AAAEntrevista Daniela Robledo
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4) O que você pode nos destacar pensando em ações que empresas brasileiras
podem fazer para ter ações de sustentabilidade?
Essa é a pergunta que mais me fazem hoje em dia. Temos que entender
primeiro o que é a sustentabilidade. Esse conceito surgiu na Comissão Mundial
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para
propor meios de harmonizar o desenvolvimento econômico e a conservação
ambiental. Inicialmente foram subdivididos em 4 tipos de sustentabilidade:
ambiental/ecológica, empresarial, social e econômica.
Temos que popularizar isso e toda e qualquer iniciativa, entendendo que não é
preciso ser perfeito e nem tudo ao mesmo tempo. Qualquer passo nessa
direção já é um caminho positivo para a mudança maior. Existem, no entanto,
algumas práticas que são importantes nas empresas e que podem fazer a
diferença na estrutura.
5) Poderia dar algumas dicas do que as empresas podem implementar como
ações de sustentabilidade?
- Priorização por produtos biodegradáveis
Utilizar versões biodegradáveis faz toda a diferença no cuidado ambiental. Esse
tipo de produto se decompõe por completo e mais rapidamente na natureza,
sem emissão de poluentes que desestabilizam os ecossistemas. Além disso, os
produtos biodegradáveis também podem ser de composição natural, ou seja,
fabricados com matéria-prima 100% vegetal, o que significa o menor impacto
possível ao meio ambiente.
- Descarte correto dos resíduos
A conscientização das empresas consideradas grandes geradores de
resíduos é essencial. Independente do tipo de negócio, a empresa tem a
responsabilidade de prover o que vai fazer com o lixo gerado. Essa atitude é
que evita o descarte inadequado no meio ambiente e evita os acidentes
ambientais, acúmulo nas ribanceiras dos rios, entulhos nos esgotos e
contaminação das águas, entre outros. O Brasil ocupa o 4° no ranking mundial de
produção de lixo, com quase 80 milhões de toneladas geradas por ano, mas nem 4%
desse total é reciclado. As principais produtoras de resíduos são as empresas, por
isso elas devem trabalhar atentas ao tema e procurar soluções acerca dele.
6) Você comenta que o seu grande legado é fazer da sustentabilidade algo natural,
trazendo esse conceito para perto das pessoas, da empresa em que trabalho e de
todas as pessoas que conheço, desmistificando-a como algo distante e impossível e
que só serviria se fosse impecável. O que você pode indicar para que as pessoas e as
empresas possam seguir por este mesmo caminho?
Comece fazendo pequenas coisas no seu dia a dia e na sua casa. Ações
pequenas são mais importantes do que parecem.
- Evitar o uso de sacolas plásticas use sempre as retornáveis.
- Comprar apenas o que consome
- Priorize e incentive o consumo regional
- Separe seu lixo, e busque saber e implantar o sistema de coleta seletiva no
seu prédio ou condomínio.
- Troque a energia para energia solar hoje é muito fácil hoje em dia
implementar isso na sua casa seja com investimento financiado do seu próprio
sistema de autoconsumo, seja na adesão de usina compartilhada e diversas
outras opções.
- Crie um planejamento consciente de energia, com lembretes de só abrir a
geladeira se souber o que quer pegar, fechar a torneira enquanto escova dos
dentes, usar o ar condicionado se realmente o ventilador não der vazão (você
sabia que o ventilador consome 6,5 X menos que o ar condicionado?)
7) Você acredita que as ações sustentáveis devem começar pelas pessoas? Como
fazer com que elas mudem o mindset e se tornem mais sustentáveis no dia a
dia?
Lembra do cinto de segurança, foi criado em 1959 para preservar e proteger a vida dos
passageiros e do motorista. Sempre foi um benefício, mas por muito tempo foi
ignorada.
Passou a ser obrigatório a partir de 1997, e não o utilizar acarretava e acarreta até hoje
em multa.
Isso mudou o comportamento do consumidor brasileiro e hoje há apenas raros casos
em que ainda se veem pessoas sem cinto de segurança.
Sobre a entrevistada:
Daniela Robledo trabalha atualmente como Diretora de Marketing, Comunicação e
Digital da SOL Copérnico, empresa de sustentabilidade e energia para a qual criou e
estruturou a marca. É formada em Publicidade e Propaganda; tem MBA em
Gerenciamento de Projetos; pós-graduação em Finanças; e mestrado em Gestão
Empresarial. Hoje Daniela tem sua carreira voltada aos temas mais importantes da
atualidade, Stakeholders e ESG, tendo se especializado pela FIA Business School, e
busca viver verdadeiramente esses conceitos para a implementação de uma nova
jornada mundial.