; (Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)
IV - Secretário-Executivo e Secretários do Tesouro Nacional e de Política Econômica do Ministério
da Fazenda.
§ 1º A Comissão será coordenada pelo Presidente do Banco Central do Brasil.
§ 2º O regimento interno da Comissão Técnica da Moeda e do Crédito será aprovado por decreto
do Presidente da República.

Art. 10. Compete à Comissão Técnica da Moeda e do Crédito:


I - propor a regulamentação das matérias tratadas na presente Lei, de competência do Conselho
Monetário Nacional;
II - manifestar-se, na forma prevista em seu regimento interno, previamente, sobre as matérias de
competência do Conselho Monetário Nacional, especialmente aquelas constantes da Lei nº 4.595, de
31 de dezembro de 1964;
III - outras atribuições que lhe forem cometidas pelo Conselho Monetário Nacional.

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Art. 11. Funcionarão, também, junto ao Conselho Monetário Nacional, as seguintes Comissões
Consultivas:
I - de Normas e Organização do Sistema Financeiro;
II - de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros;
III - de Crédito Rural;
IV - de Crédito Industrial;
V - de Crédito Habitacional, e para Saneamento e Infraestrutura Urbana;
VI - de Endividamento Público;
VII - de Política Monetária e Cambial.
§ 1º A organização, a composição e o funcionamento das Comissões Consultivas serão objeto de
regimento interno, a ser aprovado por Decreto do Presidente da República.
§ 2º Ficam extintos, a partir de 30 de junho de 1994, os mandatos dos membros das Comissões
Consultivas.
(...)

CAPÍTULO III
Do Banco Central da República do Brasil

Art. 8º A atual Superintendência da Moeda e do Crédito é transformada em autarquia federal, tendo


sede e foro na Capital da República, sob a denominação de Banco Central da República do Brasil, com
personalidade jurídica e patrimônio próprios este constituído dos bens, direitos e valores que lhe são
transferidos na forma desta Lei e ainda da apropriação dos juros e rendas resultantes, na data da vigência
desta lei, do disposto no art. 9º do Decreto-Lei número 8495, de 28/12/1945, dispositivo que ora é
expressamente revogado.
Parágrafo único. Os resultados obtidos pelo Banco Central do Brasil, consideradas as receitas e
despesas de todas as suas operações, serão, a partir de 1º de janeiro de 1988, apurados pelo regime de
competência e transferidos para o Tesouro Nacional, após compensados eventuais prejuízos de
exercícios anteriores.

Art. 9º Compete ao Banco Central da República do Brasil cumprir e fazer cumprir as disposições que
lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional.

Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil:


I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário
Nacional.
II - Executar os serviços do meio-circulante;
III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta
por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de Letras
ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de
recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma e condições
por ele determinadas, podendo:
a) adotar percentagens diferentes em função:
1. das regiões geoeconômicas;
2. das prioridades que atribuir às aplicações;
3. da natureza das instituições financeiras;
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados em
financiamentos à agricultura, sob juros favorecidos e outras condições por ele fixadas.
IV - receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso anterior e, ainda, os depósitos
voluntários à vista das instituições financeiras, nos termos do inciso III e § 2° do art. 19.
V - Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias e as referidas
no Art. 4º, inciso XIV, letra " b ", e no § 4º do Art. 49 desta lei;
VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas;
VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei;
VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de
Saque e fazer com estas últimas todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do
Fundo Monetário Internacional;
IX - Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas;
X - Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam:

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a) funcionar no País;
b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no exterior;
c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;
d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de títulos da dívida pública federal,
estadual ou municipal, ações Debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários;
e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento;
f) alterar seus estatutos.
g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acionário.
XI - Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração de
instituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos
consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho Monetário
Nacional;
XII - Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos
federais;
XIII - Determinar que as matrizes das instituições financeiras registrem os cadastros das firmas que
operam com suas agências há mais de um ano.
§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso IX deste artigo, com base nas normas
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, o Banco Central da República do Brasil, estudará os
pedidos que lhe sejam formulados e resolverá conceder ou recusar a autorização pleiteada, podendo
incluir as cláusulas que reputar convenientes ao interesse público.
§ 2º Observado o disposto no parágrafo anterior, as instituições financeiras estrangeiras dependem
de autorização do Poder Executivo, mediante decreto, para que possam funcionar no País

Art. 11. Compete ainda ao Banco Central da República do Brasil;


I - Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e
internacionais;
II - Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de empréstimos internos ou externos,
podendo, também, encarregar-se dos respectivos serviços;
III - Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas
de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo para esse fim comprar e vender ouro e
moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive as referentes aos
Direitos Especiais de Saque, e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial;
IV - Efetuar compra e venda de títulos de sociedades de economia mista e empresas do Estado;
V - Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condições estabelecidas pelo
Conselho Monetário Nacional;
VI - Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
VII - Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais sobre empresas que, direta
ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em relação às modalidades ou processos operacionais
que utilizem;
VIII - Prover, sob controle do Conselho Monetário Nacional, os serviços de sua Secretaria.
§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso VIII do artigo 10 desta lei, o Banco Central
do Brasil poderá examinar os livros e documentos das pessoas naturais ou jurídicas que detenham o
controle acionário de instituição financeira, ficando essas pessoas sujeitas ao disposto no artigo 44, § 8º,
desta lei.
§ 2º O Banco Central da República do Brasil instalará delegacias, com autorização do Conselho
Monetário Nacional, nas diferentes regiões geoeconômicas do País, tendo em vista a descentralização
administrativa para distribuição e recolhimento da moeda e o cumprimento das decisões adotadas pelo
mesmo Conselho ou prescritas em lei.

Art. 12. O Banco Central da República do Brasil operará exclusivamente com instituições financeiras
públicas e privadas, vedadas operações bancárias de qualquer natureza com outras pessoas de direito
público ou privado, salvo as expressamente autorizadas por lei.

Art. 13. Os encargos e serviços de competência do Banco Central, quando por ele não executados
diretamente, serão contratados de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casos
especialmente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional.

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Art. 14. O Banco Central do Brasil será administrado por uma Diretoria de cinco (5) membros, um dos
quais será o Presidente, escolhidos pelo Conselho Monetário Nacional dentre seus membros
mencionados no inciso IV do art. 6º desta Lei. (Vide Decreto nº 91.961, de 19.11.1985)
§ 1º O Presidente do Banco Central da República do Brasil será substituído pelo Diretor que o
Conselho Monetário Nacional designar.
§ 2º O término do mandato, a renúncia ou a perda da qualidade Membro do Conselho Monetário
Nacional determinam, igualmente, a perda da função de Diretor do Banco Central da República do Brasil.

Art. 15. O regimento interno do Banco Central da República do Brasil, a que se refere o inciso XXVII,
do art. 4º, desta lei, prescreverá as atribuições do Presidente e dos Diretores e especificará os casos que
dependerão de deliberação da Diretoria, a qual será tomada por maioria de votos, presentes no mínimo
o Presidente ou seu substituto eventual e dois outros Diretores, cabendo ao Presidente também o voto
de qualidade.
Parágrafo único. A Diretoria se reunirá, ordinariamente, uma vez por semana, e, extraordinariamente,
sempre que necessário, por convocação do Presidente ou a requerimento de, pelo menos, dois de seus
membros.

Art. 16. Constituem receita do Banco Central do Brasil as rendas:


I - de operações financeiras e de outras aplicações de seus recursos;
II - das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e de quaisquer outras operações em moeda
estrangeira;
III - eventuais, inclusive as derivadas de multas e de juros de mora aplicados por força do disposto na
legislação em vigor.

CAPÍTULO IV
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
SEÇÃO I
Da caracterização e subordinação

Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas
jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação
ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a
custódia de valor de propriedade de terceiros.
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições
financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma
permanente ou eventual.

Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante prévia autorização
do Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras.
§ 1º Além dos estabelecimentos bancários oficiais ou privados, das sociedades de crédito,
financiamento e investimentos, das caixas econômicas e das cooperativas de crédito ou a seção de
crédito das cooperativas que a tenham, também se subordinam às disposições e disciplina desta lei no
que for aplicável, as bolsas de valores, companhias de seguros e de capitalização, as sociedades que
efetuam distribuição de prêmios em imóveis, mercadorias ou dinheiro, mediante sorteio de títulos de sua
emissão ou por qualquer forma, e as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam, por conta própria ou de
terceiros, atividade relacionada com a compra e venda de ações e outros quaisquer títulos, realizando
nos mercados financeiros e de capitais operações ou serviços de natureza dos executados pelas
instituições financeiras.
§ 2º O Banco Central da Republica do Brasil, no exercício da fiscalização que lhe compete, regulará
as condições de concorrência entre instituições financeiras, coibindo-lhes os abusos com a aplicação da
pena nos termos desta lei.
§ 3º Dependerão de prévia autorização do Banco Central da República do Brasil as campanhas
destinadas à coleta de recursos do público, praticadas por pessoas físicas ou jurídicas abrangidas neste
artigo, salvo para subscrição pública de ações, nos termos da lei das sociedades por ações.

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SEÇÃO II
DO BANCO DO BRASIL S. A.

Art. 19. Ao Banco do Brasil S. A. competirá precipuamente, sob a supervisão do Conselho Monetário
Nacional e como instrumento de execução da política creditícia e financeira do Governo Federal:
I - na qualidade de Agente, Financeiro do Tesouro Nacional, sem prejuízo de outras funções que lhe
venham a ser atribuídas e ressalvado o disposto no art. 8º, da Lei nº 1628, de 20 de junho de 1952:
a) receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes da arrecadação de tributos
ou rendas federais e ainda o produto das operações de que trata o art. 49, desta lei;
b) realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral da União e leis
complementares, de acordo com as autorizações que lhe forem transmitidas pelo Ministério da Fazenda,
as quais não poderão exceder o montante global dos recursos a que se refere a letra anterior, vedada a
concessão, pelo Banco, de créditos de qualquer natureza ao Tesouro Nacional;
c) conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa autorização legal;
d) adquirir e financiar estoques de produção exportável;
e) executar a política de preços mínimos dos produtos agropastoris;
f) ser agente pagador e recebedor fora do País;
g) executar o serviço da dívida pública consolidada;
II - como principal executor dos serviços bancários de interesse do Governo Federal, inclusive suas
autarquias, receber em depósito, com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer entidades federais,
compreendendo as repartições de todos os ministérios civis e militares, instituições de previdência e
outras autarquias, comissões, departamentos, entidades em regime especial de administração e
quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por adiantamentos, ressalvados o disposto no § 5º
deste artigo, as exceções previstas em lei ou casos especiais, expressamente autorizados pelo Conselho
Monetário Nacional, por proposta do Banco Central da República do Brasil;
III - arrecadar os depósitos voluntários, à vista, das instituições de que trata o inciso III, do art. 10,
desta lei, escriturando as respectivas contas;
IV - executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis;
V - receber, com exclusividade, os depósitos de que tratam os artigos 38, item 3º, do Decreto-lei nº
2.627, de 26 de setembro de 1940, e 1º do Decreto-lei nº 5.956, de 01/11/43, ressalvado o disposto no
art. 27, desta lei;
VI - realizar, por conta própria, operações de compra e venda de moeda estrangeira e, por conta do
Banco Central da República do Brasil, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;
VII - realizar recebimentos ou pagamentos e outros serviços de interesse do Banco Central da
República do Brasil, mediante contratação na forma do art. 13, desta lei;
VIII - dar execução à política de comércio exterior.
IX - financiar a aquisição e instalação da pequena e média propriedade rural, nos termos da legislação
que regular a matéria;
X - financiar as atividades industriais e rurais, estas com o favorecimento referido no art. 4º, inciso IX,
e art. 53, desta lei;
XI - difundir e orientar o crédito, inclusive às atividades comerciais suplementando a ação da rede
bancária;
a) no financiamento das atividades econômicas, atendendo às necessidades creditícias das diferentes
regiões do País;
b) no financiamento das exportações e importações. (Vide Lei nº 8.490 de 19.11.1992)
§ 1º - O Conselho Monetário Nacional assegurará recursos específicos que possibilitem ao Banco do
Brasil S. A., sob adequada remuneração, o atendimento dos encargos previstos nesta lei.
§ 2º - Do montante global dos depósitos arrecadados, na forma do inciso III deste artigo o Banco do
Brasil S. A. Colocará à disposição do Banco Central da República do Brasil, observadas as normas que
forem estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, a parcela que exceder as necessidades normais
de movimentação das contas respectivas, em função dos serviços aludidos no inciso IV deste artigo.
§ 3º - Os encargos referidos no inciso I, deste artigo, serão objeto de contratação entre o Banco do
Brasil S. A. e a União Federal, esta representada pelo Ministro da Fazenda.
§ 4º - O Banco do Brasil S. A. prestará ao Banco Central da República do Brasil todas as informações
por este julgadas necessárias para a exata execução desta lei.
§ 5º - Os depósitos de que trata o inciso II deste artigo, também poderão ser feitos nas Caixas
econômicas Federais, nos limites e condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional.

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Art. 20. O Banco do Brasil S. A. e o Banco Central da República do Brasil elaborarão, em conjunto, o
programa global de aplicações e recursos do primeiro, para fins de inclusão nos orçamentos monetários
de que trata o inciso III, do artigo 4º desta lei.

Art. 21. O Presidente e os Diretores do Banco do Brasil S. A. deverão ser pessoas de reputação ilibada
e notória capacidade.
§ 1º A nomeação do Presidente do Banco do Brasil S. A. será feita pelo Presidente da República,
após aprovação do Senado Federal.
§ 2º As substituições eventuais do Presidente do Banco do Brasil S. A. não poderão exceder o prazo
de 30 (trinta) dias consecutivos, sem que o Presidente da República submeta ao Senado Federal o nome
do substituto.
§§ 3º e 4º (Vetados)

SEÇÃO III
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PÚBLICAS

Art. 22. As instituições financeiras públicas são órgãos auxiliares da execução da política de crédito
do Governo Federal.
§ 1º O Conselho Monetário Nacional regulará as atividades, capacidade e modalidade operacionais
das instituições financeiras públicas federais, que deverão submeter à aprovação daquele órgão, com a
prioridade por ele prescrita, seus programas de recursos e aplicações, de forma que se ajustem à política
de crédito do Governo Federal.
§ 2º A escolha dos Diretores ou Administradores das instituições financeiras públicas federais e a
nomeação dos respectivos Presidentes e designação dos substitutos observarão o disposto no art. 21,
parágrafos 1º e 2º, desta lei.
§ 3º A atuação das instituições financeiras públicas será coordenada nos termos do art. 4º desta lei.
Art. 23. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico é o principal instrumento de execução de
política de investimentos do Governo Federal, nos termos das Leis números 1628, de 20/06/1952 e 2973,
de 26/11/1956.
Art. 24. As instituições financeiras públicas não federais ficam sujeitas às disposições relativas às
instituições financeiras privadas, assegurada a forma de constituição das existentes na data da publicação
desta lei.
Parágrafo único. As Caixas Econômicas Estaduais equiparam-se, no que couber, às Caixas
Econômicas Federais, para os efeitos da legislação em vigor, estando isentas do recolhimento a que se
refere o art. 4º, inciso XIV, e à taxa de fiscalização, mencionada no art. 16, desta lei.

SEÇÃO IV
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS

Art. 25. As instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir-se-ão


unicamente sob a forma de sociedade anônima, devendo a totalidade de seu capital com direito a voto
ser representada por ações nominativas.
§ 1º Observadas as normas fixadas pelo Conselho Monetário Nacional as instituições a que se refere
este artigo poderão emitir até o limite de 50% de seu capital social em ações preferenciais, nas formas
nominativas, e ao portador, sem direito a voto, às quais não se aplicará o disposto no parágrafo único do
art. 81 do Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de 1940.
§ 2º A emissão de ações preferenciais ao portador, que poderá ser feita em virtude de aumento de
capital, conversão de ações ordinárias ou de ações preferenciais nominativas, ficará sujeita a alterações
prévias dos estatutos das sociedades, a fim de que sejam neles incluídas as declarações sobre:
I - as vantagens, preferenciais e restrições atribuídas a cada classe de ações preferenciais, de acordo
com o Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de 1940;
II - as formas e prazos em que poderá ser autorizada a conversão das ações, vedada a conversão
das ações preferenciais em outro tipo de ações com direito a voto.
§ 3º Os títulos e cautelas representativas das ações preferenciais, emitidos nos termos dos parágrafos
anteriores, deverão conter expressamente as restrições ali especificadas.

Art. 26. O capital inicial das instituições financeiras públicas e privadas será sempre realizado em
moeda corrente.

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Art. 27. Na subscrição do capital inicial e na de seus aumentos em moeda corrente, será exigida no
ato a realização de, pelo menos 50% (cinquenta por cento) do montante subscrito.
§ 1º As quantias recebidas dos subscritores de ações serão recolhidas no prazo de 5 (cinco) dias,
contados do recebimento, ao Banco Central da República do Brasil, permanecendo indisponíveis até a
solução do respectivo processo.
§ 2º O remanescente do capital subscrito, inicial ou aumentado, em moeda corrente, deverá ser
integralizado dentro de um ano da data da solução do respectivo processo.

Art. 28. Os aumentos de capital que não forem realizados em moeda corrente, poderão decorrer da
incorporação de reservas, segundo normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional, e da
reavaliação da parcela dos bens do ativo imobilizado, representado por imóveis de uso e instalações,
aplicados no caso, como limite máximo, os índices fixados pelo Conselho Nacional de Economia.

Art. 29. As instituições financeiras privadas deverão aplicar, de preferência, não menos de 50%
(cinquenta por cento) dos depósitos do público que recolherem, na respectiva Unidade Federada ou
Território.
§ 1º O Conselho Monetário Nacional poderá, em casos especiais, admitir que o percentual referido
neste artigo seja aplicado em cada Estado e Território isoladamente ou por grupos de Estados e
Territórios componentes da mesma região geoeconômica.
§ 2º (Revogado pelo Del nº 48, de 18/11/66)

Art. 30. As instituições financeiras de direito privado, exceto as de investimento, só poderão participar
de capital de quaisquer sociedades com prévia autorização do Banco Central da República do Brasil,
solicitada justificadamente e concedida expressamente, ressalvados os casos de garantia de subscrição,
nas condições que forem estabelecidas, em caráter geral, pelo Conselho Monetário Nacional.

Art. 31. As instituições financeiras levantarão balanços gerais a 30 de junho e 31 de dezembro de


cada ano, obrigatoriamente, com observância das regras contábeis estabelecidas pelo Conselho
Monetário Nacional.

Art. 32. As instituições financeiras públicas deverão comunicar ao Banco Central da República do
Brasil a nomeação ou a eleição de diretores e membros de órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, no
prazo de 15 dias da data de sua ocorrência.

Art. 33. As instituições financeiras privadas deverão comunicar ao Banco Central da República do
Brasil os atos relativos à eleição de diretores e membros de órgão consultivos, fiscais e semelhantes, no
prazo de 15 dias de sua ocorrência, de acordo com o estabelecido no art. 10, inciso X, desta lei.
§ 1º O Banco Central da República do Brasil, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, decidirá aceitar
ou recusar o nome do eleito, que não atender às condições a que se refere o artigo 10, inciso X, desta
lei.
§ 2º A posse do eleito dependerá da aceitação a que se refere o parágrafo anterior.
§ 3º Oferecida integralmente a documentação prevista nas normas referidas no art. 10, inciso X, desta
lei, e decorrido, sem manifestação do Banco Central da República do Brasil, o prazo mencionado no § 1º
deste artigo, entender-se-á não ter havido recusa a posse.

Art. 34. É vedado às instituições financeiras conceder empréstimos ou adiantamentos:


I - A seus diretores e membros dos conselhos consultivos ou administrativo, fiscais e semelhantes,
bem como aos respectivos cônjuges;
II - Aos parentes, até o 2º grau, das pessoas a que se refere o inciso anterior;
III - As pessoas físicas ou jurídicas que participem de seu capital, com mais de 10% (dez por cento),
salvo autorização específica do Banco Central da República do Brasil, em cada caso, quando se tratar de
operações lastreadas por efeitos comerciais resultantes de transações de compra e venda ou penhor de
mercadorias, em limites que forem fixados pelo Conselho Monetário Nacional, em caráter geral;
IV - As pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais de 10% (dez por cento);
V - Às pessoas jurídicas de cujo capital participem com mais de 10% (dez por cento), quaisquer dos
diretores ou administradores da própria instituição financeira, bem como seus cônjuges e respectivos
parentes, até o 2º grau.

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
§ 1º A infração ao disposto no inciso I, deste artigo, constitui crime e sujeitará os responsáveis pela
transgressão à pena de reclusão de um a quatro anos, aplicando-se, no que couber, o Código Penal e o
Código de Processo Penal.
§ 2º O disposto no inciso IV deste artigo não se aplica às instituições financeiras públicas.

Art. 35. (Revogado pela Medida Provisória nº 784, de 2017)

Art. 36. (Revogado pela Medida Provisória nº 784, de 2017)

Art. 37. As instituições financeiras, entidades e pessoas referidas nos artigos 17 e 18 desta lei, bem
como os corretores de fundos públicos, ficam, obrigados a fornecer ao Banco Central da República do
Brasil, na forma por ele determinada, os dados ou informes julgados necessários para o fiel desempenho
de suas atribuições.

Art. 38 (Revogado pela Lei Complementar nº 105, de 10.1.2001)

Art. 39. Aplicam-se às instituições financeiras estrangeiras, em funcionamento ou que venham a se


instalar no País, as disposições da presente lei, sem prejuízo das que se contém na legislação vigente.

Arts. 40 e 41. (Revogados pela Lei Complementar nº 130, de 2009)

CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES

Art. 42. (Revogado pela Medida Provisória nº 784, de 2017)


Art. 43. (Revogado pela Medida Provisória nº 784, de 2017)
Art. 44. (Revogado pela Medida Provisória nº 784, de 2017)

Art. 45. As instituições financeiras públicas não federais e as privadas estão sujeitas, nos termos da
legislação vigente, à intervenção efetuada pelo Banco Central da República do Brasil ou à liquidação
extrajudicial.
Parágrafo único. A partir da vigência desta lei, as instituições de que trata este artigo não poderão
impetrar concordata.

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 46. Ficam transferidas as atribuições legais e regulamentares do Ministério da Fazenda


relativamente ao meio circulante inclusive as exercidas pela Caixa de Amortização para o Conselho
Monetário Nacional, e para o Banco Central da República do Brasil.

Art. 47. Será transferida à responsabilidade do Tesouro Nacional, mediante encampação, sendo
definitivamente incorporado ao meio circulante o montante das emissões feitas por solicitação da Carteira
de Redescontos do Banco do Brasil S.A. e da Caixa de Mobilização Bancária.
§ 1º O valor correspondente à encampação será destinado à liquidação das responsabilidades
financeiras do Tesouro Nacional no Banco do Brasil S. A., inclusive as decorrentes de operações de
câmbio concluídas até a data da vigência desta lei, mediante aprovação especificado Poder Legislativo,
ao qual será submetida a lista completa dos débitos assim amortizados.
§ 2º Para a liquidação do saldo remanescente das responsabilidades do Tesouro Nacional, após a
encampação das emissões atuais por solicitação da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil S.A. e
da Caixa de Mobilização Bancária, o Poder Executivo submeterá ao Poder Legislativo proposta
específica, indicando os recursos e os meios necessários a esse fim.

Art. 48. Concluídos os acertos financeiros previstos no artigo anterior, a responsabilidade da moeda
em circulação passará a ser do Banco Central da República do Brasil.

Art. 49. As operações de crédito da União, por antecipação de receita orçamentaria ou a qualquer
outro título, dentro dos limites legalmente autorizados, somente serão realizadas mediante colocação de
obrigações, apólices ou letras do Tesouro Nacional.

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§ 1º A lei de orçamento, nos termos do artigo 73, § 1º inciso II, da Constituição Federal, determinará
quando for o caso, a parcela do déficit que poderá ser coberta pela venda de títulos do Tesouro Nacional
diretamente ao Banco Central da República do Brasil.
§ 2º O Banco Central da República do Brasil mediante autorização do Conselho Monetário Nacional
baseada na lei orçamentaria do exercício, poderá adquirir diretamente letras do Tesouro Nacional, com
emissão de papel-moeda.
§ 3º O Conselho Monetário Nacional decidirá, a seu exclusivo critério, a política de sustentação em
bolsa da cotação dos títulos de emissão do Tesouro Nacional.
§ 4º No caso de despesas urgentes e inadiáveis do Governo Federal, a serem atendidas mediante
créditos suplementares ou especiais, autorizados após a lei do orçamento, o Congresso Nacional
determinará, especificamente, os recursos a serem utilizados na cobertura de tais despesas,
estabelecendo, quando a situação do Tesouro Nacional for deficitária, a discriminação prevista neste
artigo.
§ 5º Na ocorrência das hipóteses citadas no parágrafo único, do artigo 75, da Constituição Federal, o
Presidente da República poderá determinar que o Conselho Monetário Nacional, através do Banco
Central da República do Brasil, faça a aquisição de letras do Tesouro Nacional com a emissão de papel-
moeda até o montante do crédito extraordinário que tiver sido decretado.
§ 6º O Presidente da República fará acompanhar a determinação ao Conselho Monetário Nacional,
mencionada no parágrafo anterior, de cópia da mensagem que deverá dirigir ao Congresso Nacional,
indicando os motivos que tornaram indispensável a emissão e solicitando a sua homologação.
§ 7º As letras do Tesouro Nacional, colocadas por antecipação de receita, não poderão ter
vencimentos posteriores a 120 (cento e vinte) dias do encerramento do exercício respectivo.
§ 8º Até 15 de março do ano seguinte, o Poder Executivo enviará mensagem ao Poder Legislativo,
propondo a forma de liquidação das letras do Tesouro Nacional emitidas no exercício anterior e não
resgatadas.
§ 9º É vedada a aquisição dos títulos mencionados neste artigo pelo Banco do Brasil S.A. e pelas
instituições bancárias de que a União detenha a maioria das ações. (Vide Decreto-lei nº 1.079, de 1970)

Art. 50. O Conselho Monetário Nacional, o Banco Central da República do Brasil, o Banco Nacional
do Desenvolvimento Econômico, o Banco do Brasil S.A., O Banco do Nordeste do Brasil S.A. e o Banco
de Crédito da Amazônia S. A. gozarão dos favores, isenções e privilégios, inclusive fiscais, que são
próprios da Fazenda Nacional, ressalvado quanto aos três, últimos, o regime especial de tributação do
Imposto de Renda a que estão sujeitos, na forma da legislação em vigor.
Parágrafo único. São mantidos os favores, isenções e privilégios de que atualmente gozam as
instituições financeiras.

Art. 51. Ficam abolidas, após 3 (três) meses da data da vigência desta Lei, as exigências de "visto"
em "pedidos de licença" para efeitos de exportação, excetuadas as referentes a armas, munições,
entorpecentes, materiais estratégicos, objetos e obras de valor artístico, cultural ou histórico. (Vide Lei nº
5.025, de 1966)
Parágrafo único. Quando o interesse nacional exigir, o Conselho Monetário Nacional, criará o "visto"
ou exigência equivalente.

Art. 52. O quadro de pessoal do Banco Central da República do Brasil será constituído de: (Vide Lei
nº 9.650, de 1998)
I - Pessoal próprio, admitido mediante concurso público de provas ou de títulos e provas, sujeita á
pena de nulidade a admissão que se processar com inobservância destas exigências;
II - Pessoal requisitado ao Banco do Brasil S. A. e a outras instituições financeiras federais, de comum
acordo com as respectivas administrações;
III - Pessoal requisitado a outras instituições e que venham prestando serviços à Superintendência da
Moeda e do Crédito há mais de 1 (um) ano, contado da data da publicação desta lei.
§ 1º O Banco Central da República do Brasil baixará dentro de 90 (noventa) dias da vigência desta
lei, o Estatuto de seus funcionários e servidores, no qual serão garantidos os direitos legalmente
atribuídos a seus atuais servidores e mantidos deveres e obrigações que lhes são inerentes.
§ 2º Aos funcionários e servidores requisitados, na forma deste artigo as instituições de origem lhes
assegurarão os direitos e vantagens que lhes cabem ou lhes venham a ser atribuídos, como se em efetivo
exercício nelas estivessem.
§ 3º Correrão por conta do Banco Central da República do Brasil todas as despesas decorrentes do
cumprimento do disposto no parágrafo anterior, inclusive as de aposentadoria e pensão que sejam de

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responsabilidade das instituições de origem ali mencionadas, estas últimas rateadas proporcionalmente
em função dos prazos de vigência da requisição.
§ 4º Os funcionários do quadro de pessoal próprio permanecerão com seus direitos e garantias regidos
pela legislação de proteção ao trabalho e de previdência social, incluídos na categoria profissional de
bancários.
§ 5º Durante o prazo de 10 (dez) anos, cotados da data da vigência desta lei, é facultado aos
funcionários de que tratam os inciso II e III deste artigo, manifestarem opção para transferência para o
Quadro do pessoal próprio do Banco Central da República do Brasil, desde que:
a) tenham sido admitidos nas respectivas instituições de origem, consoante determina o inciso I, deste
artigo;
b) estejam em exercício há mais de dois anos;
c) seja a opção aceita pela Diretoria do Banco Central da República do Brasil, que sobre ela deverá
pronunciar-se conclusivamente no prazo máximo de três meses, contados da entrega do respectivo
requerimento.

Art. 53. (Revogado pela Lei nº 4.829, de 05/11/65)

CAPÍTULO VII
Disposições Transitórias

Art. 54. O Poder Executivo, com base em proposta do Conselho Monetário Nacional, que deverá ser
apresentada dentro de 90 (noventa) dias de sua instalação, submeterá ao Poder Legislativo projeto de lei
que institucionalize o crédito rural, regule seu campo específico e caracterize as modalidades de
aplicação, indicando as respectivas fontes de recurso.
Parágrafo único. A Comissão Consultiva do Crédito Rural dará assessoramento ao Conselho
Monetário Nacional, na elaboração da proposta que estabelecerá a coordenação das instituições
existentes ou que venham a ser cridas, com o objetivo de garantir sua melhor utilização e da rede bancária
privada na difusão do crédito rural, inclusive com redução de seu custo.

Art. 55. Ficam transferidas ao Banco Central da República do Brasil as atribuições cometidas por lei
ao Ministério da Agricultura, no que concerne à autorização de funcionamento e fiscalização de
cooperativas de crédito de qualquer tipo, bem assim da seção de crédito das cooperativas que a tenham.

Art. 56. Ficam extintas a Carteira de Redescontos do Banco do Brasil S. A. e a Caixa de Mobilização
Bancária, incorporando-se seus bens direitos e obrigações ao Banco Central da República do Brasil.
Parágrafo único. As atribuições e prerrogativas legais da Caixa de Mobilização Bancária passam a
ser exercidas pelo Banco Central da República do Brasil, sem solução de continuidade.

Art. 57. Passam à competência do Conselho Monetário Nacional as atribuições de caráter normativo
da legislação cambial vigente e as executivas ao Banco Central da República do Brasil e ao Banco do
Brasil S. A., nos termos desta lei.
Parágrafo único. Fica extinta a Fiscalização Bancária do Banco do Brasil S. A., passando suas
atribuições e prerrogativas legais ao Banco Central da República do Brasil.

Art. 58. Os prejuízos decorrentes das operações de câmbio concluídas e eventualmente não
regularizadas nos termos desta lei bem como os das operações de câmbio contratadas e não concluídas
até a data de vigência desta lei, pelo Banco do Brasil S.A., como mandatário do Governo Federal, serão
na medida em que se efetivarem, transferidos ao Banco Central da República do Brasil, sendo neste
registrados como responsabilidade do Tesouro Nacional.
§ 1º Os débitos do Tesouro Nacional perante o Banco Central da República do Brasil, provenientes
das transferências de que trata este artigo serão regularizados com recursos orçamentários da União.
§ 2º O disposto neste artigo se aplica também aos prejuízos decorrentes de operações de câmbio que
outras instituições financeiras federais, de natureza bancária, tenham realizado como mandatárias do
Governo Federal.

Art. 59. É mantida, no Banco do Brasil S.A., a Carteira de Comércio Exterior, criada nos termos da Lei
nº 2.145, de 29 de dezembro de 1953, e regulamentada pelo Decreto nº 42.820, de 16 de dezembro de
1957, como órgão executor da política de comércio exterior,

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Art. 60. O valor equivalente aos recursos financeiros que, nos termos desta lei, passarem a
responsabilidade do Banco Central da República do Brasil, e estejam, na data de sua vigência em poder
do Baco do Brasil S. A., será neste escriturado em conta em nome do primeiro, considerando-se como
suprimento de recursos, nos termos do § 1º, do artigo 19, desta lei.

Art. 61. Para cumprir as disposições desta lei o Banco do Brasil S.A. tomará providências no sentido
de que seja remodelada sua estrutura administrativa, a fim de que possa eficazmente exercer os encargos
e executar os serviços que lhe estão reservados, como principal instrumento de execução da política de
crédito do Governo Federal.

Art. 62. O Conselho Monetário Nacional determinará providências no sentido de que a transferência
de atribuições dos órgãos existentes para o Banco Central da República do Brasil se processe sem
solução de continuidade dos serviços atingidos por esta lei.

Art. 63. Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Monetário Nacional, a que alude o inciso
IV, do artigo 6º desta lei serão respectivamente de 6 (seis), 5 (cinco), 4 (quatro), 3 (três), 2 (dois) e 1 (um)
anos.

Art. 64. O Conselho Monetário Nacional fixará prazo de até 1 (um) ano da vigência desta lei para a
adaptação das instituições financeiras às disposições desta lei.
§ 1º Em casos excepcionais, o Conselho Monetário Nacional poderá prorrogar até mais 1 (um) ano o
prazo para que seja complementada a adaptação a que se refere este artigo.
§ 2º Será de um ano, prorrogável, nos termos do parágrafo anterior, o prazo para cumprimento do
estabelecido por força do art. 30 desta lei.

Art. 65. Esta lei entrará em vigor 90 (noventa) dias após data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

Brasília, 31 de dezembro de 1964; 143º da Independência e 76º da República.

H. CASTELO BRANCO
Otávio Gouveia de Bulhões
Daniel Farraco
Roberto de Oliveira Campos

Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.1.1965

DECRETO Nº 3.088, DE 21 DE JUNHO DE 1999

Estabelece a sistemática de "metas para a inflação" como diretriz para fixação do regime de
política monetária e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPUBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 4oda Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e no art.
14, inciso IX, alínea "a", da Lei no 9.649, de 27 de maio de 1998,

DECRETA:
Art. 1o Fica estabelecida, como diretriz para fixação do regime de política monetária, a sistemática de
"metas para a inflação".
§ 1o As metas são representadas por variações anuais de índice de preços de ampla divulgação.
§ 2o As metas e os respectivos intervalos de tolerância serão fixados pelo Conselho Monetário Nacional
- CMN, mediante proposta do Ministro de Estado da Fazenda, observando-se que a fixação deverá
ocorrer:
I - para os anos de 1999, 2000 e 2001, até 30 de junho de 1999; e
II - para os anos de 2002 a 2018, inclusive, até 30 de junho de cada segundo ano imediatamente
anterior; (Redação dada pelo Decreto nº 9.083, de 2017)
III - para os anos de 2019 e 2020, até 30 de junho de 2017; e (Incluído pelo Decreto nº 9.083, de 2017)
IV - para os anos de 2021 e seguintes, até 30 de junho de cada terceiro ano imediatamente anterior.
(Incluído pelo Decreto nº 9.083, de 2017)

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Art. 2o Ao Banco Central do Brasil compete executar as políticas necessárias para cumprimento das
metas fixadas.

Art. 3o O índice de preços a ser adotado para os fins previstos neste Decreto será escolhido pelo CMN,
mediante proposta do Ministro de Estado da Fazenda.

Art. 4o Considera-se que a meta foi cumprida quando a variação acumulada da inflação - medida pelo
índice de preços referido no artigo anterior, relativa ao período de janeiro a dezembro de cada ano
calendário - situar-se na faixa do seu respectivo intervalo de tolerância.

Parágrafo único. Caso a meta não seja cumprida, o Presidente do Banco Central do Brasil divulgará
publicamente as razões do descumprimento, por meio de carta aberta ao Ministro de Estado da Fazenda,
que deverá conter:
I - descrição detalhada das causas do descumprimento;
II - providências para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos; e
III - o prazo no qual se espera que as providências produzam efeito.

Art. 5o O Banco Central do Brasil divulgará, até o último dia de cada trimestre civil, Relatório de Inflação
abordando o desempenho do regime de "metas para a inflação", os resultados das decisões passadas
de política monetária e a avaliação prospectiva da inflação.

Art. 6o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 21 de junho de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

LEI Nº 6.045, DE 15 DE MAIO DE 1974

Altera a constituição e a competência do Conselho Monetário Nacional e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono


a seguinte Lei:

Art 1º O caput do artigo 4º, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, passa a vigorar com a
seguinte redação:

"Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente
da República:"

Art 2º As atribuições relativas à política nacional do abastecimento, enunciadas nos artigos 2º e 3º, da
Lei Delegada nº 5, de 26 de dezembro de 1962, e transferidas para a competência do Conselho Monetário
Nacional pelo artigo 2º, do Decreto nº 65.769, de 2 de dezembro de 1969, serão exercidas conjuntamente
pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, e pelos
Ministros de Estado da Fazenda, dos Transportes e da Agricultura, sob a coordenação deste último e de
acordo com as diretrizes que forem estabelecidas pelo Presidente da República.

Art 3º O Conselho Monetário Nacional será integrado pelos seguintes membros:


I - Ministro de Estado da Fazenda, como Presidente;
II - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, que será o
Vice-Presidente e substituirá o Presidente em seus impedimentos eventuais;
III - Ministro de Estado da Indústria e do Comércio, que substituirá o Vice-Presidente em seus
impedimentos eventuais;
IV - Presidente do Banco Central do Brasil;
V - Presidente do Banco do Brasil S.A.;
VI - Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
VII - Presidente do Banco Nacional de Habitação;
VIII - Três membros nomeados pelo Presidente da República entre brasileiros de ilibada reputação e
notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, com mandato de cinco anos.

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§ 1º O Conselho deliberará por maioria de votos com a presença, no mínimo, de seis membros,
cabendo ao Presidente o voto de qualidade.
§ 2º Os demais Diretores do Banco Central do Brasil participarão das reuniões do Conselho Monetário
Nacional sem direito a voto.
§ 3º O Presidente do Conselho Monetário Nacional poderá convidar para participar das reuniões, sem
direito a voto, outros Ministros de Estado, assim como representantes de entidades públicas ou privadas.
Art 4º O Conselho Monetário Nacional reunir-se-á ordinariamente uma vez por mês e,
extraordinariamente, sempre que necessário, por convocação do seu Presidente.

Art. 5º - O Banco Central do Brasil será administrado por um Presidente e seis Diretores, nomeados
pelo Presidente da República, escolhidos entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em
assuntos econômico-financeiros, sendo demissíveis ad nutum. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.795,
de 1980)

Art 6º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

DECRETO Nº 1.649, DE 27 DE SETEMBRO DE 1995

Altera dispositivos do Regimento Interno do Conselho Monetário Nacional - CMN, aprovado pelo
Decreto nº 1.307, de 9 de novembro de 1994.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,
da Constituição, e tendo em vista o disposto no § 6º do art. 8º da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995,

DECRETA:

Art. 1º Os arts. 2º, 5º, 10, 16 e 23 do Regimento Interno do Conselho Monetário Nacional, aprovado
pelo Decreto nº 1.307, de 9 de novembro de 1994, passam a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 2º O CMN é integrado pelos seguintes membros:
I - Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de Presidente;
II - Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento;
III - Presidente do Banco Central do Brasil."

“Art. 5º Funcionarão também junto ao CMN as seguintes Comissões Consultivas:


I - de Normas e Organização do Sistema Financeiro;
II - de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros;
III - de Crédito Rural;
IV - de Crédito Industrial;
V - de Crédito Habitacional, e para Saneamento e Infraestrutura Urbana
VI - de Endividamento Público;
VII - de Política Monetária e Cambial."

"Art. 10. Compete á COMOC:


I - propor as instruções necessárias à execução do disposto da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995,
relativas às matérias de competência do Conselho Monetário Nacional;

"Art. 16. Participam das reuniões do CMN:


III - os Diretores do Banco Central do Brasil, não integrantes da COMOC;

"Art. 23. Os recursos de decisões do Banco Central do Brasil, cujo julgamento seja da competência do
CMN, serão encaminhados ao Colegiado após manifestação da COMOC."

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

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Questões

01. (BNDES - Técnico Administrativo - CESGRANRIO) O Sistema Financeiro Nacional (SFN),


estruturado e regulado pela Lei nº 4.595, de 31/12/1964, é composto por algumas instituições. NÃO
faz(em) parte do SFN o(a)
(A) Banco Central do Brasil (Bacen)
(B) Conselho Monetário Nacional (CMN)
(C) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
(D) Banco do Brasil S.A. (BB) e as demais instituições financeiras públicas e privadas
(E) Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)

02. (BNDES - Técnico Administrativo - CESGRANRIO) De acordo com a Lei nº 4.595/64, NÃO
integra o Sistema Financeiro Nacional:
(A) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social.
(B) Banco do Brasil S.A.
(C) Banco Central do Brasil.
(D) Conselho Monetário Nacional.
(E) Secretaria do Tesouro Nacional.

03. (Banco do Brasil – Escriturário - CESGRANRIO) Uma das atribuições do Conselho Monetário
Nacional (CMN), que a Lei nº 4.595/1964 estabelece, na qualidade de órgão integrante do Sistema
Financeiro Nacional (SFN), é:
(A) receber os recolhimentos compulsórios das instituições financeiras
(B) realizar as operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras
(C) determinar os percentuais do recolhimento compulsório
(D) executar os serviços de meio circulante
(E) orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras

04. (BANPARÁ – Contador - PAC) De acordo com a Lei n.º 4.595/1964, são prerrogativas exclusivas
do Conselho Monetário Nacional (CMN), exceto:
(A) Estabelecer as diretrizes e normas da política cambial;
(B) Regular o crédito, incluindo suas modalidades e operações de aceites, avais e de garantias.
(C) Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias.
(D) Emitir normas gerais de contabilidade e estatística a serem seguidas pelas instituições financeiras.
(E) Remeter ao Congresso Nacional relatórios sobre o recolhimento de compulsórios.

05. (BRDE - Analista de Projetos - FUNDATEC) O Conselho Monetário Nacional (CMN) foi instituído
pela Lei nº 4.595/1964. São integrantes do Conselho Monetário Nacional:
I. Presidente do Banco Central do Brasil.
II. Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão.
III. Ministro da Fazenda.
IV. Secretário da Receita Federal.
V. Ministro-chefe da Casa Civil.
VI. Secretário-geral da Presidência da República.
Quais estão corretos?
(A) Apenas I, II e III.
(B) Apenas IV, V e VI.
(C) Apenas I, II, III e IV.
(D) Apenas II, III, VI e V.
(E) I, II, III, IV, V e VI.

06. (BRDE - Analista de Projetos – Jurídica - AOCP) De acordo com a Lei n.º 4.595, de 31/12/1964
(Sistema Financeiro Nacional), o Conselho Monetário Nacional terá como presidente
(A) o Ministro de Estado da Fazenda.
(B) o Presidente do Banco do Brasil S.A.
(C) o Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico.
(D) um dos membros nomeados pelo Presidente da República.
(E) o Ministro da Economia.

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Respostas

01. Resposta: “E”


Das instituições mencionadas não fazem parte do SFN a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
É o que prevê o art. 1º, da Lei.

02. Resposta: “E”


Dispõe a Lei nº 4.595/64 em seu art. 1º:
Art.1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente Lei, será constituído:
I - do Conselho Monetário Nacional;
II - do Banco Central do Brasil;
III - do Banco do Brasil S. A.;
IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
V - das demais instituições financeiras públicas e privadas.

03. Resposta: “E”


Dispõe o art. 3º, IV, da Lei nº 4.595/64, que a política do Conselho Monetário Nacional objetivará, além
de outras atribuições, orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer
privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao
desenvolvimento harmônico da economia nacional.

04. Resposta: “C”


Considerando as prerrogativas exclusivas do Conselho Monetário Nacional, nos termos do art. 4º da
Lei nº 4.595/64, não compete a este realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições
financeiras bancárias.

05. Resposta: “A”


Art. 8º O Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, passa a
ser integrado pelos seguintes membros:
I - Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de Presidente;
II - Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão;
III - Presidente do Banco Central do Brasil.

06. Resposta: “A”


De acordo com a redação do art. 8º, I, da Lei nº 9.069/95 o CMN terá como presidente o Ministro de
Estado da Fazenda. No mesmo sentido é a redação do art. 6º, I, da Lei nº 4.595/64.

Banco Central do Brasil. Bancos Múltiplos. Bancos Comerciais. Caixas


Econômicas. Bancos de Câmbio.

Banco Central do Brasil

O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, foi criado em
31.12.64, com a promulgação da Lei nº 4.595.
Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era desempenhado pela
Superintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC, pelo Banco do Brasil - BB e pelo Tesouro Nacional.
A SUMOC, criada em 1945 com a finalidade de exercer o controle monetário e preparar a organização
de um banco central, tinha a responsabilidade de fixar os percentuais de reservas obrigatórias dos bancos
comerciais, as taxas do redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem como os juros sobre
depósitos bancários.
Além disso, supervisionava a atuação dos bancos comerciais, orientava a política cambial e
representava o País junto a organismos internacionais.
O Banco do Brasil desempenhava as funções de banco do governo, mediante o controle das
operações de comércio exterior, o recebimento dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos
comerciais e a execução de operações de câmbio em nome de empresas públicas e do Tesouro Nacional,
de acordo com as normas estabelecidas pela SUMOC e pelo Banco de Crédito Agrícola, Comercial e
Industrial.

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O Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda. Após a criação do Banco Central buscou-
se dotar a instituição de mecanismos voltados para o desempenho do papel de "bancos dos bancos". Em
1985 foi promovido o reordenamento financeiro governamental com a separação das contas e das
funções do Banco Central, Banco do Brasil e Tesouro Nacional. Em 1986 foi extinta a conta movimento
e o fornecimento de recursos do Banco Central ao Banco do Brasil passou a ser claramente identificado
nos orçamentos das duas instituições, eliminando-se os suprimentos automáticos que prejudicavam a
atuação do Banco Central.
O processo de reordenamento financeiro governamental se estendeu até 1988, quando as funções de
autoridade monetária foram transferidas progressivamente do Banco do Brasil para o Banco Central,
enquanto as atividades atípicas exercidas por esse último, como as relacionadas ao fomento e à
administração da dívida pública federal, foram transferidas para o Tesouro Nacional.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes para a atuação do Banco Central,
dentre os quais destacam-se o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda e a
exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação secreta, após arguição pública, dos
nomes indicados pelo Presidente da República para os cargos de presidente e diretores da instituição.
Além disso, vedou ao Banco Central a concessão direta ou indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional.
A Constituição de 1988 prevê ainda, em seu artigo 192, a elaboração de Lei Complementar do Sistema
Financeiro Nacional, que deverá substituir a Lei 4.595/64 e redefinir as atribuições e estrutura do Banco
Central do Brasil.

Missão Institucional
Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional.

Macroprocessos
- Formulação e gestão das políticas monetária e cambial, compatíveis com as diretrizes do Governo
Federal.
- Regulação e supervisão do sistema financeiro nacional.
- Administração do sistema de pagamentos e do meio circulante.

Macro objetivos
- Consolidar as políticas monetária e cambial no sentido de assegurar a estabilidade do poder de
compra da moeda.
- Assegurar que a regulação e a fiscalização do Sistema Financeiro observem padrões e práticas
internacionais.
- Consolidar a implantação do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro.
- Concluir o processo de saneamento e reestruturação dos bancos oficiais.
- Implantar modelo de administração gerencial para atuação do Banco Central.

Como banco do governo, o BC administra a dívida pública mobiliária federal interna, ao financiar o
Tesouro Nacional, adquirindo títulos por ele emitidos, quando seus gastos superam suas receitas (da
mesma forma que nós recorremos aos bancos quando o nosso salário acaba antes do final do mês).
Administra, também, tanto as reservas como a dívida pública externas, além de fiscalizar e
supervisionar a dívida pública de estados e municípios, para evitar que seu eventual descontrole
prejudique apolítica fiscal do governo.
Como banco das instituições financeiras monetárias (bancos comerciais), administra suas reservas
bancárias, que nada mais são do que os depósitos que essas instituições mantêm junto ao BC (da mesma
forma que cada um de nós tem uma conta corrente em um banco comercial).
Uma parte desses depósitos fica compulsoriamente retida no BC com o objetivo, neste caso, de
controlar o estoque de recursos que os bancos podem disponibilizar como crédito aos seus clientes e,
dessa forma, tentar estabelecer o nível ideal de aumento de consumo sem aumento de inflação para cada
momento da economia.
Se o objetivo for aumentar ou mesmo diminuir o volume de reservas bancárias disponíveis para o
crédito e, consequentemente, tentar diminuir ou aumentar o preço deste crédito, o BC diminui ou aumenta
o depósito compulsório sobram as reservas dos bancos, originadas pelos nossos depósitos à vista.
Resultado: aumento ou diminuição da taxa de juros.
Como fiscal do sistema financeiro, o BC procura garantir o correto funcionamento de todas as suas
instituições, antecipando-se aos problemas de liquidez que algumas delas possam vir a ter e, assim,
preservando a integridade do sistema financeiro como um todo e das economias de cada um de nós em
particular.

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Como gestor da política cambial, estabelece as regras de gestão e operação do banco sem relação à
moeda estrangeira, mais especificamente ao dólar, de forma a permitir que, dependendo das condições
internas de nossa economia e de suas relações com o exterior, o preço do nosso real em relação ao dólar
(a taxa de câmbio) garanta um fluxo de moeda positivo do País com o exterior (recebemos mais dólares
do exterior do que somos obrigados a enviar) sem aumento de inflação.
Como gestor da política monetária, sua principal e mais crítica função, o BC procura determinar o
estoque e o fluxo de moeda na economia que permitam, para cada momento econômico, seu crescimento
sustentado, ou seja, sem inflação.
Para atingir esse objetivo, o BC age diretamente sobre o sistema financeiro, utilizando mecanismos
diretos de controle das reservas bancárias, quais sejam:

O depósito compulsório sobre os depósitos à vista, o qual, pelo seu poder de multiplicação de crédito,
tem um tratamento todo especial;

O empréstimo de liquidez, mais conhecido como redesconto, como uma ajuda temporária aos
bancos para recompor sua capacidade futura de crédito;

O contingenciamento de crédito, através do estabelecimento de regras restritivas para concessão de


crédito, a partir das reservas disponíveis para isso nos bancos; O mercado aberto de títulos públicos-
open market, ou seja, a compra e a venda consistentes e programadas de títulos públicos pelo BC, de
forma a retirar recursos do mercado pela venda dos títulos, ou colocar pela compra (resgate) desses
mesmos títulos.
Podemos concluir que não é fácil a vida do BC e, também, como são fundamentais a sua ação e a
participação do sistema financeiro em todo o processo econômico. É bom lembrar que, sem
desenvolvimento econômico e social, a estabilidade monetária não se justifica, mas sem estabilidade
monetária o desenvolvimento econômico não se sustenta e muito menos o social. Esse é o grande dilema.
Sua solução é responsabilidade do governo, do BC, do sistema financeiro, das empresas e, também, de
todos nós.

Cabe ainda realizar o estudo acerca de alguns dispositivos do Regimento Interno do Banco Central,
que estabelece a natureza e a finalidade do Banco Central do Brasil, bem como suas competências.

PORTARIA Nº 84.287, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2015

Divulga o novo Regimento Interno do Banco Central do Brasil.

REGIMENTO INTERNO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL


TÍTULO I
DA NATUREZA E FINALIDADE

Art. 1º O Banco Central do Brasil (BCB), criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é uma
autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, com sede e foro na Capital da República e atuação
em todo o território nacional.

Art. 2º O Banco Central tem por finalidade a formulação, a execução, o acompanhamento e o


controle das políticas monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras com o exterior; a
organização, disciplina e fiscalização do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Consórcio;
a gestão do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e dos serviços do meio circulante.

Art. 3º As competências do Banco Central estão definidas no art. 164 da Constituição Federal, na Lei
nº 4.595, de 1964, e em legislação complementar.

Art. 4º - Fica revogado o Regimento Interno divulgado pela Portaria nº 29.971, de 4 de março de 2005.

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TÍTULO III
DA DIRETORIA COLEGIADA
CAPÍTULO I
DA COMPOSIÇÃO E DAS REUNIÕES

Art. 5º A Diretoria Colegiada é composta por até nove membros, um dos quais o Presidente, todos
nomeados pelo Presidente da República, entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em
assuntos econômico-financeiros, após aprovação pelo Senado Federal, sendo demissíveis ad nutum.

Art. 6º A Diretoria Colegiada é o órgão de deliberação superior, responsável pela formulação de


políticas e diretrizes necessárias ao exercício das competências do Banco Central.

Art. 7º A Diretoria Colegiada reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por semana e, extraordinariamente,
na forma prevista neste Regimento, presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, e metade do
número de Diretores.
Parágrafo único. As decisões da Diretoria Colegiada serão tomadas por maioria de votos, cabendo ao
Presidente, ou a seu substituto, o voto de qualidade.

Art. 8º O Presidente e os Diretores serão empossados em seus cargos mediante assinatura de termo
de posse lavrado em livro próprio.

Art. 9º O Presidente será substituído, em seus impedimentos e ausências do território nacional, por um
Diretor, por ele designado, que acumulará as funções.

Art. 10. Os Diretores serão substituídos, em seus impedimentos e ausências do território nacional, por
outros membros da Diretoria Colegiada, designados pelo Presidente, que acumularão as funções.

CAPÍTULO II
DAS COMPETÊNCIAS

Art. 11. Compete à Diretoria Colegiada:


I - fixar, em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a meta da Taxa Selic;
II - definir e aprovar as orientações e diretrizes estratégicas para a atuação do Banco Central;
III - formular, acompanhar e controlar, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN):
a) as políticas monetária, cambial e de crédito;
b) os critérios e os procedimentos relacionados à organização, à disciplina e à fiscalização do SFN;
c) as operações de crédito do Banco Central com instituições financeiras;
d) os serviços do meio circulante;
e) os critérios e os procedimentos relacionados à organização, à disciplina e à vigilância do SPB;
IV - aprovar:
a) anteprojetos de lei e minutas de medidas provisórias, decretos, regulamentos e outros normativos,
para o encaminhamento necessário;
b) regulamentações diversas e manuais de uso interno e externo, exceto aqueles de competência das
unidades;
c) o plano anual de auditoria interna e os programas de comunicação do Banco Central;
d) os balancetes do Banco Central;
e) as propostas de inclusão de ações do Banco Central no Plano Plurianual (PPA);
f) a revisão das dotações constantes do orçamento das receitas e encargos das operações de
autoridade monetária, na forma que for decidida pelo CMN;
g) o Plano Anual de Capacitação (PAC);
h) o programa plurianual de recrutamento e seleção do Banco Central a ser encaminhado ao Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão;
i) o número de vagas e a seleção dos candidatos para o programa de pós-graduação stricto sensu,
sob o patrocínio do Banco Central;
j) propostas de encerramento de regimes de resolução em bancos e em instituições integrantes de
conglomerados bancários, nesse último caso, se em conjunto com o banco líder do conglomerado,
ressalvada a hipótese prevista no art. 93, XIV; (NR - Portaria nº 95.818, de 4 de dezembro de 2017)

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k) as regras para fixação de honorários do responsável pela condução de regime de resolução; (NR -
Portaria nº 91.163, de 17 de novembro de 2016)
l) a previsão para a inflação futura, a ser publicada no Relatório de Inflação;
m) a indicação de servidores para compor os conselhos Deliberativo e Fiscal da Fundação Banco
Central de Previdência Privada (Centrus);
n) a proposta do orçamento organizacional do Banco Central;
o) os indicadores de gestão e as metas estratégicas corporativas;
p) os projetos estratégicos e aqueles a serem custeados pela Reserva para o Desenvolvimento
Institucional do Banco Central do Brasil (Redi-BC);
q) as contas da Redi-BC;
r) as regulamentações pertinentes aos procedimentos relacionados à instauração e à análise de
processos administrativos sancionadores; (NR - Portaria nº 95.818, de 4 de dezembro de 2017)
V - aprovar para encaminhamento ao CMN:
a) solicitações de instalação no País de novas agências de instituições financeiras domiciliadas no
exterior, bem como pedidos de cancelamento das autorizações concedidas;
b) pedidos relativos à participação estrangeira no capital de instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, em funcionamento ou em constituição, quando
necessária autorização do Presidente da República;
c) propostas de regulamentação aplicável a instituições financeiras e demais instituições autorizadas
a funcionar pelo Banco Central, bem como a operações praticadas nos mercados financeiro e de capitais,
relativas às competências daquele Conselho;
d) propostas de cancelamento de autorização para funcionamento, no País, de filial de instituição
financeira estrangeira;
e) os balanços do Banco Central;
f) a proposta do orçamento de receitas e encargos das operações de autoridade monetária;
g) as características de cédulas e moedas e as respectivas datas de lançamento em circulação;
h) as alterações no Regimento Interno do Banco Central;
i) o processo de prestação de contas anual do Presidente do Banco Central ao Tribunal de Contas da
União (TCU);
j) propostas para a fixação das Taxas de Juros de Longo Prazo (TJLP);
k) proposta de extensão de gravame de indisponibilidade a bens específicos ou patrimônio de pessoas
que, além dos ex-administradores, de direito ou de fato, e controladores, tenham concorrido, nos últimos
doze meses, para a decretação de regime de resolução; (NR - Portaria nº 91.163, de 17 de novembro de
2016)
l) propostas de regulamentação aplicável ao SPB, relativas às competências daquele Conselho;
m) demais assuntos que dependam de decisão daquele Órgão;
VI - decidir sobre:
a) critérios e procedimentos de natureza administrativa, financeira e contábil a serem adotados para o
desempenho das atividades do Banco Central;
b) assuntos relativos às atividades do Banco Central a serem apreciados pelo CMN;
c) critérios relacionados a autorizações e registros previstos em lei ou em decisões do CMN;
d) política de aplicação de recursos do Banco Central;
e) doação de imóveis recebidos em dação em pagamento, submetida a matéria à apreciação do CMN;
f) alterações da estrutura organizacional do Banco Central, quando houver acréscimo na fixação de
funções comissionadas das unidades e nos casos de criação ou extinção de unidades;
g) (Revogado) (NR - Portaria nº 96.825, de 25 de janeiro de 2018)
h) decretação de regimes de resolução em instituições submetidas à fiscalização do Banco Central;
(NR- Portaria nº 95.818, de 4 de dezembro de 2017)
i) enquadramento, como sistemicamente importantes, de sistemas de liquidação de câmaras e de
prestadores de serviços de compensação e de liquidação;
j) a autorização para o funcionamento de sistemas de liquidação, inclusive sob a forma de depósito
centralizado, de câmaras e de prestadores de serviços de compensação e de liquidação; (NR - Portaria
nº 93.503, de 18 de maio de 2017)
k) mudanças relevantes no funcionamento de câmaras e de prestadores de serviços de compensação
e de liquidação, relacionadas com a concepção dos modelos de liquidação e de administração de risco
ou qualquer alteração com impactos sistêmicos imediatos ou potenciais;
l) medidas necessárias ao funcionamento regular do mercado de câmbio e ao equilíbrio do balanço de
pagamentos, podendo para esse fim autorizar a compra e a venda de ouro e moeda estrangeira e a

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realização de operações de crédito no exterior, inclusive as referentes a direitos especiais de saque,
segundo diretrizes estabelecidas pelo CMN;
m) solicitações de interesse de instituições sujeitas à autorização do Banco Central para funcionar,
relativas a:
1. constituição de banco múltiplo, banco comercial, banco de investimento ou banco de câmbio; (NR -
Portaria nº 91.740, de 22 de dezembro de 2016)
2. (Revogado);
3. fusão, cisão, incorporação ou mudança de objeto social que resultar em banco múltiplo, em banco
comercial, em banco de investimento ou em banco de câmbio; (NR -Portaria nº 91.740, de 22 de
dezembro de 2016)
4. (Revogado);
5. (Revogado);
6. transferência ou alteração no controle acionário quando houver ingresso de novos acionistas, em
banco múltiplo, em banco comercial, em banco de investimento ou em banco de câmbio; (NR -Portaria nº
91.740, de 22 de dezembro de 2016)
7. atos de concentração cuja análise indicar que a operação acarreta impactos relevantes na
concorrência no sistema financeiro; (NR -Portaria nº 91.740, de 22 de dezembro de 2016)
n) (Revogado);
o) propostas de regulamentação aplicável:
1. a instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, bem
como a operações praticadas nos mercados financeiro e de capitais, relativas às competências do Banco
Central;
2. a operações de grupos de consórcio e às instituições e empresas que os administram e outras
formas associativas assemelhadas que objetivem a aquisição de bens de qualquer natureza baseada em
competências detidas pela Autarquia;
3. ao crédito rural e ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); (NR -Portaria nº
91.740, de 22 de dezembro de 2016)
p) propostas de normas específicas de contabilidade, auditoria e estatística, a serem observadas pelas
instituições e pelas empresas mencionadas na alínea anterior;
q) o não atendimento ao público por parte das instituições financeiras e demais instituições autorizadas
a funcionar pelo Banco Central, no estrito interesse público, em situações especiais que venham a se
apresentar, em todo ou em parte do território nacional;
r) (Revogado);
s) matérias que, por sua natureza, exijam deliberação colegiada ou disciplina aplicável a questões não
regulamentadas, no âmbito de ação do Banco Central;
t) proposição do Comitê de Projetos Corporativos (CPC);
u) critérios para o credenciamento, descredenciamento de instituições para realizar operações do
mercado aberto e operações de compra e venda de moeda estrangeira, no mercado interbancário, com
o Banco Central, bem como para a aplicação de sanções por descumprimento da regulamentação
pertinente;
v) (Revogado)
w) mudanças relevantes na estrutura e no funcionamento do arranjo de pagamento relacionadas ao
propósito, à modalidade e à abrangência do arranjo, às características do instrumento de pagamento, às
condições de participação que possam limitar a competição no provimento de serviços de pagamento e
aos mecanismos de gerenciamento de riscos;
x) a atuação e o exercício do voto no Comitê Permanente no âmbito do Arranjo Contingente de
Reservas dos BRICS, estabelecido mediante Tratado firmado entre Brasil, Rússia, China, Índia e África
do Sul (agrupamento conhecido pelo acrônimo de BRICS); (NR -Portaria nº 91.740, de 22 de dezembro
de 2016)
y) o Guia para Análise de Atos de Concentração no Sistema Financeiro Nacional; (NR -Portaria nº
91.740, de 22 de dezembro de 2016)
z) a autorização para o funcionamento de sistemas de registro de ativos financeiros; (NR - Portaria nº
93.503, de 18 de maio de 2017)
VII - baixar normas e determinar providências relacionadas às atividades das unidades do Banco
Central;
VIII - autorizar:
a) a associação do Banco Central a instituições e entidades representativas de segmentos relevantes
no contexto do Sistema Financeiro Nacional ou internacional, bem como o pagamento das respectivas
contribuições a título de manutenção ou anuidade;

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b) a celebração de acordos e memorandos de entendimento com instituições estrangeiras e com
organismos internacionais;
IX - (Revogado);
X – (Revogado);
XI - exercer o controle da fiscalização das instituições sujeitas à autorização do Banco Central, bem
como da aplicação das penalidades previstas em lei e regulamentos;
XII - estabelecer diretrizes e parâmetros (benchmarks) para que a administração das reservas oficiais
de ouro e moeda estrangeira e de direitos especiais de saque esteja de acordo com as políticas monetária
e cambial do Governo;
XIII - propor ao CMN prazos para perda do poder liberatório de cédulas e moedas;
XIV - autorizar a subscrição brasileira em aumentos de capital de organismos financeiros
internacionais, cuja responsabilidade pela integralização seja do Banco Central;
XV - estabelecer limites operacionais para os bancos brasileiros autorizados a operar no Convênio de
Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR), bem como os valores das linhas de crédito concedidas aos
Bancos Centrais participantes do referido convênio;
XVI - decidir sobre alterações na área de atuação territorial das Gerências Técnicas Regionais e das
Procuradorias Regionais e nos Estados;
XVII - decidir, em última instância, ressalvada a competência do Conselho de Recursos do Sistema
Financeiro Nacional (CRSFN), bem como os recursos de servidores contra decisões do Diretor de
Administração, recursos contra atos da competência originária do Presidente ou dos Diretores;
XVIII - decidir, em última instância, recursos contra ato do Diretor de Organização do Sistema
Financeiro e de Resolução que tenha por objeto juízo sobre a reputação de controladores ou de membros
de órgãos estatutários de instituições financeiras e das demais instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central; (NR -Portaria nº 91.740, de 22 de dezembro de 2016)
XIX - decidir sobre alterações no regulamento do Comitê de Segurança (Coseg) e no regulamento de
segurança de tecnologia da informação;
XX - exercer o controle da vigilância do SPB, bem como da aplicação das penalidades previstas em
lei e regulamentos; (NR - Portaria nº 93.503, de 18 de maio de 2017)
XXI - definir, em reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), as estratégias e as diretrizes
para preservar a estabilidade financeira e mitigar o risco sistêmico;
XXII - autorizar a assinatura de acordos, contratos e convênios cujo valor seja superior a
R$20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
XXIII - resolver sobre a solicitação, pelo BCB, de operações de swap de moedas locais, bem como
sobre o posterior uso dos recursos e o repasse da moeda estrangeira;
XXIV - autorizar a contratação de operações de swap solicitadas por banco central estrangeiro, bem
como a posterior utilização de reais por parte de banco central estrangeiro;
XXV - decidir, em última instância, recursos contra decisões relativas a autorizações de arranjos de
pagamento; (NR - Portaria nº 95.818, de 4 de dezembro de 2017)
XXVI - decidir sobre a eleição de membros para o conselho de administração dos fundos garantidores
de crédito, na forma da legislação e dos estatutos dessas entidades;
XXVII - fixar, em reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), o valor do adicional
contracíclico de capital principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil). (NR - Portaria nº 93.503, de 18 de maio
de 2017).

(...)
BANCOS MÚLTIPLOS

Os bancos múltiplos1 são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações
ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras:
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e
de crédito, financiamento e investimento. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e
regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A carteira de
desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. O banco múltiplo deve ser constituído
com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser
organizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar
depósitos à vista. Na sua denominação social deve constar a expressão "Banco" (Resolução CMN 2.099,
de 1994).

1
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fcomposicao%2Fbm.asp

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BANCOS COMERCIAS

Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal
proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazos, o comércio, a
indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A captação de
depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode também
captar depósitos a prazo. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua
denominação social deve constar a expressão "Banco" (Resolução CMN 2.099, de 1994).
Os Bancos Comerciais nos atendem seus clientes em suas necessidades do dia a dia e/ou de curto
prazo (até um ano), através de suas agências bancárias, home banking ou Internet.
São eles que recebem os nossos pagamentos e as cobranças, evitando que estes tenham que fazê-
las diretamente junto a origem.

Principais Operações

Ativas
- descontar títulos;
- abertura de crédito simples ou em conta corrente;
- crédito rural, de câmbio e comércio internacional;

Passivas
- captar depósitos à vista;

Conta corrente
- captar depósitos a prazo fixo; CDB -certificado de depósito bancário título de renda fixa, pré / pós-
fixado, transferível. RDB -registro de depósito bancário -título de renda fixa, pré / pós-fixado, intransferível;
- obter recursos junto a instituições oficiais para repasse a clientes;
- obter recursos externos;
- Efetuar prestação de serviços, inclusive mediante convênio.
- Cobrança de títulos e arrecadação de tarifas e tributos públicos.

CAIXAS ECONÔMICAS

São instituições eminentemente de cunho social, concedendo empréstimos e financiamentos a


programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e
esporte.
Sua principal atividade, porém, está ligada ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE),
ligada ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH), onde sua principal fonte de recursos, a caderneta de
poupança, canaliza as economias da sociedade para a aplicação no crédito imobiliário de habitações
populares, na infraestrutura e no saneamento básico das cidades.
Outras atividades:
- captar depósitos à vista e a prazo;
- realizar operações ativas e de prestação de serviços, basicamente às pessoas físicas;
- têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação;
- vender bilhetes das loterias;
- centralização do recolhimento e da posterior aplicação dos recursos do FGTS.

Atualmente, não há no Brasil caixas econômicas estaduais.

Caixa Econômica Federal

A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está regulada pelo Decreto-Lei 759, de 12 de agosto de
1969, como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de instituição assemelhada
aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação
de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão de empréstimos e
financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho,
transportes urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao consumidor, financiando bens de
consumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, bem como tem o
monopólio do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação e tem o monopólio da venda

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de bilhetes de loteria federal. Além de centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os
recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra o Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

A Caixa Econômica Federal: a CEF caracteriza-se por estar voltada ao financiamento habitacional e
ao saneamento básico.
É um instrumento governamental de financiamento social.
Tem como missão, promover a melhoria contínua da qualidade de vida da sociedade, intermediando
recursos e negócios financeiros de qualquer natureza, atuando, prioritariamente, no fomento ao
desenvolvimento urbano e nos segmentos de habitação, saneamento e infraestrutura, e na administração
de fundos, programas e serviços de caráter social, tendo como valores fundamentais:
Direcionamento de ações para o atendimento das expectativas da sociedade e dos clientes;
- Busca permanente de excelência na qualidade de serviços;
- Equilíbrio financeiro em todos os negócios;
- Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da sociedade;
- Respeito e valorização do ser humano.

DECRETO-LEI Nº 759, DE 12 DE AGOSTO DE 1969.

Autoriza o Poder Executivo a constituir a empresa pública Caixa Econômica Federal e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das atribuições que lhe confere o § 1º do artigo 2º do Ato
Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1969,

DECRETA:

Art 1º Fica o Poder Executivo autorizado a constituir a Caixa Econômica Federal - CEF, instituição
financeira sob a forma de empresa pública, dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e autonomia administrativa, vinculada ao Ministério da Fazenda.
Parágrafo único. A CEF terá sede e foro na Capital da República e jurisdição em todo o território
nacional.

Art 2º A CEF terá por finalidade:


a) receber em depósito sob a garantia da União, economias populares, incentivando os hábitos de
poupança;
b) conceder empréstimos e financiamentos de natureza assistencial, cooperando com as entidades de
direito público e privado na solução dos problemas sociais e econômicos;
c) operar no setor habitacional, como sociedade de crédito imobiliário e principal agente do Banco
Nacional de Habitação, com o objetivo de facilitar e promover a aquisição de sua casa própria,
especialmente pelas classes de menor renda da população;
d) explorar, com exclusividade, os serviços da Loteria Federal do Brasil e da Loteria Esportiva Federal
nos termos da legislação pertinente;
e) exercer o monopólio das operações sobre penhores civis, com caráter permanente e da
continuidade;
f) prestar serviços que se adaptem à sua estrutura de natureza financeira, delegados pelo Governo
Federal ou por convênio com outras entidades ou empresas.
g) realizar, no mercado financeiro, como entidade integrante do Sistema Financeiro Nacional,
quaisquer outras operações, no plano interno ou externo, podendo estipular cláusulas de correção
monetária, observadas as condições normativas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;
h) realizar, no mercado de capitais, para investimento ou revenda, as operações de subscrição,
aquisição e distribuição de ações, obrigações e quaisquer outros títulos ou valores mobiliários,
observadas as condições normativas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;
i) realizar, na qualidade de Agente do Governo Federal, pôr conta e ordem deste, e sob a supervisão
do Conselho Monetário Nacional, quaisquer operações ou serviços nos mercados financeiro e de capitais,
que Ihe forem delegados, mediante convênio.
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 1.259, de 1973)

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Art 3º O capital inicial da CFF pertencerá integralmente à União e será constituído pelo total do
patrimônio líquido do Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais e de todas as Caixas
Econômicas Federais ora existentes, devidamente avaliados e cujo montante se estabelecerá através de
ato do Ministro da Fazenda.

Art 4º O patrimônio da CEF será constituído pelo acervo de todas as Caixas Econômicas Federais e
do seu Conselho Superior, incluídos em tal acervo os haveres, direitos, obrigações e ações, bens móveis
e documentos e papéis de seu arquivo que lhe serão automaticamente incorporados.

Art 5º O pessoal da CEF será obrigatoriamente admitido mediante concurso público de provas ou de
provas e títulos.
§ 1º O regime legal do pessoal da CEF será o da Consolidação das Leis Trabalhistas.
§ 2º Poderão eventualmente ser requisitados pela CEF servidores dos quadros do serviço público
federal, das autarquias federais ou das empresas públicas e sociedades de economia mista,
exclusivamente para o exercício de funções técnicas, mediante o ressarcimento, pela CEF, aos órgãos
de origem ou entidades de origem, dos proventos globais a que fizerem jus os servidores requisitados.

Art 6º Como instituição integrante do Sistema Financeiro Nacional, a CEF estará sujeita às normas
gerais, às decisões e a disciplina normativa estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional e à
fiscalização do Banco Central do Brasil.

Art 7º Os recursos das Agências Estaduais da CEF serão aplicados obrigatoriamente nas respectivas
jurisdições, de forma proporcional aos depósitos ali captados e aos resultados da venda de bilhetes de
loteria no Estado.
Parágrafo único. Tendo em vista a instalação de novas Agências ou Filiais e o desenvolvimento dos
negócios da empresa, poderão ser feitas aplicações, até o limite de 10% (dez por cento) das aplicações
totais da CEF, em áreas diversas da origem dos depósitos.

Art 8º Os diretores da CEF, respeitados os princípios da legislação em vigor, serão solidariamente


responsáveis pelos prejuízos ou danos causados pelo não cumprimento das obrigações ou deveres
impostos pela lei ou regulamentos que lhes definam os encargos e atribuições.

Art 9º Os estatutos da CEF, expedidos pelo Ministro da Fazenda e aprovados por Decreto do
Presidente da República, estabelecerão a constituição, atribuições e funcionamento dos órgãos que
compõem sua estrutura básica.
Parágrafo único. Tanto na elaboração dos estatutos, quanto na plantação da estrutura geral e normas
de funcionamento da CEF, serão observadas, entre outras, os seguintes princípios fundamentais:
I - programação e coordenação das atividades em todos os níveis administrativos;
II - desconcentração da autoridade executiva, objetivando encurtar os canais processuais e assegurar
rapidez à solução das operações;
III - descentralização e desburocratização dos serviços e operações, eliminando-se as tramitações
desnecessárias e os controles supérfluos;
IV - economia dos gastos administrativos, reduzindo-se as despesas de pessoal ao estritamente
necessário;
V - simplificação das estruturas, evitando-se o excesso de chefias e níveis hierárquicos;
VI - incentivo ao aumento de produtividade de seus serviços.

Art 10. Os resultados da exploração da Loteria Federal e da Loteria Esportiva Federal que couberem
à CEF como executora desses serviços públicos serão destinados ao fortalecimento do patrimônio da
empresa, vedada sua aplicação no custeio de despesas correntes.
§ 1º A CEF terá direito a uma comissão de venda a título de remuneração fixa pelos serviços de
distribuição nacional dos bilhetes de loteria, cujo saldo líquido será anualmente levado à conta do Fundo
de Reserva, para futuro aproveitamento em aumentos de capital.
§ 2º A CEF contabilizará em separado todas as operações relativas à exploração dos serviços da
Loteria Federal e da Loteria Esportiva Federal, não podendo os resultados financeiros decorrentes dessa
exploração inclusive os referidos no parágrafo anterior, ser consideradas sob forma alguma para o cálculo
de gratificações e de quaisquer vantagens devidas a empregados ou administradores.

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§ 3º O limite máximo para as despesas efetivas de custeio e manutenção dos serviços lotéricos e para
a comissão de venda referida no § 1º assim como as normas sobre a contabilização da renda líquida
decorrente da exploração dos mesmos serviços serão estabelecidos em regulamento.

Art 11. Fica vedado às instituições financeiras em geral e a quaisquer outras empresas, ressalvadas
as Caixas Econômicas Estaduais já em funcionamento, o uso da denominação "Caixa Econômica".

Art 12. As atuais Caixas Econômicas Estaduais não poderão realizar operações vedadas à CEF.

Art 13. Considerar-se-ão extintos em 31 de dezembro de 1970 o Conselho Superior das Caixas
Econômicas Federais e as Caixas Econômicas Federais dos Estados e no Distrito Federal.

Art 14. Os atuais servidores do Conselho Superior e das Caixas Econômicas Federais serão
aproveitados como empregados da CEF, de preferência nas respectivas jurisdições, em conformidade
com o que for estabelecido pelo Poder Executivo.
Parágrafo único. Os dispositivos do artigo 461 do Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, não
prevalecerão para efeito de equiparação entre os novos empregados da CEF e os antigos servidores dos
órgãos públicos indicados neste artigo.

Art 15. O Poder Executivo poderá baixar os atos que se fizerem necessários a assegurar a
continuidade administrativa do Conselho Superior e dos Conselhos Administrativos das Caixas
Econômicas Federais, em fase de extinção, bem como antecipar a extinção prevista no artigo 13.

Art 16. Os depósitos judiciais em dinheiro relativos a processos de competência dos juízes federais
serão obrigatoriamente feitos na CEF, ficando sujeitos à correção monetária a contar do segundo
trimestre civil posterior à data do depósito, ressalvadas as disposições legais que fixem momento anterior
para essa correção.

Art 17. Fica constituído a partir da data deste Decreto-lei o Fundo de instalação da CEF, que será
administrado e aplicado de acordo com instruções baixadas pelo Ministro da Fazenda.
§1º O Fundo a que se refere este artigo receberá, entre outras contribuições, depósitos
correspondentes à percentagem que vier a ser fixada em regulamento sobre o preço do plano de cada
bilhete de loteria vendido pelas Agências das Caixas Econômicas Federais nos Estados e no Distrito
Federal.
§ 2º Os recursos do Fundo criado por este artigo serão aplicados na aquisição ou construção de prédio
destinado aos serviços centrais da CEF, bem como para pagamento de serviços e materiais
indispensáveis à criação e instalações da empresa.

Art 18. Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.

Relação Cef/Bnh

Em 21 de novembro de 1986 (DL 2291), foi decretada a extinção do BNH, por incorporação à CEF,
que assumiu o conjunto de atribuições antes de responsabilidade do BNH. Assim, toda orientação,
disciplinamento e controle do SFH está ao cargo da CEF.

BANCOS DE CÂMBIO

Os bancos de câmbio2 são instituições financeiras autorizadas a realizar, sem restrições, operações
de câmbio e operações de crédito vinculadas às de câmbio, como financiamentos à exportação e
importação e adiantamentos sobre contratos de câmbio, e ainda a receber depósitos em contas sem
remuneração, não movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico pelo titular, cujos recursos sejam
destinados à realização das operações acima citadas. Na denominação dessas instituições deve constar
a expressão "Banco de Câmbio" (Res. CMN 3.426, de 2006).

2
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fcomposicao%2Fbancos_cambio.asp

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Questões

01. (Banestes - Técnico de Segurança do Trabalho - IDECAN) O Banco Central do Brasil, autarquia
federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, foi criado em 31/12/64, com a promulgação da Lei nº
4.595. São competências exclusivas do Banco Central, EXCETO:
(A) Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho
Monetário Nacional.
(B) Receber os recolhimentos compulsórios e os depósitos voluntários à vista das instituições
financeiras.
(C) Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei.
(D) Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto à compra e venda de ouro e
quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira.
(E) Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas.

02. (Banestes - Técnico de Segurança do Trabalho - IDECAN) O Banco Central do Brasil, autarquia
federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, foi criado em 31/12/64, com a promulgação da Lei nº
4.595. Entre as suas atribuições, pode-se destacar
(A) efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais, executar os serviços do meio
circulante e exercer o controle de crédito.
(B) exercer a fiscalização das instituições financeiras, autorizar o funcionamento das instituições
financeiras e orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras.
(C) controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país, estabelecer as condições para o
exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras e autorizar o funcionamento das
instituições financeiras.
(D) exercer a fiscalização das instituições financeiras e centralizar o recolhimento e posterior aplicação
dos recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
(E) prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização e Entidades
de Previdência Privada Aberta e zelar pela adequada liquidez da economia.

03. (BNDES - Técnico Administrativo - CESGRANRIO) De acordo com a Lei nº 4.595/64, as


instituições financeiras nacionais somente poderão funcionar no Brasil mediante prévia autorização de(o)
(A) Lei específica.
(B) Decreto Legislativo.
(C) Senado Federal.
(D) Banco Central do Brasil.
(E) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social.

04. (BRB – Escriturário - CESPE) Em relação ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e aos seus
diversos órgãos, entidades e instituições, julgue os itens a seguir.

Compete ao Banco Central do Brasil (BACEN), de acordo com a Lei n.º 4.595/1964, regular a
concorrência entre instituições financeiras.
( ) Certo ( ) Errado

Respostas

01. Resposta: “D”


Dentre as competências exclusivas previstas ao Banco Central no artigo 10 da Lei nº4.595/64, não
está incluso a prevista na alternativa “D” da questão, sendo esta uma competência do CMN.

02. Resposta: “A”


Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil:
(...)
II - Executar os serviços do meio-circulante;
VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas;
XII - Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos
federais.

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03. Resposta: “D”
Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante prévia autorização do
Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras.

04. Resposta: “CERTO”


O art. 18, § 2º, da Lei nº 4.595/64 prevê que: O Banco Central da República do Brasil, no exercício da
fiscalização que lhe compete, regulará as condições de concorrência entre instituições financeiras,
coibindo-lhes os abusos com a aplicação da pena nos termos desta lei.

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Bancos de


Desenvolvimento. Bancos de Investimento

Os bancos de investimento são instituições privadas especializadas em operações de participação


societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo
e de giro e de administração de recursos de terceiros. Fornecem os recursos que necessitamos para os
investimentos empresariais de longo prazo, o chamado capital de investimento, seja através de
empréstimos, financiamentos ou lançamento de títulos, tais como ações ou debêntures.
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua
denominação social, a expressão "Banco de Investimento".
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos
externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. Deste modo, os
bancos de investimento fazem captação de recursos através de Certificado de Depósito Bancário (CDB)
e Recibo de Depósito Bancário (RDB), de venda de cotas de fundos de investimentos, de capitação e
repasse de recursos. Os recursos adquiridos são direcionados a empréstimos e financiamentos para
aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de ações e debêntures. Os bancos de
investimento não podem utilizar os recursos para empreendimentos mobiliários, e possuem limites para
investimento no setor estatal.
Assim, as principais operações ativas dos bancos de investimento são financiamento de capital de giro
e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e
repasses de empréstimos externos.
Já os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos governos estaduais,
e têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários
ao financiamento, a médio e a longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o
desenvolvimento econômico e social do respectivo Estado.
Os bancos estaduais de desenvolvimento (controlados pelos governos dos estados) destinam-se ao
fornecimento de crédito de médio e longo prazos às empresas localizadas nos respectivos estados.
Geralmente operam com repasse de órgãos financeiros do Governo Federal.
Existem instituições de fomento regional, as principais são o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o
Banco da Amazônia (BASA).

Nota: O BNDES é o principal agente do governo para o financiamento de longo e médio prazos.

Bndes - Banco Nacional De Desenvolvimento Econômico E Social

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, ex-autarquia federal criada pela
Lei nº 1.628, de 20 de junho de 1952, foi enquadrado como uma empresa pública federal, com
personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, pela Lei nº 5.662, de 21 de junho de 1971.
O BNDES é um órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e tem
como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do país.
Desta ação resultam a melhoria da competitividade da economia brasileira e a elevação da qualidade
de vida da sua população.
Desde a sua fundação, em 20 de junho de 1952, o BNDES vem financiando os grandes
empreendimentos industriais e de infraestrutura tendo marcante posição no apoio aos investimentos na
agricultura, no comércio e serviço e nas micro, pequenas e médias empresas, e aos investimentos sociais,
direcionados para a educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e ambiental e transporte
coletivo de massa.

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Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo prazo e custos competitivos, para o
desenvolvimento de projetos de investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos
novos, fabricados no país, bem como para o incremento das exportações brasileiras.
Contribui, também, para o fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e
desenvolvimento do mercado de capitais.
A BNDESPAR, subsidiária integral, investe em empresas nacionais através da subscrição de ações e
debêntures conversíveis.
O BNDES considera ser de fundamental importância, na execução de sua política de apoio, a
observância de princípios ético-ambientais e assume o compromisso com os princípios do
desenvolvimento sustentável.
As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES atendem às necessidades de investimentos
das empresas de qualquer porte e setor, estabelecidas no país. A parceria com instituições financeiras,
com agências estabelecidas em todo o país, permite a disseminação do crédito, possibilitando um maior
acesso aos recursos do BNDES.

Desafios contemporâneos

O século 21 começou com a consolidação da vertente social na missão do Banco, que é promover a
competitividade da economia brasileira, de forma agregada à sustentabilidade, à geração de emprego e
renda e à redução das desigualdades sociais e regionais. O BNDES busca promover, nos projetos que
solicitam apoio, o desenvolvimento local e regional, o compromisso socioambiental e a capacidade de
inovação, desafios mais urgentes em um mundo cada vez mais dinâmico e em constante transformação.
O BNDES é hoje uma instituição ativa e moderna, que continua desbravando novas fronteiras em prol
do crescimento do Brasil. Ao mesmo tempo em que se expande internamente, com a alocação em salas
de um novo prédio no Rio de Janeiro e com a difusão de sua rede de agências credenciadas, o Banco
inaugurou, em 2009, um novo escritório na América do Sul (Montevidéu), outro na Europa (Londres), e,
em 2013, uma nova representação na África (Joanesburgo) a fim de buscar novas alternativas ao
desenvolvimento em um mundo globalizado e interconectado.
Todos os segmentos econômicos são contemplados pelo Banco: agropecuária, indústria, comércio e
serviços, infraestrutura, sempre com condições especiais para as micro, pequenas e médias empresas.
O incentivo às exportações e o fortalecimento do mercado de capitais permanecem como ações
estratégicas. Presente em todos os setores, o BNDES promove o aumento da competitividade e o
fortalecimento da economia nacional, apoia o avanço social e cultural e contribui para ampliar o acesso
de todos os cidadãos a uma vida melhor, com mais educação, saúde, emprego e cidadania.

Missão, Visão e Valores

Missão: Promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, com geração


de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais.
Visão: Ser o Banco do desenvolvimento do Brasil, instituição de excelência, inovadora e pró-ativa ante
os desafios da nossa sociedade.
Valores:
- A ética é o solo sobre o qual o BNDES vem sendo construído desde sua criação. Assim, o BNDES
exige de seus profissionais uma conduta ética irrepreensível no exercício de suas atribuições. Tal conduta
se traduz sobretudo em responsabilidade e honestidade. Preservamos o respeito e a confiança em
nossos relacionamentos e marcamos nossos atos pela transparência. Partimos do princípio de que só há
desenvolvimento com ética.
- Agimos em todas as circunstâncias com responsabilidade, retidão, integridade, honestidade e senso
de justiça.
- Respeitamos a individualidade, dignidade e privacidade de todos, valorizamos a diversidade e
repudiamos qualquer forma de discriminação.
- Temos compromisso vital com os direitos humanos de todos os participantes de nossa cadeia de
relacionamentos.
- Construímos um ambiente de trabalho marcado por respeito, pluralidade de pensamentos, diálogo e
capacidade de se colocar no lugar do outro.
- Estabelecemos e mantemos nossos relacionamentos com respeito, confiança e transparência
- Zelamos pela discrição e pelo sigilo no tratamento das informações utilizadas nas atividades do
BNDES.

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O Estatuto do BNDES mostra detalhadamente sua forma de atuação, vejamos:

CAPÍTULO III
DAS OPERAÇÕES

Art. 9º O BNDES, diretamente ou por intermédio de empresas subsidiárias, agentes financeiros ou


outras entidades, exercerá atividades bancárias e realizará operações financeiras de qualquer
gênero, relacionadas com suas finalidades, competindo-lhe, particularmente:
I - financiar, nos termos do art. 239, § 1º, da Constituição da República, programas de desenvolvimento
econômico, com os recursos do Programa de Integração Social - PIS, criado pela Lei Complementar nº
7, de 7 de setembro de 1970, e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP,
criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970; e
II - promover a aplicação de recursos vinculados ao Fundo de Participação PIS-PASEP, ao Fundo da
Marinha Mercante - FMM e a outros fundos especiais instituídos pelo Poder Público, em conformidade
com as normas aplicáveis a cada um.
§ 1º Nas operações de que trata este artigo e em sua contratação, o BNDES poderá atuar como agente
da União, de Estados e de Municípios, assim como de entidades autárquicas, empresas públicas,
sociedade de economia mista, fundações públicas e organizações privadas.
§ 2º As operações do BNDES observarão as limitações consignadas em seu orçamento global de
recursos e dispêndios.

Art. 10. O BNDES poderá também:


I - contratar operações, no País ou no exterior, com entidades estrangeiras ou internacionais, sendo
lícita a aceitação da forma e das cláusulas usualmente adotadas nos contratos internacionais, inclusive o
compromisso de dirimir por arbitramento as dúvidas e controvérsias;
II - financiar a aquisição de ativos e investimentos realizados por empresas de capital nacional no
exterior, desde que contribuam para o desenvolvimento econômico e social do País;
III - financiar e fomentar a exportação de produtos e de serviços, inclusive serviços de instalação,
compreendidas as despesas realizadas no exterior, associadas à exportação;
IV - efetuar aplicações não reembolsáveis em projetos ou programas de ensino e pesquisa, de
natureza científica ou tecnológica, inclusive mediante doação de equipamentos técnicos ou científicos e
de publicações técnicas a instituições que se dediquem à realização dos referidos projetos ou programas
ou tenham dele recebido colaboração financeira com essa finalidade específica;
V - efetuar aplicações não reembolsáveis, destinadas especificamente a apoiar projetos e
investimentos de caráter social, nas áreas de geração de emprego e renda, serviços urbanos, saúde,
educação e desportos, justiça, alimentação, habitação, meio ambiente, recursos hídricos,
desenvolvimento rural e outras vinculadas ao desenvolvimento regional e social, bem como projetos de
natureza cultural, observadas as normas regulamentares expedidas pela Diretoria;
VI - contratar estudos técnicos e prestar apoio técnico e financeiro, inclusive não reembolsável, para a
estruturação de projetos que promovam o desenvolvimento econômico e social do País;
VII - realizar, como entidade integrante do Sistema Financeiro Nacional, quaisquer outras operações
no mercado financeiro ou de capitais, em conformidade com as normas e diretrizes do Conselho
Monetário Nacional; e
VIII - utilizar recursos captados no mercado externo, desde que contribua para o desenvolvimento
econômico e social do País, para financiar a aquisição de ativos e a realização de projetos e investimentos
no exterior por empresas brasileiras, subsidiárias de empresas brasileiras e empresas estrangeiras cujo
acionista com maior capital votante seja, direta ou indiretamente, pessoa física ou jurídica domiciliada no
Brasil, bem como adquirir no mercado primário títulos de emissão ou de responsabilidade das referidas
empresas.
Parágrafo único. Nos casos de garantia do Tesouro Nacional a créditos obtidos no exterior, na forma
do art. 3º do Decreto-Lei nº 1.312, de 15 de fevereiro de 1974, o BNDES, atendidas as condições nele
fixadas, prestará a garantia na qualidade de agente financeiro da União, fiscalizando a execução do
contrato.

Art. 11. Para a concessão de colaboração financeira, o BNDES procederá:


I - ao exame técnico e econômico-financeiro de empreendimento, projeto ou plano de negócio,
incluindo a avaliação de suas implicações sociais e ambientais;

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II - à verificação da segurança do reembolso, exceto nos casos de colaboração financeira que, por sua
natureza, envolva a aceitação de riscos naturais ou não esteja sujeita a reembolso, na forma dos incisos
IV, V e VI do art. 10; e
III - à apuração da eventual existência de restrições à idoneidade da empresa postulante e dos
respectivos titulares e administradores, a critério do BNDES.
Parágrafo único. A colaboração financeira do BNDES será limitada aos percentuais que forem
aprovados pela Diretoria para programas ou projetos específicos.

FINAME – Base legal, finalidades, regras e forma de atuação:

Criado pelo DECRETO Nº 59.170, DE 2 DE SETEMBRO DE 1966, o FINAME é o financiamento da


produção e aquisição de máquinas e equipamentos nacionais credenciados no BNDES.
Para adquirir um financiamento pelo FINAME, deve ser seguido 8 passos:
3
Passo 1: O interessado escolhe a máquina ou equipamento que deseja adquirir e verifica se o item
consta na listagem de equipamentos financiáveis pelo BNDES Finame. É possível fazer essa verificação
no site do BNDES.
Passo 2: O interessado procura um agente financeiro credenciado e solicita o financiamento do
equipamento/máquina. Os agentes financeiros são instituições financeiras autorizadas a repassar os
recursos do BNDES, podem ser bancos comerciais, bancos de desenvolvimento, agências de fomento
ou cooperativas de crédito etc.
Passo 3: O agente financeiro analisa a solicitação e a situação financeira do interessado e, caso aprove
a operação, encaminha a solicitação de financiamento ao BNDES.
Passo 4: O BNDES avalia a solicitação, observa se está de acordo com as normas e, em caso positivo,
autoriza o financiamento.
Passo 5: O agente autoriza o fabricante ou distribuidor autorizado a entregar a máquina ou
equipamento ao comprador/financiado.
Passo 6: O fabricante ou distribuidor autorizado entrega a máquina ou equipamento ao comprador.
Passo 7: O BNDES repassa ao agente financeiro o valor a ser financiado (mediante solicitação e
apresentação da nota fiscal).
Passo 8: O agente financeiro transfere o valor ao fabricante ou distribuidor autorizado do equipamento.

Por fim, a forma de atuação do FINAME encontra-se prevista no Estatuto social, vejamos:

CAPÍTULO III
DAS OPERAÇÕES

Art. 7º A FINAME tem por objetivo primordial apoiar programas, projetos, obras e serviços que se
relacionem com o desenvolvimento econômico do setor industrial, inclusive por meio de financiamento a
operações de:
I - compra e venda de máquinas e equipamentos de produção nacional, abrangendo serviços
associados à comercialização dos itens financiados, tais como frete, instalação e treinamento, bem como
seguro e capital de giro associado; e
II - exportação e importação de máquinas e equipamentos.
Art. 8º Por decisão da Diretoria, a FINAME poderá realizar operações de acceptance para suprimento
de capital de giro às empresas instaladas em setores industriais básicos da economia, a serem definidos
conforme estabelecido no inciso II do caput do artigo 16.

3
https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/finame/como-obter-inanciamento-finame/como-obter-financiamento-
finame/!ut/p/z1/xVRNc5swEP0tOfiItTaIj96IjUNtnLhO4g8uHgEyqDUSEYpJ_32F48yknsRpJ9MpF83uvH3v7UoLitEKxZzsWU4UE5zsdLyO7U3kTYLQuoHo5uvQA3-4-
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Cooperativas de Crédito. Bancos Comerciais Cooperativos.

Cooperativas De Crédito

Sociedade Cooperativa é uma associação de pessoas com interesses comuns, economicamente


organizada de forma democrática, isto é, contando com a participação livre de todos e respeitando direitos
e deveres de cada um de seus cooperados, aos quais presta serviços, sem fins lucrativos. Possuem forma
e natureza jurídica próprias, cujo regime jurídico, atualmente, é instituído pela Lei 5.764, de 16 de
dezembro de 1971.
As sociedades cooperativas são classificadas como:
- cooperativas singulares, ou de 1º grau: quando destinadas a prestar serviços diretamente aos
associados;
- cooperativas centrais e federações de cooperativas, ou de 2º grau: aquelas constituídas por
cooperativas singulares e que objetivam organizar, em comum e em maior escala, os serviços
econômicos e assistenciais de interesse das filiadas, integrando e orientando suas atividades, bem como
facilitando a utilização recíproca dos serviços; e
- confederações de cooperativas, ou de 3º grau: as constituídas por centrais e federações de
cooperativas e que têm por objetivo orientar e coordenar as atividades das filiadas, nos casos em que o
vulto dos empreendimentos transcender o âmbito de capacidade ou conveniência de atuação das centrais
ou federações.

As Cooperativas de crédito são instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedades


cooperativas, tendo por objeto a prestação de serviços financeiros aos associados, como concessão de
crédito, captação de depósitos à vista e a prazo, cheques, prestação de serviços de cobrança, de
custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros sob convênio com instituições financeiras
públicas e privadas e de correspondente no País, além de outras operações específicas e atribuições
estabelecidas na legislação em vigor.
As cooperativas de crédito são um importante instrumento de desenvolvimento em muitos países.
Na Alemanha, as cooperativas de crédito possuem cerca de quinze milhões de associados e,
respondem por cerca de 20% de todo o movimento financeiro-bancário do País.
Na Holanda, o banco cooperativa Rabobank atende a mais de 90% das demandas financeiras rurais.
Nos EUA, há mais de doze mil unidades de atendimento cooperativo apenas no sistema CUNA (Credit
Union National Association), que reúne cooperativas de crédito mútuo do tipo desjardins.
Além dessas, os bancos cooperativos agrícolas, por sua parte, respondem por mais de 1/3 dos
financiamentos agropecuários norte-americanos. Ainda, estima-se que 25% dos norte-americanos sejam
associados a uma cooperativa de crédito. 46% do total das instituições de crédito da Europa eram
cooperativas, participando com cerca de 15% da intermediação financeira.
Esses números demonstram o potencial de crescimento do cooperativismo de crédito no País,
segmento considerado ainda extremamente modesto se comparado ao de outros países mais
desenvolvidos.
O cooperativismo de crédito no Brasil respondia, em dezembro de 2004, por 2,30% das operações de
crédito realizadas no âmbito da área bancária do SFN e possuía 2,56% do patrimônio líquido total da área
bancária do SFN, atendendo a mais de dois milhões de pessoas.
Como resposta aos diversos aperfeiçoamentos regulamentares, o cooperativismo de crédito no Brasil
iniciou um processo de franca expansão, sem deixar de lado os aspectos prudenciais e de segurança,
necessários a um crescimento em bases.

Em resumo, a cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada por uma associação
autônoma de pessoas unidas voluntariamente, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza
civil, sem fins lucrativos, constituída para prestar serviços a seus associados. O objetivo da
constituição de uma cooperativa de crédito é prestar serviços financeiros de modo mais simples e
vantajoso aos seus associados, possibilitando o acesso ao crédito e outros produtos financeiros
(aplicações, investimentos, empréstimos, financiamentos, recebimento de contas, seguros, etc.).

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As vantagens são:
a) a cooperativa pode ser dirigida e controlada pelos próprios associados;
b) a assembleia de associados é quem decide sobre o planejamento operacional da cooperativa;
c) a aplicação dos recursos de poupança é direcionada aos cooperados, contribuindo para o
desenvolvimento do grupo e, também, para o desenvolvimento social do ambiente onde vivem;
d) o atendimento é personalizado;
e) o crédito pode ser concedido em prazos e condições mais adequados às características dos
associados;
f) os associados podem se beneficiar com o retorno de eventuais sobras ou excedentes.

Por outro lado, como desvantagem:


a) os prejuízos verificados no decorrer do exercício, se insuficiente o fundo de reserva, devem ser
rateados entre os associados na razão direta dos serviços usufruídos, facultado a compensação por meio
de sobras dos exercícios seguintes.

A Resolução nº 4.434, de 5 de agosto de 2015, dispõe sobre a constituição, a autorização para


funcionamento, o funcionamento, as alterações estatutárias e o cancelamento de autorização para
funcionamento das cooperativas de crédito.

Bancos Comerciais Cooperativos

Bancos Cooperativos são bancos comerciais, constituídos sob a forma de sociedades anônimas que
diferenciam-se dos demais por terem como acionistas, exclusivamente, as Cooperativas de Crédito.
Devem fazer constar, obrigatoriamente, de sua denominação a expressão "Banco Cooperativo" e têm
sua atuação restrita às Unidades da Federação em que estejam situadas as sedes das pessoas jurídicas
(cooperativas) controladoras.
Podem firmar convênio de prestação de serviços com cooperativas de crédito localizadas em sua área
de atuação. É vedada a sua participação no capital social de instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
Na constituição de um Banco Cooperativo devem ser seguidos os procedimentos pertinentes para a
constituição de banco comercial, com a seguinte particularidade: apenas as pessoas jurídicas
controladoras devem publicar declaração de propósito e comprovar capacidade econômica compatível
com o empreendimento.

Administradoras de Consórcios. Corretoras de Câmbio.

Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de
cotas previamente determinados, promovida por administradora de consórcio, com a finalidade de
propiciar a seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou serviços, por meio de
autofinanciamento.
A administradora de consórcios é a pessoa jurídica prestadora de serviços com objeto social principal
voltado à administração de grupos de consórcio, constituída sob a forma de sociedade limitada ou
sociedade anônima.
A adesão de um consorciado a um grupo de consórcio se dá mediante assinatura de contrato de
participação. Nesse contrato, devem estar previstos os direitos e os deveres das partes, tais como a
descrição do bem a que o contrato está referenciado e seu respectivo preço(que será adotado como
referência para o valor do crédito e para o cálculo das parcelas mensais do consorciado). No contrato
deve haver, ainda, as condições para concorrer à contemplação por sorteio, bem como as regras da
contemplação por lance.
O interesse do grupo de consórcio prevalece sobre o interesse individual do consorciado. Os grupos
de consórcio caracterizam-se como sociedade não personificada com patrimônio próprio, o qual não deve
ser confundido com o patrimônio dos demais grupos nem com o da administradora.

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Regulação e fiscalização
O Banco Central é responsável pela normatização, autorização, supervisão e controle das atividades
do sistema de consórcios, com foco na eficiência e solidez das administradoras e cumprimento da
regulamentação específica.
As questões inerentes às relações de consumo entre clientes e usuários das instituições financeiras e
das administradoras de consórcio estão sujeitas ao Código de Defesa do Consumidor, cabendo aos
órgãos integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) fazer a mediação dessas
questões.
As administradoras de consórcio devem remeter periodicamente ao Banco Central informações
contábeis e não-contábeis sobre as operações de consórcio.
Estão disponíveis para consulta no item Banco de Dados informações consolidadas referentes às
operações de consórcio, remetidas mensalmente pelas administradoras ao Banco Central, e dados
individualizados agrupados por Unidade da Federação, remetidos trimestralmente

CORRETORAS DE CÂMBIO

As corretoras de câmbio4 realizam principalmente compra e venda de moeda estrangeira e


intermediação de contratos de câmbio.
As corretoras de câmbio atuam, exclusivamente, no mercado de câmbio, intermediando operações
entre clientes e bancos ou comprando e vendendo moedas estrangeiras de/para seus clientes.
Popularmente conhecidas como casas de câmbio, por sua expressiva atuação na compra e venda de
moeda estrangeira em espécie, as corretoras de câmbio também realizam operações financeiras de
ingresso e remessa de valores do/para o exterior e operações vinculadas a importação e exportação,
desde que limitadas ao valor de US$ 100.000,00 ou o seu equivalente em outras moedas.
A diferença com relação aos bancos que operam em câmbio é que estes, além de atuarem sem limites
de valor, podem realizar outras modalidades de operação como financiamentos a exportações e
importações, adiantamentos sobre contratos de câmbio e operações no mercado futuro de dólar em bolsa
de valores.
Além de atuar intermediando, as corretoras também prestam assessoria especializada em câmbio, no
que compete a enquadramento operacional e legislação cambial.
As corretoras de câmbio no Brasil possuem uma gama de serviços vinculadas ao câmbio, que vão
além da cotação e conversão de moedas, tais como:
• Envio de pequenas remessas (western union, money Gram, Remessa expressa)
• Venda de cartões Pré pagos internacionais (Visa Travel Money - vtm , Cash Passport)
• Câmbio delivery (entrega da moeda estrangeira em sua casa;

Sociedade Corretora de Títulos e Valores Mobiliários. Sociedade Distribuidora de


Títulos e Valores Mobiliários

As sociedades corretoras são instituições financeiras membros das bolsas de valores devidamente
credenciadas pelo Banco Central do Brasil, pela CVM e pelas próprias bolsas, e estão habilitadas a
negociar valores mobiliários no pregão.
As corretoras podem ser definidas como intermediárias especializadas na execução de ordens e
operações por conta própria e determinadas por seus clientes, além da prestação de uma série de
serviços a investidores e empresas, tais como:
- diretrizes para seleção de investimentos;
- intermediação de operações de câmbio;
- assessoria a empresas na abertura de capital, emissão de debêntures e debêntures conversíveis em
ações, renovação do registro de capital etc.

Ademais, as sociedades corretoras contribuem para um fundo de garantia, mantido pelas bolsas de
valores, com o propósito de assegurar a seus clientes eventual reposição de títulos e valores negociados
em pregão, e atender a outros casos previstos pela legislação.
As sociedades corretoras são fiscalizadas pelas bolsas de valores, representando a certeza de uma
boa orientação e da melhor execução do negócios de seus investidores. As sociedades corretoras de

4
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fcomposicao%2Fcorretora_cambio.asp

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títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de
responsabilidade limitada.
Dentre seus objetivos estão: operar em bolsas de valores, subscrever emissões de títulos e valores
mobiliários no mercado; comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros;
encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários; exercer funções
de agente fiduciário; instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; emitir certificados
de depósito de ações; intermediar operações de câmbio; praticar operações no mercado de câmbio;
praticar determinadas operações de conta margem; realizar operações compromissadas; praticar
operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros;
operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros.
São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.655, de 1989).

Sociedades Distribuidoras De Títulos E Valores Mobiliários

Valores Mobiliários: São títulos emitidos pelas empresas que conferem a seus proprietários direitos
patrimoniais ou creditícios sobre as mesmas:

As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma de


sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação
social a expressão "Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários".
Algumas de suas atividades: intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos e valores
mobiliários no mercado; administram e custodiam as carteiras de títulos e valores mobiliários; instituem,
organizam e administram fundos e clubes de investimento; operam no mercado acionário, comprando,
vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliários, inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros;
fazem a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias; efetuam lançamentos públicos de
ações; operam no mercado aberto e intermedeiam operações de câmbio.
São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.120, de 1986).

São instituições semelhantes às Sociedades Corretoras, porém com uma faixa operacional mais
restrita que a das corretoras, já que elas não têm acesso às bolsas de valores e mercadorias.
- suas atividades básicas são subscrição de títulos e valores para revenda;
- intermediação da colocação de emissões de capital aberto
- operações no mercado aberto (desde que satisfaçam as condições exigidas pelo BC).

Observações:
- Junto às CCVM e DTVM encontram-se os agentes autônomos de investimento, que são pessoas
físicas credenciadas por BI, Financeiras, CCVM e DTVM, que, sem vínculo empregatício e em caráter
individual, exercem por conta das instituições credenciadas colocação de:
- títulos e valores mobiliários;
- quotas de fundos de investimentos;
- outras atividades de intermediação.

Companhias Hipotecárias. Agências de Fomento.

Companhia hipotecária (CH) tem por objetivo a concessão de financiamentos imobiliários residenciais
ou comerciais, empréstimos garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária de imóveis e repasses de
recursos relacionados a programas imobiliários, além da administração de fundos de investimento
imobiliário.
Foi criada pela Resolução 2.122, de 30 de novembro de 1994, para fomentar o financiamento
imobiliário além dos limites do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Com a publicação da Lei nº
11.977, de 7 de julho de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa, Minha Vida, a Companhia
Hipotecária passou a fazer parte do SFH.
A CH não recebe depósitos de poupança. Seus recursos provêm, entre outros, de letras hipotecárias,
debêntures, empréstimos, financiamentos no País e no Exterior e letras de crédito imobiliário (LCI).
Considerada instituição financeira, a CH é autorizada e supervisionada pelo Banco Central e regulada
não só por esta autarquia, como também pelo Conselho Monetário Nacional. Deve ser constituída sob a

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forma de sociedade anônima e a expressão “Companhia Hipotecária” deve constar de sua denominação
social.

AGÊNCIAS DE FOMENTO

As agências de fomento surgiram a partir do processo de reestruturação do segmento bancário


nacional, no âmbito do Programa de Incentivo à Redução da Presença do Setor Público na Atividade
Financeira (PROES), previsto inicialmente na Medida Provisória nº 1.514, de 1996, que foi reeditada
diversas vezes durante a vigência do Programa, até a edição da Medida Provisória nº 2.192-70, de 2001.
O PROES previa que as instituições financeiras sob o controle dos estados seriam extintas,
privatizadas ou transformadas em instituições financeiras dedicadas ao financiamento de capital fixo e de
giro associado a projetos no País, denominadas agências de fomento.

Os estados e o Distrito Federal podem constituir agências para fomentar projetos regionais.
Agência de fomento é a instituição com o objetivo principal de financiar capital fixo e de giro para
empreendimentos previstos em programas de desenvolvimento, na unidade da Federação onde estiver
sediada.
Entre os potenciais beneficiários do financiamento (operações ativas) estão projetos de infraestrutura,
profissionais liberais e micro e pequenas empresas. Indústria, comércio, agronegócio, turismo e
informática são exemplos de áreas que podem ser fomentadas.
A agência de fomento pode inclusive abrir linhas de crédito para municípios de seu estado, voltadas
para projetos de interesse da população. Excepcionalmente, quando o empreendimento visar benefícios
de interesse comum, as agências de fomento podem prestar assistência a programas e projetos
desenvolvidos em estado limítrofe à sua área de atuação.
A agência fomento deve ser constituída sob a forma de sociedade anônima de capital fechado. Cada
estado e o Distrito Federal podem constituir uma única agência, que ficará sob o controle do ente
federativo onde tenha sede. A expressão Agência de Fomento, acrescida da indicação da Unidade da
Federação controladora, deve constar obrigatoriamente da denominação social da instituição. A
supervisão de suas atividades é feita pelo Banco Central.

Atividades Atribuídas

Financiamento para o desenvolvimento de empreendimentos de natureza profissional, comercial ou


industrial, de pequeno porte, inclusive a pessoas físicas;
Financiamento de capitais fixo e de giro associados a projetos;
Operações de crédito rural;
Cessão de créditos;
Prestação de garantias em operações compatíveis com o objeto social;
Prestação de serviços de consultoria e de agente financeiro;
Prestação de serviços de administrador de fundos de desenvolvimento;
Operações específicas de câmbio;
Aplicação de disponibilidades de caixa em títulos públicos federais, ou em cotas de fundos de
investimento cujas carteiras estejam representadas exclusivamente por títulos públicos federais, desde
que assim conste nos regulamentos dos fundos;
Aquisição de créditos oriundos de operações compatíveis com o objeto social;
Participação societária em sociedades empresárias não integrantes do sistema financeiro;
Swap para proteção de posições próprias;
Operações de arrendamento mercantil;
Integralização de cotas de fundos que tenham participação da União:
Aplicação em operações de microfinanças (DIM).

Obrigações

Além de recursos próprios, essas instituições só podem, em operações passivas, empregar recursos
provenientes de fundos e programas oficiais; orçamentos federal, estaduais e municipais; organismos e
instituições financeiras nacionais e internacionais de desenvolvimento; e captação de depósitos
interfinanceiros vinculados a operações de microfinanças (DIM). É vedada a captação de recursos junto
do público.

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Ademais, essas instituições devem constituir e manter, permanentemente, fundo de liquidez
equivalente, no mínimo, a 10% do valor de suas obrigações, a ser integralmente aplicado em títulos
públicos federais.

Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento. Sociedades de


Arrendamento Mercantil.

As Sociedades de Crédito, financiamento e investimento, mais conhecidas como Financeiras, são as


únicas autorizadas pela nossa atual legislação a financiar a aquisição de bens de consumo tais como, por
exemplo, a compra da geladeira ou de um carro.

- O processo de funcionamento de uma financeira é o descrito abaixo.


1. um lojista possui um bem de consumo durável para a venda, a financeira possui o capital necessário
para a compra desse bem a vista e o consumidor, que não possui capital, para a aquisição desse bem a
vista, se dispõe a pagá-lo a prazo com juros;
2. o lojista entrega o bem ao consumidor;
3. a financeira repassa o valor do bem para o lojista;
4. o consumidor fica obrigado a pagar o valor do bem, com juros, a financeira em um determinado
momento futuro.

Principais Operações:

Ativas
- concessão do empréstimo para aquisição do bem de consumo durável.

Passivas
- não podem manter contas-correntes;
- colocação de Letras de Câmbio.

Nota: Por ser uma atividade de grande risco, suas operações não podem ultrapassar o limite de12
vezes o montante de seu capital realizado mais as reservas.

SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL.

São Instituições que trabalham com operações de leasing. Esta operação assemelha-se a uma locação
tendo o cliente, ao final do contrato as opções de:
- renová-la
- adquirir o equipamento pelo valor residual;
- devolvê-lo à empresa.

Operações

Ativas
- próprio leasing.

Passivas
- captação de recursos de longo prazo.

Nota: As operações de leasing foram regulamentadas pelo CMN através da Lei nº. 6.099 de setembro
de 1974, e a integração das sociedades arrendadoras ao Sistema Financeiro Nacional se deu através da
Resolução nº. 351 de 1975.

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Sociedades de Crédito Imobiliário. Sociedades de Crédito ao
Microempreendedor.

As Sociedades de Crédito Imobiliário são as responsáveis pelo financiamento da aquisição de imóveis


quer sejam habitacionais ou comerciais.
Ao contrário das Caixas Econômicas, essas sociedades são voltadas ao público de maior renda.
A captação ocorre através de Letras Imobiliárias depósitos de poupança e repasses de CEF. Esses
recursos são destinados, principalmente, aos financiamentos imobiliários diretos ou indiretos.
Acontece que, segmentadas como pessoas jurídicas, na forma acima, dentro de um grupo financeiro,
cada uma delas tem sua própria estrutura legal (conselhos, diretoria e contadoria), seu próprio caixa, além
de ter que divulgar periodicamente e, de forma independente, seus resultados ao público e sua
movimentação diária ao Banco Central. Tal situação, sem dúvida, representa custos.
Entretanto, quando estas Instituições Financeiras são analisadas internamente, do ponto de vista
gestor e operacional o que vemos é uma ação unificada com missão e objetivos únicos. Assim, esta
segmentação, mantidas as especificidades dos produtos, não faz sentido, pois apenas agrega custos,
que acabam influenciando no custo da intermediação financeira, sem acrescentar valor ao negócio.
Alguns grupos ou conglomerados financeiros, em função de aspectos de natureza societária ou de
exigências governamentais, não se utilizaram ainda desta facilidade. Foi por esta razão que em 1988,
este conjunto de instituições financeiras foi autorizado a se constituir juridicamente como Banco Múltiplo,
mantendo sua segmentação de funções na forma de departamentos ou carteiras (comercial, investimento,
financeira e imobiliária), mas, constituindo uma única estrutura legal, com caixa único e compromissos
externos unificados.
Estabeleceu-se também que, para ser múltiplo, o banco teria que ter duas carteiras sendo uma delas,
obrigatoriamente, comercial ou de investimento.
Em agosto de 1994, quando de sua adesão ao Acordo de Basiléia o Banco Central autorizou a inclusão
da carteira de arrendamento mercantil (mesmo considerando que a empresa de Arrendamento Mercantil
não é uma instituição financeira) dentro do Banco Múltiplo, ressalvada a condição de que, neste caso,
não seria possível a emissão de debêntures por esta carteira, como forma de captação de recursos para
arrendamento. Esta decisão foi importante para instituições financeiras de porte pequeno em função da
redução de custo a ser obtida, mas, irrelevante para as grandes instituições já constituídas tendo em vista
as restrições impostas.
Para nós, usuários das instituições financeiras, não há a percepção desta mudança, pois, na prática,
elas sempre operaram de forma unificada, o que se comprova pelo fato de hoje não distinguirmos entre
os bancos que são múltiplos ou os que não o são. Entretanto para as instituições financeiras a mudança
foi importante para a evolução e eficácia de seus negócios.
Vamos transcrever parte da lei que institui as Sociedades de Crédito Imobiliário.

LEI Nº 4.380 DE 21/08/1964 - DOU 30/09/1964

Institui a Correção Monetária nos Contratos Imobiliários de Interesse Social, o Sistema Financeiro Para
a Aquisição da Casa Própria, Cria o Banco Nacional de Habitação (BNH), e Sociedades de
Crédito Imobiliário, as Letras Imobiliárias, o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo e dá
outras Providências.

(...)

CAPÍTULO V
Das Sociedades de Crédito Imobiliário
(Artigo 35 a 43)

Art. 35 - As sociedades de crédito imobiliário são instituições de crédito especializado, dependem de


autorização do Banco Nacional da Habitação para funcionar e estão sujeitas a permanente fiscalização
do Governo Federal, através do referido Banco e da Superintendência da Moeda e do Crédito.
§ 1 - As sociedades de crédito imobiliário se organizarão sob a forma anônima de ações
nominativas, observando nos atos de sua constituição todos os dispositivos legais aplicáveis, mas só
poderão dar início às suas atividades após publicação, no Diário Oficial da União, da autorização do
Banco Nacional da Habitação.

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§ 2 - As sociedades de crédito imobiliário serão constituídas com o capital mínimo de Cr$100 mil
(cem mil cruzados) em moeda corrente, na forma da legislação que rege as sociedades anônimas, mas
a emissão de autorização para funcionar dependerá da integralização mínima de 50% (cinquenta por
cento), mediante depósito do BNH.
§ 3 - O limite mínimo referido no parágrafo anterior será anualmente atualizado, com base nos índices
de que trata o Art.5, § 1.

Art. 36- A autorização para funcionar será concedida por tempo indeterminado, enquanto a sociedade
observar as disposições legais e regulamentares em vigor:
§ 1 - Somente poderão ser membros dos órgãos da administração e do Conselho Fiscal das
sociedades de crédito imobiliário pessoas de reconhecida idoneidade moral e comercial, sendo que dois
diretores deverão comprovar capacidade financeira e técnica.
§ 2 - Os diretores somente poderão ser investidos nos seus cargos depois da aprovação pelo
Banco Nacional da Habitação, à vista das provas exigidas pela SUMOC para investimento de diretores
de estabelecimento bancário em geral.
§ 3 - A responsabilidade dos administradores de sociedade de crédito imobiliário é a mesma prevista
na lei para os diretores de Bancos.
§ 4 - A expressão "crédito imobiliário" constará obrigatoriamente da denominação das sociedades
referidas neste artigo.
§ 5 - As sociedades de crédito imobiliário enviarão para publicação até o 10 dia de cada mês, no Diário
Oficial do Estado onde funcionarem, os balancetes mensais.

Art.37 - Ficarão sujeitas à prévia aprovação do Banco Nacional da Habitação:


I - as alterações dos estatutos sociais das sociedades de crédito imobiliário;
II - abertura de agências ou escritórios das referidas sociedades;
III - a cessação de operações da matriz ou das dependências das referidas sociedades.

Art.38 - Os pedidos de autorização para funcionamento, alteração estatutária, abertura ou fechamento


de agências ou dependências e aprovação de administradores deverão ser decididos pelo Banco
Nacional da Habitação, dentro de 120 (cento e vinte) dias da sua apresentação e das decisões do Banco
caberá recurso voluntário para o Ministro da Fazenda.
Parágrafo único. O regulamento discriminará a documentação a ser apresentada, com os requerimentos
referidos neste artigo, podendo o Banco Nacional da Habitação fazer as exigências que considerar
de interesse para a apreciação do pedido e fixar prazo razoável para o seu atendimento.

Art.39 - As sociedades de crédito imobiliário somente poderão operar em financiamento para


construção, venda ou aquisição de habitações mediante:
I - abertura de crédito a favor de empresários que promovam projetos de construção de habitações
para venda a prazo;
II - abertura de crédito para a compra ou construção de casa própria com liquidação a prazo de crédito
utilizado;
III - desconto, mediante cessão de direitos de receber a prazo o preço da construção ou venda de
habitações;
IV - outras modalidades de operações autorizadas pelo Banco Nacional da Habitação.
§ 1 - Cada sociedade de crédito imobiliário somente poderá operar com imóveis situados na área
geográfica para a qual for autorizada a funcionar.
§ 2 - As sociedades de crédito imobiliário não poderão operar em compra e venda ou construção
de imóveis, salvo para liquidação de bens que tenham recebido em pagamento dos seus créditos ou
no caso dos imóveis necessários à instalação de seus serviços.
§ 3 - Nas suas operações as sociedades de crédito imobiliário observarão as normas desta Lei e as
expedidas pelo Banco Nacional da Habitação, com relação dos limites do valor unitário,
prazo, condições de pagamento, juros, garantias, seguro, ágios e deságios na colocação de letras
imobiliárias e diversificação de aplicações.
§ 4 - As disponibilidades das sociedades de crédito imobiliário serão mantidas em depósito no
Banco Nacional da Habitação, no Banco do Brasil, nos demais bancos oficiais da União e dos Estados e
nas Caixas Econômicas.

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Art.40 - As sociedades de crédito imobiliário não poderão:
a) receber depósitos de terceiros que não sejam proprietários de ações nominativas, a não ser nas
condições e nos limites autorizados pelo Banco Nacional da Habitação;
b) tomar empréstimos em moeda nacional ou estrangeira, a não ser nas condições mínimas de prazo
e nos limites máximos, em relação ao capital e reservas estabelecidos pelo Banco Nacional da Habitação;
c) emitir letras imobiliárias em valor superior aos limites máximos aprovados pelo Banco Nacional da
Habitação em relação ao capital e reservas e ao montante dos créditos em carteira;
d) admitir a movimentação de suas contas por meio de cheques contra ela girada ou emitir cheques
na forma do Decreto número 24.777, de 14 de julho de 1934;
e) possuir participação em outras empresas.
§ 1 - O Banco Nacional da Habitação fixará o limite de recursos de terceiros que as sociedades poderão
receber até o máximo de 15 (quinze) vezes os recursos próprios.
§ 2 - O Banco Nacional da Habitação fixará também os limites mínimos de prazo dos vencimentos dos
recursos de terceiros recebidos pela sociedade em relação aos prazos de suas aplicações.

Art.41 - O Banco Nacional da Habitação e a SUMOC manterão fiscalização permanente e ampla


das sociedades de crédito imobiliário podendo para isso, a qualquer tempo, examinar livros e registros,
papéis e documentação de qualquer natureza, atos e contratos.
§ 1 - As sociedades são obrigadas a prestar toda e qualquer informação que lhes for solicitada pelo
Banco Nacional da Habitação ou pela SUMOC.

§ 2 - A recusa, a criação de embaraços, a divulgação ou fornecimento de informações falsas sobre


as operações e as condições financeiras da sociedade serão punidas na forma da lei.
§ 3 - O Banco Nacional da Habitação e a SUMOC manterão sigilo com relação a documentos e
informações que as sociedades de crédito imobiliário lhes fornecerem.

Art.42 - As sociedades de crédito imobiliário são obrigadas a observar o plano de contas e as normas
de contabilização aprovadas pelo Banco Nacional da Habitação, bem como a divulgar, em
seus relatórios semestrais, as informações mínimas exigidas pelo Banco Nacional da Habitação,
quanto às suas condições financeiras.
§ 1 - As sociedades de crédito imobiliário são obrigadas a enviar ao Banco Nacional da Habitação até o
último dia do mês seguinte, cópia do balancete do mês anterior, do balanço semestral e da demonstração
de lucros e perdas, bem como prova de envio para publicação das atas de assembleias gerais, dentro de
30 (trinta) dias da realização destas.
§ 2 - O BNH poderá exigir quando, a seu critério, considerar necessário, que sociedade desde crédito
imobiliário se sujeite à auditoria externa por empresas especializadas por ele aprovadas.
§ 3 - As sociedades de crédito imobiliário mencionarão em sua publicidade os respectivos capitais
realizados, suas reservas e o total de recursos mutuados aplicados, constantes de seu último balancete
mensal.

Art.43- A infração dos preceitos legais ou regulamentares sujeitará a sociedade às seguintes


penalidades:
a) multas, até 5% (cinco por cento) do capital social e das reservas especificadas para cada infração
de dispositivos da presente Lei;
b) suspensão da autorização para funcionar pelo prazo de 6 (seis) meses;
c) cassação da autorização para funcionar.
§ 1 - As multas serão impostas pelo Banco Nacional da Habitação após a apuração em processo
cujas normas serão expedidas pelo Ministro da Fazenda, assegurada à sociedade ampla defesa.
§ 2 - Da suspensão ou cassação de funcionamento caberá recurso, com efeito suspensivo, para o
Ministro da Fazenda.

SOCIEDADES DE CRÉDITO AO MICROEMPREENDEDOR

Instituição é especializada em conceder financiamentos a pequenos negócios.


A sociedade de crédito ao microempreendedor5 e à empresa de pequeno porte (SCMEPP) é a
instituição criada para ampliar o acesso ao crédito por parte dos microempreendedores (pessoas naturais)
e empresas de pequeno porte (pessoas jurídicas).

5
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fcomposicao%2Fscmepp.asp

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Essas instituições são impedidas de captar, sob qualquer forma, recursos do público, bem como emitir
títulos e valores mobiliários destinados à colocação e oferta públicas. Por outro lado, podem atuar como
correspondentes no país.
As SCMEPPs devem ser instituídas sob a forma de companhia fechada ou de sociedade limitada,
devendo constar a expressão "Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno
Porte" na denominação social. São supervisionadas pelo Banco Central.
As SCMEPPs recebem tratamento simplificado em termos de exigências regulatórias, coerente com a
maior simplicidade de suas operações e com o objetivo de estimular o crédito para os segmentos em que
atuam.
As SCMEPP somente podem conceder financiamentos e prestação de garantias às microempresas
ou empresas de pequeno porte, conforme definidas no Capítulo II - Da Definição de Microempresa e de
Empresa de Pequeno Porte, da Lei Complementar nº 123/2006, bem como a pessoas físicas no
desempenho das atividades relativas ao seu objeto social, definido em lei. Além disso, podem ceder ou
adquirir créditos em conformidade com seu objeto social e na forma da regulamentação em vigor.
A fim de obter recursos para suas atividades (operações passivas), podem receber repasses e
empréstimos originários de instituições financeiras, de entidades voltadas para ações de fomento e
desenvolvimento, inclusive de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, e de
fundos oficiais. Podem ainda captar recursos junto aos bancos por meio de depósito interfinanceiro
vinculado a operações de microfinanças - DIM.
O desenvolvimento das instituições especializadas em microfinanças e que atuam diretamente com o
microempreendedor é essencial para a ampliação da capacidade de atendimento a este público. Entre
as instituições, o país possui atualmente trinta e seis Sociedades de Crédito ao Microempreendedor e à
Empresa de Pequeno Porte (SCMEPP), que em julho de 2011 totalizaram um patrimônio líquido total de
R$ 103 milhões.

Associações de Poupança e Empréstimo. Instituições de Pagamento.


Sociedades Administradoras de Cartões de Crédito.

As associações de poupança e empréstimo são constituídas sob a forma de sociedade civil, sendo de
propriedade comum de seus associados. Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas ao
mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH). As operações passivas são constituídas
de emissão de letras e cédulas hipotecárias, depósitos de cadernetas de poupança, depósitos
interfinanceiros e empréstimos externos. Os depositantes dessas entidades são considerados acionistas
da associação e, por isso, não recebem rendimentos, mas dividendos. Os recursos dos depositantes são,
assim, classificados no patrimônio líquido da associação e não no passivo exigível.
Portanto, são sociedades civis onde os associados têm direito à participação nos resultados. A
captação de recursos ocorre através de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente
financiamento imobiliário.

Operações:

Ativas
- Financiamentos imobiliários

Passivas
- cadernetas de poupança que remuneram os juros como se dividendos fossem, já que o depositante
adquire vínculo societário.

Observações: Suas cartas patentes foram emitidas pelo extinto BNH, com base no dispositivo a
Lei Nº. 4.380/64.

DECRETO-LEI Nº 70, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1966.

Autoriza o funcionamento de associações de poupança e empréstimo, institui a cédula hipotecária e


dá outras providências.

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Art. 1º Dentro das normas gerais que forem estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, poderão
ser autorizadas a funcionar, nos termos deste decreto-lei, associações de poupança e empréstimo, que
se constituirão obrigatoriamente sob a forma de sociedades civis, de âmbito regional restrito, tendo
por objetivos fundamentais:
I - propiciar ou facilitar a aquisição de casa própria aos associados;
II - captar, incentivar e disseminar a poupança.

§ 1º As associações de poupança e empréstimo estarão compreendidas no Sistema Financeiro da


Habitação no item IV do artigo 8º da Lei número 4.380, de 21 de agosto de 1964, e legislação
complementar, com todos os encargos e vantagens decorrentes.
§ 2º As associações de poupança e empréstimo e seus administradores ficam subordinados aos
mesmos preceitos e normas atinentes às instituições financeiras, estabelecidos no capítulo V da Lei
nº4.595, de 31 de dezembro de 1964.

Art. 2º São características essenciais das associações de poupança e empréstimo:


I - a formação de vínculo societário, para todos os efeitos legais, através de depósitos em dinheiro
efetuados por pessoas físicas interessadas em delas participar;
II - a distribuição aos associados, como dividendos, da totalidade dos resultados líquidos operacionais,
uma vez deduzidas as importâncias destinadas à constituição dos fundos de reserva e de emergência e
a participação da administração nos resultados das associações.

Art. 3º É assegurado aos Associados:


I - retirar ou movimentar seus depósitos, observadas as condições regulamentares;
II - tomar parte nas assembleias gerais, com plena autonomia deliberativa, em todos os assuntos da
competência delas;
III - votar e ser votado.

Art. 4º Para o exercício de seus direitos societários, cada associado terá pelo menos um voto, qualquer
que seja o volume de seus depósitos na Associação, e terá tantos votos quantas "Unidades-Padrão de
Capital do Banco Nacional da Habitação" se contenham no respectivo depósito, nos termos do artigo 52
e seus parágrafos da Lei nº 4.380, de 21-8-64, e artigo 9º e seus parágrafos deste decreto-lei.
§ 1º Quando o associado dispuser de mais de um voto, a soma respectiva será apurada na forma
prevista neste artigo, sendo desprezadas as frações inferiores a uma "Unidade-Padrão de Capital".
§ 2º Poderá ser limitado, como norma geral, variável de região a região, o número máximo de votos
correspondentes a cada depósito ou a cada depositante.

Art. 5º Será obrigatório, como despesa operacional das associações de poupança e empréstimo, o
pagamento de prêmio para seguro dos depósitos.

Art. 6º O Banco Nacional da Habitação poderá determinar, deliberando inclusive quanto à maneira de
fazê-lo, a reorganização, incorporação, fusão ou liquidação de associações de poupança e empréstimo,
bem como intervir nas mesmas, através de interventor ou interventores especialmente nomeados,
independentemente das respectivas assembleias - gerais sempre que verificada uma ou mais das
seguintes hipóteses:
a) insolvência;
b) violação das leis ou dos regulamentes;
c) negativa em exibir papéis e documentos ou tentativa de impedir inspeções;
d) realização de operações inseguras ou antieconômicas;
e) operação em regime de perda.

Art. 7º As Associações de poupança e empréstimo são isentas de imposto de renda; são também
isentas de imposto de renda as correções monetárias que vierem a pagar a seus depositantes.

Art. 8º Aplicam-se às associações de poupança e empréstimo, no que este decreto-lei não contrariar,
os artigos 1.363 e seguintes do Código Civil ou legislação substitutiva ou modificativa deles.
(...)

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
As Sociedades Administradoras de Cartões De Crédito são empresas responsáveis pela captura e
transmissão de transações dos cartões de crédito e débito e outros produtos e serviços, incrementando
os negócios dos estabelecimentos comerciais credenciados.
As principais "bandeiras" atuantes no mercado brasileiro hoje são: Visa, American Express,
MasterCard, Elo, Hipercard, Maestro, Diners, Cartão BNDES e RedeShop.

Anualmente, milhões de vendas são realizadas através de cartões de créditos, incrementando as


vendas dos comerciantes com segurança e rapidez.
Para os usuários é um forma de crédito rápido e seguro e a tendência é que o uso dos cartões de
plástico aumente cada vez mais.

Constituição de Administradoras de Cartões de Crédito

Considerando-se que as empresas Administradoras de Cartões de Crédito não são instituições


financeiras e não estão legalmente subordinadas a quaisquer órgãos públicos, devemos levar em conta
a advertência do Banco Central do Brasil de que deve ser consultada a Secretaria de Direito Econômico
do Ministério da Justiça, ou às suas representações nos Estados (PROCON ou DECON).
Como obviamente não há definição, porque não existe legislação que regulamente a atuação das
Administradoras de Cartões de Créditos, resta aos interessados na constituição de empresas com tal
finalidade entrar em contato com as entidades que exploram as "bandeiras" ou "marcas" desse tipo de
prestação de serviços para seja firmado contrato entre as partes.
Em suma, as Administradoras de cartões de crédito são empresas prestadoras de serviço que fazem
a intermediação entre:
- portadores de cartão de crédito;
- estabelecimentos afiliados;
- bandeiras, e
- instituições financeiras.

Termos técnicos utilizados no segmento de cartões de crédito:


- Portador: pessoa física ou jurídica usuária do cartão;
- Bandeira: instituição que autoriza o emissor a gerar cartões com sua marca (VISA, Dinners, etc ...) e
coloca estabelecimentos no mundo inteiro à disposição para utilização deste cartão;
- Acquirer: é a administradora que pode afiliar estabelecimentos ao sistema;
- Estabelecimento: é a loja que aceita o cartão;
- Instituição financeira: são bancos autorizados pela bandeira a emitir cartões;
- Emissor: é a administradora autorizada a emitir cartões de crédito;

As Administradoras de Cartão de Crédito, por não serem instituições financeiras, não podem cobrar
juros superiores a 12% ao ano, conforme legislação em vigor. Todo o pagamento feito a título de Juros
deve ser restituído para os usuários desta modalidade de empréstimo, já que o pagamento foi nulo, diante
da ilegalidade clara desta agiotagem.

Vejamos uma das principais normas sobre o tema:

RESOLUÇÃO Nº 006, DE 2 DE JULHO DE 19996

Dispõe sobre os procedimentos a serem observados pelas administradoras de cartões de


credenciamento ou de cartões de crédito.

A Presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, no uso da atribuição que lhe
confere o inciso IV do artigo 9º do Estatuto aprovado pelo Decreto nº 2.799, de 8 de outubro de 1998,
torna público que o Plenário do Conselho, em sessão realizada em 30 de junho de 1999, com base no
artigo 14 da Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, resolveu:

6
http://www.fazenda.gov.br/orgaos/coaf/legislacao-e-normas/normas-coaf/resolucao-no-6-de-2-de-julho-de-1999

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Seção I
Das Disposições Preliminares

Art. 1º Com o objetivo de prevenir e combater os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e
valores, conforme estabelecido na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, regulamentada pelo Decreto nº
2.799, de 8 de outubro de 1998, as administradoras de cartões de credenciamento ou de cartões de
crédito deverão observar as disposições constantes da presente Resolução.

Parágrafo único. Enquadram-se nas disposições desta Resolução as pessoas jurídicas, com sede ou
representação no território nacional, que exerçam a atividade de administração de cartões de
credenciamento ou de cartões de crédito, em caráter permanente ou eventual, de forma principal ou
acessória, cumulativamente ou não, nas suas várias modalidades.

Seção II
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Cadastros

Art. 2º As pessoas mencionadas no art. 1º deverão identificar seus clientes e manter cadastro nos
termos desta Resolução.

Art. 3º O cadastro deverá conter informações sobre os intervenientes na operação que permitam
verificar sua adequada identificação, a compatibilidade entre as correspondentes movimentações de
recursos, atividade econômica e capacidade financeira.

Seção III
Dos Registros das Transações

Art. 4º As pessoas mencionadas no art. 1º deverão manter registro de toda transação realizada.

Art. 5º Do registro da fatura mensal deverá constar, no mínimo, as seguintes informações:


I - valor e data de concretização da operação;
II - identificação das partes e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF - ou no
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ; e
III - referência do ramo de atividade.

Seção IV
Das Operações Suspeitas

Art. 6º As pessoas mencionadas no art. 1º dispensarão especial atenção às operações ou propostas


que, nos termos do Anexo a esta Resolução, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos
na Lei nº 9.613, de 1998, ou com eles relacionarem-se.

Seção V
Das Comunicações ao COAF

Art. 7º As pessoas mencionadas no art. 1º deverão comunicar ao COAF qualquer operação prevista
no artigo 6º, no prazo de 24 horas após sua identificação, abstendo-se de dar ciência aos clientes de tal
ato.

Art. 8º As comunicações feitas de boa-fé, ao COAF, conforme previsto no § 2º do art. 11 da Lei nº


9.613, de 1998, não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.

Art. 9º As informações mencionadas no art. 7º poderão ser encaminhadas por meio de processo
eletrônico.
Seção VI
Das Disposições Gerais e Finais

Art. 10. As pessoas mencionadas no art. 1º deverão:


I - manter os registros previstos nesta Resolução pelo período mínimo de cinco anos, a partir da
conclusão da transação;

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II - indicar ao COAF, até 30 de julho de 1999, o nome e a qualificação do responsável pelo cumprimento
das obrigações ora estabelecidas; e
III - atender, a qualquer tempo, às requisições de informação formuladas pelo COAF, a respeito de
intervenientes e transações.

Art. 11. O descumprimento das obrigações desta Resolução acarretará a aplicação pelo COAF das
sanções previstas no art. 12 da Lei nº 9.613, de 1998, na forma do disposto no Decreto n° 2.799, de 1998,
e na Portaria do Ministro de Estado da Fazenda n° 330, de 18 de dezembro de 1998.

Art. 12. O COAF disponibilizará, anteriormente ao início dos efeitos desta Resolução, endereço
eletrônico na Internet para recebimento de comunicações.

Art. 13. Fica a Presidência do Conselho autorizada a baixar as instruções complementares a esta
Resolução, em especial no que se refere às disposições constantes da Seção V - Das Comunicações ao
COAF.

Art. 14. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 2 de
agosto de 1999.

Brasília, 2 de julho de 1999.

Adrienne Giannetti Nelson de Senna

Anexo
Relação de operações suspeitas

1. Descumprimento por funcionário de administradora de cartões de credenciamento ou de cartões de


crédito das exigências cadastrais que levem à entrega efetiva de cartões de credenciamento ou de cartões
de crédito.

2. Oferecimento de informação cadastral falsa ou prestação de informação cadastral de difícil ou


onerosa verificação.

3. Ocorrência de saldo credor, em fatura, com habitualidade, de valor considerado expressivo.

4. Alta concentração sem causa aparente, de compras de um titular em um mesmo estabelecimento


conveniado.

5. Pedidos habituais de cancelamento de transações, após pagamento da fatura, com a devolução de


valor pago.

6. Desvios freqüentes nos padrões e standards adotados por cada administradora de cartões de
credenciamento ou de cartões de crédito, no monitoramento das compras de seus titulares.

7. Ultrapassagem com habitualidade de gastos mensais, pelo titular, dos limites monitorados pelas
administradoras de cartões de credenciamento ou de cartões de crédito.

8. Aumento no volume dos negócios com cartão de crédito por parte de um estabelecimento
conveniado, sem motivo aparente.

9. Solicitações freqüentes de elevação de limites de gastos mensais, pelo titular, sem comprovação de
aumento da capacidade financeira.

10. Outras operações que, por suas características, no que se refere a partes envolvidas, valores,
forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam
configurar hipótese de crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998, ou com eles relacionarem-se.

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COPOM – Comitê de Política Monetária.

COPOM - COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA7

O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de
estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros. A criação do Comitê buscou
proporcionar maior transparência e ritual adequado ao processo decisório, a exemplo do que já era
adotado pelo Federal Open Market Committee (FOMC), do Banco Central dos Estados Unidos, e pelo
Central Bank Council, do Banco Central da Alemanha. Em junho de 1998, o Banco da Inglaterra também
instituiu o seu Monetary Policy Committee (MPC), assim como o Banco Central Europeu, desde a criação
da moeda única em janeiro de 1999. Atualmente, uma vasta gama de autoridades monetárias em todo o
mundo adota prática semelhante, facilitando o processo decisório, a transparência e a comunicação com
o público em geral.
Formalmente, as competências do Copom são definir a meta da Taxa Selic e divulgar o Relatório de
Inflação. A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a Taxa Selic (taxa média dos
financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e
Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê.
As reuniões ordinárias do Copom dividem-se em duas sessões, sendo a primeira sessão reservada às
apresentações técnicas de conjuntura econômica e a segunda destinada à decisão da meta da Taxa
Selic. Além do Presidente e dos Diretores do Banco Central, membros do Comitê, participam da primeira
sessão da reunião os chefes dos seguintes departamentos do Banco Central: Departamento de
Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), Departamento de Operações do Mercado
Aberto (Demab), Departamento Econômico (Depec), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep),
Departamento das Reservas Internacionais (Depin) e Departamento de Assuntos Internacionais (Derin).
A primeira sessão dos trabalhos poderá contar, ainda, com a presença de outros servidores do Banco
Central, quando autorizados pelo Presidente.
No primeiro dia das reuniões, os chefes de departamento apresentam uma análise técnica de
conjuntura abrangendo inflação, nível de atividade, evolução dos agregados monetários, finanças
públicas, balanço de pagamentos, economia internacional, mercado de câmbio, reservas internacionais,
mercado monetário, operações de mercado aberto e expectativas gerais para variáveis
macroeconômicas.
Já no segundo dia da reunião, além dos membros do Copom, participa, sem direito a voto, o chefe do
Depep, que realiza apresentação técnica contendo avaliação prospectiva da inflação. Em seguida, os
membros do Copom, com base na avaliação do cenário macroeconômico e dos principais riscos
associados, deliberam, por maioria simples de votos, a meta da Taxa Selic.
Os comunicados das decisões do Copom são divulgados após o término da segunda sessão da
reunião ordinária, a partir das 18h. As atas do Copom, em português, são divulgadas às 8h00 da terça-
feira da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regulamentar de seis dias úteis. Já as
apresentações técnicas de conjuntura referentes ao primeiro e segundo dia de reunião são
disponibilizadas, respectivamente, após 4 e 8 anos.
O calendário anual das reuniões ordinárias será divulgado mediante Comunicado do Diretor de Política
Monetária até o fim do mês de junho do ano anterior, admitindo-se ajustes até o último dia do ano de sua
divulgação.
Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica o documento
"Relatório de Inflação", que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira do País, bem
como apresenta suas projeções para a taxa de inflação.

7
https://www.bcb.gov.br/htms/copom_normas/a-hist.asp?idpai=copom

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Em seguida para complementação dos ensinamentos acima apresentados, se faz necessária à leitura
atenta da Circular Nº 3.868/2017, que anuncia o novo Regulamento do Comitê de Política Monetária
(Copom):

CIRCULAR Nº 3.868, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017

Divulga novo Regulamento do Comitê de Política Monetária (Copom).

A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão realizada em 19 de dezembro de 2017,


com fundamento nos arts. 9º e 10, inciso XII, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e no art. 2º do
Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999,

RESOLVE:

Art. 1º O Regulamento do Comitê de Política Monetária (Copom) passa a vigorar com a redação do
documento anexo.

Art. 2º Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Ficam revogadas as Circulares ns. 2.900, de 24 de junho de 1999, 3.119, de 18 de abril de
2002, 3.536, de 19 de maio de 2011, 3.593, de 16 de maio de 2012, e 3.802, de 12 de julho de 2016.

Reinaldo Le Grazie Carlos Viana de Carvalho


Diretor de Política Monetária Diretor de Política Econômica

REGULAMENTO ANEXO À CIRCULAR Nº 3.868, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017

Regulamenta o funcionamento do Comitê de Política Monetária (Copom).

CAPÍTULO I
COMPETÊNCIA

Art. 1º O Comitê de Política Monetária (Copom), constituído no âmbito do Banco Central do Brasil, tem
como competências definir a meta da Taxa Selic e divulgar o Relatório de Inflação a que se refere o
Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999.
§ 1º Define-se como Taxa Selic a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos públicos federais.
§ 2º Para efeito do disposto no § 1º, são considerados os financiamentos diários relativos às operações
com títulos públicos federais custodiados no Selic, registradas e liquidadas no próprio Selic ou em
sistemas operados por câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação de que trata
a Lei nº 10.214, de 27 de março de 2001.
§ 3º O período de vigência da meta para a Taxa Selic terá início no dia útil seguinte a cada reunião do
Copom.

CAPÍTULO II
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

Art. 2º São membros do Copom o Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil.


Art. 3º O Copom reúne-se ordinariamente oito vezes por ano e, extraordinariamente, por convocação
de seu Presidente, presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, e metade do número de
Diretores.
§ 1º As reuniões ordinárias são realizadas em duas sessões, discriminadas a seguir:
I - a primeira sessão é reservada às apresentações técnicas de conjuntura econômica; e
II - a segunda sessão é destinada à decisão da meta da Taxa Selic.
§ 2º Além dos membros do Copom, participam da primeira sessão das reuniões ordinárias os Chefes
das seguintes Unidades, responsáveis pelas apresentações técnicas:
I - Departamento de Assuntos Internacionais (Derin);
II - Departamento Econômico (Depec);
III - Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep);

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IV - Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban);
V - Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab); e
VI - Departamento das Reservas Internacionais (Depin).
§ 3º Nas ausências dos Chefes das Unidades, os substitutos nas reuniões do Copom serão indicados
pelos Diretores das respectivas áreas e terão as mesmas responsabilidades.
§ 4º A primeira sessão das reuniões ordinárias poderá contar ainda com a presença de outros
servidores do Banco Central do Brasil e de seu Assessor de Imprensa, quando autorizados pelo
Presidente.
§ 5º Na segunda sessão das reuniões ordinárias, além dos membros do Copom, participa, sem direito
a voto, o Chefe do Depep, incumbindo-lhe na ocasião realizar apresentação técnica.
§ 6º A participação nas reuniões extraordinárias é restrita aos membros do Copom, podendo delas
participar outros servidores do Banco Central do Brasil, quando autorizados pelo Presidente.

CAPÍTULO III
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS

Art. 4º Cabe aos membros do Copom o exercício das seguintes atribuições:


I - Presidente e Diretores:
a) avaliar informações, apresentações e documentos expostos como subsídios para deliberação do
colegiado;
b) definir, por meio de voto, a meta para a Taxa Selic, observado o disposto no § 2º deste artigo;
II - Presidente:
a) autorizar a participação de outros servidores do Banco Central do Brasil na primeira sessão das
reuniões ordinárias ou nas reuniões extraordinárias;
b) presidir as reuniões e, ao final, encaminhar a votação;
III – Diretor de Política Monetária:
a) coordenar a organização das reuniões;
b) divulgar, por meio de Comunicado, as decisões tomadas pelo Comitê.
IV – Diretor de Política Econômica: coordenar a elaboração do Relatório de Inflação e das Atas do
Copom.
§ 1º Os Chefes de Unidade referidos no § 2º do art. 3º deverão levar ao conhecimento do Copom os
fatos mais relevantes relacionados ao diagnóstico e prognóstico dos seguintes assuntos:
I - Chefe do Derin: conjuntura econômica internacional;
II - Chefe do Depec: conjuntura econômica doméstica e expectativas de analistas para variáveis
macroeconômicas;
III - Chefe do Depep: avaliação prospectiva da inflação;
IV - Chefe do Deban: condições de liquidez e de funcionamento do sistema bancário;
V - Chefe do Demab: mercado monetário e operações de mercado aberto; e
VI - Chefe do Depin: mercados financeiros internacionais e de câmbio.
§ 2º O Copom deliberará por maioria simples de votos, a serem proferidos oralmente, cabendo ao
Presidente voto de qualidade.
§ 3º Compete ao Copom avaliar o cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados,
com base nos quais são tomadas decisões de política monetária.
§ 4º As Atas das reuniões conterão as informações indicadas no § 3º deste artigo, além do registro
nominal dos votos proferidos pelos membros do Copom.
§ 5º As Atas das reuniões do Copom serão divulgadas no prazo de até seis dias úteis após a data de
sua realização.

Art. 5º Os Comunicados das decisões do Copom serão divulgados na data da segunda sessão da
reunião ordinária, a partir das dezoito horas, imediatamente após o seu término.
§ 1º O Comunicado de que trata este artigo identificará o voto de cada membro do Copom.
§ 2º No caso de reunião extraordinária, o horário de divulgação do Comunicado será determinado pelo
Diretor de Política Monetária.

Art. 6º O calendário anual das reuniões ordinárias será divulgado mediante Comunicado do Diretor de
Política Monetária até o fim do mês de junho do ano anterior, admitindo-se ajustes até o último dia do ano
de sua divulgação.

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Comissão de Valores Mobiliários. Bolsas de Valores. Bolsas de Mercadorias e de
Futuros.

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS

Constituição

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo
de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda (nos termos
do art. 5º da Lei nº 6.385/76), com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade
administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.
Em 2013, a CVM reformulou sua estratégia institucional e lançou o seu atual Plano Estratégico,
reafirmando valores e propósito e definindo os Objetivos Estratégicos com projeção para 2023.
Nenhuma emissão pública de valores mobiliários poderá ser distribuída, no mercado, sem prévio
registro na CVM, entendendo-se por atos de distribuição a venda, promessa de venda, oferta à venda
ou subscrição, aceitação de pedido de venda ou subscrição de valores mobiliários.

Sua função primordial concentra-se na fiscalização das atividades do mercado de valores


mobiliários.

Objetivos

De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá suas funções, a fim de:
- assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão;
- proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de
administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores
mobiliários;
- evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de
demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado;
- assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias
que os tenham emitido;
- assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;
- estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;
- promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as
aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas.

Localização

A sede da CVM está localizada no Rio de Janeiro possuindo duas superintendências regionais: São
Paulo e Brasília.

Funcionamento

A Comissão de Valores Mobiliários, com sede na cidade do Rio de Janeiro, é administrada por um
Presidente e quatro Diretores nomeados pelo Presidente da República. O Presidente e a Diretoria
constituem o Colegiado, que define políticas e estabelece práticas a serem implantadas e desenvolvidas
pelo corpo de Superintendentes, a instância executiva da CVM.
O Superintendente Geral acompanha e coordena as atividades executivas da comissão auxiliado pelos
demais Superintendentes, pelos Gerentes a eles subordinados e pelo Corpo Funcional.
Esses trabalhos são orientados, especificamente, para atividades relacionadas à empresas,
aos intermediários financeiros, aos investidores, à fiscalização externa, à normatização contábil e de
auditoria, aos assuntos jurídicos, ao desenvolvimento de mercado, à internacionalização, à informática e
à administração.

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O colegiado conta ainda com o suporte direto da Chefia de Gabinete, da Assessoria de comunicação
social, da Assessoria Econômica e da Auditoria Interna.
A estrutura executiva da CVM é completada pelas Superintendências Regionais de São Paulo e
Brasília.

Atribuições

A Lei que criou a CVM (6.385/76) e a Lei das Sociedades por Ações (6.404/76) disciplinaram o
funcionamento do mercado de valores mobiliários e a atuação de seus protagonistas, assim classificados,
as companhias abertas, os intermediários financeiros e os investidores, além de outros cuja atividade
gira em torno desse universo principal.
A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do
mercado. Seu poder normatizador abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores
mobiliários.

Cabe à CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias:


- registro de companhias abertas;
- registro de distribuições de valores mobiliários;
- credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores mobiliários;
- organização, funcionamento e operações das bolsas de valores;
- negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
- administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
- suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações;
- suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decretar
recesso de bolsa de valores.

Competências

Segundo o que dispõe a Lei nº 6.385/76, compete à Comissão de Valores Mobiliários:


I - regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as matérias
expressamente previstas nesta Lei e na lei de sociedades por ações;
II - administrar os registros instituídos por esta Lei;
III - fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, de que
trata o Art. 1º, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele
participem, e aos valores nele negociados;

São as atividades previstas no art. 1º:


I - a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
II - a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
III - a negociação e intermediação no mercado de derivativos;
IV - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores;
V - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e Futuros;
VI - a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
VII - a auditoria das companhias abertas;
VIII - os serviços de consultor e analista de valores mobiliário.

IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de preço,


comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários do mercado;
V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às que não apresentem lucro em
balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório.

Valores

- Valorização permanente do corpo funcional, com foco na sua capacitação, comprometimento,


motivação e meritocracia.
- Ambiente de trabalho que preze a coordenação, cooperação e constante diálogo entre as diferentes
áreas e níveis hierárquicos.

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- Busca permanente de estruturas organizacional, física e tecnológica adequadas, suportadas por uma
autonomia administrativa, orçamentária e financeira.
- Educação financeira como instrumento essencial para o fortalecimento do mercado de capitais.
- Atuação coordenada com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, na busca de
maior eficiência das atividades de regulação, registro, supervisão, fiscalização, sanção e educação.
- Atuação técnica, independente, célere e transparente, pautada pela ética, eficiência, equilíbrio e
segurança jurídica das decisões.
- Atuação regulatória com foco no atendimento das necessidades do mercado e sua evolução, em
consonância com padrões internacionais, e pautada na participação da sociedade, inclusive por meio das
audiências públicas.
- Atuação pautada na proteção do investidor, na exigência de ampla divulgação de informação, no
monitoramento dos riscos de mercado e na estabilidade financeira, inclusive com o apoio da
autorregulação.

Mandato Legal

a) Desenvolvimento do mercado: Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores


mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações; e estimular
as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais
privados nacionais (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos I e II).
b) Eficiência e funcionamento do mercado: Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos
mercados da bolsa e de balcão; assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado
de valores mobiliários; e assegurar a observância, no mercado, das condições de utilização de crédito
fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos III, VII e VIII).
c) Proteção dos investidores: Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do
mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários; atos ilegais de administradores e acionistas
controladores das companhias abertas, ou de administradores de carteira de valores mobiliários; e o uso
de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários. Evitar ou coibir modalidades
de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores
mobiliários negociados no mercado (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos IV e V).
d) Acesso à informação adequada: Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores
mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido, regulamentando a Lei e administrando
o sistema de registro de emissores, de distribuição e de agentes regulados (Lei 6.385/76, art. 4º, inciso
VI, e art. 8º, incisos I e II).
e) Fiscalização e punição: Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de
valores mobiliários, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele
participam e aos valores nele negociados, e impor penalidades aos infratores das Leis 6.404/76 e
6.385/76, das normas da própria CVM ou de leis especiais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar (Lei
6.385/76, art. 8º, incisos III e V, e art. 11).

Organização

São os componentes organizacionais

a) COLEGIADO (Presidente e Diretores)

b) CHEFIA DE GABINETE E ASSESSORIAS À PRESIDÊNCIA


- Gabinete da Presidência - CGP
- Ouvidoria - OUV
- Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos - ASA
- Assessoria de Comunicação Social - ASC

c) ÓRGÃOS SECCIONAIS
- Auditoria Interna - AUD
- Procuradoria Federal Especializada - PFE
- Superintendência Administrativo-Financeira - SAD

d) ÓRGÃOS ESPECÍFICOS
- Superintendência Geral - SGE
- Superintendência de Desenvolvimento de Mercado - SDM

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- Superintendência de Relações com Empresas - SEP
- Superintendência de Fiscalização Externa - SFI
- Superintendência de Relações com Investidores Institucionais - SIN
- Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários - SMI
- Superintendência de Normas Contábeis e Auditoria - SNC
- Superintendência de Proteção e Orientação aos Investidores - SOI
- Superintendência de Planejamento - SPL
- Superintendência de Processos Sancionadores - SPS
- Superintendência de Registro de Valores Mobiliários - SRE
- Superintendência de Relações Internacionais - SRI
- Superintendência de Relações Institucionais - SRL
- Superintendência de Tecnologia da Informação - STI

Organograma8

Sistema De Registro

O sistema de registro gera, na verdade, um fluxo permanente de informações ao investidor.


Essas informações, fornecidas periodicamente por todas as companhias abertas, podem ser
financeiras e, portanto, condicionadas a normas de natureza contábil, ou apenas referirem-se a fatos
relevantes da vida das empresas. Entende-se como fato relevante, aquele evento que possa influir na
decisão do investidor, quanto a negociar com valores emitidos pela companhia.
A CVM não exerce julgamento de valor em relação à qualquer informação divulgada pelas companhias.
Zela, entretanto, pela sua regularidade e confiabilidade e, para tanto, normatiza e persegue a sua
padronização.
A atividade de credenciamento da CVM é realizada com base em padrões pré-estabelecidos pela
Autarquia que permitem avaliar a capacidade de projetos a serem implantados.
A Lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas
no mercado.
8
Fonte: http://www.cvm.gov.br/menu/acesso_informacao/institucional/sobre/estrutura.html

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Diante de qualquer suspeita a CVM pode iniciar um inquérito administrativo, através do qual, recolhe
informações, toma depoimentos e reúne provas com vistas a identificar claramente o responsável por
práticas ilegais, oferecendo-lhe, a partir da acusação, amplo direito de defesa.
O Colegiado tem poderes para julgar e punir o faltoso. As penalidades que a CVM pode atribuir vão
desde a simples advertência até a inabilitação para o exercício de atividades no mercado, passando pelas
multas pecuniárias.
A CVM mantém, ainda, uma estrutura especificamente destinada a prestar orientação aos investidores
ou acolher denúncias e sugestões por eles formuladas.
Quando solicitada, a CVM pode atuar em qualquer processo judicial que envolva o mercado de valores
mobiliários, oferecendo provas ou juntando pareceres.
Nesses casos, a CVM atua como "amicus curiae" assessorando a decisão da Justiça.
Em termos de política de atuação, a Comissão persegue seus objetivos através da indução de
comportamento, da autorregulação e da autodisciplina, intervindo efetivamente, nas atividades de
mercado, quando este tipo de procedimento não se mostrar eficaz.
No que diz respeito à definição de políticas ou normas voltadas para o desenvolvimento dos negócios
com valores mobiliários, a CVM procura junto a instituições de mercado, do governo ou entidades
de classe, suscitar a discussão de problemas, promover o estudo de alternativas e adotar iniciativas, de
forma que qualquer alteração das práticas vigentes seja feita com suficiente embasamento técnico e,
institucionalmente, possa ser assimilada com facilidade, como expressão de um desejo comum.
A atividade de fiscalização da CVM realiza-se pelo acompanhamento da veiculação de informações
relativas ao mercado, às pessoas que dele participam e aos valores mobiliários negociados.
Dessa forma, podem ser efetuadas inspeções destinadas à apuração de fatos específicos sobre o
desempenho das empresas e dos negócios com valores mobiliários.

Análise Da Sua Função

A CVM é órgão regulador e controlador máximo do mercado de valores mobiliários.


Ela tem amplos poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do
mercado.
O que são valores mobiliários? Valor mobiliário é título de investimento que a sociedade anônima
emite para a obtenção de recursos. É investimento social oferecido ao público, pela companhia.
Além das ações, a Lei das Sociedades por Ações (LSA) contempla como suas modalidades as partes
beneficiárias e as debêntures. Também trata dos valores considerados pela doutrina como subprodutos
de valores mobiliários; os bônus de subscrição e os certificados de emissão de garantia. Na verdade, são
valores mobiliários derivados.
A negociação em mercado:
- Primária
- Secundária

A negociação primária opera-se por meio do lançamento público de ações, devidamente registrado na
CVM e com a intermediação obrigatória das instituições integrantes do sistema de distribuição de valores
mobiliários.
No caso, o investidor subscreve as ações, revertendo o produto dessa subscrição para a companhia.
Incumbe à CVM a análise de pedido de registro de distribuição pública de valores mobiliários.
No caso de valores emitidos por sociedades controladas direta ou indiretamente por estados,
municípios e pelo Distrito Federal, ouvirá, previamente, o Banco Central quanto ao atendimento às
disposições da Resoluções do Senado federal sobre o endividamento público.
Quanto à colocação no mercado secundário, as ações são negociadas pelas Bolsas de Valores ou no
mercado de balcão.
Nos demais casos, essas operações, a juízo do investidor, poder ser realizadas a vista, a termo, a
futuro ou no mercado de opções.
O prazo para liquidação física e financeira das operações realizadas em Bolsas de Valores, por meio
de seus sistemas de pregões, em todos os mercados que operarem, é até o segundo dia subsequente
ao do fechamento da operação.

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Penalidades

A CVM deve promover processo administrativo para investigar a ocorrência de irregularidades no


mercado, ensejando aos acusados amplo direito de defesa, vigente o princípio do devido processo legal
na esfera administrativa.
As sanções para quem descumpre as regras legais do mercado de valores mobiliários, sobretudo as
normas editadas pela CVM, são: advertência, multa, suspensão ou inabilitação para o exercício do cargo,
ou cassação da autorização ou do registro, bem como a proibição por prazo determinado para o exercício
de atividades e operações do sistema de distribuição.
Também o investidor pode ser proibido temporariamente de atuar, direta ou indiretamente, no
mercado.
É importante frisar que a CVM tem a obrigação de comunicar ao Ministério Público quaisquer indícios
de ilícito penal verificados nos processos sobre irregularidades no mercado.
Da mesma forma, tratando-se de ilegalidade fiscal, deve encaminhar o processo à Secretaria da
Receita Federal.
Em matéria criminal, a Lei nº 10.303/2001 acrescentou à Lei nº 6.385/76, três delitos dolosos contra o
mercado de valores mobiliários:
- manipulação de mercado;
- uso indevido de informação privilegiada; e
- exercício irregular de cargo, profissão, atividade ou função.

O bem jurídico tutelado é o desenvolvimento regular das atividades do mercado de valores


mobiliários.

Vamos acompanhar em seguida o que dispõe a Lei nº 6.385/76 sobre a Comissão de Valores
Mobiliários:
(...)
CAPÍTULO II
Da Comissão de Valores Mobiliários

Art. 5o É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regime especial,


vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de
autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e
estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.

Art. 6o A Comissão de Valores Mobiliários será administrada por um Presidente e quatro Diretores,
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre pessoas de
ilibada reputação e reconhecida competência em matéria de mercado de capitais.
§ 1o O mandato dos dirigentes da Comissão será de cinco anos, vedada a recondução, devendo ser
renovado a cada ano um quinto dos membros do Colegiado.
§ 2o Os dirigentes da Comissão somente perderão o mandato em virtude de renúncia, de condenação
judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar.
§ 3o Sem prejuízo do que preveem a lei penal e a lei de improbidade administrativa, será causa da
perda do mandato a inobservância, pelo Presidente ou Diretor, dos deveres e das proibições inerentes
ao cargo.
§ 4o Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda instaurar o processo administrativo disciplinar, que será
conduzido por comissão especial, competindo ao Presidente da República determinar o afastamento
preventivo, quando for o caso, e proferir o julgamento.
§ 5o No caso de renúncia, morte ou perda de mandato do Presidente da Comissão de Valores
Mobiliários, assumirá o Diretor mais antigo ou o mais idoso, nessa ordem, até nova nomeação, sem
prejuízo de suas atribuições.
§ 6o No caso de renúncia, morte ou perda de mandato de Diretor, proceder-se-á à nova nomeação
pela forma disposta nesta Lei, para completar o mandato do substituído.
§ 7o A Comissão funcionará como órgão de deliberação colegiada de acordo com o seu regimento
interno, e no qual serão fixadas as atribuições do Presidente, dos Diretores e do Colegiado.

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Art. 7º A Comissão custeará as despesas necessárias ao seu funcionamento com os recursos
provenientes de:
I - dotações das reservas monetárias a que se refere o Art. 12 da Lei nº 5.143, de 20 de outubro de
1966, alterado pelo Decreto-lei nº 1.342, de 28 de agosto de 1974 que lhe forem atribuídas pelo Conselho
Monetário Nacional;
II - dotações que lhe forem consignadas no orçamento federal;
III - receitas provenientes da prestação de serviços pela Comissão, observada a tabela aprovada pelo
Conselho Monetário Nacional;
IV - renda de bens patrimoniais e receitas eventuais.
V - receitas de taxas decorrentes do exercício de seu poder de polícia, nos termos da lei.

Art. 8º Compete à Comissão de Valores Mobiliários:


I - regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as matérias
expressamente previstas nesta Lei e na lei de sociedades por ações;
II - administrar os registros instituídos por esta Lei;
III - fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, de que
trata o Art. 1º, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele
participem, e aos valores nele negociados;
IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de preço,
comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários do mercado;
V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às que não apresentem lucro em
balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório.
§ 1o O disposto neste artigo não exclui a competência das Bolsas de Valores, das Bolsas de
Mercadorias e Futuros, e das entidades de compensação e liquidação com relação aos seus membros e
aos valores mobiliários nelas negociados.
§ 2o Serão de acesso público todos os documentos e autos de processos administrativos, ressalvados
aqueles cujo sigilo seja imprescindível para a defesa da intimidade ou do interesse social, ou cujo sigilo
esteja assegurado por expressa disposição legal.
§ 3º Em conformidade com o que dispuser seu regimento, a Comissão de Valores Mobiliários poderá:
I - publicar projeto de ato normativo para receber sugestões de interessados;
II - convocar, a seu juízo, qualquer pessoa que possa contribuir com informações ou opiniões para o
aperfeiçoamento das normas a serem promulgadas.

Art 9º A Comissão de Valores Mobiliários, observado o disposto no § 2o do art. 15, poderá:


I - examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou documentos, inclusive programas
eletrônicos e arquivos magnéticos, ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis de trabalho
de auditores independentes, devendo tais documentos ser mantidos em perfeita ordem e estado de
conservação pelo prazo mínimo de cinco anos:
a) as pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários (Art.
15);
b) das companhias abertas e demais emissoras de valores mobiliários e, quando houver suspeita
fundada de atos ilegais, das respectivas sociedades controladoras, controladas, coligadas e sociedades
sob controle comum;
c) dos fundos e sociedades de investimento;
d) das carteiras e depósitos de valores mobiliários (Arts. 23 e 24);
e) dos auditores independentes;
f) dos consultores e analistas de valores mobiliários;
g) de outras pessoas quaisquer, naturais ou jurídicas, quando da ocorrência de qualquer irregularidade
a ser apurada nos termos do inciso V deste artigo, para efeito de verificação de ocorrência de atos ilegais
ou práticas não equitativas;
II - intimar as pessoas referidas no inciso I a prestar informações, ou esclarecimentos, sob cominação
de multa, sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas no art. 11;
III - requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública;
IV - determinar às companhias abertas que republiquem, com correções ou aditamentos,
demonstrações financeiras, relatórios ou informações divulgadas;
V - apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não equitativas de
administradores, membros do conselho fiscal e acionistas de companhias abertas, dos intermediários e
dos demais participantes do mercado;

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VI - aplicar aos autores das infrações indicadas no inciso anterior as penalidades previstas no Art. 11,
sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal.
§ 1o Com o fim de prevenir ou corrigir situações anormais do mercado, a Comissão poderá:
I - suspender a negociação de determinado valor mobiliário ou decretar o recesso de bolsa de valores;
Il - suspender ou cancelar os registros de que trata esta Lei;
III - divulgar informações ou recomendações com o fim de esclarecer ou orientar os participantes do
mercado;
IV - proibir aos participantes do mercado, sob cominação de multa, a prática de atos que especificar,
prejudiciais ao seu funcionamento regular.
§ 2o O processo, nos casos do inciso V deste artigo, poderá ser precedido de etapa investigativa, em
que será assegurado o sigilo necessário à elucidação dos fatos ou exigido pelo interesse público, e
observará o procedimento fixado pela Comissão.
§ 3o Quando o interesse público exigir, a Comissão poderá divulgar a instauração do procedimento
investigativo a que se refere o § 2o.
§ 4º Na apuração de infrações da legislação do mercado de valores mobiliários, a Comissão priorizará
as infrações de natureza grave, cuja apenação proporcione maior efeito educativo e preventivo para os
participantes do mercado, e poderá deixar de instaurar o processo administrativo sancionador,
consideradas a pouca relevância da conduta, a baixa expressividade da lesão ao bem jurídico tutelado e
a utilização de outros instrumentos e medidas de supervisão que julgar mais efetivos. (Redação dada
pela Lei nº 13.506, de 2017)
§ 5o As sessões de julgamento do Colegiado, no processo administrativo de que trata o inciso V deste
artigo, serão públicas, podendo ser restringido o acesso de terceiros em função do interesse público
envolvido.
§ 6o A Comissão será competente para apurar e punir condutas fraudulentas no mercado de valores
mobiliários sempre que:
I - seus efeitos ocasionem danos a pessoas residentes no território nacional, independentemente do
local em que tenham ocorrido; e
II - os atos ou omissões relevantes tenham sido praticados em território nacional.

Art. 10. A Comissão de Valores Mobiliários poderá celebrar convênios com órgãos similares de outros
países, ou com entidades internacionais, para assistência e cooperação na condução de investigações
para apurar transgressões às normas atinentes ao mercado de valores mobiliários ocorridas no País e no
exterior.
§ 1o A Comissão de Valores Mobiliários poderá se recusar a prestar a assistência referida no caput
deste artigo quando houver interesse público a ser resguardado.
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, às informações que, por disposição legal, estejam
submetidas a sigilo.

Art. 10-A. A Comissão de Valores Mobiliários, o Banco Central do Brasil e demais órgãos e agências
reguladoras poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de
princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de suas atribuições
regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os pronunciamentos e demais orientações técnicas
emitidas.
Parágrafo único. A entidade referida no caput deste artigo deverá ser majoritariamente composta por
contadores, dela fazendo parte, paritariamente, representantes de entidades representativas de
sociedades submetidas ao regime de elaboração de demonstrações financeiras previstas nesta Lei, de
sociedades que auditam e analisam as demonstrações financeiras, do órgão federal de fiscalização do
exercício da profissão contábil e de universidade ou instituto de pesquisa com reconhecida atuação na
área contábil e de mercado de capitais.

Art. 11. A Comissão de Valores Mobiliários poderá impor aos infratores das normas desta Lei, da Lei
nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei de Sociedades por Ações), de suas resoluções e de outras
normas legais cujo cumprimento lhe caiba fiscalizar as seguintes penalidades, isoladas ou
cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
I - advertência;
II - multa;
III - (Revogado pela Lei nº 13.506, de 2017)
IV - inabilitação temporária, até o máximo de 20 (vinte) anos, para o exercício de cargo de
administrador ou de conselheiro fiscal de companhia aberta, de entidade do sistema de distribuição ou de

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outras entidades que dependam de autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários;
(Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
V - suspensão da autorização ou registro para o exercício das atividades de que trata esta Lei;
VI - inabilitação temporária, até o máximo de 20 (vinte) anos, para o exercício das atividades de que
trata esta Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
VII - proibição temporária, até o máximo de vinte anos, de praticar determinadas atividades ou
operações, para os integrantes do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de
autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários;
VIII - proibição temporária, até o máximo de dez anos, de atuar, direta ou indiretamente, em uma ou
mais modalidades de operação no mercado de valores mobiliários.
§ 1º A multa deverá observar, para fins de dosimetria, os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, a capacidade econômica do infrator e os motivos que justifiquem sua imposição, e não
deverá exceder o maior destes valores: (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
I - R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais); (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
II - o dobro do valor da emissão ou da operação irregular; (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
III - 3 (três) vezes o montante da vantagem econômica obtida ou da perda evitada em decorrência do
ilícito; ou (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

IV - o dobro do prejuízo causado aos investidores em decorrência do ilícito. (Redação dada pela Lei
nº 13.506, de 2017)
§ 2º Nas hipóteses de reincidência, poderá ser aplicada multa de até o triplo dos valores fixados no §
1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
§ 3º As penalidades previstas nos incisos IV, V, VI, VII e VIII do caput deste artigo somente serão
aplicadas nos casos de infração grave, assim definidas em normas da Comissão de Valores Mobiliários,
ou nos casos de reincidência. (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
§ 4º As penalidades somente serão impostas com observância do procedimento previsto no § 2º do
art. 9º desta Lei, cabendo recurso para o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
§ 5º A Comissão de Valores Mobiliários, após análise de conveniência e oportunidade, com vistas a
atender ao interesse público, poderá deixar de instaurar ou suspender, em qualquer fase que preceda a
tomada da decisão de primeira instância, o procedimento administrativo destinado à apuração de infração
prevista nas normas legais e regulamentares cujo cumprimento lhe caiba fiscalizar, se o investigado
assinar termo de compromisso no qual se obrigue a: (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
I - cessar a prática de atividades ou atos considerados ilícitos pela Comissão de Valores Mobiliários; e
II - corrigir as irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos.
§ 6º O compromisso a que se refere o parágrafo anterior não importará confissão quanto à matéria de
fato, nem reconhecimento de ilicitude da conduta analisada.
§ 7º O termo de compromisso deverá ser publicado no sítio eletrônico da Comissão de Valores
Mobiliários, com discriminação do prazo para cumprimento das obrigações eventualmente assumidas, e
constituirá título executivo extrajudicial. (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
§ 8º Não cumpridas as obrigações no prazo, a Comissão de Valores Mobiliários dará continuidade ao
procedimento administrativo anteriormente suspenso, para a aplicação das penalidades cabíveis.
§ 9º Serão considerados, na aplicação de penalidades previstas na lei, o arrependimento eficaz e o
arrependimento posterior ou a circunstância de qualquer pessoa, espontaneamente, confessar ilícito ou
prestar informações relativas à sua materialidade.
§ 10. A Comissão de Valores Mobiliários regulamentará a aplicação do disposto nos §§ 5o a 9o deste
artigo aos procedimentos conduzidos pelas Bolsas de Valores, Bolsas de Mercadorias e Futuros,
entidades do mercado de balcão organizado e entidades de compensação e liquidação de operações
com valores mobiliários.
§ 11. A multa aplicada pela inexecução de ordem da Comissão de Valores Mobiliários, nos termos do
inciso II do caput e do inciso IV do § 1º do art. 9º desta Lei, independentemente do processo administrativo
previsto no inciso V do caput do art. 9º desta Lei, não excederá, por dia de atraso no seu cumprimento, o
maior destes valores: (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)
I - 1/1.000 (um milésimo) do valor do faturamento total individual ou consolidado do grupo econômico,
obtido no exercício anterior à aplicação da multa; ou (Incluído pela Lei nº 13.506, de 2017)
II - R$ 100.000,00 (cem mil reais). (Incluído pela Lei nº 13.506, de 2017)
§ 12. Da decisão que aplicar a multa prevista no parágrafo anterior caberá recurso voluntário, no prazo
de dez dias, ao Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários, sem efeito suspensivo.
§ 13. Adicionalmente às penalidades previstas no caput deste artigo, a Comissão de Valores
Mobiliários poderá proibir os acusados de contratar, por até de 5 (cinco) anos, com instituições financeiras

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
oficiais e de participar de licitação que tenha por objeto aquisições, alienações, realizações de obras e
serviços e concessões de serviços públicos, no âmbito da administração pública federal, estadual, distrital
e municipal e das entidades da administração pública indireta. (Incluído pela Lei nº 13.506, de 2017)
§ 14. Os créditos oriundos de condenação do apenado ao pagamento de indenização em ação civil
pública movida em benefício de investidores e demais credores do apenado e os créditos do Fundo
Garantidor de Crédito (FGC) ou de outros mecanismos de ressarcimento aprovados pelo Banco Central
do Brasil ou pela Comissão de Valores Mobiliários, se houver, preferirão aos créditos oriundos da
aplicação da penalidade de multa. (Incluído pela Lei nº 13.506, de 2017)
§ 15. Em caso de falência, liquidação extrajudicial ou qualquer outra forma de concurso de credores
do apenado, os créditos da Comissão de Valores Mobiliários oriundos da aplicação da penalidade de
multa de que trata o inciso II do caput deste artigo serão subordinados. (Incluído pela Lei nº 13.506, de
2017)

Art. 12. Quando o inquérito, instaurado de acordo com o § 2º do art. 9º, concluir pela ocorrência de
crime de ação pública, a Comissão de Valores Mobiliários oficiará ao Ministério Público, para a propositura
da ação penal.

Art. 13. A Comissão de Valores Mobiliários manterá serviço para exercer atividade consultiva ou de
orientação junto aos agentes do mercado de valores mobiliários ou a qualquer investidor.
Parágrafo único. Fica a critério na Comissão de Valores Mobiliários divulgar ou não as respostas às
consultas ou aos critérios de orientação.

Art. 14. A Comissão de Valores Mobiliários poderá prever, em seu orçamento, dotações de verbas às
Bolsas de Valores e às Bolsas de Mercadorias e Futuros.
(...)

BOLSAS DE VALORES e BOLSA DE MERCADORIAS E DE FUTUROS

As bolsas de valores são associações civis, sem fins lucrativos e com funções de interesse público.
Atuando como delegadas do poder público, têm ampla autonomia em sua esfera de responsabilidade.
Além de seu papel básico de oferecer um mercado para a cotação dos títulos nelas registrados, orientar
e fiscalizar os serviços prestados por seus membros, facilitar a divulgação constante de informações
sobre as empresas e sobre os negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas de valores propiciam
liquidez às aplicações de curto e longo prazos, por intermédio de um mercado contínuo, representado por
seus pregões diários.
É por meio das bolsas de valores que se pode viabilizar um importante objetivo de capitalismo
moderno: o estímulo à poupança do grande público e ao investimento em empresas em expansão, que,
diante deste apoio, poderão assegurar as condições para seu desenvolvimento.
Na atualidade, as mais importantes Bolsas de Valores do mundo são as de Nova York, Londres, Paris
e Tóquio. No Brasil, antes de 1800 já se negociava com papéis, mas só em 1845 surgiu a primeira
regulamentação governamental. O Código Comercial Brasileiro de 1850 refere-se às "praças de
comércio", precursoras das atuais Bolsas. Em 1893, estabeleceu-se a primeira Bolsa: a Bolsa de Fundos
Públicos, com sede no Rio de janeiro.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) é o principal mercado de negociação de ações de
empresas de capital aberto do Brasil. Fundada em 1890, sua sede localiza-se no centro da cidade de São
Paulo.
Em 2008, a Bovespa integrou-se operacionalmente com a BM&F - principal bolsa de mercadorias e
contratos futuros do Brasil - criando a BMF&Bovespa.

B39

A B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão é uma das maiores empresas provedoras de infraestrutura para o
mercado financeiro do mundo em valor de mercado, oferecendo serviços de negociação (bolsa), pós-
negociação (clearing), registro de operações de balcão e de financiamento de veículos e imóveis.
A B3 foi criada em março de 2017 a partir da combinação de atividades da BM&FBOVESPA, bolsa de
valores, mercadorias e futuros, com a CETIP, empresa prestadora de serviços financeiros no mercado de
balcão organizado. Essa combinação consolidou a atuação da Companhia como provedora de

9
http://ri.bmfbovespa.com.br/static/ptb/perfil-historico.asp?idioma=ptb

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
infraestrutura para o mercado financeiro, permitindo a ampliação do leque de serviços e produtos
oferecidos aos seus clientes e a criação de eficiências para a Companhia e para o mercado.
Nos mercados de produtos listados em bolsa, a B3 desenvolve, implanta e provê sistemas e serviços
de negociação e pós-negociação (compensação e liquidação) de ações, derivativos de ações, financeiros
e de mercadorias, títulos de renda fixa, títulos públicos federais, moedas à vista e commodities
agropecuárias. Também oferece o serviço de listagem e de depositária central para os ativos negociados
em seus ambientes, bem como oferece os serviços de licenciamento de softwares e índices. Sua atuação
nesses mercados requer investimentos constantes em infraestrutura tecnológica, controle e
gerenciamento de riscos das operações, que assegurem o funcionamento dos mercados de maneira
eficiente e segura.
Para os produtos não listados que são negociados por meio de operações bilaterais no mercado de
balcão, tais como instrumentos financeiros emitidos por bancos e derivativos customizados, a B3 oferece
a infraestrutura para registro dessas operações pelos participantes do mercado.
Adicionalmente, por meio de sua unidade de financiamento de veículos e imóveis, a Companhia
oferece produtos e serviços que aceleram o processo de análise e aprovação de crédito em território
nacional, tornando o acesso ao financiamento fácil, ágil e seguro.
Além de primar pela excelência operacional, tecnológica e de gestão de risco, a B3 exerce o papel de
fomentar os mercados em que atua por intermédio de inovações e desenvolvimento de produtos, além
de programas de educação para a população.
A B3 é uma sociedade de capital aberto, cujas ações B3SA3 são negociadas no Novo Mercado —
segmento em que as empresas assumem compromissos de melhores práticas de governança corporativa
— e integra os índices Ibovespa, IBrX-50, IBrX e Itag, entre outros.
Com sede em São Paulo e unidades no Rio de Janeiro e Alphaville, também possui escritórios de
representação no Reino Unido (Londres) e na China (Xangai), para oferecer suporte aos participantes
desses mercados nas atividades com os clientes estrangeiros e no relacionamento com os órgãos
reguladores, além de divulgar seus produtos e práticas de governança a potenciais investidores.

Histórico
A origem da B3 remonta a trajetória das principais instituições brasileiras de infraestrutura para
operações do mercado de capitais e financeiro, e reflete, sobretudo, o desenvolvimento do próprio
mercado e regulações.
Em março de 2017 a BM&FBOVESPA SA - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, uniu as suas
atividades com as desenvolvidas pela Cetip SA – Mercados Organizados e passou a operar sob o nome
de B3.
Atualmente, além de ser a única bolsa de valores, mercadorias e futuros em operação no Brasil,
também é a maior depositária de títulos de renda fixa da América Latina e maior câmara de ativos privados
do País.

Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC).

A implantação do Selic10 ocorreu em 14/11/1979, sob a égide da Circular 466, de 11/10/1979, do Banco
Central do Brasil, que aprovou o Regulamento do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia de Letras
do Tesouro Nacional.
Podemos definir a Taxa Selic11 como a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais. Para fins de cálculo da taxa,
são considerados os financiamentos diários relativos às operações registradas e liquidadas no próprio
Selic e em sistemas operados por câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação
(art. 1° da Circular n° 2.900, de 24 de junho de 1999, com a alteração introduzida pelo art. 1° da Circular
n° 3.119, de 18 de abril de 2002).
O SELIC12 é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do
Brasil e nessa condição processa, relativamente a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos
juros e a custódia. O sistema processa também a liquidação das operações definitivas e compromissadas
registradas em seu ambiente, observando o modelo 1 de entrega contra pagamento.
10
http://www.bcb.gov.br/htms/selic/selicintro.asp?idpai=SELIC
11
http://www.bcb.gov.br/htms/selic/conceito_taxaselic.asp?idpai=SELICTAXA
12
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/concursos/sistema-especial-de-liquidacao-e-custodia-selic-sistema-financeiro-nacional/46487

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Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. A liquidação da
ponta financeira de cada operação é realizada por intermédio do Sistema de Transferência de Reservas
(STR), ao qual o SELIC é interligado.
O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil e é por ele operado em parceria com a Anbima,
tem seus centros operacionais (centro principal e centro de contingência) localizados na cidade do Rio de
Janeiro. Para comandar operações, os participantes liquidantes e os participantes responsáveis por
sistemas de compensação e de liquidação encaminham mensagens por intermédio da Rede do Sistema
Financeiro Nacional (RSFN), observando padrões e procedimentos previstos em manuais específicos da
rede. Os demais participantes utilizam outras redes, conforme procedimentos previstos no regulamento
do sistema.
Participam do sistema, na qualidade de titular de conta de custódia, além do Tesouro Nacional e do
Banco Central do Brasil, bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, caixas
econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários, entidades operadoras de serviços
de compensação e de liquidação, fundos de investimento e diversas outras instituições integrantes do
Sistema Financeiro Nacional.
São considerados liquidantes, respondendo diretamente pela liquidação financeira de operações, além
do Banco Central do Brasil, os participantes titulares de conta de reservas bancárias, incluindo-se nessa
situação, obrigatoriamente, os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira comercial e as caixas
econômicas, e, opcionalmente, os bancos de investimento.
Os não liquidantes pagam suas operações por intermédio de participantes liquidantes, conforme
acordo entre as partes, e operam dentro de limites fixados por eles. Cada participante não liquidante pode
utilizar os serviços de mais de um participante liquidante, exceto no caso de operações específicas,
previstas no regulamento do sistema, tais como pagamento de juros e resgate de títulos, que são
obrigatoriamente liquidadas por intermédio de um liquidante-padrão previamente indicado pelo
participante não liquidante.

Os participantes não liquidantes são classificados como autônomos ou como subordinados, conforme
registrem suas operações diretamente ou o façam por intermédio de seu liquidante-padrão. Os fundos de
investimento são normalmente subordinados e as corretoras e distribuidoras, normalmente autônomas.
As entidades responsáveis por sistemas de compensação e de liquidação são obrigatoriamente
participantes autônomos. Também, obrigatoriamente, são participantes subordinados as sociedades
seguradoras, as sociedades de capitalização, as entidades abertas de previdência, as entidades fechadas
de previdência e as resseguradoras locais. O sistema conta com cerca de 6.879 participantes (set/2009).
Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo real, a liquidação de operações é sempre
condicionada à disponibilidade do título negociado na conta de custódia do vendedor e à disponibilidade
de recursos por parte do comprador. Se a conta de custódia do vendedor não apresentar saldo suficiente
de títulos, a operação é mantida em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos ou até 18h30, o que
ocorrer primeiro (não se enquadram nessa restrição as operações de venda de títulos adquiridos em leilão
primário realizado no dia).
A operação só é encaminhada ao STR para liquidação da ponta financeira após o bloqueio dos títulos
negociados, sendo que a não liquidação por insuficiência de fundos implica sua rejeição pelo STR e, em
seguida, pelo SELIC. Na forma do regulamento do sistema, são admitidas algumas associações de
operações. Nesses casos, embora ao final a liquidação seja feita operação por operação, são
considerados, na verificação da disponibilidade de títulos e de recursos financeiros, os resultados líquidos
relacionados com o conjunto de operações associadas.

Questões

1- (PGE/BA - Analista de Procuradoria - FCC) A taxa SELIC


(A) é um tributo que incide sobre o exercício regular do poder de polícia do Estado consistente em
fiscalizar se o recolhimento dos tributos se deu nas datas legais.
(B) tem natureza jurídica de contribuição de intervenção no domínio econômico, instituída pelo Banco
Central do Brasil e utilizada como instrumento regulador do mercado.
(C) pode ser utilizada como referência para a taxa de juros de mora fixada por leis específicas de
tributos.
(D) é a taxa de juros remuneratórios fixada no Código Tributário Nacional e aplicada, como regra geral,
para incidir sobre o crédito tributário em caso de mora.
(E) deve ser utilizada para o cálculo dos juros de mora, se a lei do tributo não dispuser de modo diverso,
segundo estabelece o Código Tributário Nacional.

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2- (Banco do Brasil - Escriturário - FCC) O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC)
(A) é o depositário central de títulos emitidos pelo Tesouro Nacional.
(B) pode ter investidores individuais como participantes titulares de contas de custódia.
(C) é contraparte nas operações de leilão de títulos privados.
(D) registra operações com debêntures no mercado secundário.
(E) é a câmara de liquidação física e financeira de títulos de emissão privada.

3- (CREMESP - Assistente Financeiro - VUNESP) O Selic é o depositário central dos títulos


emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e, nessa condição, processa,
relativamente a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia. Todos os
títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. A liquidação da ponta
financeira de cada operação é realizada por intermédio
(A) do STR, ao qual o Selic é interligado
(B) da SBLC, ao qual o Selic é interligado.
(C) do SITRAF.
(D) do RSFN
(E) do SILOC.

Gabarito

01. C / 02. A / 03. A

Comentários

1- Resposta: C
Podemos definir a Taxa Selic como a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais. Para fins de cálculo da taxa,
são considerados os financiamentos diários relativos às operações registradas e liquidadas no próprio
Selic e em sistemas operados por câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação
(art. 1° da Circular n° 2.900, de 24 de junho de 1999, com a alteração introduzida pelo art. 1° da Circular
n° 3.119, de 18 de abril de 2002).

2- Resposta: A
O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do
Brasil e nessa condição processa, relativamente a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos
juros e a custódia. O sistema processa também a liquidação das operações definitivas e compromissadas
registradas em seu ambiente, observando o modelo 1 de entrega contra pagamento.

3- Resposta: A
O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do
Brasil e nessa condição processa, relativamente a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos
juros e a custódia. O sistema processa também a liquidação das operações definitivas e compromissadas
registradas em seu ambiente, observando o modelo 1 de entrega contra pagamento. Todos os títulos são
escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. A liquidação da ponta financeira de cada
operação é realizada por intermédio do Sistema de Transferência de Reservas (STR), ao qual o SELIC é
interligado.

Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP).

A CETIP - Câmara de Custódia e Liquidação é uma das maiores empresas de custódia e de


liquidação financeira da América Latina. Sem fins lucrativos, foi criada em conjunto pelas instituições
financeiras e o Banco Central, em março de 1986, para garantir mais segurança e agilidade às operações
do mercado financeiro brasileiro. Hoje, a CETIP oferece o suporte necessário a toda a cadeia de
operações, prestando serviços integrados de custódia, negociação eletrônica, registro de negócios e
liquidação financeira. A CETIP tem cerca de 4.800 participantes, entre bancos, corretoras, distribuidoras,
demais instituições financeiras, empresas de leasing, fundos de investimento e pessoas jurídicas não

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
financeiras, tais como seguradoras e fundos de pensão. Os mercados atendidos pela CETIP são
regulados pelo Banco Central e pela CVM -Comissão de Valores Mobiliários.
A CETIP é depositária principalmente de títulos de renda fixa privados, títulos públicos estaduais e
municipais e títulos representativos de dívidas de responsabilidade do Tesouro Nacional, de que são
exemplos os relacionados com empresas estatais extintas, com o Fundo de Compensação de Variação
Salarial - FCVS, com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária - PROAGRO e com a dívida
agrária (TDA). Na qualidade de depositária, a entidade processa a emissão, o resgate e a custódia dos
títulos, bem como, quando é o caso, o pagamento dos juros e demais eventos a eles relacionados.
Existem títulos transacionados na CETIP que são emitidos em papel, por comando legal. Esses títulos
são transferidos para a CETIP no momento do registro e são fisicamente custodiados pelo registrador.
As operações de compra e venda são realizadas no mercado de balcão, incluindo aquelas processadas
por intermédio do CetipNet (sistema eletrônico de negociação).
Conforme o tipo de operação e o horário em que realizada, a liquidação é em D ou D+1. As operações
no mercado primário, envolvendo títulos registrados na CETIP, são geralmente liquidadas com
compensação multilateral de obrigações (a CETIP não atua como contraparte central). Compensação
bilateral é utilizada na liquidação das operações com derivativos e liquidação bruta em tempo real, nas
operações com títulos negociados no mercado secundário. A CETIP observa os modelos 1 e 3 de entrega
contra pagamento, conforme a liquidação seja efetuada, respectivamente, sem ou com compensação de
obrigações.
Se algum banco liquidante não confirmar o pagamento de participante a ele vinculado, ou se houver
inadimplência de banco liquidante, a compensação multilateral é reprocessada, com possível extensão
da janela de liquidação, na forma do regulamento da CETIP. No primeiro caso (não confirmação de
pagamento), o novo resultado multilateral é calculado com a simples exclusão das operações do
participante cuja posição deixou de ser confirmada pelo banco liquidante, sendo as operações remetidas
para liquidação na modalidade LBTR. No segundo caso, inadimplência de banco liquidante, além de
remeter essas operações para a modalidade LBTR, abre-se a possibilidade de os participantes indicarem
novo banco liquidante.
A liquidação financeira final é realizada via STR em contas mantidas no Banco Central do Brasil
(excluem-se da liquidação via STR as posições bilaterais de participantes que têm conta no mesmo banco
liquidante).
Podem participar da CETIP bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, bancos de
investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras de valores, sociedades distribuidoras
de valores, sociedades corretoras de mercadorias e de contratos futuros, empresas de leasing,
companhias de seguro, bolsas de valores, bolsas de mercadorias e futuros, investidores institucionais,
pessoas jurídicas não financeiras, incluindo fundos de investimento e sociedades de previdência privada,
investidores estrangeiros, além de outras instituições também autorizadas a operar nos mercados
financeiros e de capitais. Os participantes não-titulares de conta Reservas Bancárias ou de Conta de
Liquidação liquidam suas obrigações por intermédio de instituições que são titulares de conta Reservas
Bancárias.

Funcionamento

Ao abrir sua conta, o participante que desejar conexão própria de rede recebe códigos e senhas que
serão usados para acessar os sistemas. Tanto o comprador quanto o vendedor registram as informações
sobre a operação. Os negócios só são registrados após a checagem dos itens básicos de segurança -
códigos de acesso, senha e validade de datas. As informações do comprador e do vendedor são casadas.
Se houver qualquer divergência, o sistema rejeitará a operação. A transferência da titularidade só é
efetuada com a disponibilidade dos recursos por parte do comprador - liquidação financeira da operação.

A CETIP obedece estritamente às normas vigentes sobre o sigilo bancário. O participante tem acesso
somente às informações de caráter público e sobre suas próprias operações. A segurança é absoluta.

A CETIP - Câmara de Custódia e Liquidação é uma associação civil que tem por instância máxima a
Assembleia-Geral dos Associados. A administração da CETIP compete ao Conselho de Administração,
que aprova as políticas de atuação e diretrizes gerais. O Conselho de Administração é eleito por voto
direto e é composto por 10 membros, sendo cinco indicados pelas associações de classe fundadoras da
CETIP e outros cinco indicados pelos Associados, além de dois suplentes.
As associações de classe fundadoras da CETIP são:
-ANDIMA (Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro);

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
-FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos);
-ABECIP (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança);
-ANBID - (Associação Brasileira dos Bancos de Investimento);
-ACREFI (Associação das Empresas de Investimento, Crédito e Financiamento

Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.

O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional - CRSFN foi criado pelo Decreto nº 91.152,
de 15.3.1985. Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional - CMN para o CRSFN a competência para
julgar, em segunda e última instância administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas à
aplicação das penalidades administrativas referidas nos itens I a IV do art. 1º do referido Decreto.
Permanece com o CMN a competência residual para julgar os demais casos ali previstos, por força do
disposto no artigo 44, § 5º, da Lei 4.595/64.
Com o advento da Lei nº 9.069, de 29.6.1995, mais especificamente em razão do seu artigo 81 e
parágrafo único, ampliou-se a competência do CRSFN, que recebeu igualmente do CMN a
responsabilidade de julgar os recursos interpostos contra as decisões do Banco Central do Brasil relativas
à aplicação de penalidades por infração à legislação cambial, de capitais estrangeiros, de crédito rural e
industrial.
O CRSFN tem o seu Regimento Interno aprovado pela Portaria nº 68 do Ministério da Fazenda, de
26.2.2016 e a nova redação dada pelo Decreto nº 8.652, de 28.1.2016, dispondo sobre as competências,
prazos e demais atos processuais vinculados às suas atividades.

Atribuições
São atribuições do Conselho de Recursos, órgão colegiado integrante da estrutura do Ministério da
Fazenda: julgar em segunda e última instância administrativa os recursos interpostos das decisões
relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de
Valores Mobiliários e pela Secretaria de Comércio Exterior, nas infrações previstas:
a) no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964;
b) no § 2º do art. 2º do Decreto-Lei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972;
c) no § 4º do art. 11 da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976;
d) no § 2º do art. 16 da Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998; e
e) no parágrafo único do art. 9º da Lei nº 10.214, de 27 de março de 2001.

II - de decisões do Banco Central do Brasil:


a) que aplicarem penalidades em sede de processo administrativo sancionador instaurado em razão
do descumprimento de normas legais e regulamentares que lhe caiba fiscalizar;
b) que aplicarem medidas cautelares;
c) referentes à desclassificação e à descaracterização de operações de crédito rural; e
d) relacionadas à retificação de informações, à aplicação de multas e custos financeiros associados a
recolhimento compulsório, ao encaixe obrigatório e ao direcionamento obrigatório de recursos; e

III - de decisões das autoridades competentes relativas à aplicação das sanções previstas na Lei nº
9.613, de 1998 (crimes de lavagem de dinheiro).

Observações:
- O CRSFN decidirá com base em critérios técnicos, com a finalidade de assegurar o regular
funcionamento do sistema financeiro, de suas instituições e mercados e do sistema de pagamentos
brasileiro.
- As sessões de julgamento e as decisões do CRSFN serão públicas.

Organização
Nos termos do que dispõe a Portaria MF nº 68, de 26 de fevereiro de 2016, o Conselho de Recursos
do Sistema Financeiro Nacional será integrado por oito Conselheiros titulares e respectivos suplentes, de
reconhecida capacidade técnica e notório conhecimento especializado nas matérias de competência do
Conselho, observada a seguinte composição:

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I - dois indicados pelo Ministério da Fazenda;
II - um indicado pelo Banco Central do Brasil;
III - um indicado pela Comissão de Valores Mobiliários; e
IV - quatro indicados, em lista tríplice, pelas entidades representativas dos mercados financeiro e de
capitais.
Ainda, cabe destacar o que prevê os parágrafos do art. 2º da norma:
§1º Os Conselheiros titulares e suplentes serão designados pelo Ministro de Estado da Fazenda, para
exercerem mandato de três anos, contados a partir da posse, permitindo-se até duas reconduções
consecutivas.
§2º O CRSFN terá como Presidente um dos Conselheiros indicados pelo Ministério da Fazenda
e como Vice-Presidente um dos Conselheiros referidos no inciso IV do caput, ambos designados pelo
Ministro de Estado da Fazenda.
§3º As listas tríplices elaboradas pelas entidades mencionadas no inciso IV do caput serão
encaminhadas ao Presidente, acompanhadas dos currículos dos candidatos, e serão obrigatórias
inclusive nos casos em que houver possibilidade de recondução.
§4º A designação de Conselheiro suplente para exercer mandato como titular será considerada
condução para o exercício de novo mandato, não se computando o tempo de exercício nos mandatos de
suplente na aplicação do limite a que se refere o §1º.
§5º O Conselheiro titular que tenha exercido três mandatos consecutivos não poderá ser designado
para novo mandato, como suplente ou titular, pelo prazo de cinco anos, contado da data de extinção de
seu último mandato.
§6º A posse de novo Conselheiro será realizada após o término do mandato de seu antecessor,
podendo a designação do Ministro da Fazenda ocorrer nos sessenta dias anteriores ao fim do mandato.

Competência e Deveres
Além da competência de julgamento tratada na legislação aplicável, compete ao CRSFN:
I - representar ao Ministro de Estado da Fazenda, por intermédio do seu Presidente, sobre
irregularidade constatada nos autos;
II - propor ao Ministro de Estado da Fazenda, por intermédio do seu Presidente, modificação no seu
Regimento Interno; e
III - deliberar sobre outros assuntos de seu interesse.

Estrutura
As entidades de classe que integram o CRFSN são as seguintes:

Titulares:
- ABRASCA - Associação Brasileira das Companhias Abertas;
- ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais;
- ANCORD - Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários,
Câmbio e Mercadorias;
- FEBRABAN - Federação Brasileira das Associações de Bancos.

Suplentes:
- ABAC – Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios;
- AMEC – Associação de Investidores no Mercado de Capitais;
- CECO/OCB - Conselho Consultivo do Ramo Crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras;
- IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos suplentes, são nomeados pelo Ministro da
Fazenda, com mandato de três anos, podendo ser reconduzidos até duas vezes.
Fazem ainda parte do Conselho de Recursos Procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo
Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com atribuição de zelar pela fiel observância da legislação
aplicável, e um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministro de Estado da Fazenda, responsável pela
execução e coordenação dos trabalhos administrativos. Para tanto, o Ministério da Fazenda, o Banco
Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários proporcionam o respectivo apoio técnico e
administrativo.
Um dos representantes do Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o vice- presidente é o
representante designado pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro representantes das entidades de
classe que integram o Conselho.

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Recurso - Apresentação, Trâmite E Acompanhamento
Ao receber intimação decisória de processo administrativo oriundo de um dos órgãos adiante
nominados (Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio-Secretaria de Comércio Exterior - SECEX e Ministério da Fazenda-Secretariada Receita
Federal), o(s) interessado(s) poderá(ão) interpor recurso a este Conselho, no prazo estipulado na
intimação, devendo entregá-lo mediante recibo ao respectivo órgão instaurador.
O órgão processante, após receber a(s) peça(s) recursal(ais) e fazer a devida juntada nos autos
respectivos, encaminha o processo originário a este Conselho, que o autua e a seguir o envia a um dos
Procuradores da Fazenda Nacional para elaborar parecer.
Concluído o parecer, o Recurso é devolvido à Secretaria-Executiva, onde é relacionado para sorteio
de Relator e de Revisor em sessão pública.
Definidos relator e revisor, o processo vai ao relator para elaboração de Relatório e a seguir, com
trânsito pela Secretaria-Executiva, é distribuído ao revisor. Uma vez revisado, o processo entrará em
pauta para ser julgado, também em sessão pública, na qual é facultada aos recorrentes e ou seus
representantes legais a sustentação oral.
O acompanhamento das fases processuais é efetuado preferencialmente via internet. Se, ao consultar
o andamento do feito, a resposta for: "Registro não encontrado", significa que o processo ainda não foi
autuado pela Secretaria Executiva.

Sessão de Julgamento - Defesa Oral


Nas Sessões de Julgamento, faculta-se sustentação oral em favor dos interesses das pessoas (físicas
ou jurídicas) arroladas nos processos administrativos.
Anunciado o julgamento, o Presidente dará a palavra ao Relator para leitura do relatório e franqueará
o uso da palavra, na seguinte ordem:
I - ao representante do órgão ou entidade recorridos, pelo prazo de quinze minutos;
II - à parte ou seu representante, pelo prazo de quinze minutos, sendo que, se houver mais de uma
parte representada por diferentes advogados, o prazo será contado em dobro e dividido entre os do
mesmo grupo, se diversamente entre eles não se convencionar; e
III - ao Procurador da Fazenda Nacional, sem limitação de tempo.
É o que dispõe o art. 24 do Regimento Interno aprovado pela Portaria Nº 68 do Ministério da Fazenda,
de 26.2.16.

Produtos e serviços financeiros: depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e


RDB). Letras de câmbio.

Abertura

Para abertura de conta os bancos pedem que o cliente apresente, no mínimo, originais e cópias dos
seguintes documentos:
- Documento de identificação: cédula de identidade (RG) ou documentos que a substituam legalmente,
a exemplo das carteiras fornecidas pela OAB, CREA, Corecon, CRM, Federação Nacional dos Jornalistas
etc;
- Cartão de Identificação do Contribuinte (CIC/CPF);
- Comprovante de residência (conta de luz, água, telefone fixo ou contrato de locação).
- Comprovante de renda (Ex.: holerite, contracheque etc.).
Os originais serão devolvidos logo após a conferência com as cópias, que ficarão com o banco.

Obs.: Cabe ressaltar que os documentos supramencionados são os comumente exigidos para
abertura de contas. Todavia, as agências bancárias, dependendo do tipo de conta que será aberta
podem abrir mão do comprovante de renda, como é o caso da conta CAIXA Fácil, ou ainda, substituir
o comprovante de renda por uma declaração de renda. Assim, orientamos que fique a regra, sabendo
que são cabíveis exceções.

Tratando-se de menor ou de pessoa incapaz, além de sua qualificação, também deverá ser identificado
o responsável que o assiste ou representa. E, caso se trate de pessoa economicamente dependente,
deverá ser identificado o respectivo responsável.

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Todas as condições básicas para movimentação e encerramento devem constar da ficha proposta de
abertura de conta (contrato), inclusive as relacionadas às tarifas de serviços.

Movimentação

Os principais tipos de conta são a conta corrente, conta de depósito à vista, a conta de depósito de
poupança e a "conta-salário".
a) A conta corrente (CC, sigla da conta corrente) é um demonstrativo de transações financeiras e que
serve para controle de operações monetárias ou transações comerciais de um determinado período.
Uma conta corrente na prática, é um estilo de conta onde o cliente bancário poderá realizar
empréstimos, utilizar limite (caso seja conta especial), pedir cartões de crédito e ter algumas operações
que somente o tipo de conta corrente lhe permite fazer.
A conta corrente pode ser de dois tipos: Conta Corrente Simples (sem juros) ou Conta Corrente
Especial (com juros).
- A Conta Corrente Simples: é aquela que o cliente bancário não possui limites, portanto são cobrados
dela apenas a taxa de manutenção da conta bancária, cartões de crédito (se for o caso) e outros serviços
vigentes de acordo com cada banco.
- A Conta Corrente Especial: é aquela que o cliente bancário possui limites, portanto são cobrados
dela, taxas de manutenção da conta, cartões de crédito (se for o caso), cestas de serviços (se for o caso)
e outros serviços vigentes de acordo com cada banco. Além disso, a conta especial é aquela que se
contam os juros sobre as diversas parcelas de débito e crédito, ou seja, quando você pega o limite de sua
conta, o banco cobrará o valor emprestado mais os juros, calculando-os desde seu vencimento até a data
de depósito ou pagamento.

b) A conta de depósito à vista é o tipo mais usual de conta bancária. Nela, o dinheiro do depositante
fica à sua disposição para ser sacado a qualquer momento.

c) A poupança foi criada para estimular a economia popular e permite a aplicação de pequenos valores
que passam a gerar rendimentos mensalmente.

d) A "conta-salário" é um tipo especial de conta de registro e controle de fluxo de recursos, destinada


a receber salários, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. A "conta-
salário" não admite outro tipo de depósito além dos créditos da entidade pagadora e não é movimentável
por cheques.

Informações sobre direitos e deveres do correntista e do banco, devem constar no contrato, como:
- condições para fornecimento de talonário de cheques;
- necessidade de comunicação pelo depositante, por escrito, de qualquer mudança de endereço ou
número de telefone;
- condições para inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos
(CCF);
- informação de que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão ser destruídos;
- tarifas de serviços, incluindo a informação sobre serviços que não podem ser cobrados;
- saldo médio mínimo exigido para manutenção da conta, se houver essa exigência.

Todos esses assuntos devem estar previstos em cláusulas explicativas na ficha-proposta.


Antes de abrir a conta você deve tomar alguns cuidados, tais como:
- ler atentamente o contrato de abertura de conta (ficha-proposta);
- não assinar nenhum documento antes de esclarecer todas as dúvidas, inclusive as referentes a
tarifas, juros e outros encargos;
- solicitar cópia dos documentos que assinou.

Outros tipos de contas existentes:

1. Conta Individual: conta para um único titular, que permite movimentação a crédito e a débito.

2. Conta Conjunta: são contratos de depósitos celebrados pelo banco com mais de um titular ao
mesmo tempo, os quais assumem responsabilidade solidária pelos recursos depositados numa única
conta.

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a) Conta Conjunta Simples (E): conta para mais de um titular cuja movimentação a débito somente
poderá ser feita com as assinaturas, sempre em conjunto, dos titulares.
b) Conta Conjunta Solidária (E/OU): conta para mais de um titular cuja movimentação a crédito ou a
débito poderá ser feita por qualquer um dos titulares isoladamente.

3. Contas para menores:


- Menores de 18 e maiores de 16 anos: conta em nome do menor, cuja movimentação será livre, desde
que autorizada pelo responsável legal. A abertura e movimentação de conta de menor poderá ser
efetuada sem a necessidade de autorização por seu representante legal, desde que o menor seja
legalmente emancipado e faça prova de sua emancipação.
- Menores de 16 anos: conta em nome do menor, cuja movimentação somente poderá ser feita pelo
responsável indicado na abertura da conta.

Situações especiais para os menores de 18 anos trazidas pelo Código Civil:


1) Para abertura de conta de depósito (conta-poupança e conta-corrente) cujo titular seja menor com
16 anos de idade completos, não emancipados, é obrigatória comprovação da existência de relação de
emprego, do qual tenha economia própria, mediante exibição da Carteira de Trabalho e portar cópia e
original dos documentos RG e CPF e do comprovante de endereço.
2) Para abertura de conta de depósito (conta-poupança e conta-corrente) para titulares menores
emancipados, deve-se apresentar, além de cópia e original dos documentos RG e CPF e do comprovante
de endereço, registro de nascimento com a averbação da Emancipação conferida pelos pais.

No caso de pessoa jurídica:


- documento de constituição da empresa (contrato social e registro na junta comercial);
- documentos que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatários ou prepostos a movimentar
a conta;
- inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

Além disso, a instituição financeira pode estabelecer critérios próprios para abertura de conta de
depósito, desde que seguidos os procedimentos previstos na regulamentação vigente Resolução CMN
2.025, de 1993, vejamos:

RESOLUÇÃO Nº 2.025, DE 24/11/1993

Altera e consolida as normas relativas à abertura, manutenção e movimentação de contas de


depósitos.

O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31.12.64, torna público que
o CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada em 24.11.93, tendo em vista o disposto
no art. 4º, inciso VIII, da citada lei, e no art. 64 da Lei nº 8.383, de 30.12.91,

RESOLVEU:

Art. 1º Para abertura de conta de depósitos é obrigatória a completa identificação do depositante,


mediante preenchimento de ficha-proposta contendo, no mínimo, as seguintes informações, que deverão
ser mantidas atualizadas pela instituição financeira:
I - qualificação do depositante:
a) pessoas físicas: nome completo, filiação, nacionalidade, data e local do nascimento, sexo, estado
civil, nome do cônjuge, se casado, profissão, documento de identificação (tipo, número, data de emissão
e órgão expedidor) e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF;
b) pessoas jurídicas: razão social, atividade principal, forma e data de constituição, documentos,
contendo as informações referidas na alínea anterior, que qualifiquem e autorizem os representantes,
mandatários ou prepostos a movimentar a conta, número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica – CNPJ e atos constitutivos, devidamente registrados, na forma da lei, na autoridade competente;
II - endereços residencial e comercial completos;
III - número do telefone e código DDD;
IV - fontes de referência consultadas;
V - data da abertura da conta e respectivo número;
VI - assinatura do depositante.

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Parágrafo 1º Se a conta de depósitos for titulada por menor ou por pessoa incapaz, além de sua
qualificação, também deverá ser identificado o responsável que o assistir ou o representar.
Parágrafo 2º Nos casos de isenção de CPF e de CNPJ previstos na legislação em vigor, deverá esse
fato ser registrado no campo da ficha-proposta destinado a essas informações.

Art. 2º A ficha-proposta relativa a conta de depósitos à vista deverá conter, ainda, cláusulas tratando,
entre outros, dos seguintes assuntos:
I - saldo exigido para manutenção da conta;
II - condições estipuladas para fornecimento de talonário de cheques;
III - (Revogado pela Resolução nº 2.303, de 25/7/1996)
IV - obrigatoriedade de comunicação, devidamente formalizada pelo depositante, sobre qualquer
alteração nos dados cadastrais e nos documentos referidos no art. 1º desta Resolução;
V - inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), nos
termos da regulamentação em vigor, no caso de emissão de cheques sem fundos, com a devolução dos
cheques em poder do depositante à instituição financeira;
VI - informação de que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão ser destruídos;
VII - procedimentos a serem observados com vistas ao encerramento da conta de depósitos,
respeitado o disposto no art. 12 desta Resolução.
Parágrafo único. (Revogado pela Resolução nº 2.303, de 25/7/1996)

Art. 3º As informações constantes da ficha-proposta, bem como os elementos de identificação e


localização do proponente, devem ser conferidos à vista de documentação competente, observada a
responsabilidade da instituição pela verificação acerca da exatidão das informações prestadas
Parágrafo 1º A execução dos procedimentos de que trata este artigo pode ser atribuída a
correspondentes contratados nos termos da Resolução 2.707, de 30 de março de 2000, e regulamentação
posterior, não desonerando o gerente responsável pela abertura da conta de depósito e o diretor
designado nos termos do art. 15 desta resolução da responsabilidade pelo cumprimento das disposições
previstas na legislação e na regulamentação em vigor.
Parágrafo 2º A instituição deve adequar seus sistemas de controles internos voltados para as
atividades de abertura e acompanhamento de contas de depósitos, implantados nos termos da Resolução
2.554, de 24 de setembro de 1998, com vistas a prever o monitoramento das atribuições conferidas na
forma do parágrafo 1º, bem como adotar políticas e procedimentos, incluindo regras rígidas do tipo
"conheça seu cliente", que previnam a utilização das respectivas instituições, intencionalmente ou não,
para fins de práticas ilícitas ou fraudulentas.
Parágrafo 3º A prerrogativa de atribuir a execução dos procedimentos pertinentes à abertura de contas
de depósitos a correspondentes, na forma prevista no parágrafo 1º, dependerá da prévia adequação dos
sistemas de controles internos referida no parágrafo 2º.
Parágrafo 4º A instituição deve manter arquivadas, junto à ficha-proposta de abertura da conta de
depósitos, cópias legíveis e em bom estado da documentação referida neste artigo.

Art. 4º As fichas-proposta, bem como as cópias da documentação referida no artigo anterior, poderão
ser microfilmadas, decorrido o prazo mínimo de 5 (cinco) anos, observada a regulamentação vigente.

Art. 5º É proibida a abertura de conta sob nome abreviado ou de qualquer forma alterado, inclusive
mediante supressão de parte ou partes do nome do depositante.

Art. 6º É vedado o fornecimento de talonário de cheques ao depositante enquanto não verificadas as


informações constantes da ficha-proposta ou quando, a qualquer tempo, forem constatadas
irregularidades nos dados de identificação do depositante ou de seu procurador.

Art. 7º O talonário de cheques somente poderá ser entregue mediante recibo datado e assinado pelo
depositante ou portador expressamente autorizado, o qual deverá ser identificado no ato da entrega.
Parágrafo único. Caso seja suspenso o fornecimento de talonário de cheques, a instituição financeira
deverá adotar providências imediatas com vistas a retomar os cheques em poder do depositante.

Art. 8º Quando, por qualquer motivo, o titular estiver impedido de receber talonário de cheques, a conta
de depósitos à vista somente poderá ser movimentada por meio de cheque avulso, nominativo ao próprio
emitente, por recibo ou por meios eletrônicos de pagamento.

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Art. 9º É vedada a estipulação de cláusulas na ficha-proposta que, em qualquer hipótese, impeçam ou
criem limitações à sustação de pagamento de cheques.
Parágrafo único. A proibição contida neste artigo não impede a cobrança de tarifa, desde que
expressamente prevista na ficha-proposta.

Art. 10. É facultada à instituição financeira a abertura, manutenção ou encerramento de conta de


depósitos à vista cujo titular figure ou tenha figurado no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos
(CCF).
Parágrafo único. É proibido o fornecimento de talonário de cheques ao depositante enquanto figurar
no CCF.

Art. 11. A instituição financeira deve manter cartão com autógrafos atualizados do depositante,
podendo a ficha-proposta de conta de depósitos à vista servir para este fim.

Art. 12. Cabe à instituição financeira esclarecer ao depositante acerca das condições exigidas para a
rescisão do contrato de conta de depósitos à vista por iniciativa de qualquer das partes, devendo ser
incluídas na ficha-proposta as seguintes disposições mínimas:
I - comunicação prévia, por escrito, da intenção de rescindir o contrato;
II - prazo para adoção das providências relacionadas à rescisão do contrato;
III - devolução, à instituição financeira, das folhas de cheque em poder do correntista, ou de
apresentação de declaração, por esse último, de que as inutilizou;
IV - manutenção de fundos suficientes, por parte do correntista, para o pagamento de compromissos
assumidos com a instituição financeira ou decorrentes de disposições legais;
V - expedição de aviso da instituição financeira ao correntista, admitida a utilização de meio eletrônico,
com a data do efetivo encerramento da conta de depósitos à vista.
Parágrafo 1º A instituição financeira deve manter registro da ocorrência relativa ao encerramento da
conta de depósitos à vista.
Parágrafo 2º O pedido de encerramento de conta de depósitos deve ser acatado mesmo na hipótese
de existência de cheques sustados, revogados ou cancelados por qualquer causa, os quais, se
apresentados dentro do prazo de prescrição, deverão ser devolvidos pelos respectivos motivos, mesmo
após o encerramento da conta, não eximindo o emitente de suas obrigações legais

Art. 13. A instituição financeira deve encerrar conta de depósitos em relação à qual verificar
irregularidades nas informações prestadas, julgadas de natureza grave, mantendo as informações e os
documentos relativos ao encerramento da conta à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de
cinco anos. (Redação dada pela Resolução nº 4.480, de 25/4/2016)

Art. 14. As disposições desta resolução se aplicam a contas de depósitos existentes, inclusive a contas
de depósito de que trata a Carta-Circular nº 5, de 27.02.69, no que couber, devendo a ficha-proposta
conter a qualificação e identificação do responsável, no País, pela movimentação da conta, quando for o
caso.
Parágrafo único. Os cadastros relativos às contas referidas neste artigo deverão ser objeto de
verificação e atualização até 30.06.94 31.12.94. (Prazo prorrogado pela Resolução nº 2.078, de
15/6/1994).

Art. 15. As instituições financeiras deverão designar, expressamente, um diretor que deverá zelar pelo
cumprimento das normas de abertura, manutenção e movimentação das contas de que trata esta
resolução.
Parágrafo único. O nome do diretor designado nos termos deste artigo deverá ser informado ao Banco
Central do Brasil, no prazo máximo de 30 (trinta) dias da data de publicação desta resolução.

Art. 16. (Revogado pela Resolução nº 3.036, de 30/10/2002)

Art. 17. O Banco Central do Brasil poderá baixar as normas e adotar as medidas necessárias à
execução do disposto nesta resolução.

Art. 18. Esta resolução entra em vigor em 1º.01.94, quando ficarão revogados os arts. 1º a 5º, inclusive,
do Regulamento anexo à Resolução nº 1.631, de 24.08.89, com a redação que lhes foi dada pela

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Resolução nº 1.682, de 31.01.90, os itens 1 a 12, inclusive, da Circular nº 1.528, de 24.08.89, a Circular
nº 1.586, de 02.03.90, o art. 2º da Circular nº 1.591, de 09.03.90, e a Circular nº 2.262, de 06.01.93.

Encerramento

Os contratos ou fichas-proposta de abertura de conta deverão estabelecer, no mínimo, as seguintes


condições para seu encerramento:
- Comunicação prévia por escrito;
- Prazo para adoção de providências relacionadas à rescisão;
- Devolução ao banco das folhas de cheques em seu poder ou declaração por escrito de sua
inutilização;
- Manutenção de fundos suficientes para a liquidação de compromissos assumidos com o banco ou
decorrentes de disposições legais.

Como agir
Ao solicitar o encerramento, o cliente deve tomar as seguintes providências:
- Pedir o extrato da conta;
- Verificar se todos os débitos (autorizados) e cheques emitidos estão lançados na conta;
- Cancelar as autorizações de débitos automáticos;
- Devolver os talonários de cheques e cartões que estejam em seu poder, conferindo e confirmando
com o banco o seu registro;
- Exigir o protocolo das devoluções e do encerramento da conta;
- Manter saldo suficiente para liquidação de compromissos assumidos anteriormente (débito
automático, prestação de financiamento.

O encerramento da conta não eximirá seu titular das obrigações legais decorrentes da sustação,
revogação ou cancelamento de cheques. O banco deverá informar os motivos de devolução dos cheques
apresentados dentro do prazo de prescrição, mesmo quando ocorrer após o encerramento da conta.

Questões

01. (CAIXA – Técnico Bancário – CESGRANRIO) No ato de abertura de uma conta-corrente, os


bancos devem apresentar aos clientes todas as condições básicas para movimentação e encerramento
de conta. Essas condições devem constar, obrigatoriamente, no(a)
(A) folheto de propaganda do banco
(B) contrato de abertura de conta-corrente
(C) site do banco, para consulta de todos os interessados
(D) intranet do banco, para consulta dos funcionários
(E) proposta para cadastro no Banco Central

02. (BNB - Analista Bancário - FGV) Zabelê tem 17 (dezessete) anos de idade e pediu a seu pai a
abertura de uma conta corrente bancária para depositar recursos. O pai concordou com o pedido do filho
e procurou a instituição financeira. Na abertura de conta, o empregado responsável irá orientar o futuro
correntista que:

(A) o pai de Zabelê é considerado representante legal do absolutamente incapaz e deverá movimentar
a conta corrente simultaneamente com ele;
(B) o pai de Zabelê deverá obter autorização judicial prévia à abertura de conta corrente em favor do
relativamente incapaz e deverá movimentá-la com ele;
(C) Zabelê poderá abrir a conta corrente e movimentá-la independentemente de autorização de seu
pai porque é plenamente capaz para os atos civis;
(D) o pai de Zabelê deverá ser identificado na abertura da conta corrente como responsável assistente
do relativamente incapaz, que poderá movimentá-la;
(E) por ser relativamente incapaz, Zabelê deverá estar autorizado pelos seus pais e tutor, que os
assistirão na abertura da conta e responderão solidariamente com ele.

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03. (BNB - Analista Bancário - ACEP) A regulamentação do sistema financeiro permite a abertura de
diversos tipos de contas bancárias, que têm características e finalidades diversas. Sobre o assunto,
assinale a alternativa CORRETA
(A) A conta de poupança tem a finalidade única de movimentar recursos para o pagamento de planos
de aposentadoria
(B) Na conta de depósito à vista, o dinheiro do depositante fica à disposição para ser sacado a qualquer
momento
(C) A “Conta Salário” é destinada a receber salários, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias,
pensões e similares, permitindo-se a livre movimentação de outros tipos de depósitos e por meio de
cheques.
(D) A “Conta Salário” é aberta por iniciativa do empregado, tendo como vantagem a não cobrança de
tarifas em nenhuma transação
(E) A conta de Poupança permite a livre movimentação sem perda de rendimentos, para saques
anteriores a um mês do depósito

04. (Caixa – Escriturário - CESGRANRIO) A conta corrente é o produto básico da relação entre o
cliente e o banco, pois por meio dela são movimentados os recursos dos clientes. Para abertura de uma
conta corrente individual, são necessários e indispensáveis os seguintes documentos:
(A) documento de identificação, como cédula de identidade (RG), ou documentos que a substituem
legalmente, cadastro de pessoa física (CPF) e comprovante de residência.
(B) documento de identificação, como cédula de identidade (RG) ou documentos que a substituem
legalmente, cadastro de pessoa física (CPF) e título de eleitor com comprovante da última votação.
(C) documento de habilitação com foto com o número do CPF, comprovante de residência, certidão
de nascimento ou casamento e certificado de reservista.
(D) cadastro de pessoa física (CPF), cédula de identidade (RG), comprovante de residência, título de
eleitor e certidão de nascimento ou casamento, se for o caso.
(E) cadastro de pessoa física (CPF), cédula de identidade (RG), título de eleitor com comprovante da
última votação, certificado de reservista, e comprovante de residência.

05. (BNB - Assistente Administrativo - ACEP) Com relação às contas correntes, é CORRETO
afirmar:
(A) o banco pode lançar, nas contas de depósitos, débitos não autorizados pelo titular, por autoridade
judicial ou por determinação legal;
(B) as contas conjuntas são contratos de depósitos celebrados pelo banco com mais de um titular ao
mesmo tempo, os quais assumem responsabilidade solidária pelos recursos depositados numa única
conta;
(C) nas contas conjuntas, somente o primeiro titular poderá ser incluído no Cadastro de Cheques sem
Fundos (CCF);
(D) os menores de idade e as pessoas incapazes não podem ser titulares de contas de depósitos;
(E) os contratos de abertura de conta, cheque especial, empréstimos e outros, não podem conter
cláusulas de débitos automáticos de tarifas, juros, e outras despesas.

Gabarito

01.B / 02.D / 03.B / 04.A / 05.B

Comentários

01. Resposta: B
Todas as condições básicas para movimentação e encerramento da conta devem constar no contrato
de abertura de conta-corrente.

02. Resposta: D
Tratando-se de menor ou de pessoa incapaz, além de sua qualificação, também deverá ser identificado
o responsável que o assiste ou representa. E, caso se trate de pessoa economicamente dependente,
deverá ser identificado o respectivo responsável.

03. Resposta: B
A conta de depósito à vista é o tipo mais usual de conta bancária. Nela, o dinheiro do depositante
fica à sua disposição para ser sacado a qualquer momento.

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04. Resposta: A
Pelo que dispõe a legislação bancária vigente para abertura de uma conta corrente individual, são
necessários e indispensáveis os seguintes documentos: documento de identificação, como cédula de
identidade (RG), ou documentos que a substituem legalmente, cadastro de pessoa física (CPF) e
comprovante de residência.

05. Resposta: B
A conta conjunta é por definição uma conta solidária. Assim como pode ser livremente movimentada
por qualquer de seus titulares, sem limite de valor, o numerário nela depositado pode ser integralmente
apreendido para liquidação de obrigações individualmente assumidas.

Devolução de cheques e cadastro de emitentes de cheques sem fundos (CCF)

Caso o banco sacado, no momento da liquidação do cheque, não ter fundos suficientes para sua conta
de depósito, deverá restituir o título a quem lhe apresentou, com a devida declaração. Quando dois ou
mais cheques são apresentados conjuntamente, sem a provisão suficiente de fundos, o sacado deve ar
preferência aos de data de emissão mais antiga. Caso as datas de emissão forem iguais, vigora o número
inferior.
O Banco Central, por meio de seu regulamento, permite que o credor não precisa esperar a
reapresentação do cheque para realizar a cobrança judicial. O que a lei de cheques regulamenta é que o
cheque sem fundos deve ser protestado durante o prazo de apresentação.
O cheque sem fundos é apresentado para liquidação perante o sacado e por ele é devolvido com a
respectiva declaração firmada por ele mesmo ou pela Câmara de Compensação. A declaração de
insuficiência de fundos, do banco sacado ou da Câmara de Compensação, não supre o protesto para fins
extracambiais. Para pedido de falência, com base na impontualidade injustificada do devedor
comerciante, representada pela emissão de cheques sem fundos, é indispensável o protesto do título, de
modo que não serve apenas a declaração.
Caso a emissão do título não importa prejuízo patrimonial ao credor, não existe também ilícito penal.
Ainda não constitui ilícito penal o pagamento de aluguel por cheque sem fundos, porque o locador,
antes e depois do recebimento do título, conserva rigorosamente o mesmo direito, representado pelo
crédito do locativo.
Em âmbito administrativo, compete ao Banco Central disciplinar a repressão ao uso do cheque sem
fundos. Aqui se prevê duas sanções: a inscrição no CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques sem
Fundos) e o pagamento da taxa de serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis.
Quanto ao pagamento da taxa aplica-se a praxe conhecida como multa

Aqui vale aprofundarmos no cadastro de emitentes de cheques sem fundos (CCF)

CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos)13

O Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), operacionalizado pelo Banco do Brasil, é
um banco de dados que contém informações sobre os emitentes de cheque que tenham sido devolvidos
pelos motivos 12 (“Cheque sem Fundos - 2ª Apresentação”), 13 (“Conta Encerrada”) e 14 (“Prática
Espúria”).
Como saber se o seu nome está incluído no CCF?
Qualquer pessoa pode saber se está incluída no CCF. Basta se dirigir a um dos endereços do Banco
Central portando um documento de identidade com o número do CPF. As instituições financeiras também
podem prestar essa informação, sendo vedada a cobrança de qualquer tarifa por esta pesquisa.
A inclusão no CCF do nome do emitente de cheque devolvido é de responsabilidade das instituições
financeiras e deve ser obrigatoriamente comunicada por escrito, ao correntista que lhe tenha dado causa.
Na hipótese de contas tituladas por pessoa jurídica, deve ser incluído no CCF o nome e o número de
inscrição no CNPJ da pessoa jurídica titular da conta contra a qual se verificou a emissão de cheque sem
fundos.
Com a consulta, o cidadão, caso esteja incluído, saberá o número-código da instituição e da agência
que comandou a inclusão; o número e o valor do cheque; o motivo da devolução; a data de inclusão e a
quantidade de ocorrências, por instituição e agência.

13
https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/servicos8.asp

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Quais são os motivos para inclusão do nome do correntista no CCF?

Se algum cheque for devolvido por um dos motivos abaixo discriminados, o nome do emitente será
automaticamente incluído no CCF:
- motivo 12: cheque sem fundos - 2ª Apresentação;
- motivo 13: conta encerrada;
- motivo 14: prática espúria.
Conheça todos os motivos de devolução de cheques.

Quando a conta corrente é conjunta, quem será incluído no CCF?


O Banco Central determinou, em 5 de dezembro de 2006, que será incluído no CCF apenas o nome e
o respectivo CPF do titular emitente do cheque. A normatização anterior previa que deveriam ser incluídos
os nomes e os respectivos CPFs de todos os titulares da conta conjunta.

Encerrei a minha conta há algum tempo e agora apareceu um cheque que não é meu e, por isso, meu
nome foi incluído no CCF. O que devo fazer?
O cheque sacado contra conta encerrada somente pode ser devolvido pelo motivo 13 (conta
encerrada), bem como gerar registro de ocorrência no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos
(CCF), caso não seja aplicável a devolução por qualquer outro motivo. Assim, antes de devolver o cheque
pelo motivo 13, o banco deve, primeiro, conferir se a assinatura é autêntica, se o cheque não está
prescrito, se o cheque não é fraudado, entre outros.
Se o nome do correntista foi incluído indevidamente no CCF, cabe ao banco que fez a inclusão solicitar
a exclusão, sem custos para o cliente.

Quais são os procedimentos para exclusão de ocorrências do CCF?


A exclusão de ocorrências do CCF deve ser solicitada diretamente ao banco que efetuou a inclusão.
Em se tratando de banco em regime de liquidação extrajudicial, liquidação ordinária ou falência ou
submetida a processo de transformação em que não haja indicação de sucessora, a exclusão deve ser
solicitada ao Banco do Brasil.
O cliente deve comprovar, junto ao banco que originou a inclusão, o pagamento do cheque que deu
origem à ocorrência.
Ao pedir a exclusão, o cliente deve lembrar-se de solicitar ao banco que lhe dê recibo da carta de
solicitação, guardando-o até a conclusão do processo.
Posso fazer a solicitação de exclusão do CCF em agência diversa da que efetuou a inclusão?
Você deve verificar essa possibilidade com o seu banco. Do ponto de vista da regulamentação, não
há exigência de que a exclusão de ocorrências do CCF deva ser solicitada em agência específica.

Como o cliente pode comprovar o pagamento do cheque que deu origem à ocorrência?
O pagamento pode ser comprovado mediante a entrega do próprio cheque que deu origem a
ocorrência ou do extrato da conta (original ou cópia) em que figure o débito relativo ao cheque que deu
origem à ocorrência.

Na impossibilidade de apresentação desses documentos, é necessária a entrega de declaração do


beneficiário dando quitação ao débito, devidamente autenticada em tabelião ou abonada pelo banco
endossante, acompanhada da cópia do cheque que deu origem à ocorrência, bem como das certidões
negativas dos cartórios de protesto relativas ao cheque, em nome do emitente.
Como fazer para localizar o beneficiário do cheque?
É preciso localizar o beneficiário-depositante do cheque, ou seja, aquele que efetivamente apresentou
o cheque à instituição financeira para depósito ou saque. Isso porque a pessoa que inicialmente recebeu
o cheque pode tê-lo repassado a terceiros.
No seu banco, é possível obter cópia do cheque em que conste o número da instituição financeira, da
agência e da conta de quem apresentou o cheque.
De posse dessa informação e mediante apresentação da cópia do cheque, é possível obter, do banco
do beneficiário, o nome completo e endereços residencial e comercial de seu cliente, desde que esse
repasse tenha sido formalmente autorizado.

Qual é o prazo para o banco proceder a exclusão do nome do correntista no CCF?


Comprovado o pagamento, o banco não pode deixar de examinar e comandar, no prazo máximo de
cinco dias úteis, contados da data da entrega do pedido do cliente, a exclusão do nome do correntista. O

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executante do sistema (Banco do Brasil) terá o prazo máximo de cinco dias úteis para consolidar as
inclusões e exclusões de ocorrências do CCF.
Qualquer ocorrência é excluída automaticamente após decorridos cinco anos da respectiva inclusão.
Se o seu nome tiver sido indevidamente incluído, por erro do banco, este deve providenciar a imediata
exclusão.

O que fazer em caso de indeferimento do pedido de exclusão?


Caso a agência indefira o pedido de exclusão, deve comunicar a decisão formalmente ao correntista,
esclarecendo que eventual recurso pode ser submetido à administração do próprio banco.
Quando for mantido o indeferimento ou nos casos em que os prazos acima não sejam respeitados,
caberá ao correntista recurso ao Banco Central do Brasil.

Quanto a Resolução 2025/1993, faltou constar que o parágrafo único do artigo 8º foi revogado,
ficando da seguinte forma:

Art. 8º Quando, por qualquer motivo, o titular estiver impedido de receber talonário de cheques, a conta
de depósitos à vista somente poderá ser movimentada por meio de cheque avulso, nominativo ao próprio
emitente, por recibo ou por meios eletrônicos de pagamento.
Parágrafo único: (Revogado)

DEPÓSITO Á VISTA

Depósito à vista: é aquilo que todo mundo está mais do que acostumado a fazer ao ir a um banco. É
o ato de levar dinheiro no banco e depositar na conta corrente. Ou seja, então quando você vai ao banco
e deposita dinheiro na sua conta ou na conta de alguém (seja pelo caixa ou com envelope próprio) está
fazendo um depósito a vista. O depósito se chama "a vista" porque, a qualquer momento que você queira,
o dinheiro pode ser retirado.

As instituições que recebem esse tipo de depósito, ou seja, que captam depósito à vista, são as
seguintes:
- Bancos Comerciais;
- Bancos Cooperativos;
- Cooperativas de Crédito;
- Caixa Econômica Federal;
- Banco Múltiplo com carteira Comercial.
As instituições que captam depósito à vista também são conhecidas como instituições bancárias ou
monetárias, porque ao receber dinheiro elas podem multiplicar moeda.

DEPÓSITO A PRAZO (CDB e RDB)

Os Certificados de Depósito Bancário (CDB) e os Recibos de Depósito Bancário (RDB) são títulos
privados representativos de depósitos a prazo feitos por pessoas físicas ou jurídicas. Podem emitir CDB
os bancos comerciais, múltiplos, de investimento, de desenvolvimento e a Caixa Econômica Federal.
Podem emitir RDB, além desses, as sociedades de crédito, financiamento e as cooperativas de crédito a
seus associados.14

Qual o prazo mínimo para aplicação e resgate de CDB e RDB?


O prazo mínimo varia, dependendo do tipo de remuneração contratada.

Qual a principal diferença entre CDB e RDB?


O RDB, por se tratar de recibo representativo de depósito a prazo em instituição financeira, não possui
a cambiaridade típica dos títulos de crédito, como no caso dos CDB. Por essa razão, o RDB é considerado
inegociável e intransferível. Não obstante, entende-se que a legislação permite a alienação dos direitos
nele representados por meio de contrato de cessão de crédito.

14
https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/aplica.asp

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LETRAS DE CÂMBIO.

A letra de câmbio é uma espécie de título de crédito, ou seja, representa uma obrigação pecuniária,
sendo desta autônoma.
A emissão da letra de câmbio é denominada saque; por meio dele, o sacador (quem emite o título),
expede uma ordem de pagamento ao sacado (pessoa que deverá paga-la), que fica obrigado, havendo
aceite, a pagar ao tomador (um credor específico), o valor determinado no título.
Apesar de atribuir ao sacado a obrigação de pagar o tomador, o sacador permanece subsidiariamente
responsável pelo pagamento da letra. Não sendo pago o título no seu vencimento, poderá ser efetuado o
protesto e a cobrança judicial do crédito, que se dá por meio da ação cambial.
Quanto à possibilidade de transferência, diz-se que a letra de câmbio é um título de crédito nominativo,
ou seja, em favor de um credor específico, suscetível de circulação mediante endosso. Assim, o
endossante (tomador original), transfere a letra para um endossatário (novo tomador).

Assim temos:
- sacador: é o que emite a letra;
- aceitante: é o sacado que aceita a letra, nela apondo sua assinatura;
- tomador: é o beneficiário da ordem;
- endossante: é o proprietário do título, que o transfere a alguém, chamado endossatário;
O portador de uma letra, adquirida por endosso, pode haver dos endossantes anteriores ou do sacador
o valor da letra, se o aceitante ou sacado não pagar (direito de regresso); prescreve contra o devedor
principal em 3 (três) anos da data do vencimento.

Circulação das letras de câmbio:


Após o aceite do sacado, o beneficiário teria de, em tese, aguardar a data do vencimento para receber
o pagamento; pode ser, no entanto, que seja devedor de outrem; pode saldar sua dívida entregando a
letra de câmbio para aquele com relação ao qual é devedor, devidamente endossada; portanto, o
beneficiário original da letra passa a ser endossante da letra, transferida a seu credor, agora endossatário
e que passa a ser o novo proprietário da letra substituindo o primitivo beneficiário; cada endossatário
poderá, por sua vez, transmitir a letra, por meio de endosso, indefinidamente, figurando como endossante;
essa sequência de endossos, é denominada série de endossos.

Cobrança e pagamento de títulos e carnês. Transferências bancárias


automáticas. Arrecadação de tributos e tarifas públicas.

A cobrança bancária tem por finalidade processar mediante registro a cobrança de títulos entregues
ao Banco por meio de borderô (borderaux) de cobrança, referentes ao faturamento das empresas.
Para tal são emitidos bloquetes (boletos) e entregues aos sacados, ficando o Banco incumbido do
controle, acatando sempre que solicitado pelo cedente, instruções para alterações de cobrança.
Os boletos são emitidos em substituição às duplicatas, notas promissórias e letras de câmbio, e têm o
poder de circular pela câmara de compensação. Devido à enorme concorrência e à necessidade de
qualificar cada vez mais o produto, foram criados diferentes e sofisticados tipos de cobranças baseadas
na tecnologia dos recursos da informática.
O fluxo de cobrança bancária se resume: no cedente (quem vende), no sacado (quem compra) e no
banco, que faz a intermediação da operação, recebendo o valor do sacado e repassando ao cedente.
Cabe destacar ainda que a cobrança serve para aumentar o relacionamento instituição financeira x
empresa, aumentam a quantidade de recursos transitórios e permitem maiores aplicações destes
recursos em títulos públicos.
Os valores resultantes da operação de cobrança são automaticamente creditados na conta corrente
da empresa cliente no prazo estipulado entre o banco e o cliente. Vantagens da cobrança de títulos:

Para o Banco:
1. aumento dos depósitos à vista, pelos créditos das liquidações
2. aumento das receitas pela cobrança de tarifas sobre serviços
3. consolidação do relacionamento com o cliente
4. inexistência do risco de crédito.

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Para o Cliente:
1. capilaridade da rede bancária
2. crédito imediato dos títulos cobrados
3. consolidação do relacionamento com o banco
4. garantia do processo de cobrança (quando necessário o protesto)

Processo de cobrança bancária:


1. Os títulos a serem cobrados (ou modernamente apenas seus dados, via computador) são passados
ao banco;
2. o banco emite os bloquetes aos sacados (aquele que deverá pagar o valor do bloquete);
3. o sacado paga;
4. o banco credita o valor na conta do cliente (cedente).

Diferentes tipos de cobrança (criados devido a concorrência):


- cobrança imediata: sem registro de títulos;
- cobrança seriada: para pagamento de parcelas
- cobrança de consórcios: para pagamento de consórcios;
- cobrança de cheques pré-datados: cobrança remunerada: remuneração dos valores cobrados;
- cobrança indexada: em qualquer índice ou moeda;
- cobrança casada: cedente sensibiliza sacado e vice-versa;
- cobrança programada: garantia do fluxo de caixa do cedente;
- cobrança antecipada: eliminação de tributos de vendas a prazo;
- cobrança caucionada: cobrança das garantias de contratos de empréstimos
- cobrança de títulos descontados: desconto de títulos.

OBS.: nota fiscal x fatura x duplicata


- nota fiscal é um documento fiscal, comprovante obrigatório da saída de mercadoria deum
estabelecimento comercial ou industrial;
- fatura é uma relação de notas fiscais que correspondem a uma venda a prazo;
- duplicata é um título de crédito formal e nominativo emitido pelo vendedor com a mesma data, valor
global e vencimento da fatura que lhe deu origem e representa um direito de crédito do sacador (vendedor)
contra o sacado (comprador). A propriedade da duplicata pode ser transferida por endosso.

Modalidade De Cobrança: Com Registro E Sem Registro


A cobrança com registro pode ser: SIMPLES, ESCRITURAL, CAUCIONADA, DESCONTADA
- Simples: o cliente cedente encaminha os títulos para os bancos, que registra os títulos, emite os
boletos e posta para os devedores (sacados).
- Escritural: o cliente cedente encaminha os arquivos e permanece com os títulos sob sua guarda.
- Caucionada: os títulos ficam custodiados pelos bancos como garantia de operação de crédito
realizada.
- Descontada: cobrança vinculada a uma operação de desconto, na qual o valor do título é adiantado
pelo banco já deduzido os juros da operação.

Na cobrança sem registro o cliente emite os bloquetes, encaminha para os clientes. A instituição
financeira fica responsável pelas informações acerca dos pagamentos realizados.
A instrução para protesto ou devolução a serem efetivadas pelas instituições financeiras só é possível
na modalidade com registro (simples, rápida, caucionada, descontada).

Pagamentos de Títulos e Carnês


Os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo tratamento de seus títulos a receber(cobrança). O cliente
informa ao banco, via computador, os dados sobre seus fornecedores, com datas e valores a serem pagos
e, se for o caso, entrega de comprovantes necessários ao pagamento. De posse desses dados, o banco
organiza e executa todo o fluxo de pagamento do cliente, via débito em conta DOC ou ordem de
pagamento, informando ao cliente todos os passos executados. O documento de crédito (DOC) é utilizado
para pagamentos ou depósitos entre bancos, mesmo estando em praças diferentes. A ordem de
pagamento (OP) é utilizada para pagamentos ou depósitos dentro do mesmo banco, para agências em
praças diferentes.

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TRANSFERÊNCIAS BANCÁRIAS AUTOMÁTICAS.

As transferências bancárias são instrumentos utilizados hoje em dia, por diversas entidades
(particulares ou empresas) para efetuar pagamentos de bens e serviços, a pessoas que não se encontra
fisicamente presente. Este instrumento de pagamento permite efetuar a movimentação de fundos entre
contas de depósitos, a débito e a crédito, de forma fácil, segura, cómoda e rápida.
Com a globalização da economia, a utilização dos meios electrónicos no sector financeiro é uma
realidade em franca expansão, sendo que, tais como outras operações bancárias, as transferências em
suporte papel vêm sendo substituídas por técnicas electrónicas e, destacando-se como um meio
privilegiado do pagamento.
Transferência bancária - operação efetuada por iniciativa de uma entidade ordenante (singular ou
coletiva), operada através de uma instituição de crédito e destinada a colocar quantias em dinheiro à
disposição de uma entidade beneficiária, podendo a mesma entidade reunir simultaneamente as
qualidades de ordenante e beneficiária;

As transferências podem ser distinguidas pelo número de participantes intervenientes, podendo ser:

Transferência intrabancária – transferência bancária feita entre duas contas de depósito à ordem
domiciliadas numa mesma instituição de crédito;

Transferência interbancária – transferência feita entre duas contas de depósito à ordem domiciliadas
em instituições de crédito distintas;

Transferência de Grande Montante – transferência interbancária de valor igual ou superior ao limite


definido pelo Banco de Cabo Verde como sendo de grande montante, ordenada por um cliente de uma
instituição de crédito e liquidada em tempo real no sistema de liquidação do Banco de Cabo Verde;

Transferência de carácter urgente – transferência interbancária de qualquer valor, sujeita a tarifário


especial, que, por solicitação do cliente ordenante, deve ser disponibilizada ao destinatário no mesmo dia
útil.

DOC e TED? Eles são duas formas de transferir dinheiro de uma conta para outra.

Para fazer DOC ou TED, quem envia o dinheiro precisa do nome completo do beneficiário, CPF ou
CNPJ, os dados bancários (banco, agência e conta) e o tipo de conta (corrente ou poupança).
A maioria dos bancos faz DOC e TED nas agências, internet banking, caixas eletrônicos, aplicativo do
banco ou por telefone.

O que é DOC?
O Documento de Crédito (DOC) é uma transferência bancária limitada a R$ 4.999,99. Só pode ser
feita por instituições autorizadas pelo Banco Central.
O que é TED?
A Transferência Eletrônica Disponível (TED) foi criada pelo Banco Central em 2002. Antes havia limite
mínimo de transferência, mas desde janeiro de 2016 o cliente pode enviar qualquer valor.

ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS.

A arrecadação de Tributos e Tarifas Públicas é um serviço prestado às instituições públicas, em


regra por força de acordos e convênios específicos, que estabelecem as condições de arrecadação e
repasse desses tributos/tarifas.
Tudo com a maior comodidade e rapidez. Hoje a rede bancária, de uma forma geral, faz tudo para a
pessoa física, empresa e até mesmo o Poder Público economizar tempo e dinheiro.

Para os entes estatais a vantagem é a facilitação da arrecadação, à medida que o contribuinte terá
maior facilidade para o pagamento, o que contribui, decisivamente, para o adimplemento pontual dos
débitos. Acresça-se, ainda, que a centralização da arrecadação em determinados Bancos facilita o
controle de caixa e dos débitos dos contribuintes.

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Para os bancos também há vantagens: se de um lado despende com a estrutura de sua máquina para
um serviço em favor da Entidade Pública, de outro lado recebe um fluxo maior de recursos, que
permanecem em seu caixa – além, é claro, de ser um fato de aproximação, senão até de expansão, de
sua clientela.

TRIBUTOS ARRECADADOS

Espécies Tributárias por categoria econômica X Competência Tributária dos Entes Federativos

Entes
União (artigos 153 e
Federativos / Estados (art. 155 CF) Municípios (art. 156)
154 CF)
Fatos Geradores
- Renda (IR)
- Contr. Previdenciária
- Contr. ao Seguro de
Renda Acidente do Trabalho
- Contr. ao Salário
Educação
- Contr. ao Sistema S
- Imposto de
- Imposto Transmissão
Propriedade predial e
Causa Mortis e Doações de
- Imposto Propriedade territorial Urbano
Quaisquer Natureza
territorial Rural (ITR) (IPTU)
(ITCMD)
Patrimônio - Grandes Fortunas - Imposto de
- Imposto Propriedade
- Contribuição de Transmissão de bens
Veículos Automotores
Melhoria Imóveis (ITBI)
(IPVA)
- Contribuição de
- Contribuição de Melhoria
Melhoria
- Imposto Produtos
Industrializados (IPI)
- Imposto de Operações
Financeiras (IOF)
- Imposto de Importação
(II)
- Imposto Exportação
(IE)
- Imposto Circulação
- Contr. Social da
Mercadorias e Serviços - Imposto de Serviços
Atividade Seguridade Social
(ICMS) de Quaisquer Natureza
Econômica (COFINS)
- GARE (Guia de (ISS)
- Programa de
Arrecadação Estadual)
Integração Social (PIS)
- Contr. Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL)
- Contr. de Intervenção
do Domínio Economico
(CIDE)
- PIS - Programa de
Integração Social

Com a desregulamentação efetuada pelo governo em 1991, houve facilidade para pagamento de
tributo/tarifas, tais como: Permissão para a criação de postos bancários de arrecadação e pagamento
(PAP), pelos bancos individuais ou compartilhados, funcionando fora do expediente bancário e com
múltiplas funções:
- arrecadação de tributos em geral;
- recebimento de contas de água, energia elétrica, telefone e gás;
- recebimento e pagamentos ligados ao INSS, ao PIS/PASEP e ao FGTS;
- recebimento de carnês e assemelhados, amparados por convênio de prestação de serviços;
- movimentação, por saques e depósito, de contas de clientes e agências;

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- efetivação de ordens de pagamento;
- recebimento de títulos;
- autorização para o débito direto e gratuito em conta corrente de cobrança de tarifas públicas;
- autorização para a cobrança das tarifas públicas pela rede de casas lotéricas da Caixa Econômica
Federal.
A diversidade de tributos e tarifas a serem pagos mensalmente exige dos responsáveis nas empresas
a montagem de agenda de pagamento.

Folha de Pagamento15

Deposite o recurso de pagamento dos salários dos servidores estaduais e municipais no Banco do
Nordeste e deixe o resto por nossa conta.
Pagar o salário dos servidores de forma simples e direta não deve ser mais problema para os Recursos
Humanos da administração pública (estadual e municipal), ante a solução que o Banco do Nordeste tem:
• Através da ferramenta Nordeste Empresarial, a transferência de arquivos é totalmente eletrônica e o
crédito do salário é feito diretamente na conta corrente do servidor;
• O recurso creditado na conta corrente do servidor é isento de tarifa;
• Além dessa comodidade, o servidor público passa a contar com uma ampla linha de produtos e
serviços de nossas agências, além de saques em canais alternativos de terminais conveniados
(Banco24Horas, Banco do Brasil, etc), disponibilizados em todo o Brasil.

Internet banking. CCB – Cédula de Crédito Bancário. Hot money. Contas


garantidas.

O internet banking são todas as transações bancárias que podem ser feitas através da internet e do
seu banco.
Internet Banking é o termo utilizado para caracterizar transações bancárias via internet, através de
uma página segura do banco. Essas transações podem ser pagamentos, transferências, consultas a
extratos etc. Essa tecnologia tem se mostrado como a mais importante inovação dos serviços bancários
nos últimos anos. No Brasil, assim como em outros países, essa tecnologia cresceu rapidamente.
É uma tecnologia bastante útil, pois dá ao cliente do banco em possibilidade de utilizar seus serviços
em qualquer horário, mesmo fora do horário do atendimento em agência, e em qualquer lugar que haja
internet. Tem apresentado um crescimento forte e se tornou a opção de muitos usuários, por sua
comodidade, pois não há necessidade de comparecimento nas agências, nem problemas em enfrentar
filas.

CÉDULA E NOTA DE CRÉDITO

Os títulos conhecidos como cédula de crédito ou nota de crédito são promessas de pagamento. A
cédula é assegurada por garantia real, como por exemplo, penhor ou hipoteca, já a nota de crédito não
possui garantia real.
A cédula ou nota pode ser rural, industrial, comercial ou à exportação, podendo, inclusive ser bancária
ou imobiliária.

Rural
O título de crédito rural diz respeito ao título emitido pelo tomador de recursos destinados ao
financiamento da atividade agrícola ou pecuária. São espécies de título de crédito rural:

- Cédula rural pignoratícia;


- Cédula rural hipotecária;
- Cédula rural pignoratícia ou hipotecária;
- Nota de crédito rural.

15
https://www.bnb.gov.br/governo/folha-de-pagamento

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Industrial
É o título emitido pelo tomador de recursos junto à instituição financeira, a fim de financiar a atividade
industrial. Seu objetivo é nutrir empresários atuantes na área industrial de crédito, permitindo assim,
financiar a atividade industrial.

Comercial
O título de crédito comercial é o emitido pelo tomador de empréstimo com o fulcro de financiamento
da atividade comercial ou prestação de serviço.

Imobiliário16
É o título de crédito emitido pelo tomador de empréstimo para a aquisição de imóvel. Sua disciplina
está disposta na Lei nº 10.931/2004.

OBS: Não há que se falar em nota de crédito imobiliário, mas, a cédula de crédito pode ser emitida
com ou sem garantia, real ou fidejussória.

Bancário
Trata-se do título de crédito emitido pelo tomador de empréstimo em favor da instituição financeira,
representando promessa de pagamento em dinheiro, que decorre de operação de crédito de qualquer
espécie.
Esse título pode ser emitido em favor da instituição financeira ou entidade semelhante. Em se tratando
de instituição domiciliada no exterior, emite-se moeda estrangeira.
Admite-se a transferência da cédula de crédito bancário por endosso, desde que seja endosso em
preto, onde se identifica o endossatário ou credor.

HOT MONEY

Hot Money (registrado no português brasileiro como dinheiro quente) é um termo geralmente usado
nos mercados financeiros para se referir à deslocação de fundos ou capital de um país para outro por
forma a conseguir ganhos rápidos devido a grandes diferenças nas taxas de juros e/ou à antecipação de
diferenças cambiais. Estas deslocações de capital são chamadas de dinheiro quente porque podem
deslocar-se muito rapidamente de um mercado para outro, podendo provocar instabilidade nos mesmos.
Por extensão de sentido, bancos comerciais utilizam o termo para se referir a empréstimos de
curtíssimo prazo (de 1 a 29 dias) que visam atender as necessidades imediatas de caixa de empresas.
É comum criar-se um contrato fixo de hot money para cada cliente, com todas as regras e permitindo
que cada liberação de recursos seja feita por fax, telefone ou telex eliminando fluxo de papéis.
A formação da taxa do Hot Money é baseada na taxa do CDI - Certificado de Depósito Bancário do
dia da operação mais o PIS mais um spread.
Exemplo:
Taxa do CDI = 17%;
taxa do Hot = 119%;
margem da operação = 2%
PIS = O,75% sobre 19% = O,1425%
Receita bruta do banco = margem da operação = 2%
Receita líquida do banco = receita bruta - PIS = 2% - O,1425 = 1,8575%

Chama-se hot money por ser um dinheiro quente. Ele não tem tempo de esfriar na mão de quem
tomou. Serve para suprir necessidades momentâneas ou emergenciais de caixa.

CONTAS GARANTIDAS

A conta garantida é uma conta de crédito com um valor limite, Normalmente é movimentada pelo cliente
através de seus cheques, desde que não haja saldo disponíveis em sua conta corrente de movimentação.
A medida que entram recursos na conta corrente do cliente, eles são usados para cobrir o saldo devedor
da conta garantida.

16
Teixeira, Tarcisio. Direito Empresarial Sistematizado, editora: Saraiva, 5ª edição, 2016, pág. 226.

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É um tipo de empréstimo em que são utilizadas em conjunto duas contas:
- A conta corrente de livre movimentação
- A conta garantida

Sendo assim garante uma fluidez de recursos para as empresas, já para o banco é um excelente
recurso mercadológico. O valor de limite e o prazo de pagamentos são definidos pela instituição financeira
conforme capacidade de pagamento da empresa. Em relação aos encargos, podem ser:
- Taxas pré ou pós-fixadas: que são incidente sobre os valores utilizado se respectivo prazo. Para
cálculo dos juros devidos, as instituições financeiras somam os valores utilizado sem um determinado
período (mês cheio ou 30 dias corridos) e, sobre o somatório, aplicam a taxa mensal de juros convertidas
para um dia.
- Incidente sobre os prazos e valores utilizados, conforme legislação em vigor: nessa
modalidade, é cobrado somente após a utilização do crédito e para calcular o valor devido as instituições
financeiras e somam os valores utilizados em um determinado período.
- Taxa de Abertura de Crédito (TAC): cobrada pela instituição para cada contrato, conforme tabela
de tarifas.

Crédito rotativo.

Crédito Rotativo
A partir de Abril de 2017, com a entrada em vigor da Resolução do BACEN 4.549/201717 e
3.892/201818, o saldo devedor da fatura de cartão de crédito, quando não pago integralmente até o
vencimento, somente pode ser mantido em crédito rotativo até o vencimento da próxima fatura,
normalmente no prazo de 30 dias.
Sendo assim no mês seguinte, ou seja, no final do prazo dos 30 dias, o cliente não terá mais a opção
do pagamento mínimo e deverá escolher entre pagar o valor integral ou parcelar a fatura, de acordo com
as opções que o banco ofereça, com a taxa de juros do parcelamento sempre menor do que a do rotativo.

Microcrédito Urbano

O microcrédito é a concessão de empréstimos de pequeno valor a microempreendedores formais e


informais, normalmente sem acesso ao sistema financeiro tradicional.19
Podem obter recursos do BNDES Microcrédito as pessoas físicas e jurídicas empreendedoras de
atividades produtivas de pequeno porte, ou seja, aquelas que obtenham receita bruta igual ou inferior a
R$ 360 mil em cada ano-calendário. Os recursos destinam-se sempre ao financiamento de capital de giro
ou de investimentos produtivos fixos, como obras civis, compra de máquinas e equipamentos novos e
usados, e compra de insumos e materiais.
O valor do financiamento e a taxa de juros são determinados pelo agente operador, de acordo com
limites pré-estabelecidos. Como o BNDES não atua diretamente no apoio aos microempreendedores, os
interessados devem dirigir-se aos agentes operadores do microcrédito de sua cidade/região, que
analisarão a possibilidade de concessão de crédito e as condições do financiamento.

Questões

01. (Polícia Federal - Perito Criminal - CESPE/2018) Acerca das consequências que poderão advir
no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data do vencimento, o saldo devedor da fatura do
seu cartão de crédito, julgue o item a seguir.

Além do crédito rotativo, que permite ao cliente liquidar parcial ou integralmente o seu débito a qualquer
momento, outras modalidades de crédito em condições mais favoráveis poderão ser-lhe oferecidas a
qualquer tempo, antes do vencimento da fatura subsequente, com vistas a financiar o saldo devedor
remanescente do cartão de crédito.
( ) Certo ( ) Errado
17
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?numero=4549&tipo=Resolu%C3%A7%C3%A3o&data=26/1/2017
18
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?numero=3892&tipo=Circular&data=26/4/2018
19 19
https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/bndes-microcredito/bndes-microcredito

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02. (Polícia Federal - Perito Criminal - CESPE/2018) Acerca das consequências que poderão advir
no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data do vencimento, o saldo devedor da fatura do
seu cartão de crédito, julgue o item a seguir.

É permitida a cobrança de juros remuneratórios sobre o saldo devedor não quitado pelo cliente, além
de multa e juros de mora, nos termos da legislação em vigor.
( ) Certo ( ) Errado

03. (BANPARA - Técnico Bancário - FADESP/2018) Considerado um serviço de intermediação que


permite ao consumidor adquirir bens e serviços em estabelecimentos comerciais previamente
credenciados, mediante a comprovação de sua condição de usuário. Essas características referem-se ao
(A) Crédito Rotativo.
(B) Crédito Direto ao Consumidor.
(C) Empréstimo em consignação.
(D) Mobile Bank.
(E) Cartão de Crédito.

Gabarito

01.Certo/ 02.Certo/ 03.E

Comentários
01. Resposta: Certo
Quando o cliente não efetuar o pagamento de sua fatura de carão integralmente ficará o saldo devedor
que somente poderá ser mantido em crédito rotativo até o vencimento da próxima fatura, normalmente
no prazo de 30 dias. Sendo assim no mês seguinte, ou seja, no final do prazo dos 30 dias, o cliente não
terá mais a opção do pagamento mínimo e deverá escolher entre pagar o valor integral ou parcelar a
fatura, de acordo com as opções que o banco ofereça, com a taxa de juros do parcelamento sempre
menor do que a do rotativo

02. Resposta: Certo


Nesta situação a Instituição Bancária no momento em que oferece o Cartão já disponibiliza no contrato
os valores de juros correspondentes ao saldo em condições de parcelamento.

03. Resposta: E
O contrato de intermediação de pagamentos à vista é o contrato realizado entre o consumidor e uma
administradora de cartões de crédito, que tem por objeto a prestação do serviço de intermediação de
pagamentos à vista das obrigações assumidas por meio de cartão, até um limite estabelecido entre o
consumidor e um fornecedor de bens ou serviços pertencente a uma rede credenciada.

Descontos de títulos. Financiamento de capital de giro. Vendor finance/compror


finance. Leasing (tipos, funcionamento, bens). Financiamento de capital fixo.
Crédito direto ao consumidor.

É o adiantamento de recursos aos clientes, feito pelo banco, sobre valores referenciados em duplicatas
de cobrança ou notas promissórias, de forma a antecipar o fluxo de caixa do cliente.
Normalmente, o desconto de duplicatas é feito sobre títulos com prazo máximo de 60 dias e prazo
médio de 30 dias.
A operação de desconto dá direito de regresso, ou seja, no vencimento, caso o título não seja pago
pelo sacado, o cedente assume a responsabilidade do pagamento, incluindo multa e/ou juros de mora
pelo atraso.

FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO

São as operações tradicionais de empréstimos vinculadas a um contrato específico que estabeleça


prazo, taxas, valores e garantias necessárias e que atendam às necessidades do capital de giro das
empresas.

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Os empréstimos normalmente são garantidos por duplicatas numa relação de 120 a 150% do principal
emprestado.

VENDORFINANCE/COMPRORFINANCE.

Vendor
Operação de financiamento que permite a uma empresa vendedora negociar seu produto a prazo com
o comprador e receber à vista. É fundamental no Vendor que o comprador seja cliente tradicional da
vendedora. No Vendor a empresa conveniada tem que se tornar cliente do Banco, para os compradores
a exigência não existe, podendo ser analisado caso a caso.

Vantagens
- Vende à prazo e recebe à vista;
- Reforço imediato do caixa;
- Alavancar vendas através de dilatação dos prazos concedidos;
- Obter maior giro do estoque;
- Reduzir despesas comerciais devido à diminuição da base de cálculo das comissões pagas;
- Cobrança efetuada diretamente pelo Banco;
- Benefícios fiscais devido à cobrança do mesmo ser efetuado sobre o valor da Nota Fiscal à vista, por
exemplo: IPI, ICMS, PIS, FINSOCIAL, COFINS, ISS E ROYALTIES;
- Tornar seu preço mais atrativo perante os seus concorrentes;
- Não interferência na gestão da cobrança, ou seja, o vendedor poderá continuar a dar descontos ou
prazos maiores a seus clientes em caso de atraso na entrega de produtos, bem como outras situações.

Compror
É uma operação de financiamento de compras, sendo que a iniciativa parte do comprador e nele se
concentra o risco de crédito. O compror consiste no financiamento a clientes do banco, para suas compras
junto aos fornecedores. O risco da operação concentra-se no comprador, não existindo regresso contra
o fornecedor (vendedor).
LEASING (TIPOS, FUNCIONAMENTO, BENS).

As transações de "leasing" se desenvolveram em muitos países do mundo ocidental e têm a sua


origem técnica no sistema financeiro norte-americano.
O sistema "leasing" não é ainda muito bem divulgado em muitos países do Terceiro Mundo por falta
de iniciativa da Comunidade Financeira, ou por falta de legislação em muitos desses países.
No Brasil, a sistemática de "leasing" interno foi bastante explorada e muitos bancos possuem
departamentos específicos para tais operações. O Banco BCN do Grupo Conde, opera plenamente com
operações de "leasing", desenvolvidas pelo economista Dr. Mario Squassoni Filho para este banco.
Um modo viável para introduzir e promover este sistema financeiro no Terceiro Mundo seria a formação
Oe "joint ventures" entre instituições financeiras internacionais e bancos governamentais do Terceiro
Mundo, ou até operações entre bancos centrais e o World Bank" de Washington.
Na Colômbia, existe um "joint venture" entre o "World Bank" e o "Banco de Lã Nación de Colômbia"
para oferecer operações de "leasing" à importação de equipamentos industriais pesados.
Na China Comunista, recentemente, foi formado um "joint venture" entre bancos alemães, japoneses
e o "China Bank" para oferecer estas operações de Ieasing' internacional.

Conceitos

A PALAVRA "LEASING". A matéria de que vamos tratar é conhecida simplesmente como Ieasing" e,
por ser aceita em todos os países sob esta denominação, usá-la-emos sem aspas.
Leasing vem do verbo "to lease" (arrendar) e pode significar o processo de arrendamento (operação
de leasing), ou ter o sentido substantivo de arrendamento enquanto tal (contrato de leasing). O legislador
brasileiro preferiu deixar de lado o termo inglês e empregou, em seu lugar, "arrendamento mercantil",
devido, sem dúvida, às peculiaridades do instituto no direito pátrio.
Outras legislações, também, preferem usar expressões típicas. Assim, a França apelidou o leasing de
"prêt-bail" e de "crédit-bail" e a Bélgica empregou a expressão "location-financement". Os italianos
chamam o leasing de Iocazione finanziaria", "prestito locativo" e "finanziamento di locazione". Na
Alemanha, os autores usam o termo inglês e, raramente, o correspondente "Miet".

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Nos Estados Unidos, duas são as palavras empregadas na operação de locação de bens: "renting",
ou seja, qualquer operação de aluguei de coisas Teito pelo proprietário das mesmas e Ieasing", ou seja,
o aluguei feito por quem não é o fabricante, mas que financia, para o locatário, a utilização da coisa, sendo
que as contraprestações pagas a título de aluguei poderão reverter, ao final do contrato, em prestações
de um contrato de compra e venda, caso o locatário queira tornar-se proprietário da coisa.
COILLOT critica o termo "crédit-bail" (crédito-arrendamento) e propõe que seja substituído por
"equipement-bail" (equipamento-arrendamento).

Afirma COILLOT: "Em primeiro lugar expliquemos as palavras empregadas:


a) a palavra "arrendamento"
Pelas razões precedentes, deixamos margem à promessa unilateral de venda. Com efeito, para definir
as relações da empresa de leasing e o arrendatário-usuário com terceiros diversos do fabricante, o termo
arrendamento é o mais conveniente ' Explica perfeitamente as intenções das partes que se negam a toda
transferência de propriedade com suas consequências prejudiciais em caso de falência. As obrigações
de manutenção, de bom uso, de assegurar, de pagar aluguéis, de rescisão em caso de falta de pagamento
ou de inobservância de qualquer das cláusulas do contrato, estão na essência mesma do aluguel, que
permite o desfrute e o uso pleno e total do material. As facetas contábil e fiscal, na origem do contrato de
leasing, são respeitadas igualmente. Inclusive, acrescentamos que a supressão da promessa unilateral
de venda, em comparação com os altos aluguéis cobrados, consolidaria a posição da empresa de leasing
em caso de falência, quando, então, a jurisprudência poderia assimilar o leasing à venda a prazo.

b) O termo "equipamento":
Este termo nos foi sugerido pelas sociedades francesas de leasing, que utilizam com mais frequência
os termos "aluguel" e "equipamento' sem nenhum respaldo. O termo equipamento significa, por um lado,
o domínio de atividade do contrato que está especialmente reservado para o equipamento industrial,
comercial e profissional. Assinala, ademais, o aspecto financeiro da inversão: a operação de crédito a
médio prazo. Citemos, ainda, uma instituição bastante nova que apresenta algumas analogias com a
nossa: a tomada de propriedade e dos bens de equipamento (cf. as placas de propriedade). Igualmente
somos tentados a adotar o termo equipamento, por uma segunda razão. Queremos falar da estreita
colaboração entre a sociedade de leasing e o fabricante. Aqui há por parte da sociedade de leasing e do
usuário, atuando conjuntamente, um ato econômico de equipamento."
A respeito do termo "crédit-bail", CALAIS-AULOY professor na Faculdade de Direito de Montpellier,
em conferência pronunciada em 1970, nas "journées d'étude" por aquela Faculdade, afirmou: Portanto, o
nome "leasing" não quer dizer grande coisa. Seu equivalente francês mais exato seria sem dúvida a
palavra "bail". O legislador francês escolheu uma expressão que denota melhor a complexidade da
operação: entre nós o leasing tornou-se o "crédit-bail", e, é sob esta denominação que nós o empregamos
constantemente.
Por que "crédit-bail"? Porque tal contrato, como muitos outros, é uma técnica jurídica ao serviço de
uma necessidade econômica, técnica e jurídica que se apresenta no arrendamento, necessidade eco-
nômica que é uma necessidade de crédito, e mais precisamente uma necessidade de crédito a longo
ou médio prazo, porque o crédito-arrendamento irá permitir às empresas obter bens de produção
graças a um financiamento exterior. A operação relaciona, pois, três tipos de pessoas:
- aquela que fornece o bem e que nós chamamos de "vendedor"-,
- aquela que fornece o numerário e que nós chamamos de "credor";
- aquela que obtém a coisa sem que tenha de fornecer numerário, e que nós chamamos de "usuário".

Por consequência, em direito, o "crédit-bail" é a operação pela qual um estabelecimento credor, após
ter comprado um bem, o loca a uma empresa usuária, que, no fim do arrendamento poderá adquirir a
propriedade do bem. à pagamento dos aluguéis ' e depois o do preço eventual residual, permite ao credor
recuperar os fundos que despendeu."

DEFINIÇÕES DE LEASING. Muitas são as definições encontradas nos, tratados e nas legislações dos
vários países. A lei brasileira o definiu do seguinte modo. Considera-se arrendamento mercantil a
operação realizada entre pessoas jurídicas, que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos a
terceiros pela arrendadora, para fins de uso próprio da arrendatária e que atendam às especificações
desta."

JOSÉ W. N. QUEIROZ, que estudou a matéria em profundidade, assim se expressa:


"Consequentemente, poder-se-ia definir o leasing, em sentido lato, como um, acordo mediante o qual

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uma empresa, necessitando utilizar determinado equipamento, veículo ou imóvel (terreno ou edificação),
ao, invés de comprar, consegue que uma empresa, chamada de leasing (locadora), adquira-o e loque-o
à empresa interessada, por prazo determinado, findo o qual poderá a locatária optar entre a devolução
do objeto do contrato, a renovação da locação ou a sua aquisição por compra e venda, pelo valor residual
avençado no instrumento contratual."

SERGE ROLIN alinha outras definições, que passamos a transcrever:

- "O leasing é uma operação de financiamento a médio e longo prazo, praticada por uma sociedade
financeira, e que tem como suporte jurídico um contrato de aluguei de coisas;

- "O leasing e uma operação financeira efetuada por sociedades especializadas, que, a pedido de seus
clientes, compram bens de equipamento e os colocam à disposição das firmas requerentes em forma e
arrendamento ligado a condições especiais".

O próprio SERGE ROLIN definiu o leasing, nos seguintes termos: "Para nós, o leasing é um
financiamento destinado a oferecer aos industriais e aos comerciantes um meio flexível e novo de dispor
de um bem de equipamento, alugando-o em vez de compra-lo Esta operação é realizada por sociedades
especializadas que compram o material, seguindo as especificações do futuro usuário, alugando-o duran-
te. o prazo convencionado e mediante a percepção de contra prestações fixadas em contrato e que deve
reservar ao arrendatário uma opção de compra do bem ao término do período inicial."

RICHARD VANCIL oferece a seguinte definição: "Trata-se de um contrato pelo qual o arrendatário
aceita efetuar uma série de pagamentos ao arrendador, pagamentos que, no todo, excedem o prego de
compra do bem adquirido. De um modo geral os pagamentos são escalonados em período equivalente à
maior parte da vida útil do bem. Durante esse período, chamado período inicial do aluguel, o contrato e
irrevogável pelas partes, e o arrendatário está obrigado a continuar pagando os aluguéis."
Na França, como dissemos, o leasing é chamado de "crédit-bail" e a definição desse instituto
encontra-se na Lei 661455 (art. 10) nos seguintes termos: "As operações de crédito-arrendamento
("'crédit-bail") a que se refere a presente lei são operações e locação de bens de equipamento, material
de trabalho ou de bens imóveis de uso profissional, especialmente adquiridos com vistas a essa locação
por empresas que permanecem proprietárias destes bens, quando essas operações, qualquer que seja
sua denominação, dão ao locatário a, faculdade de obter total ou parcialmente os bens locados, mediante
um preço convencionado, levando-se em conta, pelo menos em parte, os pagamentos efetuados a título
de aluguel"
A Bélgica, por sua vez, tratou da matéria referente ao. Leasing em seu Decreto Real n. 55, de 10.11.67.
a exposição de motivos ficou esclarecido que: "As empresas especializadas adquirem bens de equipa-
mento segundo as especificações de seus clientes e, reservando-se a propriedade dos mesmos, dão-nos
em arrendamento por um período correspondente à duração resumida da utilização econômica, mediante
pagamento de alugueres calculados de modo que se amortize o valor dos bens, no período de utilização
previsto no contrato. De maneira acessória, os contratos de arrendamento concedem ao usuário uma
opção de compra dos bens arrendados, opção que o usuário poderá exercer ao final do arrendamento,
mediante o pagamento de uma quantia que é comparada ao valor residual estimado dos bens."
Na Espanha, o projeto de regulamentação do leasing fixou o entendimento que devem ser incluídas
neste instituto as operações de arrendamento de bens de equipamento, entendendo-se como bens de
equipamento os destinados às atividades próprias de uma empresa.
Ao analisarmos o art. 10 da Lei n. 6.099/74, voltaremos ao assunto, especificamente no tocante ao
conceito que o instituto recebeu em nossa legislação. No momento, o cotejo com as definições oferecidas
pela Doutrina e pela Legislação servirão para dar ao leitor um conceito aproximativo do que seja leasing.

Tipos

RENTING E LEASING. A cessão do uso poderá ser compensada por um simples aluguel, ou operar-se
através de uma atividade financeira. No primeiro caso, há locação no sentido tradicional, ou, de acordo
com a expressão americana, o "renting", no segundo, ter-se-á o arrendamento universalmente apelidado
de "leasing". Estas são as duas formas básicas que a locação assume e que serão analisadas a seguir.
O "RENTING" E O "OPERACIONAL LEASING". A locação pura e simples de bens foi a primitiva forma,
visto que o leasing, por envolver financiamento, exige certa sofisticação. O "renting" apareceu sob a
espécie de aluguei de aparelhos ou máquinas por parte dos fabricantes ou produtores.

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Consiste esse instituto no arrendamento de bens, a curto prazo de tempo, no qual não é prevista a
possibilidade de o arrendatário adquirir o = ao final do contrato, embora isto possa acontecer. O locador
fica obrigado a arcar com certos ônus da locação, tais como a manutenção e a assistência técnica.
Alguns autores fazem distinção entre renting" e "operational leasing". O primeiro, seria considerado
como o arrendamento de bens móveis, pelo fabricante, por curto espaço de tempo, enquanto, o segundo
envolveria, também, a ideia de investimento do locador, embora visando um certo fim ou um determinado
serviço.
Na prática, porém, o tratamento fiscal é o mesmo, tanto para o "renting", quanto para o "operational
leasing". Além do mais, possuindo o Brasil tratamento uniforme para a locação de bens, não haveria razão
para nos determos em análises de conceitos alienígenas.
O Código Comercial define a "locação mercantil" seguinte modo: "A locação mercantil é o contrato pelo
qual uma clãs partes se obriga a dar à outra, por determinado tempo e preço certo, o uso de alguma
coisa, ou do seu trabalho".
No anteprojeto do Código Civil a locação foi prevista nos arts. 552 e seguintes, mas os seus autores
evitaram tratar especificamente do leasing.
Assim sendo, a locação continuará, ao que parece, sujeita às regras gerais que vem regendo esse tipo
de operação, as quais poderiam ser assim resumidas:
a) o locador fica obrigado a entregar a coisa alugada e a mantê-la na posse do locatário durante todo
o tempo do contrato;

b) o locatário, por sua vez, fica obrigado a servir-se do uso da coisa na forma convencionada em
contrato e a pagar pontualmente o aluguel, bem como a levar ao conhecimento do locador as turbações
de terceiros e a restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvo as deteriorações
ocorridas pela ação da natureza e pelo uso regular da coisa;

c) quanto ao contrato propriamente, dito, e feito porque o locatário prefere usar coisa alheia, ao invés
de adquiri-la. Não é revista, portanto, a compra do bem locado, nem há previsão de valor residual, pois
as prestações não contêm, necessariamente, a faculdade de compra pelo locatário, ao final do contrato
O prazo do contrato é, em geral, de curta duração e sempre determinado.

A tendência da empresa que opera com o "renting" é de se tornar especializada na locação de


determinados bens. E uma espécie de sociedade de prestação de serviços, sendo que, ao invés de
executar a prestação, cede seus bens à locatária, para que ela, com seus próprios meios, taça uso deles.
E o que acontece, por exemplo, com o aluguei de carros e vagões.
A sociedade que opera com "renting" se vê coartada pelos meios que fazem sua própria oferta, sendo
que, por isso mesmo, seu campo de ação e menor que o de uma pessoa jurídica que opere com leasing.
Seus bens ficam, com o tempo, standartizados, de acordo com o setor da economia que deseja servir,
embora tenha possibilidade de fornecer assistência técnica e manutenção, diminuindo, assim, o custo da
operação. Em razão dessa técnica própria, o "renting" é usado, de preferência, para Computadores
eletrônicos, máquinas xerográficas e automóveis.

Em conclusão, o renting oferece as seguintes características:

a) arrendamento, sem haver opção de compra;

b) contrato rescindível pelo arrendatário, sem que o prazo determinado em contrato tenha a mesma
rigidez do contrato de leasing;
c) manutenção e assistência técnica, em geral, previstas como encargo do locador,
d) a operação poderá ser contratada diretamente com o fabricante.

Na legislação do imposto de renda, o "renting" é previsto no art. 71 da Lei n. 45.061/64 (RIR, art. 174).
Possível a dedução de despesas com aluguéis, quando necessárias para que a empresa mantenha a
posse, uso ou fruição do bem que produz o rendimento e desde que o aluguei não constitua aplicação de
capital na aquisição do bem, nem distribuição disfarçada de lucros.

LEASING FINANCEIRO (FINANCIAL LEASING). RUOZI definiu o leasing financeiro como sendo uma
operação de financiamento a médio e longo prazo, baseada num contrato de locação de bens móveis ou
imóveis. O financiamento é conseguido por um intermediário financeiro, que intervém entre o
estabelecimento produtor do bem objeto do contrato e o estabelecimento que solicita uso do mesmo,

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adquirindo do primeiro o bem mencionado e cedendo-o em locação ao segundo, o qual se compromete,
de modo irrevogável, a cumprir para com o intermediário financeiro com certas exigências periódicas,
através de uma quantia global superior ao custo do bem, cuja propriedade, no término do contrato, poderá
ser transferida, a título oneroso, do intermediário financeiro ao estabelecimento locatário, pela iniciativa
deste último,
FOSSATI, analisando esta definição, enumera os seguintes pontos característicos do leasing
financeiro:
- é operação típica de financiamento: o escopo principal, no caso; é o de financiar o locatário, o qual,
na maioria das vezes, visa adquirir o bem arrendado;
- é celebrado para duração a médio e longo prazos. A duração efetiva de um contrato de leasing
financeiro é cautelosamente calculada em relação à duração econômica do bem cedido em arrenda-
mento;
- o objeto do contrato está no arrendamento de bens móveis e imóveis. Enquanto no leasing
operacional "renting" são objeto de locação apenas bens standartizados, no leasing financeiro são objeto
de contrato bens diversificados, desde que possam ter grande utilização para a arrendatária;
- no tocante ao intermediário financeiro, as empresas que alugam seus bens não os fabricam porque
não são industriais. São, na verdade, sociedades financeiras, constituídas com a participação de institutos
de crédito, de companhias de seguros ou investidores organizados
- o contrato tem caráter irrevogável, A retratação pelo arrendatário é permitida quando desembolsado
em favor do arrendador o valor das prestações a pagar (com desconto geralmente muito pequeno) e da
multa contratual, se for o caso. Na opinião de RUOZI, um contrato de leasing e um contrato "sui generis",
no qual coexistem as características de contrato de mútuo, de locação e de compra e venda, de locação
e eventual compra e venda, compra e venda entre estabelecimento produtor e locatário, locação entre
empresa locatária e empresa locadora, eventual compra e venda, no término do contrato, entre ambas;
- as contraprestações são periódicas. Fixa-se uma prestação determinada, mensal, semestral ou
anual, podendo, em alguns países, ficar acertado que as contraprestações serão progressivas ou
regressivas, tendo-se em conta a depreciação, os juros do capital empatado, as despesas de
administração e os encargos que pesam sobre o locador;
- a respeito das opções, ao final do contrato, são apontadas as seguintes: (a) o arrendatário poderá
renovar o contrato, com nova fixação de contra prestações periódicas, inferiores às do primeiro contrato;
(b) poderá, por outro lado, restituir o bem arrendado, ou (c) tornar-se proprietário do bem objeto do
contrato, pagando, neste caso, uma soma estipulada de antemão.
Em suma, o leasing financeiro é mais rentável que o operacional, mas não oferece ao arrendatário a
assistência que o leasing operacional proporciona, Além do mais o leasing financeiro exige do arrendador
maior cuidado no cálculo de sua rentabilidade, já que os bens estão sujeitos ao fenômeno da
'obsolescência".
A respeito do leasing financeiro RUOZI, afirma: Quando a sociedade financeira de leasing não concede
ao locatário o complexo de serviços colaterais examinados no parágrafo precedente, o leasing praticado
por e a perde as características operativas e torna-se exclusivamente instrumento de financiamento da
"azienda" locatária. Por isto, tal tipo de leasing é chamado de financeiro."
B. MÉRA, em conferência pronunciada em 30.09.65 (B. Méra é Diretor Geral da União Francesa de
Bancos e Presidente Diretor Geral da "Cie. pour Ia Location d'Equipements Professioneis-CLEP),
afirmava "Todos sabem que se trata de uma fórmula na qual um industrial, ao invés de adquirir um bem
móvel de que necessita e após ter conseguido saber quais as suas características e seu preço, junto ao
vendedor, solicita a uma sociedade financeira especializada que o compre em seu lugar e o alugue por
um período convencionado, variável em cada caso, mas sempre suficiente para permitir a amortização
integral do investimento realizado pela sociedade financeira. No final desse período, a empresa locatária
pode escolher entre restituir simplesmente o bem locado, alugá-lo novamente para um período variável
mediante uma renda reduzida ou, enfim, adquiri-lo por um preço menor."

ESPÉCIES DE LEASING. A divisão exata das várias espécies de leasing, ou a sua classificação em
"tipos", é tarefa difícil, uma vez que o instituto está, ainda, em fase de formação e não recebeu tratamento
definitivo em nossa legislação.

Deixamos bem claro que já se pode achar uma divisão fixada nos dois tipos básicos de locação, acima
apontados, ou seja, leasing operacional e leasing financeiro. Fora desses limites, os autores fazem
conjecturas e seria exaustivo enumerarmos as espécies por eles apontadas. A título de exemplo,
transcrevemos um trecho do artigo escrito pelo Prof. MAURO BRANDARLOPES no "O Estado de São
Paulo" (edi de 25.12.74), mas, como ele mesmo 2;o não é uma divisão exaustiva. Assim, esclarece ele:

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"São três as espécies básicas do "leasing"-.

a) Na primeira espécie, o agente do 'leasing", o "lessor" do direito americano (a seguir denominado


"arrendador", por conveniência de exposição), compra do produtor ou intermediário determinada coisa,
sob especificações ou não do tomador do "leasing" o "lessee" do direito americano (a seguir denominado
"arrendatário", por conveniência de exposição) e dá a este em "locação", mediante um "aluguel", pagável
em parcelas, que na sua integridade é igual aos custos totais relativos à coisa, os quais terá de suportar
durante todo o prazo do contrato , sejam de que natureza forem, acrescidos e seu lucro. A "locação" se
liga uma opção do arrendatário para compra da coisa, no término do prazo, por preço residual
preestabelecido. O contrato não é denunciável pon vontade unilateral de qualquer das partes. E esta a
forma básica e original do negócio, que se denominou inicialmente de "financial leasing" ou "full payout
lease".
Desta espécie há uma segunda modalidade, geralmente escolhida para coisa mais facilmente
colocável no mercado. Nesta segunda modalidade da primeira espécie, modificam-se os termos do
contrato escrito, de modo que o arrendatário tenha a faculdade unilateral de rescindi-lo a qualquer tempo,
sem que com isso se lhe tire necessariamente a opção de compra. Permanece o elemento básico de que
o "aluguel", na sua integridade, ou até o momento, seja ele qual for, à escolha do arrendatário, em que é
por este denunciado o contrato, cobrirá sempre os custos totais do arrendador, acrescidos de seu lucro,
ou seja, a opera ao conserva o seu caráter de "full payout lease". A opção de compra, que pode ter o
arrendatário, será então, não por preço residual predeterminado, mas pelo preço de mercado da coisa rio
momento em que for exercida a opção. E esta a modalidade denominada de "operating lease".
A primeira espécie do negócio tem ainda uma terceira modalidade, na qual se tem o mesmo contrato
inicialmente descrito, e conhecido por "financiar leasing", ou seja, uma "locação" mediante "aluguel"
correspondente aos custos totais do arrendador, acrescidos de seu lucro (operação que tem portanto o
mesmo caráter de "full payout lease"), e não cancelável unilateralmente, mas sem opção de compra, ou
com opção ao preço de mercado no momento de seu exercício. Esta terceira modalidade da espécie
básica não é mais do que simples modificação de traços não essenciais das duas outras.
b) Na segunda espécie de "leasing", o arrendatário simplesmente assume a função. que nas
modalidades da primeira espécie tem o produtor da coisa ou intermediário na sua venda; o arrendatário
vende coisa sua ao arrendador, para em seguida dele torná-la em "locação", com as mesmas cláusulas
fundamentais dos contratos anteriormente descritos, ou seja, mediante o mesmo "aluguel" compreensivo
de custos e lucros, ou seja, dando a operação o caráter de "full payout lease , inclusive também com a
possível opção de' compra por valor residual predeterminado ou por valor de mercado no momento de
seu exercício. Esta espécie, que também pode tomar a forma de contrato denunciável pelo arrendatário
a qualquer tempo, como no "operating lease", é a forma denominada de "Iease back".
c) A terceira espécie de "leasing", conhecida por "self leasing", apresenta duas modalidades. Na
primeira, sociedades de um mesmo grupo econômico, ou seja, sociedades coligadas ou
interdependentes, assumem as posições do arrendador, do arrendatário e do vendedor da coisa, res-
pectivamente, ou somente os dois primeiros. Assim, uma delas, na qualidade de arrendador, adquire a
coisa de sociedade, que pode ou não pertencer ao grupo, na qualidade de arrendatária. O "leasing" tem
aqui a mesma característica básica das modalidades já descritas nas espécies anteriores, ou seja, o
caráter de "payout lease". Não importam as razões da operação, bastando que, embora entre sociedades
do mesmo grupo, o contrato exiba o mesmo traço fundamental do "leasing" entre pessoas
economicamente estranhas umas às outras.
Na segunda modalidade desta terceira espécie, o fabricante ou produtor da coisa assume a posição
de arrendador, e dá diretamente ao arrendatário, em "locação", a coisa que fabricou, mediante contrato
com a mesma característica básica dos demais contratos descritos, ou seja, o "aluguel" compreensivo de
custos totais e lucro ("full payout lease"), com a possível opção de compra e os diversos mecanismos
para o seu exercício.
Na descrição feita - (no número anterior) das diversas espécies de "leasing", percebe-se claramente
qual é a sua característica essencial, devidamente acentuada que foi em cada modalidade é o caráter do
"aluguel" pactuado. Este "aluguel", na sua integridade, ou seja, no total de suas parcelas, compreende' a
totalidade dos custos suportados pelo operador, acrescidos de seu lucro, o que torna impossível conside-
rar o contrato como sendo de simples locação. Nesta, o uso da coisa é dado ao locatário mediante
equivalente contraprestação, nisto consistindo a comutatividade do contrato no "leasing", o "aluguel" não
se pode dizer equivalente ao valor de uso da coisa antes está em flagrante desproporção com ele,
excedendo-o de muito, para alcançar e mesmo ultrapassar o valor ela, o que tira inteiramente ao contrato
de locação o elemento de comutatividade.

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Na verdade, o "aluguel" total pago pelo arrendatário equivale a importância muito superior ao valor da
própria coisa, acrescida de todos os custos acessórios e do lucro que tem o arrendador. Analisada fria-
mente a operação nas suas implicações econômicas, o arrendador funciona manifestamente como
autêntico financiador, e o arrendatário como financiado; a importância do arrendamento, aplicada pelo
arrendador na compra da coisa, ou por esta representada, se já de sua propriedade, é simplesmente paga
parceladamente sob a forma de "aluguel", com todos os custos acessórios, e acrescida do lucro do financi-
ador.
Admitida esta realidade econômica, e não parece possível negar a evidência dos fatos, vê-se desde
logo que em todas as três aludidas espécies de "leasing", nas suas diferentes modalidades, existe real
financiamento, com a típica consequência, diretamente visada, a de permitir ao financiado, para seu
"capital de giro", o uso de quantias que de outra forma permaneceriam imobilizadas. É este o fim de todo
o financiamento no campo industrial, a alternativa seria dispêndio direto na aquisição da coisa pelo
interessado ou o uso de numerário próprio para capital de giro.
Assim, nas três modalidades da primeira espécie de "leasing", arrendador é que usando numerário
próprio ou financiado por outrem, desembolsa o valor da coisa, na sua aquisição, ou a produz ele mesmo,
e o recobra do arrendatário, em parcelas equivalentes no seu total ao valor de aquisição, ou ao valor da
coisa produzida, mais custos e mais lucros.
No "lease back", o arrendatário obtém o seu capital de giro mediante venda da coisa ao arrendador,
que lhe paga o seu valor, a em seguida recuperá-lo na operação de leasing com todos os seus custos e
mais lucro. No "self leasing", é verdade, o motivo da operação pode ser diferente, e mesmo de caráter
não econômico, mas o "leasing" propriamente assume as mesmas características econômicas."

- FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO.

São as operações tradicionais de empréstimos vinculadas a um contrato específico que estabeleça


prazo, taxas, valores e garantias necessárias e que atendam às necessidades do capital de giro das
empresas.
Os empréstimos normalmente são garantidos por duplicatas numa relação de 120 a 150% do principal
emprestado.

CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR.

Em termos da contabilidade de uma empresa, é aquele representado por imóveis, máquinas e


equipamentos. É também chamado de ativo fixo. De acordo com a concepção marxista, é a parte não
circulante do capital constante, isto é, a parte do capital utilizada em máquinas, equipamentos, instalações

Crédito rural. Cadernetas de poupança.

Crédito Rural

O crédito rural foi institucionalizado no Brasil através da Lei nº. 4.829 de 05/11/196520 e constitui hoje
um dos principais instrumentos utilizados pelo governo brasileiro na execução de sua política Agrícola.
Basicamente, o crédito rural consiste no suprimento adequado, suficiente e oportuno de recursos
financeiros por estabelecimentos de crédito oficiais e particulares para incrementar os investimentos
rurais reprodutivos, bem como atender às necessidades de custeio e comercialização da produção
agropecuária e da Pesca, onde proporciona:
a) Estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores ou por suas cooperativas;
b) Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de produtos
agropecuários;
c) Fortalecer o setor rural;
d) Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando ao aumento de
produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada utilização dos recursos
naturais;

20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4829.htm

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
e) Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos pequenos produtores,
posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais;
f) Desenvolver atividades florestais e pesqueiras;
g) Estimular a geração de renda e o melhor uso da mão-de-obra na agricultura familiar.

De acordo com o Decreto-Lei nº 167/196721, e da Lei nº 10.931/200422, a formalização do crédito rural


pode ser realizada por meio dos seguintes títulos:
- Cédula Rural Pignoratícia (CRP)23;
- Cédula Rural Hipotecária (CRH)24;
- Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária (CRPH);
- Nota de Crédito Rural (NCR).
- Cédula de Crédito Rural Bancário (CCB).
Beneficiários
São beneficiários do Crédito Rural os produtores rurais, classificados como Pessoa Física ou Jurídicas,
também Cooperativas de produtores rurais que exercem a atividade com fins lucrativos, e Pessoais
Físicas ou Jurídicas que, embora não conceituados como “produtor rural”, ou seja, empresas que
trabalham para atender as necessidade dos produtores, se dedicando as seguintes atividades:
- Pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;
- Pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões;
- Prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para
proteção do solo;
- Prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;
- Medição de lavouras;
- Atividades florestais.

Custeio
A estabilidade monetária, obtida com a implantação do Plano Real na economia brasileira, permite que
o governo estabeleça uma política agrícola de longo prazo, com regras claras sobre a sua atuação na
produção e no mercado de produtos agrícolas, sobretudo no que tange à política de crédito e aos
instrumentos de amparo à produção e à comercialização.
Introduziram-se alguns ajustes nas regras atuais do crédito rural, que foram identificados mediante o
comportamento e a avaliação das medidas que vigoram na safra passada. Esses ajustes estão agora
sendo divulgados, de modo a contribuir para a tomada de decisão do agricultor, permitindo que ele faça
sua programação de maneira adequada e oportuna.

Custeio Agrícola: Tem por finalidade atender as despesas normais do ciclo de produção vegetal como
opção de crédito ou uma forma de capital de giro. O crédito de custeio para o campo é uma forma de
custeio que permite ao produtor planejar seu trabalho e capital de giro para atividades sazonais.
Uma vez tomada à decisão, o produtor não pode recuar sem grandes prejuízos. Esse risco muda de
acordo com a lavoura ou lavouras, também conhecidas como mix de produção, na região de plantio e o
tamanho da área a ser semeada. Durante o ciclo produtivo das lavouras é abrangido o preparo das terras
até a entrega da produção, despesas de armazenamento no imóvel ou em cooperativas, aquisição de
mudas, sementes, fertilizantes, corretivos de solo, etc.

Custeio Pecuário: Tem por finalidade atender as despesas normais de exploração pecuária, podendo
estender à aquisição isolada de insumos como sal, forragens, rações, minerais, defensivos vegetais e
animais, abrangendo também apicultura, piscicultura, sericicultura, fenação, silagem, etc.

Investimentos: Esta operação de investimento é toda aplicada em bens ou serviços e se destinam na


formação do capital fixo ou semifixo para os produtores, sendo eles:
a) Fixos: Aplicação em bem estável de longa duração e vários ciclos de produção. Ex.: Construção de
mangueiras, pontes, cercas, coxos cobertos, barracões, etc., e
b) Semifixo: Bem estável de curta e média duração: Ex.: Aquisição de matrizes (vacas), reprodutores,
etc.

21
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0167.htm
22
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.931.htm
23
É baseada no penhor rural e que passa a valer como título de crédito
24
É um título de crédito vinculado a financiamento rural, no qual o emitente presta garantia hipotecária

. 98
1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Pagamento e Fiscalização
O pagamento do crédito deve ser efetuado de uma única vez ou em parcelas, segundo os ciclos das
explorações financiadas. O prazo e o cronograma de pagamentos devem ser estabelecidos em função
da capacidade de pagamento, de maneira que os vencimentos coincidam com as épocas normais de
obtenção dos rendimentos da atividade assistida.
É obrigatória a fiscalização direta de todos os créditos, ressalvados os casos expressamente previstos
e deve ser efetuada nos seguintes momentos:
- Crédito de custeio agrícola, antes da época prevista para colheita;
- Empréstimo do Governo Federal (EGF) no curso da operação;
- Crédito de custeio pecuário, pelo menos uma vez no curso da operação, em época que seja possível
verificar sua correta aplicação;
- Crédito de investimento para construções, reformas ou ampliações de benfeitorias até a conclusão
do cronograma de execução, previsto no projeto;
- Demais financiamentos em até sessenta dias após cada utilização, para comprovar a realização das
obras, serviços ou aquisições.

Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF)

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)25 financia projetos individuais


ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa
possui as mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além das menores taxas de inadimplência
entre os sistemas de crédito do País.
O PRONAF destina-se a estimular a geração de renda e melhorar o uso da mão de obra familiar, por
meio do financiamento de atividades e serviços rurais agropecuários e não agropecuários desenvolvidos
em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias próximas26, proporcionando assim a manutenção de
novas tecnologias e estimulando a pesquisa e desenvolvimento de técnicas à agricultura familiar.

Base Legal
Criado originariamente pelo Decreto 1.946/96, que no entanto, posteriormente revogado. Atualmente
o Pronaf é regulamentado por Portarias do Ministério do Desenvolvimento Agrário e normas da Secretaria
Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário como a Portaria nº 70/2008 que aprova a
metodologia do Programa de Organização Produtiva da Agricultura Familiar (AGRO-B); Portaria 60/2008
que trata do credenciamento e da metodologia de abordagem da assistência técnica e extensão rural
prestada aos agricultores do Microcrédito Rural; Portaria nº 55, de 26 de outubro de 2007, que atribui à
SAF/MDA a competência na adoção de medidas para administração, gestão e monitoramento da
inadimplência do Grupo B do Pronaf (Microcrédito Rural).
A normas a serem aplicadas às operações contratadas no âmbito do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) são regulamentadas por Resoluções específicas emitidas
pelo Banco Central do Brasil.
As diretrizes para a formulação, a implementação e a execução de políticas públicas estruturantes
voltadas para o desenvolvimento rural sustentável, a reforma agrária, o reordenamento fundiário e a
agricultura familiar atualmente são propostas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural
Sustentável – Condraf, instituído por meio do Decreto 9.186/2017 que assim dispõe:

DECRETO Nº 9.186, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2017

Dispõe sobre a composição, a estruturação, as competências e o funcionamento do Conselho Nacional


de Desenvolvimento Rural Sustentável.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI,
alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:
CAPÍTULO I
DA FINALIDADE E DAS COMPETÊNCIAS

Art. 1º O Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável - Condraf, órgão colegiado


integrante da estrutura básica da Casa Civil da Presidência da República, tem por finalidade propor

25
http://www.mda.gov.br/sitemda/secretaria/saf-creditorural/sobre-o-programa
26
https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/PRONAF.asp

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
diretrizes para a formulação, a implementação e a execução de políticas públicas estruturantes voltadas
para o desenvolvimento rural sustentável, a reforma agrária, o reordenamento fundiário e a agricultura
familiar, constituindo-se em órgão para concertação e articulação entre os diferentes níveis de governo e
as organizações da sociedade civil.
Parágrafo único. As propostas aprovadas pelo Plenário serão encaminhadas para a apreciação do
Presidente do Condraf.

Art. 2º Compete ao Condraf:


I - subsidiar a formulação de políticas públicas estruturantes, com base nos objetivos e nas metas
referentes à reforma agrária, ao reordenamento fundiário, à agricultura familiar e às demais políticas
públicas relacionadas com o desenvolvimento rural sustentável;
II - propor estratégias de acompanhamento, monitoramento, avaliação e participação no processo
deliberativo das diretrizes e dos procedimentos das políticas públicas relacionadas com o
desenvolvimento rural sustentável;
III - acompanhar, monitorar e propor a adequação de políticas públicas federais às demandas da
sociedade e às necessidades do desenvolvimento sustentável das regiões rurais;
IV - adotar instrumentos de participação e controle social nas fases de planejamento e execução de
políticas públicas relacionadas com o desenvolvimento rural sustentável;
V - promover a ampliação e o aperfeiçoamento dos mecanismos de participação e controle social, por
meio da orientação e do apoio aos órgãos congêneres e aos conselhos de desenvolvimento rural das
esferas públicas municipais, estaduais e distrital;
VI - acompanhar, monitorar e propor a adequação de políticas públicas federais às necessidades da
reforma agrária, da reordenação fundiária e da agricultura familiar;
VII - no que se refere à Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural - Anater:
a) indicar os representantes do Conselho Assessor Nacional especificados nos incisos XXX a XXXVI
do § 1º do art. 5º do Decreto nº 8.252, de 26 de maio de 2014;
b) apresentar sugestões para a elaboração do contrato de gestão que a Anater firmará com o Ministério
do Desenvolvimento Social e para a definição dos serviços a serem contratados com o público a que se
refere o art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006; e
c) acompanhar o desempenho da Anater no que se refere às ações destinadas à agricultura familiar,
que constarão de seu relatório anual de atividades;
VIII - propor a edição de atos normativos, elaboração e alterações da legislação relacionados ao
desenvolvimento rural sustentável, à reforma agrária, ao reordenamento fundiário e à agricultura familiar;
IX - coordenar a Conferência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar
e na Reforma Agrária - CNATER, em conformidade com o disposto no caput do art. 8º da Lei nº 12.188,
de 11 de janeiro de 2010; e
X - apoiar a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário da Casa Civil
da Presidência da República no planejamento e na coordenação da Conferência Nacional de
Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário - CNDRSS.

CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO E DA ESTRUTURA

Art. 3º O Condraf será presidido pelo Secretário Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento
Agrário da Casa Civil da Presidência da República e composto pelos seguintes membros:
I - um representante de cada um dos seguintes órgãos do Governo federal:
a) Ministério da Justiça e Segurança Pública;
b) Ministério da Fazenda;
c) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
d) Ministério da Educação;
e) Ministério do Trabalho;
f) Ministério do Desenvolvimento Social;
g) Ministério da Saúde;
h) Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão;
i) Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
j) Ministério do Meio Ambiente;
k) Ministério do Turismo;
l) Ministério da Integração Nacional;
m) Ministério das Cidades;

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n) Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário da Casa Civil da
Presidência da República;
o) Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério dos Direitos
Humanos;
p) Secretaria Nacional de Juventude da Secretaria de Governo da Presidência da República; e
q) Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres da Secretaria de Governo da Presidência da
República;
II - cinco representantes de instituições representativas dos órgãos e entidades dos entes federativos,
indicados pelo Presidente do Condraf;
III - cinco representantes de organizações voltadas aos agricultores familiares, aos beneficiários do
reordenamento fundiário ou aos assentados da reforma agrária;
IV - dois representantes de organizações voltadas às mulheres trabalhadoras rurais;
V - um representante de organização voltada às comunidades remanescentes de quilombos;
VI - um representante de organização voltada às comunidades indígenas;
VII - um representante de organização voltada aos pescadores artesanais;
VIII - um representante de organização voltada às comunidades extrativistas;
IX - dois representantes de organizações voltadas à juventude rural;
X - um representante de organização voltada à educação do campo;
XI - um representante de organização voltada à rede de cooperativismo para a agricultura familiar;
XII - um representante de organização voltada às redes de agroecologia;
XIII - um representante de organização voltada aos trabalhadores da extensão rural pública oficial;
XIV - um representante de instituição religiosa com atuação no meio rural brasileiro; e
XV - quatro representantes de organizações voltadas à proteção dos biomas.
§ 1º Os representantes, titular e suplente, serão escolhidos por ato próprio do Secretário Especial de
Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário da Casa Civil da Presidência da República,
considerados, sempre que possível, os seguintes critérios:
I - a constituição da organização na forma do art. 45 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
II - a paridade de gênero;
III - a representatividade em relação aos públicos e aos temas de cada um dos setores;
IV - a atuação nacional; e
V - a capilaridade e articulação no âmbito dos biomas.
§ 2º Os membros do Condraf serão designados em ato do Secretário Especial de Agricultura Familiar
e do Desenvolvimento Agrário da Casa Civil da Presidência da República.
§ 3º Os membros a que se referem os incisos III a XV do caput serão designados para mandato de
dois anos, permitida uma recondução.

Art. 4º O Condraf terá a seguinte estrutura:


I - Plenário;
II - Presidência;
III - Secretaria-Executiva;
IV - Comitês Permanentes; e
V - Grupos Temáticos.
Parágrafo único. O Secretário-Executivo do Condraf será designado dentre os membros titulares do
Condraf pelo Secretário Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário da Casa Civil da
Presidência da República.

Art. 5º Terão assento permanente nas sessões do Plenário do Condraf, na condição de convidados
especiais:
I - os titulares das Subsecretarias da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento
Agrário da Casa Civil da Presidência da República;
II - o Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA;
III - o Presidente da Anater;
IV - o Presidente da Fundação Nacional do Índio - Funai;
V - o Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa;
VI - o Presidente do Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária - Consepa;
VII - o Presidente da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab;
VIII - o representante da Rede Nacional dos Colegiados Territoriais;
IX - o Presidente da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo;
X - o Presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - Consea;

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
XI - o Secretário da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica - CNAPO;
XII - o Presidente da Confederação Nacional do Turismo - CNTUR; e
XIII - o Presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura - Conseagri.
§ 1º Os convidados especiais a que se referem os incisos I a XIII do caput poderão indicar
representantes para comparecimento às sessões.
§ 2º Poderão também ser convidados a participar das sessões do Plenário do Condraf:
I - representantes de entidades públicas e privadas;
II - representantes de fóruns voltados ao desenvolvimento rural;
III - representantes dos Poderes Legislativo e Judiciário;
IV - técnicos, quando a pauta versar sobre temas de suas áreas de atuação;
V - representantes da sociedade civil e de movimentos sociais; e
VI - técnicos, especialistas, personalidades e representações que tratem de temas de interesse do
Condraf.
§ 2º Os convidados de que tratam o caput e o § 1º poderão emitir opiniões e pareceres e não terão
direito a voto no Condraf.

Art. 6º Os membros, os Comitês Permanentes e os Grupos Temáticos poderão encaminhar propostas


à Secretaria-Executiva do Condraf, para deliberação do Plenário, por maioria simples dos membros
presentes.
§ 1º Caberá ao Presidente do Condraf o voto de qualidade.
§ 2º Nos casos de relevância ou urgência, o Presidente do Condraf poderá deliberar ad referendum do
Plenário.
CAPÍTULO III
DAS ATRIBUIÇÕES DO PLENÁRIO, DO PRESIDENTE E DO SECRETÁRIO-EXECUTIVO DO
CONDRAF

Art. 7º São atribuições do Plenário do Condraf:


I - aprovar as propostas de resolução que serão submetidas ao Presidente do Condraf; e
II - elaborar e aprovar o Regimento Interno do Condraf.

Art. 8º São atribuições do Presidente do Condraf:


I - cumprir e fazer cumprir as deliberações do Condraf;
II - representar o Condraf no âmbito político e institucional;
III - convocar e presidir as sessões ordinárias e extraordinárias do Plenário;
IV - solicitar ao Plenário elaboração de estudos, informações e posicionamentos sobre temas de
relevante interesse público; e
V - firmar as atas das sessões do Plenário.

Art. 9º São atribuições do Secretário-Executivo do Condraf:


I - desempenhar as ações preparatórias, organizacionais e executivas necessárias ao funcionamento
do Condraf, além de registrar, arquivar e fazer publicar as deliberações emanadas das sessões do
Plenário;
II - receber, processar e encaminhar as demandas e as consultas apresentadas ao Condraf pela
sociedade, especialmente aquelas advindas dos membros do Condraf e dos convidados das sessões do
Plenário;
III - coordenar os processos de formalização, padronização, regramento, temporalidade e demais
procedimentos para composição e andamento dos trabalhos do Condraf, conforme o seu Regimento
Interno;
IV - substituir o Presidente do Condraf em suas ausências;
V - assessorar e assistir o Presidente do Condraf em seu relacionamento com os órgãos e entidades
da administração pública federal, organizações da sociedade civil e organismos internacionais; e
VI - subsidiar e acompanhar os Comitês Permanentes.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 10. O apoio administrativo às atividades do Condraf será prestado pela Secretaria Especial de
Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário da Casa Civil da Presidência da República.

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Art. 11. A participação nas atividades do Condraf será considerada prestação de serviço público
relevante, não remunerada.

Art. 12. As dúvidas e os casos omissos quanto ao disposto neste Decreto serão resolvidos pelo
Presidente do Condraf.

Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 14. Fica revogado o Decreto nº 8.735, de 3 de maio de 2016.

Brasília, 1º de novembro de 2017; 196º da Independência e 129º da República.

MICHEL TEMER

Beneficiários27
São beneficiários do PRONAF os agricultores e produtores rurais que compõem as unidades familiares
de produção rural e que comprovem seu enquadramento mediante apresentação da Declaração de
Aptidão ao Pronaf (DAP) ativa, em um dos seguintes grupos:

Grupo A: Agricultores familiares assentados pelo Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) ou
beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) que não contrataram operação de
investimento sob a égide do Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária (Procera) ou que ainda
não contrataram o limite de operações ou de valor de crédito de investimento para estruturação no âmbito
do Pronaf;

Grupo B: Beneficiários que possuam renda bruta familiar nos últimos 12 meses de produção normal,
que antecedem a solicitação da DAP, não superior a R$20.000,00 (vinte mil reais) e que não contratem
trabalho assalariado permanente;

Grupo A/C: Agricultores familiares assentados pelo PNRA ou beneficiários do PNCF que:
a) Tenham contratado a primeira operação no Grupo A;
b) Não tenham contratado financiamento de custeio, exceto no próprio Grupo A/C.

Os Agricultores Familiares que:


a) Explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, arrendatário, comodatário, parceiro,
concessionário do PNRA ou permissionário de áreas públicas;
b) Residam no estabelecimento ou em local próximo, considerando as características geográficas
regionais;
c) Não detenham, a qualquer título, área superior a quatro módulos fiscais, contíguos ou não,
quantificados conforme a legislação em vigor;
d) Obtenham, no mínimo, 50% da renda bruta familiar da exploração agropecuária e não agropecuária
do estabelecimento;
e) Tenham o trabalho familiar como predominante na exploração do estabelecimento, utilizando mão
de obra de terceiros de acordo com as exigências sazonais da atividade agropecuária, podendo manter
empregados permanentes em número menor ou igual ao número de pessoas da família ocupadas com o
empreendimento familiar;
f) Tenham obtido renda bruta familiar nos últimos 12 meses de produção normal, que antecedem a
solicitação da DAP, de até R$360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), considerando neste limite a
soma de 100% do Valor Bruto de Produção (VBP), 100% do valor da receita recebida de entidade
integradora e das demais rendas provenientes de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora
dele, recebida por qualquer componente familiar, excluídos os benefícios sociais e os proventos
previdenciários decorrentes de atividades rurais;

Demais Beneficiários: São também beneficiários do Pronaf, mediante apresentação de DAP válida,
as pessoas que:
- Atendam, no que couber, às exigências previstas no tópico IV - Agricultores familiares - e que sejam:

27
https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/PRONAF.asp#1

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
- Pescadores artesanais que se dediquem à pesca artesanal, com fins comerciais, explorando a
atividade como autônomos, com meios de produção próprios ou em regime de parceria com outros
pescadores igualmente artesanais;
- Aquicultores que se dediquem ao cultivo de organismos que tenham na água seu normal ou mais
frequente meio de vida e que explorem área não superior a 2 (dois) hectares de lâmina d'água ou, quando
a exploração se efetivar em tanque-rede, ocupem até 500m³ (quinhentos metros cúbicos) de água;
- Silvicultores que cultivem florestas nativas ou exóticas e que promovam o manejo sustentável
daqueles ambientes;
- Que se enquadrem nas alíneas de A até F28 e que sejam:
a) extrativistas que exerçam o extrativismo artesanalmente no meio rural, excluídos os garimpeiros e
faiscadores;
b) integrantes de comunidades quilombolas rurais;
c) povos indígenas;
d) demais povos e comunidades tradicionais.

Importante: A Lei nº 11.326, de 2006, estabelece as diretrizes para a formulação da Política da


Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais, e o seu artigo 3º define quem é considerado
agricultor familiar e empreendedor familiar rural.

Destinação
Os créditos são destinados ao:
- Custeio: Para financiar atividades agropecuárias e não agropecuárias de acordo com projetos
específicos ou propostas de financiamento;
- Investimento: Para financiar atividades agropecuárias ou não agropecuárias, para implantação,
ampliação ou modernização da estrutura de produção, beneficiamento, industrialização e de serviços, no
estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais próximas, de acordo com projetos específicos.
Integralização de cotas-partes pelos beneficiários nas cooperativas de produção: destinam-se a financiar
a capitalização de cooperativas de produção agropecuárias formadas por beneficiários do Pronaf;
- Industrialização: Para financiar atividades agropecuárias, da produção própria ou de terceiros
enquadrados no Pronaf, de acordo com projetos específicos ou propostas de financiamento. Os créditos
individuais, independentemente da classificação dos beneficiários a que se destinam, devem objetivar,
sempre que possível, o desenvolvimento do estabelecimento rural como um todo.

Principais Condições ao Crédito


É necessária a apresentação de garantias para obtenção de financiamento do PRONAF, sendo a
escolha dessas de livre convenção entre o financiado e o financiador, que devem ser ajustadas de acordo
com a natureza e o prazo do crédito. Um dos benefícios do PRONAF é de a documentação pertinente à
relação contratual entre o proprietário da terra e o beneficiário do crédito não estarem sujeitas à exigência
de registro em cartório.

Limites e Prazos
O valor do custeio rural contratado ao amparo do PRONAF fica limitada a R$250.000,00 por mutuário
e por ano agrícola.
O prazo de pagamentos observando os ciclos de cada empreendimento são:
- Para o Custeio Agrícola:
De até 3 anos para as culturas de açafrão e palmeira real (palmito);
De até 2 anos para as culturas bianuais;
De até 1 ano para as demais culturas.

- Para o Custeio Pecuário:


De até 6 meses, no financiamento para aquisição de bovinos e bubalinos para engorda em regime de
confinamento;
De até 2 anos quando o financiamento envolver a aquisição de bovinos e bubalinos para recria e
engorda em regime extensivo e o crédito abranger as duas finalidades na mesma operação;
De até 1 ano nos demais financiamentos, podendo esse prazo ser estendido por mais 1 ano quando o
crédito se destinar à aquicultura, conforme o ciclo produtivo de cada espécie contido no plano, proposta
ou projeto.

28
As alíneas A até F deste tópico.

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Subprogramas do PRONAF29
- Pronaf Agroindústria: financiamento a agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas e
jurídicas, e a cooperativas para investimento em beneficiamento, armazenagem, processamento e
comercialização agrícola, extrativista, artesanal e de produtos florestais; e para apoio à exploração de
turismo rural;

- Pronaf Mulher: financiamento à mulher agricultora integrante de unidade familiar de produção


enquadrada no Pronaf, independentemente do estado civil.

- Pronaf Agroecologia: financiamento a agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas,


para investimento em sistemas de produção agroecológicos ou orgânicos, incluindo-se os custos relativos
à implantação e manutenção do empreendimento.

- Pronaf ECO: financiamento a agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas, para
investimento na utilização de tecnologias de energia renovável, tecnologias ambientais, armazenamento
hídrico, pequenos aproveitamentos hidro energéticos, silvicultura e adoção de práticas conservacionistas
e de correção da acidez e fertilidade do solo, visando sua recuperação e melhoramento da capacidade
produtiva.

- Pronaf Mais Alimentos: financiamento a agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas,
para investimento em sua estrutura de produção e serviços, visando ao aumento de produtividade e à
elevação da renda da família.

- Pronaf Jovem: financiamento a agricultores e produtores rurais familiares, pessoas físicas, para
investimento nas atividades de produção, desde que beneficiários sejam maiores de 16 anos e menores
de 29 anos entre outros requisitos.

- Pronaf Microcrédito (Grupo "B"): financiamento a agricultores e produtores rurais familiares,


pessoas físicas, que tenham obtido renda bruta familiar de até R$ 20 mil, nos 12 meses de produção
normal que antecederam a solicitação da Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP).

- Pronaf Cotas-Partes: financiamento para integralização de cotas-partes por beneficiários do Pronaf


associados a cooperativas de produção rural; e aplicação pela cooperativa em capital de giro, custeio,
investimento ou saneamento financeiro.

Crédito Industrial e Agroindustrial

O crédito Industrial e Agroindustrial é uma modalidade que busca promover o desenvolvimento do


segmento por meio da expansão, diversificação e aumento de competitividade das empresas,
contribuindo para agregar valor às matérias-primas locais, mediante o financiamento de
empreendimentos de pequeno, médio e grande porte. Financia principalmente:
- A aquisição de bens de capital e implantação ou modernização, reforma ou ampliação de
empreendimentos;
- Aquisição de veículos utilitários necessários ao funcionamento do empreendimento;
- Modernização de máquinas e equipamentos;
- Aquisição de móveis e utensílios;
- Elaboração de estudos ambientais;
- Capital de giro associado ao investimento;
- Entre outras modalidades.

O público alvo são empresários registrados na junta comercial e pessoas jurídicas de direito privado
que realizem atividades produtivas no setor industrial e agroindustrial, como por exemplo, Cooperativas,
Associações de Produtores, Pequenas Indústria, Empresas Prestadoras de Serviços, entre outros.
Abaixo trazemos na íntegra o Decreto Lei 413/1969 que dispões sobre o financiamento industrial.

29
https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/pronaf

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Questões

01. (BNB - Analista Bancário - Fundação Sousândrade) O Programa Nacional de Fortalecimento


da Agricultura Familiar - PRONAF - tem suas ações orientadas pelas seguintes diretrizes, exceto:
(A) Atuar em função das demandas estabelecidas nos níveis municipal, estadual e federal pelos
agricultores familiares e suas organizações.
(B) Melhorar a qualidade de vida no segmento da agricultura familiar, mediante promoção do
desenvolvimento rural de forma sustentada.
(C) Fomentar o aprimoramento profissional do agricultor familiar, proporcionando-lhe novos padrões
tecnológicos e gerenciais.
(D) Proporcionar o aumento da capacidade produtiva, a geração de empregos e a melhoria de renda.
(E) Proporcionar a manutenção das tecnologias empregadas, mediante estímulos à pesquisa,
desenvolvimento e difusão de técnicas adequadas à agricultura familiar.

02. (Banco do Brasil - Escriturário - FCC) Sobre operações de crédito rural é correto afirmar:
(A) Podem ser utilizadas por produtor rural, desde que pessoa física.
(B) Não podem financiar atividades de comercialização da produção.
(C) É necessária a apresentação de garantias para obtenção de financiamento.
(D) Não estão sujeitas a Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações
relativas a Títulos e Valores Mobiliários - IOF.
(E) Devem ser apresentados orçamento, plano ou projeto nas operações de desconto de Nota
Promissória Rural.

03. (Bando da Amazônia - Técnico Bancário - CESGRANRIO/2018) O crédito rural abrange diversas
modalidades de financiamento aos empresários do setor, desde a fase de produção até o abastecimento
dos mercados consumidores. A modalidade que assegura aos produtores e cooperativas rurais recursos
destinados a financiar o abastecimento doméstico e o armazenamento dos estoques excedentes em
períodos de queda dos preços é denominada crédito
(A) Geral
(B) Especial
(C) De investimento
(D) De custeio
(E) De comercialização
Gabarito

01.E / 02.C / 03.A

Comentários
01. Resposta: E
O PRONAF destina-se a estimular a geração de renda e melhorar o uso da mão de obra familiar, por
meio do financiamento de atividades e serviços rurais agropecuários e não agropecuários desenvolvidos
em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias próximas, proporcionando assim a manutenção de
novas tecnologias e estimulando a pesquisa e desenvolvimento de técnicas à agricultura familiar.

02. Resposta: C
Há necessidade de dar garantir de bens, tendo em vista o processo de formalização do crédito rural
podendo ser realizada por meio dos seguintes títulos: Cédula Rural Pignoratícia; Cédula Rural
Hipotecária; entre outras.

03. Resposta: E
O custo agrícola de longo prazo tem atuação sobre a produção e o mercado de produtos agrícolas,
sobretudo no que tange à política de crédito e aos instrumentos de amparo à produção e à
comercialização.

CADERNETA DE POUPANÇA

Considere a seguinte afirmação para este tópico, tendo em vista que a Medida Provisória
567/2012, foi convertida na Lei 12.703/2012.

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Regras para a caderneta de poupança com o advento da Lei 12.703/20012

Com a publicação da Lei 12.703/2012, publicada no Diário Oficial da União no dia 07 de agosto de
2012, ficam alteradas as regras da caderneta de poupança.
Assim, a partir do dia 04 de maio de 2012, novas cadernetas de poupança ou depósitos feitos nessa
modalidade passaram a ter uma nova regra de remuneração.
Como remuneração adicional por juros de: 5% (cinco décimos por cento) ao mês, enquanto a meta da
taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco décimos
por cento); ou 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do
Brasil, mensalizada, vigente na data de início do período de rendimento, nos demais casos.
A remuneração dos depósitos de poupança é calculada sobre o menor saldo de cada período de
rendimento. O período de rendimento é o mês corrido, a partir da data de aniversário da conta de depósito
de poupança, para os depósitos de pessoas físicas e de entidades sem fins lucrativos. Para os demais
depósitos, o período de rendimento é o trimestre corrido, também contado a partir da data de aniversário
da conta.30
A data de aniversário da conta de depósito de poupança é o dia do mês de sua abertura. Considera-
se a data de aniversário das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1° do mês seguinte.
A remuneração dos depósitos de poupança é creditada ao final de cada período de rendimento, ou
seja:
I - mensalmente, na data de aniversário da conta, para os depósitos de pessoa física e de entidades
sem fins lucrativos; e
II - trimestralmente, na data de aniversário no último mês do trimestre, para os demais depósitos.

Tipos de cadernetas de poupança

Talvez a caderneta de poupança tradicional seja a única aplicação em que se pode aportar pequenas
quantias de dinheiro e ter liquidez imediata. Contudo, a rentabilidade é perdida quando o saque é feito fora
da data de aniversário, ou seja, da data em que a aplicação foi feita.
A poupança é remunerada mensalmente por uma taxa de juros de 0,5%, aplicada sobre os valores
atualizados pela TR (taxa referencial) na sua data de aniversário. Ela rende, portanto, de acordo com a
quantidade de dias úteis no mês e a variação da TR do período.
A caderneta recebe depósitos tanto de pessoas físicas quanto de empresas (inclusive micro e
pequenas empresas), sendo que sua abertura pode ser feita em qualquer dia do mês. As contas abertas
nos dias 29, 30 e 31, contudo, passam a valer somente a partir do primeiro dia útil do mês seguinte.
Para pessoas físicas e jurídicas sem fins lucrativos, a remuneração da aplicação é mensal e não há
incidência de imposto de renda (IR) sobre ganhos de capital. Para empresas (pessoas jurídicas com fins
lucrativos), a remuneração é trimestral e há incidência do imposto de renda (pela tabela regressiva).
Ademais, como já foi dito, seus rendimentos são garantidos pelo governo, por meio do FGC, no limite
de R$ 250 mil. E você pode ter quantas cadernetas quiser.

Outras modalidades de caderneta de poupança

Atualmente, além da tradicional, existem outros quatro tipos distintos de caderneta de poupança: de
rendimento trimestral, de rendimento crescente, com finalidade específica e rural. How Stuff Works
explica como funciona cada um deles:
a) Rendimento trimestral: criada em 1993, esta caderneta só permite o resgate com prazo mínimo
de 90 dias, para que o rendimento não seja perdido.
b) Rendimento crescente: esta caderneta aceita somente um depósito inicial em cada conta e,
obviamente, apenas um resgate, o que a torna pouco flexível. Sua remuneração é calculada sobre a
variação da TR do período, corrigida trimestralmente, de forma crescente, conforme a sequência abaixo:
- 1,5% ao trimestre, do primeiro a terceiro trimestres;
- 1,705% ao trimestre, do quarto ao oitavo trimestres;
- 1,942% ao trimestre, do nono ao décimo primeiro trimestres; e
- 2,177% ao trimestre, do décimo segundo trimestre em diante.

c) Com finalidade específica: A mecânica de remuneração desta caderneta de poupança é idêntica


à tradicional mensal (TR + 0,5%) ou trimestral (TR + 1,5%). A diferença é que sua utilização ocorre apenas

30
https://www4.bcb.gov.br/pec/poupanca/poupanca.asp

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em fins específicos, como por exemplo, a caução da fiança de um locatário. As modalidades disponíveis
são:
- Garantia locatícia;
- Revendedores lotéricos;
- Trabalho de condenado;
- o Crédito de valores de quotas de PIS/Pasep, do FGTS, de fundos de investimento e de saldos
liberados nas contas de depositantes falecidos, e
- o leiloeiros.

O que é Poupança e Investimento?


Os recursos necessários para uma aplicação provêm da parcela não consumida da renda, a qual se
dá o nome de poupança (por menor que seja seu valor) ou uma disponibilidade financeira, pode efetuar
um investimento, dele esperando obter:
- reserva para qualquer despesa imprevista e uma garantia para o futuro - SEGURANÇA;
- boa remuneração – RENTABILIDADE;
- esperança de ver crescer o capital empregado – VALORIAZAÇÃO;
- defesa contra eventual desvalorização do dinheiro – PROTEÇÃO;
- oportunidade de associação com empresas dinâmicas – DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO;
- rápida disponibilidade do dinheiro aplicado - LIQUIDEZ.

Por que e onde Investir?


Todo investidor busca a otimização de três aspectos básicos em um investimento: retorno, prazo e
proteção.
Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, liquidez e grau de risco. A rentabilidade é
sempre diretamente relacionada ao risco. Ao investidor cabe definir o nível de risco que está disposto a
correr, em função de obter uma maior ou menor lucratividade.

Investimentos Imobiliários
Envolvem a aquisição de bens imóveis, como terrenos e habitações. Para a economia como um todo,
entretanto, a compra de um imóvel já existente não constitui investimento, mas apenas transferência de
propriedade.
Os objetivos do investidor em imóveis são geralmente distintos daqueles almejados pelos que
procuram aplicar em valores mobiliários, sobretudo no que se refere ao fator liquidez de um e de outro
investimento.

Investimento em Títulos
Abrangem aplicações em ativos diversos, negociados no mercado financeiro (de crédito), que
apresentam características básicas com referência a:
- renda - variável ou fixa;
- prazo - variável ou fixo;
- emissão - particular ou pública.

Renda
A renda é fixa quando se conhece previamente a forma do rendimento que será conferida ao título.
Nesse caso, o rendimento pode ser pós ou prefixado, como ocorre, por exemplo, com o certificado de
depósito bancário.
A renda variável será definida de acordo com os resultados obtidos pela empresa ou instituição
emissora do respectivo título.

Prazo
Há títulos com prazo de emissão variável ou indeterminado, isto é, não têm data definida para resgate
ou vencimento, podendo sua conversão em dinheiro ser feita a qualquer momento. Já os títulos de prazo
fixo apresentam data estipulada para vencimento ou resgate, quando seu detentor receberá o valor
correspondente à sua aplicação, acrescida da respectiva remuneração.

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Financiamento à importação e à exportação. Repasses de recursos do BNDES.

Para ter sucesso no concorrido mercado internacional, os exportadores se valem de sistemas de


financiamento às exportações que tornam as condições financeiras para compra de seus produtos e
serviços mais atrativas. Muitas vezes, a decisão de compra pode ser determinada pelas condições
creditícias da operação, tendo em vista a similaridade das ofertas apresentadas quanto aos demais
aspectos.
Em uma operação de financiamento à exportação o crédito pode ser concedido na fase de produção
da mercadoria, denominando-se crédito pré-embarque (ou financiamento à produção exportável).
Conceitua-se crédito pós embarque, aquele que é ofertado na fase de comercialização da mercadoria.
Quanto ao beneficiário do crédito (tomador), a exportação financiada com recursos de terceiros
(agentes financeiros), pode ser classificada em: supplier's credit ou buyer's credit. Quando o crédito é
destinado ao fornecedor da mercadoria, usa-se o termo supplier's credit.
O financiamento supplier'scredit, na prática, é um refinanciamento, pois o vendedor, utilizando o
financiamento que recebe, financia o comprador. No caso em que crédito é fornecido diretamente ao
importador, utiliza-se a denominação buyer's credit, que significa crédito ao comprador.O financiamento
à exportação funciona de modo semelhante a qualquer financiamento no mercado interno, observadas
suas características próprias. O exportador embarca a mercadoria e fica aguardando o ingresso paulatino
da divisa, ao longo do prazo pactuado ou, então, recebe à vista do agente financiador e este se torna
credor do importador.
São consideradas exportações financiadas aquelas cujos prazos de pagamento são superiores a 180
(cento e oitenta) dias.
O prazo de pagamento da exportação de bens compreende, na maioria das vezes, o espaço de tempo
entre a data de embarque da mercadoria e a data de vencimento da última parcela do principal.
Nas exportações financiadas, os exportadores e os agentes financeiros devem obter, da parte dos
importadores, garantias que assegurem o tempestivo ingresso no país do valor em moeda estrangeirada
exportação e dos encargos incidentes no financiamento. Toda exportação financiada acarreta cobrança
de juros. Usualmente os juros são cobrados com base na taxa LIBOR (Taxa Interbancária Londrina).
Via de regra, a amortização da exportação financiada se dá pelo pagamento do principal e dos juros
em parcelas iguais e consecutivas, sempre com a mesma periodicidade.
A carência (vencimento da primeira parcela), geralmente, é limitada a 180 (cento e oitenta) dias a partir
da data de embarque do produto.

Fomento Mercantil (factoring).

Factoring é uma atividade comercial, mista e atípica, que soma prestação de serviços à compra de
ativos financeiros. A operação de Factoring é um mecanismo de fomento mercantil que possibilita à
empresa fomentada vender seus créditos, gerados por suas vendas à prazo, a uma empresa de Factoring.
O resultado disso é o recebimento imediato desses créditos futuros, o que aumenta seu poder de
negociação, por exemplo, nas compras à vista de matéria-prima, pois a empresa não se descapitaliza. A
Factoring também presta serviços à empresa - cliente, em outras áreas administrativas, deixando o
empresário com mais tempo e recursos para produzir e vender.
Banco é Banco. Factoring é Factoring.
Por definição e filosofia, o Factoring não é uma atividade financeira. A empresa de Factoring não pode
fazer captação de recursos de terceiros, nem intermediar para emprestar estes recursos, como os bancos.
O Factoring não desconta títulos e não faz financiamentos. Na verdade, o Factoring é uma atividade
comercial, pois conjuga a compra de direitos de créditos com a prestação de serviços. Para isso depende
exclusivamente de recursos próprios.

Finalidades
A finalidade principal da empresa de Factoring é o fomento mercantil.
Fomentar, assessorar, ajudar o pequeno e médio empresário a solucionar seus problemas do dia a
dia, são as finalidades básicas de uma Factoring.

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VANTAGENS DA PARCERIA COM UMA FACTORING
- A empresa recebe à vista suas vendas feitas à prazo, melhorando o fluxo de caixa para movimentar
os negócios;
- Assessoria administrativa;
- Cobrança de títulos ou direitos de créditos;
- Agilidade e rapidez nas decisões;
- Intermediação entre a empresa e seu fornecedor. O Factoring possibilita a compra de matéria-prima
à vista, gerando vantagens e competitividade;
- Análise de risco e assessoria na concessão de créditos a clientes.

COMO FUNCIONA?
O processo de Factoring inicia-se com a assinatura de um Contrato de Fomento Mercantil (contrato-
mãe) entre a empresa e a Factoring onde são estabelecidos os critérios da negociação e o fator de
compra. São 4 as etapas básicas do processo:
- A empresa vende seu bem, crédito ou serviço à prazo, gerando um crédito (exemplo: Duplicata
Mercantil), no valor correspondente;
- A empresa negocia este crédito com a Factoring;
- De posse desse crédito, a Factoring informa o sacado sobre o fato e a forma de cobrança (carteira
ou banco);
Findo o prazo negociado inicialmente, a empresa sacada pagará o valor deste crédito à Factoring,
encerrando a operação.

MODALIDADES
No mercado brasileiro o Factoring é mais atuante na modalidade convencional. Segue abaixo um
pequeno resumo das principais modalidades:
- Convencional - É a compra dos direitos de créditos das empresas fomentadas, através de um
contrato de fomento mercantil;
- Maturity - A Factoring passa a administrar as contas a receber da empresa fomentada, eliminando
as preocupações com cobrança;
- Trustee - Além da cobrança e da compra de títulos, a Factoring presta assessoria administrativa e
financeira às empresas fomentadas;
- Exportação - Nessa modalidade, a exportação é intermediada por duas empresas de Factoring (uma
de cada país envolvido), que garantem a operacionalidade e liquidação do negócio;
- Factoring Matéria-Prima - A Factoring nesse caso transforma-se em intermediário entre a empresa
fomentada e seu fornecedor de matéria-prima. A Factoring compra à vista o direito futuro deste fornecedor
e a empresa paga à Factoring com o faturamento gerado pela transformação desta matéria-prima.

PÚBLICO – ALVO
O Factoring é destinado exclusivamente às Pessoas Jurídicas, principalmente as pequenas e médias
empresas.

FACTORING FORA DO BRASIL


As operações de Factoring têm sua origem nos séculos XIV e XV, na Europa. O factor era um agente
mercantil, que vendia mercadorias a terceiros contra o pagamento de uma comissão. Eram
representantes de exportadores que conheciam muito bem as novas colônias, custodiando as
mercadorias e prestando contas aos seus proprietários. Com o tempo, esses representantes passaram a
antecipar o pagamento das mercadorias aos seus fornecedores, cobrando posteriormente dos
compradores. Hoje, além dos Estados Unidos, o Factoring é muito praticado e difundido na Inglaterra,
Suécia, Noruega, Holanda, Espanha, Itália, França e Bélgica. Entre os países da América Latina, fora o
Brasil, o Factoring encontra expressão no México, Colômbia, Peru e Equador.

O QUE NÃO É FACTORING


- Operações onde o contratante não seja Pessoa Jurídica;
- Empréstimo com garantia de linha de telefone, veículos, cheques, etc;
- Empréstimo via cartão de crédito;
- Alienação de bens móveis e imóveis;
- Financiamento ao consumo;
- Operações privativas das instituições financeiras;
- Ausência de contrato de fomento mercantil.

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RESOLUÇÃO Nº 21, DE 20 DE DEZEMBRO DE 201231

Dispõe sobre os procedimentos a serem adotados pelas empresas de fomento comercial, na forma do
§ 1º do art. 14 da Lei nº 9.613, de 1998.

O PRESIDENTE DO CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS – COAF, no uso


da atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 9º do Estatuto aprovado pelo Decreto n° 2.799, de
8.10.1998, torna público que o Plenário do Conselho, com base no art. 7º, incisos II, V e VI do referido
Estatuto, em sessão realizada em 5.12.2012, deliberou e aprovou a Resolução a seguir, em conformidade
com as normas constantes dos arts. 9º, 10, 11 e 14, caput e § 1º, todos da Lei nº 9.613, de 3.3.1998.

Seção I
Do Alcance

Art. 1º A presente Resolução tem por objetivo estabelecer normas gerais de prevenção à lavagem de
dinheiro e ao financiamento do terrorismo, sujeitando-se ao seu cumprimento as empresas de fomento
comercial ou mercantil (factoring), em qualquer de suas modalidades, inclusive a securitização de ativos,
títulos ou recebíveis mobiliários e gestoras afins.
Parágrafo único. As pessoas de que trata este artigo devem observar as disposições desta Resolução
em todos os negócios e operações que realizarem, inclusive naqueles que envolverem:
I - a compra ou venda de outros bens ou a prestação de outros serviços não pertinentes nem vinculados
à atividade principal desenvolvida; e
II – a compra ou venda de bens móveis ou imóveis que integrem seu ativo.

Seção II
Da Política de Prevenção

Art. 2º As pessoas de que trata o art. 1º devem estabelecer e implementar política de prevenção à
lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo compatível com seu porte e volume de operações,
a qual deve abranger, no mínimo, procedimentos e controles destinados:
I – à identificação e realização de devida diligência para a qualificação dos clientes e demais envolvidos
nas operações que realizarem;
II – à obtenção de informações sobre o propósito e a natureza da relação de negócios;
III – à identificação do beneficiário final das operações que realizarem;
IV – à identificação de operações ou propostas de operações suspeitas ou de comunicação obrigatória;
V – à mitigação dos riscos de que novos produtos, serviços e tecnologias possam ser utilizados para
a lavagem de dinheiro e para o financiamento do terrorismo;
VI – ao enquadramento das operações que realizarem e dos clientes em categorias de risco de
lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, levando em consideração, no mínimo, os seguintes
critérios:
a) tipos de clientes e demais envolvidos nas operações que realizam;
b) tipos de produtos e serviços negociados;
c) meios de pagamento utilizados; e
d) forma de realização das operações; e
VII – à verificação periódica da eficácia da política adotada.
Parágrafo único. A política mencionada no caput deve ser formalizada expressamente, com aprovação
pelo detentor de autoridade máxima de gestão, abrangendo, também, procedimentos para:
I - a seleção e o treinamento de empregados;
II - a disseminação do seu conteúdo ao quadro de pessoal por processos institucionalizados de caráter
contínuo;
III - o monitoramento das atividades desenvolvidas pelos empregados; e
IV - a prevenção de conflitos entre os interesses comerciais e empresariais e os mecanismos de
prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

Art. 3º As pessoas de que trata o art. 1º devem avaliar a existência de suspeição nas propostas e/ou
operações de seus clientes, dispensando especial atenção àquelas incomuns ou que, por suas
características, no que se refere a partes envolvidas, valores, forma de realização, finalidade,

31
http://www.fazenda.gov.br/orgaos/coaf/legislacao-e-normas/normas-coaf/resolucao-no-21-de-20-de-dezembro-de-2012

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complexidade, instrumentos utilizados ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam
configurar sérios indícios dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3.3.1998, ou com eles relacionar-se.

Seção III
Da Classificação de Risco dos Clientes e das Operações

Art. 4º Para o enquadramento dos clientes em categorias a que se refere o art. 2º, inciso VI, as pessoas
de que trata o art. 1º deverão utilizar, no mínimo, as seguintes informações acerca dos respectivos
clientes:
I – sobre a empresa contratante:
a) informações do contrato social:
1. objeto;
2. valor do capital; e
3. tempo de existência;
b) atividades efetivamente desenvolvidas, inclusive tipos de bens e serviços negociados,
características dos clientes e área geográfica de atuação;
c) tempo de efetiva operação;
d) endereço;
e) demonstrações contábeis, no mínimo, do ano anterior; e
f) instalações, quantidade de empregados, capacidade de geração de recebíveis e estoques; e
II – sobre os sócios, representantes e procuradores da empresa contratante:
a) perfil socioeconômico;
b) outras atividades desenvolvidas;
c) participação em outras empresas, inclusive como procurador ou detentor de qualquer outro tipo de
mandato;
d) nacionalidade;
e) endereço residencial; e
f) condição de pessoa politicamente exposta, nos termos da Resolução COAF nº 16, de 28.3.2007.
Parágrafo único. As pessoas de que trata o art. 1º deverão incluir na categoria de risco mais elevada,
no mínimo, as seguintes pessoas:
I - pessoa jurídica cujo beneficiário final não puder ser identificado ou cuja identificação for difícil ou
onerosa;
II - cliente cuja devida diligência não puder ser completada;
III - cliente representado de modo contumaz por terceiros;
IV - cliente representado por, ou de cuja composição societária ou acionária participe, pessoa
domiciliada em jurisdições com deficiências estratégicas de prevenção à lavagem de dinheiro e ao
financiamento do terrorismo ou região considerada de tributação favorecida; e
V - cliente de qualquer forma relacionado a pessoa enquadrada em qualquer das condições previstas
no art. 1º da Resolução COAF nº 15, de 28.3.2007.

Art. 5º Para o enquadramento das operações em categorias a que se refere o art. 2º, inciso VI, as
operações de que tratam os arts. 12 e 13 deverão ser classificadas na categoria de risco mais elevada.

Art. 6º A classificação do cliente na categoria de risco mais elevada não implicará necessariamente a
comunicação de todas as suas operações ao COAF.

Seção IV
Do Cadastro de Clientes e Demais Envolvidos

Art. 7º As pessoas de que trata o art. 1º devem manter cadastro de seus clientes e dos demais
envolvidos nas operações que realizarem, inclusive representantes e procuradores, em relação aos quais
devem constar, no mínimo:
I – para clientes classificados na categoria de risco mais baixa:
a) razão social e nome de fantasia;
b) número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;
c) identificação dos beneficiários finais ou o registro das medidas adotadas com o objetivo de identificá-
los, nos termos do art. 10, bem como seu enquadramento em qualquer das condições previstas nos
incisos I, II e III do art. 1º da Resolução COAF nº 15, de 28.3.2007 ou na condição de pessoa politicamente
exposta, nos termos da Resolução COAF nº 16, de 28.3.2007;

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d) data de constituição;
e) endereço;
f) número de telefone;
g) atividade(s) principal(is) desenvolvida(s);
h) valor do faturamento em cada um dos últimos três anos;
i) registro da análise que determinou a categorização de risco do cliente, nos termos do art. 4º;
j) as seguintes informações sobre todos os sócios, representantes e procuradores, exceto no caso das
sociedades anônimas de capital aberto, cujas informações deverão alcançar os controladores, presidente
e dirigentes autorizados a praticar atos de gestão que onerem o patrimônio:
1. nome completo;
2. número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF;
3. endereço residencial e comercial, inclusive eletrônico;
4. número(s) de telefone fixo(s) e móvel(is);
5. enquadramento em qualquer das condições previstas nos incisos I, II e III do art. 1º da Resolução
COAF nº 15, de 28.3.2007; e
6. enquadramento na condição de pessoa politicamente exposta, nos termos da Resolução COAF nº
16, de 28.03.2007;
k) registro do propósito e da natureza da relação de negócio;
l) data do cadastro e, quando for o caso, de suas atualizações; e
m) as correspondências impressas e eletrônicas que disponham sobre a realização de operações; ou
II – para clientes classificados na categoria de risco mais elevada:
a) todas as informações previstas no inciso I;
b) cópia do contrato social e alterações;
c) cópia do cartão de inscrição no CNPJ;
d) relatório de visita contendo informações sobre:
1. faturamento do último semestre civil, quando se tratar de micro ou pequena empresa, ou
demonstrações contábeis atualizadas, para as demais; e
2. compatibilidade das instalações, quantidade de empregados, capacidade de geração de recebíveis
e estoques com o faturamento; e
e) cópias dos seguintes documentos sobre todos os sócios, representantes e procuradores, exceto no
caso das sociedades anônimas de capital aberto, cujas informações deverão alcançar os controladores,
presidente e dirigentes autorizados a praticar atos de gestão que onerem o patrimônio:
1. documento de identificação; e
2. comprovante de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF.
§ 1º Na(s) categoria(s) de risco intermediária(s), se houver, as pessoas de que trata o art. 1º deverão,
adicionalmente ao disposto no inciso I do caput, incluir no cadastro informações ou documentos,
proporcionalmente ao respectivo risco.
§ 2º Devem ainda constar do cadastro o registro dos procedimentos e as análises de que trata o art.
9º.

Art. 8º Para a realização das operações de que trata esta Resolução, as pessoas de que trata o art. 1º
deverão assegurar-se de que as informações cadastrais do cliente estejam atualizadas no momento da
realização do negócio.

Art. 9º As pessoas de que trata o art. 1º devem adotar procedimentos adicionais de verificação sempre
que houver dúvida quanto à fidedignidade das informações constantes do cadastro ou quando houver
suspeita da prática dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3.3.1998, ou de situações a eles relacionadas.

Art. 10. As pessoas de que trata o art. 1º devem adotar medidas adequadas para compreenderem a
composição acionária e a estrutura de controle dos clientes pessoas jurídicas, com o objetivo de identificar
seu beneficiário final.
Parágrafo único. Quando não for possível identificar o beneficiário final, as pessoas de que trata o art.
1º devem dispensar especial atenção à operação, avaliando a conveniência de realizá-la ou
deestabelecer ou manter a relação de negócio.

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Seção V
Do Registro das Operações

Art. 11. As pessoas de que trata o art. 1º devem manter registro de todos os serviços que prestarem e
de todas as operações que realizarem, do qual devem constar, no mínimo:
I - a identificação do cliente;
II - sobre o representante do cliente:
a) nome do signatário do aditivo;
b) CPF do signatário do aditivo; e
c) cargo/função do signatário do aditivo;
III - sobre a operação:
a) data;
b) valor bruto;
c) valor líquido, se houver;
d) descrição pormenorizada da diferença entre os valores bruto e líquido, se houver;
e) forma e instruções de pagamento; e
f) comprovante(s)/recibo(s) da quitação, contendo:
1. meio de pagamento;
2. data do pagamento; e
3. no caso de pagamento em espécie ou por meio de cheque ao portador, identificação do signatário
representante da empresa e do portador;
IV - sobre o lastro da operação:
a) se operação de fomento comercial ou mercantil (factoring), em qualquer de suas modalidades:
1. tipos de títulos negociados;
2. identificação dos títulos negociados (número, data, valor, etc);
3. nome/razão social dos sacados; e
4. CPF/CNPJ dos sacados; ou
b) se operação prevista no parágrafo único do art. 1º:
1. tipos de mercadorias, bens ou serviços comercializados, adquiridos ou alienados;
2. descrição pormenorizada das mercadorias, bens ou serviços comercializados, adquiridos ou
alienados (data, valor, motivo, etc);
3. nome/razão social da contraparte na operação; e
4. CPF/CNPJ da contraparte na operação;
V - registro da análise que determinou a categorização de risco da operação, nos termos do art. 5º; e
VI - o registro fundamentado da decisão de proceder ou não às comunicações de que trata o art. 12,
bem como das análises de que trata o art. 3º.

Seção VI
Das Comunicações ao COAF

Art. 12. As operações e propostas de operações nas situações listadas a seguir podem configurar
sérios indícios da ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3.3.1998, ou com eles relacionar-
se, devendo ser analisadas com especial atenção e, se consideradas suspeitas, comunicadas ao COAF:
I - operação que aparente não ser resultante de atividades ou negócios usuais do cliente ou do seu
ramo de negócio;
II - operação cuja origem ou fundamentação econômica ou legal não sejam claramente aferíveis;
III - operação incompatível com o patrimônio, a capacidade econômico-financeira, ou a capacidade de
geração dos recebíveis do cliente;
IV - operação com cliente cujo beneficiário final não é possível identificar;
V - operação envolvendo pessoa jurídica domiciliada em jurisdições consideradas pelo Grupo de Ação
contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI) de alto risco ou com deficiências
estratégicas de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo ou países
ou dependências considerados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) de tributação
favorecida e/ou regime fiscal privilegiado;
VI - operação envolvendo pessoa jurídica cujos beneficiários finais, sócios, acionistas, procuradores
ou representantes legais mantenham domicílio em jurisdições consideradas pelo GAFI de alto risco ou
com deficiências estratégicas de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
terrorismo ou países ou dependências considerados pela RFB de tributação favorecida e/ou regime fiscal
privilegiado;

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VII - resistência, por parte do cliente ou demais envolvidos, ao fornecimento de informações ou
prestação de informação falsa ou de difícil ou onerosa verificação, para a formalização do cadastro ou o
registro da operação;
VIII - atuação do cliente ou demais envolvidos, inclusive sócios e acionistas, no sentido de induzir a
não realização dos registros exigidos pela legislação de prevenção à lavagem de dinheiro e ao
financiamento do terrorismo;
IX - operação da qual decorra pagamento que, por solicitação do cliente ou demais envolvidos, não
seja por meio de Transferência Eletrônica Disponível – TED, Documento de Crédito – DOC, transferência
entre contas ou cheque nominativo;
X - operação envolvendo pagamento a terceiro, mesmo quando autorizado pelo cliente, desde que não
destinado, comprovadamente, a fornecedor de bens ou serviços do cliente, ou recebimento oriundo de
terceiro que não o sacado;
XI - pagamento distribuído entre várias pessoas ou utilizando diferentes meios;
XII - operação lastreada em títulos ou recebíveis falsos ou negócios simulados;
XIII - operação em que o cliente dispense vantagens, prerrogativas ou condições especiais
normalmente consideradas valiosas para qualquer cliente;
XIV - quaisquer tentativas de burlar os controles e registros exigidos pela legislação de prevenção à
lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, inclusive mediante:
a) fracionamento;
b) pagamento em espécie;
c) pagamento por meio de cheque emitido ao portador; ou
d) outros meios;
XV – outras situações designadas em ato do Presidente do COAF; e
XVI - quaisquer outras operações que, considerando as partes e demais envolvidos, os valores, modo
de realização e meio e forma de pagamento, ou a falta de fundamento econômico ou legal, possam
configurar sérios indícios da ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3.3.1998, ou com eles
relacionar-se.

Art. 13. As operações e propostas de operações nas situações listadas a seguir devem ser
comunicadas ao COAF, independentemente de análise ou de qualquer outra consideração:
I - qualquer operação que envolva o pagamento ou recebimento de valor igual ou superior a R$
50.000,00 (cinquenta mil reais), ou equivalente em outra moeda, em espécie, inclusive a compra ou venda
de bens móveis ou imóveis que integrem o ativo das pessoas de que trata o art. 1º;
II - qualquer operação que envolva o pagamento ou recebimento de valor igual ou superior a R$
50.000,00 (cinquenta mil reais), por meio de cheque emitido ao portador, inclusive a compra ou venda de
bens móveis ou imóveis que integrem o ativo das pessoas de que trata o art. 1º;
III - qualquer das hipóteses previstas na Resolução COAF nº 15, de 28.3.2007; e
IV – outras situações designadas em ato do Presidente do COAF.
Art. 14. Caso não sejam identificadas, durante o ano civil, operações ou propostas a que se referem
os arts. 12 e 13, as pessoas de que trata o art. 1º devem declarar tal fato ao COAF até o dia 31 de janeiro
do ano seguinte.

Art. 15. As comunicações de que tratam os arts. 12 e 13, bem como a declaração de que trata o art.
14, devem ser efetuadas em meio eletrônico no sítio do COAF, no endereço www.coaf.fazenda.gov.br,
de acordo com as instruções ali definidas.

Parágrafo único. As informações fornecidas ao COAF serão protegidas por sigilo.

Seção VII
Da Guarda e Conservação de Registros e Documentos

Art. 16. As pessoas de que trata o art. 1º devem conservar os cadastros e registros de que tratam os
arts. 7º e 11, bem como as correspondências de que trata o art. 7º, por no mínimo 5 (cinco) anos, contados
do encerramento da relação contratual com o cliente.

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Seção VIII
Das Disposições Finais

Art. 17. Os procedimentos para apuração de suspeição devem ser recorrentes, inclusive, quando
necessário, com a realização de outras diligências além das expressamente previstas nesta Resolução.

Art. 18. A utilização de informações existentes em bancos de dados de entidades públicas ou privadas
não substitui nem supre as exigências previstas nos artigos 7º, 8º, 9º, e 10, admitido seu uso para, em
caráter complementar, confirmar dados e informações previamente coletados.

Art. 19. As pessoas de que trata o art. 1º devem cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no sítio
do COAF, de acordo com as instruções ali definidas.

Art. 20. As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista no art. 11 da Lei nº 9.613, de 3.3.1998,
não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.

Art. 21. As pessoas de que trata o art. 1º, bem como os seus administradores, que deixarem de cumprir
as obrigações desta Resolução sujeitam-se às sanções previstas no art. 12 da Lei nº 9.613, de 3.3.1998.

Art. 22. De modo a aprimorar os controles de que trata esta Resolução, em especial o estabelecimento
da política a que se refere o art. 2º, e para os fins referidos nos arts. 3º e 12, as pessoas de que trata o
art. 1º devem acompanhar no sítio do COAF a divulgação de informações adicionais, bem como aquelas
relativas às localidades de que tratam os incisos V e VI do art. 12.

Art. 23. As pessoas de que trata o art. 1º deverão atender às requisições formuladas pelo COAF na
periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo
das informações prestadas.

Art. 24. Fica o Presidente do COAF autorizado a expedir instruções complementares para o
cumprimento desta Resolução.

Art. 25. Esta Resolução entrará em vigor em 1.3.2013, quando ficarão revogadas a Resolução nº 13,
de 30.9.2005, e a Resolução nº 20, de 29.8.2012.

Brasília, 20 de dezembro de 2012.


ANTONIO GUSTAVO RODRIGUES
Presidente

Cartões de Crédito. Títulos de Capitalização. Planos de aposentadoria e pensão


privados. Seguros, Previdência Complementar e Capitalização.

O cartão de crédito é um serviço de intermediação que permite ao consumidor adquirir bens e serviços
em estabelecimentos comerciais previamente credenciados, mediante a comprovação de sua condição
de usuário. Tal comprovação é feita com a apresentação do cartão no ato da aquisição da mercadoria.

Juridicamente, o cartão de crédito é um contrato de adesão entre consumidor e administradora de


cartões de crédito, que tem por objeto a prestação dos seguintes serviços:
– Serviços de intermediação de pagamentos à vista entre consumidor e fornecedor pertencente a uma
rede credenciada;
– Serviço de intermediação financeira (crédito) para cobertura de obrigações assumidas através do
cartão de crédito junto a fornecedor pertencente a uma rede credenciada;
– Serviço de intermediação financeira (crédito) para cobertura de inadimplemento por parte do
consumidor de obrigações assumidas junto a fornecedor pertencente a uma rede credenciada;
– Serviço de intermediação financeira (crédito) para empréstimos em dinheiro direto ao consumidor,
disponibilizado através de operação de saque.
O contrato de intermediação de pagamentos à vista é o contrato realizado entre o consumidor e uma
administradora de cartões de crédito, que tem por objeto a prestação do serviço de intermediação de

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pagamentos à vista das obrigações assumidas por meio de cartão, até um limite estabelecido entre o
consumidor e um fornecedor de bens ou serviços pertencente a uma rede credenciada, desde que o
consumidor pague suas obrigações integralmente até o dia do vencimento da fatura e não opte pelo
parcelamento do valor das compras.

Fatura ou Demonstrativo do Cartão


As instituições devem fornecer aos seus clientes demonstrativos ou faturas mensais de cartão de
crédito, explicitando informações, no mínimo, a respeito dos seguintes aspectos:
- Limite de crédito total e limites individuais para cada tipo de operação de crédito passível de
contratação;
- Limite de crédito total e limites individuais para cada tipo de operação de crédito passível de
contratação;
- Gastos realizados com o cartão, por evento, inclusive quando parcelados;
- Identificação das operações de crédito contratadas e respectivos valores;
- Valores relativos aos encargos cobrados, informados de forma segregada de acordo com os tipos de
operações realizadas por meio do cartão;
- Valor dos encargos a ser cobrado no mês seguinte no caso de o cliente optar pelo pagamento mínimo
da fatura;
- Custo Efetivo Total (CET), para o próximo período, das operações de crédito passíveis de
contratação;
- Taxas dos encargos de atraso no pagamento ou na liquidação de obrigações.

Tarifas
O Banco Central, através da Resolução 3.919/201032 definiu cinco tipos de tarifas para cartão de
crédito:
- Segunda Via de Cartão: é cobrada para emissão de uma nova via do mesmo cartão, por motivo de
roubo, perda, entre outros pelo usuário;
- Saque: é cobrado quando o usuário efetua saques através do cartão de crédito através de caixas
eletrônicos ou outros canais de atendimento no Brasil ou no exterior;
- Anuidade: é cobrado uma vez por ano, podendo ser paga à vista ou parcelada;
- Avaliação de Crédito em Caráter de Urgência: é a tarifa cobrada quando o cliente ultrapassa o
limite máximo do cartão;
- Pagamentos de Contas: é cobrada quando o cliente utiliza o cartão de crédito para pagamento de
contas, como água, luz, boletos, entre outros.

Crédito Rotativo
A partir de Abril de 2017, com a entrada em vigor da Resolução do BACEN 4.549/201733 e
3.892/201834, o saldo devedor da fatura de cartão de crédito, quando não pago integralmente até o
vencimento, somente pode ser mantido em crédito rotativo até o vencimento da próxima fatura,
normalmente no prazo de 30 dias.
Sendo assim no mês seguinte, ou seja, no final do prazo dos 30 dias, o cliente não terá mais a opção
do pagamento mínimo e deverá escolher entre pagar o valor integral ou parcelar a fatura, de acordo com
as opções que o banco ofereça, com a taxa de juros do parcelamento sempre menor do que a do rotativo.

Sociedades Administradoras de Cartões de Crédito.

As Sociedades Administradoras de Cartões De Crédito são empresas responsáveis pela captura e


transmissão de transações dos cartões de crédito e débito e outros produtos e serviços, incrementando
os negócios dos estabelecimentos comerciais credenciados.
As principais “bandeiras” atuantes no mercado brasileiro hoje são: Visa, American Express,
MasterCard, Elo, Hipercard, Maestro, Diners, Cartão BNDES e RedeShop.

Anualmente, milhões de vendas são realizadas através de cartões de créditos, incrementando as


vendas dos comerciantes com segurança e rapidez.
Para os usuários é um forma de crédito rápido e seguro e a tendência é que o uso dos cartões de
plástico aumente cada vez mais.

32
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?tipo=res&ano=2010&numero=3919&r=1
33
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?numero=4549&tipo=Resolu%C3%A7%C3%A3o&data=26/1/2017
34
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?numero=3892&tipo=Circular&data=26/4/2018

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Constituição de Administradoras de Cartões de Crédito

Considerando-se que as empresas Administradoras de Cartões de Crédito não são instituições


financeiras e não estão legalmente subordinadas a quaisquer órgãos públicos, devemos levar em conta
a advertência do Banco Central do Brasil de que deve ser consultada a Secretaria de Direito Econômico
do Ministério da Justiça, ou às suas representações nos Estados (PROCON ou DECON).
Como obviamente não há definição, porque não existe legislação que regulamente a atuação das
Administradoras de Cartões de Créditos, resta aos interessados na constituição de empresas com tal
finalidade entrar em contato com as entidades que exploram as “bandeiras” ou “marcas” desse tipo de
prestação de serviços para seja firmado contrato entre as partes.
Em suma, as Administradoras de cartões de crédito são empresas prestadoras de serviço que fazem
a intermediação entre:
- portadores de cartão de crédito;
- estabelecimentos afiliados;
- bandeiras, e
- instituições financeiras.

Termos técnicos utilizados no segmento de cartões de crédito:


- Portador: pessoa física ou jurídica usuária do cartão;
- Bandeira: instituição que autoriza o emissor a gerar cartões com sua marca (VISA, Dinners, etc ...) e
coloca estabelecimentos no mundo inteiro à disposição para utilização deste cartão;
- Acquirer: é a administradora que pode afiliar estabelecimentos ao sistema;
- Estabelecimento: é a loja que aceita o cartão;
- Instituição financeira: são bancos autorizados pela bandeira a emitir cartões;
- Emissor: é a administradora autorizada a emitir cartões de crédito;

As Administradoras de Cartão de Crédito, por não serem instituições financeiras, não podem cobrar
juros superiores a 12% ao ano, conforme legislação em vigor. Todo o pagamento feito a título de Juros
deve ser restituído para os usuários desta modalidade de empréstimo, já que o pagamento foi nulo, diante
da ilegalidade clara desta agiotagem.

RESOLUÇÃO Nº 006, DE 2 DE JULHO DE 1999

Dispõe sobre os procedimentos a serem observados pelas administradoras de cartões de


credenciamento ou de cartões de crédito.

A Presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, no uso da atribuição que


lhe confere o inciso IV do artigo 9º do Estatuto aprovado pelo Decreto nº 2.799, de 8 de outubro de 1998,
torna público que o Plenário do Conselho, em sessão realizada em 30 de junho de 1999, com base no
artigo 14 da Lei nº 9.613, de 3 de março de1998, resolveu:

Seção I
Das Disposições Preliminares

Art. 1º Com o objetivo de prevenir e combater os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e
valores, conforme estabelecido na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, regulamentada pelo Decreto nº
2.799, de 8 de outubro de 1998, as administradoras de cartões de credenciamento ou de cartões de
crédito deverão observar as disposições constantes da presente Resolução.
Parágrafo único. Enquadram-se nas disposições desta Resolução as pessoas jurídicas, com sede ou
representação no território nacional, que exerçam a atividade de administração de cartões de
credenciamento ou de cartões de crédito, em caráter permanente ou eventual, de forma principal ou
acessória, cumulativamente ou não, nas suas várias modalidades.

Seção II
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Cadastros

Art. 2º As pessoas mencionadas no art. 1º deverão identificar seus clientes e manter cadastro nos
termos desta Resolução.

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Art. 3º O cadastro deverá conter informações sobre os intervenientes na operação que permitam
verificar sua adequada identificação, a compatibilidade entre as correspondentes movimentações de
recursos, atividade econômica e capacidade financeira.

Seção III
Dos Registros das Transações

Art. 4º As pessoas mencionadas no art. 1º deverão manter registro de toda transação realizada.

Art. 5º Do registro da fatura mensal deverá constar, no mínimo, as seguintes informações:


I – valor e data de concretização da operação;
II – identificação das partes e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF –ou no
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ; e
III – referência do ramo de atividade.

Seção IV
Das Operações Suspeitas

Art. 6º As pessoas mencionadas no art. 1º dispensarão especial atenção às operações ou propostas


que, nos termos do Anexo a esta Resolução, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos
na Lei nº 9.613, de 1998, ou com eles relacionarem-se.

Seção V
Das Comunicações ao COAF

Art. 7º As pessoas mencionadas no art. 1º deverão comunicar ao COAF qualquer operação prevista
no artigo 6º, no prazo de 24 horas após sua identificação, abstendo-se de dar ciência aos clientes de tal
ato.

Art. 8º As comunicações feitas de boa-fé, ao COAF, conforme previsto no § 2º do art. 11 da Lei nº


9.613, de 1998, não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.

Art. 9º As informações mencionadas no art. 7º poderão ser encaminhadas por meio de processo
eletrônico.

Seção VI
Das Disposições Gerais e Finais

Art. 10. As pessoas mencionadas no art. 1º deverão:


I – manter os registros previstos nesta Resolução pelo período mínimo de cinco anos, a partir da
conclusão da transação;
II – indicar ao COAF, até 30 de julho de 1999, o nome e a qualificação do responsável pelo
cumprimento das obrigações ora estabelecidas; e
III – atender, a qualquer tempo, às requisições de informação formuladas pelo COAF, a respeito de
intervenientes e transações.

Art. 11. O descumprimento das obrigações desta Resolução acarretará a aplicação pelo COAF das
sanções previstas no art. 12 da Lei nº 9.613, de 1998, na forma do disposto no Decreto n° 2.799, de 1998,
e na Portaria do Ministro de Estado da Fazenda n° 330, de 18 de dezembro de 1998.

Art. 12. O COAF disponibilizará, anteriormente ao início dos efeitos desta Resolução, endereço
eletrônico na Internet para recebimento de comunicações.

Art. 13. Fica a Presidência do Conselho autorizada a baixar as instruções complementares a esta
Resolução, em especial no que se refere às disposições constantes da Seção V – Das Comunicações ao
COAF.

Art. 14. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 2 de
agosto de 1999.

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Brasília, 2 de julho de 1999.

Adrienne Giannetti
Nelson de Senna

Anexo
Relação de operações suspeitas

1. Descumprimento por funcionário de administradora de cartões de credenciamento ou de cartões de


crédito das exigências cadastrais que levem à entrega efetiva de cartões de credenciamento ou de cartões
de crédito.
2. Oferecimento de informação cadastral falsa ou prestação de informação cadastral de difícil ou
onerosa verificação.
3. Ocorrência de saldo credor, em fatura, com habitualidade, de valor considerado expressivo.
4. Alta concentração sem causa aparente, de compras de um titular em um mesmo estabelecimento
conveniado.
5. Pedidos habituais de cancelamento de transações, após pagamento da fatura, com a devolução de
valor pago.
6. Desvios frequentes nos padrões e standards adotados por cada administradora de cartões de
credenciamento ou de cartões de crédito, no monitoramento das compras de seus titulares.
7. Ultrapassagem com habitualidade de gastos mensais, pelo titular, dos limites monitorados pelas
administradoras de cartões de credenciamento ou de cartões de crédito.
8. Aumento no volume dos negócios com cartão de crédito por parte de um estabelecimento
conveniado, sem motivo aparente.
9. Solicitações frequentes de elevação de limites de gastos mensais, pelo titular, sem comprovação de
aumento da capacidade financeira.
10. Outras operações que, por suas características, no que se refere a partes envolvidas, valores,
forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam
configurar hipótese de crimes previstos na Lei nº 9.613, de1998, ou com eles relacionarem-se.

TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO

A Capitalização é um instrumento financeiro diferente de qualquer outro. É uma forma alternativa de


acumular reservas com prazo e taxas de juros previamente determinados. É o instrumento ideal para
quem deseja realizar um projeto de vida bem especial.
Diferente da Caderneta de Poupança, um Título de Capitalização tem prazo de carência para resgates,
em geral, de 12 meses. Por esta razão, a aplicação em Títulos de Capitalização tornou-se uma das formas
mais atraentes para planejar o futuro: o estudo dos filhos, a viagem de férias, a montagem de um negócio,
a formação profissional, a compra de um carro e tantos outros projetos que exigem investimento e
disciplina para que se tornem realidade.
Depois de conviver tantos anos com inflação, o surgimento de instrumentos como o Título de
Capitalização vem transformando a vida de muitos brasileiros, estimulando a cultura da poupança e
abrindo a perspectiva de multiplicar o patrimônio por meio de sorteios. Os valores aplicados podem ser
capitalizados mensalmente ou de uma só vez.
A premiação é efetuada por meio de sorteios periódicos realizados pelas empresas de capitalização
ou não, sendo a forma mais frequente a utilização de combinação de dezenas, em série de números
previamente estabelecidos, tendo como base os sorteios da Loteria Federal.

Títulos de capitalização

É uma aplicação pela qual o subscritor (comprador do título) constitui um capital, segundo cláusulas e
regras aprovadas e mencionadas no próprio título (Condições Gerais do Título) e que será pago em
moeda corrente num prazo máximo estabelecido.
Eles são considerados, para todos os fins legais, títulos de crédito.
O título de capitalização só pode ser comercializado pelas sociedades de capitalização devidamente
autorizadas a funcionar.
A contratação de um título é realizada através do preenchimento e da assinatura do contrato.
O envio (a entrega) da proposta devidamente assinada representa a concretização da subscrição do
Título, sendo proibida a cobrança de qualquer taxa a título de inscrição.

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Importante destacar que as Condições Gerais do título devem estar disponíveis ao subscritor no ato
da contratação.
A disponibilização das Condições Gerais em momento posterior ao da contratação constitui violação
às normas, sendo a Sociedade, portanto, passível de multa; O título pode ser adquirido para outra pessoa,
aliás, o subscritor, que é a pessoa que adquire o título e assume o dever de efetuar os pagamentos, pode,
desde que comunique por escrito à Sociedade, a qualquer momento, e não somente no ato da
contratação, definir quem será o titular, isto é, quem assumirá os direitos relativos ao título, tais como o
resgate e o sorteio; Os títulos mais comuns no mercado são: o PM (pagamento mensal) e o
PU(pagamento único).
O PM é um plano em que os seus pagamentos, geralmente, são mensais e sucessivos.
É possível que após o último pagamento, o plano ainda continue em vigor, pois seu prazo de vigência
pode ser maior do que o prazo de pagamento estipulado na proposta. Por sua vez, o PU é um plano em
que o pagamento é único (realizado uma única vez), tendo sua vigência estipulada na proposta.
Enquanto que o prazo de pagamento é o período durante o qual o Subscritor compromete-se a efetuar
os pagamentos que, em geral, são mensais e sucessivos.
Outra possibilidade, como colocada acima, é a de o título ser de Pagamento Único (P.U.). Prazo de
Vigência, por sua vez, é o período durante o qual o Título de Capitalização está sendo administrado pela
Sociedade de Capitalização, sendo o capital relativo ao título atualizado monetariamente pela TR e
capitalizado pela taxa de juros informada nas Condições Gerais. Tal período deverá ser igual ou superior
ao período de pagamento.

PLANOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO PRIVADOS.

Previdência privada, também chamada de Previdência complementar, é uma forma de seguro


contratado para garantir uma renda ao comprador ou seu beneficiário. O valor do prêmio é aplicado pela
entidade gestora, que com base em cálculos atuariais, determina o valor do benefício.
Em resumo, pode-se dizer que é um sistema que acumula recursos que garantam uma renda mensal
no futuro, especialmente no período em que se deseja parar de trabalhar. Num primeiro momento, era
vista como uma forma uma poupança extra, além da previdência oficial, mas como o benefício do governo
tende a ficar cada vez menor, muitos adquirem um plano como forma de garantir uma renda razoável ao
fim de sua carreira profissional.
Há dois tipos de plano de previdência no Brasil. A aberta e a fechada.
A aberta pode ser contratada por qualquer pessoa, enquanto a fechada é destinada a grupos, como
por exemplo, funcionários de uma empresa.

Benefícios dos Planos Previdenciários


Os planos de aposentadoria e pensão privados podem ser contratados deforma individual ou coletiva
(averbados ou instituídos); e podem oferecer juntos ou separadamente, alguns tipos básicos de
benefícios, quais sejam:
- Renda por sobrevivência - renda a ser paga ao participante do plano que sobreviver ao prazo de
diferimento contratado, geralmente denominada de aposentadoria.
- Renda por invalidez - renda a ser paga ao participante, em decorrência de sua invalidez total e
permanente ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido o período de carência estabelecido
no Plano; Planos de Aposentadoria.
- Pensão por morte - renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de inscrição, em
decorrência da morte do Participante ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido o período
de carência estabelecido no Plano.
- Pecúlio por morte - importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao(s) beneficiário(s) indicado(s)
na proposta de inscrição, em decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de cobertura
e após cumprido o período de carência estabelecido no Plano.
- Pecúlio por invalidez - importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio participante, em
decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido
o período de carência estabelecido no Plano.
A SUSEP e as entidades que atuam no sistema criaram os seguintes planos padrões que atualmente
são comercializados pelo mercado de previdência aberta complementar:

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PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre
A legislação não exige depósitos periódicos no caso dos PGBLs, tipo contribuições mensais.
Os depósitos podem ser feitos à medida que haja recursos disponíveis, dentro do que for contratado
com o administrador. O participante deve verificar se tem renda para garantir o fluxo de pagamentos
acertado no contrato.
O período de contribuição para os planos depende do prazo existente entre a decisão de poupar e a
idade que o contribuinte deseja receber o benefício.
Quanto antes começa um plano de previdência privada, mais fácil é formar a poupança, porque o
volume de dinheiro que será poupado será distribuído por um número maior de meses.
Segundo, porque o efeito da parte dos juros no capital final é maior quanto maior o tempo de
contribuição. A poupança que vai garantir o pagamento dos benefícios é formada por dois valores básicos.
Um é a soma das contribuições feitas, retirando daí todos os custos. O outro é o rendimento obtido ao
longo dos anos. Quanto maior o número de anos, maior a contribuição do rendimento na formação do
capital.

VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre


O VGBL – Vida Gerador de Benefícios Livres dá ao cliente o direito de resgatarem vida, após o período
de carência, uma parte ou a totalidade do montante aplicado, acrescido do rendimento durante esse
período.
O VGBL é bastante parecido com o PGBL. Isso porque o investidor também tem seus recursos
aplicados em um FIF exclusivo, sendo cobrada taxa de carregamento, e ainda pode optar pelo perfil do
fundo em que aportará suas reservas.
O VGBL não tem garantia de remuneração mínima, sendo o benefício baseado na rentabilidade da
carteira de investimento do FIF. A transferência (portabilidade) dos recursos de uma seguradora para
outra é permitida, devendo apenas ser respeitado o período de carência, que ainda não foi regulamentado
pela Susep (Superintendência de Seguros Privados).
Conforme exposto, o PGBL e o VGBL são produtos com características bastante semelhantes. A
grande diferença está no tratamento fiscal. No PGBL, o investidor conta com o incentivo fiscal concedido
aos planos de previdência, que permite ao poupador deduzir de sua base de cálculo do Imposto de Renda
contribuições feitas a estes planos, até o limite de 12% de sua renda bruta anual.
Já o VGBL não conta com esse incentivo, mas, em compensação, o investidor não é tributado com
base na tabela progressiva no momento do resgate ou do recebimento do benefício, como ocorre no
PGBL. Sua tributação acontece apenas em relação ao ganho de capital – ou seja, o lucro. Sendo assim,
o VGBL torna-se um produto ideal para pessoas que atuam na economia informal ou que estão isentas
do Imposto de Renda e, por isso, não podem contar com a vantagem fiscal do PGBL e dos planos de
previdência em geral.

SEGUROS, PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E CAPITALIZAÇÃO.

Apólices de Seguro
Uma apólice é um documento emitido por uma seguradora, que formaliza a aceitação do risco objeto
do contrato de seguro. Nela estão discriminadas uma série de condições, como o bem segurado ou a
pessoa segurada, as coberturas e garantias contratadas, o valor do prémio, assim como o prazo do
contrato, entre outras.
A emissão da apólice não condiciona o início da cobertura do bem. O bem estará coberto assim que o
risco tiver sido aceito pelo Corretor de Seguros, caso tenha poderes para o fazer, ou mais vulgarmente
pela própria seguradora. Esta operação poderá resultar na emissão de um bilhete de seguro ou certificado
de cobertura. A apólice será enviada posteriormente.

Planos de Seguro
As sociedades seguradoras são as únicas entidades a negociar planos de seguros.
Para tanto, tais entidades seguem um conjunto de regras definidas em legislação especifica relativa
ao assunto.
Os planos de seguros existentes no mercado brasileiro são:
1. Seguro rural;
2. Seguro contra incêndio;
3. Seguro garantia;
4. Seguro de pessoas;

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5. Seguro de transporte;
6. Seguro de crédito interno;
7. Seguro de automóveis.

Seguro Rural
O Seguro Rural é um dos mais importantes instrumentos de política agrícola, por permitir ao produtor
proteger-se contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos climáticos adversos. Contudo é mais
abrangente, cobrindo não só atividade agrícola, mas também a atividade pecuária, o patrimônio do
produtor rural, seus produtos, o crédito para comercialização desses produtos, além do seguro de vida
dos produtores.
O objetivo maior do Seguro Rural é oferecer coberturas, que ao mesmo tempo atendam ao produtor e
a sua produção, à sua família, à geração de garantias a seus financiadores, investidores, parceiros de
negócios, todos interessados na maior diluição possível dos riscos, pela combinação dos diversos ramos
de seguro.

Seguro contra incêndio


Para fins de seguro, o incêndio pode ser definido como fogo que se propaga, ou se desenvolve com
intensidade, destruindo e causando prejuízos (danos). Para que fique caracterizado a ocorrência de
incêndio, para fins de seguro, não basta que exista fogo é preciso:
- que o fogo se alastre, se desenvolva, se propague;
- que a capacidade de alastrar-se não esteja limitada a um recipiente ou qualquer outro local em que
habitualmente haja fogo, ou seja, que ocorra em local indesejado ou não habitual; e
- que o fogo cause danos.

Seguro de Garantia
É um seguro que tem a finalidade de garantir o fiel cumprimento das obrigações contraídas pelo
tomador junto ao segurado em contratos privados ou públicos, bem como em licitações.
As partes se relacionam da seguinte forma: o segurado recebe uma apólice de seguro emitida pela
seguradora, garantindo as obrigações do tomador contraídas no contrato principal. Para que se conclua
a operação, a seguradora e o tomador assinam o contrato de contra garantia, garantindo o direito de
regresso da seguradora contra o tomador em um eventual sinistro.
O tomador é a pessoa jurídica ou pessoa física que assume a tarefa de construir, fornecer bens ou
prestar serviços, por meio de um contrato contendo as obrigações estabelecidas.
Ao mesmo tempo, torna-se cliente e parceiro da seguradora, que passa a garantir seus serviços.
O Tomador é o risco; o interessado em cumprir o contrato. É ele quem paga o prêmio do seguro;
O segurado é a pessoa física ou jurídica contratante da obrigação junto ao tomador e o segurador é
quem garante a realização do contrato. Geralmente este seguro é utilizado na construção civil, porém
pode ser aplicado em contratos de prestação de serviços, fornecimento e obrigações aduaneiras.
As relações entre o tomador e a seguradora regem-se pelo estabelecido na proposta de seguro e no
contrato de contra garantia.
Tal contrato é o instrumento legal que permite obter ressarcimento junto ao tomador e seus fiadores
dos valores pagos pela seguradora ao segurado. Este contrato não interfere no direito do segurado.

Seguro de Pessoas
São feitas pelas seguradoras visando a proteção de riscos suportados por pessoas físicas. Podem ser
subdivididos nas seguintes modalidades:
- Seguro de vida em grupo: garantem um pagamento de uma indenização ao segurado e aos seus
beneficiários observadas as garantias contratadas que podem ser básicas (geralmente morte ou invalidez
permanente) ou adicionais. São feitos para garantir duas ou mais pessoas, sendo obrigatoriamente
contratados por uma estipulante, que representa os segurados;
- Seguro de acidentes pessoais: garante o pagamento de uma indenização ao segurado ou a seus
beneficiários, caso aquele venha a sofre um acidente pessoal;
- Seguro de vida individual: é o seguro que garante um único segurado, contratado pelo próprio
interessado;
- Seguro educacional: auxilia o custeio das despesas com educação dos beneficiários do segurado, à
luz da ocorrência dos riscos segurados definidos no contrato;
- Seguro prestamista: são seguros em grupo, onde os segurados convencionam pagar prestações ao
estipulante pelo valor do saldo da dívida ou do compromisso feito pelo segurado.

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Seguro de Transporte
Para que possamos compreender como funciona o seguro de transporte, temos que entender como
está estruturada a operação de transporte.
O conhecimento de embarque é o contrato feito para o transporte da mercadoria entre comprador (ou
vendedor) e o transportador (ou operador de transporte multimodal). A relação existente entre as partes
deverá ser definida no contrato de compra e venda, uma vez que a definição de quem tem a obrigação
de contratar o frete constará deste.
Os principais contratos de transporte são:
- FOB: O vendedor é o responsável pela contratação do transporte e do seguro da mercadoria até a
colocação da mesma a bordo da embarcação. Cabe ao comprador contratar o transporte e o seguro a
partir deste ponto;
- CIF: este contrato prevê a obrigatoriedade do vendedor providenciar o transporte e o seguro até o
porto de destino final. Costuma ser utilizado nas exportações brasileiras; Quem pode contratar o seguro
transporte é a pessoa que tem o interesse em preservar o patrimônio contra os riscos inerentes à viagem.
Ou seja, por qualquer pessoa que tenha o interesse segurável na carga a ser transportada. Este
interesse segurável será esclarecido no contrato de compra e venda.
Neste contrato, estará definido a partir de que momento o interesse segurável passará do vendedor
ao comprador da mercadoria;

Seguro de Crédito Interno


Entende-se por operação de crédito todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou
ceder, temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que essa parcela
volte a sua posse integralmente, após decorrer o tempo estipulado.
O seguro de crédito interno é uma modalidade de seguro que tem por objetivo ressarcir o segurado
(credor), nas operações de crédito realizadas dentro do território nacional, das Perdas Líquidas Definitivas
– PLD – causadas por devedor insolvente.
O sinistro é caracterizado quando ocorre a insolvência do devedor reconhecida por meio de medidas
judiciais ou extrajudiciais realizadas para o pagamento da dívida.
Este seguro é geralmente contratado por empresas que realizam operações de crédito em suas
vendas, tanto para pessoa física como para pessoa jurídica, ou intermediários de operações de crédito,
financiamento e investimento; consórcios, empresas de factoring, etc.
Caracterizados desta forma como segurados das operações de crédito.
Os segurados também são os responsáveis pelo pagamento do prêmio de seguro. Os contratantes da
operação de crédito, ou seja, os devedores são denominados garantidos, e é sobre eles que incide o risco
de inadimplência.

Seguro de Automóveis
O Seguro de Automóveis poderá ser contratado pelas modalidades de Valor Determinado ou Valor de
Mercado Referenciado. As Seguradoras podem oferecer apenas a contratação na modalidade Valor
Determinado, apenas na modalidade Valor de Mercado Referenciado, ou ambas; As principais garantias
oferecidas são Compreensiva (colisão, incêndio e roubo), Incêndio e Roubo, Colisão e Incêndio,
Acidentes Pessoais de Passageiros e Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos: Outras garantias
podem ser contratadas. São elas:
- A assistência 24 Horas: tem como objetivo prestar assistência ao veículo segurado e a seus
ocupantes, em caso de acidente ou pane mecânica e/ou elétrica;
- Acessórios: garante a indenização dos prejuízos causados aos acessórios do veículo pelos mesmos
riscos previstos na apólice contratada.

Entende-se como acessório, original de fábrica ou não, rádio e toca-fitas, Cd players, televisores, etc,
desde que fixados em caráter permanente no veículo segurado;
- Equipamentos: garante a indenização dos prejuízos causados aos equipamentos do veículo pelos
mesmos riscos previstos na apólice contratada. Entende-se como equipamento, qualquer peça ou
aparelho fixado em caráter permanente no veículo segurado, exceto áudio e vídeo;
- Carroceria: garante indenização, no caso de danos causados à carroceria do veículo segurado, desde
que o sinistro seja decorrente de um dos riscos cobertos na apólice;
- Blindagem: está coberta por esta garantia, a blindagem do veículo segurado, contra eventos cobertos
pela apólice;

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- Despesas Extraordinárias: garante ao segurado, em caso de indenização integral, uma quantia
estipulada no contrato de seguro, para o pagamento de despesas extras relativas a documentação do
veículo, etc;
- Danos Morais: garante ao Segurado o reembolso da indenização por danos morais causados a
terceiros, pela qual vier a ser responsável civilmente em sentença judicial transitada em julgado, ou em
acordo judicial ou extrajudicial autorizado de modo expresso pela seguradora;
- Extensão de Perímetro para os Países da América do Sul: por meio desta garantia, o Segurado
poderá ampliar a área de abrangência do seguro do seu veículo para os países da América do Sul;
- Valor de Novo: Garante ao Segurado, no caso de indenização integral, a indenização referente à
Cobertura de Casco pelo Valor de Novo, nos casos em que o sinistro ocorra em até 6 ou 12 meses da
saída do veículo da concessionária.
Nas apólices celebradas com a garantia de Valor de Mercado Referenciado para veículo zero Km, é
obrigatória a fixação contratual do período de tempo, não inferior a noventa dias, em que o veículo
sinistrado com indenização integral será indenizado pelo Valor de Novo, contado a partir da data de
entrega do veículo ao segurado, devendo a Sociedade Seguradora definir expressamente as condições
necessárias para que seja aceita a cobertura como Valor de Novo.

Mercado de capitais: Ações – características e direitos. Debêntures. Notas


Promissórias Comerciais (“comercial papers”). Diferenças entre companhias
abertas e companhias fechadas. Operações de distribuição de valores
mobiliários de renda variável e de títulos de dívida ("underwriting”).
Funcionamento do mercado à vista de ações. Mercado de balcão. Fundos de
Investimento. Conceitos e operações de “corporate finance”.

O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o propósito de


proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização.
É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras
autorizadas.
No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos do capital de empresas
- as ações - ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas – debêntures conversíveis em
ações, bônus de subscrição e "commercial papers" - que permitem a circulação de capital para custear o
desenvolvimento econômico.
O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores
mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação.
Seu objetivo é canalizar as poupanças (recursos financeiros) da sociedade para o comércio, a indústria
e outras atividades econômicas. Distingue-se do mercado monetário que movimenta recursos a curto
prazo, embora tenham muitas instituições em comum.

1. Tipos de mercados

Mercado de crédito ou Mercado Monetário


Os contratos são feitos de forma individualizada entre as duas partes e as obrigações resultantes em
geral não são transferíveis. Há intermediação financeira, no caso o banco comercial é o intermediador
entre o tomador do empréstimo e o proprietário do recurso.

Podem ser divididos em:


- curto prazo e
- médio e longo prazo

O mercado de curto prazo pode ser dividido em três segmentos principais:


- mercado monetário interbancário
- mercado de dívida pública e
- mercado de dívida das empresas.

O mercado monetário interbancário (que abrange também o mercado interbancário de títulos), é um


importante segmento do mercado monetário, integrado exclusivamente por bancos, incluindo o banco
emissor. É um mercado de grande volume de transações diárias e de elevada liquidez, que abrange os

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12 países da União Monetária Europeia, os da zona euro. Das transações diárias deste mercado retira-
se um importante indicador do custo do dinheiro no tempo, para prazos curtos (até um ano): a euribor
(european interbank offer rate).
O mercado de dívida pública é o espaço de emissão e transação de títulos de dívida pública a curto
prazo, nomeadamente bilhetes do tesouro. Deste mercado retira-se igualmente um importante indicador
do custo do dinheiro no tempo, sem risco, a chamada yield dos BT's.
O mercado de dívida das empresas é constituído pelas operações de crédito bancário a curto prazo e
pelo mercado de títulos de dívida de empresas a curto prazo, o papel comercial.

O mercado de médio e longo prazo ou mercado de capitais divide-se em:


- mercado de capitais próprios (equity) e
- mercado de dívida.

Esta distinção não se aplica ao mercado monetário porque os capitais próprios são fundos a longo
prazo (na realidade, o capital próprio não tem prazo). Assume especial interesse o mercado titulado de
capitais próprios e especialmente o constituído pelas ações cotadas em bolsa.
No mercado da dívida voltamos a encontrar os segmentos de dívida pública e de dívida de empresas
(dívida bancária e mercado de obrigações). O mercado de obrigações é particularmente importante, tanto
como o mercado de ações, porque oferece liquidez e uma base objetiva de avaliação a estes títulos. O
mercado de obrigações de dívida pública (obrigações do tesouro) é muito significativo, em volume de
transações e, portanto, em liquidez. Dele se extrai um terceiro indicador importante do preço do dinheiro
no tempo (a longo prazo e sem risco), a yield das OT's.
O mercado de obrigações abrange uma variedade de títulos, desde obrigações comuns (com juros, a
taxa fixa ou variável, prazo determinado e reembolso), passando pelas obrigações perpétuas (sem prazo),
de cupão zero (sem juros periódicos), convertíveis em ações, com warrants (direitos de compra de ações),
participantes, etc. Estas últimas são geralmente incluídas num segmento classificado como híbrido,
porque se trata de títulos com características de títulos de capital próprios e características de títulos de
capital alheio.

Mercado de títulos
Os contratos são mais genéricos e padronizados de forma que podem ser transferíveis a terceiros, ou
seja, tais contratos podem ser negociáveis em mercados secundários, ganhando liquidez. Não há
intermediação financeira, o banco apenas promove o encontro entre investidores e tomadores com a
cobrança de uma taxa de corretagem.

Divide-se em:
- Títulos de Propriedade (Ações)
- Títulos de Dívidas (Debentures, Commercial Papers, bônus-bonds)

2. Mercado primário e secundário

Mercado primário
Refere-se à emissão inicial de um título, é aqui que o emissor toma e obtém os recursos. Os
lançamentos de ações novas no mercado, de forma ampla e não restrita à subscrição pelos atuais
acionistas, chamam-se lançamentos públicos de ações. É um esquema de lançamento de uma emissão
de ações para subscrição pública, no qual a empresa encarrega a um intermediário financeiro a colocação
desses títulos no mercado. Para colocação de ações no mercado primário, a empresa contrata os serviços
de instituições especializadas, tais como: bancos de investimento, sociedades corretoras e sociedades
distribuidoras, que formarão um pool de instituições financeiras para a realização de uma operação, que
pode ser conceituada como sendo um contrato firmado entre a instituição financeira líder do lançamento
de ações e a sociedade anônima, que deseja abrir o capital social.

Mercado secundário
Onde ocorre a negociação contínua dos papéis emitidos no passado. Ex: Bolsa de valores e BM&F
Para operar no mercado secundário, é necessário que o investidor se dirija a uma Sociedade corretora
membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os mais diversos
esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo
aplicador. Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor deverá
procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que participem do

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lançamento das ações pretendidas. Mais recentemente, tem se popularizado no Brasil o uso do home-
broker, ferramenta de uso da internet para a operação de compra e venda de ativos financeiros junto às
corretoras que oferecem o serviço.

Funções:
a) Proporcionar liquidez
b) Estabelecer preço para o mercado primário.

Por que e como Investir no Mercado de Capitais?

À medida que cresce o nível de poupança individual e a poupança das empresas (lucros) constituem
a fonte principal do financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos são o motor do
crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, com consequente aumento da
poupança e do investimento, assim por diante.
Esse é o esquema da circulação de capital, presente no processo de desenvolvimento econômico. As
empresas, à medida que se expandem, carecem de mais e mais recursos, que podem ser obtidos por
meio de:
- empréstimos;
- reinvestimentos de lucros;
- participação de acionistas.

As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente, as empresas utilizam-nas para manter
sua atividade operacional.
Mas é pelas participações de novos sócios - os acionistas - que uma empresa ganha condição de obter
novos recursos não exigíveis, como contrapartida à participação no seu capital.
Com os recursos necessários, as empresas têm condições de investir em novos equipamentos ou no
desenvolvimento de pesquisas melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e
beneficiando toda a comunidade.
O investidor em ações contribui assim para a produção de bens, dos quais ele também é consumidor.
Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que a
empresa obtiver lucros.
Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da participação em seus lucros.
Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o investidor se dirija a uma sociedade
corretora membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os mais
diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos
pelo aplicador.
Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor deverá
procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que participem do
lançamento das ações pretendidas.
Os países capitalistas mais desenvolvidos possuem mercados de capitais fortes e dinâmicos.
A fraqueza desse mercado nos países subdesenvolvidos dificulta a formação de poupança, constitui
um sério obstáculo ao desenvolvimento e obriga esses países a recorrer aos mercados de capitais
internacionais, sediados nas potências centrais.

MERCADO DE AÇÕES

Ativos de renda variável são aqueles que não sabemos previamente quais os rendimentos que iremos
obter no futuro e se o valor a ser resgatado pode ser maior, igual ou inferior ao que foi aplicado.

Renda Variável

Ativo financeiro é um instrumento destinado a pessoas que desejam direcionar seus recursos para
investimentos. As empresas que buscam recursos para expandir seus negócios vão ao mercado de
capitais para emitir ações, que são ativos financeiros de renda variável ou títulos de dívida, como
debêntures, que são ativos de renda fixa.

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Ações35
São valores mobiliários emitidos por sociedades anônimas (S.A) representativos de uma parcela do
seu capital social. Em outras palavras, são títulos de propriedade que conferem a seus detentores
(investidores) a participação na sociedade da empresa. Elas são emitidas por empresas que desejam
principalmente captar recursos para desenvolver projetos que viabilizem o seu crescimento.
As ações podem ser de dois tipos, ordinárias ou preferenciais, sendo que a principal diferença é que
as ordinárias dão ao seu detentor direito de voto nas assembleias de acionistas e as preferenciais
permitem o recebimento de dividendos em valor superior ao das ações ordinárias, bem como a prioridade
no recebimento de reembolso do capital.
O primeiro lançamento de ações no mercado é chamado de Oferta Pública Inicial (também conhecido
pela sigla em inglês IPO – Initial Public Offer). Após a abertura de capital e a oferta inicial, a empresa
poderá realizar outras ofertas públicas, conhecidas como “Follow on”.
As ofertas públicas de ações (IPO e Follow on) podem ser primárias e/ou secundárias. Nas ofertas
primárias, a empresa capta recursos novos para investimento e reestruturação de passivos, ou seja,
ocorre efetivamente um aumento de capital da empresa. As ofertas secundárias, por sua vez,
proporcionam liquidez aos empreendedores, que vendem parte de suas ações, num processo em que o
capital da empresa permanece o mesmo, porém ocorre um aumento na base de sócios.

Vantagens das ações para as Empresas:


- Uma empresa de capital aberto tende a ter um diferencial competitivo, tendo em vista a transparência
e a confiabilidade necessárias nas suas informações básicas fornecidas ao mercado, o que facilita os
negócios e atrai o consumidor final gerando maior reputação;
- A abertura de capital pode solucionar diversos problemas relativos a processos sucessórios,
heranças e estratégias empresariais;
- As companhias listadas nos segmentos diferenciados da B3 recebem um Selo de Governança
Corporativa que é reconhecido internacionalmente;
- As ações negociadas podem integrar os índices da B3, os quais proporcionam às companhias
visibilidade e maior demanda pelos seus papéis.

Vantagens das ações para os Investidores


- Potencial de boa rentabilidade no longo prazo;
- Recebe dividendos periodicamente;
- Não precisa de muito dinheiro para investir;
- Pode comprar ou vender suas ações no momento em que desejar;
- É possível emprestar suas ações e ganhar um rendimento extra;

Debêntures36
É um valor mobiliário emitido por sociedades por ações, representativo de dívida, que assegura a seus
detentores o direito de crédito contra a companhia emissora. Consiste em um instrumento de captação
de recursos no mercado de capitais, que as empresas utilizam para financiar seus projetos. É uma forma
também de melhor gerenciar suas dívidas.
Os recursos captados pela empresa por meio da distribuição de debêntures podem ter diferentes
usos: investimentos em novas instalações, alongamento do perfil das dívidas, financiamento de capital
de giro etc. Ao disponibilizar seus recursos para serem utilizados pela empresa, o comprador (ou
debenturista, debenturista proprietário, titular de debênture, como é chamado) faz jus a uma
remuneração.
Desta forma, a debênture é um título de crédito privado em que os debenturistas são credores da
empresa e esperam receber juros periódicos e pagamento do principal - correspondente ao valor unitário
da debênture - no vencimento do título ou mediante amortizações nas quais se paga parte do principal
antes do vencimento, conforme estipulado em um contrato específico chamado "Escritura de Emissão".
Em regra, a competência para deliberar sobre a emissão de debêntures é privativa da assembleia geral
de acionistas, que deverá fixar as condições e critérios da emissão. Entretanto, na companhia aberta, o
conselho de administração poderá deliberar sobre a emissão de debêntures não conversíveis em ações,
respeitadas as condições estatutárias.
Além disso, o estatuto da companhia aberta poderá autorizar o conselho de administração a deliberar
sobre emissão de debêntures conversíveis em ações, desde que dentro do limite de capital autorizado e
respeitadas as condições estabelecidas em Lei. Uma mesma emissão pode ter várias séries, de forma a
35
http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-derivativos/renda-variavel/acoes.htm
36
http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/valores_mobiliarios/debenture.html#

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adequar o recebimento dos recursos às necessidades da empresa. Os maiores compradores das
debêntures no mercado brasileiro são os chamados investidores institucionais, tais como grandes bancos,
fundos de pensão e seguradoras, os investidores estrangeiros, além dos investidores individuais.
As debêntures podem ser admitidas à negociação no mercado de bolsa e de balcão organizado, e
negociadas no mercado secundário através da plataforma da BM&FBOVESPA.
As debêntures podem ter por remuneração:37
- Taxa de juro prefixada; ou
- Uma das seguintes remunerações, ajustada para mais ou para menos, por taxa fixa:
a) Taxa Referencial (TR) ou Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP), observado o prazo mínimo de um
mês para vencimento ou repactuação
b) Taxa Básica Financeira (TBF), se emitidas por sociedades de arrendamento ou pelas companhias
hipotecárias, observado o prazo mínimo de dois meses para vencimento ou repactuação ou
c) Taxas flutuantes que sejam regularmente calculadas e de conhecimento público e que sejam
baseadas em operações contratadas a taxas de mercado prefixadas, com prazo não inferior ao período
de reajuste estipulado contratualmente.

- Alternativamente, é permitida a emissão de debêntures com cláusula de correção monetária baseada


nos coeficientes fixados para correção monetária de títulos públicos federais, variação da taxa cambial
ou índice de preços, ajustada, para mais ou para menos por taxa fixa.

As debêntures com cláusula de correção monetária baseada em índices de preços devem ter prazo
mínimo de um ano para o vencimento ou repactuação, observando que:
- O pagamento do valor correspondente à correção monetária não pode ser inferior a um ano;
- O pagamento do valor correspondente à correção monetária somente pode ocorrer por ocasião do
vencimento ou repactuação; e
- O pagamento de juros e amortização realizados em períodos inferiores a um ano devem ter como
base de cálculo o valor nominal das debêntures, sem considerar correção monetária de período inferior
a um ano.

Brazilian Depositary Receipts – BDRs Patrocinados Níveis I, II e III


Os Brazilian Depositary Receipts Patrocinados (BDR) são valores mobiliários emitidos no Brasil, que
possuem como lastro ativos, geralmente ações, emitidos no Exterior. Para emissão do BDR Patrocinado,
a companhia emissora dos valores mobiliários no Exterior deve contratar no Brasil uma instituição
depositária, a qual será responsável por emitir os BDRs.
A instituição depositária tem como responsabilidade garantir que os BDRs Patrocinados emitidos no
Brasil de fato estejam lastreados nos valores mobiliários emitidos no Exterior. Desta forma, a instituição
depositária mantém uma conta em um custodiante no Exterior onde permanecem depositados e
bloqueados os respectivos valores mobiliários utilizados como lastro dos BDRs Patrocinados. A instituição
depositária deve garantir que não haja qualquer descasamento entre o saldo dos valores mobiliários no
Exterior e dos BDRs emitidos.
As instituições depositárias podem emitir ou cancelar os BDRs Patrocinados conforme a demanda dos
investidores locais no mercado primário. Por exemplo, se um investidor solicitar a emissão de um BDR
Patrocinado de uma companhia estrangeira, o mesmo deverá transferir os valores mobiliários que detém
desta companhia no Exterior para a conta da instituição depositária também no Exterior. Após esta
transferência, e verificando que o saldo do lastro é suficiente, a instituição depositária emitirá os
respectivos BDRs no Brasil.
Os BDRs Patrocinados, após emitidos, podem ser negociados no mercado secundário através da
plataforma da B3 de forma semelhante às ações. Um investidor, ao adquirir BDR, indiretamente passa a
deter ações da companhia com sede em outro país, sem que para isso tenha que abrir uma conta em
uma corretora estrangeira e tampouco realizar os trâmites de um investimento internacional.

Fundos de Investimento Imobiliário (FII)


O Fundo de Investimento Imobiliário (FII) é uma comunhão de recursos destinados à aplicação em
ativos relacionados ao mercado imobiliário. Cabe ao administrador, uma instituição financeira específica,
constituir o fundo e realizar o processo de captação de recursos junto aos investidores através da venda
de cotas.

37
http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-derivativos/renda-fixa-privada-e-publica/debentures.htm

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Os recursos captados na venda das cotas poderão ser utilizados para a aquisição de imóveis rurais
ou urbanos, construídos ou em construção, destinados a fins comerciais ou residenciais, bem como para
a aquisição de títulos e valores mobiliários ligados ao setor imobiliário, tais como cotas de outros FIIs,
Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), ações de companhias do
setor imobiliário etc.
Todo FII possui um regulamento que, dentre outras disposições, determina a política de investimento
do fundo. A política pode ser específica e estabelecer, por exemplo, que o FII invista apenas em imóveis
prontos destinados ao aluguel de salas comerciais, ou ser genérica e permitir ao fundo adquirir imóveis
prontos em geral ou em construção, os quais poderão ser alugados ou vendidos. Com a aquisição dos
imóveis, o fundo obterá renda com sua locação, venda ou arrendamento. Caso aplique em títulos e
valores mobiliários, a renda se originará dos rendimentos distribuídos por esses ativos ou ainda pela
diferença entre o seu preço de compra e de venda (ganho de capital). Os rendimentos auferidos pelo FII
são distribuídos periodicamente aos seus cotistas.
O FII é constituído sob a forma de condomínio fechado, em que não é permitido ao investidor resgatar
as cotas antes de decorrido o prazo de duração do fundo. A maior parte dos FIIs tem prazo de duração
indeterminado, ou seja, não é estabelecida uma data para a sua liquidação. Nesse caso, se o investidor
decidir sair do investimento, somente poderá fazê-lo através da venda de suas cotas no mercado
secundário.

Futuro BVMF de Standard & Poors 500 (S&P 500)


Este derivativo permite que um investidor negocie hoje a expectativa de preço futuro para o portfólio
de ações representado pelo Índice S&P 500 – um dos índices de maior representatividade no mercado
financeiro mundial.
Calculado e divulgado pela Standard & Poor’s38, o Índice S&P 500 busca refletir um portfólio
diversificado de ações blue chips39 de 500 companhias norte-americanas líderes nos principais setores
econômicos (tecnologia, financeiro, saúde, consumo, indústria, materiais e serviços públicos).
Consequentemente, o índice acaba por ser também um indicador geral do mercado de ações norte-
americano, dado que o valor de mercado das ações cobertas pelo índice equivale a aproximadamente
80% da capitalização de mercado das companhias negociadas na bolsa de ações de Nova Iorque (NYS)

Futuro de Ibovespa
O Ibovespa é o índice de ações mais importante do Brasil, resultado de uma carteira teórica de ações
e units40 negociadas na B3, cuja quantidade pode variar de acordo com as regras de composição.
O Ibovespa tem como critério o retorno total ou total return das ações, refletindo assim as variações
dos ativos ao longo de sua vigência e a distribuição de proventos das empresas que as compõem. Por
ser um indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e
representatividade do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa tornou-se a referência para rentabilidade
de fundos de ações e para o desempenho da Bolsa.

NOTAS PROMISSÓRIAS COMERCIAIS (“COMERCIAL PAPERS”)

São títulos41 de curto prazo emitidos por empresas sociedades por ações, exceto as instituições
financeiras, as sociedades corretoras e distribuidoras de valores mobiliários e sociedades de
arrendamento mercantil (empresas de leasing), com a finalidade de captar recursos no mercado interno
para financiar suas necessidades de capital de giro.
É uma alternativa às operações de empréstimos bancários convencionais, pois, geralmente permitem
uma redução nas taxas de juros pela eliminação da intermediação financeira, ou seja, elimina o spread
bancário.
Diante da possibilidade dos tomadores negociarem diretamente com os investidores de mercado, as
commercial papers imprimem maior agilidade às captações das empresas.
As commercial papers podem ser transferidos de titularidade mediante endosso em preto, e os custos
de emissão são, em geral, formados pelos juros pagos aos aplicadores, comissões e despesas diversas,
tais como publicações, taxas de registro na CVM, e outros.

38
Standard & Poor's é responsável pela publicação de análises e de pesquisas sobre a bolsas de valores e títulos. É uma das três maiores agências de
classificação de risco do mundo.
39
Blue chip é o termo utilizado para descrever uma ação que se acredita ser segura, de uma empresa que esteja em excelente condição financeira e consolidada
como líder em seu ramo
40
É um pacote de classes de ativos
41
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/conteudo/commercial/25018

. 130
1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
O seu prazo mínimo de aplicação é 30 dias e o máximo de 360 dias. As empresas utilizam-se desse
recurso para financiar atividades de curto prazo e necessidades de capital de giro, por exemplo.
Para o investidor a rentabilidade é definida pelos juros pagos pela empresa, podendo ser pré-fixados
ou pós-fixados, com um indexador definido no contrato. Há também a emissão em dólares, que são uma
oportunidade para quem está buscando aplicar em dólar.
A garantia da aplicação está vinculada à situação financeira da empresa. Assim como as debêntures,
há a necessidade de registrar a emissão junto à CVM e contratação de uma instituição financeira para a
intermediação.
Há possibilidades de venda antes do vencimento para outro investidor, bastando transferir a
titularidade por meio de endosso, e vice-versa, mas para isso é preciso que tenha decorrido o prazo
mínimo de 30 dias.

DIFERENÇAS ENTRE COMPANHIAS ABERTAS E COMPANHIAS FECHADAS

Companhias Abertas
Característica do tipo de sociedade anônima em que o capital representado pelas ações, é dividido
entre muitos e indeterminados acionistas.
Além disso, essas ações podem ser negociadas nas Bolsas de Valores.

Companhias Fechadas
Característica do tipo de sociedade anônima em que o capital representado por ações, é dividido entre
poucos acionistas. Além disso, as ações não são negociáveis em Bolsas de Valores.

É ainda o que dispõe a Lei nº6.404/1976 (Lei das Sociedades Anônimas):

(...)
Companhia Aberta e Fechada

Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de
sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.
§ 1o Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada na Comissão de Valores
Mobiliários podem ser negociados no mercado de valores mobiliários.
§ 2o Nenhuma distribuição pública de valores mobiliários será efetivada no mercado sem prévio registro
na Comissão de Valores Mobiliários.
§ 3o A Comissão de Valores Mobiliários poderá classificar as companhias abertas em categorias,
segundo as espécies e classes dos valores mobiliários por ela emitidos negociados no mercado, e
especificará as normas sobre companhias abertas aplicáveis a cada categoria.
§ 4o O registro de companhia aberta para negociação de ações no mercado somente poderá ser
cancelado se a companhia emissora de ações, o acionista controlador ou a sociedade que a controle,
direta ou indiretamente, formular oferta pública para adquirir a totalidade das ações em circulação no
mercado, por preço justo, ao menos igual ao valor de avaliação da companhia, apurado com base nos
critérios, adotados de forma isolada ou combinada, de patrimônio líquido contábil, de patrimônio líquido
avaliado a preço de mercado, de fluxo de caixa descontado, de comparação por múltiplos, de cotação
das ações no mercado de valores mobiliários, ou com base em outro critério aceito pela Comissão de
Valores Mobiliários, assegurada a revisão do valor da oferta, em conformidade com o disposto no art. 4o-
A.
§ 5o Terminado o prazo da oferta pública fixado na regulamentação expedida pela Comissão de
Valores Mobiliários, se remanescerem em circulação menos de 5% (cinco por cento) do total das ações
emitidas pela companhia, a assembleia-geral poderá deliberar o resgate dessas ações pelo valor da oferta
de que trata o § 4o, desde que deposite em estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de
Valores Mobiliários, à disposição dos seus titulares, o valor de resgate, não se aplicando, nesse caso, o
disposto no § 6o do art. 44.
§ 6o O acionista controlador ou a sociedade controladora que adquirir ações da companhia aberta sob
seu controle que elevem sua participação, direta ou indireta, em determinada espécie e classe de ações
à porcentagem que, segundo normas gerais expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, impeça a
liquidez de mercado das ações remanescentes, será obrigado a fazer oferta pública, por preço
determinado nos termos do § 4o, para aquisição da totalidade das ações remanescentes no mercado.

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Art. 4o-A. Na companhia aberta, os titulares de, no mínimo, 10% (dez por cento) das ações em
circulação no mercado poderão requerer aos administradores da companhia que convoquem assembleia
especial dos acionistas titulares de ações em circulação no mercado, para deliberar sobre a realização
de nova avaliação pelo mesmo ou por outro critério, para efeito de determinação do valor de avaliação da
companhia, referido no § 4o do art. 4o.
§ 1o O requerimento deverá ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias da divulgação do valor da
oferta pública, devidamente fundamentado e acompanhado de elementos de convicção que demonstrem
a falha ou imprecisão no emprego da metodologia de cálculo ou no critério de avaliação adotado, podendo
os acionistas referidos no caput convocar a assembleia quando os administradores não atenderem, no
prazo de 8 (oito) dias, ao pedido de convocação.
§ 2o Consideram-se ações em circulação no mercado todas as ações do capital da companhia aberta
menos as de propriedade do acionista controlador, de diretores, de conselheiros de administração e as
em tesouraria.
§ 3o Os acionistas que requererem a realização de nova avaliação e aqueles que votarem a seu favor
deverão ressarcir a companhia pelos custos incorridos, caso o novo valor seja inferior ou igual ao valor
inicial da oferta pública.
§ 4o Caberá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar o disposto no art. 4o e neste artigo, e fixar
prazos para a eficácia desta revisão.

OPERAÇÕES DE UNDERWRITING

Underwriting: Esquema de lançamento de ações mediante a subscrição pública, para o qual uma
empresa encarrega um intermediário financeiro, que será responsável por sua colocação no mercado.

Underwriters: são instituições financeiras especializadas em operações de lançamento de ações no


mercado primário. No Brasil, tais instituições são, em geral, bancos múltiplos ou de investimento,
sociedades distribuidoras e corretoras que mantêm equipes formadas por analistas e técnicos capazes
de orientar os empresários, indicando-lhes as condições e a melhor oportunidade para que uma empresa
abra seu capital ao público investidor, por meio de operações de lançamento.

Underwriting Firme
No underwriting firme, o intermediário subscreve integralmente a emissão para revendê-la
posteriormente ao público. Nesta forma de contrato, a empresa não tem risco algum, pois tem a certeza
da entrada de recursos, já que o intermediário subscreve para si o total da emissão. O risco da aceitação
ou não do lançamento pelo mercado fica por conta de intermediário financeiro.

Underwriting Tipo Best-Efforts


A instituição financeira apenas se compromete a realizar "os melhores esforços", no sentido de
colocação junto ao mercado das sobras de subscrição. Não há nenhum comprometimento por parte do
intermediário para a colocação efetiva de todas as ações do lançamento. Por outro lado, a empresa não
tem a certeza de conseguir aumentar seu capital na proporção pretendida, nem no tempo envolvido para
a sua concretização, já que assume todos os riscos da aceitação ou não das ações lançadas por parte
do mercado.

Underwriting Tipo Stand-By


Reune as características do "best-efforts" e do "underwriting firme". Neste caso, o intermediário se
compromete a colocar as sobras junto ao público em determinado espaço de tempo, após o qual ele
próprio subscreve o total das ações não colocadas. Isto significa que, após decorrido o prazo no qual o
intermediário se compromete a vender as sobras de subscrição ao público, o "underwriting" se torna do
tipo firme.

FUNCIONAMENTO DO MERCADO À VISTA DE AÇÕES.

Mercado onde a liquidação física (Entrega dos títulos pelo vendedor) se processa no 1º dia útil após
realização do negócio em pregão e a liquidação financeira (pagamento dos títulos pelo comprador) se dá
no 3º dia útil posterior à negociação e somente mediante a efetiva liquidação física.

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Mercado à Vista de Derivativos

As operações em bolsa são efetuadas nos mercados à vista - no qual compradores e vendedores
estabelecem um preço para um lote de ações a ser entregue e pago no prazo determinado, atualmente
D+3, a termo - onde as partes fixam um preço para liquidação físico-financeira da ação em prazo futuro
determinado e de opções de compra ou venda -no qual as partes negociam o direito de comprar/ vender
a ação a preço e prazo futuro determinados. O recinto físico ou eletrônico de negociações é chamado de
pregão.

A Escolha da Ação

O processo de escolha da ação é a mesma para qualquer investidor - pessoa física, jurídica ou
institucional.
As ações sob a óptica de investimento, ou seja, como o emprego de capital com o objetivo de obter
ganho(s) a médio e longo prazos, em oposição a resultados imediatos podem ser divididas em:
- "blue chips" ou de 1ª linha - são ações de grande liquidez e procura no mercado de ações por parte
dos investidores, em geral de empresas tradicionais, de grande porte/ âmbito nacional e excelente
reputação, cujos preços elevados refletem estes predicados;
- de 2ª linha - são ações um pouco menos líquidas, de empresas de boa qualidade, mas de maior
risco relativamente às "blue chips", em geral de grande e médio portes, tradicionais ou não. Seus preços
são mais baixos e costumam ser mais sensíveis aos movimentos de mercado de baixa que aos de alta
(isto é, sobem depois das "blue chips" e caem antes);
- de 3ª linha - são ações com pequena liquidez, em geral de companhias de médio e pequeno portes
- porém não necessariamente de menor qualidade e maior risco relativamente às de 2ª linha -, cuja
negociação caracteriza-se pela descontinuidade;
- de privatização - são ações de companhias colocadas no mercado através de leilões do Programa
Nacional de Desestatização - PND. Algumas das companhias em processo de privatização podem já ter
suas ações negociadas em Bolsas de Valores, antes mesmo daquele ser completado, tendendo a
incrementar sua liquidez após a conclusão do mesmo.

A Dinâmica das Operações em Bolsa

Tipos de Ordem
Quando o investidor transmite sua ordem a uma corretora junto à qual é cadastrado, esta tem o dever
de executá-la prontamente ao melhor preço disponível - é a ordem a mercado.
Esta é a ordem mais comum, mas há várias outras modalidades. O investidor pode, por exemplo, fixar
um preço determinado ou melhor para sua execução -é a ordem limitada. Ou poderá fixar apenas a
quantidade de títulos, dando uma ordem administrada à corretora que a executará a seu critério.
A fim de limitar prejuízos, o investidor pode dar a ordem fixando um preço limite que, se alcançado
pela evolução das cotações, torna a ordem a mercado - é a ordem de "stop".
Há também a possibilidade de vincular a execução de uma operação à execução de outra previamente
definida e oposta (compra versus venda), no mesmo ou em diferentes mercados - é a ordem casada, que
só se efetiva se executadas as duas ordens.
De forma similar, há a ordem de financiamento, na qual o investidor determina a tomada de posições
opostas, também no mesmo ou em outro mercado, porém com prazo de vencimento distintos.
O investidor pode também fixar o prazo de validade de sua ordem, através da ordem válida para o dia
ou da ordem válida por prazo determinado - expirado o prazo, a ordem é cancelada. Há, ainda, a ordem
válida por prazo indeterminado, cuja validade só termina com a execução ou cancelamento da ordem.
Por fim, o investidor pode confiar sua carteira de títulos a um administrador, pessoa física ou jurídica, o
qual emitirá uma ordem discricionária, pela qual estabelece condições para sua execução agregada a
outras, efetuando posteriormente a identificação de titulares, lotes e preços.

Execução
O intermediário financeiro dispõe de profissionais especializados, capacitados a dar orientações sobre
investimentos, receber ordens dos investidores e transmití-las aos operadores qualificados por ela
mantidos nos pregões físicos das Bolsas, ou ainda encaminhá-las para o pregão eletrônico, o qual
também pode ser acessado diretamente pelos clientes das Corretoras através dos Home Brokers.
Liquidação Executada a ordem, tem lugar a liquidação física e financeira, processo pelo qual se dá a
transferência da propriedade dos títulos e o pagamento/ recebimento do montante financeiro envolvido,

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
dentro do calendário específico estabelecido pela bolsa para cada mercado. No mercado à vista, vigora
o seguinte calendário de liquidação:
- D+0 - dia da operação;
- D+1 - prazo para os intermediários financeiros especificarem as operações por eles executadas junto
à bolsa;
- D+2 - entrega e bloqueio dos títulos para liquidação física da operação, caso ainda não estejam na
custódia da CBLC;
- D+3 - liquidação física e financeira da operação.

A liquidação é realizada através de empresas de compensação e liquidação de negócios, que podem


ser ligadas à bolsa ou independentes. A BOVESPA utiliza a CBLC – Companhia Brasileira de Liquidação
e Custódia - para liquidar as operações realizadas em seus mercados. As corretoras da BOVESPA e
outras instituições financeiras são os agentes de compensação da CBLC, responsáveis pela boa
liquidação das operações que executam para si ou para seus clientes.

Indicadores e Índices do Mercado


As bolsas de valores, coletam, organizam e divulgam uma série de informações sobre os negócios
realizados em cada pregão. Os principais indicadores referem-se a preços e volumes das ações
negociadas, que traduzem a liquidez do mercado. São elaborados também índices que mostram o
comportamento do mercado como um todo ou segmentos específicos. O Ibovespa é o índice que
acompanha a evolução média das cotações das ações.
É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações, constituída em 1968, a partir de
uma aplicação hipotética. A carteira teórica é integrada pelas ações que, em conjunto, representaram
80% do volume transacionado a vista nos doze meses anteriores à formação da carteira.
Para que sua representatividade se mantenha ao longo do tempo, é feita uma reavaliação
quadrimestral, alterando-se a composição e peso da carteira.
Considerando-se seu rigor metodológico e o fato de que a BOVESPA concentra mais de 90% dos
negócios do país, trata-se do mais importante índice bursátil disponível, permitindo tanto avaliações de
curtíssimo prazo, como observações de expressivas séries de tempo.
O Ibovespa é uma ferramenta indispensável para quem investe em ações, quer para acompanhar o
mercado, quer para avaliar comparativamente o desempenho de sua própria carteira. A BOVESPA
divulga também o IBX-Índice Brasil, índice que mede o retorno de uma carteira de ações integrada pelas
100 ações mais negociadas e o IEE, índice setorial, que mede o desempenho das ações do setor elétrico.

MERCADO DE BALCÃO.

É o onde são negociadas ações de empresas que não têm autorização para operar na Bolsa de
Valores.
As operações de compra e venda são, então, fechadas por telefone ou por um sistema eletrônico de
negociação.
Abrangem não apenas negociações com ações como também com outros ativos, inclusive derivativos.
Na medida em que atendem a especificações determinadas pelo cliente -- não prevista nas negociações
em bolsa, -- as operações realizadas no mercado de balcão também são chamadas "sob medida", "tailor
made" ou customizadas (derivada de customer, "cliente").
Designa-se o Mercado de Balcão com o termo 'Organizado' somente a partir do momento em que se
estrutura como sistema de negociação de Títulos e Valores Mobiliários administrado por entidade
autorizada pela CVM.
Regulado pela Instrução CVM nº. 243, de 01/03/1996, que disciplina o seu funcionamento, o Mercado
de Balcão Organizado tem como principal finalidade servir como um estágio para as empresas que
desejam ter suas ações negociadas em bolsa. São empresas que ainda não possuem porte econômico
que justifique registro em uma bolsa de valores (que acarreta em custos para a companhia), que
necessitam de um período para se adaptar às normas mais exigentes e cujas ações ainda não possuem
liquidez.

Qual é a diferença entre Mercado de Bolsa e de Balcão?

No mercado de bolsa todos os negócios são feitos a partir de um conjunto de regras sobre a forma de
conduzir as operações e uma quantidade de informações muito grande à disposição do investidor.

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Para operar no mercado de balcão, é aconselhável ao investidor procurar sempre a orientação do seu
agente de investimento ates de realizar qualquer negócio. Neste mercado, que não tem lugar fixo, os
negócios podem ser fechados por telefone entre as instituições e entre elas e os seus clientes.
Em geral, as ações de companhias mais tradicionais são negociadas em bolsa e as ações de
companhias novas, no mercado de balcão.

CORPORATE FINANCE

Corporate Finance ou Finanças Corporativas são operações que os bancos realizam que envolvem
a intermediação de fusões, cisões, aquisições e incorporações de empresas. Neste segmento, juntamente
com empresas de consultoria especializadas, as instituições financeiras utilizam todo o seu conhecimento
do mundo das operações financeiras e de investimento, de forma a viabilizar tais operações, seja com
recursos nacionais ou recorrendo a recursos do exterior.

Operações específicas de Corporate Fínance.


1. Leverage buyout (LBO)
- É um negócio em que um grupo de investidores adquire o controle acionário de uma empresa
utilizando empréstimos e usando como garantia a própria empresa,
- O empréstimo pode representar até 90% do preço de aquisição e pode ser pago com o fluxo de caixa
da empresa ou com venda de parte de seus ativos.

2. Management buyout
- É um LBO em que a administração atual permanece no controle da empresa e participa de seu
controle acionário.

3. Takeover bid
- É a aquisição do controle acionário de uma empresa através do mercado de ações.
- Amigável (quando consentida pelos atuais acionistas majoritários).
- Hostil (quando não consentida pelos atuais acionistas majoritários).

4. Tender offer
- Oferta de compra que envolva um prêmio sobre o valor de mercado.

Mercado de câmbio: Operações básicas. Operações com derivativos:


características básicas do funcionamento do mercado a termo, do mercado de
opções, do mercado futuro e das operações de swap.

Mercado de câmbio é o ambiente abstrato onde se realizam as operações de câmbio (negociação de


moedas estrangeiras) entre os agentes autorizados pelo Banco Central (bancos, caixas econômicas,
corretoras, distribuidoras, agências de turismo e meios de hospedagem) e entre estes e seus clientes. É
regulamento e fiscalizado pelo Banco Central do Brasil (BACEN).
O mercado de câmbio envolve as operações de compra e de venda de moeda estrangeira, as
operações em moeda nacional entre residentes, domiciliados ou com sede no País e residentes,
domiciliados ou com sede no exterior e as operações com ouro-instrumento cambial, realizadas por
intermédio das instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio.
Mercado de câmbio42 ou mercado de divisas é o nome dado ao mercado onde são compradas e
vendidas as moedas dos diversos países. Segundo a legislação comercial vigente, as pessoas físicas ou
jurídicas não podem aceitar moedas estrangeiras em pagamento das exportações, nem moeda nacional
em pagamento das importações.

Dentro do mercado de câmbio temos:


- O Mercado de Câmbio à Vista onde são efetuadas as operações prontas de câmbio.
As operações prontas são aquelas de compra e venda de divisas para entrega imediata. Essa entrega
imediata refere-se ao prazo de até dois dias úteis contados da data da operação.

42
Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda. OPERAÇÕES DE CÂMBIO. Direito Brasil Publicações.

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
- O Mercado de Câmbio a Termo que compreende as operações futuras de câmbio.
Essas operações vêm a ser a compra ou venda de divisas estrangeiras há uma taxa cambial
determinada por ocasião da contratação, e que serão realizadas em data futura.

Para compreender melhor esse assunto é essencial entendermos o contrato de câmbio:


Contrato de Câmbio - O objetivo principal do contrato de câmbio é a compra e venda de moeda
estrangeira, cuja entrega da moeda corresponde à liquidação do contrato.
No contrato de câmbio encontram -se as informações relativas à moeda estrangeira que está sendo
comprada ou vendida, a taxa contratada, ao valor correspondente em moeda nacional e os nome do
comprador e vendedor.
O contrato de câmbio visa a prestação de um serviço por um banco a seu cliente.
Quando o cliente for exportador, o banco fará a cobrança no exterior de cambiais sacadas pelo
exportador nacional contra o importador.
Quando o cliente for importador o banco fará o recebimento em moeda local com o pagamento ao
fornecedor no exterior do valor referente à mercadoria sacada.
O contrato de câmbio é um ato bilateral e oneroso pelo qual o vendedor (exportador) vende ao banco
(comprador) as divisas estrangeiras, cuja entrega poderá ser à vista ou a prazo.
Tais cobranças e recebimentos indicam que há uma relação jurídica entre o exportador e o importador,
ou seja, um contrato de compra e venda mercantil.
A liquidação deste contrato ocorre quando há a entrega ou recebimento da moeda estrangeira,
devendo o exportador, assim que receber a moeda estrangeira decorrente da venda de sua mercadoria
entregá-la ao banco comprador, para proceder à liquidação do contrato de câmbio.
O cumprimento do contrato de câmbio independe dos resultados do negócio celebrado entre
exportador e importador, pois ao vender a moeda estrangeira, o exportador assumiu a obrigação de fazê-
la entrar no País.
O risco do negócio é do exportador, visto que o banco não participa da operação mercantil, quer quanto
a sua avaliação, quer quanto a análise do risco existente, nada tendo a ver com o resultado da exportação

Instituições Autorizadas a Operar

Podem operar no mercado de câmbio apenas as instituições autorizadas pelo Banco Central. O
segmento livre é restrito aos bancos e ao Banco Central.
No segmento flutuante, além desses dois, podem ter permissão para operar as agências de turismo, os
meios de hospedagem de turismo e as corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
A transação PCAM 830, do SISBACEN, disponível ao público em geral, lista todas as instituições
autorizadas nos dois segmentos do mercado de câmbio.
Em dúvida, o cliente deve solicitar documentação comprobatória da aprovação do Banco Central e/ou
contatar a representação do Departamento de Câmbio na praça ou região ou ainda ligar para as Centrais
de Atendimento do Banco Central.

Operações Básicas

CÂMBIO. Operação financeira que consiste em vender, trocar ou comprar valores em moedas de outros
países ou papéis que representem moedas de outros países. Para essas operações são utilizados
cheques, moedas propriamente ditas ou notas bancárias, letras de câmbio, ordens de pagamento etc.
Até o século passado, a maioria das moedas tinha seu valor determinado por certa quantia de ouro e
prata que representavam.
Atualmente não há mais o lastro metálico para servir de relação no câmbio entre as moedas, e as
taxas cambiais são determinadas por uma conjunção de fatores intrínsecos ao país, principalmente a
política econômica vigente. O câmbio não possui apenas o valor teórico de determinar preços
comparativos entre moedas, mas a função básica de exprimir a relação efetiva de troca entre diferentes
países.
A troca de moedas é consequência das transações comerciais entre países.
No Brasil, a rede bancária, liderada pelo Banco do Brasil, é a intermediária nas transações cambiais.
Os exportadores, ao receberem moeda estrangeira, vendem-na aos bancos e os bancos revendem
essa moeda aos importadores para que paguem as mercadorias compradas.
Essas transações são sempre reguladas pelo governo, que fixa os preços de compra e venda das
moedas estrangeiras.

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Estrutura do Mercado Cambial Brasileiro

- Banco Central do Brasil: órgão executor da política cambial brasileira;


- Banco Autorizado: instituição bancária com quem o cliente fecha o câmbio;
- Cliente: qualquer pessoa física ou jurídica habilitada a comprar ou vender moeda estrangeira;
- Corretor de Câmbio: intermediário de quem, facultativamente, o cliente pode se utilizar para realizar
as suas operações de câmbio.

Segmentos de Mercado

O Mercado Cambial Brasileiro está dividido em dois segmentos distintos:


a) Mercado de Taxas Livres (ou Câmbio Comercial), que abrange as operações de câmbio relativas
ao comércio exterior e de capitais estrangeiros, entre outras;
b) Mercado de Taxas Flutuantes (ou Câmbio Turismo), que engloba as operações não enquadradas
no Câmbio Comercial.

Modalidades

Câmbio livre. Regime de operações do mercado de divisas sem interferência das autoridades
monetárias. A liberação da taxa cambial faz com que o valor das moedas estrangeiras flutue de acordo
com o interesse que despertam no mercado segundo a interação da oferta e da procura.
O câmbio livre é também chamado de flutuante ou errático.
As flutuações da taxa cambial apresentam uma série de riscos, pois o mercado de divisas passa a
sofrer variações determinadas também por fatores políticos, sociais e até psicológicos.
Quando um país sofre uma crise de liquidez, por exemplo, o regime de câmbio livre estimula a
especulação com moeda estrangeira, o que eleva excessivamente sua cotação e agrava sua escassez.
Da mesma forma, os importadores passam a utilizar maior quantidade de divisas (moeda estrangeira)
para suas compras, querendo evitar pagá-las mais caras com o avanço da crise, o que agrava a crise de
liquidez.

Câmbio manual. A simples troca física da moeda de um pais pela de outro. As operações manuais de
câmbio só se fazem em dinheiro efetivo e restringem-se aos viajantes e turistas.
Nas transações de comércio exterior ou de pais a pais, utilizam-se divisas sob a forma de letras de
câmbio, cheques, ordens de pagamento ou títulos de crédito.

Câmbio múltiplo. Sistema de câmbio em que as taxas variam conforme a destinação do uso da moeda
estrangeira. Acaba funcionando como um tipo de subsídio para a compra de alguns produtos ou como
taxação na compra de outros. E adotado tanto para a importação quanto para a exportação, e alguns
países o adotam oficialmente.
O Brasil não possui câmbio múltiplo, mas certas regulamentações de natureza cambial criam efeito
semelhante. O dólar para a compra de petróleo, por exemplo, possui valor inferior ao do câmbio oficial,
contrapartida, durante algum tempo a taxação de 25% de IOF (imposto sobre Operações Financeiras) na
compra de dólares por turistas brasileiros que viajavam ao exterior criou um dólar mais caro. Estão no
mesmo caso a taxação variável dos produtos de importação (com alíquotas maiores para os chamados
supérfluos e o confisco cambial incidente sobre produtos de exportação (como o café). Consideraremos
que essas operações se realizem em um mercado cambial totalmente livre, isto é, onde inexistam
quaisquer tipos de controles de câmbio.

Nota: Algumas das operações aqui tratadas poderão não ser permitidas no Brasil, em virtude de
dispositivos cambiais vigentes.

Os negócios cambiais realizados pelos bancos podem ser efetuados com seus clientes não-bancários
(empresas, particulares etc.) como também com outros bancos (operações interbancárias).
Tais operações poderão referir-se a operações "prontas", operações "futuras", operações de swaps,
hedging etc.
As transações "interbancárias" normalmente são efetuadas por telex ou telefone, diretamente entre os
bancos ou, conforme a legislação cambial do país, com a intervenção de corretores.

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A rapidez é fator primordial na condução dessas operações os negócios são consumados dizendo-se
simplesmente "feito" a uma proposta. Uma proposta de operação deverá ser imediatamente respondida
ela outra parte, aceitando-a ou recusando-a. Uma demora na resposta poderá fazer que a outra parte se
recuse a fechar o negócio nas condições estabelecidas inicialmente. Este aspecto é de particular
importância no caso de cotações cambiais, as quais, em um mercado livre de câmbio, poderão modificar-
se rapidamente, de acordo com as condições de mercado.

Vejamos algumas perguntas mais frequentes sobre o mercado de câmbio:

1. O que é câmbio?
Câmbio é a operação de troca de moeda de um país pela moeda de outro país. Por exemplo, quando
um turista brasileiro vai viajar para o exterior e precisa de moeda estrangeira, o agente autorizado pelo
Banco Central a operar no mercado de câmbio recebe do turista brasileiro a moeda nacional e lhe entrega
(vende) a moeda estrangeira. Já quando um turista estrangeiro quer converter moeda estrangeira em
reais, o agente autorizado a operar no mercado de câmbio compra a moeda estrangeira do turista
estrangeiro, entregando-lhe os reais correspondentes.

2. O que é mercado de câmbio?


No Brasil, o mercado de câmbio é o ambiente onde se realizam as operações de câmbio entre os
agentes autorizados pelo Banco Central e entre estes e seus clientes, diretamente ou por meio de seus
correspondentes.
O mercado de câmbio é regulamentado e fiscalizado pelo Banco Central e compreende as operações
de compra e de venda de moeda estrangeira, as operações em moeda nacional entre residentes,
domiciliados ou com sede no País e residentes, domiciliados ou com sede no exterior e as operações
com ouro-instrumento cambial, realizadas por intermédio das instituições autorizadas a operar no
mercado de câmbio pelo Banco Central, diretamente ou por meio de seus correspondentes.
Incluem-se no mercado de câmbio brasileiro as operações relativas aos recebimentos, pagamentos e
transferências do e para o exterior mediante a utilização de cartões de uso internacional, bem como as
operações referentes às transferências financeiras postais internacionais, inclusive vales postais e
reembolsos postais internacionais.
À margem da lei, funciona um segmento denominado mercado paralelo. São ilegais os negócios
realizados no mercado paralelo, bem como a posse de moeda estrangeira oriunda de atividades ilícitas.

3. Qualquer pessoa física ou jurídica pode comprar e vender moeda estrangeira?


Sim, desde que a outra parte na operação de câmbio seja agente autorizado pelo Banco Central a
operar no mercado de câmbio (ou seu correspondente para tais operações) e que seja observada a
regulamentação em vigor, incluindo a necessidade de identificação em todas as operações. É dispensado
o respaldo documental das operações de valor até o equivalente a US$ 3 mil, preservando-se, no entanto,
a necessidade de identificação do cliente.

4. Que instituições podem operar no mercado de câmbio e que operações elas podem realizar?
Podem ser autorizados pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio: bancos múltiplos; bancos
comerciais; caixas econômicas; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; bancos de câmbio;
agências de fomento; sociedades de crédito, financiamento e investimento; sociedades corretoras de
títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades
corretoras de câmbio.
Esses agentes podem realizar as seguintes operações:
a) bancos, exceto de desenvolvimento, e a Caixa Econômica Federal: todas as operações previstas
para o mercado de câmbio;
b) bancos de desenvolvimento; sociedades de crédito, financiamento e investimento e agências de
fomento: operações específicas autorizadas pelo Banco Central;
c) sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores
mobiliários e sociedades corretoras de câmbio:
c 1.) operações de câmbio com clientes para liquidação pronta de até US$100 mil ou o seu equivalente
em outras moedas; e
c 2.) operações no mercado interbancário, arbitragens no País e, por meio de banco autorizado a
operar no mercado de câmbio, arbitragem com o exterior.
Além desses agentes, o Banco Central também concedia autorização para agências de turismo e
meios de hospedagem de turismo para operarem no mercado de câmbio. Atualmente, não se concede

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mais autorização para esses agentes, permanecendo ainda apenas aquelas agências de turismo cujos
proprietários pediram ao Banco Central autorização para constituir instituição autorizada a operar em
câmbio. Enquanto o Banco Central está analisando tais pedidos, as agências de turismo ainda
autorizadas podem continuar a realizar operações de compra e venda de moeda estrangeira em espécie,
cheques e cheques de viagem, relativamente a viagens internacionais.
As instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio podem contratar correspondentes (pessoas
jurídicas em geral) para a realização das seguintes operações de câmbio:
a) execução ativa ou passiva de ordem de pagamento relativa a transferência unilateral (ex:
manutenção de residentes, transferência de patrimônio, prêmios em eventos culturais e esportivos) do ou
para o exterior, limitada ao valor equivalente a US$ 3 mil dólares dos Estados Unidos, por operação;
b) compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheque ou cheque de viagem, bem como carga
de moeda estrangeira em cartão pré-pago, limitada ao valor equivalente a US$ 3 mil dólares dos Estados
Unidos, por operação; e
c) recepção e encaminhamento de propostas de operações de câmbio.
As operações realizadas pelos correspondentes são de total responsabilidade da instituição
contratante (para mais informações sobre correspondentes, consulte: Perfis > Cidadão > Perguntas
frequentes, cartilhas e notícias > Perguntas frequentes > Correspondentes no país).

A ECT também é autorizada pelo Banco Central a realizar operações com vales postais internacionais,
emissivos e receptivos, destinadas a atender compromissos diversos, tais como: manutenção de pessoas
físicas, contribuições previdenciárias, aposentadorias e pensões, aquisição de medicamentos para uso
particular, pagamento de aluguel de veículos, multas, doações. Por meio dos vales postais internacionais,
a ECT também pode dar curso a recebimentos ou pagamentos conduzidos sob a sistemática de câmbio
simplificado de exportação ou de importação, observado o limite de US$50 mil, ou seu equivalente em
outras moedas, por operação.
A relação dos agentes autorizados a operar no mercado de câmbio pode ser consultada em: Câmbio
e Capitais Internacionais > Instituições que atuam no mercado de câmbio.

5. Que operações podem ser realizadas no mercado de câmbio?


Quaisquer pagamentos ou recebimentos em moeda estrangeira podem ser realizados no mercado de
câmbio, inclusive as transferências para fins de constituição de disponibilidades no exterior e seu retorno
ao País e aplicações no mercado financeiro. As pessoas físicas e as pessoas jurídicas podem comprar e
vender moeda estrangeira ou realizar transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem
limitação de valor, observada a legalidade da transação, tendo como base a fundamentação econômica
e as responsabilidades definidas na respectiva documentação.
Embora do ponto de vista cambial não exista restrição para a movimentação de recursos, os agentes
do mercado e seus clientes devem observar eventuais restrições legais ou regulamentares existentes
para determinados tipos de operação. Como exemplo, relativamente à colocação de seguros no exterior,
devem ser observadas as disposições dos órgãos e entidades responsáveis pela regulação do segmento
segurador.

6. Os bancos são obrigados a vender moeda em espécie?


Não. Normalmente, os agentes autorizados a operar em câmbio, por questão de administração de
caixa e estratégia operacional, procuram operar com o mínimo possível de moeda em espécie.

7. O que é mercado primário e mercado secundário?


A operação de mercado primário implica o recebimento ou a entrega de moeda estrangeira por parte
de clientes no País, correspondendo a fluxo de entrada ou de saída da moeda estrangeira do País. Esse
é o caso das operações realizadas com exportadores, importadores, viajantes, etc. Já no mercado
secundário, também denominado mercado interbancário quando os negócios são realizados entre
bancos, a moeda estrangeira é negociada entre as instituições integrantes do sistema financeiro e
simplesmente migra do ativo de uma instituição autorizada a operar no mercado de câmbio para o de
outra, igualmente autorizada, não havendo fluxo de entrada ou de saída da moeda estrangeira do País.

8. O que é posição de câmbio?


A posição de câmbio é representada pelo saldo das operações de câmbio (compra e venda de moeda
estrangeira, de títulos e documentos que as representem e de ouro-instrumento cambial) prontas ou para
liquidação futura, realizadas pelas instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil a operar no
mercado de câmbio.

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9. O que é posição de câmbio comprada?
A posição de câmbio comprada é o saldo em moeda estrangeira registrado em nome de uma instituição
autorizada que tenha efetuado compras, prontas ou para liquidação futura, de moeda estrangeira, de
títulos e documentos que as representem e de ouro-instrumento cambial, em valores superiores às
vendas.

10. O que é posição de câmbio vendida?


A posição de câmbio vendida é o saldo em moeda estrangeira registrado em nome de uma instituição
autorizada que tenha efetuado vendas, prontas ou para liquidação futura, de moeda estrangeira, de títulos
e documentos que as representem e de ouro-instrumento cambial, em valores superiores às compras.

11. O que é operação pronta?


A operação de câmbio (compra ou venda) pronta é a operação a ser liquidada em até dois dias úteis
da data de contratação.

12. O que é operação para liquidação futura?


A operação de câmbio (compra ou venda) para liquidação futura é a operação a ser liquidada em prazo
maior que dois dias.

13. O que é contrato de câmbio?


Contrato de câmbio é o documento que formaliza a operação de compra ou de venda de moeda
estrangeira. Nele são estabelecidas as características e as condições sob as quais se realiza a operação
de câmbio. Dele constam informações relativas à moeda estrangeira que um cliente está comprando ou
vendendo, à taxa contratada, ao valor correspondente em moeda nacional e aos nomes do comprador e
do vendedor. Os contratos de câmbio devem ser registrados no Sistema Integrado de Registro de
Operações de Câmbio (Sistema Câmbio) pelo agente autorizado a operar no mercado de câmbio.
Nas operações de compra ou de venda de moeda estrangeira de até US$ 3 mil, ou seu equivalente
em outras moedas estrangeiras, não é obrigatória a formalização do contrato de câmbio, mas o agente
do mercado de câmbio deve identificar seu cliente e registrar a operação no Sistema Câmbio.

14. O que é política cambial?


É o conjunto de ações governamentais diretamente relacionadas ao comportamento do mercado de
câmbio, inclusive no que se refere à estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço
de pagamentos.

15. Qual é o papel do Banco Central no mercado de câmbio?


O Banco Central executa a política cambial definida pelo Conselho Monetário Nacional. Para tanto,
regulamenta o mercado de câmbio e autoriza as instituições que nele operam. Também compete ao
Banco Central fiscalizar o referido mercado, podendo punir dirigentes e instituições mediante multas,
suspensões e outras sanções previstas em lei. Além disso, o Banco Central pode atuar diretamente no
mercado, comprando e vendendo moeda estrangeira de forma ocasional e limitada, com o objetivo de
conter movimentos desordenados da taxa de câmbio.

Contratos de câmbio: características.

Embora fechadas por telefone, as operações de câmbio têm de ser formalizadas através de
instrumento próprio, o Contrato de Câmbio. Padronizado pelo Banco Central do Brasil, sua formalização
se dá através do SISBACEN -Sistema de Informações do Bacen.
Existem vários tipos de Contratos de Câmbio, dentre eles:

Tipo 01 –exportação
Tipo 02 –importação
Tipo 03 -transferências financeiras do exteriortipo
Tipo 04 -transferências financeiras para o exterior

Uma vez fechados, os contratos devem ser liquidados.


Liquidar significa, a rigor, entregara moeda estrangeira que foi vendida. Quanto ao prazo para
liquidação, os contratos de câmbio podem ser:
a) Prontos: são aqueles cuja liquidação deve ocorrer em até 2 dias úteis;
b) Futuros: aqueles cuja liquidação deva ser processada em prazo maior que 2 dias úteis.

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A maioria dos contratos de exportação é fechada para liquidação futura.
A operação de câmbio é uma operação financeira e, como tal, deve ser realizada pelo Departamento
Financeiro da empresa. Equivocadamente, alguns profissionais do Comércio Exterior têm considerado o
câmbio como operação secundária na exportação. Trata-se de um erro imperdoável. Afinal, a mercadoria
mais preciosa no mundo moderno é o dinheiro. E, por essa razão, é muito importante que se dispense
um cuidado especial para essa operação. Qualquer margem de lucro da exportação esvai-se numa
operação de câmbio mal conduzida.
Portanto, faz-se mister que o exportador esteja atento para a escolha do banco com o qual pretende
realizar a operação. Nem sempre o banco que habitualmente supre as suas necessidades no mercado
doméstico pode atendê-lo nas operações internacionais.
Sugere-se, pois, uma avaliação do banco, levando-se em conta alguns aspectos específicos, tais
como:
- a sua tradição no mercado internacional;
- seu porte e/ou participação de capital estrangeiro;
- sua rede de agências e/ou correspondentes no exterior;
- sua participação no mercado cambial;
- tarifas de serviços;
- qualidade dos serviços prestados.

Além disso, o banco deve ser um parceiro disposto a assessorá-lo, pronto para lhe apresentar novas
alternativas de negócios.
A negociação do câmbio entre o exportador e o banco poderá ser realizada diretamente ou com a
intermediação de um Corretor de Câmbio. O corretor não é parte da operação. É apenas um interveniente.
Responde pelos aspectos formais e pela identificação do seu cliente e não pelos direitos e obrigações
decorrentes do contrato de câmbio. Trata-se de um prestador de serviços.
Dentre as suas funções, merecem destaque as seguintes:
- intermediar a operação;
- orientar o exportador quanto aos aspectos técnicos, regulamentares, administrativos e financeiros;
- buscar o melhor negócio para o exportador;
- assessorá-lo no enquadramento técnico e regulamentar das operações;
- estar permanentemente na busca de novas alternativas para o exportador; e
- acompanhar a operação até a sua final liquidação.

O corretor de câmbio pode ser de capital importância na operação uma vez que ele participa do
mercado em "full time". Isto lhe permite absorver, processar e divulgar informações indispensáveis para
a correta contratação do câmbio. Sua intervenção é facultativa. Pelos serviços prestados, o corretor
recebe uma corretagem paga pelo cliente.

Quando "fechar" o câmbio?

O câmbio poderá ser fechado antes ou após o embarque da mercadoria: Nas operações cursadas sob
a modalidade de pagamento antecipado, o câmbio é contratado para liquidação pronta, antes do
embarque.
Nas operações conduzidas sob as demais modalidades (remessa, cobrança e crédito documentário),
em que o pagamento pelo importador estrangeiro é realizado após o embarque da mercadoria (à vista ou
a prazo), os contratos são fechados para liquidação pronta ou futura, antes ou após o embarque da
mercadoria, conforme o caso:
- se antes do embarque: com antecedência de até 360 dias;
- se após o embarque: até 180 dias após, respeitado o vencimento do saque; e
- prazos especiais para exportação em consignação, operações com margem não sacada e operações
de câmbio simplificado.

Por que fechar antes ou após o Embarque?

Os negócios de câmbio devem ser analisados no contexto dos mercados financeiros nacional e
internacional, uma vez que envolvem recursos. Em moeda nacional, moeda estrangeira, taxa de juros
nacionais e internacionais e política cambial. Operando num mercado de taxas flutuantes, o exportador
precisa, diariamente, se valer de informações que o permita entender e, até mesmo, antever, as
flutuações do mercado, sob pena de realizar a operação em dia ou momento impróprio.

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Fechamento ANTES do Embarque, com ACC

Historicamente, o exportador que necessite de recursos para financiar a produção de mercadoria a ser
exportada, obtê-los-á através do contrato de câmbio a um custo menor que eventuais recursos
disponíveis no mercado doméstico.
E o mecanismo para obtenção destes recursos é simples: o exportador vende a moeda estrangeira
para entrega futura e solicita ao banco a antecipação do valor em moeda nacional (ACC - Adiantamento
sobre Contrato de Câmbio).
Esta antecipação também pode ser interessante mesmo quando a empresa não tenha necessidade
de caixa. Toma-se o ACC para aplicação dos recursos no mercado financeiro doméstico, gerando, assim,
uma receita adicional à exportação.
Certamente que o exportador, em quaisquer dos casos, deverá estar atento a duas questões
fundamentais:
a) o comportamento do mercado financeiro doméstico; e
b) principalmente, a certeza de que poderá realizar a exportação.

O exportador que vende câmbio futuro deve ter a segurança de que está apto a promover o embarque
da mercadoria e a liquidação da operação, mediante entrega da moeda estrangeira. Cabe ao banco
comprador do câmbio avaliar a capacidade exportadora de seus clientes antes de com eles realizar
a operação de câmbio.
Em síntese, o ACC é o adiantamento da moeda nacional por conta da moeda estrangeira vendida a
termo, concedido pelo banco ao exportador. Tal adiantamento é concedido, em regra, no dia da
contratação do câmbio, sempre previamente à entrega dos documentos da exportação ao banco. A sua
concessão, pelo banco, e a sua utilização, pelo exportador, deve ter o fim precípuo de financiar a produção
de bens a serem exportados.
O custo do ACC é composto da correção cambial (+/-), juros internacionais (libor + spread+ margem
do banco) e CPMF.

Fechamento APÓS o Embarque, com ACE

Dois motivos fundamentais podem levar o exportador a optar pelo fechamento do câmbio após o
embarque:

a) a dificuldade de crédito junto à rede bancária para obtenção do ACC; ou

b) modificações no comportamento do mercado financeiro e na política cambial do País, sinalizando


para midi ou maxidesvalorizações da moeda nacional.
Nestes casos, o câmbio poderá ser fechado para liquidação pronta ou futura.
OACE- Adiantamento sobre Cambiais Entregues, é o adiantamento concedido ao exportador por conta
de contratos de câmbio, cuja entrega de documentos ao banco já tenha ocorrido.
O objetivo do ACE é o de financiar a comercialização dos bens exportados. A composição dos custos
do ACE é a mesma do ACC, ou seja, correção cambial, juros internacionais e CPMF.
Em ambos os casos - ACC e ACE - as operações assumem características de operações de crédito
e, por conseguinte, os banco são extremamente seletivo em tais operações.
A propósito, é importante registrar que, não só por imposição legal, mas por decorrência das
características e riscos da operação de câmbio - e até mesmo quando não há a concessão do
adiantamento - o banco avalia com muito rigor a performance e o histórico de seus clientes como
exportadores e não apenas como clientes.

Fechamento APÓS o Embarque, PRONTO

O exportador embarca a mercadoria e entrega os documentos ao banco para que os mesmos sejam
cobrados no exterior, à vista ou prazo. Somente após o pagamento pelo importador, nos casos de
remessa ou cobrança, ou pelo banqueiro, nos casos de carta de crédito, é que o exportador realiza o
fechamento do câmbio. Nesta situação, o câmbio será fechado para liquidação pronta, não havendo, pois,
utilização de recursos do banco, quer do ACC quer do ACE.

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Câmbio "TRAVADO", antes ou após o Embarque

São operações de câmbio de exportação, contratadas para liquidação futura, nas quais não ocorre a
concessão do ACC ou do ACE, quer por um período da operação ou pelo prazo total da mesma, até a
liquidação. Significa dizer que, por um certo prazo (até a entrega dos documentos, por exemplo) ou até a
liquidação do contrato, o contra valor em moeda nacionais - os Reais - ficam bloqueados - travados - no
banco. A trava de câmbio nada mais é que um tipo de aplicação financeira e, como tal, gera o pagamento
de uma remuneração - prêmio - pelo banco ao exportador.

ENTREGA DOS DOCUMENTOS AO BANCO


Uma vez embarcada a mercadoria, os documentos comprobatórios da exportação (em regra,
documentos originais de embarque acompanhados de um saque) deverão ser entregues ao banco em
até 15 dias contados do embarque, respeitado o vencimento, para esse fim, previsto no contrato de
câmbio, quando for o caso.
Os documentos, após a pertinente análise feita pelo banco, serão encaminhados ao exterior para
serem entregue são importador, conforme o caso, contra pagamento ou contra aceite.
Nas exportações com câmbio contratado antes do embarque, o exportador entregará os documentos
ao banco comprador do câmbio. Nas exportações com câmbio a contratar após o embarque, os
documentos deverão ser entregues a qualquer banco autorizado a operar em câmbio. A posterior
contratação poderá ser feita em banco distinto daquele a quem os documentos foram entregues.
Quando o transporte da mercadoria se der por via aérea ou por via terrestre, o exportador poderá
remeter os documentos originais diretamente ao importador. Admite-se esta prática, também, quando o
transporte for efetuado por via marítima, mas em casos especiais.
Em todas as situações, entretanto, serão entregues ao banco, pelo menos, cópias dos documentos
acompanhados de saque original e da cópia da carta-remessa do exportador encaminhando os
documentos ao importador estrangeiro. Em se tratando de exportação realizada ao amparo de carta de
crédito, os documentos deverão ser entregues ao banco e/ou enviados ao exterior, conforme determine
referido instrumento de pagamento, respeitando-se, principalmente, a sua validade para apresentação.

Liquidação do contrato de câmbio


Do contrato de câmbio resultam as obrigações:
- para o exportador, de entregar, ao banco, os documentos e a moeda estrangeira;
- para o banco, de pagar ao exportador o contra valor em moeda nacional.

Quando as partes cumprem suas obrigações, diz-se que o contrato está liquidado. Assim, da mesma
maneira em que as partes pactuam a forma através da qual o banco pagará amoeda nacional ao
exportador, também é pactuada a forma através da qual o exportador entregará a moeda estrangeira ao
banco.
No que tange a entrega da moeda estrangeira ao banco, as duas formas de entrega mais usuais são:
- Crédito em Conta: o exportador fica responsável pela operação até que a moeda estrangeira seja
creditada na conta do banco comprador do câmbio. Neste caso, o banco somente considerará a operação
liquidada após o recebimento da moeda estrangeira, mediante crédito em sua conta, mantida junto a
banco no exterior.
Embora a legislação estabeleça um prazo até o qual as operações devam ser liquidadas (15 dias após
a entrega dos documentos, no caso de operações à vista e 15 dias após o vencimento do saque, no caso
de operações a prazo) a liquidação somente ocorrerá se e quando, efetivamente, a moeda estrangeira
for creditada ao banco.
- Carta de Crédito: sob esta forma de entrega o exportador cumpre, em princípio, suas obrigações ao
entregar ao banco, em ordem, os documentos requeridos pela Carta de Crédito, evidenciando, pois, ter
cumprido todos os seus termos e condições, independentemente da operação ser à vista ou a prazo.
Regularmente, o banco, considerados os documentos em ordem, deve liquidar a operação no prazo
máximo de até 10 dias contados da entrega dos documentos.
- Em menor escala, outras formas de entrega também são utilizadas. É importante ressaltar, entretanto,
que o acolhimento de Cartas de Crédito para negociação é de exclusivo critério do banco. Certamente,
serão acolhidas aquelas emitidas e/ou confirmadas por banco de primeira linha (first class bank) e em
países que não apresentem risco de transferência de divisas e cujos termos e condições tenham sido
cumpridos na íntegra, isto é, os documentos tenham sido apresentados sem discrepâncias.

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Alteração de contrato
Dos elementos do contrato de câmbio, não podem ser alterados:
- nome do comprador;
- nome do vendedor;
- valor da moeda estrangeira;
- taxa cambial;
- valor em moeda nacional.

Por consenso das partes - exportador e banco - os demais elementos do contrato de câmbio, em
regra, podem ser alterados, respeitadas regras próprias. Para se alterar o contrato de câmbio, utiliza-se
formulário próprio, padronizado pelo Banco Central, TIPO07.
Algumas alterações podem ser efetuadas através de simples troca de correspondência entre banco e
exportador.

Prorrogação de contrato
Os vencimentos nos contratos de câmbio podem ser prorrogados, por consenso das partes, respeitada
a regulamentação vigente. A prorrogação é formalizada, necessariamente através do SISBACEN, em
instrumento próprio, o formulário TIPO 07.
Vale lembrar que os contratos vencidos geram custos adicionais para o exportador. Prorrogação do
Prazo para Entrega de Documentos Em regra, pode ser prorrogado desde que o prazo decorrido, mais o
prazo que se prorroga, não exceda 360 dias, contados da data da contratação do câmbio.
A prorrogação enseja repactuação das condições negociadas e, portanto, merece especial atenção da
parte do exportador. Como o prazo para entrega dos documentos é estabelecido em função da previsão
do embarque da mercadoria, é necessário que o responsável pela contratação do câmbio, no momento
da pactuação com o banco, esteja munido de informações que retratem a realidade da empresa, em
especial no tocante à programação de seus embarques. Em tese, as prorrogações somente devem
acontecer quando motivadas por ocorrência fora do controle do exportador.
A prorrogação deve ser formalizada no prazo máximo de até 20 dias contados do referido "prazo para
entrega", indicado no contrato de câmbio.

Do Prazo para Liquidação do Contrato


É admitida a prorrogação do vencimento para a liquidação do contrato de câmbio, desde que o prazo
decorrido, somado ao prazo que se prorroga, não ultrapasse 180 dias contados da data do embarque,
mantido, adicionalmente, o período de trânsito, de até 15dias.
Salvo exceções, a prorrogação está condicionada à obtenção de concordância do importador em pagar
juros pelo período que se pretende prorrogar. Cumulativamente, deve o exportador entregar novo saque
ao banco, inclusive pelo valor dos juros. A prorrogação do prazo para a liquidação também ensejará
repactuação das condições negociadas e deverá ser formalizada no prazo máximo de até 30 dias do
referido "prazo para liquidação" pactuado no contrato de câmbio. Será admitida a prorrogação do prazo
para liquidação para prazos finais maiores que 180 dias contados do embarque quando a operação for
realizada ao amparo de seguro de crédito à exportação, da SBCE. Contumácia A prorrogação de
contratos, tanto a relativa ao prazo para entrega de documentos, como a referente ao prazo para a
liquidação, não deve se constituir em fato corriqueiro nas operações. Tal evento, além de resultar em
ônus adicionais para o exportador, pode desgastá-lo cadastralmente na rede bancária. Pode, ainda,
evidenciar uma certa inabilidade ou incapacidade do exportador para bem administrar as suas operações.

Compras em moedas conversíveis:


a) Exportação:
1. Liquidação pronta: o prazo se estende até o segundo dia útil após a data da contratação do câmbio.
2. Liquidação futura: a fixação do prazo deve ser feita tendo-se em conta a data prevista para a entrega
da moeda estrangeira, como segue:
I - nos casos em que a liquidação de câmbio deva processar-se contra a entrega da moeda estrangeira,
mediante crédito em conta no exterior (item I da Res. Nº 391), o prazo de liquidarão do contrato será
determinado adicionando-se ao prazo de entrega, dos documentos o prazo das letras ou dos documentou
de exportação e o período de trânsito, de até 30 dias corridos, relativo a remessa dos documentos, e/ou
à recepção do aviso de pagamento ou de crédito o valor da exportação, no exterior;
II - nas operações lastreadas em cartas de crédito (exportações à vista ou a prazo), o vencimento do
prazo para a liquidação do contrato de câmbio não poderá exceder de 5 dias úteis o vencimento do prazo
previsto para a entrega dos documentos de embarque;

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III - nos contratos de câmbio celebrados para liquidação futura, relativos a exportações em que o
ingresso da moeda estrangeira deva ocorrer antecipadamente ao embarque da mercadoria o prazo para
liquidação do contrato de câmbio será de até - dias, contados da data da sua celebração. Decorrido esse
prazo sem que se verifique a liquidação do contrato, deverá ser este cancelado ou baixado, no máximo
até o 5o. dia útil subsequente ao vencimento do prazo de liquidação (Com. GECAM 331, do BC).

b) Financeiras: Somente para entrega pronta:


- liquidação em 2 (dois) dias úteis (Rés. 120, z BC)
- operações enquadradas na Rés. 63 e Comunicado

Firce 10: liquidação em 3 dias úteis, contados a partir da data em que as divisas tenham sido creditadas
à conta do banco brasileiro autorizado a operar em câmbio (C. Circ. GECAM 151 do BC).

Não ocorrendo a liquidação do contrato de câmbio no prazo avençado para tal fim, deverá ser
prorrogado, cancelado ou baixado o contrato, no máximo, nos 30 dias seguintes ao vencimento do prazo
de liquidação, à exceção dos casos de prorroga cancelamento ou baixa que dependam prévia autorização
do banco Central do Brasil hipótese em que o prazo de 30 dias, indicado, prevalecerá para apresentação
do correspondente pedido ao Banco Central.

Alteração do contrato de câmbio de exportação


Dos elementos constantes dos contratos de câmbio de exportação, não são suscetíveis de alteração
as partes intervenientes como comprador e vendedor, bem como os relativos ao valor em moeda
estrangeira, valor em moeda nacional, a taxa cambial aplicada e outras mercadorias para café.

A alteração dos demais elementos integrantes dos contratos de câmbio de exportação poderá ser
efetuada, por mútuo consenso das partes e desde que com anterioridade ao respectivo embarque da
mercadoria, independentemente de prévia autorização do Banco Central do Brasil, cumprindo notar,
todavia, em relação ao item MERCADORIA, que:
- será indispensável a observância, na alteração, quando for o caso, da exigência referente à
exportação de produtos sujeitos a prévio exame de preços e controle de quantidade pela CACEX;
- é vedada a alteração de outras mercadorias para café.

Assim, poderão, por mútuo consenso entre as partes, durante. a vigência da operação de câmbio, ser
introduzidas alterações nos elementos que a compõem, admitindo modificações, entre outras:
- a moeda;
- o vencimento, o prazo de entrega e o prazo das letras;
- a modalidade de pagamento;
- a mercadoria;
- a natureza da operação;
- as parcelas que compõem o preço (F.O.B., FRETE E SEGURO), sem alteração do valor;
- o porto de embarque, o preço de registro e as cotas de contribuição, etc.

As alterações admitidas nos contratos de compra de exportação poderão ser efetuadas, por mútuo
consenso das partes e desde que com anterioridade ao respectivo embarque da mercadoria, indepen-
dentemente de prévia autorização do Banco Central do Brasil.
Eventuais modificações do valor da operação serão formalizadas por novo instrumento, a saber:
- alteração para maior: mediante complemento de compra e venda, conforme o caso;
- alterações para menor: mediante cancelamento parcial da operação.

Concretizam-se as alterações mediante preenchimento de instrumentos apropriados, que devem ser


assinados pelo cliente e pelo Banco, cabendo, também, nos casos de operações processadas em praça
sede de Bolsas de Valores em funcionamento, a interveniência e assinatura da firma ou sociedade
corretora, que tenha ou não participado da operação original.
Quanto às prorrogações dos prazos para entrega de cambiais e/ou documentos de embarque e para
liquidação de contratos, quando esta dilação, somada ao prazo inicial, ultrapassar os limites máximos
admitidos livremente (v. item PRAZOS, acima), dependem de prévia autorização do Banco Central do
Brasil.
Se respeitados os limites do Banco Central, independem de autorização prévia.

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Porém, quando o embarque da mercadoria, por razões comprovadamente alheias à vontade do
exportador, não puder se efetuar dentro do prazo máximo admitido, possível é, por mútuo consenso, ser
promovida a prorrogação do prazo pelo estritamente necessário à efetivação do embarque e entrega dos
documentos, independentemente de autorização do Banco Central (tolerância) desde que essa prorro-
gação não exceda 30 (trinta) dias.

O vencimento de compras de exportação poderá ser prorrogado nos seguintes casos:

- antes da entrega das letras e/ou documentos (desde que haja dilação do prazo da entrega, ou do
prazo das letras, ou de ambos simultaneamente);

- após a entrega das letras e/ou documentos (desde que haja dilação do prazo para pagamento das
cambiais)

As prorrogações de compras de exportação se farão mediante preenchimento e instrumento próprio,


o qual deverá ser assinado pelo cliente, pelo banco negociador do câmbio e, nos casos de operações
processadas em praça-sede de Bolsas de valores em funcionamento, por firma ou sociedade corretora.
Correlativamente na PRORROGAÇÃO ' tem-se que, em princípio, devem os, contratos de câmbio de
exportação ser cumpridos dentro dos prazos originalmente pactuados. Deve-se considerar que as
prorrogações, embora admitidas, podem ocasionar problemas vinculados à posição de câmbio dos
bancos no exterior. Isso porque os bancos, com a finalidade de evitar saldo a descoberto, em contas
mantidas com seus correspondentes no exterior, ao contratarem operações de câmbio procuram conjugar
os prazos de suas compras futuras com os (Ias vendas a prazo).
É claro que havendo prorrogação da COMPRA, sem a correspondente prorrogação da VENDA, disto
resultará um desequilíbrio em sua posição original, sendo forçado o Banco a desembolsar a moeda
vendida antes do recebimento da comprada e que, em havendo saldo a descoberto, obrigar-se-á a pagar
juros sobre os saldos devedores até a Nata da regularização.
Remetendo, aqui, o leitor, ao item "Posição de Câmbio dos Bancos", acima, exemplificamos:
Se um banco com rã para entrega em 90 dias US$ 800.000% e não vende essa posição no mesmo
dia, obriga-se a repassar para o Banco Central o excesso, digamos, US$ 300.000,00 repasse que poderá
ser feito para entrega no mesmo prazo, para tanto, firmando com aquela Autarquia um contrato de compra
e venda e assumindo o compromisso de, naquele prazo, entregar a moeda estrangeira.
Decorrido o prazo, se o vendedor da moeda estrangeira ao Banco não tiver realizado a entrega da
mesma, ainda que o banco mantenha internamente uma posição comprada no limite superior permitido,
na realidade sua conta de depósito, junto ao banqueiro no exterior, estará a descoberto e sobre o saldo
a descoberto de US$ 300.000,00 pagará juros ao banqueiro e terá mais o prejuízo da não aplicação no
mercado da diferença de US$ 500.000,00 ' não devendo ser esquecido que, além dos juros, experimenta,
ainda, o banco, o ônus do imposto de renda, num percentual que atinge a 33,34,, sobre o valor dos juros
pagos.
Por tal razão é que a Lei nº 1.807, de 7.01.53, artigo 2º, §2º., "obriga o vendedor a indenizar o
comprador dos ônus advindos do atraso na entrega das cambiais. A essa justíssima indenização é que
se denomina de BONIFICAÇÃO, que nada mais é do que os juros devidos pelo vendedor em razão do
atraso na entrega das cambiais.

Liquidação do contrato de câmbio de exportação

A liquidação, do contrato de câmbio de exportação será, em regra, efetuada contra o recebimento,


pelo banco comprador do câmbio, do aviso de pagamento da exportação ou, se recebido antes, do
respectivo aviso de crédito do valor em moeda estrangeira em conta pelo mesmo mantida no exterior Nas
exportações, à vista ou a prazo, amparadas em cartas de crédito, acolhidas para negociação (pelo banco
comprador do câmbio), o contrato de câmbio deverá ser liquidado quando do recebimento, pelo banco
comprador do câmbio, dos documentos comprobatórios da exportação, desde que não apresentem
qualquer discrepância quanto às condições estabelecidas na carta de crédito, Em se verificando qualquer
discrepância nos documentos, não regularizada previamente à sua remessa para o exterior, a liquidação
do contrato de câmbio somente poderá ser efetuada mediante o recebimento, pelo banco comprador de
câmbio, do aviso do banqueiro instituidor do crédito, dando conformidade aos documentos ou informando
o pagamento da exportação.
Em se verificando o desconto no exterior, sem direito de regresso, de cambial de exportação, deverá
ser o correspondente contrato de câmbio imediatamente liquidado.

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O contrato de câmbio de exportação poderá ser também liquidado mediante a entrega, ao banco
comprador de câmbio, de letras de exportação avalizadas ou garantidas por banqueiro de 1ª ordem, no
exterior.
A liquidação do contrato de câmbio de exportação ainda, verificar-se contra o recebimento pelo banco
comprador do câmbio, da moeda estrangeira, entregue em espécie ou em "traveller's checks", nos casos
especiais, objeto de regulamentação especifica do Banco Central do Brasil, em que tal procedimento sei
a admitido.
Portanto, em síntese, são de liquidação imediata (dentro de 2 dias úteis de seu fechamento) as
compras e vendas de câmbio financeiras, sendo que as compras de exportação de mercadorias (inclusive
parcela de frete e seguro ligadas às mesmas) serão liquidadas, como norma geral, nas seguintes
ocasiões:
- quando do pagamento antecipado;
- quando do recebimento da moeda estrangeira em espécie, inclusive "travellers checks" (casos
especiais definidos em regulamentação especifica);
- quando do recebimento/remessa dos documentos (cambiais à vista, baseadas em cartas de crédito
sem discrepância, ao amparo de linhas de crédito concedidas a agencias e banqueiros no exterior, bem
como cursados dentro dos Convênios de Créditos Recíprocos e Convênios Bilaterais de Pagamentos);
- quando do vencimento da cambial (cambiais a prazo, com aval bancário, dentro dos Convênios de
Créditos Recíprocos;
- quando do recebimento do aviso e crédito de banqueiro de 1' ordem (símbolo 13) - (nas exportações
refinanciadas pela CACE);
- quando do recebimento do aviso de liquidação da respectiva documentação no exterior (nos demais
casos).

Cancelamento do contrato

Os contratos de câmbio, por consenso das partes, podem ser cancelados em até:
- 20 dias, contados do vencimento para entrega dos documentos, nos casos em que a mercadoria não
tenha sido embarcada;
- 30 dias, contados do vencimento para a liquidação, quando já tiver ocorrido o embarque da
mercadoria.
O cancelamento será formalizado em instrumento próprio, através do SISBACEN.

Antes do Embarque - Letras a Entregar


O exportador deverá promover o acerto de contas com o banco, devolvendo o ACC (se houver),
pagando os juros, a diferença de taxa cambial, se houver (correção do capital) e outras despesas da
operação. O cancelamento de contrato de câmbio, sem que tenha o corrido o embarque da mercadoria,
gera penalidades para o exportador, tais como o pagamento de IOF (quando houver ACC) e ENCARGO
FINANCEIRO (multa).

Após o Embarque - Letras Entregues


Salvo exceções, o cancelamento de contrato de câmbio com mercadoria já embarcada está
condicionado à comprovação, pelo exportador, da inadimplência do importador. Para tanto, o exportador
deve provar ter iniciado ação judicial de cobrança contra o importador.
Cumprida tal exigência, o exportador deve fazer o acerto de contas com o banco (devolver o ACE, se
houver, pagar a diferença de taxa cambial, o deságio e outras despesas). O cancelamento, em qualquer
das hipótese, rompe as relações entre banco e exportador.

Posição especial

Nos casos em que a mercadoria já tenha sido embarcada e que o cancelamento não seja possível por
falta de pré-requisitos para a sua formalização, exportador e banco podem promover o acerto de contas
(semelhante ao cancelamento). Faz-se uma Alteração de Contrato de Câmbio, transferindo-o para a
Posição Especial (uma espécie de UTI de contratos). Nesta situação, o contrato pode permanecer
por prazo limitado e sua utilização é proibida para alguns casos.
A Posição Especial tem caráter excepcional e deve ser utilizada com parcimônia, somente naqueles
casos em que não caiba outra solução. Vale lembrar que a sua utilização indevida, bem como o não
cumprimento de prazos acarreta sua reversão automática, por determinação do Banco Central.

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Contratos vencidos – penalidades

O exportador deve envidar esforços no sentido de evitar que um contrato de câmbio permaneça
vencido, pois, além de refletir negativamente em relação ao banco, sobre eles recairão, conforme o caso,
ônus adicionais pelo período que estiver vencido, tais como:
- imposto de renda sobre linhas externas, que poderá ser repassado ao exportador;
- custo do depósito compulsório de 30% recolhido pelo banco ao Banco Central.

Taxas de câmbio.

Ao examinarmos o funcionamento do mercado cambial, fizemos menção a dois tipos de taxas de


compra e de venda. Todavia, outros tipos de taxas existem, conforme verificaremos a seguir:

Taxa de Repasse e Taxa de Cobertura

- Taxa de repasse é aquela pela qual o Banco Central do Brasil adquire a moeda estrangeirados
bancos comerciais.
- Taxa de cobertura é aquela pela qual o Banco Central do Brasil vende moeda estrangeira aos
bancos comerciais.

Taxas Cruzadas (Cross-Rates)

- Taxas cruzadas vêm a ser as taxas teóricas resultantes da comparação das respectivas cotações
de duas moedas, cotações essas expressas em uma terceira moeda (o dólar americano, por exemplo).
Digamos que, no mercado cambial norte-americano, o franco suíço esteja cotado a US$0,231,
enquanto o marco alemão está cotado a US$ 0,275. Dividindo-se esses valores, um pelo outro, vamos
obter as seguintes taxas cruzadas.

- franco suíço/marco: Sw. Fr. 1,00 = DM 0,84


- marco/franco suíço: DM 1,00 = Sw. Fr. 1,19
Quando as transações cambiais são livres, essas taxas cruzadas não deverão diferir sensivelmente
da cotação do franco suíço em Frankfurt ou da cotação do marco alemão em Zurich.

Taxas Livres e Taxas Oficiais

- Taxas livres são aquelas provenientes das condições de oferta e procura de divisas em um mercado
livre de câmbio, admitindo-se, contudo, a possibilidade de uma intervenção das autoridades monetárias,
mediante operações de compra e venda de divisas, com o objetivo de evitar variações excessivas das
taxas.

- Taxas oficiais são as determinadas pelas autoridades monetárias, não resultando, assim, do livre
entrechoque das condições de oferta e procura, embora estas possam, em grande parte, influenciar o
pensamento das autoridades monetárias na determinação do nível das taxas oficiais.

Taxas Prontas e Taxas Futuras

- Taxas prontas são aquelas aplicadas em operações de compra e venda de moeda estrangeira, onde
ela é entregue dentro do razão de até dois dias úteis, contados da ata da negociação.

- Taxas futuras referem-se a transações de compra e venda de moeda estrangeira, onde a entrega
dessa moeda e o seu pagamento somente ocorrerão após o período de tempo concordado entre as
partes.

Taxas Fixas e Taxas Variáveis

- Taxas fixas são aquelas mantidas invariáveis em um determinado nível, seja por determinação
governamental (congelamento da taxa), seja por operações de compra e venda de divisas por parte das
autoridades governamentais sempre que as cotações de mercado se desviarem das taxas determinadas
pelo governo. A taxa fixa poderá coincidir ou não com o par metálico. Uma pequena variante das taxas

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fixas seria a taxa estável, onde é permitida às taxas de câmbio uma certa variação, dentro de pequenos
limites.
As autoridades monetárias não intervêm no mercado, a não ser quando é atingido o limite mínimo ou
máximo.

- As taxas variáveis, como o próprio nome está dizendo, são aquelas que variam. Podem ser flexíveis,
quando as paridades monetárias são reajustadas gradualmente, dentro de pequenos intervalos de tempo.
E o sistema denominado crawlingpeg. Existe, também, uma outra taxa variável, que é conhecida por taxa
flutuante. Neste caso, não existem paridades monetárias e as taxas cambiais flutuam livremente, embora
possam estar sujeitas a sofrer intervenções a parte das autoridades monetárias, em caso de autuações
exageradas.
Não é possível dizer-se qual dos dois sistemas taxas fixas ou taxas variáveis) apresenta maiores
vantagens ou desvantagens. Os economistas que se têm dedicado à matéria divergem bastante nesse
ponto, não havendo, pois, um consenso geral. A verdade é que ambos os sistemas apresentam méritos
e deficiências, devendo ser aplicados conforme a situação econômica de cada país.

Níveis de Preços e Taxas Cambiais

O desaparecimento do padrão-ouro e as distorções provocadas pela inflação na maioria dos países


após a 1ª Guerra Mundial, destruíram completamente o sistema de paridades estáveis entre as várias
moedas, sistema que vinha funcionando até então.
Uma vez terminado o conflito, surgiu a preocupação, entre os diversos países, do estabelecimento de
novos tipos de câmbio, uma vez que os anteriores haviam perdido o seu significado.
Em 1919, um economista sueco, Gustav Cassel, procura determinar os níveis em que se deveriam
fixar as novas paridades, desenvolvendo uma nova teoria, que recebeu o nome de Teoria da Paridade do
Poder de Compra. Com essa Teoria, procurou ele demonstrar que a política comercial e monetária
internas exercem influência sobre a taxa cambial, pensamento esse contrário ao que vigorava na época,
de que os fenômenos cambiais eram diversos cios fenômenos monetários e creditícios internos.
Sendo o valor da moeda representado pelo seu poder aquisitivo; a compra de moeda estrangeira nada
mais seria, então, do que a troca de poder aquisitivo nacional por poder aquisitivo estrangeiro.
Desse modo, o novo tipo de câmbio deve refletir as modificações relativas dos preços em dois países
considerados.

A Fórmula de Correção da Taxa Cambial

Diz Cassel que, "quando duas moedas são submetidas a um processo de inflação, o tipo de câmbio
normal é igual ao tipo antigo, multiplicado pelo quociente do grau de inflação em cada país".

Essa afirmativa pode ser consubstanciada na fórmula seguinte:

Ta,b = t0 Pn .
Pn

onde:

T0 = taxa cambial em um período de base;

a = unidade monetária do país I (país que dá o certo);

b = unidade monetária do país II (país que dá o incerto);

PII = nível geral de preços do país II;

PI = nível geral de preços do país I;

Ta,b = valor da moeda "a" em termos da moeda "b".

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Exemplos:

1. consideremos dois países, digamos, Estados Unidos e Inglaterra. Em uma época qualquer, que
será tomada como o período de base, o nível geral dos preços nos dois países será igual a 100; a taxa
cambial no mercado americano seria, digamos, a seguinte:

2. £ = US$ 2,00. Suponhamos, agora, que em um período seguinte, o nível geral de preços "os
Estados Unidos eleve-se para enquanto na Inglaterra continua fixado em 100. Qual deveria ser o novo
valor da libra esterlina no mercado americano, segundo as ideias de Cassel?

Aplicando-se a fórmula, teremos:

T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 4,00


100

Portanto, o novo valor da libra esterlina no mercado americano seria igual a US$ 4,00;

2) suponhamos agora que o nível geral de preços nos Estados Unidos seja igual a 200, enquanto na
Inglaterra diminua para 50. Considerando-se a mesma taxa cambial do período de base e aplicando a
fórmula, teremos:

T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 8,00


50

Portanto, o novo valor da £ seria igual a US$ 8,00.

Aspectos Negativos da Teoria

As críticas sofridas pela Teoria da Paridade do Poder de Compra podem ser agrupadas em dois itens:
a) críticas quanto à possibilidade de aplicação da formula de correção;

b) críticas quanto à validade científica da teoria.

No tocante à possibilidade de aplicação da fórmula, vários autores referem-se às dificuldades na


escolha do índice que deveria representar o nível geral de preços, porquanto vários são os índices
existentes (preços no atacado, varejo, custo de vida, de mercadorias destinadas ao comércio exterior
etc.). O cálculo desses índices, por sua vez, não obstante os progressos da Estatística Econômica, ainda
está sujeito a falhas e critérios de ponderação diversos.
Isso significa dizer que não se possui uma medida segura do poder aquisitivo de uma moeda no próprio
país, fato que poderá provocar serias distorções quando quisermos proceder a comparações entre índices
de países diferentes.
No que se refere à validade científica da teoria, uma das principais críticas é a de que ela considera
apenas os níveis gerais e preços, desprezando outros elementos que afetam o volume da procura, tais
como: rendimentos, motivos psicológicos etc.
Há possibilidade de variações do volume de produção em um e outro pais sem que ocorram alterações
de preços. Por exemplo: se no período considerado, a expansão da atividade econômica em um dos
países for sensivelmente maior do que em outro, em relação ao ano de base o incremento de importação
no primeiro país e de exportação no segundo país pode afetar a taxa cambial entre as duas moedas, sem
afetar o nível de preços no país cujo volume de produção e de emprego crescem.
Motivos psicológicos, tais como instabilidade política, ameaça de revoltas, maior ou menor confiança
na política econômico-financeira do governo podem provocar aumento na procura de moeda estrangeira,
o que implicará aumento na taxa cambial, sem necessidade obrigatória de influência sobre o nível geral
de preços.
Outra crítica é a de que a teoria de Cassel está baseada na ideia, excessivamente simplificada, de que
o comércio internacional e a única fonte de pagamentos internacionais. Isso significaria reduzir-se a
balança de pagamentos a uma balança comercial, sem levar-se em consideração os movimentos de
capitais, os quais influem sobre a taxa cambial. Uma entrada de capitais, por exemplo, aumenta a oferta
de divisas estrangeiras e contribui para diminuir a taxa cambial.

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Finalmente, a última crítica é a de que a Teoria revela-se completamente inútil em situações onde
ocorram controles de câmbio.

Aspectos Positivos da Teoria

Todavia, deve ser levado em conta que a Teoria da Paridade do Poder de Compra foi desenvolvida
logo após a 1ª Grande Guerra, quando as altas de preços foram consideráveis e as principais
responsáveis pela instabilidade monetária internacional.
Aliás, é interessante mencionar que, não obstante as críticas apontadas, inúmeros economistas são
concordes em afirmar que as variações dos níveis de preços constituem o fator mais importante na
determinação da taxa cambial. Em casos de inflação generalizada, pode-se comprovar a vã idade das
ideias de Cassel. Assim, se os preços internos elevarem-se em virtude da inflação e se a taxa cambial
permanecer congelada, chegará um momento em que as exportações não mais poderão realizar-se, em
virtude dos preços insuficientes em moeda nacional, e as indústrias nacionais não poderão sobreviver,
face à concorrência do produto estrangeiro.
Um exemplo típico da validade das ideias de Cassel nos é dado pela situação brasileira. Por ocasião
da entrada do Brasil para o Fundo Monetário Internacional, em 1948, a paridade do cruzeiro em relação
ao dólar era de Cr$ 18,50 (cruzeiros antigos) por dólar. Ora, sendo o grau de inflação no Brasil
infinitamente maior do que nos Estados Unidos, é fácil perceber-se que o preço do dólar teria,
forçosamente, de acompanhar a elevação dos preços em geral em nosso país, muito embora as
autoridades monetárias procurassem, no passado, sem resultado, conter essa elevação, mediante
congelamento das taxas.
Pelo exposto, podemos concluir que a Teoria de Cassel é válida, dentro de certas limitações,
evidentemente, devendo, porém, a sua fórmula de correção ser considerada apenas como guia para a
determinação dos tipos de câmbio, porquanto, embora no caso de inflação constante a tendência da taxa
cambial seja de elevação, ela não ocorre de maneira contínua, estando sujeita a variações sazonais, ou
seja, a altos e baixos, de acordo com o esquema seguinte:

Desvalorizações Cambiais e Balança Comercial

As desvalorizações cambiais têm sido utilizadas por vários países, em épocas diversas, como uma
tentativa de corrigir déficits em suas balanças comerciais

Consideremos que o valor do dólar norte-americano seja de R$ 1.000,00. Chamemos de "A" ao


conjunto de mercadorias que são importadas pelo Brasil do restante o mundo e "B" ao conjunto de
mercadorias que exportamos para os diversos países.

Admitamos que todas essas transações sejam conduzidas unicamente em dólares norte-americanos
(que é o que praticamente ocorre na realidade).

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Finalmente, suponhamos, ainda, que o rego, tanto de uma unidade de "A" como "B", seja igual a US$
1,00

Teríamos, então:
US$ R$
preço de A.........................1,00 1.000,00
preço de B ........................1,00 1.000,00

Vamos supor agora, que o governo ceda a uma desvalorização cambial (ou seja, desvalorize o real
em relação ao dólar). Com isso o valor do dólar se elevará em, digamos, 50%.

A nova situação será a seguinte:

US$ R$
preço de A.........................1,00 1.500,00
preço de B ........................1,00 1.500,00

Observa-se que as importações custarão mais reais para o importador brasileiro e que, por outro lado,
os exportadores brasileiros receberão mais cruzeiros reais pelas suas exportações. Isto poderá levar os
exportadores a diminuir o preço de seus produtos em dólares, com o objetivo de exportar maiores
quantidades.
Em princípio, tal situação poderá provocar uma diminuição das importações e um aumento das
exportações, contribuindo para a melhora da balança comercial.
Na realidade, porém, esse resultado dependerá de como as procuras de exportáveis e importáveis
reagirão às variações de preços. Poderá ocorrer que uma desvalorização agrave ainda mais o déficit da
balança comercial, conforme veremos.
Suponhamos que os preços (em dólares) dos exportáveis diminuam. Como já dissemos, as
quantidades exportadas poderão aumentar. Porém, a menos que a variação da receita cambial resultante
do aumento das quantidades exportadas seja igual ou maior do que a variação negativa representada
pela diminuição dos preços dos exportáveis, a receita cambial decrescerá este caso, os dispêndios com
divisas na importação terão de diminuir substancialmente para compensar a diminuição da receita de
divisas provenientes da exportação.

A Elasticidade-Preço

As variações nas quantidades exportadas e importadas dependem de uma série de fatores.


Um deles, talvez o mais importante, vem a ser a chamada elastícidade-preço da procura de exportáveis
ou importáveis. Em poucas palavras, vem a ser a resposta da procura a uma variação no preço dos
produtos.
Há várias maneiras, algumas mais sofisticadas, outras menos, de se calcular a elasticidade-preço. O
que importa, porém, para o leitor, é entender o seu funcionamento.
Consideremos que o preço de um produto aumente (ou diminua), digamos, 10%. Se as quantidades
procuradas diminuírem (ou aumentarem) em 10%, diremos que a procura possui elasticidade unítária.
Se as quantidades procuradas diminuírem (ou aumentarem) em mais de 10%, diz-se que a procura é
elástica. Se, porém, as quantidades procuradas diminuírem (ou aumentarem) em menos de 10%, a
procura diz-se inelástica.
Vejamos como as elasticidades influem sobre as importações. Se a procura de importáveis for elástica,
então as quantidades importadas se reduzirão em proporção maior do que o aumento nos preços e reais),
o que significará que o dispêndio total em dólares diminuirá.
Examinemos agora o que ocorre com as exportações. Uma desvalorização cambial permitirá ao
exportador brasileiro, como já vimos, receber mais reais por suas exportações. Isto permitirá aos nossos
exportadores reduzir os preços em dólares, sem sacrificar suas receitas em termos de reais. Se a
procura estrangeira por nossos produtos for elástica, o aumento da quantidade procurada mais do que
compensará o menor preço em dólares por unidade exportada, de modo que a receita em dólares
aumentará.
Combinando-se o novo dispêndio em divisas destinadas à importação com o aumento da receita de
divisas provenientes do aumento da exportação, o resultado será um saldo favorável.
Porém, o que acontecerá se as elasticidade-preço para a procura de exportáveis e importáveis forem
baixas, isto e, se as procuras forem inelásticas?

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Na importação, a quantidade poderá diminuir, porém, em proporção bem menor do que o aumento
ocorrido nos preços (em reais) desses produtos. Para complicar mais a situação, poderá ocorrer, no caso
de produtos essenciais, que a procura nem diminua, apesar do aumento de preços. No lado das
exportações, a situação será pior ainda. A procura de nossos produtos poderá aumentar, porém, numa
proporção menor do que a queda ocorrida nos preços: Resultado, a receita de exportação diminuirá. Um
pequeno exemplo numérico permitirá melhor compreensão do assunto.
Suponhamos que, ao preço de US$ 1.000, uma empresa exporte 1.000 unidades de uma mercadoria.
Sua receita cambial será, portanto, de US$ 1 milhão. Consideremos, agora, que tenha havido uma
maxidesvalorização cambial. A empresa receberá mais reais por seus dólares de exportação. Ela resolve,
então, diminuir o preço em dólares, com o objetivo de vender maiores quantidades. Admitamos que o
preço seja reduzido para US$ 700 e, com isso, a empresa consiga colocar 1.200 unidades. Sua receita
cambial será de US$ 840 mil, inferior, portanto, àquela percebida quando o preço de seu produto era mais
elevado.
O mesmo poderão ocorrer com os produtos das demais empresas exportadoras, provocando redução
da receita cambial do país. Como resultado desse efeito combinado, iremos ter um agravamento da
balança comercial.
Várias outras situações poderão ser consideradas, combinando-se diferentes tipos de elasticidade
para as exportações e para as importações

Remessas.

De Remessa ao Exterior dos Documentos Referentes à Exportação

A remessa ao exterior, de documentos de exportação, será processada, em regra, através de banco


que tenha contratado câmbio correspondente à exportação, observado que os documentos deverão ser
encaminhados ao exterior no menor prazo possível, depois de devidamente examinados e conferidos
pelo banco remetente, atentando-se sempre para a conveniência da sua recepção, pelo banqueiro
no exterior, antes da cada da mercadoria.
A remessa ao exterior dos documentos referentes à exportação poderá, também, ser efetuada
diretamente pelo exportador, nos casos em que - inexistindo de tal procedimento qualquer inconveniente
para o normal pagamento da exportação no exterior - seja essa forma convencionada entre as partes.
Será indispensável, porém, que de tal fato se faça constar cláusula expressa no contrato de câmbio.

OPERAÇÕES COM DERIVATIVOS

O mercado de derivativos é aquele em que os investidores, compradores ou vendedores negociam


títulos cujos valores dependem de outros ativos ou variáveis. As instituições financeiras corretoras,
necessariamente são membros da Bolsa de Valores, devem ser credenciadas pelo Banco Central e pela
CVM, podendo negociar valores mobiliários com exclusividade no pregão.
Os agentes econômicos ao participarem deste mercado podem fazê-lo sob dois enfoques, o de hedger
ou o de especulador.
O hedger é o agente que assume uma posição no mercado de futuros contrária à posição assumida
no mercado à vista. Ele, certamente, tem algum tipo de vínculo com a mercadoria objeto da operação. A
operação de Hedge pode, filosoficamente, ser comparada a um seguro.
O especulador, por outro lado, não tem neste mercado o tom pejorativo das bolsas de valores. No
mercado de futuros, ele é quem assume a posição contrária à do hedger, dando liquidez ao mercado,
assumindo os riscos e, evidentemente, procurando realizar seus ganhos.
São Modalidades:
- Futuros
- Termos
- Opções
- Swaps
MERCADO A TERMO

No mercado a termo é onde as liquidações com ações se processam a prazos determinados, conforme
a termo do contrato.
As operações a termo resultam de um contrato de compra e venda futura de ações que estabelece a
obrigação, por parte do comprador e vendedor, de liquidarem a operação em determinado prazo de
vencimento.
Os prazos mais comuns são os de 30, 60 e 90 dias.

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Nestes termos, podemos definir a operação a termo como a compra ou a venda de uma determinada
quantidade de ações, a um preço fixado, para liquidação em prazo determinado, a contar da data da
operação em pregão, resultando em um contrato entre as partes.

Mercado a Termo da Bovespa


O prazo do contrato a Termo é livremente escolhido pelos investidores, obedecendo o prazo mínimo
de 12 dias úteis e máximo de 999 dias corridos.
Título-objeto: é uma ação negociada a termo. Todas as ações negociáveis na BOVESPA podem ser
objeto de um contrato a termo.

Os Preços no Mercado a Termo: O preço a termo de uma ação resulta da adição, ao valor cotado no
mercado a vista, de uma parcela correspondente aos juros - que são fixados livremente em mercado, em
função do prazo do contrato.
Negociação no Termo BOVESPA: A realização de um negócio a termo é semelhante à de um negócio
a vista, necessitando a intermediação de uma sociedade corretora, que executará a operação, em pregão,
por um de seus representantes. É possível o acompanhamento das operações do mercado a termo,
durante todo o pregão, pela rede de terminais da BOVESPA e, pouco tempo depois do encerramento das
negociações, todas as informações importantes sobre os negócios a termo poderão ser encontradas no
site da BOVESPA e nas páginas do BDI - as quais são reproduzidas nos principais jornais diários.
Garantias: Toda transação a termo requer um depósito de garantia na sociedade corretora, e desta na
CBLC. Qualquer corretora pode pedir a seus clientes garantias adicionais àquelas exigidas pela CBLC.
Essas garantias são prestadas em duas formas: cobertura ou margem.
Cobertura: um vendedor a termo que possua os títulos-objeto pode depositá-los na CBLC, como
garantia de sua obrigação. Esse depósito, denominado cobertura, dispensa o vendedor de prestar outras
garantias adicionais;
Margem: o valor da margem inicial requerida é igual ao diferencial entre o preço à vista e o preço a
termo do papel, acrescido do montante que represente a diferença entre o preço à vista e o menor preço
à vista possível no pregão seguinte, estimado com base na volatilidade histórica do título.
A CBLC avalia a volatilidade e a liquidez das ações e as condições gerais das empresas emissoras,
classificando os papéis em diferentes intervalos de margem. Como regra geral, papéis com maior liquidez
e menor volatilidade enquadram-se nos menor intervalos de margem. Periodicamente, há uma
reavaliação dos indicadores da ação e da empresa, o que pode significar sua realocação em um intervalo
de margem mais adequado à sua nova situação de mercado.
Margem Adicional: sempre que ocorrer redução no valor de garantia do contrato, decorrente de
oscilação na cotação dos títulos depositados como margem e/ou dos títulos-objeto da negociação, será
necessário o reforço da garantia inicial, que poderá ser efetuado mediante o depósito de dinheiro ou
demais ativos autorizados pela CBLC.
Remuneração das Margens: todas as margens de garantia depositadas em dinheiro junto à CBLC são
aplicadas no mercado aberto, e seu rendimento repassado aos investidores por suas corretoras. Isso
melhora o resultado da operação.
Direitos e Proventos: Os direitos e proventos distribuídos às ações-objeto do contrato a termo
pertencem ao comprador e serão recebidos, juntamente com as ações-objeto, na data da liquidação ou
segundo normas específicas da CBLC.

A Liquidação do Contrato
A liquidação de uma operação a termo, no vencimento do contrato ou antecipadamente, se assim o
comprador o desejar, implica a entrega dos títulos pelo vendedor e o pagamento do preço estipulado no
contrato pelo comprador. Essa liquidação é realizada na CBLC sob sua garantia, fiscalização e controle,
o que assegura o cumprimento dos compromissos, de acordo com o que as partes envolvidas estipularam
empregão.

Custos de Transação
Ao realizar uma operação a termo, o aplicador incorre nos seguintes custos:
- Taxa de Corretagem: taxa livremente negociada entre as partes e calculada sobre o valor dos
negócios executados no pregão.
- Taxa de Registro: à base de 0,012% do valor total do contrato, cobrado de cada uma das partes.
- Emolumentos: 0,019% cobrados sobre o valor da operação.

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Custos
CBLC:
- Taxa de Liquidação:0,006% sobre o volume financeiro, cobrado de cada uma das partes.
- Taxa de Registro:0,028% sobre o valor financeiro cobrado de cada uma das partes.
- Tributação -Imposto de Renda: incide sobre todas as operações, sendo que os procedimentos são
diferenciados para operações financeiras e não financeiras.

Estratégias de negociação no termo bovespa


Por que comprar Ações a Termo? As principais vantagens desse tipo de operação consistem em
permitir ao investidor:
- Proteger Preços: um aplicador que espera uma alta nos preços de uma ação ou de um conjunto delas
pode comprar a termo, fixando o preço e beneficiando-se da alta da ação. Poderá fazer isso porque,
embora não conte, no momento, com dinheiro suficiente para a compra do lote desejado, aguarda a
entrada de novos recursos dentro do prazo para o qual realizou a operação.
- Diversificar Riscos: um aplicador quer comprar algumas ações cujas cotações estima estarem
deprimidas, porém não quer concentrar todos os seus recursos em apenas um ou dois papéis, para não
assumir riscos muito elevados. Adquire a termo quatro papéis mais atrativos, desembolsando apenas a
margem de garantia. Essa diversificação envolve riscos menores do que uma aplicação em ações de uma
única empresa, já que a eventual perda com uma ação pode ser compensada com ganhos com as outras
três.
- Obter Recursos (operação caixa): para detentores de carteiras que precisam de recursos para uma
aplicação rápida, mas não querem se desfazer de nenhuma ação. A alternativa de vender avista para
imediata compra a termo do mesmo papel permite ao aplicador fazer caixa e, ao mesmo tempo, manter
sua participação na empresa.
- Alavancar Ganhos: a compra a termo confere ao investidor que, num dado instante, possua um
determinado volume de recursos a possibilidade de adquirir uma quantidade de ações superior à que sua
disponibilidade de adquirir uma quantidade de ações superior à que sua disponibilidade financeira
permitiria comprar a vista naquele momento, proporcionando-lhe uma taxa de retorno maior, no caso de
elevação dos preços a vista.

Por que Vender a Termo?


Principalmente, para obter renda adicional.
- Para Financiar: Nesse tipo de operação - de financiamento - o aplicador compra ações no mercado
a vista e as vende a termo, no prazo que deseja financiar, com o objetivo de ganhar a diferença existente
entre os preços à vista e a termo, ou seja, os juros da operação;
- Aumentar a Receita: Tomada a decisão de vender uma ação - sem a necessidade de uso imediato
de recursos -, pode-se optar por uma venda a termo, maximizando ganhos, pois serão recebidos os juros
de um período além do preço à vista da ação. Esse período - o prazo do contrato – será escolhido pelo
vendedor a termo, de acordo com sua programação de aplicações e seu conhecimento de alternativas
futuras.

Estratégias adicionais
Além das apresentadas acima, podem ser montadas, com a ajuda de uma corretora, estratégias mais
sofisticadas, como por exemplo:
- Vender a Termo e Comprar Opções de Compra -A utilidade dessa estratégia é viabilizar proteção
para o vendedor a termo que não possui as ações. Adquirindo opções de compra sobreas ações vendidas
a termo, o aplicador que espera por uma baixa de mercado protege-se contra uma inesperada alta no
mercado a vista.
- Comprar a Termo e Lançar Opções de Compra- Com essa estratégia, o aplicador pode explorar os
diferentes níveis de taxas de juros existentes nos dois mercados e, caso não seja exercido, reduzir o
custo de aquisição dos títulos. Dessa forma, é possível garantir o atendimento a eventual exercício da
opção pela liquidação do contrato a termo.

Mercado a termo em pontos


Assim como na modalidade tradicional, o termo em pontos constitui-se na compra ou venda de uma
certa quantidade de ações a um preço preestabelecido, para liquidação em prazo determinado a contar
da data de sua realização. Difere em relação ao termo tradicional nos seguintes aspectos:
- O preço contratado entre as partes é convertido para pontos e ajustado de acordo com indicador
estabelecido entre as partes, que pode ser escolhido dentre os autorizados pela BOVESPA;

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- Tem negociação secundária;
- Somente pode ser negociado em lote-padrão (o mesmo adotado nas negociações a vista com o
papel) e seus múltiplos;
- Os direitos a recebimento de dividendo, bonificação em dinheiro ou qualquer outro provento em
dinheiro e à subscrição de valores mobiliários não alterarão o respectivo preço do contrato. Contudo o
vendedor repassará o valor equivalente ao provento devido em dinheiro, na data da efetiva distribuição;
No caso de bonificações em ações ou desdobramentos, a quantidade de ações contratadas será
ajustada proporcionalmente, mantendo-se inalterado o compromisso financeiro original.Com exceção do
descrito acima, as demais características e procedimentos do Termo em Pontos são idênticas às
adotadas no Termo Tradicional.

MERCADO DE OPÇÕES

O mercado de Opções é um instrumento de investimento no mercado de capitais. A opção de compra


de ações é um contrato que confere ao comprador o direito de adquirir, durante a sua vigência, um lote
de ações de determinada empresa a um preço prefixado. Isto significa, por exemplo, que alguém paga
uma determinada quantia ao proprietário de um lote de ações para que ele garanta um preço de venda
determinado (fixo) durante algum tempo. Durante a vigência deste contrato o comprador poderá, a
qualquer tempo concretizar o negócio, pagando o preço combinado, ainda que as ações estejam sendo
negociadas a preço superior. Deste modo, a diferença entre o preço combinado e o preço de mercado
das ações é que vai representar o lucro do comprador.

Outros Conceitos Básicos


- Comprador da opção ou titular: aquele que, através do pagamento de um prêmio (preço) à vista
adquire o direito de comprar ou vender o ativo-objeto até (ou) na data do vencimento (o direito de exercer
a opção).
- Vendedor da opção ou lançador: aquele que cede o direito de compra ou venda ao titular, recebendo,
para tal, um prêmio à vista.
- Prêmio: representa o valor do direito, ou seja, o quanto o mercado acha estar valendo o direito futuro
de compra ou venda naquele determinado momento. E a cotação de mercado da opção.
- Preço de exercício: preço pré-determinado no qual o exercício de opção de compra ou venda
ocorrerá.

Opções de Compra (também denominada CALL)


Dá ao comprador (titula o direito de comprar o ativo-objeto na data de vencimento pelo preço de
exercício, o qual, juntamente com o ativo-objeto e vencimento, caracteriza o tipo de contrato (denominado
série).

MERCADO FUTURO

Mercado em que as partes assumem compromisso de compra e/ou venda para liquidação (física e/ou
financeira) em data futura, tendo como característica básica o sistema de gerenciamento de posições que
engloba o ajuste diário do valor dos contratos, o qual se constitui em ganho ou prejuízo diário para as
respectivas posições, e as margens de garantia. Todos os termos (especificações) sob os quais o ativo
será transferido são estabelecidos pela bolsa antes de começar a negociação. Entre estas especificações
estão: o ativo objeto (commodity física ou financeira), o tipo de mercado (futuro, opções etc...), o lote
padrão do contrato (US$ 50.000 para dólar comercial, por exemplo), o formato em que é coado (US$ saca
de 60 kg, por exemplo) e o vencimento.

Opções sobre Disponível: Mercado em que uma parte adquire de outra o direito de comprar - opção
de compra - ou vender - opção de venda - a commodity-objeto de negociação, até ou em determinada
data, por preço previamente estipulado;
Opções sobre Futuro: Mercado em que uma parte adquire da outra o direito de comprar – opção de
compra - ou vender - opção de venda - contratos futuros de uma commodity, até ou em determinada data,
por preço previamente estipulado;
Opções Flexíveis: Semelhantes às opções de pregão, com a diferença de que são as partes que
definem alguns de seus termos, como preço de exercício, vencimento e tamanho do contrato. Essas
opções são negociadas em balcão e registradas na Bolsa via sistema eletrônico, com as partes também
determinando se o contrato de opção de compra ou de venda terá ou não a garantia da Clearing BM&F;

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Termo: Semelhante ao mercado futuro, em que é assumido compromisso de compra e/ou venda para
liquidação em data futura. No mercado a termo, porém, não há ajuste diário nem intercambialidade de
posições, ficando as partes vinculadas uma à outra até a liquidação do contrato;
Swaps: Como as opções flexíveis, são contratos negociados em balcão e registrados na BM&F via
sistema eletrônico. Nesse caso, as partes trocam um índice de rentabilidade por outro, com o propósito
de fazer hedge, casar posições ativas com posições passivas, equalizar preços, arbitrar mercados ou até
alavancar posições. Para tanto, devem escolher a combinação de variáveis apropriada a sua operação e
definir preço, prazo e tamanho, optando igualmente pela garantia ou não da Clearing da Bolsa;
Disponível (à vista ou spot): Modalidade reservada apenas a algumas commodities, cujos contratos
têm liquidação imediata. Nesse caso, entretanto, o propósito é o de fomentar os mercados futuros e de
opções, por meio da formação transparente de preços que resulta da negociação à vista.
A BM&F busca colaborar com o desenvolvimento dos mercados físicos dos produtos-objeto de seus
contratos. Além disso, promove uma série de atividades, visando manter mercados livres, equitativos e
transparentes. Dentre elas, destacam-se:
- a manutenção de local e de sistemas eletrônicos adequados à realização de operações, dotados de
todas as facilidades e aprimoramentos tecnológicos necessários;
- a regulamentação dos mercados por ela administrados;
- a fiscalização das operações realizadas em seus pregões e sistemas eletrônicos e aquelas cuja
regulamentação é de sua competência;
- a regulamentação e a fiscalização das atividades de seus associados;
- a divulgação, rápida e ampla, das operações realizadas em seus pregões e sistemas eletrônicos;
- a aplicação de penalidades aos infratores das normas legais, regulamentares e operacionais;
- a concessão de crédito operacional a seus associados, de acordo com seus programas e objetivos;
- a defesa de seus interesses, bem como de seus associados, junto às autoridades constituídas;
- a disseminação da cultura dos mercados de liquidação futura no País, por meio de eventos
educacionais, treinamentos e publicações

Características Operacionais dos Mercados Futuros


1. Conceito de Operação: Uma mercadoria é definida como qualquer bem ou produto tangível que
possa ser comercializado, compreendendo a maioria dos produtos agrícolas, como café e soja. O termo
“commodity” tem sido usado de forma bem mais abrangente, para incluir diversos ativos financeiros, tais
como títulos de dívida pública, a taxa de câmbio e a taxa de juros. Os contratos futuros, ou simplesmente
futuros, são unidades de negociação que se constituem em acordos legais acertados no recinto de
operações de uma bolsa. Todo contrato futuro implica no compromisso de receber (pelo comprador) e de
entregar (pelo vendedor) o objeto do contrato, em uma data futura preestabelecida. Na prática, apenas
um percentual é liquidado mediante o recebimento ou a entrega da mercadoria física.
O objetivo básico de um contrato futuro é oferecer um mecanismo eficiente de proteção de preço ou
de taxa de juros, para agentes expostos às flutuações adversas nos preços do ativo objeto do contrato
futuro. Ou seja, os mercados futuros viabilizam a transferência de riscos, necessariamente suportados
pelos agentes econômicos. As cotações a futuro formam também uma expressão crível dos níveis de
preços esperados. Esse elemento de visibilidade proporciona importante contribuição às projeções
econômicas e ao planejamento financeiro.
À medida que os preços futuros se aproximam do vencimento do contrato, eles convergem para os
preços à vista. Sendo assim, a operação de hedging oferece uma valiosa proteção de preços quer para
quem produz uma determinada commodity quer para quem consome tal commodity. O hedging torna
viável que os agentes econômicos tomem decisões sabendo que estão protegidos contra a oscilação dos
preços. Consequentemente, eles obtêm condições de comercializar seus produtos deforma eficiente e
com melhores expectativas. Além da fixação de um preço antecipado de compra ou de venda para seu
produto, os mercados futuros propiciam ao hedger uma maior possibilidade de alavancagem financeira,
pois os bancos podem incrementar seus empréstimos para empresas cuja produção tenha sido coberta
no mercado futuro, e também com visibilidade de preços sendo um fator valioso na tomada de decisões
dos agentes econômicos.

2. O Papel da Clearing: Na Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&F, os serviços de clearing são


prestados por um departamento interno que é responsável pelo registro de operações e controle de
posições, compensação de ajustes diários, liquidação financeira e física dos negócios e administração de
garantias. Esses serviços são proporcionados aos usuários ou aos clientes diretos da BM&F -Membros
de Compensação, Corretoras de Mercadorias e Operadores Especiais.

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Toda estrutura da clearing é montada com a finalidade de garantir os negócios para os investidores
finais que realizam as operações na Bolsa. Para dar a segurança necessária, a BM&F assume a
contraparte de todas as operações, oferecendo subsídio o gerenciamento do risco das posições de todos
os participantes de seus mercados. Na BM&F, depois de realizados os negócios em pregão ou em
sistema eletrônico, as corretoras especificam os comitentes atribuindo-lhe os membros de compensação
aos quais estão vinculados. Dessa forma, a Bolsa tem o conhecimento das posições e do risco existentes
em nome de cada comitente.
Na fase de consolidação de posições, a BM&F se interpõe entre comprador e vendedor, assumindo o
papel de contraparte de todos os comitentes: ela é compradora de todos os vendedores e vendedora de
todos os compradores. Portanto a bolsa assume para si o risco de eventual inadimplência dentro do
sistema.
a) Liquidação de Operações em D+1 - Consiste no volume financeiro liquidado no dia útil seguinte
entre os membros de compensação e a BM&F. Se um dos participantes deixar de honrar seus débitos
referentes ao dia anterior, as providências cabíveis serão tomadas imediatamente, sendo acionado
prontamente todo o processo de execução de garantias.
b) Ajustes Diários -Representa um mecanismo ao qual todos os usuários dos contratos futuros devem
se submeter. Através dele, as posições mantidas são acertadas financeiramente todos os dias, conforme
lucro ou prejuízo em relação ao dia anterior. Com isso, os perdedores liquidam seus débitos junto a Bolsa,
que os transfere aos ganhadores, de forma que todas as posições assumidas permaneçam ajustadas ao
preço corrente do mercado.
c) Margem de Garantia -É o depósito requerido de todos os comitentes que detenham posições de
risco em aberto, visando assegurar o cumprimento de todos os contratos em aberto. Os valores são
depositados junto a bolsa, através do membro de compensação, até o dia útil seguinte ao da realização
das operações.

3. Características Operacionais do Mercado de Opções


O mercado de Opções teve seu desenvolvimento nas bolsas americanas, seu maior impulso decorreu
do surgimento da Chicago Board Options Exchange (CBOE). As Opções são uma das modalidades
operacionais que compõem o mercado de derivativos, que são instrumentos financeiros que permitem a
transferência do risco entre os participantes do mercado. Este risco acima mencionado refere-se ao risco
de mercado, ou seja, aquele que envolve oscilações de preço.

Definições:
- Opções: São contratos financeiros onde são negociados direitos e obrigações sobre um ativo por
um determinado preço até uma data específica.
- Ativo Objeto: É o ativo que se está negociando: Ações, Ouro, Taxa de juros, Imóveis, Moedas,
Agropecuários, Energia, etc.
- Titular: É o detentor da opção, comprador, é aquele que possui o direito de exercício.
- Lançador: É o vendedor da opção, portanto, é aquele que possui obrigações perante o titular.

Existem 2 tipos de Opções:


- Opção de Compra: (CALL) Opção que fornece ao seu titular o direito de comprar o Ativo Objeto e
consequentemente ao lançador a obrigação de vender o Ativo Objeto ao titular.
- Opção de Venda: (PUT) Opção que fornece o direito ao titular de vender o ativo objeto e ao lançador
da opção a obrigação de comprar o ativo objeto.

Prêmio: É o valor da opção que é negociado entre as partes no pregão viva voz, sistema eletrônico
ou em mercado de balcão. É o valor pago pelo titular para ter um direito e é o valor recebido pelo vendedor
e portanto este terá uma obrigação com o titular.
Preço de Exercício: Preço pelo qual o titular poderá exercer seu direito:
- Comprar o ativo objeto se for opção de compra
- Vender o ativo objeto se for opção de venda.
Data de Exercício: Último dia no qual a opção poderá ser exercida.

Definição Completa:
- Comprador de uma Opção de Compra: É o titular que tem o direito de comprar o ativo objeto por
um preço de exercício até ou na data de exercício.
- Vendedor de uma Opção de Compra: É o lançador, possui a obrigação de vender o ativo objeto
por um preço de exercício até ou na data do exercício.

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- Comprador de uma Opção de Venda: É o titular que tem o direito de vender o ativo objeto por um
preço de exercício até ou na data de exercício.
- Vendedor de uma Opção de Venda: É o lançador, possui a obrigação de comprar o ativo objeto por
um preço de exercício até ou na data de exercício. Deve-se esclarecer que o detentor da opção além da
alternativa de exercer seu direito poderá vendera opção no mercado zerando assim sua posição na bolsa.
Isto é possível pelo fato das opções quando negociadas em bolsa serem instrumentos intercambiáveis
por possuírem padronização. Da mesma forma o vendedor pode encerrar sua obrigação através de
operação reversa (comprando ação).

4- Estratégia de Hedge
Operação em que o produtor assegura, antecipadamente, um determinado preço pelo qual venderá
ou comprará o produto que comercializa no mercado físico. Essa operação é de vital importância para o
mercado de derivativos, pois é nela que está contida a função econômica desse tipo de mercado, em que
os agentes do mercado físico encontram a possibilidade de programar receitas e despesas futuras em
seu negócio. Dessa forma, o mercado torna-se ferramenta essencial para que esses agentes possam, de
maneira mais eficiente, avaliar seus investimentos.

5 - Operações de Spreads
Trata-se de uma operação em que se assume, simultaneamente, uma posição comprada e uma
posição vendida em dois contratos futuros diferentes. Dessa forma, procura-se ganhar com o aumento
ou diminuição da diferença de preços entre os dois contratos. As operações de spreads podem envolver,
basicamente, contratos futuros relativos a uma commodity (dois vencimentos diferentes) ou a duas
commodities (mesmo vencimento e mercados diferentes). É uma operação que traz grandes vantagens,
como: Menor risco, pois dependendo dos dois contratos que são escolhidos, existe uma correlação entre
eles e a posição de risco se refere somente à diferença e não às grandes oscilações que os preços dos
diferentes contratos podem sofrer. Por envolver menor risco, a Bolsa cobra menos margem de garantia
para essa operação.

SWAPS

Entende-se como swap um contrato de troca de indexadores, que funciona como hedge (proteção),
permitindo consequentemente aos participantes do mercado se protegerem dos riscos inerentes aos
ativos que operam. Esses contratos de swap são bastante flexíveis. As partes envolvidas no processo
poderão acertar entre si quais os indicadores, o prazo e as características acordadas.
O mercado financeiro, na prática, acabou por eleger algumas combinações preferidas. Um exemplo
comum é o do exportador conservador que não gostaria de correr os riscos de uma oscilação cambial.
Isso ocorre porque suas receitas são em dólares e despesas em reais, não interessando a ele portanto,
correr o risco da variação do câmbio. Em virtude dessa situação ele pode fazer um swap com um contrato
de DI contra dólar. Nesse caso o banco assume o risco em dólar e, em troca, o exportador conta com os
juros do DI - que é um ativo corrigido pela taxa diária dos juros. Outra operação muito comum é a de
quem tem uma dívida pós-fixada e quer evitar o risco de uma alta nos juros. Nessa situação o devedor
procura um banco que aceita a troca da taxa pós-fixada por uma taxa prefixada e assume o risco. É claro
que existe um prêmio de risco embutido. No exemplo do devedor acima, o banco cobrará uma taxa de
juros um pouco mais alta do que a de mercado, para neutralizar o risco que está correndo. Após acertados
os termos do negócio, o contrato deverá ser registrado ou na CETIP ou na Bolsa de Mercadorias &
Futuros(BM&F). No caso da CETIP, os contratos são todos feitos sem garantia. Já a BM&F oferece a
alternativa dos contratos terem garantias, que incluem depósito de garantias na própria Bolsa por parte
dos envolvidos na operação De acordo com a legislação do Banco Central, podem ser usadas taxas de
juros, índices de preços, taxas de câmbio (moedas estrangeiras) e ouro. Portanto, o leque de
combinações entre as partes é grande.

Os índices mais utilizados atualmente são:


1. DI (Depósito Interfinanceiro): Taxa média ponderada das operações com CDI-Over, extra-grupo.
Nestas operações as Instituições trocam recursos ADM, que serão reservas em D + 1.
Órgão responsável: Cetip - Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos
Cálculo: Todas as instituições financeiras habilitadas a realizar operações de CDI - Certificado de
Depósito Interfinanceiro. Na formação da taxa DI-over são consideradas apenas as operações de 1 dia,
entre instituições diferentes (extra-grupo)

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Definições: O CDI é um Instrumento financeiro ou valor mobiliário, escritural e nominativo, destinado a
possibilitar a troca de recursos entre as instituições financeiras - a Instituição captadora - depositária -
vende CDI para a instituição doadora - depositante. O prazo mínimo é de 1 dia. As operações são
registradas na Cetip.

Fórmulas:

Taxa % ao ano =100 x [(VR / VA)252-1] onde: VR = valor de resgate e VA= valor aplicado

2. Dólar comercial e flutuante


3. IGP-M - Índice Geral de Preços de Mercado
4. IGP-DI - Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna
5. Ouro
6. Taxa prefixada
7. Taxa SELIC
8. TBF e TR - Taxa Básica Financeira - TBF e Taxa Referencial – TR
9. TJLP- Taxa de Juros de Logo Prazo
10. Ufir - Unidade Fiscal de Referência

Garantias no Sistema Financeiro Nacional: Aval Fiança. Penhor mercantil.


Alienação fiduciária. Hipoteca. Fianças bancárias. Fundo Garantidor de Créditos
(FGC)..

As garantias do Sistema Financeiro Nacional podem ser divididas em 2 modalidades:

1. GARANTIAS PESSOAIS que baseiam-se na confiança, isto é, se o devedor não pagar, uma terceira
pessoa (que prestou a garantia pessoal) será obrigada a pagar no lugar dele, onde temos o aval e a
fiança.
2. GARANTIAS REAIS que vinculam patrimônio ao cumprimento da obrigação assumida pelo devedor.
Recaem sobre bens móveis ou imóveis do patrimônio do devedor ou de terceiros; se ele não pagar,
haverá um processo de execução em que será requerida a venda judicial do bem, pagando-se
preferencialmente o credor, onde temos o penhor, a hipoteca e a alienação fiduciária.
A seguir disporemos a conceituação de cada espécie, vejamos:

Aval

O aval é a garantia de pagamento formal e solidária firmada por terceiro em um título de crédito, onde
os intervenientes são: o avalista (aquele que presta o aval), o avalizado (aquele que recebe o aval) e o
credor. Para tanto, basta que se lance o aval no próprio título ou na folha de alongamento. A simples
assinatura no anverso do título é suficiente para configurar o aval.
Considera-se não escrito o aval cancelado. Tratando-se de garantia solidária, implica que o avalista é
coobrigado, isto é, é codevedor principal.

Fiança

Dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a satisfazer determinada obrigação, caso o respectivo
devedor não a cumpra.
A fiança é um contrato acessório; pode ser gratuito ou oneroso. Os intervenientes são: o devedor
(afiançado), o fiador (pessoa física ou pessoa jurídica) e o credor.
Caso o devedor principal não cumpra a obrigação e o fiador venha a ser acionado para responder pela
dívida, sem que antes tenha sido acionado aquele, poderá alegar o benefício de ordem para que os bens
do devedor sejam excutidos em primeiro lugar, salvo se foi estipulada solidariedade no contrato de fiança.
O fiador tem a prerrogativa de renunciar a este direito.
A fiança só pode ser concedida pelo cônjuge quando o outro der seu consentimento. A este requisito
se dá o nome de outorga uxória. A falta da autorização torna o ato anulável.

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Fiança bancária

É um compromisso contratual pelo qual uma instituição financeira garante o cumprimento de


obrigações de seus clientes. O público alvo são as pessoas físicas e jurídicas. A fiança bancária é uma
obrigação por escrito (carta de fiança) assumida pelo banco, responsabilizando-se por dívida total ou
parcial de cliente que queira assumir uma obrigação perante terceiros.
Regulamentação do CMN estipula o limite máximo de exposição por cliente a ser observado pelas
instituições financeiras na prestação de garantia de fiança bancária.
A vantagem se trabalhar com fiança bancária é que a garantia oferecida pelos bancos goza de grande
respeitabilidade no mundo dos negócios. A fiança bancária está sujeita a cobrança de tarifas, mas não
se sujeita a cobrança de IOF, por tratar-se de um contrato.

Penhor

É um direito real que consiste na tradição de coisa móvel, suscetível de alienação, realizada pelo
devedor ou por terceiro ao credor, a fim de garantir o pagamento do débito. Tem como sujeitos o devedor
pignoratício (pode ser tanto o sujeito passivo da obrigação principal como terceiro que ofereça o ônus
real) e o credor pignoratício (o que empresta o dinheiro).

Penhor mercantil

É caracterizando-se pela dispensa da tradição da coisa onerada, ou seja, o devedor continua na sua
posse, equiparando-se ao depositário para todos os efeitos. Visa garantir obrigação comercial.
Penhor mercantil é a garantia na qual o bem empenhado faz parte integrante do negócio comercial.
Pode abranger tanto estoques de matérias-primas quanto estoques de produtos acabados. Os estoques
objeto de penhor mercantil são confiados a fiel depositário, que se torna responsável pela guarda,
existência e conservação dos bens dados em garantia.

Hipoteca

A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou aos que forem a ele equiparados, que tem por
objetivo assegurar o pagamento de uma dívida.
A posse do bem gravado não se transfere ao credor.
A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou construções no imóvel e deve ser registrada
no Cartório de Registro de Imóveis.
Podem ser objeto de hipoteca os imóveis, seus acessórios, as estradas de ferro (linhas, estações,
locomotivas e vagões), as minas e pedreiras, os navios e os aviões.

Alienação fiduciária

Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor transfere ao credor a propriedade de uma coisa móvel
ou imóvel, até que a dívida daquele seja inteiramente paga. O devedor é chamado fiduciante e o credor
denomina-se fiduciário. Uma vez completado o pagamento, a propriedade do bem alienado volta ao
fiduciante.
A alienação fiduciária de coisas móveis rege-se pelo Decreto-Lei 911/1969. Até a entrada em vigor do
novo Código Civil os contratos de empréstimos com garantia de alienação fiduciária de coisa móvel só
podiam ser pactuados entre instituições financeiras e o financiado, pessoa física ou jurídica. A partir de
da entrada em vigor da Lei 9.514/97, passou a existir também a alienação fiduciária da coisa imóvel.
A mora ou o inadimplemento do fiduciante possibilita ao fiduciário requerer em juízo a busca e
apreensão do bem móvel objeto do contrato, para vendê-lo a terceiros e tornar efetiva a sua garantia. Se
o bem móvel não for encontrado na posse do fiduciante, a busca e apreensão podem transformar-se em
ação de depósito; se ele não entregar a coisa, poderá ser considerado depositário infiel.
A lei faculta a venda da coisa independentemente de leilão, avaliação prévia ou interpelação do
devedor. O credor deve aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas
decorrentes, entregando ao devedor o saldo apurado, se houver.

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Passamos a analisar o que o Código Civil de 2002 expõe sobre o tema

Aval – código civil

Art. 897 O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode
ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.

Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1° Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
§ 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou
devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados
anteriores.
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara,
a menos que a nulidade decorra de vício de forma.

Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado.

(...)
Art. 1.647..., nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação
absoluta:
...
III - prestar fiança ou aval.

Fiança – código civil

Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida
pelo devedor, caso este não a cumpra.

Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.

Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade.

Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado
senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.

Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios da dívida principal, inclusive
as despesas judiciais, desde a citação do fiador.

Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos
onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao
limite da obrigação afiançada.

Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de
incapacidade pessoal do devedor.
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não abrange o caso de mútuo feito a menor.

Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não
for pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha de prestar a fiança, e não possua bens suficientes
para cumprir a obrigação.

Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor exigir que seja substituído.

Art. 827 O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide,
que sejam primeiro executados os bens do devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear
bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o
débito.

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Art. 828 Não aproveita este benefício ao fiador:
I - se ele o renunciou expressamente;
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
III - se o devedor for insolvente, ou falido.

Art. 829 A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa importa o
compromisso de solidariedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de divisão.
Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador responde unicamente pela parte que, em
proporção, lhe couber no pagamento.
Art. 830 Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma sob sua responsabilidade, caso
em que não será por mais obrigado.

Art. 831 O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor; mas só
poderá demandar a cada um dos outros fiadores pela respectiva quota.
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á pelos outros.

Art. 832 O devedor responde também perante o fiador por todas as perdas e danos que este pagar, e
pelos que sofrer em razão da fiança.

Art. 833 O fiador tem direito aos juros do desembolso pela taxa estipulada na obrigação principal, e,
não havendo taxa convencionada, aos juros legais da mora.

Art. 834 Quando o credor, sem justa causa, demorar a execução iniciada contra o devedor, poderá o
fiador promover-lhe o andamento.

Art. 835 O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre
que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação
do credor.

Art. 836 A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a responsabilidade da fiança se limita ao
tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança.

Art. 837 O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais, e as extintivas da obrigação
que competem ao devedor principal, se não provierem simplesmente de incapacidade pessoal, salvo o
caso do mútuo feito a pessoa menor.

Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:


I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor;
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferências;
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do que
este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por evicção*.
Evicção: perda, parcial ou total, que sofre o adquirente duma coisa em consequência da reivindicação
judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor.

Art. 839 Se for invocado o benefício da excussão e o devedor, retardando-se a execução, cair em
insolvência, ficará exonerado o fiador que o invocou, se provar que os bens por ele indicados eram, ao
tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada.

(...)
Art. 1.647, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação
absoluta:
III - prestar fiança ou aval.

Penhor – código civil

Art. 1.431 Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao
credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de
alienação.

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Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam
em poder do devedor, que as deve guardar e conservar.

Art. 1.432 O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos contratantes; o do
penhor comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos.

Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:


I - à posse da coisa empenhada;
II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas devidamente justificadas, que tiver feito, não
sendo ocasionadas por culpa sua;
III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício da coisa empenhada;
IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se lhe permitir expressamente o contrato,
ou lhe autorizar o devedor mediante procuração;
V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em seu poder;
VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia autorização judicial, sempre que haja receio
fundado de que a coisa empenhada se perca ou deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono da
coisa empenhada pode impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia real
idônea.

Art. 1.434 O credor não pode ser constrangido a devolver a coisa empenhada, ou uma parte dela,
antes de ser integralmente pago, podendo o juiz, a requerimento do proprietário, determinar que seja
vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente para o pagamento do credor.

Art. 1.435 O credor pignoratício é obrigado:


I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a perda ou deterioração de que for
culpado, podendo ser compensada na dívida, até a concorrente quantia, a importância da
responsabilidade;
II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao dono dela, das circunstâncias que
tornarem necessário o exercício de ação possessória;
III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. 1.433, inciso V) nas despesas de guarda e
conservação, nos juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente;
IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida;
V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, no caso do inciso IV do art. 1.433.

Art. 1.436 Extingue-se o penhor:


I - extinguindo-se a obrigação;
II - perecendo a coisa;
III - renunciando o credor;
IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa;
V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou
por ele autorizada.
§ 1º Presume-se a renúncia do credor quando consentir na venda particular do penhor sem reserva
de preço, quando restituir a sua posse ao devedor, ou quando anuir à sua substituição por outra garantia.
§ 2º Operando-se a confusão tão-somente quanto a parte da dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o
penhor quanto ao resto.

Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor depois de averbado o cancelamento do registro, à vista
da respectiva prova.

Art. 1.438 Constitui-se o penhor rural mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório
de Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor rural, o devedor
poderá emitir, em favor do credor, cédula rural pignoratícia, na forma determinada em lei especial.

Art. 1.439. O penhor agrícola e o penhor pecuário não podem ser convencionados por prazos
superiores aos das obrigações garantidas. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)
§ 1º Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, enquanto subsistirem os bens que a
constituem.

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§ 2º A prorrogação deve ser averbada à margem do registro respectivo, mediante requerimento do
credor e do devedor.

Art. 1.440 Se o prédio estiver hipotecado, o penhor rural poderá constituir-se independentemente da
anuência do credor hipotecário, mas não lhe prejudica o direito de preferência, nem restringe a extensão
da hipoteca, ao ser executada.

Art. 1.441 Tem o credor direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde
se acharem, por si ou por pessoa que credenciar.

Art. 1.442 Podem ser objeto de penhor:


I - máquinas e instrumentos de agricultura;
II - colheitas pendentes, ou em via de formação;
III - frutos acondicionados ou armazenados;
IV - lenha cortada e carvão vegetal;
V - animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola.

Art. 1.443 O penhor agrícola que recai sobre colheita pendente, ou em via de formação, abrange a
imediatamente seguinte, no caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia.
Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova safra, poderá o devedor constituir com outrem novo
penhor, em quantia máxima equivalente à do primeiro; o segundo penhor terá preferência sobre o
primeiro, abrangendo este apenas o excesso apurado na colheita seguinte.

Art. 1.444 Podem ser objeto de penhor os animais que integram a atividade pastoril, agrícola ou de
lacticínios.

Art. 1.445 O devedor não poderá alienar os animais empenhados sem prévio consentimento, por
escrito, do credor.
Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar o gado empenhado ou, por negligência, ameace
prejudicar o credor, poderá este requerer se depositem os animais sob a guarda de terceiro, ou exigir que
se lhe pague a dívida de imediato.

Art. 1.446 Os animais da mesma espécie, comprados para substituir os mortos, ficam sub-rogados no
penhor.
Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista neste artigo, mas não terá eficácia contra
terceiros, se não constar de menção adicional ao respectivo contrato, a qual deverá ser averbada.

Art. 1.447 Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em
funcionamento, com os acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens destinados à
exploração das salinas; produtos de suinocultura, animais destinados à industrialização de carnes e
derivados; matérias-primas e produtos industrializados.
Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas aos armazéns gerais o penhor das
mercadorias neles depositadas.

Art. 1.448 Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, mediante instrumento público ou particular,
registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as coisas
empenhadas.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor industrial ou
mercantil, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na forma e para os
fins que a lei especial determinar.

Art. 1.449 O devedor não pode, sem o consentimento por escrito do credor, alterar as coisas
empenhadas ou mudar-lhes a situação, nem delas dispor. O devedor que, anuindo o credor, alienar as
coisas empenhadas, deverá repor outros bens da mesma natureza, que ficarão sub-rogados no penhor.

Art. 1.450 Tem o credor direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde
se acharem, por si ou por pessoa que credenciar.

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Hipoteca – código civil

Art. 1.473 Podem ser objeto de hipoteca:


I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles;
II - o domínio direto (diz respeito ao direito de dispor do imóvel);
III - o domínio útil (diz respeito ao direito de utilizar ou usufruir do imóvel);
IV - as estradas de ferro;
V - os recursos naturais (as jazidas, minas e demais recursos minerais) independentemente do solo
onde se acham;
VI - os navios;
VII - as aeronaves.
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;
IX - o direito real de uso;
X - a propriedade superficiária (o domínio da construção ou da plantação separado do solo).

Art. 1.474 A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou construções do imóvel.


Subsistem os ônus reais constituídos e registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o mesmo imóvel.

Art. 1.475 É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.

Art. 1.476 O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título,
em favor do mesmo ou de outro credor.

Art. 1.477 Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da segunda hipoteca, embora vencida,
não poderá executar o imóvel antes de vencida a primeira.
Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor por faltar ao pagamento das obrigações
garantidas por hipotecas posteriores à primeira.

Art. 1.478. Se o devedor da obrigação garantida pela primeira hipoteca não se oferecer, no vencimento,
para pagá-la, o credor da segunda pode promover-lhe a extinção, consignando a importância e citando o
primeiro credor para recebê-la e o devedor para pagá-la; se este não pagar, o segundo credor, efetuando
o pagamento, se sub-rogará nos direitos da hipoteca anterior, sem prejuízo dos que lhe competirem contra
o devedor comum.
Parágrafo único. Se o primeiro credor estiver promovendo a execução da hipoteca, o credor da
segunda depositará a importância do débito e as despesas judiciais.

Art. 1.479 O adquirente do imóvel hipotecado, desde que não se tenha obrigado pessoalmente a pagar
as dívidas aos credores hipotecários, poderá exonerar-se da hipoteca, abandonando-lhes o imóvel.

Art. 1.485 Mediante simples averbação, requerida por ambas as partes, poderá prorrogar-se a
hipoteca, até 30 (trinta) anos da data do contrato. Desde que perfaça esse prazo, só poderá subsistir o
contrato de hipoteca reconstituindo-se por novo título e novo registro; e, nesse caso, lhe será mantida a
precedência, que então lhe competir.

Art. 1.486 Podem o credor e o devedor, no ato constitutivo da hipoteca, autorizar a emissão da
correspondente cédula hipotecária, na forma e para os fins previstos em lei especial.

Art. 1.487 A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada, desde que
determinado o valor máximo do crédito a ser garantido.
§ 1º Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca dependerá de prévia e expressa concordância
do devedor quanto à verificação da condição, ou ao montante da dívida.
§ 2º Havendo divergência entre o credor e o devedor, caberá àquele fazer prova de seu crédito.
Reconhecido este, o devedor responderá, inclusive, por perdas e danos, em razão da superveniente
desvalorização do imóvel.

Art. 1.492 As hipotecas serão registradas no cartório do lugar do imóvel, ou no de cada um deles, se
o título se referir a mais de um.
Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o título, requerer o registro da hipoteca.

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Art. 1.493 Os registros e averbações seguirão a ordem em que forem requeridas, verificando-se ela
pela da sua numeração sucessiva no protocolo.
Parágrafo único. O número de ordem determina a prioridade, e esta a preferência entre as hipotecas.

Art. 1.494 Não se registrarão no mesmo dia duas hipotecas, ou uma hipoteca e outro direito real, sobre
o mesmo imóvel, em favor de pessoas diversas, salvo se as escrituras, do mesmo dia, indicarem a hora
em que foram lavradas.

Art. 1.495 Quando se apresentar ao oficial do registro título de hipoteca que mencione a constituição
de anterior, não registrada, sobrestará ele na inscrição da nova, depois de a prenotar, até trinta dias,
aguardando que o interessado inscreva a precedente; esgotado o prazo, sem que se requeira a inscrição
desta, a hipoteca ulterior será registrada e obterá preferência.

Art. 1.497 As hipotecas legais, de qualquer natureza, deverão ser registradas e especializadas.

Art. 1.498 Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar; mas a especialização, em
completando vinte anos, deve ser renovada.

Art. 1.499 A hipoteca extingue-se:


I - pela extinção da obrigação principal;
II - pelo perecimento da coisa;
III - pela resolução da propriedade;
IV - pela renúncia do credor;
V - pela remição;
VI - pela arrematação ou adjudicação.

Art. 1.500 Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de Imóveis, do cancelamento
do registro, à vista da respectiva prova.

Alienação fiduciária de bens móveis - decreto-lei 911/69

Art 1º A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta da
coisa móvel alienada, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor
em possuidor direto e depositário com todas as responsabilidades e encargos que lhe incumbem de
acordo com a lei civil e penal.
§ 1º A alienação fiduciária somente se prova por escrito e seu instrumento, público ou particular,
qualquer que seja o seu valor, será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou microfilme, no Registro de
Títulos e Documentos do domicílio do credor, sob pena de não valer contra terceiros, e conterá, além de
outros dados, os seguintes:
a) o total da dívida ou sua estimativa;
b) o local e a data do pagamento;
c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for permitida e, eventualmente, a cláusula penal e a
estipulação de correção monetária, com indicação dos índices aplicáveis;
d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e os elementos indispensáveis à sua
identificação.
§ 2º Se, na data do instrumento de alienação fiduciária, o devedor ainda não for proprietário da coisa
objeto do contrato, o domínio fiduciário desta se transferirá ao credor no momento da aquisição da
propriedade pelo devedor, independentemente de qualquer formalidade posterior.
§ 3º Se a coisa alienada em garantia não se identifica por números, marcas e sinais indicados no
instrumento de alienação fiduciária, cabe ao proprietário fiduciário o ônus da prova, contra terceiros, da
identidade dos bens do seu domínio que se encontram em poder do devedor.
§ 4º No caso de inadimplemento da obrigação garantida, o proprietário fiduciário pode vender a coisa
a terceiros e aplicar preço da venda no pagamento do seu crédito e das despesas decorrentes da
cobrança, entregando ao devedor o saldo porventura apurado, se houver.
§ 5º Se o preço da venda da coisa não bastar para pagar o crédito do proprietário fiduciário e
despesas, na forma do parágrafo anterior, o devedor continuará pessoalmente obrigado a pagar o saldo
devedor apurado.
§ 6º É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia,
se a dívida não for paga no seu vencimento.

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§ 8º O devedor que alienar, ou der em garantia a terceiros, coisa que já alienara fiduciariamente em
garantia, ficará sujeito à pena prevista no art. 171, § 2º, inciso I, do Código Penal.
§ 10. A alienação fiduciária em garantia do veículo automotor deverá, para fins probatórios, constar
do certificado de Registro, a que se refere o artigo 52 do Código Nacional de Trânsito.

Art. 2º No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação
fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição
expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida
prestação de contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 1º O crédito a que se refere o presente artigo abrange o principal, juros e comissões, além das taxas,
cláusula penal e correção monetária, quando expressamente convencionados pelas partes.
§ 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por
carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso
seja a do próprio destinatário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais garantidas por alienação fiduciária, ou a
ocorrência legal ou convencional de algum dos casos de antecipação de vencimento da dívida facultarão
ao credor considerar, de pleno direito, vencidas todas as obrigações contratuais, independentemente de
aviso ou notificação judicial ou extrajudicial.
§ 4º Os procedimentos previstos no caput e no seu § 2º aplicam-se às operações de arrendamento
mercantil previstas na forma da Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974. (Incluído pela Lei nº 13.043, de
2014)

Art. 3º O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora, na forma estabelecida
pelo § 2º do art. 2º, ou o inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do
bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, podendo ser apreciada em plantão
judiciário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 1º Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a propriedade e a
posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às repartições competentes,
quando for o caso, expedir novo certificado de registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro
por ele indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária.
§ 2º No prazo do § 1º o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida pendente, segundo
os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será restituído livre
do ônus.
§ 3º O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo de quinze dias da execução da liminar.
§ 4º A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor tenha se utilizado da faculdade do § 2º,
caso entenda ter havido pagamento a maior e desejar restituição.
§ 5º Da sentença cabe apelação apenas no efeito devolutivo.
§ 6º Na sentença que decretar a improcedência da ação de busca e apreensão, o juiz condenará o
credor fiduciário ao pagamento de multa, em favor do devedor fiduciante, equivalente a cinquenta por
cento do valor originalmente financiado, devidamente atualizado, caso o bem já tenha sido alienado.
§ 7º A multa mencionada no § 6º não exclui a responsabilidade do credor fiduciário por perdas e danos.
§ 8º A busca e apreensão prevista no presente artigo constitui processo autônomo e independente de
qualquer procedimento posterior.
§ 9º Ao decretar a busca e apreensão de veículo, o juiz, caso tenha acesso à base de dados do
Registro Nacional de Veículos Automotores - RENAVAM, inserirá diretamente a restrição judicial na base
de dados do Renavam, bem como retirará tal restrição após a apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.043, de
2014)
§ 10. Caso o juiz não tenha acesso à base de dados prevista no § 9º, deverá oficiar ao departamento
de trânsito competente para que: (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
I - registre o gravame referente à decretação da busca e apreensão do veículo; e (Incluído pela Lei nº
13.043, de 2014)
II - retire o gravame após a apreensão do veículo. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 11. O juiz também determinará a inserção do mandado a que se refere o § 9o em banco próprio de
mandados. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 12. A parte interessada poderá requerer diretamente ao juízo da comarca onde foi localizado o
veículo com vistas à sua apreensão, sempre que o bem estiver em comarca distinta daquela da tramitação
da ação, bastando que em tal requerimento conste a cópia da petição inicial da ação e, quando for o caso,

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a cópia do despacho que concedeu a busca e apreensão do veículo. (Incluído pela Lei nº 13.043, de
2014)
§ 13. A apreensão do veículo será imediatamente comunicada ao juízo, que intimará a instituição
financeira para retirar o veículo do local depositado no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas.
(Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 14. O devedor, por ocasião do cumprimento do mandado de busca e apreensão, deverá entregar o
bem e seus respectivos documentos. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 15. As disposições deste artigo aplicam-se no caso de reintegração de posse de veículos referente
às operações de arrendamento mercantil previstas na Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974. (Incluído
pela Lei nº 13.043, de 2014)

Art. 4º Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar na posse do devedor,
fica facultado ao credor requerer, nos mesmos autos, a conversão do pedido de busca e apreensão em
ação executiva, na forma prevista no Capítulo II do Livro II da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)

Art. 5º Se o credor preferir recorrer à ação executiva, direta ou a convertida na forma do art. 4º, ou, se
for o caso ao executivo fiscal, serão penhorados, a critério do autor da ação, bens do devedor quantos
bastem para assegurar a execução. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)

(...)

Art. 7º-A. Não será aceito bloqueio judicial de bens constituídos por alienação fiduciária nos termos
deste Decreto-Lei, sendo que, qualquer discussão sobre concursos de preferências deverá ser resolvida
pelo valor da venda do bem, nos termos do art. 2º. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)

FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO (FGC)

O Fundo Garantidor de Crédito - FGC constitui-se em uma associação civil sem fins lucrativos, com
personalidade jurídica de direito privado do Brasil, que administra um mecanismo de proteção aos
correntistas, poupadores e investidores, permitindo recuperar os depósitos ou créditos mantidos em
instituição financeira, em caso de falência ou de sua liquidação.
Para a manutenção do FGC, as instituições financeiras contribuem com uma porcentagem do valor
dos depósitos, o FGC recolhe 0,0125% do valor dos depósitos totais das empresas filiadas.
O Fundo foi criado em 1995 com a Resolução nº 2.211/95, do CMN, sob orientação do governo federal.
Foi originado do extinto FGDLI - Fundo de Garantia de Depósitos e Letras Imobiliárias - a partir da
reversão de seus valores para o FGC.
Também foram absorvidos a massa de depósitos do RECHEQUE - Reserva para a Promoção da
Estabilidade da Moeda e do Uso do Cheque - que consistia num fundo criado para a absorção das multas
cobradas dos emitentes de cheques sem provisão de fundos.
O FGC garante, atualmente, perdas de até R$ 250 mil, para cada pessoa contra a instituição bancária
alvo de alguma operação financeira.
No início de 2009, com o objetivo de criar melhores condições para que as instituições financeiras
médias e pequenas voltassem a realizar operações de crédito, o Conselho Monetário Nacional – CMN
aprovou a Resolução n° 3.692, de 26 de março de 2009, alterada pelas Resoluções n°s 3.717, de 23 de
abril de 2009 e 3.793, de 28 de setembro de 2009, que autorizou os bancos comerciais, os bancos
múltiplos, os bancos de desenvolvimento, os bancos de investimentos, as sociedades de crédito,
financiamento e investimento e as caixas econômicas a captar, a partir de 1 de abril de 2009, depósitos
a prazo, sem emissão de certificado, com garantia especial (Depósito a prazo com Garantia Especial –
DPGE) a ser proporcionada pelo FGC no valor de até R$ 20 milhões por depositante.
Assim, é uma espécie de “seguro” para determinados investimentos em renda fixa. Na verdade, esse
fundo não é um “produto”, seria uma entidade privada, sem fins lucrativos, que assim, administra o
mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores, contra instituições financeiras em
caso de intervenção, liquidação ou falência.
Praticamente todas as instituições financeiras que operam no Brasil, tais como bancos comerciais,
sociedades de crédito, bancos múltiplos etc., são associadas ao FGC.
São instituições associadas ao FGC a Caixa Econômica Federal, os bancos múltiplos, os bancos
comerciais, os bancos de investimento, os bancos de desenvolvimento, as sociedades de crédito,

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
financiamento e investimento, as sociedades de crédito imobiliário, as companhias hipotecárias e as
associações de poupança e empréstimo, em funcionamento no País, que:
- recebam depósitos à vista, em contas de poupança ou depósitos a prazo;
- realizem aceite em letras de câmbio;
- captem recursos mediante a emissão e a colocação de letras imobiliárias, de letras hipotecárias, de
letras de crédito imobiliário ou de letras de crédito do agronegócio; e
- captem recursos por meio de operações compromissadas tendo como objeto títulos emitidos, após
08.03.2012, por empresa ligada.
As instituições associadas contribuem mensalmente para a manutenção do FGC, com uma
porcentagem sobre os saldos das contas correspondentes às obrigações objeto de garantia.

Principais investimentos protegidos pelo FGC: poupança, CDBs e LCIs


A Resolução 3.400, de 6 de setembro de 2006 determina que são objeto da garantia proporcionada
pelo FGC os seguintes créditos:
- depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio;
- depósitos em contas correntes de depósito para investimento;
- depósitos de poupança;
- depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado;
- depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheques destinadas ao registro e controle do
fluxo de recursos referentes a prestação de serviços de pagamento de salários, vencimentos,
aposentadorias, pensões e similares;
- letras de câmbio;
- letras imobiliárias;
- letras hipotecárias;
- letras de crédito imobiliário.

De outra face, não são cobertos pela garantia:


- os depósitos, empréstimos ou quaisquer outros recursos captados ou levantados no exterior;
- as operações relacionadas a programas de interesse governamental instituídos por lei;
- os depósitos judiciais;
- os depósitos a prazo autorizados a compor o nível II do Patrimônio de Referência, de que trata a
Resolução 2.837, de 30 de maio de 2001.
De todos os créditos acima listados, os mais destacados são a poupança, os CDBs (depósitos a prazo),
e as letras de crédito.
Insta ressaltar, dentro desse contexto, que os fundos de investimento não contam com a proteção do
FGC, por serem entidades constituídas sob a forma de condomínios abertos, assim é uma comunhão de
recursos arrecadados de clientes para aplicação em carteira diversificada de ativos financeiros, cujos
regulamentos são registrados em cartórios de títulos e documentos. Geralmente são administrados por
uma instituição financeira e estão sujeitos a supervisão e acompanhamento do Banco Central do Brasil
ou da CVM – Comissão de Valores Mobiliários, dependendo de sua natureza.
Não se pode confundir a pessoa jurídica de um Banco com a dos Fundos de Investimentos, pois, na
hipótese de intervenção ou liquidação extrajudicial em um banco, a garantia para os cotistas desses
Fundos consiste na própria carteira de ativos financeiros, que seguem normas específicas de
administração que objetivam garantir segurança e transparência, de forma que o cliente pondere fatores,
tais como: rentabilidade e risco quando da sua decisão de aplicar em um fundo de investimento financeiro.
O valor máximo assegurado é de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) por depositante ou aplicador.
No início de 2009, com o objetivo de criar melhores condições para que as instituições financeiras
médias e pequenas voltassem a realizar operações de crédito, o Conselho Monetário Nacional – CMN
aprovou a Resolução n° 3.692, de 26 de março de 2009, alterada pelas Resoluções n°s 3.717, de 23 de
abril de 2009 e 3.793, de 28 de setembro de 2009, que autorizou os bancos comerciais, os bancos
múltiplos, os bancos de desenvolvimento, os bancos de investimentos, as sociedades de crédito,
financiamento e investimento e as caixas econômicas a captar, a partir de 1 de abril de 2009, depósitos
a prazo, sem emissão de certificado, com garantia especial (Depósito a prazo com Garantia Especial –
DPGE) a ser proporcionada pelo FGC no valor de até R$ 20 milhões por depositante.

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Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime
de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/1998 e suas alterações.

Conceito

O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se por um conjunto de operações comerciais ou


financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país, de modo transitório ou permanente,
de recursos, bens e valores de origem ilícita e que se desenvolvem por meio de um processo dinâmico
que envolve, teoricamente, três fases independentes que, com frequência, ocorrem simultaneamente.

Lavar dinheiro significa conferir uma aparência lícita ao dinheiro conseguido por meio da prática de
infrações, ou seja, de origem ilícita.

Marco Antônio de Barros43, " lavagem é o método pelo qual uma ou mais pessoas, ou uma ou mais
organizações criminosas, processam os ganhos financeiros ou patrimoniais obtidos com determinadas
atividades ilícitas. Sendo assim, lavagem de capitais consiste na operação financeira ou transação
comercial que visa ocultar ou dissimular a incorporação, transitória ou permanente, na economia ou no
sistema financeiro do país, de bens, direitos ou valores que, direta ou indiretamente, são resultado de
outros crimes, e a cujo produto ilícito se pretende dar lícita aparência".
Trata-se de crime acessório, haja vista a necessidade de infração anterior que gerou o dinheiro a ser
lavado.

Em 03.03.98, o Brasil, dando continuidade a compromissos internacionais assumidos a partir da


assinatura da Convenção de Viena de 1988, aprovou, com base na respectiva Exposição de Motivos, a
Lei de Lavagem de Dinheiro ou Lei nº 9.613, posteriormente alterada pela Lei nº 10.467, de 11.06.02.
A lei supracitada atribuiu às pessoas físicas e jurídicas de diversos setores econômico-financeiros
maior responsabilidade na identificação de clientes e manutenção de registros de todas as operações e
na comunicação de operações suspeitas, sujeitando-as ainda às penalidades administrativas pelo
descumprimento das obrigações.
Para efeitos de regulamentação e aplicação das penas, o legislador preservou a competência dos
órgãos reguladores já existentes, cabendo ao COAF a regulamentação e supervisão dos demais setores.
Em 2012, a Lei nº 9.613 foi alterada pela Lei nº 12.683 que trouxe importantes avanços para a
prevenção e combate à lavagem de dinheiro, tais como (i) a extinção do rol taxativo de crimes
antecedentes, admitindo-se agora como crime antecedente da lavagem de dinheiro qualquer infração
penal; (ii) a inclusão das hipóteses de alienação antecipada e outras medidas assecuratórias que
garantam que os bens não sofram desvalorização ou deterioração; (iii) inclusão de novos sujeitos
obrigados tais como cartórios, profissionais que exerçam atividades de assessoria ou consultoria
financeira, representantes de atletas e artistas, feiras, dentre outros; (iv) aumento do valor máximo da
multa para R$ 20 milhões.

Etapas da lavagem de dinheiro

O dinheiro obtido de maneira ilícita - “dinheiro sujo” - passa por um processo composto por diversas
fases tencionadas a disfarçar sua origem ilícita sem comprometer os envolvidos, de forma que seja
considerado “limpo”.
Dos vários modelos de fases existentes, o de aceitação mais ampla e adotado pela maioria da doutrina
especializada é o elaborado pelo GAFI, composto por três fases: colocação, ocultação e integração.

a) Colocação ou Placement
Esta fase consiste na introdução do dinheiro ilícito no sistema financeiro, dificultando a identificação
da procedência dos valores. É a fase mais arriscada para o “lavador” em razão da sua proximidade com
a origem ilícita. Walter Fanganiello Maiorovitch diz que é o momento “de apagar a mancha caracterizadora
da origem ilícita”.
Normalmente esses valores são introduzidos no sistema financeiro em pequenas quantias, que,
individualmente, acabam não gerando maiores suspeitas. A essa técnica é dado o nome de smurfing. Daí

43
BARROS apud LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação Criminal Especial Comentada. Salvador: Jus Podivm, 2014

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por que existe uma preocupação muito grande com os registros das instituições financeiras. O Federal
Reserve – FED, Banco Central americano, se preocupa, há algum tempo, em identificar o cliente de forma
tal que ele não perceba que está sendo investigado.
Outra técnica de lavagem utilizada nesta fase é a utilização de estabelecimentos comerciais que
trabalham com dinheiro em espécie, a princípio insuspeitos, como cinemas, restaurantes, hotéis, casas
de bingo, entre outros.
Ainda podem ser referidas as práticas de “cabodólar” e a utilização de “laranjas” ou testas-de-ferro”
nesta fase da lavagem de dinheiro. O “cabodólar” consiste em uma rede de transferência de valores à
margem do sistema financeiro oficial, isto é, doleiros e casas de câmbio, que atuam como intermediários,
realizam a transferência de valores de um país para outro sem tributação, declaração ou autorização
legal, o que, como destaca o juiz federal José Paulo Baltazar Júnior, presta-se também para a evasão de
divisas e para a sonegação fiscal. Já os “laranjas” são pessoas, reais ou fictas, cujos nomes são utilizados,
com seu conhecimento ou não, para titularizarem dinheiro ou bens do lavador.
Nota-se, assim, que a lavagem de dinheiro tanto pode se dar mediante a utilização do sistema
financeiro, quanto mediante a utilização de outros meios, como mercado imobiliário, estabelecimentos
comerciais, jogos legais e ilegais e etc. Daí, destaca-se a classificação doutrinária de lavagem financeira
e lavagem não financeira.
No Brasil, o “vídeobingo” era a técnica predileta do narcotráfico. Em depoimento mencionado por
Juarez Cirino dos Santos, Lillo Lauricela, preso pela Divisão Antimáfia da Itália, afirmou que a abertura
de bingos eletrônicos no Brasil, despertou o interesse de empresários europeus e da máfia italiana para
a venda de máquinas e para a lavagem do dinheiro advindo da comercialização da cocaína.
Rogério Pacheco Jordão, ao comentar a gama de opções de que o “lavador” pode se utilizar para a
colocação do capital ilícito, destaca:
“Dificilmente alguém poderá andar em linha reta por mais de dois quilômetros dentro de importantes
cidades brasileiras como São Paulo ou Rio de Janeiro sem se deparar, no caminho, com
estabelecimentos que estejam, direta ou indiretamente, na rede de lavagem. São hotéis, bares,
restaurantes, bingos, casas de câmbio, videolocadoras. Mas também imobiliárias, construtoras, bancos.

Fausto Martin de Sanctis conclui que é nessa oportunidade, no momento da colocação, que se exige
maior intervenção do Estado, porque o limite temporal entre a prática do crime original e o início da
lavagem é muito estreito.

b) Ocultação, Dissimulação, Transformação ou Layering


Nessa fase ocorre a camuflagem das evidências, com a utilização de uma série de negócios ou
movimentações financeiras, a fim de que seja dificultado o rastreamento contábil dos lucros ilícitos. É a
fase da lavagem propriamente dita, pois se dissimula a origem dos valores para que sua procedência não
seja identificada.
Cria-se um emaranhado de complexas transações financeiras, em sua maioria internacionais, sendo
que é nesta fase que os países e as jurisdições que não cooperam com as investigações referentes à
lavagem de dinheiro têm papel fundamental. É a fase mais complexa do processo e a que envolve maiores
riscos de vulnerabilidade aos sistemas financeiros nacionais.
As transações realizadas anteriormente são multiplicadas, muitas vezes com várias transferências por
cabo (wire transfer) através de muitas empresas e contas, de modo a que se perca a trilha do dinheiro
(paper trail). Há o saque do dinheiro em espécie e o depósito do mesmo em uma nova instituição ou
mesmo destruição dos registros de uma determinada operação em conluio com a instituição financeira.
Aliás, Fausto Martin de Sanctis destaca que a realidade de hoje é ainda mais complexa tendo em vista
que a criminalidade já está adquirindo bancos internacionais, porque todos os registros dessas
instituições são manipulados, viabilizando ainda mais o que já era facilitado pelos paraísos fiscais.
Segundo Marcia Monassi Mougenot Bonfim e Edilson Mougenot Bonfim, um dos métodos de ocultação
mais avançados é a venda fictícia de ações na bolsa de valores (o vendedor e o comprador, previamente
ajustados, fixam um preço artificial para as ações de compra). É comum nesta fase também a
transformação das quantias em bens imóveis ou móveis; quanto a estes, costuma-se adquirir bens que
possam ser postos em circulação rápida em diferentes países como ouro, joias e pedras preciosas
(commodities).

c) Integração ou Integration
É a fase final do processo, muitas vezes interligada ou até mesmo sobreposta à etapa anterior. Nessa
fase, já com a aparência lícita, o capital é formalmente incorporado ao sistema econômico, geralmente
por meio de investimentos no mercado mobiliário e imobiliário, e é assimilado com todos os outros ativos

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existentes no sistema. A integração do “dinheiro limpo” através das outras etapas faz com que este
dinheiro pareça ter sido ganho de maneira lícita.
Entre as práticas realizadas nesta fase, estão o empréstimo de regresso, a falsa especulação
imobiliária, a falsa especulação com obras de arte ou pedras preciosas e a especulação financeira
cruzada, por exemplo.
O empréstimo de regresso nada mais é que a simulação de empréstimos com dinheiro já pertencente
ao lavador de empresas, localizadas no território nacional, para empresas de fachada, localizadas em
paraísos fiscais, com os mesmos proprietários daquelas. A falsa especulação, tanto de imóveis quanto
de obras de arte ou pedras preciosas, se dá através da simulação de valores superiores aos reais. E, por
fim, a especulação financeira cruzada é a simulação de lucros e prejuízos em operações casadas e de
sinal contrário em bolsas de valores ou mercado de futuros, com os mesmos titulares ou com a utilização
de laranjas. Esses compram e vendem os mesmos títulos, no mesmo dia, gerando prejuízos para um,
que pode diminuir o imposto de renda devido, e lucros falsos para outro, possibilitando a lavagem de
dinheiro.
Alguns autores, como Carlos Márcio Rissi Macedo, inclusive, destacam que não se pode dizer que
tecnicamente há “lavagem de dinheiro” nesta fase, já que o dinheiro já possui uma máscara de licitude.
Contudo, cabe esclarecer que a lavagem de dinheiro nem sempre ocorre de acordo com as fases
supracitadas, bem como, não é necessária a ocorrência dessas três fases para que o delito esteja
consumado, bastando a fase da colocação, conforme posicionamento firmado pelo Supremo Tribunal
Federal. Entretanto, o estudo das fases da lavagem de dinheiro é importante, pois ajuda a compreender
como a mesma procede.
Além disso, salienta-se que todos os dias surgem novas técnicas de lavagem de dinheiro,
diferenciando-se das já expostas, a par de que são muito mais complexas, tornando-se inabarcável a
listagem de todas as formas de referida prática delitiva. Aliás, nesse sentido, como lembrou o Ministro do
Superior Tribunal de Justiça, Gilson Dipp, as técnicas de lavagem de dinheiro mais eficazes são aquelas
ainda não conhecidas.

Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro

COAF - CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS

A Lei 9.613 introduziu na Legislação Brasileira uma série de iniciativas internacionais previstas na
Convenção de Viena, na Convenção de Palermo, na Convenção das Nações Unidas contra o
Financiamento ao Terrorismo e, principalmente, nas Recomendações do GAFI/FATF.
O avanço mais significativo no sistema legal brasileiro de prevenção e combate à lavagem de dinheiro
desde a Lei 9.613/98 foi a aprovação da Lei Complementar 105, de 20 de janeiro de 2001, que ampliou
o acesso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) a informações bancárias. Ademais,
a Lei 10.701, de 09 de julho de 2003, incluiu o financiamento ao terrorismo como crime antecedente à
lavagem de dinheiro, proporcionou mais autoridade ao COAF para obter informações de comunicantes,
e cria um registro nacional de contas bancárias.

A missão do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) é prevenir a utilização dos


setores econômicos para a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, promovendo a
cooperação e o intercâmbio de informações entre os Setores Público e Privado.

O COAF, a unidade de inteligência financeira brasileira, órgão integrante do Ministério da Fazenda,


possui um papel central no sistema brasileiro de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao
terrorismo, tendo a incumbência legal de coordenar mecanismos de cooperação e de troca de
informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à lavagem de dinheiro, disciplinar e
aplicar penas administrativas e receber, examinar e identificar ocorrências suspeitas. O COAF também
coordena a participação do Brasil em várias organizações internacionais, tais como GAFI, GAFISUD e
Grupo de Egmont.
Com relação às medidas preventivas, a legislação brasileira, ao designar autoridades competentes
apropriadas para supervisionar as instituições financeiras, cumpre os requisitos para uma maior vigilância
de atividades financeiras suspeitas ou incomuns, ou ainda transações envolvendo jurisdições com
regimes deficientes de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo. A conservação
de documentos, os dispositivos legais, a execução da lei e a autoridade dos supervisores para aplicar
sanções são bastante abrangentes, além de estar mostrando ótimos resultados.

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Além do COAF, outras autoridades, tais como a Polícia Federal, a Receita Federal, a Controladoria-
Geral da União e o Ministério Público, têm se engajado de forma sistemática e progressiva no combate à
lavagem de dinheiro, o que pode ser visto no aumento do número de investigações e condenações. Essas
autoridades têm ampliado suas capacidades de atuação, quer seja ampliando recursos, quer seja
cooperando com outros órgãos para intercâmbio de informações e experiências. Além disso, os tribunais
especializados recém-criados para julgar estes processos também aumentaram os esforços na luta contra
o crime de lavagem de dinheiro.
Como mencionado acima, o COAF tem participado ativamente de eventos internacionais relacionados
à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo. Graças ao COAF, o Brasil se tornou membro do
GAFI, do GAFISUD e do Grupo de Egmont, sendo reconhecido internacionalmente como um país que
luta de forma eficaz contra atividades financeiras ilícitas. A atuação do COAF inclui participações nos
principais grupos de trabalho destas organizações, o que implica em resultados, tendências e
recomendações a serem discutidos internamente no Brasil a fim de lidar de forma apropriada com esta
questão no país. O COAF coordena, por exemplo, o processo de avaliação mútua ao qual Brasil é
submetido no âmbito do GAFI.
Esta participação também inclui o compromisso de ter um importante papel na região da América do
Sul, liderando as operações realizadas pelo GAFISUD, tendo exercido inclusive a presidência do Grupo
em 2006. O COAF também exerceu, de julho de 2008 a junho de 2009, a presidência do GAFI. Além
disso, o COAF vem indicando representantes para participar do Grupo de Egmont, não apenas nos que
diz respeito a questões políticas e institucionais, mas também na esfera operacional, especialmente em
relação à melhoria da troca de processos e normas de informações entre as UIFs membros do Grupo.

Autarquia criada no âmbito do Ministério da Fazenda para:


a) coordenar e propor mecanismos de cooperação e troca de informações que viabilizem ações rápidas
e eficientes no combate à ocultação ou à dissimulação de bens, direitos e valores;
b) receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas em lei;
c) disciplinar e aplicar penas administrativas, sem prejuízo da competência de outros órgãos e
entidades;
d) comunicar à autoridade competente para a instauração dos procedimentos legais, em casos de
indícios fundados da prática do crime de lavagem de dinheiro.

Desde março de 2012 (com vigência contar de maio do mesmo ano) o COAF passa a atuar também
nas seguintes operações e situações:
- Operações com moeda nacional, estrangeira e cheques de viagem ou com dados cadastrais de
clientes, movimentação de contas e operações de investimento interno;
- Investimentos significativos não proporcionais à capacidade econômica e financeira do cliente, cuja
origem não seja claramente definida;
- Movimentações atípicas de recursos por agentes públicos, ou por pessoa física ou jurídica
relacionados a patrocínio, propaganda, marketing, consultoria, assessoria e capacitação; ou de recursos
por organizações sem fins lucrativos ou por pessoa física ou jurídica relacionados a licitações públicas;
- Situações relacionadas a consórcios;
- Aumento expressivo do número de quotas pertencentes a um mesmo consorciado;
- Situações relacionadas a pessoas suspeitas de envolvimento com atos terroristas, ou relacionadas
com atividades internacionais;
- Realização ou proposta de operação com pessoas, inclusive sociedades e instituições situadas em
países que não apliquem (ou apliquem insuficientemente) as recomendações do Grupo de Ação contra a
Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo, ou que tenham sede em países com tributação
favorecida ou regimes fiscais privilegiados;
- Situações relacionadas com operações de crédito contratadas no exterior e operações de
investimento externo;
- Situações relacionadas com empregados de instituições financeiras e seus representantes;
- Abertura e movimentação de contas ou realização de operações por detentor de procuração ou
qualquer tipo de mandato;
- Ausência repentina de movimentação financeira em conta;
- Utilização de cofres de aluguel de forma atípica ou do cartão de forma incompatível com o perfil do
cliente.

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Realizadas tais considerações, vamos acompanhar em seguida o que preleciona a Lei nº 9.613/98:

LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.44

Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da


utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de
Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.

CAPÍTULO I
Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores

Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade


de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
I ao VIII - (Revogados pela Lei nº. 12.683/2012)
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal:
I - os converte em ativos lícitos;
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta
ou transfere;
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal;
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou
secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos
de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos,
se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores
e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

CAPÍTULO II
Disposições Processuais Especiais

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclusão, da
competência do juiz singular;
II - independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade
de processo e julgamento;
III - são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento
de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.
§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta
a punibilidade da infração penal antecedente.
§ 2o No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer
nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de
defensor dativo.

Art. 3º (Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012)

44
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9613compilado.htm - acesso 17.12.2018.

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Art. 4o O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do delegado
de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de
infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado ou
acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou proveito dos
crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais antecedentes.
§ 1o Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem
sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
manutenção.
§ 2o O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e valores quando comprovada a
licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à
reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração
penal.
§ 3o Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado ou de
interposta pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a prática de atos
necessários à conservação de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no § 1o.
§ 4o Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores para reparação
do dano decorrente da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para pagamento de
prestação pecuniária, multa e custas.

Art. 4o A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, mediante
petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado em relação
ao processo principal.
§ 1o O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens, com a descrição
e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se encontram.
§ 2o O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e intimará o Ministério Público.
§ 3o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença,
homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão,
preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação.
§ 4o Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta judicial remunerada, adotando-se
a seguinte disciplina:
I - nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal:
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em instituição financeira pública,
mediante documento adequado para essa finalidade;
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou por outra instituição financeira
pública para a Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade, no prazo
de 24 (vinte e quatro) horas; e
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por instituição financeira pública serão
debitados à Conta Única do Tesouro Nacional, em subconta de restituição;
II - nos processos de competência da Justiça dos Estados:
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada em lei, preferencialmente pública,
de cada Estado ou, na sua ausência, em instituição financeira pública da União;
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada Estado, na forma da respectiva
legislação.
§ 5o Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o trânsito em julgado da sentença
proferida na ação penal, será:
I - em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça
do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos de competência
da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado respectivo;
II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado à disposição do réu pela
instituição financeira, acrescido da remuneração da conta judicial.
§ 6o A instituição financeira depositária manterá controle dos valores depositados ou devolvidos.
§ 7o Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tributos e multas incidentes sobre o bem
alienado, sem prejuízo de iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da Federação, venham
a desonerar bens sob constrição judicial daqueles ônus.
§ 8o Feito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os autos da alienação serão apensados aos
do processo principal.
§ 9o Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas no curso do
procedimento previsto neste artigo.

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§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o juiz decretará, em favor,
conforme o caso, da União ou do Estado:
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança;
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos quais não foi dada destinação
prévia; e
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após o trânsito em julgado da
sentença condenatória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste artigo serão adjudicados ou levados a
leilão, depositando-se o saldo na conta única do respectivo ente.
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente que emita documento de habilitação à
circulação e utilização dos bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que se refere
o caput deste artigo.
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, direitos e valores oriundos do crime
de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação nos termos desta Lei
permanecem submetidos à disciplina definida em lei específica.

Art. 4o-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
comprometer as investigações.

Art. 5o Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa
física ou jurídica qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas
assecuratórias, mediante termo de compromisso.

Art. 6o A pessoa responsável pela administração dos bens:


I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com o produto dos bens objeto da
administração;
II - prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situação dos bens sob sua
administração, bem como explicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos realizados.
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens sujeitos a medidas assecuratórias serão
levados ao conhecimento do Ministério Público, que requererá o que entender cabível.

CAPÍTULO III
Dos Efeitos da Condenação

Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:


I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Estadual -, de
todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes previstos
nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé;
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro
de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do
tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
§ 1o A União e os Estados, no âmbito de suas competências, regulamentarão a forma de destinação
dos bens, direitos e valores cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto aos processos de
competência da Justiça Federal, a sua utilização pelos órgãos federais encarregados da prevenção, do
combate, da ação penal e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de
competência da Justiça Estadual, a preferência dos órgãos locais com idêntica função.
§ 2o Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União ou do Estado for
decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver interesse na
sua conservação.

CAPÍTULO IV
Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes Praticados no Estrangeiro

Art. 8o O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional e por


solicitação de autoridade estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores
oriundos de crimes descritos no art. 1o praticados no estrangeiro.

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§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou convenção internacional,
quando o governo do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.
§ 2o Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores privados sujeitos a medidas
assecuratórias por solicitação de autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da sua
alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.

CAPÍTULO V
DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE

Art. 9o Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas físicas e jurídicas que tenham,
em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:
I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou
estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial;
III - a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou administração de
títulos ou valores mobiliários.
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas de negociação do mercado
de balcão organizado;
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência complementar ou de
capitalização;
III - as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como as
administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços;
IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio eletrônico,
magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos;
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial (factoring);
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, imóveis,
mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou método
assemelhado;
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer das atividades
listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;
VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regulador dos
mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como agentes,
dirigentes, procuradoras, comissionarias ou por qualquer forma representem interesses de ente
estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas neste artigo;
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda
de imóveis;
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e metais preciosos, objetos de arte
e antiguidades.
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor, intermedeiem a
sua comercialização ou exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie;
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria,
consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, em operações:
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou industriais ou participações
societárias de qualquer natureza;
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos;
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento ou de valores mobiliários;
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários
ou estruturas análogas;
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a atividades desportivas ou
artísticas profissionais;
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, comercialização,
agenciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou
eventos similares;
XVI - as empresas de transporte e guarda de valores;

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XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem rural ou animal
ou intermedeiem a sua comercialização; e
XVIII - as dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz
no Brasil, relativamente a residentes no País.

CAPÍTULO VI
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros

Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:


I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de instruções emanadas das
autoridades competentes;
II - manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores
mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que
ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções por esta expedidas;
III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compatíveis com seu porte e volume
de operações, que lhes permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na forma disciplinada
pelos órgãos competentes;
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão regulador ou fiscalizador e, na
falta deste, no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles
estabelecidas;
V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na periodicidade, forma e condições por ele
estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações prestadas.
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identificação referida no inciso I deste
artigo deverá abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários.
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo deverão ser conservados durante
o período mínimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo
este que poderá ser ampliado pela autoridade competente.
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado também quando a pessoa física ou
jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com uma
mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autoridade
competente.

Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado formando o cadastro geral de correntistas e
clientes de instituições financeiras, bem como de seus procuradores.

CAPÍTULO VII
Da Comunicação de Operações Financeiras

Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:


I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas das
autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com
eles relacionar-se;
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive
àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização:
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acompanhadas da identificação de que trata
o inciso I do mencionado artigo; e
b) das operações referidas no inciso I;
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf,
na periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas, transações
ou operações passíveis de serem comunicadas nos termos do inciso II.
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I deste artigo, elaborarão relação
de operações que, por suas características, no que se refere às partes envolvidas, valores, forma de
realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar
a hipótese nele prevista.
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não acarretarão
responsabilidade civil ou administrativa.
§ 3o O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com base no inciso II do caput aos respectivos
órgãos responsáveis pela regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art. 9o.

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Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques em espécie deverão ser previamente
comunicados à instituição financeira, nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo Banco Central
do Brasil.

CAPÍTULO VIII
Da Responsabilidade Administrativa

Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores das pessoas jurídicas, que
deixem de cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente ou não,
pelas autoridades competentes, as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa pecuniária variável não superior:
a) ao dobro do valor da operação;
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação; ou
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de administrador
das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;
IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou
funcionamento.
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumprimento das instruções referidas
nos incisos I e II do art. 10.
§ 2o A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9o, por culpa ou dolo:
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo assinalado pela autoridade
competente;
II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10;
III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição formulada nos termos do inciso V do art.
10;
IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que se refere o art. 11.
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas infrações graves quanto ao
cumprimento das obrigações constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica,
devidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas com multa.
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência específica de infrações
anteriormente punidas com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo.

Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções previstas neste Capítulo será regulado por
decreto, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

CAPÍTULO IX
Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras

Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades


Financeiras - COAF, com a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e
identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da competência
de outros órgãos e entidades.
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais
não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para
esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12.
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações
que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e
valores.
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as informações cadastrais
bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas.

Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos
cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de sua
prática, ou de qualquer outro ilícito.

Art. 16. O Coaf será composto por servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida
competência, designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do quadro de

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pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência de
Seguros Privados, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal do
Brasil, da Agência Brasileira de Inteligência, do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da
Justiça, do Departamento de Polícia Federal, do Ministério da Previdência Social e da Controladoria-Geral
da União, atendendo à indicação dos respectivos Ministros de Estado.
§ 1º O Presidente do Conselho será nomeado pelo Presidente da República, por indicação do Ministro
de Estado da Fazenda.
§ 2º Caberá recurso das decisões do Coaf relativas às aplicações de penas administrativas ao
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento definidos em estatuto aprovado por decreto do
Poder Executivo.

CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de


1941 (Código de Processo Penal), no que não forem incompatíveis com esta Lei.

Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados
cadastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente de
autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições
financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.

Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições financeiras e tributárias em resposta às ordens


judiciais de quebra ou transferência de sigilo deverão ser, sempre que determinado, em meio informático,
e apresentados em arquivos que possibilitem a migração de informações para os autos do processo sem
redigitação.

Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de
remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão
fundamentada, o seu retorno.

Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará os dados fiscais dos contribuintes pelo
prazo mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir do início do exercício seguinte ao da declaração de
renda respectiva ou ao do pagamento do tributo.

Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Questões

01. (SEFAZ/PE – Julgador Administrativo Tributário do Tesouro Estadual – FCC) Sobre o crime
de lavagem de dinheiro, é correto afirmar que a Lei nº 9.613/1998
(A) definiu que a troca de bens de igual valor não gera a prática do crime, pois os crimes têm como
elemento essencial a obtenção de lucro.
(B) deu causa, face à revogação do rol de crimes antecedentes, ao fenômeno da abolitio criminis,
quanto às condutas ali previstas.
(C) proibiu o recebimento pelo profissional liberal de valores ilícitos, em face da prestação de serviços
efetivada, mesmo que não tenha dolo.
(D) permitiu o reconhecimento do crime de lavagem de dinheiro, quaisquer que sejam os crimes
antecedentes dos quais resultem os ativos.
(E) definiu que a importação e a exportação de bens com valores irreais apenas atingem a sonegação
fiscal correspondente ao tributo sonegado, não caracterizando o crime de lavagem.

02. (SEFAZ/PE – Julgador Administrativo Tributário do Tesouro Estadual – FCC) Em relação à


delação premiada, a Lei dos Crimes de Lavagem de Dinheiro definiu que
(A) a substituição da pena pode ser feita mesmo após a prolação da sentença.
(B) a redução da pena poderá ser efetivada no patamar de um terço a quarto quintos.
(C) a pena fixada em regime inicial fechado não pode ser substituída.

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(D) o magistrado não pode deixar de aplicar a pena, diante da natureza do crime.
(E) o benefício pode ser concedido, caso o agente se retrate em juízo das informações prestadas.

03. (PC/CE - Escrivão de Polícia Civil de 1ª Classe - VUNESP) No que concerne ao crime de
“lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, da Lei nº 9.613/98,
(A) só se configura após o trânsito em julgado da condenação pelo crime que gerou o recurso ilícito
(crime antecedente)
(B) a pena será aumentada se o crime for cometido de forma reiterada
(C) admite-se a responsabilização criminal penal da pessoa jurídica.
(D) pune-se a tentativa com a mesma pena do crime consumado.
(E) a colaboração espontânea do coautor ou partícipe, ainda que efetiva e frutífera, não lhe reduzirá
pena.

04. (PGFN - Procurador da Fazenda Nacional - ESAF) A extinção do rol de crimes antecedentes da
Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei n. 9.613/98), promovida pela Lei n. 12.683/12, teve como consequência:
(A) a extinção da punibilidade de todas as condutas praticadas antes da vigência da Lei n. 12.683/12.
(B) o alargamento das hipóteses de ocorrência da figura típica da lavagem de dinheiro, possibilitando
que qualquer delito previsto no ordenamento brasileiro seja o crime antecedente necessário à sua
configuração.
(C) a alteração da natureza do crime de lavagem de dinheiro, que deixou de exigir a ocorrência de um
crime antecedente para sua consumação.
(D) a exclusão da possibilidade dos crimes de tráfico ilícito de entorpecentes e extorsão mediante
sequestro serem antecedentes à conduta de lavagem de dinheiro.
(E) a abolitio criminis da lavagem de dinheiro a partir da vigência da Lei n.12.683/12.

05. (TJ/SP - Advogado - VUNESP) Nos termos da Lei n.º 9.613/1998, a qual versa sobre delitos de
lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, configura crime ocultar ou dissimular a natureza, origem,
localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta
ou indiretamente, de.
(A) qualquer infração penal.
(B) terrorismo e de seu financiamento, somente
(C) contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção, somente.
(D) crime praticado por organizações criminosas, somente.
(E) tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins, somente.

06. (Banco do Brasil – Escriturário - FCC) O COAF − Conselho de Controle de Atividades


Financeiras compõe a estrutura legal brasileira para lidar com o problema da lavagem de dinheiro e tem
como missão
(A) autorizar, em conjunto com os bancos, o ingresso de recursos internacionais por meio de contratos
de câmbio.
(B) julgar se é de origem lícita a incorporação na economia, de modo transitório ou permanente, de
recursos, bens e valores.
(C) identificar e apontar para a Secretaria da Receita Federal do Brasil os casos de ilícito fiscal
envolvendo lavagem de dinheiro.
(D) prevenir a utilização dos setores econômicos para lavagem de dinheiro e financiamento do
terrorismo.
(E) discriminar as atividades principal ou acessória de pessoas físicas e jurídicas sujeitas às obrigações
previstas em lei.

07. (MPE/SC - Promotor de Justiça - MPE-SC) ANALISE O ENUNCIADO DA QUESTÃO ABAIXO E


ASSINALE "CERTO" (C) OU "ERRADO" (E)

Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de


bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de contravenção penal não caracteriza
crime de lavagem, na forma descrita na Lei n. 9.613/98.
(C) CERTO
(E) ERRADO

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08. (PGR - Procurador da República - PGR) Sobre o crime de lavagem de dinheiro assinale a
alternativa certa:
(A) O § 4º, do art. 1º, da Lei n. 9.613/1998, foi alterado pela Lei n. 12.683/2012, passando a prever a
causa de aumento de pena de um a dois terços se os crimes definidos naquele diploma legal forem
cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
(B) O art. 1º, caput, da Lei n. 9.613/1998, foi alterado pela Lei n. 12.683/2012, que suprimiu o rol
taxativo de crimes antecedentes pela referência genérica a infração penal, com exceção das
contravenções e da sonegação fiscal.
(C) O art. 7º, da Lei 9.613/1998, foi alterado pela Lei n. 12.683/2012, passando a prever, como efeito
da condenação, a perda, tão somente em favor da União, de todos os ativos relacionados, direta ou
indiretamente, à prática da lavagem, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.
(D) O art. 9º, XIV, da Lei 9.613/1998, foi alterado pela Lei n. 12.683/2012, passando a exigir do
advogado atuante no contencioso judicial ou extrajudicial criminal o dever de comunicar as operações
suspeitas de lavagem perpetradas por seus clientes.

09. (PC/SP - Delegado de Polícia - PC-SP) Em relação aos crimes de "lavagem" ou ocultação de
bens, direitos e valores - Lei n° 9.613/98 é correto afirmar que
(A) se aplicam, como efeitos da condenação, somente os previstos no Código Penal.
(B) não há causas de aumento ou redução de pena.
(C) o COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as informações cadastrais
bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas.
(D) não admitem tentativa.
(E) cabe apenas ao COAF determinar a liberação dos bens apreendidos ou sequestrados quando
comprovada a licitude de sua origem.

10. (PC/RJ - Delegado de Polícia - FUNCAB) Oto, a fim de dificultar eventual investigação, depositou
vários cheques de terceiros, recebidos como produto de concussão da qual participou, em contas-
correntes de três empresas de sua propriedade, às quais esperava ter acesso. Observando o caso
concreto, analise as assertivas abaixo:
I. Oto deve responder por favorecimento real e lavagem de capitais.
II. A figura de lavagem de capitais é caracterizada pela ocultação ou dissimulação da origem, da
localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade dos valores respectivos, provenientes,
direta ou indiretamente, de qualquer infração penal.
III. Se reconhecido que Oto praticou o crime de lavagem de capitais, resta excluída sua participação
no crime de concussão.
IV. O tipo de lavagem de dinheiro não reclama nem o êxito definitivo da ocultação ou dissimulação,
visado pelo agente, nem o vulto e a complexidade dos exemplos de requintada “engenharia financeira”
transnacional.

Agora, indique a opção que contempla apenas as assertivas verdadeiras.


(A) I e II.
(B) II e III.
(C) III e IV.
(D) I e III.
(E) II e IV.

Gabarito

01.D / 02.A / 03.B / 04.B / 05.A / 06.D / 07.Errado / 08.A / 09.C / 10.E

Comentários

01. Resposta: D
De acordo com o previsto pelo artigo 2º, II, da Lei 9.613/98, o processo e julgamento dos crimes
tipificados pela norma independem das infrações penais antecedentes, ainda que praticados em outro
país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de
processo e julgamento.

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02. Resposta: A
Segundo o disposto pelo artigo 1º, § 5º, da Lei 9.613/98, a pena poderá ser reduzida de um a dois
terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou
substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das
infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos
ou valores objeto do crime.
Desta forma, a alternativa correta é a “A”.

03. Resposta: B
Consoante o disposto no artigo 1º, §4º, da norma: “A pena será aumentada de um a dois terços, se os
crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização
criminosa.

04. Resposta: B
A lei brasileira trazia no seu artigo 1º um rol de infrações penais antecedentes das quais poderia haver
lavagem de dinheiro proveniente delas. Entretanto, com a alteração operada pela Lei 12.683/2012,
ocorreu a revogação desse rol de infrações penais antecedentes, passando a ser possível a lavagem do
produto de qualquer infração penal.

05. Resposta: A
Pelo que dispõe o artigo 1º da Lei nº 9.613/1998 a alternativa correta é a “A”, haja vista que configura
os crime delitos de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, ocultar ou dissimular a natureza,
origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes,
direta ou indiretamente, de qualquer infração penal.

06. Resposta: D
A missão do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) é prevenir a utilização dos
setores econômicos para a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, promovendo a cooperação
e o intercâmbio de informações entre os Setores Público e Privado.

07. Resposta: ERRADO


O artigo 1º da Lei nº 9.613/98 prevê que é crime de lavagem: “Ocultar ou dissimular a natureza, origem,
localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta
ou indiretamente, de infração penal”. E por sua vez, considera-se infração penal qualquer conduta que se
enquadre na descrição de um crime ou contravenção penal. Assim, a pratica do crime de lavagem pode
se caracterizar quando a propriedade de bens, direitos ou valores é proveniente, direta ou indiretamente,
de contravenção penal.

08. Resposta: A
Consoante a nova redação trazida pela Lei nº12.683/12, a Lei nº9.613/98 passou a prever que é causa
de aumento de pena de um a dois terços se os crimes definidos neste diploma legal forem cometidos de
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. É o que dispõe o artigo 1º, §4º da norma.

09. Resposta: C
Nos termos do art. 14 §3º O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as
informações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas

10. Resposta: E
A alternativa correta é a “E”, pois são verdadeiras apenas as assertivas II e IV, vejamos: A assertiva II
é verdadeira, pois o delito de lavagem de capitais é caracterizado pela ocultação ou dissimulação da
origem, da localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade dos valores respectivos,
provenientes, direta ou indiretamente, de qualquer infração penal. É o que dispõe o art. 1º da Lei nº
9.613/98. A assertiva IV está correta na medida em que o tipo de lavagem de dinheiro não exige o êxito
definitivo da ocultação ou dissimulação visado pelo agente, nem o vulto e a complexidade dos exemplos
de requintada “engenharia financeira” transnacional.

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Circular Bacen nº 3.461/2009 e suas alterações

CIRCULAR Nº 3.461 de 200945

Consolida as regras sobre os procedimentos a serem adotados na prevenção e combate às atividades


relacionadas com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998.
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão realizada em 23 de julho de 2009, com
base no disposto nos arts. 10, inciso IX, e 11, inciso VII, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, 10
e 11 da Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e tendo em vista o disposto na Convenção Internacional
para Supressão do Financiamento do Terrorismo, adotada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas em
9 de dezembro de 1999, promulgada por meio do Decreto nº 5.640, de 26 de dezembro de 2005,
DECIDIU:

Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil devem implementar políticas, procedimentos e controles internos, de forma compatível com seu
porte e volume de operações, destinados a prevenir sua utilização na prática dos crimes de que trata a
Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998. (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 1º As políticas de que trata o caput devem:
I - especificar, em documento interno, as responsabilidades dos integrantes de cada nível hierárquico
da instituição;
II - contemplar a coleta e registro de informações tempestivas sobre clientes, que permitam a
identificação dos riscos de ocorrência da prática dos mencionados crimes;
III - definir os critérios e procedimentos para seleção, treinamento e acompanhamento da situação
econômico-financeira dos empregados da instituição;
IV - incluir a análise prévia de novos produtos e serviços, sob a ótica da prevenção dos mencionados
crimes;
V - ser aprovadas pelo conselho de administração ou, na sua ausência, pela diretoria da instituição;
VI - receber ampla divulgação interna.
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput devem incluir medidas prévia e expressamente
estabelecidas, que permitam:
I - confirmar as informações cadastrais dos clientes e identificar os beneficiários finais das operações;
II - possibilitar a caracterização ou não de clientes como pessoas politicamente expostas.
§ 3º Para os fins desta circular, considera-se cliente eventual ou permanente qualquer pessoa natural
ou jurídica com a qual seja mantido, respectivamente em caráter eventual ou permanente, relacionamento
destinado à prestação de serviço financeiro ou à realização de operação financeira.
§ 4º Os procedimentos de que trata o caput devem ser reforçados para início de relacionamento com:
I - instituições financeiras, representantes ou correspondentes localizados no exterior, especialmente
em países, territórios e dependências que não adotam procedimentos de registro e controle similares aos
definidos nesta circular;
II - clientes cujo contato seja efetuado por meio eletrônico, mediante correspondentes no País ou por
outros meios indiretos.
§ 5º As políticas e procedimentos internos de controle de que trata o caput devem ser implementados
também pelas dependências e subsidiárias situadas no exterior das instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela Circular nº 3.583, de
12/3/2012)
§ 6º O diretor responsável pela implementação e cumprimento das medidas estabelecidas nesta
Circular, nos termos do art. 18, deve informar por escrito ao Banco Central do Brasil sobre a existência
de legislação ou regulamentação que impeça ou limite a aplicação do disposto no § 5º a suas
dependências e subsidiárias situadas no exterior. (Incluído pela Circular nº 3.583, de 12/3/2012)

45
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/47555/Circ_3461_v8_L.pdf Acesso em:
17/12/2018 às 14h

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
Manutenção de Informações Cadastrais Atualizadas

Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º devem coletar e manter atualizadas as informações


cadastrais de seus clientes permanentes, incluindo, no mínimo:
I - qualificação do cliente:
a) pessoas naturais: nome completo, filiação, nacionalidade, data e local do nascimento, documento
de identificação (tipo, número, data de emissão e órgão expedidor) e número de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas (CPF); e
b) pessoas jurídicas: firma ou denominação social, atividade principal, forma e data de constituição,
informações referidas na alínea “a” que qualifiquem e autorizem os administradores, mandatários ou
prepostos, número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e dados dos atos
constitutivos devidamente registrados na forma da lei; (Inciso I com redação dada pela Circular nº 3.654,
de 27/3/2013.)
II - endereços residencial e comercial completos; (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
III - número do telefone e código de Discagem Direta a Distância (DDD); (Redação dada pela Circular
nº 3.654, de 27/3/2013.)
IV - valores de renda mensal e patrimônio, no caso de pessoas naturais, e de
faturamento médio mensal referente aos doze meses anteriores, no caso de pessoas jurídicas; e
(Incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
V - declaração firmada sobre os propósitos e a natureza da relação de negócio com a instituição.
(Incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 1º As informações relativas a cliente pessoa natural devem abranger as pessoas naturais autorizadas
a representá-la.
§ 2º As informações cadastrais relativas a cliente pessoa jurídica devem abranger as pessoas naturais
autorizadas a representá-la, bem como a cadeia de participação societária, até alcançar a pessoa natural
caracterizada como beneficiário final.
§ 3º Excetuam-se do disposto no § 2º as pessoas jurídicas constituídas sob a forma de companhia
aberta ou entidade sem fins lucrativos, para as quais as informações cadastrais devem abranger as
pessoas naturais autorizadas a representá-las, bem como seus controladores, administradores e
diretores, se houver.
§ 4º As informações cadastrais relativas a cliente fundo de investimento devem incluir a respectiva
denominação, número de inscrição no CNPJ, bem como as informações de que tratam os incisos I a III
relativas às pessoas responsáveis por sua administração. (Redação dada pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
§ 5º As instituições mencionadas no art. 1º devem realizar testes de verificação, com periodicidade
máxima de um ano, que assegurem a adequação dos dados cadastrais de seus clientes.

Art. 3º As instituições mencionadas no art. 1º devem obter as seguintes informações cadastrais de


seus clientes eventuais, do proprietário e do destinatário dos recursos envolvidos na operação ou serviço
financeiro:
I - quando pessoa natural, o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
(CPF); e (Redação dada pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.)
II - quando pessoa jurídica, a razão social e número de inscrição no CNPJ.
Parágrafo único. Admite-se o desenvolvimento de procedimento interno destinado à identificação de
operações ou serviços financeiros eventuais que apresentem baixo risco de utilização para lavagem de
dinheiro ou de financiamento ao terrorismo, para os quais é dispensada a exigência de obtenção das
informações cadastrais de clientes, ressalvado o cumprimento do disposto nos demais artigos desta
circular. (Redação dada pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.)

Pessoas Expostas Politicamente (PEP)

Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º devem obter de seus clientes permanentes informações
que permitam caracterizá-los ou não como pessoas expostas politicamente (PEP) e identificar a origem
dos fundos envolvidos nas transações dos clientes assim caracterizados. (Redação dada pela Circular nº
3.654, de 27/3/2013.)
§ 1º Consideram-se PEP os agentes públicos que desempenham ou tenham desempenhado, nos
últimos cinco anos, no Brasil ou em países, territórios e dependências estrangeiros, cargos, empregos ou
funções públicas relevantes, assim como seus representantes, familiares e outras pessoas de seu
relacionamento próximo. (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
§ 2º No caso de clientes brasileiros, devem ser abrangidos:
I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União;
II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União:
a) de ministro de estado ou equiparado;
b) de natureza especial ou equivalente;
c) de presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de autarquias, fundações públicas,
empresas públicas ou sociedades de economia mista;
d) do Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6, ou equivalentes;
III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal, dos tribunais
superiores, dos tribunais regionais federais, do trabalho e eleitorais, do Conselho Superior da Justiça do
Trabalho e do Conselho da Justiça Federal; (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o ProcuradorGeral da República, o Vice-
Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justiça Militar,
os Subprocuradores-Gerais da República e os Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal;
V - os membros do Tribunal de Contas da União e o Procurador-Geral do Ministério Público junto ao
Tribunal de Contas da União;
VI - os governadores de Estado e do Distrito Federal, os presidentes de tribunal de justiça, de
assembleia e câmara legislativa, os presidentes de tribunal de contas de Estado, do Distrito Federal e de
Município, e de conselho de contas dos Municípios; (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
VII - os prefeitos e presidentes de Câmara Municipal de capitais de Estados.
§ 3º No caso de clientes estrangeiros, para fins do disposto no caput, as instituições mencionadas no
art. 1º devem adotar pelo menos uma das seguintes providências:
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua classificação;
II - recorrer a informações publicamente disponíveis;
III - consultar bases de dados comerciais sobre PEP; e (Redação dada pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
IV - considerar como PEP a pessoa que exerce ou exerceu funções públicas proeminentes em um
país estrangeiro, tais como chefes de estado ou de governo, políticos de alto nível, altos servidores
governamentais, judiciais, do legislativo ou militares, dirigentes de empresas públicas ou dirigentes de
partidos políticos. (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 4º O prazo de cinco anos referido no § 1º deve ser contado, retroativamente, a partir da data de início
da relação de negócio ou da data em que o cliente passou a se enquadrar como PEP. (Redação dada
pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 5º Para efeito do § 1º são considerados familiares os parentes, na linha reta, até o primeiro grau, o
cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada.
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente estrangeiro que também seja cliente de instituição
estrangeira fiscalizada por entidade governamental assemelhada ao Banco Central do Brasil, admite-se
que as providências em relação a PEP sejam adotadas pela instituição estrangeira, desde que
assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos dados e procedimentos adotados.
(Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 7º As operações ou propostas de operações que possuam PEP como parte envolvida serão sempre
consideradas como merecedoras de especial atenção, conforme previsto no art. 10. (Incluído pela Circular
nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 8º O disposto neste artigo também se aplica a pessoa que exerce ou exerceu função de alta
administração em uma organização internacional de qualquer natureza, assim considerados diretores,
subdiretores, membros de conselho ou funções equivalentes. (Incluído pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)

Início ou Prosseguimento de Relação de Negócio

Art. 5º As instituições de que trata o art. 1º somente devem iniciar qualquer relação de negócio ou dar
prosseguimento a relação já existente com o cliente se observadas as providências estabelecidas nos
arts. 2º, 3º e 4º, conforme o caso. (Redação dada pela Circular nº 3.583, de 12/3/2012.)

Registros de Serviços Financeiros e Operações Financeiras

Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem manter registros de todos os serviços financeiros
prestados e de todas as operações financeiras realizadas com os clientes ou em seu nome.

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1529224 E-book gerado especialmente para LUAN DANEMBERG
§ 1º No caso de movimentação de recursos por clientes permanentes, os registros devem conter
informações consolidadas que permitam verificar:
I - a compatibilidade entre a movimentação de recursos e a atividade econômica e capacidade
financeira do cliente;
II - a origem dos recursos movimentados;
III - os beneficiários finais das movimentações.
§ 2º O sistema de registro deve permitir a identificação:
I - das operações que, realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado financeiro ou grupo, em um
mesmo mês calendário, superem, por instituição ou entidade, em seu conjunto, o valor de R$10.000,00
(dez mil reais);
II - das operações que, por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que objetive burlar
os mecanismos de identificação, controle e registro.

Registros de Depósitos em Cheque, Liquidação de Cheques Depositados em Outra Instituição


Financeira e da Utilização de Instrumentos de Transferência de Recursos

Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem manter registros específicos das operações de
transferência de recursos.
§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação:
I - das operações referentes ao acolhimento em depósitos de Transferência Eletrônica Disponível
(TED), de cheque, cheque administrativo, cheque ordem de pagamento e outros documentos
compensáveis de mesma natureza, e à liquidação de cheques depositados em outra instituição financeira;
II - das emissões de cheque administrativo, de cheque ordem de pagamento, de ordem de pagamento,
de Documento de Crédito (DOC), de TED e de outros instrumentos de transferência de recursos, quando
de valor superior a R$1.000,00 (mil reais).
§ 2º Os registros de que trata o inciso I do § 1º efetuados por instituição depositária devem conter, no
mínimo, os dados relativos ao valor e ao número do cheque depositado, o código de compensação da
instituição sacada, os números da agência e da conta de depósitos sacadas. (Redação dada pela Circular
nº 3.517, de 7/12/2010.)
§ 3º Os registros de que trata o inciso I do § 1º efetuados por instituição sacada devem conter, no
mínimo, os dados relativos ao valor e ao número do cheque, o código de compensação da instituição
depositária, os números da agência e da conta de depósitos depositárias, cabendo à instituição
depositária fornecer à instituição sacada os dados relativos ao seu código de compensação e aos
números da agência e da conta de depósitos depositárias (Redação dada pela Circular nº 3.517, de
7/12/2010.)
§ 4º No caso de cheque utilizado em operação simultânea de saque e depósito na própria instituição
sacada, com vistas à transferência de recursos da conta de depósitos do emitente para conta de depósitos
de terceiros, os registros de que trata o inciso I do § 1º devem conter, no mínimo, os dados relativos ao
valor e ao número do cheque sacado, bem como aos números das agências sacada e depositária e das
respectivas contas de depósitos.
§ 5º Os registros de que trata o inciso II do § 1º devem conter, no mínimo, as seguintes informações:
I - o tipo e o número do documento emitido, a data da operação, o nome e o número de inscrição do
adquirente ou remetente no CPF ou no CNPJ;
II - quando pagos em cheque, o código de compensação da instituição, o número da agência e da
conta de depósitos sacadas referentes ao cheque utilizado para o respectivo pagamento, inclusive no
caso de cheque sacado contra a própria instituição emissora dos instrumentos referidos neste artigo;
III - no caso de DOC, o código de identificação da instituição destinatária no sistema de liquidação de
transferência de fundos e os números da agência, da conta de depósitos depositária e o número de
inscrição no CPF ou no CNPJ do respectivo titular;
IV - no caso de ordem de pagamento:
a) destinada a crédito em conta: os números da agência destinatária e da conta de depósitos
depositária;
b) destinada a pagamento em espécie: os números da agência destinatária e de inscrição do
beneficiário no CPF ou no CNPJ.
§ 6º Em se tratando de operações de transferência de recursos envolvendo pessoa física residente no
exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil
(RFB), a identificação prevista no § 5º, incisos I e IV, alínea "b", pode ser efetuada pelo número do
respectivo passaporte, complementada com a nacionalidade da referida pessoa e, quando for o caso, o
organismo internacional de que seja representante para o exercício de funções específicas no País.

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§ 7º A identificação prevista no § 5º, incisos I e IV, alínea "b", não se aplica às operações de
transferência de recursos envolvendo pessoa jurídica com domicílio ou sede no exterior desobrigada de
inscrição no CNPJ, na forma definida pela RFB.
§ 8º A instituição sacada deve informar à instituição depositária e a instituição depositária deve informar
à instituição sacada, quando requeridas, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis contados a partir da
data de solicitação, os números de inscrição no CPF ou CNPJ dos titulares da conta sacada e da conta
depositária referentes às operações de transferência de valores efetuadas mediante cheque, cheque
administrativo, cheque ordem de pagamento e outros documentos compensáveis de mesma natureza, e
à liquidação de cheques depositados em outra instituição financeira. (Incluído pela Circular nº 3.517, de
7/12/2010.)

Registros de Cartões Pré-Pagos

Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem manter registros específicos da emissão ou recarga
de valores em um ou mais cartões pré-pagos.
§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação da:
I - emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré-pagos, em montante acumulado igual
ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) ou o equivalente em moeda estrangeira, no mês
calendário; e (Redação dada, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
II - emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago que apresente indícios de ocultação ou
dissimulação da natureza, da origem, da localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade
de bens, direitos e valores.
§ 2º Para fins do disposto no caput, define-se cartão pré-pago como o cartão apto a receber carga ou
recarga de valores em moeda nacional ou estrangeira oriundos de pagamento em espécie, de operação
cambial ou de transferência a débito de contas de depósito.
§ 3º Os registros das ocorrências de que tratam os incisos I e II do § 1º devem conter as seguintes
informações:
I - o nome ou razão social e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ da pessoa natural
ou jurídica responsável pela emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago, no caso de emissão ou
recarga efetuada por residente ou domiciliado no País;
II - o nome, o número do passaporte e o respectivo país emissor, no caso de emissão ou recarga de
valores em cartão pré-pago efetuada por pessoa natural não residente no País ou domiciliada no exterior;
III - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF da pessoa natural a quem e destina o cartão
pré-pago;
IV - a identificação das instituições, das agências e das contas de depósito ou de poupança debitadas,
os nomes dos titulares das contas e respectivos números de inscrição no CPF, no caso de emissão ou
recarga de valores em cartão pré-pago oriundos de transferências a débito de contas de depósito ou de
poupança tituladas por pessoas naturais;
V - a identificação das instituições, das agências e das contas de depósito ou de poupança debitadas,
os nomes dos titulares das contas e respectivos números de inscrição no CNPJ, bem como os nomes
das pessoas naturais autorizadas a movimentá-las e respectivos números de inscrição no CPF, no caso
de emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago oriundos de transferências a débito de contas de
depósito ou de poupança tituladas por pessoas jurídicas;
VI - a data e o valor de cada emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago;
VII - o propósito da emissão do cartão pré-pago;
VIII - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF das pessoas naturais que representem as
pessoas jurídicas responsáveis pela emissão ou recarga de valores em cartão prépago.

Das Operações com Recursos em Espécie


(Seção com redação dada, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)

Art. 9º Os bancos comerciais, a Caixa Econômica Federal, os bancos múltiplos com carteira comercial
ou de crédito imobiliário, as sociedades de crédito imobiliário, as sociedades de poupança e empréstimo
e as cooperativas de crédito devem manter registros específicos das operações de depósito em espécie,
saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-pago ou pedido de provisionamento para
saque.
§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação de:

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I - depósito em espécie, saque em espécie, ou saque em espécie por meio de cartão pré-pago, de
valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais); (Redação dada, a partir de 27/12/2017, pela
Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
II - depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-pago ou pedido
de provisionamento para saque, que apresente indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, da
origem, da localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade de bens, direitos e valores;
III - emissão de cheque administrativo, TED ou de qualquer outro instrumento de transferência de
fundos contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais).
(Redação dada, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
§ 2º Os registros de que trata o caput devem conter as informações abaixo indicadas:
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do proprietário
ou beneficiário dos recursos e da pessoa que efetuar o depósito, o saque em espécie ou o pedido de
provisionamento para saque;
II - o tipo e o número do documento, o número da instituição, da agência e da conta corrente de
depósitos à vista ou da conta de poupança a que se destinam os valores ou de onde o valor será sacado,
conforme o caso;
III - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, dos titulares
das contas referidas no inciso II, se na mesma instituição;
IV - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF, no caso de saque em espécie por meio de
cartão pré-pago cujo portador seja residente ou domiciliado no País;
V - o nome e o número do passaporte e o respectivo país emissor, no caso de saque em espécie por
meio de cartão pré-pago cujo portador seja não residente no País ou domiciliado no exterior;
VI - a data e o valor do depósito, do saque em espécie, do saque em espécie por meio de cartão pré-
pago ou do provisionamento para saque; e (Redação dada, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839,
de 28/6/2017.)
VII - a finalidade do saque ou do pagamento em espécie mencionados nos incisos I e III do § 1º.
(Incluído, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
§ 3º Na hipótese de recusa do cliente ou do sacador não cliente em prestar a informação referida no §
2º, inciso VII, as instituições mencionadas no caput devem registrar o fato. (Redação dada, a partir de
27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
§ 4º (Revogado, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)

Art. 9º-A As instituições mencionadas no art. 9º devem requerer de seus clientes e dos sacadores não
clientes comunicação prévia, com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, dos saques e pagamentos
em espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de que trata o art. 9º, § 1º,
incisos I e III.
§ 1º As instituições mencionadas no caput devem:
I - possibilitar a comunicação prévia por meio do sítio eletrônico da instituição na internet e das
agências e Postos de Atendimento (PA);
II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou sacador não cliente, no qual devem ser informados o
valor da operação, a dependência na qual deverá ser efetuado o saque e a data programada para o
saque; e
III - registrar, no ato da comunicação prévia, as informações indicadas no art. 9º, § 2º, conforme o caso.
§ 2º No caso de saque em espécie a ser realizado por meio de cheque por sacador não cliente, a
comunicação prévia de que trata o caput deve ser realizada exclusivamente em agências e PAs.
§ 3º O disposto neste artigo deve ser observado sem prejuízo do disposto no art. 2º da Resolução nº
3.695, de 26 de março de 2009.
(Artigo 9º-A incluído, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)

Art. 9º-B As instituições financeiras devem manter registro específico de recebimentos de boleto de
pagamento pagos com recursos em espécie.
Parágrafo único. A instituição que receber boleto de pagamento que não seja de sua emissão deve
remeter à instituição emissora a informação de que o boleto foi pago em espécie. (Artigo 9º-B incluído
pela Circular nº 3.889, de 28/3/2018.)

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Especial Atenção

Art. 10. As instituições de que trata o art. 1º devem dispensar especial atenção a:
I - operações ou propostas cujas características, no que se refere às partes envolvidas, valores, formas
de realização e instrumentos utilizados, ou que, pela falta de fundamento econômico ou legal, indiquem
risco de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998, ou com eles relacionados;
II - propostas de início de relacionamento e operações com pessoas politicamente expostas de
nacionalidade brasileira e as oriundas de países com os quais o Brasil possua elevado número de
transações financeiras e comerciais, fronteiras comuns ou proximidade étnica, linguística ou política;
III - indícios de burla aos procedimentos de identificação e registro estabelecidos nesta circular;
IV - clientes e operações em que não seja possível identificar o beneficiário final;
V - operações oriundas ou destinadas a países ou territórios que aplicam insuficientemente as
recomendações do Gafi, conforme informações divulgadas pelo Banco Central do Brasil; e (Redação
dada pela Circular nº 3.517, de 7/12/2010.)
VI - situações em que não seja possível manter atualizadas as informações cadastrais de seus clientes.
§ 1º A expressão “especial atenção” inclui os seguintes procedimentos:
I - monitoramento contínuo reforçado, mediante a adoção de procedimentos mais rigorosos para a
apuração de situações suspeitas; (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
II - análise com vistas à verificação da necessidade das comunicações de que tratam os arts. 12 e 13;
III - avaliação da alta gerência quanto ao interesse no início ou manutenção do relacionamento com o
cliente.
§ 2º Considera-se alta gerência qualquer detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao
daquele ordinariamente responsável pela autorização do relacionamento com o cliente.

Manutenção de Informações e Registros


Art. 11. As informações e registros de que trata esta circular devem ser mantidos e conservados
durante os seguintes períodos mínimos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao do término
do relacionamento com o cliente permanente ou da conclusão das operações:
I - 10 (dez) anos, para as informações e registros de que trata o art. 7º;
II - 5 (cinco) anos, para as informações e registros de que tratam os arts. 6º, 8º e 9º.
III - 5 (cinco) anos, para as informações cadastrais definidas nos arts. 2º e 3º. (Incluído pela Circular
nº 3.517, de 7/12/2010.)
Parágrafo único. As informações de que trata o art. 2º devem ser mantidas e conservadas juntamente
com o nome da pessoa incumbida da atualização cadastral, o nome do gerente responsável pela
conferência e confirmação das informações prestadas e a data de início do relacionamento com o cliente
permanente.

Comunicações ao Coaf
Art. 12. As instituições de que trata o art. 1º devem comunicar ao Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf), na forma determinada pelo Banco Central do Brasil:
I - as ocorrências de que trata o art. 8º, § 1º, inciso I, no caso de operações em espécie; (Redação
dada, a partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
II - as ocorrências de que trata o art. 9º, § 1º, incisos I e III. (Redação dada pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
§ 1º Devem também ser comunicadas ao Coaf as propostas de realização das operações de que
tratam os incisos I e II do caput e as comunicações prévias de que trata o art. 9º-A. (Redação dada, a
partir de 27/12/2017, pela Circular nº 3.839, de 28/6/2017.)
§ 2º As comunicações das ocorrências mencionadas no caput devem ser realizadas até o dia útil
seguinte àquele em que verificadas. (Incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)

Art. 13. As instituições de que trata o art. 1º devem comunicar ao Coaf, na forma determinada pelo
Banco Central do Brasil:
I - as operações realizadas ou serviços prestados cujo valor seja igual ou superior a R$10.000,00 (dez
mil reais) e que, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas de realização, os instrumentos
utilizados ou a falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar a existência de indícios dos
crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998;
II - as operações realizadas ou serviços prestados que, por sua habitualidade, valor ou forma,
configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro;

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III - as operações realizadas ou os serviços prestados, qualquer que seja o valor, a pessoas que
reconhecidamente tenham perpetrado ou intentado perpetrar atos terroristas ou neles participado ou
facilitado o seu cometimento, bem como a existência de recursos pertencentes ou por eles controlados
direta ou indiretamente;
IV - os atos suspeitos de financiamento do terrorismo.
§ 1º O disposto no inciso III aplica-se também às entidades pertencentes ou controladas, direta ou
indiretamente, pelas pessoas ali mencionadas, bem como por pessoas e entidades atuando em seu nome
ou sob seu comando.
§ 2º As comunicações das ocorrências de que tratam os incisos I a IV do caput devem ser realizadas
até o dia útil seguinte àquele em que forem verificadas. (Redação dada pela Circular nº 3.654, de
27/3/2013.)
§ 3º Devem também ser comunicadas ao Coaf as propostas de realização das operações e atos
descritos nos incisos I a IV.

Art. 14. As comunicações de que tratam os arts. 12 e 13 deverão ser efetuadas sem que seja dada
ciência aos envolvidos ou a terceiros. (Redação dada pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)
§ 1º As comunicações relativas a cliente identificado como pessoa politicamente exposta devem incluir
especificamente essa informação.
§ 2º A alteração ou o cancelamento de comunicação efetuados após o quinto dia útil seguinte ao da
sua inclusão devem ser acompanhados de justificativa da ocorrência.

Art. 15. As comunicações de que tratam os arts. 12 e 13 relativas a instituições integrantes de


conglomerado financeiro e a instituições associadas a sistemas cooperativos de crédito podem ser
efetuadas, respectivamente, pela instituição líder do conglomerado econômico e pela cooperativa central
de crédito.

Art. 15-A. As instituições de que trata o art. 1º que não tiverem efetuado comunicações nos termos dos
arts. 12 e 13 em cada ano civil deverão prestar declaração, por meio do Sistema de Controle de Atividades
Financeiras (Siscoaf), atestando a não ocorrência de transações passíveis de comunicação conforme
previsto nesta Circular.
Parágrafo único. A declaração mencionada no caput deve ser:
I - enviada em até dez dias úteis após o encerramento do ano civil;
II - considerada para fins da verificação do atendimento ao disposto no art. 11, inciso III, da Lei nº
9.613, de 1998; e
III - fornecida, no que se refere ao art. 12, apenas pelas instituições que mantêm os registros
mencionados nos arts. 8º e 9º desta Circular.” (Artigo 15-A incluído pela Circular nº 3.654, de 27/3/2013.)

Art. 16. As instituições de que trata o art. 1º devem manter, pelo prazo de 5 (cinco) anos, os
documentos relativos às análises de operações ou propostas que fundamentaram a decisão de efetuar
ou não as comunicações de que tratam os arts. 12 e 13.

Procedimentos Internos de Controle

Art. 17. (Revogado pela Circular nº 3.858, de 14/11/2017.)

Art. 18. As instituições de que trata o art. 1º devem indicar ao Banco Central do Brasil diretor
responsável pela implementação e cumprimento das medidas estabelecidas nesta circular, bem como
pelas comunicações de que tratam os arts. 12 e 13.
§ 1º Para fins da responsabilidade de que trata o caput, admite-se que o diretor indicado desempenhe
outras funções na instituição, exceto a relativa à administração de recursos de terceiros.
§ 2º No caso de conglomerados financeiros, admite-se a indicação de um diretor responsável pela
implementação e cumprimento das medidas estabelecidas nesta circular, bem como pelas comunicações
referentes às respectivas instituições integrantes.

Art. 18-A. As instituições referidas no art. 1º devem adequar seus sistemas de controles internos ao
disposto na Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015, visando ao acompanhamento das resoluções do
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) e à identificação de bens, valores e direitos de posse
ou propriedade, bem como de todos os demais direitos, reais ou pessoais, de titularidade, direta ou

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indireta, de clientes pessoas físicas ou jurídicas submetidos a sanções oriundas dessas resoluções e a
essas ações de indisponibilidade.
§ 1º A existência de bens, valores e direitos mencionados no caput deve ser imediatamente
comunicada à Secretaria-Executiva (Secre) do Banco Central do Brasil e, nos termos definidos no art. 13,
ao Coaf.
§ 2º O disposto neste artigo se aplica ao cumprimento de ordens judiciais relativas às ações de
indisponibilidade mencionadas no caput em decorrência de resoluções do CSNU, de demandas de
cooperação jurídica internacional advindas de outras jurisdições em conformidade com a legislação
nacional vigente, bem como de decisões condenatórias relacionadas à prática de atos terroristas e demais
previsões legais. (Artigo 18-A incluído pela Circular nº 3.780, de 21/1/2016.)

Art. 19. O Banco Central do Brasil divulgará:


I - os procedimentos para efetuar as comunicações de que tratam os arts. 12 e 13;
II - operações e situações que podem configurar indício de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº
9.613, de 1998;
III - situações exemplificativas de relacionamento próximo, para fins do disposto no art. 4º.

Art. 20. A atualização das informações cadastrais relativas a clientes permanentes cujos
relacionamentos tenham sido iniciados antes da entrada em vigor desta circular deve ser efetuada em
conformidade com os testes de verificação de que trata o § 5º do art. 2º.

Art. 20-A. As instituições financeiras devem implementar até 11 de março de 2019 o registro e a
remessa de que trata o art. 9º-B desta Circular. (Incluído pela Circular nº 3.889, de 28/3/2018.)

Art. 21. Esta circular entra em vigor na data de sua publicação, surtindo efeitos 30 (trinta) dias após a
data de publicação para os relacionamentos com clientes permanentes ou eventuais estabelecidos a
partir dessa data.

Art. 22. Ficam revogadas as Circulares ns. 2.852, de 3 de dezembro de 1998, 3.339, de 22 de
dezembro de 2006, e 3.422, de 27 de novembro de 2008, e os arts. 1º e 2º da Circular nº 3.290, de 5 de
setembro de 2005.

Brasília, 24 de julho de 2009.

Questão

01. Segundo Circular 3.461 de 2009 do Banco Central julgue o item a seguir:
“As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil
devem implementar políticas, procedimentos e controles internos, de forma compatível com seu porte e
volume de operações, destinados a prevenir sua utilização na prática dos crimes de que trata a Lei nº
9.613, de 3 de março de 1998”.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.Certo

Comentário

01.Resposta: Certo
Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil devem implementar políticas, procedimentos e controles internos, de forma compatível com seu
porte e volume de operações, destinados a prevenir sua utilização na prática dos crimes de que trata a
Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998.

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Carta-Circular Bacen nº3.542/2012. COAF – Conselho de Controle de Atividades
Financeiras.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras - Coaf tem como missão produzir inteligência
financeira e promover a proteção dos setores econômicos contra a lavagem de dinheiro e o financiamento
do terrorismo.
O Coaf recebe, examina e identifica ocorrências suspeitas de atividade ilícita e comunica às
autoridades competentes para instauração de procedimentos. Além disso, coordena a troca de
informações para viabilizar ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens,
direitos e valores.
O Conselho aplica penas administrativas nos setores econômicos para os quais não exista órgão
regulador ou fiscalizador próprio.

Vejamos a carta circular onde há a comunicação de indícios de ocorrência dos crimes ao Conselho de
Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

CARTA CIRCULAR 3.542, DE 12 DE MARÇO DE 201246

Divulga relação de operações e situações que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes
previstos na Lei no 9.613, de 3 de março de 1998, passíveis de comunicação ao Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (Coaf).
Os Chefes dos Departamentos de Prevenção a Ilícitos Financeiros e de Atendimento de Demandas
de Informações do Sistema Financeiro (Decic), substituto, de Normas do Sistema Financeiro (Denor) e
da Gerência-Executiva de Normatização de Câmbio e Capitais Estrangeiros (Gence), no uso da atribuição
que confere o art. 22, inciso I, alínea "a", do Regimento Interno do Banco Central do Brasil, anexo à
Portaria no 29.971, de 4 de março de 2005, e tendo em vista esclarecer o disposto no arts. 13 e 19, inciso
II, da Circular no 3.461, de 24 de julho de 2009,

RESOLVEM:
Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir, considerando as partes envolvidas, os valores,
a frequência, as formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento econômico ou
legal, podem configurar indícios de ocorrência dos crimes previstos na Lei no 9.613, de 3 de março de
1998, passíveis de comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf):
I - situações relacionadas com operações em espécie em moeda nacional:
a) realização de depósitos, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer outro
instrumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação à atividade
econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade econômico-financeira;
b) movimentações em espécie realizadas por clientes cujas atividades possuam como característica a
utilização de outros instrumentos de transferência de recursos, tais como cheques, cartões de débito ou
crédito;
c) aumentos substanciais no volume de depósitos em espécie de qualquer pessoa natural ou jurídica,
sem causa aparente, nos casos em que tais depósitos forem posteriormente transferidos, dentro de curto
período de tempo, a destino não relacionado com o cliente;
d) fragmentação de depósitos, em espécie, de forma a dissimular o valor total da movimentação; e)
realização de depósitos de grandes valores em espécie, de forma parcelada, especialmente em regiões
geográficas de maior risco, principalmente nos mesmos caixas ou terminais de autoatendimento
próximos, destinados a uma única conta ou a várias contas em municípios ou agências distintas;
f) movimentação de recursos em espécie em municípios localizados em regiões de fronteira, que
apresentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com a capacidade econômico-financeira do
cliente;
g) realização de depósitos em espécie em contas de clientes que exerçam atividade comercial
relacionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos,
joias, automóveis ou aeronaves executivas;

46
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/49233/C_Circ_3542_v1_O.pdf Acesso em:
17.12.2018 às 15h

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h) realização de saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por transferência
eletrônica de várias origens em curto período de tempo;
i) realização de depósito em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de
que foram armazenadas em local impróprio ou ainda que apresentem marcas, símbolos ou selos
desconhecidos, empacotadas em maços desorganizados e não uniformes; e
j) realização de depósitos ou troca de grandes quantidades de cédulas de pequeno valor, realizados
por pessoa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não tenha como característica recebimentos de
grandes quantias de recursos em espécie;
II - situações relacionadas com operações em espécie em moeda estrangeira e cheques de viagem:
a) movimentação de recursos em espécie em moeda estrangeira ou cheques de viagem, que
apresente atipicidade em relação à atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua
capacidade econômico-financeira;
b) negociações de moeda estrangeira em espécie, em municípios localizados em regiões de fronteira,
que não apresentem compatibilidade com a natureza declarada da operação;
c) negociações de moeda estrangeira em espécie ou cheques de viagem denominados em moeda
estrangeira, que não apresentem compatibilidade com a natureza declarada da operação;
d) negociações de moeda estrangeira em espécie ou cheques de viagem denominados em moeda
estrangeira, realizadas por diferentes pessoas naturais, não relacionadas entre si, que informem o mesmo
endereço residencial; e
e) recebimentos de moeda estrangeira em espécie, por pessoas naturais residentes no exterior,
transitoriamente no País, decorrentes de ordens de pagamento a seu favor ou da utilização de cartão de
uso internacional, sem a evidência de propósito claro;
III - situações relacionadas com dados cadastrais de clientes:
a) resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de relacionamento ou para a
atualização cadastral, oferecimento de informação falsa ou prestação de informação de difícil ou onerosa
verificação;
b) abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de procuração ou de
qualquer outro tipo de mandato;
c) apresentação de irregularidades relacionadas aos procedimentos de identificação e registro das
operações exigidos pela regulamentação vigente, seguidas ou não do encerramento do relacionamento
comercial;
d) cadastramento de várias contas em uma mesma data, ou em curto período, com depósitos de
valores idênticos ou aproximados, ou com outros elementos em comum, tais como origem dos recursos,
titulares, procuradores, sócios, endereço, número de telefone, etc;
e) realização de operações em que não seja possível identificar o beneficiário final, observados os
procedimentos definidos na regulamentação vigente;
f) informação de mesmo endereço comercial por diferentes pessoas jurídicas ou organizações, sem
justificativa razoável para tal ocorrência;
g) representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos procuradores ou
representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;
h) informação de mesmo endereço residencial ou comercial por pessoas naturais, sem demonstração
da existência de relação familiar ou comercial; e
i) incompatibilidade da atividade econômica ou faturamento informados com o padrão apresentado por
clientes com o mesmo perfil;
IV - situações relacionadas com a movimentação de contas:
a) movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação
profissional e a capacidade financeira do cliente;
b) transferências de valores arredondados na unidade de milhar ou que estejam um pouco abaixo do
limite para notificação de operações;
c) movimentação de recursos de alto valor, de forma contumaz, em benefício de terceiros;
d) manutenção de numerosas contas destinadas ao acolhimento de depósitos em nome de um mesmo
cliente, cujos valores, somados, resultem em quantia significativa;
e) movimentação de quantia significativa por meio de conta até então pouco movimentada ou de conta
que acolha depósito inusitado;
f) ausência repentina de movimentação financeira em conta que anteriormente apresentava grande
movimentação;
g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica em relação ao perfil do cliente;

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h) dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas como recebimento de crédito, de juros
remuneratórios para grandes saldos ou, ainda, de outros serviços bancários especiais que, em
circunstâncias normais, sejam valiosas para qualquer cliente;
i) mudança repentina e injustificada na forma de movimentação de recursos ou nos tipos de transação
utilizados;
j) solicitação de não observância ou atuação no sentido de induzir funcionários da instituição a não
seguirem os procedimentos regulamentares ou formais para a realização de uma operação;
k) recebimento de recursos com imediata compra de instrumentos para a realização de pagamentos
ou de transferências a terceiros, sem justificativa;
l) realização de operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem artifício para burla da
identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos beneficiários finais;
m) existência de contas que apresentem créditos e débitos com a utilização de instrumentos de
transferência de recursos não característicos para a ocupação ou o ramo de atividade desenvolvida pelo
cliente;
n) recebimento de depósitos provenientes de diversas origens, sem fundamentação econômico-
financeira, especialmente provenientes de regiões distantes do local de atuação da pessoa jurídica ou
distantes do domicílio da pessoa natural;
o) pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários que não apresentem ligação com a atividade
ou ramo de negócio da pessoa jurídica;
p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídica para fornecedor distante de seu local de atuação,
sem fundamentação econômico-financeira;
q) realização de depósitos de cheques endossados totalizando valores significativos;
r) existência de conta de depósitos à vista de organizações sem fins lucrativos cujos saldos ou
movimentações financeiras não apresentem fundamentação econômica ou legal ou nas quais pareça não
haver vinculação entre a atividade declarada da organização e as outras partes envolvidas nas
transações; s) movimentação habitual de recursos financeiros de ou para pessoas politicamente expostas
ou pessoas de relacionamento próximo, não justificada por eventos econômicos;
t) existência de contas em nome de menores ou incapazes, cujos representantes realizem grande
número de operações atípicas; e
u) transações significativas e incomuns por meio de contas de depósitos de investidores não residentes
constituídos sob a forma de trust;
V - situações relacionadas com operações de investimento interno:
a) operações ou conjunto de operações de compra ou de venda de títulos e valores mobiliários a
preços incompatíveis com os praticados no mercado ou quando realizadas por pessoa cuja atividade
declarada e perfil não se coadunem ao tipo de negociação realizada;
b) realização de operações atípicas que resultem em elevados ganhos para os agentes intermediários,
em desproporção com a natureza dos serviços efetivamente prestados;
c) investimentos significativos em produtos de baixa rentabilidade e liquidez;
d) investimentos significativos não proporcionais à capacidade econômico-financeira do cliente, ou cuja
origem não seja claramente conhecida; e
e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, independentemente do resultado auferido;
VI - situações relacionadas com cartões de pagamento:
a) utilização, carga ou recarga de cartão em valor não compatível com a capacidade econômico-
financeira, atividade ou perfil do usuário;
b) realização de múltiplos saques com cartão em terminais eletrônicos em localidades diversas e
distantes do local de contratação ou recarga;
c) utilização do cartão de forma incompatível com o perfil do cliente, incluindo operações atípicas em
outros países;
d) utilização de diversas fontes de recursos para carga e recarga de cartões; e
e) realização de operações de carga e recarga de cartões, seguidas imediatamente por saques em
caixas eletrônicos.
VII - situações relacionadas com operações de crédito no País:
a) realização de operações de crédito no País liquidadas com recursos aparentemente incompatíveis
com a situação econômico-financeira do cliente;
b) solicitação de concessão de crédito no País incompatível com a atividade econômica ou com a
capacidade financeira do cliente;
c) realização de operação de crédito no País seguida de remessa de recursos ao exterior, sem
fundamento econômico ou legal, e sem relacionamento com a operação de crédito;

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d) realização de operações de crédito no País, simultâneas ou consecutivas, liquidadas
antecipadamente ou em prazo muito curto;
e) liquidação de operações de crédito no País por terceiros, sem justificativa aparente;
f) concessão de garantias de operações de crédito no País por terceiros não relacionados ao tomador;
g) realização de operação de crédito no País com oferecimento de garantia no exterior por cliente sem
tradição de realização de operações no exterior; e
h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com o objeto da pessoa jurídica, especialmente quando
os recursos forem originados de crédito no País;
VIII - situações relacionadas com a movimentação de recursos oriundos de contratos com o setor
público:
a) movimentações atípicas de recursos por agentes públicos, conforme definidos no art. 2o da Lei no
8.429, de 2 de junho de 1992;
b) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionados a patrocínio,
propaganda, marketing, consultorias, assessorias e capacitação;
c) movimentações atípicas de recursos por organizações sem fins lucrativos; e
d) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionados a licitações;
IX - situações relacionadas a consórcios:
a) existência de consorciados detentores de elevado número de cotas, incompatível com sua
capacidade econômico-financeira ou com o objeto da pessoa jurídica;
b) aumento expressivo do número de cotas pertencentes a um mesmo consorciado;
c) oferecimento de lances incompatíveis com a capacidade econômico-financeira do consorciado;
d) oferecimento de lances muito próximos ao valor do bem;
e) pagamento antecipado de quantidade expressiva de prestações vincendas, não condizente com a
capacidade econômico-financeira do consorciado;
f) aquisição de cotas previamente contempladas, seguida de quitação das prestações vincendas;
g) utilização de documentos falsificados na adesão ou tentativa de adesão a grupo de consórcio;
X - situações relacionadas a pessoas suspeitas de envolvimento com atos terroristas:
a) movimentações financeiras envolvendo pessoas relacionadas a atividades terroristas listadas pelo
Conselho de Segurança das Nações Unidas;
b) realização de operações ou prestação de serviços, qualquer que seja o valor, a pessoas que
reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou deles participado ou
facilitado o seu cometimento;
c) existência de recursos pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por pessoas que
reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou deles participado ou
facilitado o seu cometimento; e
d) movimentações com indícios de financiamento do terrorismo;
XI - situações relacionadas com atividades internacionais:
a) realização ou proposta de operação com pessoas naturais ou jurídicas, inclusive sociedades e
instituições financeiras, situadas em países que não apliquem ou apliquem insuficientemente as
recomendações do Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi),
ou que tenham sede em países ou dependências com tributação favorecida ou regimes fiscais
privilegiados ou em locais onde seja observada a prática contumaz dos crimes previstos na Lei no 9.613,
de 3 de março de 1998, não claramente caracterizadas em sua legalidade e fundamentação econômica;
b) utilização de operações complexas e com custos mais elevados que visem a dificultar o
rastreamento dos recursos ou a identificação da natureza da operação;
c) realização de pagamentos de importação e recebimentos de exportação, antecipados ou não, por
empresa sem tradição ou cuja avaliação econômico-financeira seja incompatível com o montante
negociado;
d) realização de pagamentos a terceiros não relacionados a operações de importação ou de
exportação; e) realização de transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se
justifiquem ou apresentem atipicidade;
f) realização de transferências internacionais nas quais não se justifique a origem dos fundos
envolvidos ou que se mostrem incompatíveis com a capacidade econômico-financeira ou com o perfil do
cliente; g) realização de transferência de valores a título de disponibilidade no exterior, incompatível com
a capacidade econômico-financeira do cliente ou sem fundamentação econômica ou legal;
h) realização de exportações ou importações aparentemente fictícias ou com indícios de
superfaturamento ou subfaturamento;
i) existência de informações na carta de crédito com discrepâncias em relação a outros documentos
da operação de comércio internacional;

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j) realização de pagamentos ao exterior após créditos em reais efetuados nas contas de depósitos dos
titulares das operações de câmbio por pessoas que não demonstrem a existência de vínculo comercial
ou econômico;
k) movimentações decorrentes de programa de repatriação de recursos que apresentem
inconsistências relacionadas à identificação do titular ou do beneficiário final, bem como ausência de
informações confiáveis sobre a origem e a fundamentação econômica ou legal; e
l) realização de frequentes pagamentos antecipados ou à vista de importação em que não seja possível
obter informações sobre o desembaraço aduaneiro das mercadorias;
XII - situações relacionadas com operações de crédito contratadas no exterior:
a) contratação de operações de crédito no exterior com cláusulas que estabeleçam condições
incompatíveis com as praticadas no mercado, como juros destoantes da prática ou prazo muito longo;
b) contratação, no exterior, de várias operações de crédito consecutivas, sem que a instituição tome
conhecimento da quitação das anteriores;
c) contratação, no exterior, de operações de crédito que não sejam quitadas por intermédio de
operações na mesma instituição;
d) contratação, no exterior, de operações de crédito, quitadas sem explicação aparente para a origem
dos recursos; e
e) contratação de empréstimos ou financiamentos no exterior, oferecendo garantias em valores ou
formas incompatíveis com a atividade ou capacidade econômico-financeira do cliente ou em valores muito
superiores ao valor das operações contratadas ou cuja origem não seja claramente conhecida;
XIII - situações relacionadas com operações de investimento externo:
a) recebimento de investimento externo direto, cujos recursos retornem imediatamente a título de
disponibilidade no exterior;
b) recebimento de investimento externo direto, com realização quase imediata de remessas de
recursos para o exterior a título de lucros e dividendos;
c) realização de remessas de lucros e dividendos ao exterior em valores incompatíveis com o valor
investido;
d) realização de remessas ao exterior a título de investimento em montantes incompatíveis com a
capacidade financeira do cliente;
e) realização de remessas de recursos de um mesmo investidor situado no exterior para várias
empresas no País;
f) realização de remessas de recursos de vários investidores situados no exterior para uma mesma
empresa no País; e
g) recebimento de aporte de capital desproporcional ao porte ou à natureza empresarial do cliente, ou
em valores incompatíveis com a capacidade econômico-financeira dos sócios; e
XIV - situações relacionadas com empregados das instituições financeiras e seus representantes: a)
alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamento do empregado ou do representante, sem
causa aparente;
b) modificação inusitada do resultado operacional da pessoa jurídica do representante ou do
correspondente no País, sem causa aparente;
c) realização de qualquer negócio de modo diverso ao procedimento formal da instituição por
empregado, representante ou correspondente no País; e
d) fornecimento de auxílio ou informações, remunerados ou não, a cliente em prejuízo do programa de
prevenção à lavagem de dinheiro e combate ao financiamento do terrorismo da instituição, ou de auxílio
para estruturar ou fracionar operações, burlar limites regulamentares ou operacionais.

Art. 2º As situações descritas nesta Carta Circular, quando aplicáveis, podem indicar parâmetros para
a estruturação de sistemas de controles internos, inclusive informatizados, para prevenção de lavagem
de dinheiro e combate ao financiamento do terrorismo implantados pelas instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

Art. 3º A comunicação das situações relacionadas nesta Carta Circular, bem como de outras que,
embora não mencionadas, possam configurar indícios de ocorrência das práticas de que trata o art. 13
da Circular no 3.461, de 24 de julho de 2009, deve ser efetuada por meio do Sistema de Controle de
Atividades Financeiras (Siscoaf).

Art. 4º Esta Carta Circular entra em vigor em 14 de maio de 2012, quando fica revogada a Carta
Circular no 2.826, de 4 de dezembro de 1998.

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Autorregulação Bancária.

A Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN cumprindo sua vocação de representar o setor


bancário e de fortalecer a sua relação com a sociedade liderou, em conjunto com os maiores bancos do
País, a criação do Sistema Brasileiro de Autorregulação Bancária.
A autorregulação possibilitará aos bancos, em conjunto com a sociedade, harmonizar o sistema
bancário, suplementando as normas e os mecanismos de controle já existentes.
A plena concorrência é essencial para a manutenção dos direitos do consumidor. Assim, a
FEBRABAN desenvolveu a autorregulação como um sistema voluntário, focado na sadia concorrência do
mercado, na elevação de padrões e no aumento da transparência em benefício dos consumidores. Ao se
tornar voluntário na integração do sistema de autorregulação, aderindo aos mais elevados padrões ético
e de conduta, cada banco atesta o comprometimento com os seus consumidores e com a sociedade
brasileira.
Os bancos fazem parte do dia a dia das pessoas, possibilitando desde o pagamento e o recebimento
de salários, aposentadorias, impostos, taxas, contas e compras, até a tomada de empréstimos e aplicação
em investimentos. Apenas em 2007, foram realizadas algo em torno de 41 bilhões de transações, muitas
das quais nas mais de 18.000 agências distribuídas no País. Números dessa magnitude mostram o
quanto um sistema bancário saudável, ético e eficiente é essencial para o desenvolvimento econômico e
social do Brasil.
As atividades bancárias, por sua importância, complexidade e dinamismo, são reguladas por um
número considerável de normas voltadas à estruturação do Sistema Financeiro e ao relacionamento entre
os bancos e seu público. Diversas entidades asseguram que tais normas sejam devidamente respeitadas.
Dentre elas, o Banco Central, os órgãos de defesa do consumidor, os tribunais, as organizações não
governamentais e os veículos de comunicação. Esse sistema de normas e mecanismos de controle é
reconhecidamente sólido e eficaz. Não obstante, sempre haverá o que ser aperfeiçoado.

Conceito: Sistema voluntário, focado na sadia concorrência do mercado, na elevação de padrões


e no aumento da transparência em benefício dos consumidores.

Para o sistema bancário brasileiro avançar, é preciso que cada banco ultrapasse as expectativas dos
próprios consumidores e do estritamente indicado nas normas. Não basta alguns bancos seguirem esta
direção; é preciso que todos o façam.
É por esse motivo que a Federação Brasileira de Bancos à Febraban, cumprindo a sua vocação de
representar o setor bancário e de fortalecer a sua relação com a sociedade, liderou, em conjunto com os
maiores bancos do país, a criação do sistema brasileiro de autorregulação bancária.
A autorregulação possibilitar aos bancos, em conjunto com a sociedade, harmonizar o sistema
bancário, suplementando as normas e os mecanismos de controle já· existentes.
A plena concorrência é essencial para a manutenção dos direitos do consumidor. Assim, a Febraban
desenvolveu a autorregulação como um sistema voluntário, focado na sadia concorrência do mercado,
na elevação de padrões e no aumento da transparência em benefício dos consumidores. Ao voluntariar-
se para integrar o sistema de autorregulação, aderindo aos mais elevados padrões éticos e de conduta,
cada banco atesta o comprometimento com os seus consumidores e com a sociedade brasileira.
A autorregulação não se resume ao Código de Autorregulação Bancária e às Regras da
Autorregulação Bancária. Trata-se de um processo contínuo que envolve bancos, consumidores e a
sociedade como um todo e, como tal, evoluir· nos próximos anos. Dessa evolução surgir· um sistema
bancário ainda mais saudável, ético e eficiente, e por consequência, um sistema cada vez mais confiável.

Sistema de Autorregulação Bancária


A construção do Sistema começou a ganhar vida, de fato em 2007, a partir da definição, pela Diretoria
da FEBRABAN, daquele que deveria ser o primeiro foco temático a ser trabalhado: o relacionamento
entre os bancos e seus consumidores pessoa física.
Com a participação de 7 dos maiores bancos do país e de profissionais da equipe da própria
FEBRABAN, e com o apoio de uma empresa de consultoria contratada especificamente para esse fim,
foi criado um Grupo de Trabalho que deu início aos trabalhos a partir de um levantamento bastante

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minucioso dos principais pontos objeto de demandas de consumo, em face dos bancos, junto aos
Procons, ao Banco Central e às suas Ouvidorias, nos últimos anos.
Concluído esse levantamento, analisados os dados, teve início o processo de construção normativa
do Sistema, que levou à redação de seus dois instrumentos básicos: o Código de Autorregulação Bancária
(que trata do funcionamento do Sistema) e as Regras de Autorregulação Bancária (Normativo 001 do
Sistema, que estabelece uma série de normas de conduta a serem seguidas pelos bancos signatários da
Autorregulação).
Após aprovação pela alta gestão dos bancos envolvidos, em março de 2008, esses textos foram,
então, encaminhados a alguns interlocutores relevantes do setor, tais como o Banco Central e alguns
órgãos e entidades de defesa do consumidor, para que conhecessem o trabalho e para que pudessem
apresentar as críticas e sugestões que entendessem oportunas.
Com base nas contribuições recebidas, aquelas versões do texto passaram, ainda, por uma nova
modificação, visando à incorporação de algumas das propostas recebidas e, por fim, os textos finais foram
aprovados e sancionados na primeira reunião do Conselho de Autorregulação, realizada na sede da
FEBRABAN, em 04 de dezembro de 2008, determinando-se o início de sua vigência para o dia 02 de
janeiro de 2009.
Desde então, o Sistema vem crescendo e diversificando as áreas temáticas tratadas em seus
Normativos e, ao mesmo tempo, vem sendo criadas as estruturas operacionais necessárias à garantia de
seu correto funcionamento, no âmbito da Diretoria de Autorregulação da FEBRABAN.

Características:
- É composto pelo Código de Autorregulação Bancária, pelos Normativos do Conselho de
Autorregulação, pelas Decisões da Diretoria de Autorregulação e pelos Julgados dos Comitês
Disciplinares;
- As normas da Autorregulação não se sobrepõem, mas se harmonizam à legislação vigente,
destacadamente ao Código de Defesa do Consumidor, às leis e normas especificamente direcionadas ao
sistema bancário e à execução de atividades delegadas pelo setor público a instituições financeiras;
- As normas da Autorregulação abrangem todos os produtos e serviços ofertados ou disponibilizados
pelas Signatárias a qualquer pessoa física, cliente ou não cliente;
- São participantes do Sistema de Autorregulação Bancária as signatárias do Termo de Adesão ao
Sistema de Autorregulação Bancária (bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento,
caixas econômicas, cooperativas de crédito ou sociedades de crédito, financiamento e investimento,
desde que associados à Febraban).

Princípios do Sistema de Autorregulação


- Ética e Legalidade - adotar condutas benéficas à sociedade, ao funcionamento do mercado e ao
meio-ambiente. Respeitar a livre concorrência e a liberdade de iniciativa. Atuar em conformidade com a
legislação vigente e com as normas da autoregulação.
- Respeito ao Consumidor – tratar o consumidor de forma justa e transparente, com atendimento
cortês e digno. Assistir o consumidor na avaliação dos produtos e serviços adequados às suas
necessidades e garantir a segurança e a confidencialidade de seus dados pessoais. Conceder crédito de
forma responsável e incentivar o uso consciente de crédito.
- Comunicação Eficiente – fornecer informações de forma precisa, adequada, clara e oportuna,
proporcionando condições para o consumidor tomar decisões conscientes e bem informadas. A
comunicação com o consumidor, por qualquer veículo, pessoalmente ou mediante ofertas ou anúncios
publicitários, deve ser feita de modo a informá-lo sobre os aspectos relevantes do relacionamento com a
Signatária.
- Melhoria Contínua - aperfeiçoar padrões de conduta, elevar a qualidade dos produtos, níveis de
segurança e a eficiência dos serviços.

Regras de Autorregulação
É responsabilidade do Conselho de Autorregulação estabelecer normativo com regras sobre práticas
bancárias, sendo que ele deve revisar periodicamente a cada 2 anos.
Na elaboração das Regras considerar-se-ão as normas aplicáveis às instituições financeiras,
destacadamente as leis e normas do Sistema Financeiro Nacional, os usos e costumes em matéria
comercial e bancária e os princípios do Código de Defesa do Consumidor.
Os trabalhos de revisão são desenvolvidos por um comitê revisional composto por no mínimo 7 (sete)
representantes das signatárias não suspensas, sendo 1 (um) representante por conglomerado financeiro.
Estes trabalhos podem ser facilitados ou liberados por um empresa de consultoria.

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Responsabilidades das Signatárias
Cada signatária deve:
- Respeitar e fazer com que suas controladas e coligadas sujeitas à fiscalização do Banco Central do
Brasil respeitem as normas da Autorregulação;
- Apontar um profissional com cargo estatutário, preferencialmente com a atribuição de ouvidor ou de
diretor responsável pela ouvidoria, para ser o interlocutor da Diretoria de Autorregulação;
- Enviar à Diretoria de Autorregulação semestralmente, e sempre que necessário, um relatório sobre
a sua aderência às normas da Autorregulação (relatório de conformidade), que é o documento de registro
do cumprimento das metas de aderência da Signatária às normas da Autorregulação e dos planos de
ação para adequação da Signatária às normas da Autorregulação;
- Enviar à Diretoria de Autorregulação os mesmos relatórios produzidos por suas Ouvidorias e
remetidos semestralmente ao Banco Central do Brasil, contendo informações descritivas e estatísticas
sobre reclamações de clientes.
Entidades do Sistema de Autorregulação

Conselho das Signatárias


É composto pelos membros do Conselho Diretor da Febraban que sejam representantes de
Signatárias, bem como por representantes das demais Signatárias, desde que elegíveis para a posição
de Conselheiro Diretor da Febraban.
Principais competências:
- Deliberar sobre a admissão de novas Signatárias;
- Sortear as Signatárias que serão representadas no Conselho de Autorregulação e nomear
Conselheiros Natos.

Conselho de Autorregulação
É o órgão normativo e de administração do Sistema de Autorregulação Bancária, composto por
Conselheiros do Sistema, Conselheiros Independentes e por Conselheiros Setoriais.
Principais competências:
- Admitir Signatárias, ad referendum do Conselho das Signatárias;
- Suspender Signatárias;
- Publicar as Regras e deliberar alterações ao Código e às Regras;
- Editar Normativos versando sobre assuntos de interesse coletivo, incluindo aqueles concernentes às
práticas das Signatárias;
- Estabelecer, por meio de resoluções, as diretrizes, políticas e procedimentos do Sistema de
Autorregulação Bancária, incluindo:
a) a política de comunicação,
b) o modelo de Relatório de Conformidade, bem como o procedimento para seu preenchimento pelas
Signatárias e critérios de análise para a Diretoria de Autorregulação,
c) o Selo da Autorregulação, e
d) o relatório anual contendo informações sobre as atividades desempenhadas e resultados
alcançados pelo Conselho de Autorregulação e pela Diretoria de Autorregulação;
- Efetuar a revisão periódica das Regras;
- Nomear e destituir o responsável pela Diretoria de Autorregulação, bem como supervisionar a
Diretoria de Autorregulação;
- Deliberar sobre assuntos que entenda relevantes ao Sistema de Autorregulação.

Comitês Setoriais
Comitês com competência temática, integrados ao Sistema de Autorregulação Bancária através de
convênios celebrados pelo Conselho de Autorregulação com entidades representativas do setor
financeiro.
Principais competências:
- Propor e interpretar normativos no âmbito de sua competência temática;
- Em procedimento disciplinar, emitir parecer sobre casos diretamente relacionados à sua competência
temática;
- Criar seu regimento interno, que disporá, no mínimo, sobre sua estrutura, funcionamento e rito para
emitir parecer em procedimento disciplinar.

Diretoria de Autorregulação
É o órgão executivo do Sistema de Autorregulação, subordinado ao Conselho de Autorregulação.

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Principais competências:
- Implementar as orientações do Conselho de Autorregulação;
- Orientar as Signatárias quanto ao correto preenchimento dos Relatórios de Conformidade. Aprovar o
teor dos Relatórios de Conformidade, monitorando o cumprimento das obrigações ali consignadas, de
acordo com a política definida pelo Conselho de Autorregulação;
- Desenvolver e gerenciar processos e sistemas para monitorar a aderência das Signatárias às normas
da Autorregulação;
- Registrar denúncias por parte das Signatárias. Notificar, ao Presidente do Conselho de
Autorregulação, indícios de violação às normas da Autorregulação e inadequação nos Relatórios de
Conformidade.

Procedimento Disciplinar e Sanções ao Descumprimento das Normas


A Diretoria de Autorregulação, em decorrência da constatação de indício de violação às normas da
autorregulação ou ainda da verificação de inadequação no Relatório de Conformidade, notificará a
Signatária para que apresente, em 10 (dez) dias, a sua versão dos fatos narrados na notificação e, se for
o caso, as ações corretivas pertinentes, consignando-as no Relatório de Conformidade.
Caso a Signatária não apresente resposta tempestiva e fundamentada, ou caso não altere
adequadamente o Relatório de Conformidade, a Diretoria de Autorregulação dará conhecimento ao
Presidente do Conselho de Autorregulação, que convocará, em até 10 (dez) dias, um comitê disciplinar
ad hoc (o "Comitê Disciplinar") para apurar os fatos e julgar o caso.
O relator enviará, no prazo de 7 (sete) dias a contar da instauração do procedimento, mediante
correspondência escrita, notificação para que a Signatária apresente a sua defesa, por escrito, em até 10
(dez) dias.
Na apresentação da defesa, a Signatária poderá encaminhar uma proposta de celebração de termo
de compromisso, comprometendo-se a cessar ou corrigir seus atos.
Recebida ou não a defesa, o relator elaborará, quando cabível, um roteiro das providências para
apuração dos fatos, os quais serão registrados em relatório. A apuração de fatos poderá ser efetuada por
uma empresa de auditoria independente.
O relator encaminhará aos demais membros do Comitê Disciplinar e, conforme o caso, aos membros
do Comitê Setorial, cópia do relatório e da defesa da Signatária, em até 10 (dez) dias após o término do
prazo fatal para a apresentação da defesa, designando data para julgamento, a ser realizado no prazo
máximo de 10 (dez) dias. O relator dará conhecimento à Signatária sobre todos os atos e documentos
ocorridos ou produzidos antes da sessão de julgamento.
A sessão de julgamento será instalada com a presença de todos os membros do Comitê Disciplinar e
iniciará com a leitura do relatório pelo relator que, em seguida, dará a palavra aos representantes da
Signatária para o oferecimento das razões finais da defesa pelo prazo máximo de 30 (trinta) minutos.
Terminado o prazo para o oferecimento das razões finais da defesa, o relator e os demais membros
do Comitê Disciplinar, nessa ordem, proferirão os respectivos votos em sessão fechada, sem a presença
da Signatária.
A decisão será tomada por maioria de votos dos membros do Comitê Disciplinar, vedada a abstenção.

Neste contexto, comprovado que a Signatária descumpriu as normas da autorregulação estará sujeita
as seguintes sanções:
- Recomendação do Comitê Disciplinar para o ajuste de sua conduta, encaminhada através de carta
reservada;
- Recomendação do Comitê Disciplinar para o ajuste de sua conduta, encaminhada através de carta
com o conhecimento de todas as Signatárias, cumulada com a obrigação de pagar uma contribuição entre
1 (uma) e 10 (dez) vezes o valor da menor anuidade paga por uma Associada da Febraban;
- Suspensão de sua participação no Sistema de Autorregulação Bancária, com a interrupção do direito
de uso do Selo da Autorregulação e a perda do mandato de seu Conselheiro no Conselho de
Autorregulação, cumulada com a obrigação de pagar uma contribuição entre 5 (cinco) e 15 (quinze) vezes
o valor da menor anuidade paga por uma Associada da Febraban.

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