Apostila Edgar Abreu Cpa 10 Janeiro 2021

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CPA-10

Edição| Janeiro 2021

w w w. c u r s o s e d g a r a b r e u . c o m . b r
SOBRE O PROFESSOR EDGAR ABREU

Como professor, Edgar Abreu é pioneiro e a maior referência


em preparação para certificações financeiras do Brasil (CPA-10,
CPA-20, CEA, ANCORD e CFP), sendo que mais de 240 mil dos
profissionais do mercado financeiro estudaram com seus livros,
apostilas ou videoaulas.
Possui mestrado em economia pela FGV, com graduação em
Matemática (PUCRS) e especializações em Investment Banking
(NYIF), Finanças (UFRGS) e Educação a Distância (SENAC).
Apesar de ter trabalhando por sete anos em um Banco Público,
sempre teve e foi movido pela veia empreendedora, o que o levou
a criar duas empresas de Educação Online (Casa do Concurseiro e
EA Certificações), as quais vendeu para o Grupo UOL no final de
2017.
Durante esse período, também foi responsável pela criação de um novo formato de educação
profissional ao desenvolver cursos de Pós-Graduação ministrados por profissionais de mercado
– modelo que implementou na instituição PUCRS e que hoje é uma referência em cursos de
especialização online.
Atualmente se dedica a melhorar a educação financeira das pessoas por meio de conteúdos
disponibilizados em seus canais do YouTube e Instagram.

ONDE ME ENCONTRAR – CLIQUE PARA ME ADICIONAR

w w w. c u r s o s e d ga ra b r e u . c o m . b r

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@abreu.edgar

@ p ro f. e d ga ra b re u

edgar-abreu

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SOBRE O MATERIAL

Leia com ATENÇÃO antes de começar seus estudos!

GRATUIDADE DO MATERIAL: Essa apostila (e-book) é 100% gratuita e todo


conteúdo dela é de minha autoria. Infelizmente algumas pessoas copiam os
meus conteúdos e vendem. Caso você encontre algo do meu material em
outros, sendo comercializado, denuncie, me enviando um e-mail direto.

COMPLEMENTAÇÃO DOS ESTUDOS: Em meu site você encontra mais


questões para resolver, também de forma gratuita. Apenas as respostas
comentadas em vídeo que são exclusivas de alunos que compraram curso.

ATUALIZAÇÃO DA APOSTILA: A legislação está sempre em completa


mudança, além de atualizações no edital da certificação. Por isso é muito
importante que você verifique se essa apostila é a mais atual, se não for,
atualize. Para conferir basta clicar no link abaixo ou ler o QR Code.

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SUMÁRIO

1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO...................................07


1.1 FUNÇÕES BÁSICAS....................................................................................................07
QUESTÕES – MÓDULO 01...............................................................................................23
2. COMPLIANCE LEGAL, ÉTICA E ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR....................................27
2.1 CÓDIGO DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO...................................27
2.2 PREVENÇÃO E COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO OU
OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES....................................................................29
2.3 ÉTICA NA VENDA......................................................................................................34
2.4 ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR.........................................................................34
QUESTÕES – MÓDULO 02...............................................................................................37
3. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ECONOMIA E FINANÇAS..............................................................39
3.1 CONCEITOS BÁSICOS DE ECONOMIA.........................................................................39
3.2 CONCEITOS BÁSICOS DE FINANÇAS...........................................................................44
QUESTÕES – MÓDULO 03...............................................................................................49
4. PRINCÍPIOS DE INVESTIMENTOS.......................................................................................51
4.1 PRINCIPAIS FATORES DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS...............................................51
4.2 PRINCIPAIS RISCOS DO INVESTIDOR..........................................................................52
4.3. FATORES DETERMINANTES PARA A ADEQUAÇÃO DOS
PRODUTOS DE INVESTIMENTO ÀS NECESSIDADES DOS INVESTIDORES...........................55
QUESTÕES – MÓDULO 04...............................................................................................57
5. FUNDOS DE INVESTIMENTO..............................................................................................59
5.1 ASPECTOS GERAIS.....................................................................................................59
5.2 PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS DE GESTÃO........................................................................68
5.3 PRINCIPAIS MODALIDADES DE FUNDOS DE INVESTIMENTO......................................70
5.4 TRIBUTAÇÃO EM FUNDOS DE INVESTIMENTO...........................................................74
5.5 CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES
PRÁTICAS PARA FUNDOS DE INVESTIMENTO..................................................................75
QUESTÕES – MÓDULO 05...............................................................................................79
6. INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL E RENDA FIXA.........................................................83
6.1 AÇÕES......................................................................................................................83
6.2 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS E DO AGRONEGÓCIO............................................................89
6.3 CDB – CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO...........................................................91
6.4 DEBÊNTURES E DEBÊNTURES INCENTIVADAS............................................................91
6.5 TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS....................................................................................92
6.6 CADERNETA DE POUPANÇA......................................................................................95
6.7 TRIBUTAÇÃO EM ATIVOS DE RENDA FIXA..................................................................96
6.8 OPERAÇÕES COMPROMISSIDAS................................................................................97
QUESTÕES – MÓDULO 06...............................................................................................99
7. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA – PGBL E VGBL....................................................103
7.1 PREVIDÊNCIA SOCIAL X PREVIDÊNCIA PRIVADA........................................................103
7.2 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS QUE INFLUENCIAM O PRODUTO..................................103
7.3 PLANO GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (PGBL).......................................................106
7.4 VIDA GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (VGBL)..........................................................106
QUESTÕES – MÓDULO 07...............................................................................................109
MÓDULO 01

1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E


PARTICIPANTES DO MERCADO (5 A 10%)

Quantidade de questões: Entre 3 a 5 questões da sua prova.

Pontos Positivos: Conteúdo fácil de estudar, necessitando apenas memorizar o que


são e o que fazem os principais órgãos do Sistema Financeiro Nacional.

Pontos Negativos: Pensando no trabalho do dia a dia, o conteúdo não agrega muito.
Além disso, às vezes pode ser confuso separar as competências do BACEN com as do
CMN, por exemplo.

1.1 FUNÇÕES BÁSICAS

Em algum momento de sua vida você já solicitou ou tomou dinheiro emprestado de um amigo
ou parente? Caso tenha participado de uma operação financeira bilateral, espero que tenha tido
sucesso quanto aos compromissos assumidos. Em geral, não é o que acontece.
Se operações financeiras com pessoas conhecidas já são complexas, imagine fazer um negócio
financeiro com quem você nunca viu. Quais são as garantias? E os riscos assumidos? Em um
cenário no qual as transações no mercado financeiro ocorressem de forma direta entre agentes
superavitários e deficitários1, quantos negócios teríamos? Como as pessoas e as empresas se
capitalizariam? Certamente a liquidez seria mínima.
Por esse motivo se faz necessária a criação de um Sistema Financeiro, ou seja, um conjunto de
órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa as operações necessárias à circulação da moeda e
do crédito na Economia. O Sistema Financeiro tem o importante papel de fazer a intermediação
de recursos entre os agentes econômicos superavitários e os deficitários de recursos, tendo como
resultado um crescimento da atividade produtiva. Sua estabilidade é fundamental para a própria
segurança das relações entre os agentes econômicos.

1 Superavitário: quem possui dinheiro sobrando e está disposto a poupar. Deficitário: quem tem déficit financeiro
e busca recursos junto ao mercado.

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CPA-10

ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO


Uma primeira divisão do Sistema Financeiro Nacional é feita de acordo com o ramo de atividades,
as quais podemos classificar em três mercados distintos e complementares:

#DICA DO PROFESSOR
No edital de certificação CEA, somente os órgãos pintados de vermelho são cobrados. Já os
supervisores podem ser todos abordados em sua prova.

CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL – CMN


O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional com a
finalidade de formular a política da moeda e do crédito.

8
MÓDULO 01

Composição CMN
1. Ministro da Economia (presidente)
2. Presidente do Banco Central do Brasil
3. Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia

Os objetivos do CMN estão definidos no artigo 3º da Lei nº 4.595. São eles:


I – Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e seu
processo de desenvolvimento.
II – Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários
ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios
oriundos de fenômenos conjunturais.
III – Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do país, tendo em
vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira.
IV – Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas,
tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do país, condições favoráveis ao desenvolvimento
harmônico da economia nacional.
V – Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à
maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos.
VI – Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.
VII – Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna
e externa.
Já as competências do CMN estão redigidas no artigo 4º da Lei que o cria (nº 4.595/64). Entre elas,
as principais são:
1. Autorizar as emissões de papel-moeda;
2. Fixar as diretrizes e normas da política cambial;
3. Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas
formas;
4. Regular a constituição, funcionamento e fiscalização das Instituições Financeiras;
5. Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos e comissões, e qualquer outra
forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados
pelo Banco Central;
6. Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão
emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas;
7. Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições
financeiras.

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CPA-10

BANCO CENTRAL DO BRASIL – BACEN


O Banco Central do Brasil, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é uma autarquia2
federal vinculada ao Ministério da Economia, com sede e foro em Brasília (DF) e atuação em todo
o território nacional, embora suas representações estejam restritas às capitais dos Estados do Rio
Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará.
O BCB é o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e, segundo o artigo
2º do seu regimento interno (Portaria nº 84.287, de 27 de fevereiro 2015), as suas finalidades são:
• Formulação, execução, acompanhamento e controle das políticas monetária, cambial, de
crédito e de relações financeiras com o exterior.
• Fazer a gestão do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e dos serviços do meio circulante.
• Organizar, disciplinar e fiscalizar o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Consórcio.

Políticas econômicas:
• Conselho Monetário Nacional (CMN): responsável por coordenar.
• Banco Central do Brasil (BCB): responsável por executar, acompanhar e controlar.
• Organizar, disciplinar e fiscalizar o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Consórcio.

Políticas econômicas:
• Conselho Monetário Nacional (CMN): responsável por coordenar.
• Banco Central do Brasil (BCB): responsável por executar, acompanhar e controlar.

O que é: Possui Meta


Conjunto de medidas adotadas pelo Bacen, vi- Sim.
sando adequar os meios de pagamento disponí-
Política veis às necessidades da economia do país, bem A Meta de inflação é defini-
Monetária como controlar a quantidade de dinheiro em cir- da pelo CMN. Atualmente
culação no mercado – o que permite definir as é de 4,5% ao ano com 2%
taxas de juros. de intervalo de tolerância

Política Tem como objetivo ampliar a oferta e o acesso


Não
Creditícia da população ao crédito.
É o conjunto de ações governamentais dire-
tamente relacionadas ao comportamento do
mercado de câmbio, inclusive no que se refere
Política Cambial à estabilidade relativa das taxas de câmbio e Não
ao equilíbrio no balanço de pagamentos. Tem
como objetivo o aperfeiçoamento permanente
do regime de câmbio flutuante.

2 Autarquia: serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para
executar atividades típicas da Administração Pública que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada.

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MÓDULO 01

O que é: Possui Meta


Política Conjunto de ações governamentais com o obje-
Financeira com tivo de buscar maior equilíbrio nas relações de Não
o exterior comércio com os parceiros do exterior.

Seus objetivos são os de:


• Manter as reservas internacionais em nível adequado;
• Estimular a formação de poupança;
• Zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro;
• Zelar pela adequada liquidez da Economia.
OBS: cuidado para não confundir com o objetivo do Conselho Monetário Nacional, que é o de “zelar
pela liquidez e solvência das instituições financeiras”)
Para cumprir com as suas responsabilidades e atingir os seus objetivos, o BCB conta com uma
3
diretoria colegiada , que é composta por até nove membros – sendo um deles o presidente da
República e todos os outros nomeados por ele, entre brasileiros de ilibada reputação e notória
capacidade em assuntos econômico-financeiros. Após a nomeação, os nomes devem ser aprovados
também pelo Senado Federal. Desde o final de 2004, o presidente do Bacen ganhou status de
Ministro de Estado, dado pela Lei Federal nº 11.036.
Dentre suas atribuições do BCB estão:
1. Emitir papel-moeda e moeda metálica;
2. Executar os serviços do meio circulante;
3. Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;
4. Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;
5. Exercer o controle de crédito;
6. Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições
financeiras;
7. Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e controlar o
fluxo de capitais estrangeiros no país;
8. Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e bancárias.
Também compete ao BCB determinar o recolhimento de até 100% do total dos depósitos à
vista e de até 60% de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de
subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública
Federal, seja através de recolhimento em espécie, conforme Inciso III do artigo 10 da lei nº
4.595/64;
9. Autorizar o funcionamento das instituições financeiras, exceto quando essa for uma instituição
estrangeira. Nesse caso, a autorização é dada através de decreto do Poder Executivo, conforme
artigo 18 da Lei nº 4.595/64;
10. Exercer a fiscalização das instituições financeiras. São Instituições Fiscalizadas pelo BCB:
3 Órgãos colegiados são aqueles em que há representações diversas e as decisões são tomadas em grupo,
com o aproveitamento de experiências diferenciadas.

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CPA-10

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM


A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Economia, com
personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente,
ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, autonomia
financeira e orçamentária.
São valores mobiliários de responsabilidades da CVM:
Principais títulos e valores mobiliários:

O que é?
Ação é a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades anônimas. É,
portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os acionistas,
Ação todos os direitos e deveres de um sócio no limite das ações possuídas. O acionista
torna-se sócio da empresa e, portanto, não existe risco de crédito nesse investimento,
uma vez que não se trata de um empréstimo.
Título de renda fixa de médio e longo prazo (a partir de 360 dias) emitidos por Socie-
dades Anônimas. Representa um direito de crédito que o investidor possui contra a
Debêntures
empresa emissora. O investidor faz um empréstimo para a empresa. Cada debênture
é uma fração da dívida de quem a emitiu.
Título de renda fixa de curto prazo (até 360 dias) emitidos por Sociedades Anônimas.
 Notas A finalidade de emissão por parte da empresa é a de sanar necessidades de capital
Promissórias de giro ou fluxo de caixa. Trata-se de um empréstimo do investidor diretamente para
a empresa.
É a fração do Patrimônio Líquido de um fundo de investimentos, que é um serviço de
Cotas de Fundos gestão de recursos. Vários cotistas se reúnem e centralizam os seus recursos para ter
de Investimentos vantagens no momento da aplicação e/ou para reduzir custos e riscos. A cota repre-
senta a participação de cada um dos cotistas desse fundo.

Seus objetivos estão definidos no artigo 3º da Lei nº 6.385/64 e são eles:


I. Estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários;
II. Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, assim como
estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob
controle de capitais privados nacionais;
III. Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão;
IV. Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra:
a) Emissões irregulares de valores mobiliários;
b) Atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas ou de
administradores de carteira de valores mobiliários;
c) O uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários.

12
MÓDULO 01

V. Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais


de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado;
VI. Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as
companhias que os tenham emitido, a observância de práticas comerciais equitativas no
mercado de valores mobiliários e de condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN).
Para conseguir atingir os seus objetivos, a CVM possui diversas competências, sendo as principais
atividades:
I. Disciplinar, fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de investimento.
Comentário: Os fundos de investimento, que até o final de 2015 eram regulamentados pela
instrução CVM nº 409/04, tiveram sua legislação alterada e atualizada com a publicação da
instrução CVM nº 555/14.
II. Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de auditores independentes,
administradores de carteiras de valores mobiliários, agentes autônomos, entre outros;
III. Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores independentes, consultores e analistas de
valores mobiliários;
IV. Apurar, mediante inquérito administrativo, atos legais e práticas não equitativas de
administradores de companhias abertas e de quaisquer participantes do mercado de valores
mobiliários, aplicando as penalidades previstas em lei.

#DICA DO PROFESSOR
Sempre que falar em moeda, falar em políticas econômicas (política fiscal, política de renda, po-
lítica monetária, política cambial), falar em políticas monetárias, falar em câmbio, mercado de
câmbio, está falando no Banco Central e, consequentemente, no CMN.
Apesar da CVM estar abaixo do CMN, no mercado de Capitais (valores mobiliários), quem “man-
da” é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), enquanto o CMN manda em todo o resto: nos
mercados de moeda, crédito e câmbio.
Você precisa cuidar do verbo. Lembra do verbo? Os verbos indicam as funções do CMN.
• Conselho = Conselho
• Manda = Monetário
• Neles = Nacional
Porque, no CMN, os verbos que vão aparecer na tua prova são verbos de chefe... Assim, ó:
• Disciplinar
• Regulamentar
• Fixar diretrizes
• Orientar São verbos de quem manda (dono da loja)!
• Zelar

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CPA-10

Nada de execução, execução, no CMN! Quem executa é o Bacen! Aí, nesse caso, seria:
• Fiscalizar
• Regular
• Controlar
• Emitir São verbos de quem executa (gerente da loja)...
Então quem é que vai regulamentar o mercado de moedas (monetário), por exemplo? É o CMN.
Então tome cuidado! Essa é a dica para a tua prova das questões envolvendo os verbos. Como
eu disse, não decore as mais de 40 competências que a gente tem do CMN. Entenda o conceito.

SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP


A Superintendência de Seguros Privados (Susep) é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério
da Economia – órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro.
Apesar de ser uma entidade supervisora, a Susep também é responsável por regular os mercados
em que está inserida, sempre respeitando as diretrizes do órgão normativo – neste caso, o Conselho
Nacional de Seguros Privados (CNSP).
Compete também à Susep:
1. Fiscalizar a constituição, a organização, o funcionamento e a operação das Sociedades
Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na
qualidade de executora da política traçada pelo CNSP;
2. Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das
operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados;
4. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles
vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema
Nacional de Capitalização;
5. Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o
funcionamento das entidades que neles operem;
6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado;
7. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades – em especial os efetuados em
bens garantidores de provisões técnicas;
8. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem
delegadas;
9. Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.

14
MÓDULO 01

ANBIMA
ANBIMA é a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. É uma
associação de instituições como bancos, gestoras, corretoras, distribuidoras e administradoras.
Reúne diversas empresas diferentes entre si com o objetivo de reproduzir, dentro de casa, a
pluralidade dos mercados. Nasceu em 2009, a partir da união de duas entidades (ANIDMA + ANBID),
mas representa os mercados há quatro décadas.
Seu modelo de atuação é organizado em torno de quatro compromissos: representar, autorregular,
informar e educar.
Atividades desenvolvidas:

Frentes de Atuação
A ANBIMA é a principal provedora de informações sobre os segmentos de mer-
cado que representamos. A construção de uma base de dados consistente é parte
do seu esforço para dar mais transparência e segurança aos mercados e, conse-
Informação quentemente, fomentar negócios.
Responsável por divulgar desde referências de preços e índices que refletem o
comportamento de carteiras de ativos até estudos específicos, que auxiliam no
acompanhamento dos temas de interesse dos associados.
São duas maneiras de representação da ANBIMA:
1. Promover o diálogo para construir propostas de aprimoramento do merca-
Representação do, que são apresentadas e discutidas com o governo e com outras entida-
des do setor privado;
2. Propor boas práticas de negócios, que os associados seguem de forma vo-
luntária.
Sua autorregulação é baseada em regras criadas pelo mercado, para o mercado
e em favor dele. Essas regras estão nos Códigos de Autorregulação e Melhores
Autorregulação Práticas, que são de adesão voluntária.
O cumprimento das normas é acompanhado de perto pela nossa equipe técnica,
que supervisiona as instituições e dá orientações de caráter educativo.
As ações da ANBIMA em educação se dividem em três vertentes:

Educação 1. Capacitação dos profissionais por meio de certificações;


2. Qualificação dos profissionais certificados por meio de educação continuada;
3. Disseminação de conteúdo sobre educação financeira.

CÓDIGOS DE AUTORREGULAÇÃO DA ANBIMA:


Os códigos de autorregulação da ANBIMA, criados a partir de propostas que nascem e são
aperfeiçoadas nas comissões temáticas de representação, objetivam as melhores práticas. Assim,
profissionais das instituições associadas, ou seja, do próprio mercado, discutem, formulam e
colocam em prática as regras que norteiam cada uma das atividades nas quais atuamos.

15
CPA-10

Os códigos são obrigatórios para as instituições participantes – assim entendidas as instituições


filiadas à ANBIMA, bem como as instituições que, embora não associadas, expressamente aderem
ao Código mediante a assinatura do competente termo de adesão.
Os códigos não se sobrepõem à legislação e à regulamentação vigentes, ainda que venham a
ser editadas normas – após o início de sua vigência – contrárias às disposições ora trazidas. Caso
haja contradição entre regras estabelecidas nos Códigos e normas legais ou regulamentares, a
disposição deste Código deverá ser desconsiderada, sem prejuízo de suas demais regras.
Para Prova de Certificação CEA, são exigidos quatro códigos:
1. Certificação Continuada
2. Distribuição de Produtos de Investimento
3. Oferta Pública de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários
4. Administração de Recursos de Terceiros (apresentado no Módulo 4 sobre Fundos de
Investimento)

ATENÇÃO!
Para abordar todos os capítulos que o edital exige sobre esses códigos, seriam necessárias mais
de 80 páginas. Isso para um assunto que deverá abranger pouquíssimas questões na sua prova.
Por esse motivo, e por serem, na maioria, questões óbvias e respondidas apenas com o bom
senso, optei em escrever um breve resumo sobre os pontos que considero mais importantes para
a prova.

1. Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação


Continuada:

Estabelecer princípios e regras que deverão ser observados pelas


instituições participantes, que atuam nos mercados financeiro e
de capitais, de maneira a buscar a permanente elevação da capa-
Objetivo
citação técnica de seus profissionais, bem como a observância de
padrões de conduta no desempenho de suas respectivas ativida-
des.
1. Manter elevados padrões éticos na condução de todas as
atividades;
2. Conhecer e observar todas as normas, leis e regulamen-
tos, inclusive as normas de regulação e melhores práticas
Principais padrões de conduta da ANBIMA;
a serem seguidos pelos 3. Assegurar a observância de práticas negociais equitativas;
profissionais certificados.
(em relação ao mercado) 4. Recusar a intermediação de investimentos ilícitos;
5. Não contribuir para a veiculação ou circulação de notí-
cias ou de informações inverídicas;
6. Manter sigilo a respeito de informações confidenciais a
que tenha acesso em razão de sua atividade profissional.

16
MÓDULO 01

1. Não participar de atividades independentes que compitam


direta ou indiretamente com seu empregador;
2. Informar seu empregador sobre a propriedade de quaisquer
Principais padrões de conduta valores mobiliários ou outros investimentos que possam in-
a serem seguidos pelos fluenciar ou ser influenciados por sua atividade profissional;
profissionais certificados. 3. Informar seu empregador sobre quaisquer valores ou benefí-
(em relação à Instituição cios adicionais que receba;
Participante) 4. Não manifestar opinião que possa prejudicar a imagem do
seu empregador;
5. Evitar pronunciamentos a respeito de investimentos sob a
responsabilidade de outras instituições.
1. Manter independência e objetividade no aconselhamento
de investimentos;
2. Distinguir fatos de opiniões, pessoais ou de mercado, com
relação aos investimentos aconselhados;
Principais padrões de conduta
3. Agir com ética e transparência quando houver situação de
a serem seguidos pelos
conflito de interesse com seus clientes;
profissionais certificados.
4. Informar ao cliente sobre a possibilidade de recebimento de
(em relação ao Investidor)
remuneração ou benefício pela instituição participante em
razão da indicação de investimentos;
5. Orientar o cliente sobre o investimento que pretende realizar,
evitando práticas capazes de induzi-lo ao erro.

2. Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de Produtos de


Investimento:

O que é Distribuição de Produtos de Investimento?


(I) Oferta de Produtos de Investimento de forma individual ou coletiva, resultando ou não em
aplicação de recursos, assim como a aceitação de pedido de aplicação por meio de agências
bancárias, plataformas de atendimento, centrais de atendimento, canais digitais ou qualquer outro
meio estabelecido para este fim; e
(II) atividades acessórias prestadas aos investidores, tais como manutenção do portfólio de
investimentos e fornecimento de informações periódicas acerca dos investimentos realizados.

O que são Instituições Participantes?


Instituições Associadas à ANBIMA ou instituições aderentes a este Código.

Quais são os objetivos do Código?


I. A manutenção dos mais elevados padrões éticos e a consagração da institucionalização de
práticas equitativas no mercado financeiro e de capitais;
II. A concorrência leal;

17
CPA-10

III. A padronização de seus procedimentos;


IV. O estímulo ao adequado funcionamento da Distribuição de Produtos de Investimento;
V. A transparência no relacionamento com os investidores, de acordo com o canal utilizado e as
características dos investimentos; e
VI. A qualificação das instituições e de seus profissionais envolvidos na Distribuição de Produtos de
Investimento.

BANCOS MÚLTIPLOS
Criados com o objetivo de racionalizar a administração, os bancos múltiplos funcionam como uma
espécie de holding4 de instituições financeiras, porém, não é qualquer tipo de instituição financeira
que pode fazer parte de um banco múltiplo. Segundo a resolução CMN nº 2.099, as carteiras que
podem compor essas instituições são as de:

As operações realizadas por banco múltiplo estão sujeitas às mesmas normas legais e
regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. Logo, para
entender melhor o que cada carteira faz, basta consultar cada uma das instituições financeiras a
seguir. Sendo assim, as suas operações passivas, ativas e acessórias dependem de quais são as
carteiras que o constituem.
Para constituir um banco múltiplo será necessário ser composto por, no mínimo, duas das carteiras
listadas, sendo que uma delas deverá ser, obrigatoriamente, a carteira de banco comercial ou a de
banco de investimento.

BANCOS COMERCIAIS
Bancos comerciais são as principais instituições financeiras do mercado. Somente banco comercial,
cooperativas de crédito e Caixa Econômica Federal podem captar depósito à vista.
Tome cuidado! Nem todo banco múltiplo pode captar depósito à vista. Depende se ele possui ou
não a carteira comercial. Como vimos anteriormente, é possível constituir um banco múltiplo sem
ter a carteira comercial e, sim, com a carteira de investimento.
Bancos comerciais também atuam em operações de câmbio e suas principais operações passivas
são empréstimos e financiamentos de médio e curto prazo.
4 Holding é um tipo de empresa que detém a posse majoritária de ações de outras empresas, geralmente denominadas
subsidiárias, centralizando o controle sobre elas. De modo geral, a holding não produz bens e serviços, destinando-se
apenas ao controle de suas subsidiárias.

18
MÓDULO 01

Na prática não se conhece muitos bancos comerciais, pois a maioria acaba juntando mais de uma
carteira, montando um banco múltiplo, aproveitando para oferecer mais produtos aos seus clientes
e também a redução de custos operacionais.

BANCOS DE INVESTIMENTO
São instituições financeiras privadas, com foco em investimentos. Podem administrar fundos de
investimento, intermediar operações de câmbio, mas são destaque mesmo atuando como agentes
underwriters.
Agentes Underwriters são instituições financeiras que auxiliam empresas a colocarem valores
mobiliários no mercado de capitais, como emissão de ações, debêntures etc.
Nenhuma empresa abre seu capital sem o intermédio de um Banco de Investimento ou de um
Banco Múltiplo, desde que esse último possua a carteira de investimento.

DISTRIBUIDORAS E CORRETORAS DE TÍTULOS


E VALORES MOBILIÁRIOS E DE FUTUROS
As corretoras e distribuidoras tinham funções distintas até 2009, pois somente as corretoras podiam
operar em bolsas de valores. As distribuidoras precisavam de uma corretora para operar nas bolsas,
tendo, portanto, uma área mais restrita de operação.
Com a decisão conjunta CVM e Bacen nº 17/2009, que autorizou as distribuidoras a operarem
diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsas de
valores, eliminou-se a principal diferença entre as duas instituições financeiras.
A principal atividade dessas instituições é a de execução de ordens de compra e venda de ativos
para seus clientes. Um investidor não opera diretamente na bolsa de valores, mas através de um
intermediário (corretora/distribuidora) que cobra taxa por essa prestação de serviço.
Além da execução da ordem (operacional), as corretoras e distribuidoras normalmente contam com
equipes de analistas para auxiliar os investidores na escolha do melhor produto de investimento de
acordo com o perfil, prazo e necessidade do cliente/investidor.
Outras atividades das distribuidoras e corretoras:
1) Comprar e vender títulos, bem como valores mobiliários, por contra própria e de terceiros;
2) Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por contra própria e de terceiros;
3) Intermediar a oferta pública e distribuir títulos e valores mobiliários no mercado;
4) Operar em bolsas de valores;
5) Administrar carteiras e custodiar títulos e valores mobiliários;
6) Subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado;
7) Exercer funções de agente fiduciário;
8) Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;

19
CPA-10

9) Intermediar operações de compra e venda de moeda estrangeira, além de outras operações no


mercado de câmbio;
10) Praticar operações de compra e venda de metais preciosos no mercado físico, por conta própria
e de terceiros;
11) Realizar operações de compromissadas;
12) Praticar operações de conta margem;
13) Prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica em operações e
atividades nos mercados financeiro e de capitais.

B3 – BOLSA, BALCÃO, BRASIL


A B3 surgiu sob o formato atual após a fusão da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São
Paulo (BM&FBOVESPA) com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP),
aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (CADE) em 22 de março de 2017.
Uma Bolsa de Valores é peça fundamental para o bom funcionamento do Mercado de Capitais, que
é o mercado em que as empresas acessam diretamente os investidores para captar recursos. As
companhias precisam de recursos para investir em seus projetos e, por outro lado, os investidores
necessitam de remuneração para valores financeiros que estão disponíveis.
A bolsa de valores é, portanto, o local adequado para que os investidores transacionem recursos
para a compra de títulos (valores mobiliários). Trata-se de uma instituição que faz parte do Sistema
de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários, no qual as Sociedades Corretoras têm acesso para
repassar as ordens de seus clientes.
São associações privadas civis que têm o objetivo de efetuar o registro, a compensação, a
liquidação física e financeira das operações realizadas em pregão ou sistema eletrônico.
Entretanto, desde 28 de janeiro de 2000, com a Resolução nº 2690 do Bacen, as bolsas de valores
puderam passar a visar lucro e a ser constituídas sob a forma de sociedades anônimas (S.A).
Sofrem fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), porém, possuem status
de autorreguladoras, já que são responsáveis por estabelecer diversas regras relativas ao
funcionamento dos mercados que administram e também à atuação dos intermediários que as
acessam.
Ainda segundo a Resolução nº 2690/2000, são objetivos das bolsas de valores:
I – Manter local ou sistema adequado à realização de operações de compra e venda de títulos e/ou
valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado pela própria
bolsa, sociedades-membros e pelas autoridades competentes;
II – Dotar, permanentemente, o referido local ou sistema de todos os meios necessários à pronta e
eficiente realização e visibilidade das operações;
III – Estabelecer sistemas de negociação que propiciem a continuidade de preços e liquidez ao
mercado de títulos e/ou valores mobiliários.

20
MÓDULO 01

SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO – SPB


Sistema de Pagamentos é o conjunto de regras, sistemas e mecanismos utilizados para transferir
recursos e liquidar operações financeiras entre empresas, governos e pessoas físicas.
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos
relacionados com o processamento e a liquidação de operações de transferência de fundos, de
operações com moeda estrangeira ou com ativos financeiros e valores mobiliários.
O principal objetivo do SPB é de mitigar (reduzir) o risco sistêmico entre as Instituições Financeiras.
O SPB é composto por diversas clearing houses, que são instituições com o objetivo de mitigar o
risco de liquidação.

B3 ATIVOS PRIVADOS – ANTIGA CETIP


B3 é uma das principais empresas de infraestrutura do mercado financeiro no mundo, com
atuação em ambiente de bolsa e de balcão. Sociedade de capital aberto – cujas ações (B3SA3) são
negociadas no Novo Mercado –, a Companhia integra os índices Ibovespa, IBrX-50, IBrX e Itag, entre
outros. Reúne ainda tradição de inovação em produtos e tecnologia e é uma das maiores em valor
de mercado, com posição global de destaque no setor de bolsas.

21
CPA-10

As atividades incluem criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação,


depósito e registro para todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos de renda fixa
corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juro e de commodities.
Quase a totalidade de títulos privados são liquidados e custodiados na B3, que também opera
como contraparte central garantidora para a maioria das operações realizadas em seus mercados.
Além disso, oferta serviços de central depositária e de central de registro.

SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA – SELIC


É um sistema informatizado, no qual estão centralizados os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional
que compõem a dívida pública federal interna. Nesse sentido, o Selic processa a emissão, o resgate
e o pagamento de juros periódicos desses títulos, assim como a sua custódia. A administração desse
sistema é realizada pelo Bacen em parceria com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais).
Os títulos – 100% escriturais (emitidos somente de forma eletrônica) – são registrados e liquidados
em tempo real através da Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR). A liquidação financeira ocorre
através do STR, ao qual o Selic é interligado.
Também por seu intermédio é efetuada a liquidação das operações de mercado aberto e de
redesconto com títulos públicos, decorrentes da condução da política monetária realizada pelo
Bacen.
Títulos que são custodiados e liquidados no Selic: LFT, LTN, NTN-B, NTN-B Principal e NTN-F.

22
QUESTÕ ES

1. (11.079) Operação que geralmente ocorre fora da bolsa de valores e por telefone:
a) Mercado de Balcão Organizado.
b) Mercado de Capitais.
c) Mercado de Balcão não Organizado.
d) Mercado de Capitais não organizado.

2. (11.152) Para ser um banco múltiplo são necessárias:


a) No mínimo 3 carteiras, sendo uma delas comercial ou de investimento.
b) No mínimo 4 carteiras, sendo uma delas comercial ou de investimento.
c) No mínimo 1 carteira, sendo comercial ou de investimento.
d) No mínimo 2 carteiras, sendo uma delas comercial ou de investimento.

3. (11.143) É função do Conselho Monetário Nacional (CMN):


a) Determinar o percentual mínimo do compulsório.
b) Regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional.
c) Formular e executar as políticas monetárias e cambiais, de acordo com as diretrizes do Governo
Federal.
d) Fortalecer o Mercado de Ações.

4. (11.160) O Conjunto de instituições do mercado financeiro faz parte do:


a) SFH.
b) SFI.
c) SFN.
d) SAC.

5. (11.164) Sobre os órgãos normativos e de intermediação do SFN, assinale a alternativa correta:


a) Banco múltiplo é um órgão normativo.
b) CMN, CNSP e CNPC são órgãos de intermediação.
c) CMN é um órgão normativo e um banco múltiplo é um órgão de intermediação.
d) CVM e BACEN são órgãos de intermediação.

6. (11.058) A fiscalização de corretoras de valores e de mercadorias é feita pelo(a):


a) CMN
b) BACEN
c) CVM
d) CVM e BACEN

23
CPA-10

7. (11.076) A quem compete fixar limites de comissões e emolumentos:


a) CMN
b) BACEN
c) CVM
d) PREVIC

8. (11.092) Como são chamados os órgãos normativos, responsáveis por controlar, regular e fiscalizar
o Sistema Financeiro Nacional e suas Instituições:
a) Comissão consultiva do Tesouro Nacional.
b) Comissão administrativa do Ministério da Economia.
c) Autoridade Monetária.
d) Autoridade Máxima.

9. (11.087) Qual o principal órgão executor das diretrizes do CMN (Conselho Monetário Nacional) e
supervisor das instituições financeiras?
a) SUSEP
b) PREVIC
c) CVM
d) BACEN

10. (11.088) É função da CVM:


a) Disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação de todos os integrantes do sistema financeiro na-
cional.
b) Disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação apenas dos diversos integrantes dos mercados fu-
turos.
c) Disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação apenas dos diversos integrantes do mercado de
valores mobiliários.
d) Disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes dos mercados de valores
mobiliários e futuros.

11. (11.052) O mercado financeiro é composto por:


a) Mercado Monetário, de Crédito, Valores Mobiliários e Cambial.
b) Monetário, Fiscal e Cambial.
c) Investimentos, Monetário, Cambial.
d) Cambial, Valores Mobiliários, Crédito.

12. (11.037) A composição do SFN (Sistema Financeiro Nacional) é de Instituições que:


a) Regulam apenas o mercado de títulos mobiliários.
b) Transferem recursos entre os investidores, somente.
c) Captam recursos financeiros, distribuem e circulam valores, além de regular todo o processo.
d) Regulam apenas o mercado de câmbio.

24
MÓDULO 01

13. (11.048) É função do CMN (Conselho Monetário Nacional):


a) Definir a meta a taxa selic.
b) Executar a política monetária.
c) Fiscalizar o mercado de Capitais.
d) Autorizar a emissão de papel moeda.

14. (15.095) Banco Múltiplo deve obrigatoriamente ter carteira:


a) Desenvolvimento
b) Crédito Consignado
c) Investimentos
d) Crédito Imobiliário

15. (15.096) Órgão que cliente pode obter mais informações sobre seu plano Vida Gerador de Benefí-
cio Livre - VGBL, além da própria seguradora:
a) CVM
b) BACEN
c) PREVIC
d) SUSEP

16. (15.097) Ativos custodiados no Sistema de Liquidação e Custódia – SELIC:


a) CDB e LCI
b) LFT e LTN
c) CRI e CDB
d) LFT e LCA

17. (15.099) Aviso que deve acompanhar a rentabilidade informada dos ativos, conforme o Código An-
bima de Distribuição de Produtos no Varejo:
a) A rentabilidade passada é garantia de rentabilidade futura.
b) A rentabilidade apresentada não é líquida de impostos.
c) A rentabilidade esperada é sempre superior a rentabilidade passada.
d) A rentabilidade é livre de qualquer risco.

18. (15.101) De acordo com o Código Anbima de Distribuição de Produtos, são produtos de investimentos:
a) Títulos Públicos Federais e Plano VGBL.
b) Ações e Derivativos.
c) VGBL e PGBL.
d) CDBs e Plano VGBL.

25
CPA-10

19. (15.103) O código Anbima informa que é necessário definir a situação financeira do cliente, para
adequar os produtos de investimentos ao perfil do mesmo.
Para isso, dentre outras informações, faz-se necessário considerar:
a) Valor das receitas regulares e necessidade futura de recursos.
b) Valor dos ativos que o investidor vendeu nos últimos 5 anos.
c) Valor das receitas não regulares apenas.
d) Valor que será recebido de herança futura.

20. (15.106) De acordo com a utilização do Selo Anbima, pode-se afirmar:


a) O selo indica que o investimento não possui risco.
b) Todas as instituições financeiras são obrigadas a utilizar o selo.
c) Instituições que fazem parte da Anbima e que aderiram ao código, mesmo não fazendo parte
da Anbima devem utilizar o selo.
d) O selo não traz nenhuma informação ao investidor.

ATENÇÃO!
Para mais questões e vídeos comentados das respostas acesse o site:
https://cursosedgarabreu.com.br/cursos/cpa-10
ou utilize o QR Code ao lado.

GABARITO
1. C 2. D 3. A 4. C 5. C 6. D 7. C 8. C 9. D 10. D 11. A 12. C 13. D 14. C 15. D 16. B 17. B 18. B 19. A 
20. C

26
MÓDULO 02

2. COMPLIANCE LEGAL, ÉTICA E ANÁLISE


DO PERFIL DO INVESTIDOR (15 A 20%)

Quantidade de questões: de oito a dez questões da sua prova.

Pontos positivos: este é um módulo que tem um peso bastante relevante. As ques-
tões cobram, de modo geral, entendimentos, mas são resolvidas, na maioria das
vezes, por meio de raciocínio lógico e bom senso.
Pontos negativos: a cobrança do código de autorregulação de distribuição de pro-
dutos é um ponto negativo por ser redundante, dado que o assunto é abordado
também no módulo 1.

2.1 CÓDIGO DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO

ATENÇÃO!
Para abordar todos os capítulos que o edital exige sobre esse código, seriam necessárias mais
de 30 páginas tratando de um assunto que, na sua prova, deverá constar em no máximo duas
questões, as quais, de modo geral, são questões óbvias de bom senso. Por esse motivo, optei em
escrever um breve resumo sobre os pontos que considero mais importantes para a prova.

1. O que é Distribuição de Produtos de Investimento?


(i) Oferta de produtos de investimento de forma individual ou coletiva, resultando ou não em apli-
cação de recursos, assim como a aceitação de pedido de aplicação por meio de agências bancá-
rias, plataformas de atendimento, centrais de atendimento, canais digitais, ou qualquer outro
canal estabelecido para esse fim; e
(ii) Atividades acessórias prestadas aos investidores, tais como manutenção do portfólio de inves-
timentos e fornecimento de informações periódicas acerca dos investimentos realizados.

2. O que são Instituições Participantes?


São instituições associadas à ANBIMA ou instituições aderentes a esse código.

27
CPA-10

3. Quais são os objetivos do código?


I. A manutenção dos mais elevados padrões éticos e a consagração da institucionalização de prá-
ticas equitativas no mercado financeiro e de capitais;
II. A concorrência leal;
III. A padronização de seus procedimentos;
IV. O estímulo ao adequado funcionamento da Distribuição de Produtos de Investimento;
V. A transparência no relacionamento com os investidores, de acordo com o canal utilizado e com
as características dos investimentos;
VI. A qualificação das instituições e de seus profissionais envolvidos na Distribuição de Produtos de
Investimento.

4. Como deve ser a publicidade e a divulgação dos produtos de investimento?


Todo o material utilizado para publicidade dos Produtos de Investimento é de responsabilidade
de quem os divulga, inclusive no que se refere à conformidade de tal material com as normas do
presente código. Caso a divulgação seja feita por um prestador de serviço, este deve obter, antes da
divulgação, aprovação expressa da instituição participante.
É vedada a divulgação de comparativo entre Produtos de Investimento de diferentes instituições,
diferentes naturezas e/ou categorias diversas. Além disso, toda publicidade, exceto aquela veicula-
da em rádio ou short message servic (SMS), deve obedecer às regras que constam abaixo na divul-
gação de avisos ao Investidor.
1. Publicidade que não possua selo ANBIMA:
a. ESTA INSTITUIÇÃO É ADERENTE AO CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁ-
TICAS PARA ATIVIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO NO VAREJO.
2. Publicidade que faça referência a histórico de rentabilidade:
a. A RENTABILIDADE DIVULGADA NÃO É LÍQUIDA DE IMPOSTOS.
3. Publicidade que mencione Produto de Investimento que não possua a garantia do Fundo Ga-
rantidor de Crédito:
a. TRATA-SE DE UMA MODALIDADE DE INVESTIMENTO QUE NÃO CONTA COM A GARANTIA
DO FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO (FGC).
4. Publicidade que divulgue simulação de rentabilidade:
a. AS INFORMAÇÕES PRESENTES NESTE MATERIAL SÃO BASEADAS EM SIMULAÇÕES E OS
RESULTADOS REAIS PODERÃO SER SIGNIFICATIVAMENTE DIFERENTES.
5. Nas divulgações de fundos em sites na internet, as informações mínimas obrigatórias são as
seguintes:
I. Política de investimento;

28
MÓDULO 02

II. Classificação de risco do Fundo;


III. Condições de aplicação, amortização (se for o caso) e resgate (cotização);
IV. Limites mínimos e máximos de investimento e valores mínimos para movimentação e per-
manência no Fundo;
V. Taxa de administração, de performance e demais taxas, se houver;
VI. Rentabilidade, observado o disposto nas regras de publicidade previstas nos anexos do Có-
digo de Recursos de Terceiros, quando aplicável;
VII. Avisos obrigatórios, observado o disposto nas regras de publicidade previstas nos anexos
do Código de Recursos de Terceiros, quando aplicável;
VIII. R
 eferência ao local de acesso aos documentos do Fundo com explicitação do canal desti-
nado ao atendimento a investidores.

2.2 PREVENÇÃO E COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO


OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES

#DICA DO ED
IMPORTANTE!
Sobre a legislação de lavagem de dinheiro.

O que o edital pede Circular BCB 3.461 de 24/07/2009.


Norma vigente após 01/10/20 Circular BCB 3.978 de 23/01/2020.
Para prova da ANBIMA Vale norma vigente dos últimos 6 meses.
Para quem vai fazer a prova ATÉ A base normativa é a Circular BCB 3.461, com a qual essa apostila
01/04/21 está de acordo.
Para quem vai fazer a prova APÓS A base normativa é a Circular BCB 3.978. No meu site, está
01/04/21 disponível a versão atualizada: www.cursosedgarabreu.com.br

Na prática, todas as alterações demoram além dos seis meses legais, pois precisam de mais algum
tempo extra, necessário para a atualização do banco de dados da ANBIMA.
Lavagem de dinheiro é o processo pelo qual o criminoso transforma recursos obtidos por meio
de atividades ilegais em ativos cuja origem é aparentemente legal. Para disfarçar os lucros ilícitos
sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro realiza-se por meio de um processo dinâ-
mico que requer (i) o distanciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associação direta
deles ao crime; (ii) o disfarce de suas várias movimentações para dificultar o rastreamento desses
recursos; e (iii) a disponibilização do dinheiro novamente aos criminosos depois de ter sido suficien-
temente movimentado no ciclo de lavagem e poder ser considerado “limpo”.
Há mais de 20 anos, percebeu-se a necessidade da adoção de um esforço internacional conjunto
para combater a lavagem de dinheiro, envolvendo não somente os governos dos diversos países,
mas também o setor privado, especialmente o sistema financeiro.

29
CPA-10

Mais recentemente, os atentados terroristas em diversas partes do mundo revigoraram a necessi-


dade desse esforço global, com o objetivo de buscar a eliminação das fontes de financiamento ao
terrorismo. Os mecanismos mais utilizados no processo de lavagem de dinheiro envolvem, teorica-
mente, essas três etapas independentes, mas que, com frequência, ocorrem simultaneamente.

PENA
Reclusão de três a dez anos e multa.
Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo:
I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movi-
menta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
A multa pecuniária, aplicada pelo COAF, será variável não superior:
a) ao dobro do valor da operação;
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da opera-
ção;
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais).

IMPORTANTE!
A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser cumprida em regime aberto, poden-
do o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor
ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que
conduzam à apuração das infrações penais e de sua autoria ou à localização dos bens, direitos ou
valores objeto do crime. A pena será aumentada de um a dois terços se os crimes definidos na lei
forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.

Principais operações que são indícios de crimes de lavagem de dinheiro


I. Aumentos substanciais no volume de depósitos de qualquer pessoa física ou jurídica, sem cau-
sa aparente, em especial se tais depósitos são posteriormente transferidos, dentro de curto
período de tempo, a um destino anteriormente não relacionado com o cliente;
II. Troca de grandes quantidades de notas de pequeno valor por notas de grande valor;
III. Proposta de troca de grandes quantias em moeda nacional por moeda estrangeira e vice-versa;
IV. Compras de cheques de viagem e cheques administrativos, ordens de pagamento ou outros
instrumentos em grande quantidade – isoladamente ou em conjunto –, independentemente
dos valores envolvidos e sem evidências de propósito claro;
V. Movimentação de recursos em praças localizadas em fronteiras;

30
MÓDULO 02

VI. Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocu-


pação profissional e a capacidade financeira presumida do cliente;
VII. Numerosas contas com vistas ao acolhimento de depósitos em nome de um mesmo cliente,
cujos valores somados resultem em quantia significativa;
VIII. Abertura de conta em agência bancária localizada em estação de passageiros – aeroporto, ro-
doviária ou porto – internacional ou pontos de atração turística, salvo se por proprietário, só-
cio ou empregado de empresa regularmente instalada nesses locais;
IX. Utilização de cartão de crédito em valor não compatível com a capacidade financeira do usuá-
rio.

FASES DA LAVAGEM DO DINHEIRO


1. Colocação: a primeira etapa do proces-
so é a colocação do dinheiro no siste-
ma econômico. Objetivando ocultar
sua origem, o criminoso procura mo-
vimentar o dinheiro em países com re-
gras mais permissivas e que possuem
um sistema financeiro liberal.
A colocação se efetua por meio de
• depósitos;
• compra de instrumentos negociáveis;
• compra de bens.
Para dificultar a identificação da procedên-
cia do dinheiro, os criminosos aplicam técni-
cas sofisticadas e cada vez mais dinâmicas,
tais como
• fracionamento dos valores que transitam pelo sistema financeiro;
• utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espé-
cie.
2. Ocultação: a segunda etapa do processo consiste em dificultar o rastreamento contábil dos
recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a cadeia de evidências ante a possibilidade da realização
de investigações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam movimentá-lo de forma
eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas – preferencialmente, em países ampa-
rados por lei de sigilo bancário – ou realizando depósitos em contas "fantasmas".
3. Integração: na última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico.
As organizações criminosas buscam investir em empreendimentos que facilitem suas ativida-
des – podendo tais sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a cadeia, torna-se
cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

31
CPA-10

Alguns exemplos:

FASE Exemplo
1. Comprar uma propriedade rural com o dinheiro do crime.
Colocação 2. Ir em uma casa de câmbio e fazer remessa de recursos ilícitos para uma conta no
exterior.
Ocultação 1. Enviar recursos provenientes de crimes para paraísos fiscais.
(estratificação) 2. Fazer câmbio de notas oriundas de um crime por moeda de outro país.
1. Comprar hotéis, restaurantes, negócios, com dinheiro oriundo de contas no
exterior sem procedência.
Integração
2. Compra de bens com doações originárias de contas “fantasmas”, empresas de
“fachada” etc.

IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES


A lei sobre crimes de lavagem de dinheiro exige que as instituições financeiras, entre outros,
• identifiquem seus clientes e mantenham cadastro atualizado, incluindo os proprietários e re-
presentantes das empresas clientes;
• mantenham registro das
transações em moeda na-
cional ou estrangeira, títu-
los e valores mobiliários, tí-
tulos de crédito, metais, ou
qualquer ativo passível de
ser convertido em dinheiro,
que ultrapassem limite fixa-
do pela autoridade compe-
tente e nos termos de ins-
truções por esta expedidas;
• atendam, no prazo fixado
pelo órgão judicial compe-
tente, as requisições for-
muladas pelo COAF, que se
processarão em segredo de
justiça;
• arquivem, por cinco anos,
os cadastros e os registros
das transações.
As instituições financeiras devem também realizar testes de verificação, com periodicidade máxi-
ma de um ano, que assegurem a adequação dos dados cadastrais de seus clientes.

32
MÓDULO 02

COMUNICAÇÃO AO COAF
As Instituições Financeiras devem comunicar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(COAF), na forma determinada pelo Banco Central do Brasil,
1. emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré-pagos, depósito em espécie, saque
em espécie ou saque em espécie por meio de cartão pré-pago em montante acumulado igual
ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) ou o equivalente em moeda estrangeira, no
mês calendário (sempre em espécie);
2. depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-pago ou
pedido de provisionamento para saque, que apresente indícios de ocultação ou dissimulação
da natureza, da origem, da localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade de
bens, direitos e valores;
3. emissão de cheque administrativo, TED ou qualquer outro instrumento de transferência de
fundos contra pagamento em espécie de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil
reais).
Prazo: as comunicações das ocorrências mencionadas no caput devem ser realizadas até o dia útil
seguinte àquele em que foram verificadas.

COAF – CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS


É o órgão máximo no combate à lavagem de dinheiro. O COAF está vinculado ao Ministério da Eco-
nomia e tem como finalidade disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e iden-
tificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da competência
de outros órgãos e entidades.
Entretanto, para que as atividades do COAF sejam bem-sucedidas, é importante que todas as insti-
tuições visadas, no que diz respeito à lavagem de dinheiro proveniente do crime, mantenham em
registro todas as informações de relevância sobre seus clientes e suas operações. Além dos bancos,
devem combater a lavagem de dinheiro empresas e instituições que trabalham com a comercializa-
ção de joias, metais preciosos e obras de arte.
As competências do COAF são
1. receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas;
2. comunicar às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis nas si-
tuações em que o Conselho concluir pela existência, ou fundados indícios, de crimes de “lava-
gem”, ocultação de bens, direitos e valores, ou de qualquer outro ilícito;
3. coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações
rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores;
4. disciplinar e aplicar penas administrativas.

33
CPA-10

#DICA DO PROFESSOR
Você se lembra da Operação Unfair Play da Lava Jato? Ok, vou perdoar se você não se lembrar,
são tantas, né? Essa operação investigou e puniu gestores brasileiros envolvidos em esquema de
lavagem de dinheiro junto ao COI – Comitê Olímpico Internacional.
Por falar em COI, sabe quais são as três fases de lavagem de dinheiro? Cite na ordem em que
elas acontecem:
• Colocação
• Ocultação
• Integração
Agora não tem como esquecer na hora da prova, combinado?

2.3 ÉTICA NA VENDA

A venda casada, como o próprio nome mostra, ocorre quando dois produtos ou serviços são vendi-
dos como se fossem um pacote, ou, em outras palavras, como se a venda de um esteja subordina-
da à venda do outro.
Exemplo: um cliente vai até um banco precisando de um empréstimo, mas o gerente do banco so-
mente libera o valor se o cliente contratar um seguro junto a esse empréstimo.

2.4 ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR

As pessoas habilitadas a atuar como integrantes do sistema de distribuição e os consultores de va-


lores mobiliários não podem recomendar produtos, realizar operações ou prestar serviços sem que
verifiquem sua adequação ao perfil do cliente, devendo observar
I. se o produto, serviço ou operação é adequado aos objetivos de investimento do cliente;
II. se a situação financeira do cliente é compatível com o produto, serviço ou operação;
III. se o cliente possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao pro-
duto, serviço ou operação.
Na análise e classificação das categorias de produtos, devem ser considerados, no mínimo,
I. os riscos associados ao produto e seus ativos subjacentes;
II. o perfil dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto;
III. a existência de garantias;
IV. os prazos de carência.
As instituições participantes do código da ANBIMA deverão elaborar documento descrevendo seus
procedimentos de API e metodologia adotada, devendo conter, no mínimo,

34
MÓDULO 02

I. coleta de informações: descrição detalhada do mecanismo de coleta das informações junto ao


Investidor para definição de perfil;
II. classificação do perfil: descrição detalhada dos critérios utilizados para a classificação de perfil
do Investidor;
III. classificação dos Produtos de Investimento: descrição detalhada dos critérios utilizados para a
classificação de cada Produto de Investimento;
IV. comunicação com o Investidor: descrição detalhada dos meios, forma e periodicidade de co-
municação utilizada entre a instituição participante e o Investidor para
(a) divulgação do seu perfil de risco após coleta das informações; e
(b) divulgação referente ao desenquadramento identificado entre o perfil do Investidor seus
investimentos;
V. procedimento operacional: descrição detalhada dos procedimentos utilizados para a aferição
periódica entre o perfil do Investidor e seus investimentos;
VI. atualização do perfil do Investidor: descrição detalhada dos critérios utilizados para atualiza-
ção do perfil do Investidor, incluindo a forma como a instituição dará ciência a este de tal atua-
lização; e
VII. controles internos: descrição detalhada dos controles/mecanismos adotados para o processo
de API, com o objetivo de assegurar a efetividade dos procedimentos estabelecidos pelas insti-
tuições participantes.

Objetivos de investimento Situação Financeira Conhecimento


Tipos de produtos, serviços e
Período em que o cliente deseja Valor das receitas regulares
operações com os quais o cliente
manter o investimento. declaradas pelo cliente.
tem familiaridade.
A natureza, o volume e a
Preferências declaradas do frequência das operações já
Valor e ativos que compõem o
cliente quanto à assunção de realizadas pelo cliente, bem
patrimônio do cliente.
riscos. como o período em que tais
operações foram realizadas.
Necessidade futura de recursos Formação acadêmica e
Finalidades do investimento.
declarada pelo cliente. experiência profissional.

As instituições participantes devem atualizar o perfil do Investidor em prazos não superiores a 24


(vinte e quatro) meses. Instituições participantes também deverão adotar procedimentos formais,
estabelecidos de acordo com critérios próprios, e controles que possibilitem verificar o processo
de API, podendo o Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes específicas sobre
o tema.

IMPORTANTE!
A verificação do perfil do investidor não se aplica à pessoa jurídica considerada investidor quali-
ficado.

35
QUESTÕ ES

1. (15.100) De acordo com a lei de combate à Lavagem de Dinheiro, está correto o que se afirma:
a) O princípio da Barreira de Informação é uma das formas de evitar a lavagem de dinheiro.
b) A pena para quem ocultar ou dissimular a utilização de bens é inferior à de quem converte os
recursos em ativos lícitos.
c) A pena é igual para quem ocultar ou dissimular a utilização de bens ou quem os converter em
ativos lícitos.
d) Manter os dados atualizados e realizar o procedimento de KYC não auxiliar na prevenção de
lavagem de dinheiro.

2. (11.147) Uma instituição financeira quando percebe a ocorrência de uma transação com o valor
incompatível com a renda declarada deve:
a) Encerrar a transação imediatamente e estornar os valores.
b) Informar que a transação tem que ser feita em partes para não infringir a lei.
c) Informar a polícia.
d) Tratar a transação como suspeita de lavagem de dinheiro.

3. (15.102) Ao ser definido o objetivo de investimento do investidor, de acordo com o código da Anbi-
ma, deve-se considerar:
I – Prazo de investimento.
II – Finalidade do investimento.
III – Preferência em assumir riscos.
IV – Idade dos pais do investidor.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II apenas
b) I, II, III, IV
c) I, II, IV apenas
d) I, II, III apenas

4. (15.104) Analise as informações abaixo:


I – Os serviços, produtos e operação devem estar adequados aos objetivos de investimento do
cliente.
II – A situação financeira do cliente deve ser compatível com os serviços, produtos e operação.
III – O cliente deve ter conhecimento para compreender os riscos inerentes aos serviços, produtos
ou operação.

37
CPA-10

De acordo com a instrução da CVM em relação à adequação de produtos de investimentos ao perfil


do investidor, está correto o que se afirma em:
a) I e III apenas.
b) I, II e III.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.

5. (15.105) Prazo máximo que o API deve ser atualizado:


a) 12 meses.
b) 24 meses.
c) 36 meses.
d) 48 meses.

ATENÇÃO!
Para mais questões e vídeos comentados das respostas acesse o site:
https://cursosedgarabreu.com.br/cursos/cpa-10
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GABARITO
1. C 2. D 3. D 4. B 5. B

38
MÓDULO 03

3. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ECONOMIA E FINANÇAS (5 A 10%)

Quantidade de questões: de três a cinco questões.

Pontos positivos: não há contas e não precisa de calculadora. São apenas conceitos.

Pontos negativos: é tão fácil e importante para o seu entendimento de mercado, economia
e orientação ao cliente que o fato de cair pouco na prova – apenas cinco questões – acaba
sendo um ponto negativo.

3.1 CONCEITOS BÁSICOS DE ECONOMIA

INDICADORES ECONÔMICOS

PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO)


O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país durante
certo período. Isso inclui de um pãozinho até um avião produzido pela Embraer, por exemplo. Esse
índice só considera os bens e serviços finais, de modo a não calcular um mesmo item duas vezes.
Nesse sentido, a matéria-prima usada na fabricação não é levada em conta. No caso de um pão, por
exemplo, a farinha de trigo usada não entra na contabilidade.
O PIB é obtido pela seguinte equação:
PIB = Consumo + Investimentos + Gastos do Governo + Saldo da Balança Comercial (Exportação –
Importação)
Fórmula do PIB sob a ótica do Consumo = C + I + G + NX, em que
C = Consumo
I = Investimentos
G = Gastos do Governo
NX = Exportações Líquidas (Exportações – Importações).

39
CPA-10

O cálculo do PIB deve considerar apenas o valor agregado, descontando sempre o valor dos insu-
mos, ou seja, imaginamos que uma indústria tem um custo de matéria-prima de R$ 1.000,00 (mil
reais) para produzir determinado produto e o vende a R$ 1800,00 (mil e oitocentos reais). Assim,
concluímos que essa indústria contribui com R$ 800,00 (oitocentos reais) para o PIB de cada produ-
to vendido (R$ 1.800,00 – R$ 1.000,00).

#DICA DO PROFESSOR
Montei uma frase para que você não se esqueça da nossa soma! :D
Capital Inicial Ganha MAIS do que o NX Zero.

IPCA (ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO)


O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) tem por objetivo medir a inflação de um
conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das fa-
mílias.
Principais características do IPCA
1. É o Índice Oficial de inflação do Brasil.
2. É calculado pelo IBGE.
3. É divulgado mensalmente. Coleta do dia 01 ao dia 30 do mês de referência.
4. É utilizado como referência para a meta de inflação definida pelo CMN para o COPOM.
A população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre
1 (um) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes
nas áreas urbanas das regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte,
Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e o município de Goiânia.
Preços que influenciam no cálculo do IPCA: alimentação e bebidas; habitação; artigos de residência;
vestuário; transportes; saúde e cuidados pessoais; despesas pessoais; educação e comunicação.

IGP-M (ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO MERCADO)


O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) é calculado pela FGV e divulgado mensalmente.
→ IGP-M/FGV é composto pelos seguintes índices:
• 60% do Índice de Preços por Atacado (IPA);
• 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
• 10% Índice Nacional de Custo de Construção (INCC).
Cabe destacar que o índice que mais afeta o IGP-M é o IPA.
Conforme a data de coleta das informações para a apuração, altera-se o final do índice para M, DI
ou 10:

40
MÓDULO 03

1. IGP – DI: de 1º ao dia 30 daquele mês.


2. IGP – 10: de 11 do mês anterior ao dia 10 do mês atual.
3. IGP – M: de 21 do mês passado ao dia 20 do mês atual.
Graças aos outros IGP, é possível obter parciais durante o mesmo mês.

AS TRÊS SELIC
Existem no mercado três conceitos distintos para o termo SELIC, vamos a eles:
1. Taxa Selic Meta: esse é o mais famoso de todos, é a taxa de juros determinada em reuniões pe-
riódicas (no mínimo 8 vezes ao ano) pelo COPOM (Comitê de Política Monetária – diretores do
BACEN). Essa taxa serve como referência para todas as taxas do mercado e é determinada em
função da meta de inflação que o COPOM possui, dada pelo CMN (Conselho Monetário Nacio-
nal).
2. Taxa Selic Over: sabemos que os bancos diariamente fazem empréstimos entre si (forma de
operações compromissadas) e que nessas operações, em geral, são dados títulos como garan-
tias. As taxas entre eles são livremente pactuadas, mas têm como referência a taxa Selic Meta.
Ao final de todos os dias uteis, o Banco Central calcula a taxa média praticada nessas operações
de empréstimo interbancários. Essa taxa média é chamada de Selic Over.
3. Sistema de Liquidação Selic: já o Sistema Especial de Liquidação e Custódia é uma clearing
house administrada pelo BACEN em conjunto com a ANBIMA, responsável pela liquidação e
custódia de todos os títulos públicos federais, tais como LFT, LTL e NTN’s.
Comentário: a Selic Over pode ser alterada diariamente (dias úteis), pois se trata de uma média
das taxas de negociação dos TPF, enquanto a Selic Meta só é alterada pelo COPOM, por meio de
reuniões ordinárias ou extraordinárias.

CDI (CERTIFICADO DE DEPÓSITO INTERFINANCEIRO)


Os Certificados de Depósito Interbancário são os títulos de emissão das instituições financeiras
que lastreiam as operações do mercado interbancário. Suas características são idênticas às de um
CDB, mas sua negociação é restrita ao mercado interbancário. Sua função é, portanto, transferir
recursos de uma instituição financeira para outra. Em outras palavras, para que o sistema seja mais
fluido, quem tem dinheiro sobrando empresta para quem não tem.
O cálculo da taxa CDI (ou taxa DI, como é conhecida) é muito semelhante ao cálculo da Selic Over,
ou seja, baseia-se na taxa média praticada pelas Instituições Financeiras em suas operações com-
promissadas de um dia. A única diferença do DI para a Selic Over é no tipo de garantia dada nas
operações.
• Se a garantia é título público: Selic Over.
• Se a garantia é título privado: taxa CDI (DI).

41
CPA-10

TR (TAXA REFERENCIAL)
A TR é calculada a partir da Taxa Básica Financeira (TBF) deduzida de um redutor (R), da seguinte
forma:

A TBF de um mês é uma média ponderada entre as taxas médias das LTNs com vencimentos ime-
diatamente anterior e imediatamente posterior ao prazo de um mês, seguida da aplicação, ao valor
resultante, de um fator multiplicativo fixado em 0,93 (noventa e três centésimos).
A TR é utilizada na remuneração dos títulos da dívida agrária (TDA), dos recursos das cadernetas de
poupança e do FGTS. É competência do BACEN calcular e divulgar a TR.

42
MÓDULO 03

Devido à queda da taxa de juros Selic Meta, ao calcular a TR, obtém-se taxa de juros negativa, pois o
redutor atual (estipulado pelo BACEN) é superior à TBF.

COPOM
Em junho de 1999, o Brasil passou a adotar as “Metas de Inflação” (definidas pelo CMN). Índice
utilizado na meta: IPCA. O COPOM é composto pela diretoria colegiada do BACEN.
É o COPOM quem define a taxa de juros Selic Meta, o que se realiza em uma reunião em dois dias:

Reunião Dia Objetivo


1º Dia Terça-feira Apresentações sobre a economia brasileira e mundial.
Avaliação das perspectivas de inflação.
2º Dia Quarta-feira
Decisão e divulgação da taxa de juros SELIC META.

O calendário de reuniões (as quais ocorrem 8 vezes ao ano) é divulgado em até o fim de outubro,
podendo o COPOM reunir-se também extraordinariamente, desde que convocado pelo presidente
do Banco Central. A divulgação da ata de reunião se dá em seis dias úteis em português e sete dias
em inglês.
Caso a inflação (medida pelo IPCA) ultrapasse a meta estipulada pelo CMN (somado o intervalo de
tolerância), o presidente do Banco Central deve explicar os motivos do não cumprimento da meta
por meio de uma Carta Aberta ao Ministro da Economia.

→ Não confunda!
• Determinar a Meta da taxa de Juros: COPOM.
• Determinar a Meta de inflação: CMN.

#DICA DO PROFESSOR
Desde dezembro de 2017, a taxa de juros Selic Meta não pode ser mais definida com viés, que
foi extinguido. Como essa alteração já tem mais de 6 meses, para a sua prova, a taxa de juros
não pode ser definida com viés, ou seja, para alterá-la antes da próxima reunião, será necessário
convocar uma reunião extraordinária.

TAXA DE CÂMBIO
• Taxa de câmbio é o preço de uma unidade monetária de uma moeda em unidades monetárias
de outra moeda.
• PTAX é a taxa que expressa a média das taxas de câmbio praticadas no mercado interbancário.
É divulgada pelo BACEN.
• TODAS as operações devem ter registro OBRIGATÓRIO no SISBACEN pelas instituições autoriza-
das por ele a atuar.

43
CPA-10

3.2 CONCEITOS BÁSICOS DE FINANÇAS

TAXA DE JUROS NOMINAL E TAXA DE JUROS REAL


Se considerarmos que um valor aplicado em certo fundo de investimento obteve 15% de lucro no
ano de 2018 (sim, só podem ser ações ou algo do gênero) e se considerarmos também que a infla-
ção acumulada no ano de 2018 foi de 9%, o ganho REAL deste cliente foi inferior ao lucro NOMINAL
(aparente).
Taxa nominal: 15% (com inflação).
Inflação: 9%.
Para o cálculo da taxa Real, não podemos apenas subtrair a inflação; deve-se utilizar a fórmula de
Fisher:

Logo,

A taxa real é um pouco INFERIOR à subtração da taxa nominal e da inflação.


Pergunta: em uma aplicação financeira, o ganho nominal pode ser igual ao ganho real?
Resposta: sim, quando a inflação for igual a zero.
Pergunta: em uma aplicação financeira, o ganho real pode ser superior ao ganho nominal?
Resposta: sim, quando a inflação for inferior a zero, isto é, quando houver deflação.

CAPITALIZAÇÃO SIMPLES VERSUS CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

Definições
• Capitalização Simples: juros incidem apenas sobre o capital. Não possui “juros sobre juros”.
• Capitalização Composta: os juros incidem sobre o capital acrescidos os juros de período ante-
rior. Existe a cobrança de “juros sobre juros”.

Fórmulas para calcular o montante

JUROS SIMPLES

44
MÓDULO 03

Em que
• FV = Valor Futuro (montante);
• PV = Valor Presente (capital);
• i = taxa de juros;
• n = período em que a taxa será capitalizada.

Exemplo 1
Qual o montante produzido por um investimento de R$ 10.000,00 aplicados a uma taxa de 1% ao
mês após dez meses?

Exemplo 2
Qual o montante produzido por um investimento de R$ 10.000,00 aplicados a uma taxa de 12% ao
ano após seis meses?

JUROS COMPOSTO

Em que
• FV = Valor Futuro (montante);
• PV = Valor Presente (capital);
• i = taxa de juros;
• n = período em que a taxa será capitalizada.

Exemplo 1
Qual o montante produzido por um investimento de R$ 10.000,00 aplicados a uma taxa de 1% ao
mês após dez meses?

45
CPA-10

Exemplo 2
Qual o montante produzido por um investimento de R$ 10.000,00 aplicados a uma taxa de 12% ao
ano após seis meses?

#DICA DO PROFESSOR
Compare o exemplo 1 de juros simples com o exemplo 1 de juros composto:

R$ 10.000,00 aplicados a uma taxa de 1% ao mês após dez meses


Juros Simples Juros Compostos
11.000,00 11.046,22

Agora vamos fazer o mesmo com o exemplo 2:

R$ 10.000,00 aplicados a uma taxa de 12% ao ano após seis meses


Juros Simples Juros Compostos
10.600,00 10.583,00

Conclusão: quando estamos descapitalizando a taxa de juros, o juro composto é inferior aos
juros simples.
Taxas equivalentes: para a capitalização composta, utiliza-se taxa equivalente.
Exemplo: 1% ao mês = 12,68% ao ano.
Taxas proporcionais: para a capitalização simples, utiliza-se taxa proporcional.
Exemplo: 1% ao mês = 12% ao ano.

ÍNDICE DE REFERÊNCIA (BENCHMARK)


Conceito: o Benchmarking é um índice de referência. Um produto de investimento terá o seu
próprio benchmarking, que será o parâmetro de rentabilidade desse produto.
Principais benchmarks:
• Renda Fixa: CDI e SELIC.
• Renda Variável: Ibovespa e IBr-X.
Exemplo: considere um Fundo de Investimento que tenha o Ibovespa como benchmarking.
Esse fundo tem como objetivo ter a rentabilidade similar ao índice de ações (Ibovespa). Ter um
benchmarking é importante para que possamos mensurar se o produto de investimento está tendo
uma performance boa ou não (em relação ao seu índice de referência).

46
MÓDULO 03

ATENÇÃO!
Os assuntos abaixo, apesar de constarem no edital da prova no módulo 3, estão mais relacionados
com outros conteúdos. Por esse motivo, iremos estudá-los mais adiante.
1. Volatilidade: ver no capítulo 4.
2. Prazo médio ponderado de uma carteira de títulos – conceito e riscos associados: ver no
capítulo 4.
3. Marcação a mercado: ver nos capítulos 3 e 5.
4. Mercado primário e mercado secundário – conceito, finalidade e relevância para o
investidor: ver no capítulo 4.

47
QUESTÕ ES

1. (15.109) Fórmula para realizar a equivalência de uma taxa de juros compostos de 10% ao bimestre
para quadrimestre:
a) 10 x 2
b) (1,10 x 2) x 100
c) (1,10² – 1) x 100
d) (1,10)² x 100

2. (15.110) A capitalização simples se difere da capitalização composta em:


a) Na capitalização simples existe incidência de juros sobre juros.
b) O juro do período anterior é incorporado ao capital principal para o cálculo do juro do período
seguinte.
c) Juros simples é juros sobre juros.
d) O juro do período anterior não é incorporado ao capital principal para o cálculo do juro do perí-
odo seguinte.

3. (12.041) Taxa proporcional se refere a que tipo de regime de capitalização na matemática financeira:
a) Capitalizada
b) Simples
c) Composta
d) Equivalente

4. (13.034) Qual das alternativas abaixo, completa de forma correta os espaços faltantes.
______ é o valor inicial de uma dívida, empréstimo ou investimento.
______ é o valor final da transação.
_______ é a remuneração da operação.
a) Capital, montante, juros
b) Montante, capital, juros
c) Aplicação, capital, juros
d) Recurso, montante, juros

5. (15.108) Considerando uma inflação de 5% para o período, e uma taxa nominal de 10% para o mes-
mo período, a taxa real aproximada deste investimento:
a) 15%
b) 5%
c) 10%
d) 20%

49
CPA-10

6. (15.107) Analise as alternativas em relação a taxa de câmbio:


a) É uma taxa definida pelo Banco Central e no Brasil é fixa.
b) Taxa que não afeta a Balança de Pagamentos de um país.
c) No Brasil pode-se dizer que os exportadores são ofertantes de moeda estrangeira.
d) Taxa que se dá através da média das operações de importações e exportações, apenas.

ATENÇÃO!
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GABARITO
1. C 2. D 3. B 4. A 5. B 6. C

50
MÓDULO 04

4. PRINCÍPIOS DE INVESTIMENTOS (10 A 20%)

Quantidade de questões: de cinco a dez questões.

Pontos positivos: conteúdos bastante fáceis para estudar e de extrema importância


para orientação dos clientes na hora de decidir qual a melhor opção de investimento.

Pontos negativos: nada de negativo a ser destacado neste módulo! :)

4.1 PRINCIPAIS FATORES DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

TIPO DE RENTABILIDADE

51
CPA-10

Exemplo
Edgar aplicou em um CDB e teve uma rentabilidade bruta de 5,8% no período aplicado (como a
rentabilidade é bruta, logo, não foram descontados os impostos). Supondo que a alíquota de I.R.
devida é de 20%, qual a taxa líquida?
5,8% x 0,80 (desconto de 20%) = 4,64%.
Concluímos, assim, que o retorno líquido desse investimento foi de 4,64%.

LIQUIDEZ
Maior ou menor facilidade de se negociar um ativo, convertendo-o em dinheiro. Por exemplo, in-
vestimentos em CDB possuem maior liquidez do que investimentos em imóveis.

RISCO
Quando vamos fazer um investimento, inicialmente, temos apenas uma expectativa da sua renta-
bilidade. No mercado, essa expectativa é conhecida como retorno esperado do investimento. No
entanto, somente com o passar do tempo, e no momento do resgate da aplicação, é que sabere-
mos qual foi realmente o retorno obtido.
Diversos motivos podem fazer com que o retorno realmente obtido no resgate de um investimen-
to seja diferente do retorno esperado no momento da aplicação. Em outras palavras, sempre há
alguma incerteza quando vamos realizar um investimento. O risco de um investimento pode ser
considerado como a medida dessa incerteza, ou seja, a probabilidade de o retorno obtido em um
investimento ser diferente do esperado.

TAXA LIVRE DE RISCO


A taxa livre de risco é aquela em que o investimento que a remunera não possui risco de crédito
(possibilidade de calote). No Brasil, o ativo que mais se aproxima dessa definição são os títulos pú-
blicos federais; por esse motivo, utilizamos a taxa Selic (que remunera as LFTs) como taxa de juros
livre de risco.

4.2 PRINCIPAIS RISCOS DO INVESTIDOR

Principais riscos encontrados em investimentos:


1. risco de Crédito;
2. risco de Mercado;
3. risco de Liquidez.

52
MÓDULO 04

RISCO DE LIQUIDEZ
Trata-se da dificuldade de vender um determinado ativo pelo preço e no momento desejado. A
realização da operação, se ela for possível, implica numa alteração substancial nos preços do mer-
cado. Caracteriza-se quando o ativo possui muitos vendedores e poucos compradores. Investimen-
tos em imóveis são um exemplo de uma aplicação com alto risco de liquidez.

RISCO DE CRÉDITO
Risco de crédito está associado a possíveis perdas que um credor possa ter pelo não pagamento,
por parte do devedor, dos compromissos assumidos em uma data acertada, seja esse compromisso
os juros (cupons) ou o principal. Há vários tipos de risco de crédito: um investidor, ao comprar um
título, sempre estará incorrendo em um ou mais desses tipos de risco de crédito.
As empresas contratam as agências especializadas (agências de rating), como Standard & Poor’s e
Moody’s, para que elas classifiquem o risco de crédito referente às obrigações que vão lançar no
mercado (e que serão adquiridas por investidores), como debêntures (bonds), commercial papers,
securitizações etc. O rating depende da probabilidade de inadimplência da empresa devedora, as-
sim como das características da dívida emitida. Quanto pior for o rating atribuído, maior será a
taxa de juros exigida como retorno pelo investidor. Exemplo: uma debênture com classificação C
oferece maior risco do que uma com rating CCC, logo, a primeira (de maior risco) deverá pagar um
juros superior, se comparada à segunda.
Quando uma empresa emite debêntures e não consegue honrar seus pagamentos, seus investido-
res estão sujeitos a terem perdas financeiras devidas ao risco de crédito existente.

IMPORTANTE!
Aplicações em ações NÃO possuem RISCO DE CRÉDITO.

53
CPA-10

RISCO DE MERCADO
Risco de mercado é a potencial oscilação dos valores de um ativo durante um período de tempo. O
preço dos ativos oscila por natureza; uns mais, outros menos. Chamamos isso de volatilidade, que
é uma medida dessa oscilação. Assim, os preços das ações são mais voláteis (oscilam mais) que os
preços dos títulos de renda fixa. O risco de mercado é representado pelos desvios (ou volatilidade)
em relação ao resultado esperado.
Risco de mercado, volatilidade e desvio-padrão, na prática, podem ser utilizados como sinônimos.
O desvio-padrão é a principal medida de risco de mercado.
Exemplo: se esperarmos que um determinado fundo de investimento apresente um retorno de
25% ao ano, temos a expectativa de que, ao aplicarmos R$ 100, obteremos um retorno de R$ 25.
Quaisquer rentabilidades observadas acima ou abaixo nesse contexto são consideradas risco de
mercado.

DIVERSIFICAÇÃO
A diversificação, no mundo dos investimentos, é como o investidor divide sua poupança nos diver-
sos ativos financeiros e reais, como, por exemplo, colocar 10% de seu dinheiro na poupança, 50%
em fundos de renda fixa, 20% em fundo imobiliário e 20% em ações.
A diversificação ajuda a reduzir os riscos de perdas. É o velho ditado: “não coloque todos os ovos
numa única cesta”. Dessa forma, quando um investimento não estiver indo muito bem, os outros
podem compensar, de forma que, na média, não haja perdas mais expressivas.
Deve-se ter em mente, entretanto, que a diversificação não é capaz de eliminar todo o risco de
mercado de um investimento. Isso porque há fatos no mercado que afetam todos os ativos no mes-
mo sentido, seja positivo ou negativo. A expectati-
va de uma recessão econômica, por exemplo, muito
provavelmente levará a uma queda nos preços de
todos os ativos. Chamamos isso de risco sistêmico
ou não diversificável. A diversificação consegue re-
duzir APENAS o risco NÃO SISTEMÁTICO (específi-
co). O risco sistemático não pode ser reduzido, nem
mesmo com uma excelente diversificação. O gráfico
em destaque representa o efeito e os benefícios da
diversificação em uma carteira de ações.

54
MÓDULO 04

4.3. FATORES DETERMINANTES PARA A ADEQUAÇÃO DOS PRODUTOS DE


INVESTIMENTO ÀS NECESSIDADES DOS INVESTIDORES

RISCO VERSUS RETORNO


Considerando que os investidores são racionais, conclui-se que eles só estarão dispostos a correr
maior risco em uma aplicação financeira para ir em busca de maiores retornos. Segundo o princípio
da dominância, entre dois investimentos de mesmo retorno, o investidor prefere o de menor risco
e, entre dois investimentos de mesmo risco, o investidor prefere o de maior rentabilidade. A rela-
ção entre prazo, risco e retorno, em um investimento, é sempre proporcional, ou seja, investimen-
tos com prazos mais elevados tendem a oferecer maior risco e também maior retorno.

#DICA DO ED
Vamos aprender agora como comparar títulos diferentes de acordo com os seus riscos de crédito e
de mercado. Imaginando que o investidor tenha dois títulos conforme descrito abaixo, qual deles
deve apresentar maior retorno? De maneira geral, apresenta maior retorno aquele que tiver maior
risco; esse risco maior pode ser de mercado ou de crédito, por exemplo. Vamos analisar os casos
abaixo:
I. CDB.
II. Títulos Públicos Federais.
O CDB tende a ter maior retorno, pois oferece ao investidor maior RISCO DE CRÉDITO, já que é emi-
tido por bancos, enquanto os TPFs são emitidos pelo Tesouro Nacional (é mais fácil um banco sofrer
liquidação do que o governo federal).
Mais um exemplo:
I. LFT (Tesouro Selic).
II. LTN (Tesouro pré-fixado).
Como ambos os títulos são emitidos pelo Tesouro Nacional, o risco de crédito deles são idênticos.
Assim, não é possível determinar qual título tende a ser mais rentável. Porém, como LFT é um título
pós-fixado (atrelado à variação da taxa Selic) e LTN é um título pré-fixado, é de se esperar que LFT
tenha um maior retorno, visto que o mesmo título apresenta maior RISCO DE MERCADO.

55
CPA-10

FINANÇAS PESSOAIS
O mais importante antes de começar a cuidar do seu dinheiro é saber que não existe receita de
bolo. Você pode planejar seu orçamento de inúmeras formas e essa é apenas uma delas. Por isso,
pesquise outros métodos, se precisar, até encontrar um que funcione para você.
Uma vida financeira saudável depende de um orçamento bem planejado, mas, para chegar lá, é
preciso mapear e reestruturar, se necessário, os seus gastos e receitas. Então, siga os passos de
cada etapa do infográfico abaixo para cuidar melhor do seu orçamento.
O QUE SÃO DESPESAS: despesa é o que você gasta. Para calcular seus gastos, inclua as grandes des-
pesas, como moradia, alimentação, transporte, saúde e lazer, mas lembre-se de incluir também os
pequenos gastos do dia a dia, que muitas vezes são deixados de lado. Fazem parte de sua despesa
• gastos com aluguel ou parcela de imóvel;
• passagem de ônibus ou combustível;
• compras do mês e refeições;
• ingressos para cinema, teatro ou passeios;
• matrícula e mensalidade da escola dos filhos ou de uma faculdade;
• mensalidade da academia;
• mensalidades de serviços, como TV a cabo, energia elétrica, água e esgoto.​
O QUE SÃO RECEITAS: ​receita é o que você ganha. Para calcular sua receita, lembre-se de conside-
rar o seu salário líquido, descontados os impostos e benefícios. Some também suas fontes alterna-
tivas de renda, se as tiver. Fazem parte da sua receita
• salário líquido;
• rendimento de investimentos;
• pagamentos por trabalhos esporádicos;
• rendimentos fixos de fontes diversas, como aposentadoria ou pensão;
• rendimentos de aluguéis ou dividendos de ações.
ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO: o Índice de Endividamento Geral (EG) é a representação da propor-
ção do ativo total que está comprometida para custear o endividamento da pessoal com terceiros
(passivos exigíveis). Por isso, ele é usado como um indicador para a análise da saúde financeira de
uma pessoa ou família. A fórmula para calcular o endividamento é
EG = (Prestações totais / Rendimento total) x 100.
Prestação total: soma de todas as prestações de comprometimento mensal, empréstimos pesso-
ais, financiamentos habitacionais, veículos etc.
Rendimento total: somatório dos rendimentos, salário, recebimento de aluguel, dividendos etc.

56
QUESTÕ ES

1. (15.113) A dificuldade em comercializar um ativo por seu preço justo refere-se ao risco de:
a) Risco de crédito.
b) Risco de mercado.
c) Risco de liquidez.
d) Risco legal.

2. (15.114) Mario possui 4 ativos em sua carteira, conforme os prazos abaixo:


• Ativo 1 – Prazo 50 dias.
• Ativo 2 – Prazo 100 dias.
• Ativo 3 – Prazo 210 dias.
• Ativo 4 – Prazo 350 dias.
O ativo mais afetado em uma alteração de taxa de juros:
a) Ativo 1
b) Ativo 2
c) Ativo 3
d) Ativo 4

3. (15.115) A variação da cota de um fundo de investimento pode ser vista como:


a) Risco de crédito.
b) Risco de mercado.
c) Risco de liquidez.
d) Risco legal.

4. (15.134) O risco de liquidez em Títulos Públicos Federais, pode ser entendido como:
a) Não pagamento por parte do emissor do título.
b) Oscilação do valor do título por conta das mudanças na taxa de juros.
c) Impossibilidade de vender por um valor justo o título, antes do seu vencimento.
d) A não cobertura do FGC para o título.

5. (15.116) Uma empresa emitiu uma debênture e teve seu rating piorado, aumentando assim seu
risco de crédito. Neste caso a empresa apresenta:
a) Maior liquidez.
b) Menor liquidez.
c) Maior chance de inadimplência.
d) Menor chance de inadimplência.

57
CPA-10

6. (15.117) Luiza adquiriu dois ativos do mesmo emissor.


• O título 1 possui prazo de 1 ano.
• O título 2 possui prazo de 20 anos.
Neste caso, o título 1 em relação ao título 2:
a) Possui menor risco e menor rentabilidade.
b) Possui maior risco e menor rentabilidade.
c) Possui menor risco e maior rentabilidade.
d) Possui maior risco e maior rentabilidade.

7. (11.039) Para chegarmos à Taxa de Juros Real, devemos:


a) Adicionar a taxa de inflação à taxa nominal.
b) Descontar a taxa de inflação da taxa nominal.
c) Descontar a taxa nominal da taxa de inflação.
d) Dividir a taxa de inflação pela taxa nominal.

8. (11.071) Quais índices e percentuais compõe o IGP-M:


a) 70% IPA, 20% IPC, 10% INCC.
b) 60% IPA, 30% INCC, 10% IPC.
c) 60% IPA, 30% IPC, 10% INCC.
d) 70% IPC, 30% IPA, 10% INCC

ATENÇÃO!
Para mais questões e vídeos comentados das respostas acesse o site:
https://cursosedgarabreu.com.br/cursos/cpa-10
ou utilize o QR Code ao lado.

GABARITO
1. C 2. D 3. B 4. C 5. C 6. A 7. B 8. C

58
MÓDULO 05

5. FUNDOS DE INVESTIMENTO (20 A 30%)

Quantidade de questões: de 10 a 15 questões.

Pontos positivos: este continua sendo o módulo mais importante para a prova
CPA-10. O peso já foi maior, essa é uma boa notícia. Este é um módulo fácil, mas
que exige muita “decoreba”. É muito importante ler, reler, entender e, infelizmente,
decorar todo o conteúdo do capítulo.

Pontos negativos: capítulo grande e que exige muita memorização.

5.1 ASPECTOS GERAIS


FUNDO DE INVESTIMENTO E FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS
A principal diferença entre fundos de investimento e fundos de investimento em cotas está na polí-
tica de investimento.
Fundos de investimento: compram ativos como títulos públicos, CDBs, ações, debêntures etc.
Fundos de investimento em cotas: compram cotas de fundos. São uma espécie de investidor (cotis-
ta) de fundos de investimento.

59
CPA-10

CONDOMÍNIO
Fundo de investimento = condomínio.
Comunhão de recursos sob a forma de condomínio, em que os cotistas têm o mesmo interesse e
objetivos ao investir no mercado financeiro e de capitais. A base legal dos fundos de investimento
é o condomínio e é desta base que emerge o seu sucesso, pois o capital investido por cada um dos
investidores cotistas é somado aos recursos de outros cotistas para, em conjunto e coletivamente,
ser investido no mercado, com todos os benefícios dos ganhos de escala, da diversificação de risco
e da liquidez das aplicações.

COTA
As cotas do fundo correspondem a frações ideais de seu patrimônio e sempre são escriturais e no-
minativas. A cota, portanto, é a menor fração do Patrimônio Líquido do fundo.
Como é calculado o valor da cota?

PROPRIEDADE DOS ATIVOS DE FUNDOS DE


INVESTIMENTOS – EXCLUINDO FUNDOS IMOBILIÁRIOS
A propriedade dos ativos de um fundo de investimento é do condomínio e a cada um cabe a fração
ideal representada pelas cotas.

REGISTRO DOS FUNDOS


O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos e informações:
I. regulamento do fundo, elaborado de acordo com as disposições da Instrução CVM 555;

60
MÓDULO 05

II. declaração do administrador do fundo de que o regulamento do fundo está plenamente ade-
rente à legislação vigente;
III. os dados relativos ao registro do regulamento em cartório de títulos e documentos;
IV. nome do auditor independente;
V. inscrição do fundo no CNPJ;
VI. lâmina de informações essenciais, elaborada de acordo com a exigência da instrução CVM 555,
no caso de fundo aberto que não seja destinado exclusivamente a investidores qualificados.

SEGREGAÇÃO ENTRE GESTÃO DE RECURSOS PRÓPRIOS E DE TERCEIROS (CHINESE WALL)


– BARREIRA DE INFORMAÇÃO
As instituições financeiras devem ter suas atividades de administração de recursos próprios e re-
cursos de terceiros (fundos) totalmente separadas e independentes, de forma a prevenir poten-
ciais conflitos de interesses. As aplicações ou resgates realizados nos fundos de investimento por
meio de distribuidores que estejam atuando por conta e ordem de clientes devem ser efetuadas de
forma segregada, de modo que os bens e direitos integrantes do patrimônio de cada um dos clien-
tes, bem como seus frutos e rendimentos, não se comuniquem com o patrimônio do distribuidor.

ASSEMBLEIA GERAL DE COTISTAS (COMPETÊNCIAS E DELIBERAÇÕES)


É a reunião dos cotistas para deliberarem sobre certos assuntos referentes ao Fundo. Compete
privativamente à Assembleia Geral de cotistas deliberar sobre
I. as demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador;
II. a substituição do administrador, gestor ou custodiante do fundo;
III. a fusão, a incorporação, a cisão, a transformação ou a liquidação do fundo;
IV. o aumento da taxa de administração, da taxa de performance ou das taxas máximas de custó-
dia;
V. a alteração da política de investimento do fundo;
VI. a emissão de novas cotas, no fundo fechado;
VII. a amortização e o resgate compulsório de cotas, caso não estejam previstos no regulamento;
VIII. a alteração do regulamento.
CONVOCAÇÃO: deve ser feita por correspondência encaminhada a cada cotista, com pelo menos
dez dias de antecedência em relação à data de realização. A presença da totalidade dos cotistas
supre a falta de convocação.
Além da assembleia geral, o administrador, o gestor, o custodiante ou o cotista ou grupo de cotis-
tas que detenha, no mínimo, 5% (cinco por cento) do total de cotas emitidas podem convocar, a
qualquer tempo, assembleia geral de cotistas, para deliberar sobre ordem do dia de interesse do
fundo ou dos cotistas (prazo mínimo de convocação de 30 dias). A Assembleia Geral é instalada
com a presença de qualquer número de cotistas.

61
CPA-10

Assembleia Geral Ordinária (AGO) e Assembleia Geral Extraordinária (AGE)


AGO é a assembleia convocada anualmente para deliberar sobre as demonstrações contábeis do
fundo. Deve ocorrer em até 120 dias após o término do exercício social. Essa assembleia geral
somente pode ser realizada no mínimo 30 dias após estarem disponíveis aos cotistas as demonstra-
ções contábeis auditadas relativas ao exercício encerrado. Quaisquer outras assembleias são cha-
madas de AGE.

#DICA DO ED
Quando o fundo decidir REDUZIR TAXAS, seja ela de administração ou performance, NÃO É NECES-
SÁRIA convocação de assembleia.

DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS CONDÔMINOS


O cotista deve ser informado a respeito
• do objetivo do fundo;
• da política de investimento do fundo e dos riscos associados a essa política de investimento;
• das taxas de administração e de desempenho cobradas, ou critérios para sua fixação, bem
como das demais taxas e despesas cobradas;
• das condições de emissão e resgate de cotas do fundo e, quando for o caso, da referência de
prazo de carência ou de atualização da cota;
• dos critérios de divulgação de informação e em qual jornal são divulgadas as informações do
fundo;
• da referência, quando for o caso, à contratação de terceiros como gestor dos recursos.
Sempre que o material de divulgação apresentar informações referentes à rentabilidade ocorrida
em períodos anteriores, deve ser incluída advertência, com destaque, de que
• os investimentos em fundos não são garantidos pelo administrador ou por qualquer mecanis-
mo de seguro ou, ainda, pelo fundo garantidor de crédito.
• a rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura.
Para avaliação da performance do fundo de investimento, é recomendável uma análise de período
de, no mínimo, 12 meses.
→ O cotista deve ter acesso
• ao Regulamento e ao Formulário de Informação Complementar;
• ao valor do patrimônio líquido, valor da cota e a rentabilidade no mês e no ano civil;
• à composição da carteira do fundo (o administrador deve colocá-la disposição dos cotistas).
→ O cotista deve receber,
• mensalmente, extrato dos investimentos;

62
MÓDULO 05

• anualmente, demonstrativo para Imposto de Renda com os rendimentos obtidos no ano civil,
número de cotas possuídas e o valor da cota.
→ Obrigações dos cotistas
O cotista deve ser informado e estar ciente de suas obrigações, tais como
• o cotista poderá ser chamado a aportar recursos ao fundo nas situações em que o PL do fundo
se tornar negativo;
• o cotista pagará taxa de administração, de acordo com o percentual e critério do fundo;
• observar as recomendações de prazo mínimo de investimento e os riscos em que o fundo pode
incorrer;
• comparecer nas assembleias gerais;
• manter seus dados cadastrais atualizados para que o administrador possa lhe enviar os docu-
mentos.

REGRAS GERAIS SOBRE DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO


A. As informações divulgadas pelo administrador relativas ao fundo devem ser verdadeiras, com-
pletas, consistentes e não induzir o investidor a erro.
B. Todas as informações relativas ao fundo devem ser escritas em linguagem simples, clara, obje-
tiva e concisa.
C. A divulgação de informações sobre o fundo deve ser abrangente, equitativa e simultânea para
todos os cotistas.
D. As informações fornecidas devem ser úteis à avaliação do investimento.
E. As informações relativas ao fundo não podem assegurar ou sugerir a existência de garantia de
resultados futuros ou isenção de risco para o investidor.
F. Informações factuais devem ser diferenciadas de interpretações, opiniões, projeções e estima-
tivas.
• Informações factuais devem vir acompanhadas da indicação de suas fontes.
G. As regras se aplicam ao Formulário de Informações Complementares (FIC), à lâmina e a qual-
quer outro material de divulgação do fundo.
H. Caso as informações divulgadas apresentem incorreções ou impropriedades que possam indu-
zir o investidor a erros de avaliação, a CVM pode exigir:
• a cessação da divulgação da informação;
• a veiculação, com igual destaque e por meio do veículo usado para divulgar a informação
original, de retificações e esclarecimentos, devendo constar, de forma expressa, que a in-
formação está sendo republicada por determinação da CVM.

63
CPA-10

SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES

RESPONSABILIDADE DO ADMINISTRADOR DO FUNDO


1. Calcular e divulgar o valor da cota e do patrimônio líquido
• Fundo aberto: diariamente.
• Fundos fechados: periodicidade compatível com a liquidez do fundo, desde que expressamen-
te previsto em seu regulamento.
2. Disponibilizar aos cotistas, mensalmente, extrato de conta contendo
a. nome do fundo e o número de seu registro no CNPJ;
b. nome, endereço e número de registro do administrador no CNPJ;
c. nome do cotista;
d. saldo e valor das cotas;
e. rentabilidade do fundo auferida entre o último dia útil do mês anterior e o último dia útil
do mês de referência do extrato;
f. data de emissão do extrato da conta;
g. telefone, correio eletrônico e endereço para correspondência do serviço mencionado.
Anualmente, deve colocar as demonstrações financeiras do fundo, incluindo o balanço, à disposi-
ção de qualquer interessado que as solicitar.

64
MÓDULO 05

TIPOS DE FUNDOS

→ FUNDOS ABERTOS
Neles, os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer tempo. O número de cotas
do fundo é variável, ou seja, quando um cotista aplica, novas cotas são geradas, e o administrador
compra ativos para o fundo; quando um cotista resgata, suas cotas desaparecem, e o administrador
é obrigado a vender ativos para pagar o resgate. Por esse motivo, os fundos abertos são recomen-
dados para abrigar ativos com liquidez mais alta.

→ FUNDOS FECHADOS
O cotista só pode resgatar suas cotas ao término do prazo de duração do fundo ou em virtude de
sua eventual liquidação. Ainda há a possibilidade de resgate dessas cotas caso haja deliberação
nesse sentido por parte da assembleia geral dos cotistas ou haja essa previsão no regulamento do
fundo. Esses fundos têm um prazo de vida predefinido e o cotista somente recebe sua aplicação de
volta após haver decorrido esse prazo, quando, então, o fundo é liquidado. Se o cotista quiser seus
recursos antes, ele deverá vender suas cotas para algum outro investidor interessado em ingressar
no fundo.
O material de divulgação de distribuição de cotas do fundo fechado deve conter, pelo menos, as
seguintes informações:
I. nome do fundo;
II. nome e endereço do administrador e gestor, se houver;
III. nome e endereço das instituições responsáveis pela distribuição;
IV. política de investimento, público-alvo e principais características do fundo;
V. mercado onde as cotas do fundo são negociadas;
VI. condições de subscrição e integralização;
VII. data do início e encerramento da distribuição;
VIII. o
 s dizeres, de forma destacada: “A concessão do registro da presente distribuição não implica,
por parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou julgamento sobre a
qualidade do fundo, de seu administrador ou das cotas a serem distribuídas”.

→ FUNDOS RESTRITOS
Já os fundos classificados como “restritos” são aqueles constituídos para receber investimentos de
um grupo restrito de cotistas, normalmente, os membros de uma única família ou empresas de um
mesmo grupo econômico.
• Também são muito comuns fundos restritos a investidores qualificados.
• Os fundos exclusivos são sempre restritos a investidores profissionais.

65
CPA-10

→ FUNDOS EXCLUSIVOS
Os fundos classificados como "exclusivos" são aqueles constituídos para receber aplicações exclu-
sivamente de um único cotista. Somente investidores profissionais podem ser cotistas de fundos
exclusivos. A marcação a mercado é facultativa.

FUNDOS DE INVESTIMENTO COM CARÊNCIA


O regulamento do fundo pode estabelecer prazo de carência para resgate, com ou sem rendimen-
to. Os fundos com carência têm resgate após o término da carência.
Obs.: o resgate de cotas em fundos com carência, antes do término da carência estabelecida no
Formulário de Informações Complementares (FIC) terá incidência de cobrança de IOF à alíquota de
0,5% ao dia.

FUNDOS DE INVESTIMENTO SEM CARÊNCIA


Resgates a qualquer momento, isto é, liquidez diária.

TAXA DE ADMINISTRAÇÃO
Percentual pago pelos cotistas de um fundo para remunerar todos os prestadores de serviço. É
uma taxa expressa ao ano calculada e deduzida diariamente. A cobrança de taxa de administração
afeta o valor da cota. A rentabilidade divulgada pelos fundos de investimento é sempre líquida de
taxa de administração.

TAXA DE PERFORMANCE
Percentual cobrado do cotista quando a rentabilidade do fundo supera a de um indicador de re-
ferência. Nem todos os fundos cobram taxa de performance. A cobrança se dá após a dedução de
todas as despesas, inclusive da taxa de administração.
Linha d’água: metodologia utilizada para cobrança de taxa de performance.
Periodicidade: semestral.

TAXA DE INGRESSO OU DE SAÍDA


As taxas de ingresso e saída não são tão comuns, mas também podem ser cobradas, dependendo
do fundo de investimento escolhido. Elas são cobradas na aquisição de cotas do fundo ou quando
o investidor solicita o resgate de suas cotas. A taxa de saída normalmente é cobrada quando existe
um prazo para resgate das cotas, mas o investidor não quer (ou não pode) esperar esse tempo para
receber o dinheiro.

66
MÓDULO 05

DESPESAS
De acordo com a Instrução CVM 409, são encargos do fundo de investimento, além da Taxa de
Administração, os impostos e contribuições que incidam sobre os bens, direitos e obrigações do
fundo; as despesas com impressão, expedição e publicação de relatórios, formulários e informa-
ções periódicas previstas no regulamento; as despesas de comunicação aos condôminos, os ho-
norários e despesas do auditor; os emolumentos e comissões nas operações do fundo; despesas
de fechamento de câmbio vinculadas às suas operações; os honorários de advogados e despesas
feitas em defesa dos interesses do fundo; quaisquer despesas inerentes à constituição ou liquida-
ção do fundo ou à realização de assembleia geral de condôminos e as taxas de custódia de valores
do fundo.

DOCUMENTOS DOS FUNDOS


REGULAMENTO (obrigatório): documento que estabelece as regras de funcionamento e operacio-
nalização de um fundo de investimento, segundo legislação vigente. O regulamento deve dispor de
todas as informações relevantes do fundo de investimento: se fundo é aberto ou fechado, público-
-alvo, fatores de riscos, tributação, todas as taxas e outras despesas que podem gerar para o inves-
tidor, entre outros.
LÂMINA (opcional): a lâmina do fundo reúne, de maneira concisa, em uma única página, as princi-
pais características operacionais da aplicação, além dos principais indicadores de desempenho da
carteira. No documento, você encontra o resumo dos objetivos e da política de investimento, os
horários de aplicação e resgate, os valores de mínimos de movimentação e as taxas de administra-
ção e performance.
O administrador deve
I. entregar a lâmina para o futuro cotista antes de seu ingresso no fundo;
II. divulgar, em lugar de destaque na sua página na rede mundial de computadores e sem prote-
ção de senha, a lâmina atualizada.

TERMO DE ADESÃO AO FUNDO


Todo cotista, ao ingressar no fundo, deve atestar, mediante formalização de termo de adesão e
ciência de risco, que
I. teve acesso ao inteiro teor
a) do regulamento;
b) da lâmina, se houver;
II. tem ciência
a) dos fatores de risco relativos ao fundo;
b) de que não há qualquer garantia contra eventuais perdas patrimoniais que possam ser incorri-
das pelo fundo;

67
CPA-10

c) de que a concessão de registro para a venda de cotas do fundo não implica, por parte da CVM,
garantia de veracidade das informações prestadas ou de adequação do regulamento do fundo
à legislação vigente ou julgamento sobre a qualidade do fundo ou de seu administrador, gestor
e demais prestadores de serviços;
d) se for o caso, de que as estratégias de investimento do fundo podem resultar em perdas supe-
riores ao capital aplicado e a consequente obrigação do cotista de aportar recursos adicionais
para cobrir o prejuízo do fundo.

#DICA DO ED
O Formulário de Informações Complementares foi extinto pela ICVM 604 (dezembro de 2018). Nes-
sa mesma instrução, ficou definido um padrão do termo de adesão, que deverá ter, no máximo,
5.000 (cinco mil) caracteres e conter a identificação dos 5 (cinco) principais fatores de risco ineren-
tes à composição da carteira do fundo.

5.2 PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS DE GESTÃO

APLICAÇÃO DE RECURSOS
Quando o cotista aplica recursos em um fundo (compra de cotas), o gestor deverá comprar ativos
para a carteira do fundo (com o recurso que o cotista aplicou).

RESGATE DE RECURSOS
Quando o cotista resgata recursos de um fundo (venda de cotas), cabe ao gestor do fundo vender
ativos para conseguir recursos para honrar o resgate e pagar o cotista.
Na emissão das cotas do fundo, deve ser utilizado o valor da cota do dia ou do dia seguinte ao da
data da aplicação, segundo o disposto no regulamento.
Em casos excepcionais de iliquidez dos ativos componentes da carteira do fundo, inclusive em de-
corrência de pedidos de resgates incompatíveis com a liquidez existente ou que possam implicar
alteração do tratamento tributário do fundo ou do conjunto dos cotistas, em prejuízo destes últi-
mos, o administrador poderá declarar o fechamento do fundo para a realização de resgates e,
caso o fundo permaneça fechado por período superior a 5 (cinco) dias consecutivos, será obriga-
tória a convocação de Assembleia Geral Extraordinária no prazo máximo de um dia, para delibe-
rar, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data do fechamento para resgate, sobre as seguintes
possibilidades:
I. substituição do administrador, do gestor ou de ambos;
II. reabertura ou manutenção do fechamento do fundo para resgate;
III. possibilidade do pagamento de resgate em títulos e valores mobiliários;
IV. cisão do fundo;
V. liquidação do fundo.

68
MÓDULO 05

FUNDOS PASSIVOS (FUNDO INDEXADO): os fundos passivos são aqueles que buscam acompanhar
um determinado “benchmark” e, por essa razão, seus gestores têm menos liberdade na seleção de
ativos.
FUNDOS ATIVOS: são considerados ativos aqueles em que o gestor atua buscando obter melhor
desempenho, assumindo posições que julgue propícias para superar o seu “benchmark”.
FUNDO ALAVANCADO: um fundo é considerado alavancado sempre que existir possibilidade (dife-
rente de zero) de perda superior ao patrimônio do fundo, desconsiderando-se casos de default nos
ativos do fundo.

PRINCIPAIS BENCHMARK

Renda fixa
1. DI: as negociações entre os bancos (lastro em títulos privados) geram a taxa DI, referência para
a maior parte dos títulos de renda fixa ofertados ao investidor. É hoje o principal benchmark do
mercado.
2. SELIC: taxa de juros calculada com base nas negociações entre os bancos, quando o lastro é
títulos públicos.
3. IPCA: principal índice de inflação do país. Utilizado no sistema de metas do COPOM. Calculado
e divulgado pelo IBGE.
4. IGP-M: Índice Geral de Preços do Mercado. Calculado pela FGV, esse índice origina-se de média
ponderada de índices que medem a inflação dos preços ao atacado, ao consumidor e da cons-
trução civil (respectivamente, o IPA-M (60%), do IPC-M (30%) e do INCC-M (10%)).
5. IMA Geral: o IMA (Índice de Mercado ANBIMA) é uma família de índices de renda fixa que re-
presentam a dívida pública por meio dos preços a mercado de uma carteira de títulos públicos
federais. Os subíndices do IMA são determinados pelos indexadores aos quais os títulos são
atrelados:
a. IRF-M (pré-fixados).
b. IMA-B (indexados pelo IPCA).

Renda Variável
1. Ibovespa: índice que acompanha a evolução média das cotações das ações negociadas na Bol-
sa. É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações, integrada pelas ações
que, em conjunto, representaram 80% do volume transacionado (maior liquidez) à vista nos
doze meses anteriores à formação da carteira.
2. IBrX: Índice Brasil de Ações, composto por uma carteira teórica de 100 ações selecionadas na
Bovespa em ordem decrescente por liquidez em termos de seu índice de negociabilidade (nú-
mero de negócios e volume financeiro medidos nos últimos doze meses).

69
CPA-10

3. ISE: o Índice de Sustentabilidade Empresarial é utilizado para análise comparativa de perfor-


mance das empresas listadas na BM&FBovespa sob o aspecto da sustentabilidade corporativa,
baseada na eficiência econômica, no equilíbrio ambiental, na justiça social e na governança
corporativa.

LIMITES DE CONCENTRAÇÃO POR EMISSOR


Esse limite é estabelecido pelo artigo 102 da ICVM 555, com objetivo de mitigar os riscos de crédito
e exposição da carteira. Os principais limites são os seguintes:

5.3 PRINCIPAIS MODALIDADES DE FUNDOS DE INVESTIMENTO


Segundo a instrução normativa CVM 555, os fundos de investimento, quanto à sua política de in-
vestimento, são classificados em
1. fundos de renda fixa
a. de curto prazo;
b. referenciado;
c. simples.
d. dívida externa.
2. fundos de ações;
3. fundos cambiais;
4. fundos multimercado.

FUNDOS DE RENDA FIXA


Investem, no mínimo, 80% de seu patrimônio líquido em ativos de renda fixa expostos à varia-
ção da taxa de juros ou a um índice de preços, ou ambos. Sua carteira é composta por títulos que
rendem uma taxa previamente acordada. Esses fundos se beneficiam em um cenário de queda de
juros, mas têm risco de taxa de juros e eventualmente crédito.
Esses fundos podem ser adicionalmente classificados como de “longo prazo” quando o prazo mé-
dio de sua carteira superar 365 dias. Nesse caso, não poderá ser utilizada a “cota de abertura”.
Além disso, é vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar de fundo destina-
do a investidor qualificado.

70
MÓDULO 05

FUNDO DE RENDA FIXA DE CURTO PRAZO


São fundos que têm por objetivo proporcionar a menor volatilidade possível dentre os fundos dis-
poníveis no mercado brasileiro. O fundo classificado como “renda fixa” que aplique seus recursos
exclusivamente em títulos públicos federais ou privados (de baixo risco de crédito), pré-fixados ou
indexados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, ou títulos indexados a índices de preços, com prazo
máximo a decorrer de 375 (trezentos e setenta e cinco) dias, e prazo médio da carteira do fundo
inferior a 60 (sessenta) dias, devem incluir, à sua denominação, o sufixo “curto prazo”.
Podem utilizar-se de estratégia com derivativos somente para proteção da carteira. É vedada a co-
brança de taxa de performance, salvo quando se tratar de fundo destinado a investidor qualifica-
do.

FUNDOS DE RENDA FIXA REFERENCIADOS


O fundo classificado como “renda fixa” cuja política de investimento assegure que ao menos 95%
(noventa e cinco por cento) do seu patrimônio líquido esteja investido em ativos que acompa-
nham, direta ou indiretamente, determinado índice de referência deve incluir, à sua denominação,
o sufixo “referenciado”, seguido da denominação de tal índice. Além disso, esses fundos devem ter
80% (oitenta por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido representado, isolada ou cumulati-
vamente, por títulos da dívida pública federal ou por ativos financeiros de renda fixa considerados
de baixo risco de crédito pelo gestor.
Esses fundos têm a sua atuação restrita à respectiva atuação nos mercados de derivativos à realiza-
ção de operações com o objetivo de proteger posições detidas à vista (hedge). É vedada a cobrança
de taxa de performance, salvo quando se tratar de fundo destinado a investidor qualificado.

FUNDOS DE RENDA SIMPLES


O fundo classificado como “renda fixa” que tenha 95% (noventa e cinco por cento), no mínimo, de
seu patrimônio líquido representado, isolada ou cumulativamente, por títulos da dívida pública fe-
deral ou títulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições financeiras que possuam
classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente àqueles atribuídos aos títulos
da dívida pública federal devem incluir, à sua denominação, o sufixo “simples”.
É vedado ao fundo simples
1. a cobrança de taxa de performance;
2. a realização de investimentos no exterior;
3. a concentração em créditos privados;
4. a transformação do fundo em fundo fechado.
A lâmina de informações essenciais do fundo de que trata o caput deve comparar a performance do
fundo com a performance da taxa SELIC.
• Dispensa do termo de adesão e ciência de risco.

71
CPA-10

FUNDOS DE RENDA FIXA DE DÍVIDA EXTERNA


O fundo classificado como “renda fixa” que tenha 80% (oitenta por cento), no mínimo, de seu
patrimônio líquido representado por títulos representativos da dívida externa de responsabilidade
da União deve incluir, à sua denominação, o sufixo “dívida externa”. É a forma mais fácil de investir
em papéis brasileiros negociados no mercado internacional.
Somente fundos de dívida externa podem adquirir títulos representativos da dívida externa de res-
ponsabilidade da União. Fundos de dívida externa podem cobrar taxa de performance.

FUNDO CAMBIAL
Os fundos classificados como “cambiais” devem ter como principal fator de risco de carteira a va-
riação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial. No mínimo 80% (oitenta
por cento) da carteira deve ser composta por ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via
derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe.
Os Fundos Cambiais Dólar são os mais conhecidos. A aplicação é feita em R$ (reais) e sua carteira é
composta por papéis que buscam acompanhar a variação da moeda norte americana.

ATENÇÃO!
Ele não acompanha a cotação do dólar e pode cobrar taxa de performance.

FUNDO DE AÇÕES
Investe, no mínimo, 67% do seu patrimônio líquido em ações negociadas no mercado à vista de bolsa
de valores. A performance desses fundos está sujeita à variação de preço das ações que compõem
sua carteira. Por isso, são mais indicados para quem tem objetivos de investimento de longo prazo.
Fundos de ações cuja política de investimento preveja que, no mínimo, 2/3 (dois terços) do seu
patrimônio líquido seja investido em ações de companhias listadas em segmento de negociação de
valores mobiliários, voltado ao mercado de acesso, instituído por bolsa de valores ou por entidade
do mercado de balcão organizado, e que assegure, por meio de vínculo contratual, práticas diferen-
ciadas de governança corporativa devem usar, em seu nome, a designação “Ações – Mercado de
Acesso”.

ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO DE RECURSOS EM FUNDOS DE AÇÕES


• Market timing: alguns fundos de ações permitem o aumento ou diminuição da exposição à
bolsa. Esse movimento, quando acertado, é um poderoso instrumento para bater o benchma-
rk. Assim, se o gestor avaliar que a bolsa tem perspectivas ruins, ele pode expor o fundo em,
por exemplo, 80% do seu PL à variação da bolsa.
• Stock picking: aposta em ações com maior potencial de retorno. Essa aposta se dá, geralmen-
te, em relação às ações que fazem parte do benchmark. Por exemplo, se Petrobrás representa
20% da carteira do Ibovespa, e o administrador acredita que seja uma boa alternativa de inves-
timento, ele pode comprar 25% para a carteira do fundo. Se o administrador estiver correto,
estes 5% extras ajudarão a ultrapassar o benchmark.

72
MÓDULO 05

• Arbitragem: comprar e vender o mesmo ativo, com características ligeiramente diferentes, ga-
nhando o diferencial do preço. Por exemplo, compra de uma ação ON e venda de uma ação PN
do mesmo emissor. Nesse caso, o administrador não está fazendo aposta com relação à direção
da bolsa, mas apenas com relação ao diferencial de preços entre esses dois ativos.
→ Podem cobrar taxa de performance.

FUNDOS MULTIMERCADOS
Os fundos classificados como "multimercado" devem possuir políticas de investimento que envol-
vam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial
ou em fatores diferentes das demais classes previstas na instrução. Ou seja, este tipo de fundo
pode aplicar em DI/SELIC, índices de preços, taxas de juros, câmbio, dívida externa e ações.
• Podem usar derivativos para alavancagem.
• Podem cobrar taxa de performance.

NORMAS RELATIVAS À CONCENTRAÇÃO EM CRÉDITOS PRIVADOS


O fundo de investimento que realizar aplicações em quaisquer ativos ou modalidades operacionais
de responsabilidade de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado ou de emissores públicos ou-
tros que não a União Federal que, em seu conjunto, excedam o percentual de 50% (cinquenta por
cento) de seu patrimônio líquido deverá observar as seguintes regras, cumulativamente àquelas
previstas para sua classe:
I. na denominação do fundo, deverá constar a expressão “crédito privado”;
II. o regulamento, o Formulário de Informações Complementares (FIC) e o material de venda do
fundo deverão conter, com destaque, alerta de que o fundo está sujeito a risco de perda subs-
tancial de seu patrimônio líquido em caso de eventos que acarretem o não pagamento dos ati-
vos integrantes de sua carteira, inclusive por força de intervenção, liquidação, regime de admi-
nistração temporária, falência, recuperação judicial ou extrajudicial dos emissores responsáveis
pelos ativos do fundo.

FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO


O fundo de investimento em cotas de fundos de investimento deverá manter, no mínimo, 95% (no-
venta e cinco por cento) de seu patrimônio investido em cotas de fundos de investimento de uma
mesma classe, exceto os fundos de investimento em cotas classificados como "multimercado",
que podem investir em cotas de fundos de classes distintas.
Os restantes 5% (cinco por cento) do patrimônio do fundo poderão ser mantidos em depósitos à
vista ou ser aplicados em
I. títulos públicos federais;
II. títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira;
III. operações compromissadas (operação envolvendo títulos de renda fixa), de acordo com a regu-
lação específica do Conselho Monetário Nacional – CMN.

73
CPA-10

Deverá constar, na denominação do fundo, a expressão “Fundo de Investimento em Cotas de Fun-


dos de Investimento”, acrescida da classe dos fundos investidos de acordo com regulamentação
específica.

5.4 TRIBUTAÇÃO EM FUNDOS DE INVESTIMENTO

IOF EM FUNDOS DE INVESTIMENTOS


Alíquota regressiva. Até 29 dias, pode incidir IOF. Com 30 dias ou mais, todas as aplicações finan-
ceiras estão isentas de IOF. O IOF incide sempre ANTES do Imposto de Renda e é cobrado sobre os
RENDIMENTOS.

IMPORTANTE!
Há isenção de IOF para fundo de ações.

EXCEÇÃO DE IOF EM FUNDOS DE RENDA FIXA


Os fundos de investimento de renda fixa estão sujeitos à cobrança de IOF pela tabela regressiva,
que é zerada com resgate de prazo igual ou superior a 30 dias. Quando se tratar de um fundo de
investimento com carência, no resgate de suas cotas, antes de completado o prazo de carência
para crédito de rendimentos, a alíquota aplicada é de 0,5% ao dia, sempre limitada ao rendimento
do investidor.

IMPOSTO DE RENDA EM FUNDOS DE INVESTIMENTOS

ALÍQUOTA
TIPO DE FUNDO RESPONSÁVEL FATO GERADOR SEMESTRAL ALÍQUOTA RESGATE
(COME-COTA)
RENDA FIXA
Resgate ou 1 – 180 dias = 22,5%
CURTO PRAZO Administrador
Semestral (Maio e 20%
(PRAZO MÉDIO do fundo 181 ou mais = 20%
Novembro)
ATÉ 365 DIAS)
RENDA FIXA 1 – 180 dias = 22,5%
LONGO PRAZO Resgate ou 181 – 360 dias = 20%
Administrador
(PRAZO MÉDIO Semestral (Maio e 15%
do fundo 361 – 720 dias = 17,5%
SUPERIOR A 365 Novembro)
DIAS) 721 dias ou mais = 15%
RENDA VARIÁVEL
Administrador
AÇÕES (MAIS DE Somente Resgate Não tem 15%
do fundo
67% EM AÇÕES)
Administrador Ganhos de capital
IMOBILIÁRIO Não tem 20%
do fundo e Rendimentos

74
MÓDULO 05

5.5 CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES


PRÁTICAS PARA FUNDOS DE INVESTIMENTO

OBJETIVO: estabelecer parâmetros pelos quais as atividades das instituições participantes, rela-
cionadas à constituição e funcionamento de fundos de investimento (“Fundos de Investimento”),
devem se orientar, visando, principalmente, a estabelecer
I. a concorrência leal;
II. a padronização de seus procedimentos;
III. a maior qualidade e disponibilidade de informações sobre Fundos de Investimento, especial-
mente por meio do envio de dados pelas instituições participantes à ANBIMA;
IV. a elevação dos padrões fiduciários e a promoção das melhores práticas do mercado.
O presente Código não se sobrepõe à legislação e regulamentação vigentes, ainda que venham a
ser editadas normas, após o início de sua vigência, que sejam contrárias às disposições ora trazidas.
Caso haja contradição entre regras estabelecidas nesse Código e normas legais ou regulamentares,
a respectiva disposição deste Código deverá ser desconsiderada, sem prejuízo das demais regras
nele contidas. Para o registro dos Fundos de Investimento na ANBIMA, deve ser encaminhado pe-
dido específico acompanhado dos seguintes documentos:
I. Lâmina de Informações Complementares do Fundo de Investimento, quando for o caso (“Lâ-
mina de Informações Complementares”);
II. regulamento do Fundo de Investimento (“Regulamento”);
III. comprovante de pagamento da taxa de registro;
IV. formulário de cadastro.

LÂMINA DE INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES


As instituições participantes devem tomar providências para que seja disponibilizada aos investi-
dores, quando de seu ingresso nos Fundos de Investimento, Lâmina de Informações Complemen-
tares atualizadas e compatíveis com o Regulamento dos Fundos de Investimento.
A Lâmina de Informações Complementares deve conter as principais características do Fundo de
Investimento, como as informações relevantes ao investidor sobre políticas de investimento, riscos
envolvidos, bem como direitos e responsabilidades dos cotistas.
Na capa da Lâmina de Informações Complementares dos Fundos de Investimento administrados
pelas instituições participantes, que seja elaborada em conformidade com todos os requisitos es-
tabelecidos nesse Código, deve ser impressa a logomarca da ANBIMA, acompanhada dos seguintes
textos obrigatórios (quando for o caso, dependendo dos fatores de risco do fundo):
I. “Este fundo utiliza estratégias que podem resultar em significativas perdas patrimoniais para
seus cotistas.”; ou

75
CPA-10

II. “Este fundo utiliza estratégias que podem resultar em significativas perdas patrimoniais para
seus cotistas, podendo inclusive acarretar perdas superiores ao capital aplicado e a consequen-
te obrigação do cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo”.
Devem, ainda, ser impressos, com destaque na capa, na contracapa ou na primeira página da Lâ-
mina de Informações Complementares, os seguintes avisos ou avisos semelhantes com o mesmo
teor:
I. “O investimento do fundo de investimento de que trata esta lâmina de informações comple-
mentares apresenta riscos para o investidor”;
II. “Ainda que o gestor da carteira mantenha sistema de gerenciamento de riscos, não há garantia
de completa eliminação da possibilidade de perdas para o fundo de investimento e para o in-
vestidor”;
III. “O fundo de investimento de que trata esta lâmina de informações complementares não conta
com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de se-
guro ou, ainda, do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)”;
IV. “A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura”;
V. “As informações contidas nessa lâmina de informações complementares estão em consonância
com o regulamento do fundo de investimento, mas não o substituem”;
VI. “É recomendada a leitura cuidadosa tanto dessa lâmina de informações complementares quan-
to do regulamento, com especial atenção para as cláusulas relativas ao objetivo e à política de
investimento do fundo de investimento, bem como às disposições da lâmina de informações
complementares e do regulamento que tratam dos fatores de risco a que o fundo está expos-
to”.

MARCAÇÃO A MERCADO
Este conceito diz que o fundo deve reconhecer, todos os dias, o valor de mercado de seus ativos. A
marcação a mercado faz com que o valor das cotas de cada fundo reflita, de forma atualizada, a que
preço o administrador dos recursos venderia cada ativo a cada momento (mesmo que ele o mante-
nha na carteira). Ainda de acordo com a legislação, devem ser observados os preços do fim do dia,
após o fechamento dos mercados. Já para a renda variável, a legislação determina que se observe o
preço médio dos ativos durante o dia.
I. O objetivo de marcar a mercado é evitar a transferência de riqueza entre cotistas.
II. Os ativos que fazem parte da carteira de responsabilidade do administrador devem ter um
preço único.
III. O administrador deve divulgar, no mínimo, uma versão simplificada da marcação a mercado.

ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA
A administração fiduciária compreende o conjunto de serviços relacionados, direta ou indireta-
mente, ao funcionamento e à manutenção dos fundos de investimento, devendo o administrador
fiduciário fazê-lo de acordo com o disposto no Código e na regulação vigente.

76
MÓDULO 05

DIVULGAÇÃO DE RENTABILDIADE
São expressamente vedadas
• divulgação, em qualquer meio, de qualificação, premiação, título ou análise que utilize dados
de menos de 12 (doze) meses;
• divulgação de rentabilidade do fundo com menos de 6 meses de registro na CVM;
• divulgação de comparação entre fundos que tenham classificação ANBIMA diferentes, sem
qualificá-los e sem apresentar justificativa consistente para a comparação.
Sem prejuízo das demais obrigações previstas pela regulação em vigor, o administrador fiduciário
deve disponibilizar em seu site na internet, no mínimo,
I. fatores de risco: elencar e descrever, de forma clara e objetiva, os fatores de risco conhecidos
em que o potencial investidor incorrerá caso venha a adquirir cotas do Fundo de Índice, deven-
do dispor minimamente sobre
a) risco de mercado;
b) risco sistêmico;
c) risco de crédito;
d) risco de descolamento de rentabilidade;
e) risco de liquidez das cotas do Fundo de Índice;
f) risco de liquidez dos ativos: descrever as condições de liquidez dos mercados e seus efeitos
sobre os ativos componentes da carteira do Fundo de Índice, as condições de solvência do
fundo e a relação desse risco com as solicitações de resgate de cotas;
g) risco de o investidor não atender aos requisitos mínimos para emissão e resgate;
h) risco de ágio e deságio na negociação das cotas em relação ao valor patrimonial e/ou seu
valor indicativo;
i) risco de o provedor do índice parar de administrar ou manter o índice;
j) risco de suspensão da negociação das cotas por parte da Comissão de Valores Mobiliários,
bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão organizado;
k) risco relativo ao fornecimento ou disponibilização do índice.
II. seção específica com informações sobre os Fundos de Índice, devendo dispor, minimamente,
sobre
a) o que são os Fundos de Índice;
b) semelhanças e diferenças entre os Fundos de Índice e os demais fundos;
c) como ocorre o processo de integralização e resgate de cotas do Fundo de Índice;
d) estratégias permitidas pela Regulação e como os Fundos de Índice ofertados no site se en-
quadram;

77
CPA-10

e) regulação aplicável;
f) como os Fundos de Índice atingem seu objetivo;
g) como o investidor pode acompanhar a evolução do preço do Fundo de Índice.
III. seção específica com termos e definições financeiras (“glossário”) sobre o Fundo de Índice, que
permitam esclarecer ao potencial investidor eventuais dúvidas a respeito dos materiais do Fun-
do disponibilizados no website;
IV. aviso na seção “Taxas e demais despesas do Fundo”, com o seguinte teor: “Esta modalidade de
investimento possui outros custos envolvidos, além das despesas do próprio fundo. Antes de
investir, verifique os custos com corretagem, emolumentos e custódia”.
Os materiais de divulgação do Fundo de Índice constantes do website devem apresentar lingua-
gem clara e moderada, advertindo os investidores para o risco do investimento, além de conter a
expressão “material publicitário”, de forma a alertar os investidores de que não são suficientes para
a tomada de decisão de investimento.

78
QUESTÕ ES

1. (11.042) Fundos de investimentos podem aplicar seus recursos em:


I – Títulos Públicos Federais.
II – Ações.
III – Debêntures, Bônus de subscrição.
Está (ão) correto (s):
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) I e III
d) I e II

2. (14.085) O selo ANBIMA no prospecto de um fundo de investimento:


a) O prospecto está de acordo com o Código de Auto-regulamentação para a indústria de Fundos
de Investimento.
b) O fundo de investimento é garantido pelo FGC.
c) O fundo de investimento adere ao código de ética para profissionais de investimentos.
d) O fundo de investimento tem ótima reputação e histórico de rentabilidade.

3. (11.018) De quem é a responsabilidade de verificar a adequação do fundo de investimento ao perfil


de risco do cliente?
a) Administrador.
b) Distribuidor.
c) Gestor.
d) Custodiante.

4. (15.119) Um fundo cambial pode ser uma opção para um investidor que deseja:
a) Se proteger contra a inflação.
b) Se proteger contra a variação cambial.
c) Se proteger contra o risco de crédito.
d) Se proteger contra o risco de liquidez.

5. (15.120) O papel de um gestor em um fundo de investimentos que está sofrendo resgates com um
alto volume, deverá ser:
a) Fechar o fundo para aportes e resgates.
b) Vender ativos para efetuar o pagamento dos resgates.
c) Comprar ativos para efetuar o pagamento dos resgates.
d) Comprar ativos com alta rentabilidade para efetuar o pagamento dos resgates.

79
CPA-10

6. (15.121) Alíquota do IR referente ao come cotas em um fundo de Renda Fixa Longo Prazo:
a) 22,50%
b) 20%
c) 15%
d) 10%

7. (15.122) Dentre as opções abaixo, a que obriga o gestor de um fundo de Renda Fixa Simples a com-
prar mais ativos para compor o fundo:
a) Alto volume de resgates no fundo.
b) Aumento da taxa básica de juros.
c) Alto volume de aportes no fundo.
d) Aumento do risco de mercado.

8. (15.123) Fundo que possui tributação de IR com alíquota de 15% no resgate, sem come cotas:
a) Fundo de Renda Fixa Simples.
b) Fundo de ações.
c) Fundo Multimercado.
d) Fundo Cambial.

9. (15.124) Após a antecipação de IR através do come cotas em um fundo de investimentos o investi-


dor observa:
a) Redução no valor da cota.
b) Redução no número de cotas.
c) Redução na rentabilidade do fundo.
d) Nada ocorre.

10. (15.125) Em relação a cotização e liquidação de um fundo de investimento:


• Cotização em D+1.
• Liquidação em D+4.
a) O valor da cota será informado no quarto dia útil.
b) A cotização será no próximo dia útil e o valor creditado no quarto dia útil.
c) O valor será creditado no sexto dia útil.
d) A cotização será no mesmo dia e o valor creditado será no quarto dia útil.

11. (15.126) Dentre as alternativas abaixo, assinale a que a taxa de administração incide:
a) Sobre a rentabilidade do fundo.
b) Sobre o patrimônio líquido do fundo.
c) Sobre o primeiro aporte realizado no fundo.
d) Sobre a rentabilidade do fundo líquida de IR.

80
MÓDULO 05

12. (15.127) Para realizar o aumento da taxa de administração de um fundo, é necessário:


a) Enviar um aviso através de carta para os cotistas.
b) Realizar uma AGC – Assembleia Geral de Cotistas.
c) Não será necessário realizar nenhuma ação.
d) Solicitar autorização da CVM.

13. (15.128) Investimento que possui alíquota de IOF zerada em resgates a partir do 29º dia, come co-
tas no mês de Maio e Novembro:
a) Fundo de ações.
b) Fundo de Renda Fixa.
c) CDB.
d) LTN.

14. (15.129) Dentre os participantes de um fundo de investimento, o responsável por efetuar o recolhi-
mento do IR:
a) Cotista.
b) Custodiante.
c) Gestor.
d) Administrador.

15. (15.130) Fundo de Investimento de Renda Fixa é um fundo que investe em:
a) Ativos como juros, moedas e derivativos.
b) Ativos ligados à variação da taxa de juros doméstica ou índice de inflação.
c) Ações de empresas negociadas na Bolsa.
d) Mercado de opções.

ATENÇÃO!
Para mais questões e vídeos comentados das respostas acesse o site:
https://cursosedgarabreu.com.br/cursos/cpa-10
ou utilize o QR Code ao lado.

GABARITO
1. A 2. A 3. B 4. B 5. B 6. C 7. C 8. B 9. B 10. B 11. B 12. B 13. B 14. D 15. B

81
MÓDULO 06

6. INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL E RENDA FIXA (15 A 25%)

Quantidade de questões: de 8 a 12 questões.

Pontos positivos: mesmo sendo longo, este é o capítulo que mais se aplica ao
dia a dia do profissional. É um módulo atraente, de leitura fácil e entendimento
acessível.
Pontos negativos: é o módulo mais longo de todos. Conhecer os principais ativos
financeiros do mercado é muito importante para orientar melhor o seu cliente e
conhecer melhor o mercado. É necessário ler e reler várias vezes este capítulo.

6.1 AÇÕES

São classificados como instrumentos de renda variável aqueles produtos cujos rendimentos não
são conhecidos ou não podem ser previamente determinados, pois dependem de eventos futuros,
tais como os fatores conjunturais. Possibilitam maiores ganhos, porém o risco de eventuais perdas
é bem maior. O exemplo mais comum são as ações.
Ação representa a menor “fração” do capital social de uma empresa, ou seja, a unidade do capital
nas sociedades anônimas. Quem adquire essas “frações” é chamado de acionista, que vai ter uma
certa participação na empresa, correspondente a quantas destas “frações” ele detiver.

TIPO DE AÇÕES
• Ordinárias (ON): garante o direito a voto nas assembleias dos acionistas.
• Preferenciais (PN):
• tem preferência no recebimento de dividendos em relação às ordinárias;
• não tem direito a voto;
• recebem 10% a mais de dividendos em relação às ordinárias;
• caso a companhia fique 3 anos sem distribuir dividendos, o acionista passa a ter direito a
voto.
Obs.: empresas que abrem seu capital deverão ter no mínimo 50% de suas ações sendo do tipo
ordinária (½ e ½).

83
CPA-10

DIREITOS DOS ACIONISTAS


Dividendos: distribuição de parte do lucro aos seus acionistas. Por lei, as empresas devem dividir
no mínimo 25% do seu lucro líquido. O valor distribuído em forma de dividendos é descontado do
preço da ação.
Juros sobre o capital próprio: são proventos pagos em dinheiro como os dividendos, sendo, porém,
dedutíveis do lucro tributável da empresa.
Bonificações: correspondem à distribuição de novas ações para os atuais acionistas, em função do
aumento do capital. Excepcionalmente, pode ocorrer a distribuição de bonificação em dinheiro.
Direito de subscrição: direito aos acionistas de aquisição de ações por aumento de capital, com
preço e prazos determinados. Garante a possibilidade de o acionista manter a mesma participação
no capital total.
Obs.: o direito de subscrição assemelha-se ao direito de um titular de uma opção de compra (call),
ou seja, ambos possuem o direito de comprar uma determinada quantidade de ações com prazos
e condições pré-estabelecidos.

OPERAÇÃO DE UNDERWRITING

AGENTES UNDERWRITER
Bancos de Investimento, Bancos Múltiplos com carteira de Investimento, Sociedade Distribuidora
de Títulos e Valores Mobiliários (SDTVM) e Sociedade Corretora de Títulos e Valores Mobiliários.

84
MÓDULO 06

MERCADO PRIMÁRIO
Colocação de títulos resultantes de novas emissões. Empresas utilizam o mercado primário para
captar os recursos necessários ao financiamento de suas atividades.

MERCADO SECUNDÁRIO
Negociação de ativos, títulos e valores mobiliários em mercados organizados em que investidores
compram e vendem em busca de lucratividade e liquidez, transferindo, entre si, os títulos anterior-
mente adquiridos no mercado primário.

NEGOCIAÇÃO DE AÇÕES (MERCADO SECUNDÁRIO)

As compras e vendas de ações são intermediadas por uma CTVM ou DTVM. Quando essa negocia-
ção é realizada pela internet, utiliza-se o home broker. O principal objetivo do mercado secundário
é fornecer liquidez para os ativos. Em geral, as ações são negociadas em lote-padrão.
• Home broker: é um moderno canal de relacionamento entre os investidores e as sociedades
corretoras, que torna ainda mais ágil e simples as negociações no mercado acionário, permi-
tindo o envio de ordens de compra e venda de ações pela Internet e possibilitando o acesso às
cotações, o acompanhamento de carteiras de ações, entre vários outros recursos.
• Liquidez: maior ou menor facilidade de se negociar um título, convertendo-o em dinheiro.
• Lote-padrão: lote de títulos de características idênticas e em quantidade pré-fixada pelas bol-
sas de valores.

85
CPA-10

CUSTO DA OPERAÇÃO
• Corretagem: custo pago para corretoras pelas operações executadas.

Financeiro no dia Valor Fixo % volume


De R$ 0,01 a R$ 135,07 R$ 2,70 0,00 %
De R$ 135,08 a R$ 498,62 R$ 0,00 2,00 %
De R$ 498,63 a R$ 1.514,69 R$ 2,49 1,50 %
De R$ 1.514,70 a R$ 3.029,38 R$ 10,06 1,00 %
A partir de R$ 3.029,39 R$ 25,21 0,50 %

Essa é uma informação adicional, na prova não são cobrados esses valores.
• Emolumentos: os emolumentos são cobrados pelas Bolsas por pregão em que tenham ocorri-
do negócios por ordem do investidor. A taxa cobrada pela Bolsa é de 0,035% do valor financeiro
da operação.
• Custódia: uma espécie de tarifa de manutenção de conta cobrada por algumas corretoras.

S.A. ABERTA VERSUS S.A. FECHADA


Abertas
• Negociação em bolsas de valores ou mercado de balcão;
• Divisão do capital entre muitos sócios (pulverização);
• Cumprimento de várias normas exigidas pelo agente regulador (Bolsas de Valores e CVM).
Fechadas
• Negociação no balcão das empresas, sem garantia;
• Concentração do capital na mão de poucos acionistas.
Comentário: uma empresa, quando abre o capital, está também abrindo a sua contabilidade para o
mercado, devendo, assim, possuir uma gestão transparente, publicando balanços periódicos, entre
outras exigências feitas pela CVM.

GRUPAMENTO (INPLIT)
Reduzir a quantidade de ações aumentando o valor de cada ação. Objetivo: menor risco.

DESDOBRAMENTO (SPLIT)
Aumentar a quantidade de ações reduzindo o valor da ação. Objetivo: maior liquidez.

86
MÓDULO 06

IMPORTANTE!
Tanto no processo de split como no de inplit, o capital social do investidor, assim como o
seu montante investido, não se altera. Já quando uma companhia distribui dividendos ou
pagamentos de juros sobre o capital próprio, o valor distribuído é descontado do preço da ação.

CLUBES DE INVESTIMENTO
Clube de investimento é uma comunhão de recursos de pessoas físicas – de no mínimo 3 e no
máximo 50 participantes – para aplicação em títulos e valores mobiliários. É, portanto, um ins-
trumento de investimento coletivo no mercado de capitais, porém mais restrito que um fundo de
investimento.
Os clubes foram planejados para ser uma forma de introdução do pequeno investidor ao mercado
de capitais. Além disso, a gestão da carteira do clube pode ser realizada por um ou mais cotistas,
eleitos pela assembleia geral, observadas algumas vedações da norma. Dessa forma, ao permitirem
um maior envolvimento do cotista, os clubes de investimento facilitam o aprendizado sobre as téc-
nicas de gestão de carteira e da dinâmica do mercado.
O clube deve ser administrado por sociedade corretora, sociedade distribuidora, banco de inves-
timento ou banco múltiplo com carteira de investimento, que é responsável pelo conjunto de ati-
vidades e de serviços relacionados direta e indiretamente ao seu funcionamento e manutenção.
A carteira dos clubes de investimento deve ser composta por, no mínimo, 67% em ações, bônus
de subscrição, debêntures conversíveis em ações de emissão de companhias abertas, recibos de
subscrição, cotas de fundos de índices de ações negociados em mercado organizado e certificados
de depósitos de ações, respeitadas as regras emitidas pela CVM e pelas entidades administradoras
de mercados organizados. Nenhum cotista pode ser titular de mais de 40% (quarenta por cento)
do total das cotas do clube.

TRIBUTAÇÃO EM AÇÕES

IMPOSTO DE RENDA EM AÇÕES


A alíquota cobrada na compra e venda de ações depende do tipo de operação, isto, é, se é uma
compra e venda normal ou se a operação é do tipo Day Trade.
• Day trade: é a combinação de operação de compra e de venda realizadas por um investidor
com o mesmo título em um mesmo dia.
Ações
• Operação NORMAL: 15% (fonte: 0,005% sobre o valor de alienação).
• Day trade: 20% (fonte: 1% sobre os rendimentos).

87
CPA-10

IMPORTANTE!
Vendas de ações no mercado à vista de bolsas de valores realizadas por pessoa física, exceto
em operações de day trade, em um mês com um valor igual ou inferior a R$ 20.000,00, não
incorrerão em recolhimento de IR.

As operações normais de venda passarão a ter incidência de IR na fonte, na alíquota de 0,005%.


Devido à possível isenção de imposto para pessoa física em vendas de até R$ 20.0000,00 dentro de
um mês, não é feita a retenção na fonte quando o valor apurado (0,005% sobre o valor de aliena-
ção) for igual ou inferior a R$ 1,00.
As operações de day trade têm recolhimento de IR na fonte, na alíquota de 1%. Como não há isen-
ção, esse valor sempre é retido (havendo lucro).
• Cobrança: no resgate.
• Responsável pelo recolhimento: o investidor deverá pagar o Imposto de Renda devido, reco-
lhendo, por meio de um Documento de Arrecadação da Receita Federal (DARF), até o último dia
útil do mês subsequente ao da alienação de suas ações (banco, corretora, agente fiduciário...).

COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO
1. É permitida a compensação de perdas com ganhos em operações de renda variável?
Sim. Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, as perdas
incorridas nas operações de renda variável nos mercados à vista, de opções, futuros, a termos e
assemelhados, poderão ser compensadas com os ganhos líquidos auferidos, no próprio mês ou nos
meses subsequentes, em outras operações realizadas em qualquer das modalidades operacionais
previstas naqueles mercados, operações comuns.
2. O resultado negativo, ou perda, apurado em um mês pode ser compensado com ganho auferi-
do em meses anteriores?
Não se pode compensar resultados negativos de um mês com ganhos auferidos em meses anterio-
res, pois a base de cálculo do imposto é apurada mensalmente.

SÃO IMUNES AO IMPOSTO DE RENDA


a) os templos de qualquer culto;
b) os partidos políticos, inclusive suas fundações, e as entidades sindicais de trabalhadores, sem
fins lucrativos.

88
MÓDULO 06

QUADRO RESUMO IMPOSTO DE RENDA ATIVOS DE RENDA VARIÁVEL

OPERAÇÃO RESPONSÁVEL ALÍQUOTA FONTE AJUSTE ISENÇÃO


Próprio 0,005% sobre o → Pessoa Física, alienação
COMPRA E 15% sobre os
investidor, por valor de alienação de até R$ 20.000,00 em um
VENDA rendimentos.
meio de DARF. (venda). único mês.
Próprio
1% sobre os 20% sobre os
DAY TRADE investidor, por → Não há.
rendimentos. rendimentos.
meio de DARF.

IOF EM AÇÕES
Investimento em ações estão isentos da cobrança de IOF, independentemente do prazo, do valor e
do investidor (física ou jurídica).

6.2 TÍTULOS IMOBILIÁRIOS E DO AGRONEGÓCIO

LETRAS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO (LCI)


Título emitido por bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário, Caixa
Econômica Federal, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo,
companhias hipotecárias, cooperativas de crédito e demais espécies de instituições que venham a
ser expressamente autorizadas pelo Banco Central. Obrigatoriamente, é registrado na B3. Emitido
sob a forma nominativa, pode ser transferível mediante endosso em preto. É lastreado por créditos
imobiliários garantidos por hipoteca ou por alienação fiduciária de coisa imóvel, conferindo aos
seus tomadores direito de crédito pelo valor nominal, juros e, se for o caso, atualização monetária
nelas estipuladas.
A LCI poderá ser garantida por um ou mais créditos imobiliários, mas a soma do principal das LCI
emitidas não poderá exceder o valor total dos créditos imobiliários em poder da instituição emiten-
te.
Prazos: o prazo de vencimento destes papéis é limitado pelo prazo das obrigações imobiliárias que
serviram de base para o seu lançamento.
Garantias: aplicações em LCI contam com garantia real e também com a cobertura do Fundo Ga-
rantidor de Crédito (FGC), até o limite vigente que, atualmente, é de R$ 250.000,00.

IMPORTANTE!
Pessoas físicas que investem em Letras de Crédito Imobiliário (LCI) possuem isenção de Imposto
de Renda (IR).

89
CPA-10

#DICA DO ED

LETRA DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO (LCA)


São títulos de crédito representativos de promessa de pagamento em dinheiro, de execução extra-
judicial, emitidos com base em lastro de recebíveis originados de negócios realizados com produto-
res rurais e cooperativas. Estão relacionados com a produção, comercialização, beneficiamento ou
industrialização de produtos ou insumos agropecuários, ou de máquinas e implementos utilizados
na atividade agropecuária.
Título de crédito representativo de uma promessa de pagamento em dinheiro, este título só pode
ser emitido por bancos, sociedades de crédito, financiamento e investimento e também por co-
operativas de crédito (instituição financeira pública ou privada). Os recebíveis vinculados ao LCA
deverão ser registrados em sistemas de registro e liquidação financeira de ativos e custodiados em
instituição autorizada.
Garantias: as LCAs estão cobertas pelo FGC, limitadas a R$ 250.000,00.

IMPORTANTE!
Pessoas físicas que investem em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) possuem isenção de
Imposto de Renda (IR).

#DICA DO ED

90
MÓDULO 06

6.3 CDB – CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO

O CDB é um título privado de renda fixa para a captação de recursos de investidores pessoas físi-
cas ou jurídicas por parte dos bancos. O CDB pode ser emitido por bancos comerciais, bancos de
investimento e bancos múltiplos, com pelo menos uma dessas carteiras descritas, e Sociedades de
Crédito, Financiamento e Investimento – Financeiras.
Rentabilidade
• Pré-Fixada
• Pós-Fixada
Liquidez: o CDB pode ser negociado no mercado secundário. O CDB também pode ser resgatado
antes do prazo final caso o banco emissor concorde em resgatá-lo. No caso de resgate anterior ao
prazo final, devem ser respeitados os prazos mínimos. Os CDBs não podem ser indexados à va-
riação cambial. Quando o investidor deseja obter um rendimento atrelado à variação cambial, é
necessário fazer um contrato de swap paralelo ao CDB, conhecido também como “CDB swapado”.

IMPORTANTE!
Possuem cobertura do FGC até o limite vigente, atualmente de R$ 250.000,00.

6.4 DEBÊNTURES E DEBÊNTURES INCENTIVADAS

DEBÊNTURES
O objetivo da emissão de uma debênture é a captação de recursos de médio e longo prazo para
sociedades anônimas (S.A.) não financeiras de capital aberto. As sociedades de arrendamento
mercantil e as companhias hipotecárias estão também autorizadas a emitir debêntures.
Classe das debêntures

91
CPA-10

Principais características

Como regra geral, o valor total das emissões de debêntures de uma empresa não poderá ultrapas-
sar o seu capital social.
Resgate antecipado: as debêntures podem ter, na escritura de emissão, cláusula de resgate anteci-
pado, que dá ao emissor (a empresa que está captando recursos) o direito de resgatar antecipada-
mente, parcial ou totalmente, as debêntures em circulação.

DEBÊNTURES INCENTIVADAS (DI)


A emissão do título destina-se ao financiamento de projetos voltados para a implantação, amplia-
ção, manutenção, recuperação ou modernização, entre outros, do setor de logística e transporte, o
qual está inserido o segmento portuário.
As principais diferenças de uma debênture incentivada para uma debênture comum são
1. prazo médio ponderado mínimo de 4 anos;
2. isenção de imposto de renda para pessoa física;
3. menor alíquota de imposto de renda para investidor pessoa jurídica (15%).

6.5 TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS

INTRODUÇÃO
Renda fixa é uma obrigação cujo rendimento (taxa de juros) é determinado no momento da compra
do título. Esse rendimento pode ter sua remuneração pré-fixada ou pós-fixada.

92
MÓDULO 06

FORMAS DE REMUNERAÇÃO
Os investimentos em renda fixa podem ter rentabilidades pagas de duas maneiras:
• Pré-fixada: um título é pré-fixado quando o valor dos rendimentos é conhecido no início da
operação.
• Pós-fixada: um título é pós-fixado quando o valor dos juros somente é conhecido no momento
do resgate.
Os investimentos que possuem remuneração pós-fixada podem ter sua rentabilidade atrelada a
diversas taxas de juros, índices de preço ou correções monetárias. As principais são CDI, SELIC, TR,
TBF, IPCA e IGP-M.

AMORTIZAÇÃO E PAGAMENTO DE JUROS


Os juros de um título podem ser amortizados com pagamento periódico de juros (COM CUPOM)
ou sem pagamento periódico de juros (ZERO CUPOM).
• Exemplo de título COM cupom: investir 1.000 por cinco anos e receber, durante esse período,
cupons de juros anuais de 10%. Dessa maneira, o investidor irá receber, após cada ano, 100,00
(10% sobre o principal) e, no vencimento do título, 1.100,00 (1.000 de principal e 100 referente
aos juros do último período), totalizando 1.500,00.

• Exemplo de título ZERO cupom: investir 1.000 e, após 5 anos, resgatar o título, recebendo de
volta o principal + juros de 10% ao ano acumulado (do período). Nesse caso, o valor total de
resgate será de 1.610,51 (1.000 de principal + 610,51 de juros).

93
CPA-10

TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS


A dívida pública federal interna e externa é composta, em sua maior parte, por títulos mobiliários
que diferem entre si conforme o contexto e a finalidade da emissão. Os TPF são títulos de renda
fixa, uma obrigação cujo rendimento (taxa de juros) é determinado no momento da compra do
título. Esse rendimento pode ter sua remuneração pré-fixada ou pós-fixada. Para os títulos pós-
-fixados, por exemplo, há diferentes indexadores, que variam conforme o tipo. Existem também
aqueles que não possuem indexadores, os chamados títulos pré-fixados.
A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) aperfeiçoou o Programa Tesouro Direto para deixá-lo mais
atraente, simples e acessível aos investidores. Dentre as mudanças, estão a recompra diária. Com
a recompra diária, os investidores poderão vender seus títulos ao Tesouro Nacional todos os dias,
ampliando a liquidez e a flexibilidade da aplicação. Anteriormente, a recompra só ocorria às quar-
tas-feiras.
Uma das mudanças está na nomenclatura dos títulos públicos, que antes eram definidos por suas
siglas, mas passaram a ser mais simples. Confira a tabela abaixo.

TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS


Nome Anterior Nome Atual Rentabilidade

Títulos sem CUPOM, ou Deságio sobre o valor


LTN Tesouro Prefixado
nominal (pré-fixado)
seja, com pagamento
de juros somente no LFT Tesouro Selic SELIC (pós-fixado)
vencimento. NTN – B (Principal) Tesouro IPCA Juros + IPCA

94
MÓDULO 06

TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS


Nome Anterior Nome Atual Rentabilidade
Tesouro IPCA com juros
NTN-B Juros + IPCA
semestrais
Títulos com CUPOM.
Tesouro Prefixado com juros Deságio sobre o valor
NTN-F
semestrais nominal (pré-fixado)

ATENÇÃO!
Apesar de as nomenclaturas no programa Tesouro Direto terem sofrido alterações, para a prova,
a ANBIMA continua cobrando as siglas antigas (LTN, LFT, NTN).

6.6 CADERNETA DE POUPANÇA

Possui total liquidez, porém com perda de rentabilidade. Remunera sobre o menor saldo do perío-
do.
Rentabilidade: em maio de 2012, a caderneta de poupança teve uma alteração na rentabilidade
paga aos investidores. Com o objetivo de evitar a migração de recursos investidos em títulos públi-
cos para poupança (efeito observado com queda da taxa de juros), o governo limitou o ganho das
cadernetas de poupança a 70% da taxa de juros, ficando da seguinte forma:

Periodicidade de pagamento dos juros


• Pessoa Física e PJ imunes: mensal (0,5% ao mês).
• Pessoa Jurídica: trimestral (1,5% ao trimestre).
Datas de depósito: aplicações realizadas nos dias 29, 30 e 31 de cada mês terão como data de ani-
versário o dia 1º do mês subsequente.
Podem captar por meio de poupança somente as instituições financeiras que fazem parte do Siste-
ma Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE):

95
CPA-10

1. Caixa Econômica Federal – CEF;


2. Sociedade de Crédito Imobiliário – SCI;
3. Associações de Poupança e Empréstimos – APE;
4. Bancos Múltiplos com carteira de SCI.
Obs.: as companhias hipotecárias não podem captar por meio de poupança.
Garantias: aplicações em cadernetas de poupança estão cobertas pelo Fundo Garantidor de Cré-
dito (FGC) até o limite vigente que, atualmente, é de R$ 250.000,00. Poupanças da CEF são 100%
cobertas pelo governo federal.
De maneira geral, as cadernetas de poupança não permitem a cobrança de tarifas, porém algumas
operações realizadas em uma conta poupança PODEM gerar cobrança de tarifa, tais como a reali-
zação de mais de 2 saques mensais, fornecimento de cartão magnético adicional, entre outras. A
manutenção da conta é SEMPRE ISENTA.

6.7 TRIBUTAÇÃO EM ATIVOS DE RENDA FIXA

IOF
Alíquota regressiva, conforme tabela abaixo:

Número de Dias % Limite do Rendimento


01 96
02 93
03 90
04 86

26 13
27 10
28 06
29 03
30 00

Até 29 dias, pode incidir IOF. Após 30 dias ou mais, todas as aplicações financeiras estão isentas de
IOF. O IOF é cobrado sobre os RENDIMENTOS e incide sempre ANTES do Imposto de Renda.
Obs.: o IOF para ativos de renda fixa foi eliminado em dezembro de 2010 e voltou a ser cobrado
em maio de 2011. Hoje existe a cobrança de IOF para títulos de renda fixa como CDB e debêntures,
entre outros.

96
MÓDULO 06

IMPOSTO DE RENDA EM ATIVOS DE RENDA FIXA


Aplicações
1. CDB.
2. DPGE.
3. LF.
4. Debêntures.
5. Cadernetas de Poupança.
6. CRI, CRA, LCA, LCI, CCI, CPR, CCB.
7. Nota Promissória (commercial papers).
8. Títulos Públicos Federais: Tesouro Selic (LFT), Tesouro pré-fixado (LTN) etc.
Alíquota
• 22,5% → aplicações de até 180 dias.
• 20,0% → aplicações de 181 a 360 dias.
• 17,5% → aplicações de 361 até 720 dias.
• 15,0% → aplicações acima de 720 dias.
→ Cobrança: no resgate.
→ Responsável pelo recolhimento: a Instituição Financeira ou pessoa jurídica que efetuar o paga-
mento dos rendimentos. Exemplos: banco, corretora, distribuidora etc.

IMPORTANTE!
Em aplicações em CRI, CRA, LCA, LCI, CCI, CPR e cadernetas de poupança, pessoa física é ISENTA
da cobrança de Imposto de Renda.

6.8 OPERAÇÕES COMPROMISSIDAS

As operações compromissadas consistem na venda, pelo banco, de títulos, com o compromisso de


recomprá-los do cliente, com prazo definido e rendimento pós-fixado em percentual da variação
acordadas, geralmente o CDI.

97
QUESTÕ ES

1. (15.112) Antônio realizou uma aplicação em um CDB na Instituição XPTO. Esta instituição sofreu
uma liquidação. O risco observado será principalmente:
a) Risco de mercado, coberto pelo FGC até o limite de R$ 300 mil.
b) Risco de crédito, coberto pelo FGC até o limite de R$ 250 mil.
c) Risco de liquidez, coberto pelo FGC até o limite de R$ 250 mil.
d) Não há risco observado com os dados informados.

2. (14.094) É incorreto afirmar sobre dividendos:


a) Representam uma parcela do lucro líquido da companhia.
b) Mínimo de 25% deve ser partilhado com os acionistas.
c) São pagos em dinheiro.
d) São pagos em ações.

3. (13.055) Operação onde é contratada uma determinada taxa ao inicio da aplicação e a mesma não
se alterará no decorrer do investimento, podendo previamente conhecer o valor futuro.
a) Pré-fixada.
b) Pós-Fixada.
c) Hibrida (Pré e Pós Juntas).
d) Taxa Real.

4. (15.136) As regras da poupança a partir de Maio/2012:


I – Rentabilidade de 0,5% a.m. + TR, em qualquer cenário.
II – É isento de IR para PF.
III – É isento de IR para PJ.
IV – Possui cobertura do FGC.
Está correto o que se afirma em:
a) II apenas.
b) I, II, III e IV.
c) II e IV apenas.
d) II, III e IV apenas.

99
CPA-10

5. (11.004) A LFT (letra Financeira do Tesouro) está atrelada a:


a) SELIC
b) TBF
c) TR
d) CDI

6. (15.137) No mercado de ações o responsável pelo recolhimento do IR:


a) B3
b) Corretora de valores
c) Próprio investidor
d) Contador

7. (15.138) Alíquota total de IR em operações de compra e venda de ações no mercado a vista (não
day trade), quando superior a R$ 20 mil no mês:
a) 20%
b) Entre 22,5% e 15%
c) Isento
d) 15%

8. (15.139) Tributação de Imposto de Renda em um Título Público IPCA+ com Juros Semestrais, ocor-
rerá:
a) Apenas no vencimento do título.
b) Apenas no pagamento dos juros semestrais conforme tabela regressiva.
c) No pagamento dos juros semestrais e no vencimento do título conforme tabela progressiva.
d) No pagamento dos juros semestrais e no vencimento do título conforme tabela regressiva.

9. (15.140) Davi procura seu gerente, solicitando a indicação de um produto de investimento que pos-
sua benefício tributário e garantia do FGC. A melhor indicação será:
a) CRI
b) LCI
c) CDB
d) Debêntures Incentivadas

10. (15.141) Um cliente deseja saber qual o imposto de renda em seu CDB – Certificado de Depósito
Bancário, seu gerente informa:
a) A alíquota será de acordo com a tabela regressiva e incidirá sobre o rendimento.
b) Haverá antecipação de IR nos meses de Maio e Novembro.
c) A alíquota será de acordo com a tabela regressiva e incidirá sobre o total investido.
d) A alíquota será de 15% sobre os lucros.

100
MÓDULO 06

11. (15.131) Debênture que pode ser conversível em ações na data do seu resgate:
a) Debênture com garantia real.
b) Debênture Conversível.
c) Debêntures Pré-fixadas.
d) Debêntures Nominativas.

12. (11.112) Quem emite os títulos públicos federais?


a) CMN
b) Tesouro Nacional
c) BACEN
d) CVM

13. (15.132) Em relação ao Certificado de Depósito Bancário – CDB:


I – Possui garantia do FGC.
II – Possui alíquota de IR sobre a rentabilidade, variando de acordo com o prazo investido.
III – Possui prazo máximo de 720 dias.
IV – Pode ser pré-fixado ou pós-fixado.
Está correto o que se afirma em:
a) I apenas
b) I, II, III e IV
c) I, II e IV apenas
d) I, III e IV apenas

14. (15.133) Marcelo deseja investir em um Título Público Federal que tenha correção da inflação e não
tenha risco de reinvestimento, a melhor opção:
a) Tesouro Selic – LFT.
b) Tesouro Prefixado – LTN.
c) Tesouro IPCA+ – NTN-B Principal.
d) Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais – NTN-B.

15. (15.135) A remuneração da poupança é:


a) Sobre o menor saldo durante um período.
b) Sobre o maior saldo durante um período.
c) Sobre a soma dos saldos durante um determinado período.
d) Sobre a média do saldo mantido durante um período.

101
CPA-10

ATENÇÃO!
Para mais questões e vídeos comentados das respostas acesse o site:
https://cursosedgarabreu.com.br/cursos/cpa-10
ou utilize o QR Code ao lado.

GABARITO
1. B 2. D 3. A 4. C 5. A 6. C 7. D 8. D 9. B 10. A 11. B 12. B 13. C 14. C 15. A

102
MÓDULO 07

7. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA – PGBL E VGBL (5 A 10%)

Quantidade de questões: de duas a cinco questões.

Pontos positivos: este é o melhor dos capítulos, pois o conteúdo é fácil, é muito
importante na prática e essencial para todos os investidores.

Pontos negativos: são, no máximo, cinco questões da prova... poderia ter mais,
né? Que pena!

7.1 PREVIDÊNCIA SOCIAL X PREVIDÊNCIA PRIVADA

Previdência Social é aquela referente ao benefício pago pelo INSS aos trabalhadores. Ela funciona
como um seguro controlado pelo governo, garantindo não só que o trabalhador continue a receber
uma renda quando se aposentar, mas também que não fique desamparado em caso de gravidez,
acidente ou doença.
Previdência Privada, como o próprio nome sugere, é uma opção do indivíduo. Também chamada
de Previdência Complementar, ela estabelece a formação de uma reserva a ser usada tanto para
complementar a renda recebida pelo INSS, quanto para realizar um projeto de vida, como o
pagamento da faculdade dos filhos ou um investimento em um negócio próprio.

7.2 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS QUE INFLUENCIAM O PRODUTO

TAXAS DE ADMINISTRAÇÃO
Refere-se às despesas com a gestão financeira do fundo, contratada a uma empresa especializada.
A cobrança ocorre durante toda a fase de contribuição e incide sobre o capital total, incluindo o
rendimento. Esse custo é regulamentado pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários
(quando o fundo tiver aplicações em renda variável).

103
CPA-10

O percentual da taxa tem que ser aprovado pela Susep e constar no contrato. Nos planos VGBL
e PGBL, o custo varia de 0,5% a 4% ao ano, em geral sendo cobrada diariamente. É cobrada pela
tarefa de administrar o dinheiro do fundo de investimento exclusivo criado para o seu plano e
pode variar de acordo com as condições comerciais do plano contratado. Os que têm fundos com
investimentos em ações, por serem mais complexos, normalmente têm taxas um pouco maiores do
que aqueles que investem apenas em renda fixa.

TAXAS DE CARREGAMENTO
Correspondem às despesas administrativas das instituições financeiras com pessoal, emissão de
documentos e lucro. São cobradas logo na entrada do plano e a cada depósito ou contribuição
feitos. Isso quer dizer que, se esse custo for de 5%, a cada R$ 100,00 investidos, só R$ 95,00 vão
ser creditados efetivamente no seu plano. Em outras palavras, quanto maior o percentual, menor
a fatia da contribuição ou depósito feita por você que vai “engordar” o seu capital. As instituições
financeiras têm liberdade de cobrar taxas de até 10% nos planos VGBL e PGBL, com aprovação da
Susep, mas a concorrência forte impede a imposição desse limite.
Essa taxa serve para cobrir despesas de corretagem e administração. Na maioria dos casos, a
cobrança não ultrapassa 5% sobre o valor de cada contribuição que você fizer. No mercado, há três
formas de taxa de carregamento, dependendo do plano contratado.
1. Antecipada: incide no momento do aporte. Essa taxa é decrescente em função do valor do
aporte e do montante acumulado. Ou seja, quanto maior o valor do aporte ou quanto maior o
montante acumulado, menor será a taxa de carregamento antecipada.
2. Postecipada: incide somente em caso de portabilidade ou resgates. É decrescente em função
do tempo de permanência no plano, podendo chegar a zero. Ou seja, quanto maior o tempo de
permanência, menor será a taxa.
3. Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no ingresso de aportes ao plano), quanto na
saída (na ocorrência de resgates ou portabilidades). Como se pode ver, existem produtos
que extinguem a cobrança dessa taxa após certo tempo de aplicação. Outros atrelam esse
percentual ao saldo investido: quanto maior o volume aplicado, menor a taxa. Nos dois casos,
não deixe de pesquisar antes de escolher seu plano de previdência.

PORTABILIDADE
É a transferência, parcial ou total, do saldo acumulado entre fundos do plano contrato ou para
outros planos, outra seguradora ou Entidade Aberta de Previdência Complementar – EAPC,
durante o período de acumulação, por vontade do titular.

TRANSFERÊNCIAS ENTRE PLANOS


Não é permitido mudar de modalidade, ou seja, de um VGBL para um PGBL e vice-versa. Se quiser
fazê-lo, o investidor deverá resgatar seus recursos e aplicar tudo de novo no outro plano, o que
implicará cobrança de IR sobre o dinheiro retirado, conforme regime tributário escolhido e vigente
à época do resgate.

104
MÓDULO 07

Já o regime de tributação é passível de mudanças, mas, cuidado, essa mudança somente pode
ocorrer de Progressivo para Regressivo; o contrário não é permitido.

RESGATES
Uma das formas de sair do plano, ou seja, de utilizar a reserva acumulada, pode ser o resgate total,
caso o cliente não queira passar a receber uma renda mensal. Para essa opção, há duas formas
disponíveis de resgate.
• Resgate programado: são definidas datas certas para a retirada do dinheiro. Os recursos que
continuarem no plano permanecerão rendendo.
• Resgate total: é a alternativa mais barata para o usuário, mas não é indicada para quem não
tem experiência em gerir seu patrimônio. Afinal, se o dinheiro ficar parado, deixará de render.

IMPORTANTE!
No caso de resgate total ou de parte dos recursos antes da data de saída estipulada, é preciso
ficar atento às regras de carência para resgate.

REGIMES DE TRIBUTAÇÃO

REGIME DE TRIBUTAÇÃO REGRESSIVO


É facultada aos participantes que ingressarem a partir de 1º de janeiro de 2005 em planos de
benefícios de caráter previdenciário, estruturados nas modalidades de contribuição definida ou
contribuição variável, das entidades de previdência complementar e das sociedades seguradoras
a opção por regime de tributação, no qual os valores pagos aos próprios participantes ou aos
assistidos, a título de benefícios ou resgates de valores acumulados, sujeitam-se à incidência de
imposto de renda na fonte às seguintes alíquotas:

Período de aportes Alíquota de IR


Até 2 anos 35%
De 2 a 4 anos 30%
De 4 a 6 anos 25%
De 6 a 8 anos 20%
De 8 a 10 anos 15%
Mais de 10 anos 10%

105
CPA-10

REGIME DE TRIBUTAÇÃO PROGRESSIVO


Do mesmo modo como no caso anterior, é sobre os lucros, no caso do VGBL, e sobre o valor total
acumulado, no caso do PGBL. No entanto, segue a tabela progressiva do Imposto de Renda:

Base de cálculo em R$ Alíquota Parcela a deduzir do imposto em R$


Até 22.847,76 - -
De 22.847,77 até 33.919,80 7,5 1.713,58
De 33.919,81 até 45.012,60 15 4.257,57
De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 7.633,51
Acima de 55.976,16 27,5 10.432,32

Ao escolher pela tributação regressiva, você não pode alterar mais o tipo de tributação. Pode-se
dizer que o regime de tributação regressiva é indicado para quem planeja poupar em plano de
previdência por mais tempo, ou seja, cultivando a visão do longo prazo. Afinal, quanto maior o
período em que o dinheiro ficar aplicado no plano, menor a alíquota do Imposto de Renda.
Já a opção pela tabela progressiva é mais indicada em duas situações:
1. se o investidor tem a intenção de sair do fundo em um prazo mais curto;
2. se o investidor estiver poupando com o objetivo de receber uma renda mensal que fique na
faixa de isenção do IR ou próxima a essa, cuja alíquota não ultrapasse os 7,5%.

7.3 PLANO GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (PGBL)

O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é mais vantajoso para aqueles que fazem a declaração
do imposto de renda pelo formulário completo. É uma aplicação em que incide risco, já que não
há garantia de rentabilidade, que inclusive pode ser negativa. Ainda assim, em caso de ganho, ele é
repassado integralmente ao participante.
O resgate pode ser feito no prazo de 60 dias de duas formas: de uma única vez ou transformado
em parcelas mensais. Também pode ser abatido até 12% da renda bruta anual do Imposto de
Renda e tem taxa de carregamento. É comercializado por seguradoras. Com o PGBL, o dinheiro é
colocado em um fundo de investimento exclusivo, administrado por uma empresa especializada na
gestão de recursos de terceiros e é fiscalizado pelo Banco Central.

7.4 VIDA GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (VGBL)

O VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é aconselhável para aqueles que não têm renda tributável,
já que não é dedutível do Imposto de Renda, ainda que seja necessário o pagamento de IR sobre o
ganho de capital. Nesse tipo de produto, também não existe uma garantia de rentabilidade mínima,
ainda que todo o rendimento seja repassado ao integrante. O primeiro resgate pode ser feito em
prazo que varia de dois meses a dois anos. A partir do segundo ano, também pode ser feita a cada
dois meses. Possui taxa de carregamento.

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MÓDULO 07

PGBL X VGBL

PGBL VGBL
Permite abater da base de cálculo do IR os
aportes realizados anualmente ao plano Não permite abater do IR os aportes ao
Dedução de IR
até um limite máximo de 12% (*) da renda plano.
bruta tributável do investidor.
Essa dedução não significa que os aportes
feitos na Previdência são isentos de IR. O IR incidirá apenas sobre os
Incidência de IR Haverá incidência do IR sobre o valor total rendimentos do plano e não sobre o
do resgate ou da renda recebida quando total acumulado.
eles ocorrerem.
Indicado para quem usa a declaração
simplificada ou é isento ou para quem já
Indicado para as pessoas que optam pela
Perfil investidor investe em um PGBL, mas quer investir
declaração completa do Imposto de Renda.
mais de 12% de sua renda bruta em
previdência privada.

107
QUESTÕ ES

1. (15.142) Sobre a portabilidade de um VGBL para um PGBL:


a) É possível efetuar a portabilidade e não incidirá IR.
b) Não é possível efetuar a portabilidade, apenas se efetuar o resgate do VGBL, incidindo IR.
c) É possível efetuar a portabilidade e incidirá a IR.
d) Não é possível efetuar a portabilidade, apenas se efetuar o resgate do VGBL, com isenção de IR
neste resgate.

2. (15.143) Ao efetuar uma análise sobre o plano de previdência mais adequado para seu cliente
(PGBL ou VGBL), você deverá levar em consideração:
I – Modelo da declaração de IR: Completo ou Simplificado.
II – Regime de tributação: Regressivo ou Progressivo.
III – Taxa Selic.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I apenas.
c) I e II apenas.
d) III apenas.

3. (15.144) Plano Gerador de Benefício Livre – PGBL, possui um benefício fiscal, em que o contribuinte
pode deduzir da sua base de cálculo da Declaração Anual de Imposto de Renda, desde que seja no
modelo completo, o máximo de:
a) 12%
b) 15%
c) 20%
d) 10%

4. (15.111) Pode-se dizer que o risco de crédito da seguradora que comercializa o fundo em um plano
de previdência privada está no período de:
a) Diferimento (acumulação).
b) Benefício.
c) Cobertura.
d) Não há risco de crédito em plano de previdência.

109
CPA-10

5. (11.097) Quais os tipos de taxas cobradas em planos de previdência complementar?


a) Taxa de administração e Performance.
b) Taxa de carregamento e taxa de manutenção do plano.
c) Taxa de carregamento e taxa de Performance.
d) Taxa de Administração e Carregamento.

6. (15.193) Alíquota de imposto de renda incidente no resgate de um plano de previdência com regi-
me tributário progressivo, após 12 anos:
a) 15%
b) 10%
c) 35%
d) 22,50%

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GABARITO
1. B 2. C 3. A 4. A 5. D 6. A

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