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Doc. 1
O custo da ajuda
«Depois de milhares de milhões de dólares em ajuda alimentar, o continente africano necessita de diferentes tipos
de programas de desenvolvimento.
Na era colonial, os grandes colonizadores construíram infraestruturas para tornar as suas colónias mais produtivas e
fazer chegar rapidamente as matérias-primas aos mercados: caminhos de ferro, portos e canais ligando o oceano
Atlântico ao Pacífico e o oceano Índico ao Mediterrâneo.
Após a Segunda Guerra Mundial, as instituições britânicas e o Plano Marshall tiveram como principal premissa a
ideia de que o desenvolvimento era o ideal para obter a paz.
Recentemente, organizações de caridade (que têm vindo a desempenhar o seu papel no desenvolvimento ao longo
dos séculos) responderam às emergências humanitárias no mundo pobre que comoveram a opinião pública do mundo
rico, como os famintos do Biafra nos anos 60 e o Bangladesh nos anos 70. Quando Bob Geldof e os seus amigos
organizaram o “Live Aid” em resposta à fome na Etiópia (1984/85), que causou um milhão de mortes, feed the world
(alimentem o mundo) tornou-se o refrão não apenas de uma canção pop, mas também do mundo doador.
Esta poderá ser considerada boa caridade, mas é uma péssima teoria de desenvolvimento.
O desenvolvimento deve ser visto a longo prazo, estando relacionado com a construção de capacidades e infra-
estruturas que sustentem o crescimento económico. A ajuda alimentar nunca significou mais do que uma solução de
curto prazo antes da implementação de soluções de longo prazo, como aumentar a produção de alimentos e reduzir o
crescimento populacional (de preferência implementar as duas de forma tão equilibrada quanto possível). Dê a um
homem esfomeado um peixe, claro. Mas, quando esse homem estiver recuperado, dê-lhe uma cana de pesca e tenha
uma conversa com ele sobre contraceção…
Do que África necessita é de programas de desenvolvimento sustentável, elaborados pelos próprios países, se
possível, assistidos pelo exterior quando isso faz sentido. Necessita de investimentos no capital humano, na educação e
saúde das mulheres, nas infra- estruturas, em acordos comerciais que possibilitem às nações africanas a exportação dos
seus produtos sem barreiras protecionistas.
Se estes direitos fundamentais estiverem assegurados, não há razão para que o continente africano não se consiga
alimentar a si próprio».
Fonte: Alex Perry, Time, 18 de agosto de 2008 (adaptado)
1.2 Comente a seguinte afirmação: «Do que África necessita é de programas de desenvolvimento
sustentável, elaborados pelos próprios países, se possível, assistidos pelo exterior quando isso faz
sentido.»
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2. A ajuda dos países mais ricos é importante para reduzir a pobreza em vastas regiões do planeta.
Todavia, grande parte da ajuda não chega a quem devia chegar.
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2.1 Indique três razões que justifiquem que uma parte significativa da ajuda ao desenvolvimento
não chegue ao seu destino.
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2.2 Proponha três soluções para tornar mais eficaz a aplicação do dinheiro que é afeto ao
desenvolvimento.
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