Pecuaria

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Anais do 5° Simpósio sobre
Bovinocultura de Corte

PECUARIA DE CORTE
INTENSIVA /

NOS TROPICOS
Editores
FLÁVIO AUGUSTO PORTELA SANTOS
JOSÉ CARLOS DE MOURA
VIDAL PEDROSO DE FARIA

Apoio

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~ ~~~O~ACJONAL
CIENTJFICO
OE OESENVOLVlMENTO
E TECNOlóGlCO

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© FUNDAÇÃO DE ESTUDOS AGRÁRIOS
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13416-000 Piracicaba, SP, Brasil
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I Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


I
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP

Simpósio sobre Bovinocultura de Corte (5.: 2004 : Piracicaba, SP)


Pecuária de corte intensiva nos trópicos; anais ... / editado
por Flávio Augusto Portela Santos, José Carlos de Moura e
Vidal Pedroso de Faria. -- Piracicaba : FEALQ, 2004.
398 p. : il.

1. Pecuária de corte I. Santos, F.A.P., ed. II. Moura, J.C. de,


ed. III. Faria, v.p. de, ed. IV. Título

CDD 636.0883 ~
L

ISBN 85-7133-031-X

As revisões técnica, ortográfica, de digitaçáo e ordenação de cada capítulo


são de responsabilidade de seuís) respectivo(s) autoríes).

Nenhuma parte desta obra poderá ser traduzida, reproduzida,


armazenada ou transmitida por meio eletrõnico, mecânico,
de fotocópia, de gravação e outros, sem autorização da
Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz - FEALQ.
<r; 8b
148 I Anais do SQ Simpósio sobre Bovinocultura de Corte

do D160 (dias para ganhar 160 kg entre o nascimento e a desma-


ma), D240 e outros. Para lidar com qualidade do produto e, princi-
Utilização de cruzamentos
palmente, consistência em qualidade, instrumental baseado na
média harmônica está muito melhor aparelhado do que os basea-
industriais na pecuária
dos na média aritmética, que-deu sustentação aos procedimentos de corte tropical
utilizados no melhoramento genético animal até o presente .
.'
I

/
5. REFERÊNCIAS BIBLIOctRÁFICAS
Maurício Mello de Alencar '
BANOS, G. 1999. Identifying genetically superior stock across country. ln:
Lopes et a!. (1999). Anais do Simp6sio Internacional de Genética e
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sa,MG.
GENSYS Consultores Associados S/C Ltda. 2001. Sumário Nelore Aliança.
Porto Alegre, RS. 54p.
LAGOA DA SERRA LTDA. 2003. Sumário PAINT Consolidado 2002. Ser-
1. INTRODUÇÃO
tãozinho, SP. 78p.
LAGOA DA SERRA LTDA. 2003. Sumário PAINT Consolidado 2003 - O Nos últimos anos, pressões impostas pela abertura de merca-
GPS do Nelore. Sertãozinho, SP. 42p. dos, além da competição exercida por outros tipos de carnes e da
PIMENTEL, E.C.G., FRIES, L.A., QUEIROZ, S.A., KNACKFUSS, F.B.,
concorrência por área pelas atividades agrícolas, têm exigido maior
BRUNELI, F.A.T., OTAVIANO, A.R 2002. Efeitos do uso de informa-
ção externa em avaliações genéticas. Anais do 5° Congresso Brasilei- eficiência do setor produtivo de carne bovina do Brasil. A competi-
ro das Raças Zebuínas. ABCZ, Uberaba, MG. p.275-277. tividade tornou-se elemento fundamental no setor pecuário de cor-
SCHAEFFER, L.R 1985. Model for international evaluation of dairy sires. te e, com ela, a necessidade de se disponibilizar para o mercado
LPS (12): 105-115. consumidor produtos de qualidade com preços acessíveis. Produzir
SCHAEFFER, L.R 1994. Multiple country comparison of dairy sires. JDS de forma eficiente e eficaz tornou-se sinônimo de sobrevivência ou
(77): 2671-2678.
permanência no negócio.
SCHAEFFER, L.R 1996. Multiple country evaluations. In: Tópicos avan-
çados em melhoramento animal. Unesp, Jaboticabal, SP, 11-15. O Brasil, no cenário mundial, apresenta o segundo maior reba-
(mimeo) nho de gado bovino (167 milhões de animais), é o segundo maior
ZHANG, Z.W.; QUAAS, RL.; POLLAI<:,E.J. Simulation study on the effects produtor de carne bovina (7,6 milhões de toneladas de equivalente-
of incorporating external genetic evaluation results. In: Proc. 7th
WCGALP, 2002, Le Corum, Montpellier - France. Session 20. Commu-
carcaça) e o segundo em número de abates (37,1 milhões de ani-
nication 20-14. mais); entretanto, a taxa de abate (24%) ainda é baixa, quando com-
parada às taxas de outros países, como Austrália (32%), Nova Ze-

1. Pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste - CPPSE, Caixa Postal


339, CEP 13560-970, São Carlos, SP. E-mail: maurí[email protected]
150 I Anais do 52 Simpósio sobre Bovinocultura de Corte Pecuária de Corte Intensiva nos Trópicos I 151

lândia (40%) e Estados Unidos (36%), este último, o maior produtor cionamento mais rápidas e menos traumáticas, satisfazendo dife-
de carne bovina, com 11,6 milhões de toneladas (Anualpec, 2003; rentes exigências de mercado.
projeções para 2003). Isto mostra que, apesar dos esforços de mo- Os objetivos deste trabalho são: 1) apresentar uma síntese do
dernização da pecuária de corte brasileira nas últimas décadas, a desempenho de animais cruzados no Brasil; 2) apresentar algumas
eficiência produtiva do setor ainda é baixa. Dentre os principais considerações sobre o uso do cruzamento entre raças; e 3) apresen-
fatores inibidores da produção de carne bovina no Brasil estão aque- tar alguns sistemas de cruzamento.
les ligados ao baixo potencial genético dos rebanhos, ou sua não-
adequação ao ambiente e ao manejo.
2. DESEMPENHO DE BOVINOS CRUZADOS NO BRASIL
Grande parte do rebanho bovino do Brasil é de gado Zebu ou de
animais com alguma mestiçagem de Zebu. Isto se deve, certamen- Pelo fato de o produtor estar interessado em aumentar a pro-
te, à sua adaptabilidade às condições das regiões de clima tropical. dutividade, ele pode combinar raças de tal maneira que os ganhos
Entretanto, o gado zebuíno é menos produtivo do que o gado das de produtividade sejam elevados significativamente, para deter-
raças européias, britânicas e continentais, sob condições favoráveis minado ambiente de criação. Para tal, ele precisa utilizar raças
de ambiente, ou seja, em climas amenos, sob baixa infestação para- superiores para determinados atributos, que, quando combinadas,
sitária e boas condições nutricionais. Por outro lado, sob condições expressam maior vigor híbrido. O que se procura com o cruzamento
tropicais onde há presença de parasitas (carrapato e helmintos), o entre raças é utilizar de maneira criativa as diferenças genéticas
calor é intenso e a alimentação é pobre, tanto em qualidade quanto existentes entre as raças, organizando acasalamentos visando à
em quantidade, em boa parte do ano, a utilização de raças euro- obtenção de melhor combinação aditiva e não-aditiva nos animais
péias não é recomendável. Existem, entretanto, algumas estraté- do sistema.
gias para contornar esses problemas, entre elas, a seleção do gado O desempenho dos animais cruzados depende dos efeitos aditi-
existente para características de valor econômico. Essa alternativa vos (efeitos de raça) e heteróticos que, por sua vez, dependem das
tem sido utilizada no Brasil, contudo, produz resultados a longo raças que são cruzadas, da característica considerada e do ambiente
prazo e há necessidade de se determinar critérios de seleção mais dado aos animais. As raças apresentam diferentes valores (méri-
adequados para certas características, tais como qualidade da car- tos) para os efeitos aditivos (raças grandes, pequenas, férteis, de
ne, temperamento e eficiência reprodutiva. Em razão da disponibi- boa habilidade leiteira, adaptadas ou não etc.) e a combinação aditiva
lidade de grande número de raças de bovinos, biologicamente dife- é importante na determinação do desempenho dos animais cruza-
rentes, a formação de raças sintéticas ou compostas, pelo cruzamento dos. A heterose é normalmente maior quando as raças cruzadas são
de duas ou mais raças, e a utilização sistemática do cruzamento bem distintas (maior heterose do cruzamento Europeu x Zebu do
entre raças das espécies Bos taurus e Bos indicus, resultando em que dos cruzamentos Europeu x Europeu e Zebu x Zebu). Caracte-
animais com bom potencial produtivo em ambientes tropicais, como rísticas de elevada herdabilidade (ganho de peso e carcaça) apre-
conseqüência da heterose e da complementaridade entre raças, po- sentam menor heterose do que características de baixa herdabili-
dem ser usadas no sentido de adequar tipo de animal e ambiente, dade (fertilidade, viabilidade e habilidade materna).
para aumentar a produtividade dos sistemas de produção mais ra- No Brasil, há várias décadas vêm sendo desenvolvidos traba-
pidamente. Essa última estratégia possibilita também maior flexi- lhos de pesquisa no sentido de estudar os bovinos cruzados para a
bilidade aos sistemas de produção, permitindo mudanças de dire- produção de carne. Alencar (1997) e Borba (1999) fizeram revisões
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amplas dos trabalhos realizados no Brasil no período de 1934 a 1998. que nos cruzados, fato este importante quando se considera a ne-
Essas revisões ilustram bem alguns daqueles fatores citados que cessidade de cobertura de gordura mínima para proteção da carne
influenciam o desempenho dos animais cruzados em relação aos no resfriamento.
puros. Os trabalhos, em geral, comparam os animais cruzados com Ainda com base nas revisões de Alencar (1997) e Borba (1999),
uma das raças puras, normalmente zebuína nas regiões Sudeste e para as características de crescimento em pastagens, as diferen-
Centro-Oeste e às vezes taurina na Região Sul, sendo que várias ças dos cruzados em relação às raças européias são relativamente
raças taurinas (E), zebuínas (Z) e sintéticas foram utilizadas nos menores, mostrando a elevada habilidade de ganho de peso dos
trabalhos revisados. Em resumo, os animais cruzados são, em ge- animais de raças européias. Para as características em confina-
ral, mais pesados em regime de pastagens do que os zebus e a dife- mento (peso de abate, ganho de peso, consumo de matéria seca,
rença relativa dos FIE x Z (9% a 24%, dependendo da idade) é consumo de matéria seca / 100 kg de peso e conversão alimentar) o
maior do que a dos Z x Z (1% a 8%, dependendo da idade), ilustran- desempenho dos animais cruzados em relação aos puros europeus
do que quanto mais divergentes são as raças cruzadas, maiores são é bem variado.
as diferenças em relação à raça pura. Até a desmama, os animais Os resultados dos trabalhos de pesquisa em cruzamentos no
cruzados de três raças (E x EZ e Z x EZ) apresentam as maiores Brasil permitem concluir que:
diferenças (29% a 36%, dependendo da idade e do cruzamento) re- 1) Os animais cruzados são, em geral, superiores aos puros para
lativas ao Zebu, ilustrando o acúmulo de vigor híbrido do bezerro e características de crescimento a pasto e em confinamento,
da vaca. Os animais retrocruzados (Z x EZ) são também superiores mas não para características de carcaça.
(7% a 17%, dependendo da idade) aos Zebu, mas a superioridade é 2) As fêmeas cruzadas são superiores às fêmeas puras para
maior até a desmama. Os cruzados com touros Fie com touros de características reprodutivas e produzem bezerros mais pe-
novas raças são também superiores (3% a 10%, dependendo da ida- sados do que os puros quando retrocruzadas ou cruzadas com
de), mas a superioridade é menor do que quando o cruzamento é touros de uma terceira raça. Este fato sugere a manutenção
com touro puro de raça européia. Para as características em confi- dessas fêmeas no sistema de produção, visando elevar a taxa
namento (peso de abate e ganho em peso) os animais cruzados são de desmama. Elas são, entretanto, mais pesadas, sugerindo
também superiores. Para as características de eficiência reproduti- maior exigência alimentar para manutenção, o que pode se
va de fêmeas (taxas de prenhez e parição, intervalo de partos e tornar um fator altamente desfavorável, dependendo das
outras - idade na puberdade, primeira concepção e primeiro parto) condições de criação.
e produção de leite, os animais cruzados são, em geral, superiores, 3) Os touros FI e de novas raças são uma boa opção para cruza-
e a superioridade é maior do que para as características de cresci- mento comercial, naquelas situações em que a inseminação
mento, ilustrando que o vigor do animal cruzado é maior para ca- artificial não é utilizada e o uso do touro puro de raça euro-
racterísticas de baixa herdabilidade. Para características de carca- péia não é viável.
ça há superioridade dos cruzados, como esperado, para o peso da É importante frisar, entretanto, que esses resultados, em ge-
carcaça e para a área de olho de lombo. Para o rendimento de carca- ral, são baseados em trabalhos feitos em fases isoladas do sistema
ça, característica de elevada herdabilidade, normalmente não há . de produção, não levando em conta o sistema como um todo. Ava-
diferença entre cruzados e puros. A espessura de gordura, entre- liação mais precisa levaria em conta todas as fases do sistema, como
tanto, é maior nos animais zebuínos (Nelore, principalmente) do cria, recria e terminação, avaliando-se também todos os grupos ge-
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Anais do 52 Simpósio sobre Bovinocultura de Corte Pecuária de Corte Intensiva nos Trópicos 155
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néticos envolvidos no sistema. Além disso, nos últimos anos, por to, a conversão alimentar e características quantitativas e qualita-
várias razões, verificou-se importante melhoria genética do gado tivas da carcaça. Além disso, vários outros estudos são feitos: de-
bovino de corte do Brasil, principalmente das raças zebuínas, suge- terminação das exigências de energia, proteína e minerais para cres-
rindo a necessidade de reavaliação da superioridade dos animais cimento e exigências de energia para mantença, gestação e lacta-
cruzados Europeu x Zebu em relação ao Zebu. Pensando nisso tudo, ção dos animais dos diferentes grupos genéticos produzidos; rela-
iniciou-se, em 1997, na Embrapa Pecuária Sudeste, São Carlos, SP, ção mãe-filho e o comportamento do neonato e seus efeitos sobre a
um projeto de pesquisa com a participação da Escola Superior de sobrevivência e o desenvolvimento de bezerros dos vários grupos
Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq-USP), Piracicaba, SP, da Fa- genéticos produzidos; avaliação da existência de correlação entre
culdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV-Unesp), Jabo- distâncias genéticas entre parentais e heterozigosidade na progê-
ticabal, SP, e do Instituto de Zootecnia do Estado de São Paulo, nie e da existência de correlação entre heterozigosidade e desempe-
Nova Odessa e Sertãozinho, SP. O projeto (Estratégias de cruzamen- nho dos animais; e avaliação de impacto ambiental em sistemas
tos, práticas de manejo e biotécnicas para intensificação sustenta- intensivos de produção de bovinos de corte a pasto. A seguir são
da da produção de carne bovina) compreende a avaliação de estra- apresentados, de forma resumida, alguns resultados preliminares
tégias de utilização de raças e sistemas de cruzamento entre raças desse projeto.
bovinas de corte, representando tipos biológicos diferentes, e práti- Durante a fase de cria, Packer et al. (2002) observaram, para
cas de alimentação e manejo, num esforço que permita a modela- animais nascidos no outono, que os bezerros Nelore sob manejo in-
gem e a simulação das respostas em sistemas. Na fase de cria, são tensivo foram mais leves ao nascimento e à desmama do que os
avaliados cinco sistemas, a saber: SNR, sistema de produção de bezerros Canchim x Nelore, que foram mais leves do que os Angus
Nelore sob manejo não-intensivo (1,0 UAlha; sistema referência); x Nelore e Simental x Nelore, que não diferiram entre si, não ha-
SNI, sistema de produção de Nelore sob manejo intensivo (5,0 UN vendo também diferença entre os Nelore sob criação intensiva e
ha; com suplementação das vacas no inverno, fertilização das pas- extensiva. Alencar et al. (2002) verificaram que vacas Nelore ou de
tagens no verão e fornecimento de creep feeding aos bezerros nasci- alta mestiçagem de Nelore sob manejo intensivo produzem mais
dos no outono); SCI, sistema cruzado de duas raças (Canchim e quilograma de bezerro ao nascimento e à desmama por quilograma
Nelore) sob manejo intensivo; SSI, sistema cruzado de três raças de vaca ao parto, quando acasaladas com touros das raças Can-
(Simental, Nelore e Canchim) sob manejo intensivo; e SAI, sistema chim, Angus e Simental do que quando acasaladas com touros da
cruzado de três raças (Angus, Nelore e Canchim) sob manejo inten- raça Nelore. Bueno et al. (2000) verificaram que os bezerros Angus
sivo. São avaliados os vários sistemas quanto a características de x Nelore demoravam menos tempo para se levantar do que os be-
crescimento, habilidade materna, eficiência reprodutiva, resistên- zerros dos outros grupos genéticos e que eles demoravam menos
cia a parasitos e eficiência produtiva total. Nas fases de recria e de tempo para mamar do que os bezerros Nelore e Canchim x Nelore,
reprodução das fêmeas "puras" e cruzadas, são estudadas estraté- mas tempo semelhante ao dos bezerros Simental x Nelore.
gias de alimentação e de manejo para redução da idade à primeira Durante as fases de recria e de reprodução das fêmeas nascidas
cobertura e melhoria da eficiência reprodutiva. Nas fases de recria no outono, Rodrigues et al. (2002 e 2003) verificaram que, em pas-
e de terminação dos machos "puros" e cruzados, são estudadas es- tagens adubadas de Coastcross, sob pastejo rotacionado e dois ní-
tratégias de alimentação e de manejo para produção do bovino jo- veis nutricionais após a desmama, novilhas Angus x Nelore e Si-
vem, a pasto e em confinamento, em que são avaliados o crescimen- mental x Nelore apresentaram o primeiro cio, entraram em repro-
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Anais do 5º Simpósio sobre Bovinocultura de Corte Pecuária de Corte Intensiva nos Trópicos 157
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dução e pariram mais jovens do que novilhas Canchim x Nelore, carcaça foi maior para os cruzados Canchim e semelhante para os
que por sua vez apresentaram o primeiro cio, entraram em re- outros; e a área de olho de lombo foi maior para os cruzados Simen-
produção e pariram mais jovens do que as novilhas Nelore; os ani- tal e menor para os Nelore.
mais Angus x Nelore e Simental x Nelore foram mais pesados do Corrêa et aI. (2003) verificaram que animais Canchim x Nelo-
que os Nelore e os Canchim x Nelore à entrada em reprodução e ao re, Angus x Nelore e Simental x Nelore ganharam mais peso do que
primeiro parto. animais Nelore, quando sob manejo rotacionado em pastagens de
Durante a recria e a terminação de machos não castrados nas- Tanzânia por seis meses após a desmama.
cidos no outono, Cruz et aI. (2003a) verificaram que, em pastagens Tullio et aI. (2003a,b) obtiveram os seguintes resultados para
adubadas de Coastcross, sob manejo rotacionado e dois níveis nu- machos castrados (após o início do experimento) e não-castrados
tricionais após a desmama por cerca de 120 dias, apesar de ter ha- nascidos na primavera e confinados logo após a desmama (aos 8,5
vido interação grupo genético x nível nutricional, animais Canchim meses de idade): o ganho de peso dos animais Angus x Nelore foi
x Nelore, Angus x Nelore e Simental x Nelore ganharam mais peso superior ao dos Canchim x Nelore e Nelore, mas foi semelhante ao
do que animais Nelore, sendo que no caso dos animais cruzados dos cruzados Simental; os animais cruzados Angus e Simental apre-
Simental a superioridade foi verifica da apenas no nível nutricional sentaram consumos de matéria seca semelhantes, mas maiores do
alto. Após o regime de pastagem (aos 12 meses de idade), esses que os Canchim x Nelore e Nelore; os animais Angus x Nelore fo-
animais foram confinados e abatidos com base no peso mínimo exi- ram mais eficientes em conversão alimentar do que os Nelore, en-
gido pelo mercado, na avaliação visual da terminação da carcaça e quanto os outros dois grupos mostraram eficiência intermediária;
por meio de mensurações da espessura de gordura externa (míni- os animais cruzados Simental foram mais pesados ao abate do que
mo de 4 mm) por ultra-sonografia. Cruz et aI. (2003b,c) verificaram os Nelore e os cruzados Canchim, mas foram semelhantes aos cru-
que os animais Angus x Nelore apresentaram maior ganho de peso, zados Angus; a idade de abate foi similar para todos os grupos ge-
seguidos pelos cruzados Simental e Canchim e por último pelos néticos (cerca de 13,5 meses); os animais cruzados Simental e
Nelore; o consumo de matéria seca foi maior para os animais cruza- Angus apresentaram pesos de carcaça semelhantes, mas superio-
dos Angus e Simental, menor para os Nelore e intermediário para res aos dos grupos Canchim x Nelore e Nelore; todos os grupos ge-
os cruzados Canchim; a eficiência de conversão alimentar dos ani- néticos apresentaram rendimentos de carcaça semelhantes; os ani-
mais cruzados Angus foi melhor do que a dos animais cruzados Can- mais cruzados Angus apresentaram maior espessura de gordura
chim, mas ambos foram semelhantes aos outros grupos genéticos; do que os cruzados Canchim e Simental, porém foram semelhantes
os animais Angus x Nelore apresentaram menor período de confi- aos Nelore; a área de olho de lombo foi maior para os animais cru-
namento, seguidos pelos cruzados Canchim e Nelore e por último zados Simental; apesar de os animais Nelore terem apresentado
pelos cruzados Simental; os animais Angus x Nelore (15,5 meses) espessura de gordura adequada, o peso de carcaça foi inferior ao
foram abatidos com idade inferior aos demais grupos genéticos e os desejado pelo mercado brasileiro; e os animais castrados, particu-
Simental x Nelore (17,0 meses) com idade superior aos Canchim x larmente os Nelore e os Canchim x Nelore, não atingiram o peso de
Nelore e Nelore; todos os grupos genéticos foram abatidos com ter- carcaça desejado.
minação adequada, mas com pesos de carcaça diferentes (os cruza- Esses resultados vêm confirmar aqueles obtidos em outros tra-
dos Simental foram os mais pesados e os Nelore os mais leves, e os balhos, entretanto várias análises estatísticas precisam ainda ser
cruzados Angus e Canchim foram intermediários); o rendimento de feitas, como: a produtividade das vacas em termos de quilograma
158 I Anais do 52 Simpósio sobre Bouinocultura de Corte Pecuária de Corte Intensiva nos Trópicos
1
159

de bezerro produzido por vaca e por quilograma de vaca em re- comprometer o manejo das vacas ou a venda dos bezerros. Algumas
produção nos vários sistemas; primeiro intervalo de partos e idade dessas restrições podem ser superadas com o uso de inseminação
ao segundo parto das fêmeas dos diferentes grupos genéticos; efeito artificial e de touros cruzados ou de novas raças ou com sistemas
da idade ao primeiro parto sobre a longevidade e a produtividade alternativos (raças compostas). Verifica-se, portanto, que a escolha
das vacas dos diferentes grupos genéticos; curva de crescimento e do sistema de cruzamento vai depender muito das condições de or-
tamanho (altura na garupa) das vacas dos diferentes grupos gené- ganização da propriedade.
ticos; qualidade da carne dos animais dos diferentes grupos genéti- Outro fator importantíssimo na utilização de cruzamentos é a
cos; e exigências nutricionais dos animais dos diferentes grupos ge- escolha das raças a serem cruzadas e o "grau de sangue" mais ade-
néticos em diferentes fases fisiológicas. Está sendo avaliada tam- quado. As raças podem ser classificadas pelo tamanho (pequenas,
bém a resistência de fêmeas dos vários grupos genéticos ao carra- médias e grandes), pela produção de leite (baixa, média e elevada) e
pato e à mosca-dos-chifres. Além disso serão feitas as análises dos pela musculatura (fina, média e grossa) (Barbosa, 1995). As raças
sistemas da estação de monta da primavera-verão e as análises eco- são ainda diferentes quanto à adaptação ao clima, resistência a pa-
nômicas dos vários sistemas de cruzamento e de manejo. Alguns rasitos, taxa de crescimento, habilidade materna, eficiência repro-
experimentos estão dependendo de análises laboratoriais e outros dutiva, acabamento de carcaça, peso de abate, gordura na carcaça,
precisam ainda ser instalados no campo. exigência nutricional etc. Portanto, neste aspecto, o ambiente tor-
na-se fundamental na escolha das raças. Cardoso (2004), avaliando
o desempenho de animais de vários "graus de sangue" Hereford x
3. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DO CRUZAMENTO
Nelore, para os pesos à desmama e ao sobreano, verificou que a
ENTRE RAÇAS magnitude dos efeitos aditivos (diretos e maternos), heteróticos (indi-
Vários sistemas de cruzamento podem ser utilizados pelo pro- viduais e maternos), de epistazigose (individuais e maternas) e da
dutor de carne bovina: cruzamento de duas, três ou mais raças, interação entre as proporções das duas raças no indivíduo e em sua
cruzamento terminal ou rotacional, cruzamento absorvente etc. Es- mãe dependiam da latitude em que os animais eram criados, e que
ses sistemas resultam em diferentes graus de heterose (vigor híbri- o desempenho de vários grupos genéticos depende da latitude; por-
do), possuem vantagens e desvantagens e a sua escolha dependerá tanto, a escolha do sistema de cruzamento e do "grau de sangue"
dos objetivos do programa de cruzamentos, das raças envolvidas e vai depender da latitude em que o sistema de produção está locali-
das condições de manejo, ambiente, mercado, comercialização, da zado. Teixeira (2004) também verificou interação significativa en-
propriedade e do próprio produtor. tre grupo genético e região para os pesos à desmama e ao sobreano
Existem restrições e oportunidades dos pontos de vista genéti- de animais de diferentes grupos genéticos Hereford x Nelore, suge-
co e prático para alguns sistemas de cruzamento. As maiores limi- lindo que a escolha do grupo genético vai depender da região.
tações ao uso do cruzamento entre raças são as restrições de mane- Um dos problemas do cruzamento em bovinos de corte é que a
jo, sendo uma delas, para certos sistemas de cruzamento nas re- produtividade dos FI não é mantida em gerações mais avançadas
giões de clima tropical, a utilização da monta natural com touros ou quando animais cruzados são acasalados entre si ou mesmo em
puros de raças européias. Outra restrição que pode ocorrer em de- retrocruzamentos, ou seja, existe perda de heterose. Segundo Eu-
terminados sistemas de cruzamento diz respeito à produção de ani- clides Filho e Figueiredo (2003), espera-sé que esse decréscimo em
mais de diferentes genótipos em diferentes gerações, o que pode heterose seja maior sob condições tropicais. Resultados de pesqui-
160 I Anais do 5º Simpósio sobre Booinocultura de Corte Pecuária de Corte Intensiva nos Trópicos
1
161

sas do MARC (Meat Animal Research Center - USDA, Nebraska, rarn os trabalhos, condições de ambiente (clima, disponibilidade de
USA) sugerem que a retenção de heterose é proporcional à reten- forragens etc.) suficientes para que elas expressassem todo seu po-
ção de heterozigose para algumas características de importância tencial materno. Essas condições podem piorar ainda mais o de-
econômica. Entretanto, existem evidências de efeitos epistáticos sempenho dos sistemas se tiverem efeito negativo sobre a eficiên-
sobre características de produção em cruzamentos entre Bos cia reprodutiva das fêmeas cruzadas de grande porte. Resultados
indicus e Bos taurus, conforme verificado por alguns autores, en- de pesquisa no Brasil têm mostrado que as fêmeas cruzadas nor-
tre eles Arthur et aI. (1999), Cardoso (2004) e Teixeira (2004). O malmente produzem bezerros mais pesados mas, por serem tam-
conhecimento dos efeitos aditivos e não-aditivos para as várias bém .mais pesadas, nem sempre são mais eficientes em termos de
raças, características e tipos de ambiente e manejo é essencial para quilograma de bezerro/quilograma de peso vivo da vaca.
fins preditivos. Outro ponto importante na escolha das raças é o objetivo do
A utilização da fêmea cruzada pode contribuir para aumentar a programa de cruzamentos. Produzir carne gorda ou carne magra?
produtividade dos sistemas de produção. Portanto, o tamanho des- Produzir bovino jovem? A carcaça de um animal abatido deve pos-
se animal é de especial importância. Raças continentais têm sido suir um mínimo de gordura para manter suas qualidades (maciez,
muito utilizadas em cruzamentos comerciais. Essas raças são, nor- suculência, cor etc.) durante o resfriamento. As diferentes raças
malmente, de grande porte e, portanto, exigentes nutricionalmente possuem taxas de maturação diferentes. As raças grandes, tardias,
e tardias em termos de deposição de gordura. Nas regiões de clima apresentam menor taxa de maturação, ou seja, crescem mais por
tropical, as pastagens são formadas predominantemente por gra- mais tempo, o mesmo acontecendo com os animais resultantes dos
míneas tropicais, as temperaturas são elevadas, a radiação solar é seus cruzamentos. Barbosa (1995), utilizando os resultados de con-
elevada, os solos são mais pobres, há grande infestação de parasi- finamento no Brasil, obteve os seguintes coeficientes de regressão
tos e flutuação sazonal na produção de forragem. Tudo isso pode da espessura de gordura sobre o peso da carcaça: 0,58; 0,14; 0,25;
contribuir para menor eficiência da fêmea cruzada, se ela for de 0,36; e 0,10 mm/arroba no peso da carcaça para animais puros de
tamanho grande. Alencar et al. (1997 e 1999) e Borba (1999) obser- raças britânicas, continentais e zebuínas e para animais cruzados
varam tendência de aumento no peso da vaca ao parto, com o au- de raças britânicas e continentais com raças zebuínas, respectiva-
mento da proporção da raça européia continental na sua constitui- mente. Estes resultados mostram claramente que os animais puros
ção. No trabalho de Trematore et al. (1998) isto ficou evidenciado. ou cruzados de raças britânicas atingem a terminação a um peso
Apesar do efeito aditivo direto da raça Charolesa em relação à raça menor do que os de raças continentais. Quando a terminação é em
Nelore e dos efeitos heteróticos individual e materno entre as duas regime de pastagens, os coeficientes de regressão da espessura de
raças terem sido altos e positivos, o efeito aditivo materno direto da gordura sobre o peso dos animais, obtidos por Barbosa (1999), fo-
raça Charolesa em relação à raça Nelore foi alto e negativo, indi- ram iguais a 0,25; 0,16; 0,35; 0,17 e 0,09 mm/arroba, para animais
cando que quanto maior a percentagem de Charolês na vaca, me- puros de raças britânicas, continentais e zebuínas e para animais
nor o peso à desmama do bezerro, independentemente de sua cons- cruzados de raças britânicas e continentais com raças zebuínas,
tituição genética. Resultados semelhantes foram obtidos por Teixeira respectivamente, sugerindo que os animais Nelore atingem a ter-
(2004) para cruzamentos de Nelore com Angus e com Hereford. É minação a um peso menor. Segundo Cruz et al. (1995 e 1996), o
possível que as fêmeas cruzadas Charolês x Nelore, Angus x Nelore peso de abate de animais cruzados Canchim x Nelore, para obten-
e Hereford x Nelore não tenham, nas regiões onde se desenvolve- ção do novilho precoce entre 15 e 18 meses de idade, foi de 440 kg,
162 1 Anais do 5º Simpósio sobre Bovinocultura de Corte Pecuária de Corte Intensiva nos Trópicos 163
1

para animais terminados em confinamento de 90 dias com dieta a seguir, alguns sistemas de cruzamento para produzir carne bo-
alta em energia. Para os grupos genéticos Blonde D'Aquitaine x vina nos trópicos, apontando-se suas vantagens e desvantagens.
Nelore, Piemontês x Nelore e Limousin x Nelore, o peso ótimo de A raça materna inicial, entretanto, será sempre zebuína - a Nelo-
abate parece estar acima de 480 kg. Perotto et al. (2003), revisando re, por exemplo.
vários trabalhos de pesquisa em cruzamentos no Paraná, reportam
que para atingir o grau de acabamento mínimo exigido (~ 3,00 mm) 4.1. Cruzamento terminal ("industrial")
o Nelore e o Guzerá x Nelore têm que ser abatidos com cerca de 460
kg, enquanto os cruzados com Red Angus, Limousin e Simental 4.1.1. Terminal de duas raças
têm que ter cerca de 550 kg. Tem a vantagem de ser simples e possibilitar a exploração da
Restle et al. (2003), revisando vários trabalhos de cruzamentos complementaridade das raças e de 100% da heterose individual na
realizados no Rio Grande do Sul, mostram que existem tendências progênie. O sistema, entretanto, não produz fêmeas de reposição,
de redução na maciez da carne com o aumento do "grau de sangue" sendo que estas têm que ser produzidas em rebanho paralelo ou
Nelore em cruzamentos de Hereford e de Charolês com Nelore. Para adquiridas de outro produtor. Como não usa fêmeas cruzadas, não
determinados sistemas de produção, é possível aumentar a propor- explora a heterose materna.
ção de Bos taurus no animal a ser abatido, além de 50%, para me- No caso de se utilizar a inseminação artificial (IA), pode-se se-
lhorar a maciez da carne a ser forneci da àqueles mercados que exi- lecionar a raça paterna para produção visando o mercado (carne
gem carne macia. Mas para a maioria dos nossos sistemas de pro- gorda ou magra, novilho precoce, tamanho de carcaça) e o touro
dução, que envolvem recria e terminação a pasto, o aumento na com base na DEP para peso ao ano ou sobre ano, características de
proporção de Bos taurus esbarra nos problemas de adaptabilidade carcaça (peso, marmoreio, AOL, EG etc.) e outras características,
desses animais. Então, como aumentar a proporção de Bos taurus como facilidade de parto (principalmente para novilhas), tamanho
sem reduzir a adaptação dos animais? Isto talvez possa ser feito e musculatura. No repasse das fêmeas ou no caso de não se usar a
utilizando-se raças Bos taurus adaptadas como a Caracu, a Romo- IA, pode-se utilizar touro de raça sintética, ou touro cruzado, desde
sinuano e algumas raças africanas, entre outras. que de boa procedência, com exame andrológico completo.
Outro ponto importante a ser considerado é que o cruzamento Nesse sistema, parte das fêmeas de reposição pode ser produzi-
não substitui a seleção e o manejo adequado dos animais. Quanto da acasalando-se as novilhas com touros da raça Nelore. Para evi-
melhores forem os animais a serem cruzados, melhores serão os tar problemas de parto e ainda ter as vantagens da heterose, as
animais cruzados. novilhas podem ser cruzadas com uma raça de menor porte.

4. ALGUNS SISTEMAS DE CRUZAMENTOS 4.1.2. Terminal de três raças


Apesar de existirem algumas restrições, principalmente do Possibilita a exploração da complementaridade entre raças e
ponto de vista prático, para alguns sistemas de cruzamento, exis- de 100% das heteroses individual e materna (no segundo cruza-
tem também oportunidades que devem ser aproveitadas, e é pos- mento). Tem a desvantagem de ser de manejo mais difícil, pois uti-
sível que alguns sistemas sejam adequados às condições de cria- liza duas raças de touros e não produz as fêmeas de reposição para
ção das regiões tropicais. Sem nomear raças, serão apresentados, o primeiro cruzamento.
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164 I Anais do 5Q Simpósio sobre Bovinocultura de Corte Pecuária de Corte Intensiva. nos Trópicos
I 165

Para esse sistema, seleciona-se a primeira raça de maneira que dução, não se consegue que 100% dos bezerros apresentem vigor
a fêmea FI não seja muito grande e seja boa mãe. Selecionar o touro híbrido.
dessa raça com base nas DEPs para peso ao ano ou sobreano, leite
materno (DEP materno para peso à desmama; habilidade de pro-
duzir leite das filhas), facilidade de parto das filhas e circunferência 4.2. Cruzamento rotacional
escrotal. Selecionar a segunda raça e touros dentro dessa com base
no desenvolvimento e carcaça. Pode-se usar touros repasse de uma 4.2.1. Rotacionado completo de duas raças (européia ou adaptada e
Nelore)
raça sintética, ou mesmo o touro cruzado.
A escolha das raças deve ser feita também de maneira que elas Apesar de explorar apenas parte das heteroses individual e ma-
se complementem. terna, tem a grande vantagem de produzir as fêmeas de reposição.
Nesse sistema, as novilhas puras e FI poderão ser cruzadas com O sistema, entretanto, dificulta o manejo e, quando estabilizado,
touros da raça Nelore ou de uma raça de porte menor. terá sempre dois tipos de fêmeas no rebanho. Também não permite
Esse cruzamento de três raças, caso se utilizem duas raças eu- a complementaridade das raças, uma vez que as raças cruzadas
ropéias, pode não ser viável em determinadas situações, uma vez devem ser semelhantes em termos de tamanho e habilidade mater-
que o animal final será % europeu. A utilização de uma raça sinté- na, principalmente.
tica no primeiro acasalamento pode, entretanto, viabilizá-lo. Para esse sistema, escolhe-se a raça européia (ou adaptada) de
Contudo, no caso de se desejar aumentar a proporção de Bos maneira que a fêmea FI não seja muito grande e seja boa mãe, e
taurus no animal cruzado, sem reduzir sua proporção de genes li- selecionam-se touros da raça européia (ou adaptada) e da raça Ne-
gados à adaptação, pode-se proceder das seguintes maneiras: lore com base nas DEPs para peso ao ano ou sobre ano, leite mater-
1. Cruzar vaca Zebu com touro de raça adaptada, produzindo no, facilidade de parto das filhas e circunferência escrotal. O pri-
fêmeas FI Y2 Adaptado + Y2 Zebu que serão inseminadas com meiro retrocruzamento deverá ser com touro da raça Nelore, de-
sêmen de touro de raça européia, produzindo animais llz pendendo do sistema de produção.
Europeu + Yt Adaptado + Yt Zebu (75% B. taurus e 50% adap-
tado) que serão abatidos.
2. Cruzar vaca Zebu com touro de raça européia, produzindo 4.2.2. Rotacionado modificado de duas raças (raça sintética e Nelore)
fêmeas FI Y2 Europeu + Y2 Zebu que serão acasaladas com Utilizar touro (ou sêmen) da raça sintética (5/8 Europeu ou ou-
touro de raça adaptada, produzindo animais Y2 Adaptado + tro) por duas gerações consecutivas e começar a alternar a raça do
Yt Europeu + Yt Zebu (75% B. taurus e 75% adaptado) que touro a partir da terceira geração. Dessa maneira, sempre serão
serão abatidos. obtidos animais entre Yt e Y2 de europeu no rebanho.
A utilização dessas duas últimas alternativas vai depender do
sistema de produção e da raça adaptada usada.
Os sistemas terminais, pelo fato de não produzirem as fêmeas 4.2.3. Rotacionado completo de três raças
de reposição, exigem que parte do rebanho de vacas seja utilizado Apesar de explorar mais heterose do que o rotacional de duas
para produzir essas fêmeas ou mesmo que outros produtores o fa- raças e produzir as fêmeas de reposição, não será discutido, pois
çam. Desta maneira, do ponto de vista de todo o sistema de pro- complica muito o manejo.
166 1
Anais do 5º Simpôsio sobre Bouinocultura de Corte Pecuária de Corte Intensiva nos Trópicos 167
1

4.2.4. Rotacionado de touros mentos. As raças sintéticas ou os chamados compostos facilitam o


Nesse sistema, citado por Bennett (1989), utiliza-se umas úni- manejo nos pequenos e médios rebanhos, podendo ser utilizadas
ca raça de touro por um certo número de anos, então muda-se para como raça pura, com combinação de características de duas ou mais
outra raça de touro por um número igual de anos. Todas as fêmeas, raças e elevado nível de heterose, ou em cruzamento comercial, pro-
independentemente de composição genética, são acasaladas com duzindo vigor híbrido quando cruzadas com animais de outras ra-
uma única raça de touro cada ano. Esse sistema facilita o manejo, ças ou grupos genéticos.
pois exige apenas um pasto para monta e as fêmeas não têm que
ser identificadas com que touro devem ser acasaladas, mas perde 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
em heterozigose (54% para duas raças e 74% para três raças) e
O cruzamento entre raças pode e vai ser cada vez mais usado
aumenta a variabilidade das fêmeas em relação ao rotacionado com-
para aumentar a produtividade dos sistemas de produção de carne
pleto. Os bezerros, entretanto, são mais uniformes dentro de cada
bovina no país. Entretanto, é necessário que haja avaliação econô-
ano, pois são filhos de apenas uma raça de touro. Como esse é um
mica dos sistemas de produção envolvendo o cruzamentos entre
sistema bom para monta natural, as raças escolhidas podem ser
raças. Além disso, precisa-se determinar com precisão os efeitos
uma ou duas sintéticas (Canchim, Brangus-Ibagé, Simbrasil etc.)
aditivos e não-aditivos para as várias raças, características e tipos
e a Nelore.
de ambiente e manejo, para que o produtor possa delinear seus
programas de cruzamento com maior segurança. É preciso, tam-
4.3. Múltiplas raças de touro bém, que o produtor entenda que o cruzamento não substitui o
Neste caso, também citado por Bennett (1989), utilizam-se duas manejo adequado, e que o aumento da produtividade dos sistemas
ou mais raças de touros cada ano no mesmo pasto, ignorando a depende de outros fatores que devem ser também aprimorados. O
cruzamento não dispensa a seleção; é necessário que os criadores
composição genética das fêmeas. Se por um lado o sistema facilita o
manejo, a variação nas vacas e nos bezerros é maior e o nível de he- de gado puro selecionem para aquelas características de elevada
herdabilidade, para que os produtores comerciais possam cruzar
terozigose é menor (50% para duas raças e 67% para três raças) do
animais superiores e tenham, também, as vantagens da heterose.
que no sistema rotacionado de touros. É também um bom sistema
A seleção também faz parte daqueles sistemas em que se utilizam
para monta natural, podendo-se utilizar as mesmas raças do siste-
animais cruzados. Portanto, é necessário que se proceda a avalia-
ma rotacionado de touros.
ção genética dos animais e que a seleção se faça com base no méri-
to genético dos indivíduos para aqueles critérios de seleção de im-
4.4. Obtenção de nova raça ou novo tipo portância econômica ou indicadores de características de impor-
Os esforços para se desenvolver uma nova raça ou tipo só se tância econômica.
justificam se as raças existentes não apresentam desempenho
satisfatório sob determinado ambiente, uma vez que sua obtenção 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
envolve muito tempo e dinheiro. Entretanto, no Brasil, existem
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