10 Dicas de Interpretação de Texto - Diogo Alves

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10 DICAS DE INTERPRETAÇÃO DE

TEXTO PARA CONCURSOS


PROF. DIOGO ALVES – @profdiogoalves
DOUTORANDO, MESTRE E ESPECIALISTA
LÍNGUA PORTUGUESA
1 – TIPOLOGIAS
Verbos no presente de modo atemporal – dissertação;
Verbos no passado com sequência cronológica – narração.
Ano: 2008 Banca: CESPE Órgão: SEDU-ES Prova: Professor - Língua Portuguesa

1) Predomina no texto a narração.


Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: SEFAZ-RS Prova: Assistente Administrativo Fazendário
2) Predominam no texto 1A1-I as tipologias textuais
a) descrição e narração.
b) argumentação e injunção.
c) exposição e narração.
d) exposição e injunção.
e) descrição e argumentação.
Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: Profissional Júnior - Formação
Administração
3) Os trechos de “Em 1954 [...] encanto” (L. 1-7) e “O gênio de organização [...]
monumentais.” (L. 29-36) caracterizam-se, quanto ao tipo de texto predominante, por
serem, respectivamente
a) descrição e narração
b) narração e argumentação
c) narração e descrição
d) argumentação e descrição
e) argumentação e narração
Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: Câmara Municipal de Araraquara - SP Prova: Assistente
de Departamento Pessoal
COMUNIDADES - DAS PRIMEIRAS ÀS NOVAS LEITURAS DO CONCEITO
(...)
Por meio dos autores reunidos por Fernandes, percebe-se que a ideia de comunidade
remete ao sentimento de vida em comum fundado nas relações de parentesco e
vizinhança, baseado na reciprocidade, norteado por laços afetivos que ligam indivíduos
que convivem em um mesmo espaço físico e nele adquirem os recursos básicos para a
sua subsistência. Cada um dos autores apresentados por Fernandes atribui valor a um
ou outro dos atributos. Mas, se pudéssemos identificar um tipo ideal de comunidade,
no sentido weberiano do termo, a partir dos diversos autores reunidos por Fernandes,
esta teria: base territorial comum, fortes laços afetivos, reciprocidade, autonomia
política e econômica e subordinação do individual ao social.
Já uma sociedade seria definida por relações voluntárias e contratuais. Na medida em
que compartilham determinado interesse, indivíduos podem se associar para alcançar
objetivos relacionados ao mesmo, embora não necessariamente tenham outros
aspectos de suas vidas compartilhados, tais como relações de parentesco,
interdependências econômicas ou convivam numa mesma base territorial. Portanto, o
conceito de sociedade é mais amplo e inclui o de comunidade.
Essa diferenciação conceituai vem à tona a partir do aprofundamento do processo da
divisão social do trabalho. A fragmentação das atividades laborais, a prevalência do
contrato sobre o status, a multiplicação dos grupos formais, a passagem da família para
o Estado como forma de organização social predominante e a ampliação e
internacionalização das trocas comerciais são algumas condições sociais que promovem
modos de vida societários e fundamentam a separação conceituai entre comunidade e
sociedade; e, mesmo, sugerem a passagem da primeira forma à segunda como modo
predominante de agrupamento social, embora a bibliografia seja quase unânime em
afirmar a coexistência entre as duas formas sociais ao longo da História. (...)
http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83089 - acesso em 02/05/2016.
4) Ao ler o texto acima mencionado, identifique a qual tipo de texto pertence. Assinale
a alternativa correta.
a) Informativo
b) Literário
c) Crônica
d) Narração
Ano: 2017 Banca: CS-UFG Órgão: IF-GO Prova: Administrador
Fome é causada pela má distribuição e não pela falta de alimentos
Em 2050, a população da Terra deverá chegar a 9 bilhões de pessoas. Já hoje não se consegue alimentar os
atuais 6 bilhões. Especialistas alertam que será preciso encontrar novas concepções para lidar com o problema.
Se em 2008 o número de vítimas da fome no mundo havia sido reduzido para menos de 1 bilhão, já em
junho de 2009 essa marca foi ultrapassada. Neste ano, o número de famintos aumentou em 150 milhões.
Muitas das soluções encontradas em certos países em desenvolvimento não dão mais conta do crescimento
populacional.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) já tinha reconhecido há 20 anos que
"o problema não é tanto a falta de alimentos, mas a falta de vontade política". Como a pobreza é o principal
causador da fome, esta diminui em países que empreendem políticas capazes de gerar empregos e renda. Em
contrapartida, onde há despotismo, há fome e morte por inanição.
Além disso, nos últimos anos, houve logo três crises que fizeram aumentar o número de famintos no
chamado Terceiro Mundo. De 2007 a 2008, os custos extremamente altos de alimentos provocaram um
aumento da fome. Mal os preços haviam baixado novamente, tais países foram atingidos pela crise financeira e
pela recessão global, que provocou um colapso das exportações. A isso, somam-se as secas e más colheitas
causadas pela mudança climática.
Desenvolvimento era sinônimo de industrialização
No entanto, há suficiente alimento no mundo para o sustento diário de todos os habitantes
do planeta, afirma Benedikt Haerlin, da fundação Zukunftsstiftung Landwirtschaft, que apoia
projetos ecológicos e sociais no setor agrícola. "Hoje produzimos alimentos demais. Muito
mais do que seria necessário para alimentar a população atual, sendo que ainda nem estamos
perto de esgotar o potencial da alimentação direta. E, para pequenos produtores rurais, dobrar
a produção custa pouco", argumenta Haerlin, que participou da elaboração do Relatório
Internacional sobre Ciência e Tecnologia Agrícolas para o Desenvolvimento (IAASTD, na sigla
em Inglês) de 2008.
O desenvolvimento rural e agrário esteve por muito tempo fora de moda. Desenvolvimento
era sinônimo, principalmente de industrialização, exportação e urbanização. Hoje, mais da
metade da população mundial vive em cidades – e, aos poucos, percebe-se que todos
precisam comer e que nas cidades nada se planta. Isso se reflete também na ajuda ao
desenvolvimento. O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) passaram a
conceder empréstimos para o desenvolvimento agrário.
Problema não é a quantidade
"Se temos 1 bilhão de pessoas que passam fome por não ter dinheiro para comprar comida e
outro bilhão de clinicamente obesos, alguma coisa está obviamente errada", alerta Janice Jiggings, do
Instituto Internacional para Meio Ambiente e Desenvolvimento em Londres. "O sistema agrário saiu
do controle e, no futuro, não estaremos mais em condições de nos alimentar de forma pacífica e
civilizada. Precisamos mudar todo o sistema. O consumidor já nota isso e, aos poucos, os políticos
também.”
Utilizar adubo artificial em solo ressecado, a fim de duplicar a produção agrária não é a solução.
Atualmente, a agricultura já é uma das atividades que mais prejudicam o meio ambiente, não apenas
sob o aspecto do desmatamento em favor de plantações e monoculturas, mas também porque a
agricultura industrial contribui consideravelmente para a emissão de gases-estufa na atmosfera.
"A ideia de que somos cada vez mais numerosos e por isso precisamos produzir mais é
equivocada. Precisamos é produzir melhor. Menos da metade dos grãos hoje em dia é destinada à
alimentação, enquanto a maior parte serve para fabricar rações animais, biocombustíveis e outros
produtos industriais", explica Haerlin. "Aí fica claro que o problema não é se somos ou não
materialmente capazes de produzir mais, e sim se há comida suficiente lá onde é necessária",
conclui.
Menos desperdício
Já hoje existe mais comida que o necessário, garante o diretor-executivo do
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner. E sem
cultivar um quilômetro quadrado que seja a mais, seria possível alimentar toda a
população do planeta.
"Ao mesmo tempo que temos uma crise de alimentos, jogamos fora 30% a 40% dos
alimentos produzidos. Ao invés de nos perguntarmos onde podemos encontrar mais
terra para cultivar ou se será preciso plantar na Lua, deveríamos olhar para o nosso
quintal. Temos que encontrar estímulos financeiros para evitar que se jogue comida
fora", conclui.

JEPPESEN, H.; ZAWADZKY, K.; ABDELMALACK, R. Fome é causada pela má distribuição e não pela falta de alimentos . Disponível em:<http://www.dw.com/pt-
br/fome-%C3%A9-causada-pela-m%C3%A1-distribui%C3%A7%C3%A3o-e-n%C3%A3o-pela-falta-de-alimentos/a-4792836>. Acesso em: 14 ago. 2017. (Adaptado).
5) Em relação à sequencialidade textual, o principal recurso empregado no texto é a
a) narração.
b) injunção.
c) argumentação.
d) descrição.
2 – CONECTIVOS E SUAS IDEIAS NO TEXTO
Texto 2 – Violência: O Valor da vida
Kalina Vanderlei Silva / Maciel Henrique Silva, Dicionário de conceitos
históricos. São Paulo: Contexto, 2006, p. 412

A violência é um fenômeno social presente no cotidiano de todas as sociedades sob


várias formas. Em geral, ao nos referirmos à violência, estamos falando da agressão
física. Mas violência é uma categoria com amplos significados. Hoje, esse termo denota,
além da agressão física, diversos tipos de imposição sobre a vida civil, como a repressão
política, familiar ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de determinados
indivíduos e, ainda, o desgaste causado pelas condições de trabalho e condições
econômicas. Dessa forma, podemos definir a violência como qualquer relação de força
que um indivíduo impõe a outro.
Consideremos o surgimento das desigualdades econômicas na história: a vida em
sociedade sempre foi violenta, porque, para sobreviver em ambientes hostis, o ser
humano precisou produzir violência em escala inédita no reino animal.
Por outro lado, nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma ferramenta de
sobrevivência e passou a ser um instrumento da organização da vida comunitária. Ou
seja, foi usada para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam alguns
teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se complexificaria. Essa desigualdade
social é o fenômeno em que alguns indivíduos ou grupos desfrutam de bens e valores
exclusivos e negados à maioria da população de uma sociedade. Tal desigualdade
aparece em condições históricas específicas, constituindo-se em um tipo de violência
fundamental para a constituição de civilizações.
6) Entre os conectivos abaixo sublinhados, aquele que tem seu significado
corretamente indicado é:
a) “Mas violência é uma categoria com amplos significados”. / explicação;
b) “Mas violência é uma categoria com amplos significados”. / meio ou instrumento;
c) “Hoje, esse termo denota, além da agressão física...” / adição;
d) “...para sobreviver em ambientes hostis” / direção;
e) “Por outro lado, nas sociedades complexas...” / lugar.
Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: IBGE Prova: Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas
7) Entre os conectivos destacados abaixo, aquele que tem seu valor semântico corretamente
indicado é:
a) “O valor recebido pelo primeiro grupo representa apenas 1,4% de todos os rendimentos gerados
por trabalho no país, enquanto os 10% mais ricos concentraram 40,3% do total de rendimento”
(Texto 10) / adversidade;
b) “De uma forma geral, porém, a desigualdade no país continua apresentando uma melhora
gradual” (Texto 10) / explicação;
c) “Depois de anos de aumento vertiginoso, o número de residências com computador teve a
primeira leve queda” (Texto 8) / lugar;
d) “O IBGE classifica como "desocupadas" pessoas que não estão empregadas” (Texto 6) /
comparação;
e) “A queda vem sendo quase constante de 2001 para cá, embora tenha permanecido no mesmo
patamar entre 2011 e 2013” (Texto 4) / concessão.
Ano: 2010 Banca: MOVENS Órgão: DNPM Prova: Especialista em Recursos Minerais -
Auditoria Externa
8) O texto acima tem como ideia central a
a) plena consciência do homem de que sem saúde, sem alimento e sem dinheiro
ninguém sobrevive.
b) sátira sobre a irracionalidade do homem ao poluir e ao degradar o meio ambiente
em busca de dinheiro para garantir seu bem-estar.
c) correta e justa argumentação de que se torna imprescindível degradar o meio
ambiente para se alcançar o progresso mundial.
d) preocupação do homem com a sujeira da água e a poluição do ar.
e) racionalidade do homem ao buscar o seu bem-estar.
3 – DESTACAR A IDEIA NUCLEAR
Ano: 2014 Banca: IF-CE Órgão: IF-CE Prova: Administrador
COMO PROCESSAR QUEM NÃO NOS REPRESENTA?
Não somos vândalos. E deveríamos ganhar flores. Cidadãos que respeitam as regras são
diariamente maltratados por serviços públicos ineficientes. Como processar o prefeito e
o governador se nossos impostos não se traduzem no respeito ao cidadão? Como
processar um Congresso que se comporta de maneira vil, ao manter como deputado,
em voto secreto, o presidiário Natan Donadon, condenado a 13 anos por roubo de
dinheiro público?
Se posso ser multada (e devo ser) caso jogue no chão um papel de bala, por que não
posso multar o prefeito quando a cidade não funciona? E por que não posso multar o
governador, se o serviço público me provoca sentimentos de fúria e impotência? Como
punir o vandalismo moral do Estado? Ah, pelo voto. Não, não é suficiente. Deveríamos
dispor de instrumentos legais para processar quem abusa do poder contra os eleitores
– e esse abuso transcende partidos e ideologias. [...]
(Texto retiradodo artigo de Ruth Aquino. Revista Época, 02/09/2103.)
9) O texto apresenta como ideia central:
a) Inúmeros questionamentos e dúvidas que demonstram a falta de informação da
autora sobre o modo de punir o serviço público de má qualidade.
b) Questionamentos retóricos que refletem a indignação da autora diante dos
desmandos de políticos e de instituições públicas contra os cidadãos que não têm como
punir os que deviam representá-los
c) A ideia de que o cidadão que não é vândalo tem que ser bem tratado pelos políticos
e pelos servidores públicos.
d) A discussão de que é pelo voto que podemos punir os políticos e seus partidos pelo
desrespeito imposto aos cidadãos.
e) A ideia de que abusos contra os cidadãos que não são eleitores ocorrem todos os
dias e devem ser punidos.
4 – ATENÇÃO AOS COMANDOS!
Ano: 2018 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: Advogado
10) Assinale a alternativa incorreta.
a) Esqueci o caderno em casa.
b) Lembrei-me de que tinha um compromisso hoje.
c) Referiu-se àquilo que vira no teatro.
d) A aluna a que me refiro faltou hoje.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
5 – VOCÁBULOS RELATORES
Ano: 2012 Banca: CEPERJ Órgão: SEAP-RJ Prova: Inspetor de Segurança
11) Os pronomes podem retomar palavras e expressões ou ainda ideias inteiras, já
enunciadas no texto.
A alternativa em que o pronome destacado retoma toda uma ideia apresentada
anteriormente é:
a) “Esse, entretanto, é um assunto importantíssimo” (1º parágrafo)
b) “a medicina amplia seu arsenal terapêutico” (1º parágrafo)
c) “cabe a cada qual fazer suas próprias escolhas” (3º parágrafo)
d) “dar uma espiadela em como pensam aqueles” (3º parágrafo)
e) “eles são bem mais comedidos” (4º parágrafo)
Ano: 2018 Banca: IMA Órgão: Prefeitura de Milton Brandão - PI Prova: Professor -
Português
12) Todo texto possui parágrafos em sua estrutura. Sobre essa organização é
INCORRETO afirmar:
a) Um parágrafo-padrão possui uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.
b) Tópico frasal é a oração que traz a ideia central de um parágrafo.
c) A mudança de parágrafo deve ocorrer quando não há mais desenvolvimento da
ideia-núcleo.
d) Cada parágrafo tem uma ideia central, sendo a ideia principal do texto colocada no
parágrafo de conclusão.
Ano: 2018 Banca: COMPERVE Órgão: SESAP-RN Prova: Administrador
A entrevista clínica não é uma conversa como outra qualquer!
Celmo Celeno Porto
Entende-se qualquer entrevista como uma técnica de trabalho, durante a qual duas
pessoas, em concordância formal ou implícita, encontram -se para uma conversa, cuja
característica principal é estar relacionada com os objetivos de ambos.
É tão especial a entrevista clínica que ela tem nome diferente – anamnese. O papel
de uma dessas pessoas – no caso, o médico ou o estudante de medicina – é coletar
informações, enquanto o da outra – o paciente – é de fornecê-las. Diferentemente de
outras entrevistas, no caso da médica, o objetivo não fica restrito a obter informações.
Outro objetivo é estabelecer um bom relacionamento entre o médico e o paciente,
condição fundamental para uma boa prática médica.
Há muitas maneiras de se fazer uma entrevista; melhor dizendo, há diferentes
técnicas , mas em todas devem ser destacadas a arte do relacionamento e o processo
comunicacional. Primeiramente, deve ficar claro que uma entrevista médica não é uma
conversa como qualquer outra! Além da capacidade de dialogar – falar e ouvir, mais ouvir
do que falar –, o médico precisa saber ler nas entrelinhas, observar gestos, para
compreender todos os significados contidos nas respostas.
Roteiros são úteis, mas é necessário saber usá-los com a flexibilidade exigida pelas
peculiaridades de cada paciente. Raciocínio clínico é a técnica e a arte de organizar os
dados que vão surgindo, alguns significativos por si mesmos, outros a exigir novas
indagações, que vão tornando compreensível o relato do paciente.
Não se nasce sabendo fazer uma entrevista médica. O que se aprende
espontaneamente é conversar. Entrevistar um paciente exige conhecimentos específicos e
intenso treinamento, tal como o aprendizado de qualquer habilidade. Os estudantes, às
vezes, confundem ser "bom de conversa" com saber realizar uma anamnese. Facilidade
para entabular uma conversação pode até ajudar, mas não é tudo.
Uma questão relevante, mas nem sempre considerada, é o registro dos dados obtidos
durante a entrevista. Anotações, do próprio punho, das informações mais importantes é a
maneira habitual. Contudo, cresce cada vez mais a utilização de computadores. A gravação de
entrevistas, que esteve em moda há alguns anos, praticamente está abolida na prática médica,
tornando-se restrita a alguns tipos de pesquisa. Não é proibido "digitar" as informações
obtidas na anamnese; no entanto, a atenção exagerada ao computador é nociva. Não foram
poucos os pacientes que me disseram ter abandonado um médico porque "ele tinha sua
atenção inteiramente voltada para o computador".
Não há necessidade de descrição minuciosa de todas as informações, a não ser na fase em
que o estudante está fazendo seu treinamento inicial. É conveniente registrar reações
imprevistas, informações não verbais, gestos ou expressões faciais. Basta uma palavra ou uma
frase, como "olhos lacrimejaram", "expressão de espanto", "gestos de impaciência", para
registrar uma informação, sem necessidade de descrevê-la, fato que pode se revelar um dos
mais importantes de uma entrevista. Ao final da anamnese, é interessante que se faça para o
paciente um resumo das informações obtidas, criando oportunidade para correções ou
acréscimos.
Portanto, fazer entrevista é uma arte que se aprimora com o tempo e à medida que se
ganha experiência, mas ela só floresce verdadeiramente quando há um verdadeiro
interesse em estabelecer uma boa comunicação com paciente.
Em uma entrevista clínica, parte das regras sociais de etiqueta não é aplicada. A
conversa é centrada no paciente e, por isso, além de outros motivos, é considerada uma
relação assimétrica, com características próprias: ausência de intimidade – uma condição
que é essencial –, objetivos específicos, limite de tempo, locais preestabelecidos. Além
disso, a frequência dos encontros é muito variável, podendo restringir-se a uma única vez
ou repetidas vezes ao longo dos anos.
O primeiro encontro tem um significado especial e dele pode depender o sucesso ou o
fracasso de um tratamento. O primeiro olhar, as primeiras palavras, os primeiros gestos
podem ser decisivos na relação do médico com o paciente. Tanto pode ser uma ponte
entre eles, por meio da qual vão transitar informações e emoções, como um muro que
obstrui completamente a comunicação entre um e outro. Essa é uma das características
mais evidentes de uma medicina de má qualidade.
Por fim, é essencial saber considerar a entrevista como principal elemento que
estabelece o relacionamento entre duas pessoas. O sucesso de uma entrevista depende
justamente da qualidade do relacionamento que o médico é capaz de estabelecer com
o paciente. Em outras palavras: o que precisa ser compartilhado é o sentimento de
compreensão e confiança mútua.
Disponível em: <http://www.rmmg.or> . Acesso em: 21 dez. 2017. [Adaptado]

13) Nos três parágrafos que encerram o texto, a ideia principal encontra-se explicitada
a) no período inicial de cada um deles.
b) no período final de cada um deles.
c) no período inicial apenas dos dois últimos.
d) no período final apenas dos dois primeiros.
Ano: 2015 Banca: EXATUS Órgão: BANPARÁ Prova: Técnico Bancário
O homem que conheceu o amor
1º Do alto de seus oitenta anos, me disse: “Na verdade, fui muito amado.". E
__________ isto com tal plenitude como quem dissesse: sempre me trouxeram flores,
sempre comi ostra .......... beira-mar.

2º Não havia arrogância em sua frase, mas algo entre a humanidade e a petulância
sagrada. Parecia um pintor, que olhando o quadro terminado assina seu nome embaixo.
Havia um certo fastio em suas palavras gestos. Se retirava de um banquete satisfeito.
Parecia pronto para morrer, já que sempre estivera pronto para amar.
3º Aquele homem me confessou que amava sem nenhuma coerção. Não lhe encostei
.......... faca no peito cobrando algo. Ele é que tinha algo a me oferecer. Foi muito
diferente daqueles que não confessam seus sentimentos nem mesmo debaixo de um
“pau-de-arara": estão ali se afogando de paixão, levando choques de amor, mas não se
entregam. E, no entanto, basta ler-lhes a ficha que está tudo lá: traficante ou
guerrilheiro do amor.

4º Uns dizem: casei várias vezes. Outros assinalam: fiz vários filhos. Outro dia li numa
revista um conhecido ator dizendo: tive todas as mulheres que quis. Outros, ainda,
dizem: não posso viver sem fulana (ou fulano). Na Bíblia está que Abraão gerou Isac,
Isac gerou Jacó e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas nenhum deles disse: “Na
verdade, fui muito amado.".
5º Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele homem desfechou sobre mim
aquela frase, me senti não apenas como o filho que quer ser engenheiro como o pai.
Senti-me um garoto de quatro anos, de calças curtas, se dizendo: quando eu crescer
quero ser um homem de oitenta anos que diga: “Amei muito, na verdade, fui muito
amado.". Se não pensasse isto, não seria digno daquela frase que acabava de me ser
ofertada. E eu não poderia desperdiçar uma sabedoria que levou oitenta anos para se
formar. É como se eu não visse o instante em que a lagarta se transformaria em libélula.

6º Ouvindo-o, por um instante, suspeitei que a psicanálise havia fracassado; que tudo
aquilo que Freud sempre disse de que o desejo nunca é preenchido, que se o é, o é por
frações de segundos, e que a vida é insatisfação e procura, tudo isto era coisa
passada. Sim, porque sobre o amor há muitas frases inquietantes por aí.
7º Frase que se pode atualizar: eu era amado e não sabia. Porque nem todos sabem
reconhecer quando são amados. Flores despencam em arco-íris sobre sua cama, um
banquete real está sendo servido e, sonolento, olha noutra direção.

8º Sei que vocês vão me repreender, dizendo: deveria ter-nos apresentado o personagem,
também o queríamos conhecer, repartir tal acontecimento. E é justa a reprimenda. Porque
quando alguém está amando, já nos contamina de jasmins. Temos vontade de dizer, vendo-
o passar: ame por mim, já que não pode se deter para me amar a mim. Exatamente como
se diz a alguém que está indo .......... Europa: por favor, na Itália, coma e beba por mim.

9º Ver uma pessoa amando é como ler um romance de amor. É como ver um filme de
amor. Também se ama por contaminação na tela do instante. A estória é do outro, mas
passa das páginas e telas para a gente.
10° Reconhece-se a cinquenta metros um desamado, o carente. Mas reconhece-se a
cem metros o bem-amado. Lá vem ele: sua luz nos chega antes de suas roupas e pele.
Sinos batem nas dobras de seu ser. Pássaros pousam em seus ombros e frases. Flores
está colorindo o chão em que pisou.

11° O que ama é um disseminador.

12° O bem-amado é uma usina de luz. Tão necessário .......... comunidade, que deveria
ser declarado bem de utilidade pública.

Affonso Romano de Sant'Anna.


14) Assinale a alternativa em que a conjunção destacada no texto indica uma ideia de
oposição:
a) mas – (2º parágrafo).
b) já que – (2º parágrafo).
c) como – (5º parágrafo).
d) quando – (5º parágrafo).
e) se não – (5º parágrafo).
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Itapevi - SP Prova: Controlador Interno
15) No sexto parágrafo, o verbo pensar em “Pensamos estar pensando...” veicula, em
cada ocorrência respectivamente, sentidos que equivalem a
a) rememorar e corroborar uma opinião.
b) refutar uma ideia e elucubrar.
c) induzir a erro e suscitar uma impressão.
d) fantasiar e agir com intransigência.
e) supor e conceber uma ideia.
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Barretos - SP Prova: Professor II - Artes

Na Finlândia, alunos agora ensinam tecnologia para professores e idosos

No pouco ortodoxo modelo de ensino que levou a Finlândia ao topo


dos rankings globais de educação, uma inovadora inversão de papéis começa a tomar
corpo: alunos estão dando aulas aos professores, para ensinar os mestres a otimizar o
uso de tecnologias de informação e comunicação nas escolas.
O projeto OppilasAgentti (“Agentes Escolares”, em tradução livre) está sendo
conduzido em cerca de cem escolas finlandesas, e a ideia é levar a nova experiência a
um número cada vez maior do universo de 3.450 instituições de ensino do país.
Trata-se de um modelo para desenvolver as competências tecnológicas não apenas dos
professores, mas de toda a comunidade escolar — e também do seu entorno: os alunos
da escola Hämeenkylä, por exemplo, também estão dando aulas aos idosos de um asilo
local sobre como usar redes sociais, iPads e outros dispositivos eletrônicos.
“Acreditamos que é importante ensinar nossas crianças a descobrir seus potenciais
e a desenvolver seus valores, e mostrar a elas o impacto positivo que cada indivíduo
pode exercer na sociedade”, observa Pasi Majasaari, diretor da escola Hämeenkylä, na
cidade de Vantaa, próxima à capital Helsinki.
Os alunos do projeto têm entre 10 e 16 anos de idade. Pelo sistema, os estudantes
interessados em participar se apresentam como voluntários e relatam suas
competências e habilidades em determinadas áreas. As escolas também oferecem
treinamento aos alunos, em aulas ministradas por especialistas de diferentes empresas
finlandesas que revendem soluções tecnológicas para o sistema de ensino do país.
A partir daí, os estudantes produzem um mapeamento das necessidades digitais da
escola, sob a orientação de um professor. Eles fazem então um planejamento das
atividades necessárias e passam a atuar em três frentes. Na sala dos professores, os
alunos dão aulas ocasionais sobre como usar diferentes dispositivos e aplicativos.
Professores também podem contatar os estudantes para pedir assistência individual, a
fim de solucionar pequenos problemas. E os alunos-mestres também atuam como
professores assistentes nas salas de aula, para prestar ajuda tanto aos professores
quanto a outros colegas de classe quando determinada lição envolve o uso de
tecnologia.
Inverter o papel tradicional dos alunos nas escolas é mais um pensamento fora da
caixa do celebrado sistema finlandês, que conquistou resultados invejáveis
nos rankings mundiais de educação com um receituário que inclui menos horas de
aulas, poucas lições de casa, férias mais longas e uma baixa frequência de provas.
(Claudia Wallin. www.bbc.com. Adaptado)
16) Duas expressões que veiculam a mesma ideia, no texto, são:
a) inversão de papéis (1° parágrafo); ensinar nossas crianças (4° parágrafo).
b) pouco ortodoxo modelo (1° parágrafo); pensamento fora da caixa (7° parágrafo).
c) valores (4° parágrafo); necessidades digitais (6° parágrafo).
d) voluntários (5° parágrafo); especialistas (5° parágrafo).
e) competências e habilidades (5° parágrafo); assistência individual (6° parágrafo).
Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: TST Prova: Técnico Judiciário – Segurança Judiciária
Está aberta a temporada de ipês. Eu definiria essas árvores como sendo o clichê menos
enfadonho de Brasília. Sim, porque, como parte do ciclo da natureza, eles brotam e colorem a
capital das mesmas cores, no mesmo período, todos os anos. É a repetição mais original trazida
pelo início da seca. Ainda que presença certa, os ipês são esperados com igual ansiedade a cada
estação. E eles não aparecem sozinhos. Mesmo que soberanos em uma paisagem ressequida, a
beleza dessas árvores − que exibem flores em cachos, de cores vistosas − é exaltada pela
questionável feiura das plantas mirradas do cerrado.
Os ipês ficam ainda altivos ao lado de árvores que hibernam em forma de seu próprio
esqueleto. Seus galhos aparentemente mortos, retorcidos, sem flores, sem folhas, se recolhem
para dar espaço à exuberância dos ipês em tons de roxo, rosa, amarelo ou branco. Na paisagem
desértica, eles ganham ainda mais destaque, o que me faz pensar que a natureza é mesmo um
belo exemplo de equilíbrio. Se brotassem todos juntos, teriam que dividir a majestade. Em
apresentação solo, viram reis absolutos, para os quais se dirigem aplausos, flashes, sorrisos e
agradecimentos pela beleza da vida. Excesso é veneno para a magia. Sábios, os ipês.
(Adaptado de: DUARTE, Flávia. Eu não me canso dos ipês. Disponível em: http://blogs.correiobraziliense.com.br, 17.07.2017)
17) A expressão Ainda que, no 1° parágrafo, sinaliza que o fato de os ipês terem sua
floração esperada com ansiedade a cada estação
a) contraria a ideia de que aquilo que se repete com regularidade deixa de ser recebido
com expectativa.
b) vai ao encontro da ideia de que os eventos que ocorrem de maneira sistemática são
mais interessantes.
c) corrobora a ideia de que os acontecimentos sazonais tendem a ser interpretados
como surpreendentes.
d) ilustra a ideia de que a recorrência periódica de um evento torna-o paulatinamente
mais esperado.
e) confirma a ideia de que a repetição de uma ação ao longo do tempo faz com que ela
ganhe em relevância.

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