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Exercı́cios de Cristalografia

Prof. Carlos Bası́lio Pinheiro


Departamento de Fı́sica
Universidade Federal de Minas Gerais
Fevereiro de 2011
Conteúdo

1 Cálculo de distâncias 2

2 Redes Cristalinas I 3

3 Redes Cristalinas II 4

4 Redes de Bravais 5

5 Elementos de Simetria 6

6 Índices de Miller 7

7 Espaço direto e recı́proco 8

8 Grupos de Ponto I 9

9 Grupos de Ponto II 10

10 Grupo de espaco 12

11 Tabela Iternacional de Cristalografia 16

12 Empacotamento 17

13 Estrutura do CdI2 18

14 Estrutura do SiO2 20

15 Estrutura do Silı́cio 21

16 Estrutura do Grafite 22

17 Transformada de Fourier 23

18 Difração 24

19 Esfera de Ewald 25

20 Fator de Forma 26

21 Fator de Estrutura 27

22 Regras de extinção 28

23 Introdução à Álgebra Tensorial 29

24 ADPs: restrições nas componentes 31


1 Cálculo de distâncias

1. Mostre que o cosseno do ângulo entre dois vetores r1 = x1 a1 + x2 a2 + x3 a3


e r2 = y1 a1 + y2 a2 + y3 a3 quaisquer, é dado por: cosθ = X t GY /(r1 r2 ) onde
X = (x1 , x2 , x3 ) e Y = (y1 , y2 , y3 ).

2. A estrutura do ácido quinolı́nico mostrado a seguir pode ser descrita no grupo


de espaço P 21 /c. Sabendo que os parâmetros de rede do cristal so a= 7.415(5)
Å b = 12.396(9) Å, c = 7.826(6) Å, α = 90o , β = 117.05(4)o e γ=90o e que as
posições atômicas - dadas como frações dos parâmetros de rede - são:

N1 -0.06145(1) 0.12256(4) 0.10843(3)


C1 -0.26449(2 ) 0.12461(5) -0.00157(5)
C2 -0.38777(2) 0.12613(5) 0.09093(4)
C3 -0.29306(2) 0.12206(5) 0.29186(2)
C4 -0.08396(2) 0.12158(5) 0.39775(3)
C5 0.03156(2) 0.12224(5) 0.29951(3)
C6 -0.31703(1) 0.12097(4) -0.21579(3)
C7 -0.61792(2) 0.13385(5) -0.00503(4)
O1 -0.17377(2) 0.10664(6) -0.25163(2)
O2 -0.50072(2) 0.13474(5) -0.33812(5)
O3 -0.71386(2) 0.15526(5) -0.18371(4)
O4 -0.70140(2) 0.11964(5) 0.09746(3)
H1 -0.38728 0.12072 0.36461
H2 -0.01263 0.12084 0.55342
H3 0.19675 0.12212 0.36698
H4 0.03038 0.12049 0.04022

Calcule as distâncias entre C6-O2, C6-O1, C7-O4, C7-O3, N1-C1, N1-C5 e


C3-C4 com os respectivos desvios.
2 Redes Cristalinas I

1. Mostre que as únicas rotações cristalograficamente aceitas são as de ordem


1, ±2, ±3, ±4 e ±6. Dica: para que a figura abaixo seja um rede cristalina T,
0
T e A devem ser vetores da rede

2. Encontre a rede de translação de cada uma das estruturas 2D representadas


a a seguir. O que pode ser dito sobre os parâmetros de rede de cada malha?
Quais são as condições impostas sobre os comprimentos e ângulos de cada
malha?
3 Redes Cristalinas II

1. Os diagramas a seguir representam estruturas (em duas dimensẽs) de simetria


distintas. Para cada estrutura : (a) Encontre a malha (sistema de referência)
de cada uma. O que pode ser dito sobre os parâmetros de rede de cada malha
? Quais são as condições impostas sobre os comprimentos e ângulos de cada
malha? (b) Encontre as operações de simetria que deixam cada figura invari-
ante. Encontre as operações de ponto fixo (rotações próprias e impróprias) e
com componentes translacionais (eixos helicoidais e planos de deslizamento)
4 Redes de Bravais

1. A malha tetragonal centrada F (todas as faces centradas) pode ser transfor-


madanuma malha centrada do tipo I (corpo centrada). Descreva a base I
em função da base centrada F estabelecendo a relação vetorial entre os eixos.
Calcule e compare os volumes de ambas as malhas.

2. Para a respresentação da malha romboédrica descrita em eixos hexagonais e


romboédricos mostrada abaixo: (a) defina a relação algébrica entre os eixos
do sistema dereferência de cada uma delas; (b) defina a razão de volume entre
as malhas. (d) Defina os pontos de centragem da malha romboédrica.

a3
H
0 0
2/3 2/3 2/3
1/3 1/3
a3
R
a2 a2
R H
0 0,1 0
a1 2/3 2/3
R
1/3 a1 1/3 1/3
a2 R
a3 R
R 0 0

2/3
a1 2/3 2/3
H
1/3 1/3
a1 a2
H (a) H (b)
5 Elementos de Simetria

1. (a) Encontre as matrizes que representam as rotações de um triângulo equilátero


usando um sistema de coordenada cartesiano. (b) Repita exercı́cio anterior
usando um sistema de coordenadas oblı́quo apropriado.

2. Todos as transformações isoméricas do ponto x = (x1 , x2 , x3 ) para o ponto


0 0 0 0
x = (x1 , x2 , x3 ) satisfazem a seguinte condição :
 0      
x1 R11 R12 R13 x1 τ1
 x02  =  R21 R22 R23   x2  +  τ2 
0
x3 R31 R32 R33 x3 τ3

ou de forma matricial x0 = Rx + τ ≡ {R|τ }x.

(a) As coordenadas de um ponto x0 depois da transformação são (−y, x, z).


Qual é a matriz R e o vetor r correspondente a esta transformação ? De-
monstre se esta transformação deixa algum ponto fixo e determine as coorde-
nadas deste ponto. Interprete geometricamente esta transformação . Repita o
exercı́cio para x0 = (1 − y, x, z).

(b) Determine se a transformação x0 = (x, −y, 1/2 + z) deixa algum ponto


fixo? Podemos considerar esta transformação como um translação pura? Cal-
cule o produto desta transformação por ela mesmo. Dê um interpretação
geométrica para esta transformação .

(c) Para a transformacao x0 = (−y, x − y, z), determine o conjunto dos produ-


tos {R|τ }n onde n = 1, 2, .. , at obter {1|0}. Para cada transformação encontre
a transformação inversa correspondente.
6 Índices de Miller

1. Colocando a origem de um sistema de coordenadas no centro de um cubo, dê


os ı́ndices de Miller das seis faces que o delimitam.

a3

a2

a1

2. Indique os ndices de Miller das que delimitam as figuras a seguir. As faces


devem ser descritas segundo un sistema de referência (a1 = a2 = a3 , α1 = α2 =
α3 = 90o ).

a3

a2

a1
a2

a1

Projeção segundo a3
7 Espaço direto e recı́proco

1. Um sistema hexagonal é caracterizado pelas seguintes relações entre os parâmetros


de rede: a = b 6= c; α = β = 90◦ , γ = 120◦ . Represente a face (210). Dê os
ângulos entre (210) e os eixos a e b. Indique os ı́ndices de Miller das faces dos
dois prismas hexagoanis aseguir.

b
120°

prisma 2
a prisma 1

2. Desenhe o sistema de referência recı́proco ao sistema hexagonal. Calcule os


valores dos comprimentos de a∗ , b∗ , c∗ e γ ∗ . Mostre graficamente que o vetor
h130 = a∗ + 3b∗ é perpendicular ao plano (130). Calcule o módulo h130 e
verifique que 1/h130 = d. Calcule os ângulos (a;h130 ) e (b;h130 ). Calcule o
ângulo entre r130 = a + 3b e h130 .
8 Grupos de Ponto I

1. Construa a tabela de multiplicidade do grupo 42m, ou seja, o conjunto dos


produtos gi gj tais que:

g1 g2 ....
g1 g1 g1 g1 g2 ...
g2 g2 g1 g2 g2 ...
... ... ... ...

Chamamos de classe de elementos conjugados à gj o conjunto de elementos


resultantes do produto (ou transformao de similaridade) gi gj gi−1 onde gi são
todos os elementos do grupo. Determine as classes de elementos conjugados
do grupo 42m.

2. Encontre o grupo G que descreve a simetria de um triângulo equilátero. (a)


Qual a ordem do grupo G (a ordem de um grupo é o número de elementos do
grupo)? (b) Enumere o conjunto de operações de simetria do grupo G. (c)
Encontre todos os sub-grupos de G e a ordem dos mesmos. (d) Indique quais
são os subgrupos cı́clicos. (e) Construa atabela de multiplicidade do grupo G.

3. Encontre o grupo G que descreve a simetria de um tetraedro. (a) Qual a ordem


do grupo G? (b) Enumere o conjunto de operações de simetria do grupo G. (c)
Encontre todos os subgrupos de G e a ordem dos mesmos. (d) Indique quais
são os subgrupos cı́clicos. (e) Construa a tabelade multiplicidade do grupo G.
9 Grupos de Ponto II

1. As figuras a seguir representam formas cristalinas ideais. Cada forma é ca-


racterizada por um grupo de simetria pontual distinto. Identifique o grupo
que melhor descreve cada forma. Para cada forma, determine o nmero de
planos de simetria, de eixos de rotação e indique se as formas são ou não
centrossimétricas.
Grupos de Ponto II 11

2. O triangulo eqüilátero possui 6 operações de simetria: {1, 3, 3−1 , mx , my , mxy }.


Determine a tabela de multiplicação deste grupo e determine a ordem de cada
operação (a ordem do elemento é determinada por m tal que g m = 1). O
produto de duas operações é comutativo? E o produto de duas reflexões? O
que resulta o produto de uma rotação por um espelho ?

a
-a-b

Carlos Bası́lio Pinheiro - Cristalografia


10 Grupo de espaco

1. Os diagramas a seguir representam estruturas (em duas dimensões) de simetria


distintas. Para cada estrutura (a) encontre a malha (sistema de referência) de
cada uma. O que pode ser dito sobre os parâmetros de rede de cada malha
? Quais são as condições impostas sobre os comprimentos e ângulos de cada
malha? (b) Encontre as operações de simetria que deixam cada figura invari-
ante. Encontre as operações de ponto fixo (rotações próprias e impróprias) e
com componentes translacionais (eixos helicoidais e planos de deslizamento).
Determine o grupo de espaço que melhor descreve os elementos de simetria
encontrados em cada diagrama.
Grupo de espaco 13

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Grupo de espaco 14

Carlos Bası́lio Pinheiro - Cristalografia


Grupo de espaco 15

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11 Tabela Iternacional de Cristalografia

1. As tabelas internacionais de cristalografia mostram as seguintes informações


para o grupo F m3m:

Colocamos dentro de uma malha um átomo A na posição de Wyckoff c e um


átomo B na posição a.
(a) Qual o sistema cristalino desta estrutura?
(b) O que podemos dizer sobre os parâmetros de rede desta malha?
(c) Esquematize a estrutura ao longo do eixo c.
(d) Qual a fórmula estequiométrica do composto.
(e) Qual o número de vizinhos próximos do átomo A.
(e) Qual o número de vizinhos próximos do átomo B .
(f) Qual é a simetria (figura geométrica formada pelos vizinhos) em torno de
cada átomo?
(g) Calcule a distância A-B em função dos parâmetros de rede.
12 Empacotamento

1. Determine as razões dos raios dos átomos nas cavidades octaédricas e tetra-
gonais da estrutura f cc.

2. Os cristais de FeCl2 são lamelares, o que indica uma estrutura formada por
camadas de átomos. A difração de raios X indica que esta estrutura é descrita
por uma malha hexagonal centrada R com a=3.579 Å , c=17.536 Å e
três unidades de FeCl2 por malha. Uma malha romboédrica descrita em um
sistema hexagonal é uma malha de multiplicidade 3, com coordenadas dos
pontos indicados por um rede de translação 000, 23 13 13 , 13 23 32 . Os raios iônicos
são rF e2+ = 0.80 Å et rCl− = 1.81 Å .
(a). Calcule a fração do volume das malhas f cc e hcp ocupadas por átomos?
Considere os átomos como esferas rı́gidas.
(b) Calcule a fração de do volume ocupado por átomos de Cl. O que Vc pode
deduzir? Tente esquematizar a estrutura.
(c) Coloque um átomo de Cl na estrutura levando em conta que se trata de uma
malha R. Das suas sequência de empilhamento ABAB{} e ABCABC{} qual
é a compatı́vel com a sua malha? Para facilitar a abordagem deste problema,
analise a estrutura no plano paralelo ao eixo c que passa ao longo da diagonal
da base.
(d) Qual é o número de coordenação en torno do Fe2+ , indicado pela proporção
dos raios rF e2+ /rCl− ?
(e) Como incluir os ı́ons de Fe2+ na estrutura?
(f) A estrutura resultante é centrossimétrica?
13 Estrutura do CdI2

1. Os dados cristalogrficos do Iodedo de cádmio - CdI2 - são os seguintes.

Sistema Cristalino Trigonal


Groupo de espao P 3m1
Z (moléculas por malha) 1
a 4.24 Å
c 6.84 Å
Coordenada do Cd Wyckoff Symbol a
Coordenada do I Wyckoff Symbol d

(a) Com a ajuda das informações contidas na Tabela Internacional, esquema-


tize a projeção da estrutura do CdI2 segundo as direções [001] (2×2 malhas)
e [100] (2×2 malhas) deixando explı́cito nos desenhos os átomo ligados e indi-
cando por + e as cotas com relação ao eixo z. (b) Calcule as distâncias CdI
mais curtas. (c) Calcule os ângulos entre as duas ligações CdI(1) e CdI(2). (d)
Determine o número de coordenação do cádmio pelos iodos e dos iodos pelo
cádmio.

!
Estrutura do CdI2 19

Carlos Bası́lio Pinheiro - Cristalografia


14 Estrutura do SiO2

1. Os dados cristalogrficos da estrutura cristalina da fase α do quartzo, SiO2 ,


são os seguintes.

Sistema Cristalino Trigonal


Groupo de espao P 32 21
a 4.93 Å
c 5.41 Å
Coordenada do Si (0.47, 0.00, 0.17)
Coordenada do O (0.41, 0.26, 0.29)

(a) Com a ajuda das informações contidas na Tabela Internacional, esquema-


tize a projeção da estrutura do SiO2 segundo as direções [001] (2×2 malhas)
e [100] (2×2 malhas) deixando explı́cito nos desenhos os átomo ligados e indi-
cando por + e as cotas com relação ao eixo z.
(b) Indique nos diagramas as ligações SiO e calcule o valor das distâncias SiO
mais curtas. (c) Quantas moléculas de SiO2 existem na célula unitária, i.e.
qual o valor de Z? (d) Determine a geometria da coordenação do siı́cio pelos
oxigênios e dos oxigênios pelo siı́cio.

!
15 Estrutura do Silı́cio

O Silı́cio se cristaliza no grupo de espaço F d3m, a = 5.431 Å (Batschelder & Sim-


mons, Journal of Physics 1964, T=298 K). Apenas a posição de Wycoff a (000, 43 14 43 ,
+ centragem F) é ocupada por um átomo (a simetria do sı́tio é 43m, multiplicidade
8).

1. A qual sistema cristalino esta estrutura pertence? Justifique sua resposta.

2. Qual a rede cristalina do grupo de espaço?

3. Partindo de uma posição geral, quantos pontos equivalentes possui esta estru-
tura?

4. Esta estrutura é centrossimétrica? Justifique sua resposta.

5. Quantos átomos encontramos na malha?

6. Esboce uma projeção da estrutura do Si. Quantos vizinhos próximos possui


cada átomo? Qual a forma geométrica do poliedro de coordenação em torno
de cada átomo de Si?

7. A estrutura do Si pode ser considerada como um empilhamento compacto


rı́gido? Por que?

8. Se pudéssemos deduzir por medidas espectroscópicas a ordem do grupo de


simetria de cada átomo de Si, qual valor encontrarı́amos?

9. Calcule a densidade do cristal de Si. A massa do silı́cio é 28,08 g/mol.


16 Estrutura do Grafite

1. A estrutura do grafite é formada por camadas hexagonais planas. A distância


entre duas camadas é de 3.354 Å e a dimensão da malha hexagonal bidimen-
sional de uma camada é a = 2.461 Å .

(a) Duas camadas consecutivas são empilhadas da seguinte maneira: a metade


dos átomos está situada sobre os átomos da primeira camada e a outra me-
tade se situa sobre os centros dos hexágonos. Isto quer dizer que a segunda
camada está girada de 180◦ em ralação à primeira. A terceira camada pode
ser colocada sobre duas posições equivalentes na segunda camada, porém dis-
tintas quando analisadas em relação à primeira camada. Isto ocorre porque a
simetria de uma camada isolada é maior do que a simetria do empilhamento
de duas camadas. Quais são estas duas posições?

(b) Existem duas estruturas correspondentes aos dois tipos de empilhamento


de três camadas descritos anteriormente. Determine as estruturas e as malhas
fundamentais. Indique e liste a posições atômicas para cada uma das malhas.

(c) A intereção entre duas camadas do grafite se limita aos primeiros vizinhos
logo, a força entre os átomos de de camadas mais distantes são pequenas.
Que tipo de estruturas resultam deste fato? Qual o valor do eixo c de cada
estrutura?

(a) (b)

Figura 16.1: Primeira camada do grafite. (b) Superposição da Primeira e


segunda camada do grafite

(d) calcule as distâncias mais curtas entre os átomos de C em uma camada


e entre átomos de camadas vizinhas. Determine o número de coordenação e
calcule a densidade do grafite (massa atômica C=12.011 g/mol, A=6.023 ×
2023 / mol)
17 Transformada de Fourier

1. Dada a função definida por:


y(x) = 0 se x > −a
y(x) = 0 se x < −a
y(x) = 1 se − a < x < a

Encontre os coeficientes da expansão por série de Fourier de y(x).

2. (a) Calcule a transformada de Fourier de um objeto com simetria circular de


raio a. (b) Determine a posição dos dois primeiros mı́nimos de difração . (c)
Qual a razão da intensidade média entre o primeiro e o segundo máximo de
difração .
18 Difração

1. As intensidadesP difratadas por um cristal são relacionadas ao fator de estru-



tura. F (h) = j fj exp(2πih · rj ) pela expressão I(h) ∝ F (h) · F (h) . A
malha deste cristal é formada por vetores a1 , a2 e a3 e contém duas moléculas
idênticas: uma está situada na na origem e outra no centro do volume da ma-
lha. Esta estrutura cristalina impõem condições precisas sobre as intensidades.
Mostre quais condições deve ser impostas sobre os vetor h para que I(h) seja
nula. Responda a mesma questão para o caso das moléculas estarem situadas
sobre a origem e sobre o centro da face definida pelo plano (a1 , a2 ).

2. A malha de um cristal com simetria tetragonal tem parâmetros de rede a=3.0


Å e c=7.0 Å. Este cristal é colocado dentro de um feixe de raios X mono-
cromático com comprimento de onda λ=0.5 Å. Quantas reflexões (pontos do
espaço recı́proco) podemos medir?

3. Para um cristal de simetria cúbica com parâmetro de rede a = 10.0 Å, pode
ser mostrado que sin2 θ = (λ/2a)2 (h2 + k 2 + l2 ). Considere para este exercı́cio
que λ = 1 Å. Suponha que devido a um efeito de compressão, a malha cúbica
se deforme ligeiramente formando uma nova malha tetragonal de largura a e
de altura c = 0.96a.
(a) Mostre que para malha tetragonal sin2 θ = (λ/2a)2 (h2 + k 2 ) + (λ/2c)2 l2 .
Utilize para este exercı́cio a equação de Bragg lembrando que ai · a∗j = δij e
que h = 1/d.
(b) Construa um diagrama ilustrando a diferença dos valores de 2θhkl , entre
o difratograma de sistemas cúbico e tetragonal indicando os ı́ndices de miller
(hkl) para cada linha. Para este exercı́cio considere unicamente as 10 primeiras
linhas do difratograma do cristal cúbico com os menores ângulos. Considere
que todas as linhas estejam presentes (ignore as extinções) e investigue o efeito
da deformação sobre cada uma delas.
19 Esfera de Ewald

Considere uma rede cristalina com parâmetros de rede a=5,0Å, b=5,0Å e c=5,0Å,
α=β=90o e γ=118o .

1. Determine os parâmetros da rede recı́proca e os volumes das malhas diretas e


recı́procas. Faça um esboço e indique as orientações relativas dos vetores das
bases diretas e recı́procas.

2. Calcule as distâncias interplanares para os planos (110) e (301).

3. Supondo que a radiação utilizada seja a CuKα (λ=1,5418 Å) quais são os
ângulos θ no quais as reflexões (110) e (301) serão observadas.

4. Considere que um feixe de raios X incida perpendicularmente direção c. Deter-


mine graficamente, utilizando a construção de Ewald (use papel milimetrado)
a posição do cristal na qual a reflexão (110) será observada. Esta posição pode
ser descrita através dos ângulos entre o feixe incidente So e os vetores a∗ e b∗ .

5. Repita o exercı́cio anterior para o plano (301) considerando que o feixe incida
perpendicularmente ao eixo b.

6. Qual o número máximo de reflexões do tipo (hk0) que se pode medir fazendo
o cristal girar ao longo do eixo c? Qual os valores máximos para os ı́ndices de
Miller h e k nesta condição?

7. Qual o número máximo de reflexões do tipo (h0l) que se pode medir fazendo
o cristal girar ao longo do eixo b. Qual os valores máximos de para os ı́ndices
de Miller h e l nesta condição

8. Qual o número mximo de reflexões (hkl) que se pode medir em cada um dos
casos anteriores.

9. Qual mudança aconteceria nos itens acima se a radiação MoKα (λ=0,7107 Å)
fosse utilizada.
20 Fator de Forma

R +∞
A função f (h) = −∞ ρ(r)exp(2πih · r)dr representa o fator de forma atômico no
qual volume de integração corresponde à vizinhança do átomo. Desejamos calcular
esta integral supondo que a densidade eletrônica em torno do átomo possua uma
simetria esférica. Para tanto devemos usar um sistema de coordenadas esféricas
no qual o elemento de volume é dr = r2 Senχdrdχdφ. Podemos, sem perda de
generalidade, orientar o sistema de referência de tal forma que h seja paralelo à
direção Z. Desta forma os limites de integração serão 0 ≤ r ≤ ∞; 0 ≤ χ ≤ π; e
0 ≤ φ ≤ 2π. Conforme mostrado a seguir

Z
χ

Y
φ
X

Podemos simplificar ainda mais a integral considerando que a densidade eletrônica


dos pontos P (r, χ, φ) e P (r, π − χ, π + φ) são idênticas.
1. Utilizando as informações anteriores, mostre que
Z ∞  
2 Sen(2πrh)
f (h) = 4π ρ(r)r dr;
o 2πrh
2. Supondo a densidade eletrônica satisfaça a condição ρ(r) = 1 se 0 < r ≤ R
e ρ(r) = 0 se r > R calcule f (h). Mostre graficamente o comportamento de
f (h).
3. Para o carbono, a distribuição de elétrons pode ser dada pela fórmula de Slater
c31 c5
ρ1s = exp(−2c1 r) e ρ2s = 2 r2 exp(−2c2 r)
π 96π
−1 −1
sendo cl =10.77 Å e c2 =6.15 Å . Na aproximação radial, os elétrons 2s e
2p tem uma distribuição equivalente. Calcule a contribuição dos elétrons 1s
para o fator de forma e desenhe a função f (h). Calcule a razão entre o fator
de forma do carbono para um ângulo 2θ=60◦ e para 2θ=0◦ . Considere λ =
0.71069 Å.
4. Calcule f (h). para uma distribuição de elétrons descrita pela função Delta de
Dirac. Lembre-se que esta função satisfaz a seguinte condição:
Z ∞
δ(x)dx = 1
−∞
21 Fator de Estrutura

1. Calcule a amplitude da onda difratada AT (s) por um orifı́cio quadrado feito


em um anteparo. Para tanto, considere que o orifı́cio seja descrito por uma
função ρ(r) dada por

ρ(r) = 1 para { a2 ≤ x1 ≤ a2 ; a2 ≤ x2 ≤ a2 ; x3 = 0}

ρ(r) = 0 para outros valores

e use as propriedades da função Delta de Dirac (δ)

2. Uma simulação de um cristal bidimensional pode ser feita perfurando-se um


anteparo com orifı́cios quadrados distribuı́dos sobre uma rede definida por
vetores a e b conforme indicado na figura abaixo.

b
a

O poder de espalhamento vale f dentro do orifı́cio e 0 fora do orifı́cio. Use o


valor de f calculado no item anterior e

- encontre a amplitude e a intensidade da onda difratada por este arranjo


de N × M orifı́cios
- Mostre em que condições as intensidades não são nulas.
- Generalize o seu resultado para um caso tridimensional
22 Regras de extinção

1. Determine as regras de extinção que serão observadas na figura de difração de


cristais descritos por redes de Bravais do tipo A, B,C, I, F e R.

2. Determine as regras de extinção que serão obsservadas na figura de difração


de cristis que possuem elementos de simetria a, b, c, n, d, 21 , 32 , e 64 .

3. O arquivo regrasdeextincao.hkl dipsonı́vel no site do curso contém o conjunto


das intensidades (módulo ao quadrado dos fatores de estrutura) observados
em uma determinada medida. Os parâmetros de rede do cristal medido são
a = 6, 9433(5)Å, b = 6, 1288(4)Å, c = 11, 2106Å e os ângulos são α = β = γ =
90o . Desenvolva um algorı́tmo usando uma planilha Excell ou um código em
linguagem do seu conhecimento e identifique o grupo de espaço que melhor
representa a simetria observada no espao recı́proco.
23 Introdução à Álgebra Tensorial

1. O tensor de condutividade elétrica de um certo cristal possui os coeficientes a


seguir em relação aos eixos x1 , x2 , x3 :

25 × 107
 
0 √ 0
σ(Ω−1 m−1 ) =  0 7√× 107 −3( 3) × 107 
7
0 −3( 3) × 10 13 × 107
0 0 0
Suponha que o sistema de referência se transforme em x1 , x2 , x3 pela rotação
indicada a seguir

0 0 0 0
x1 Ox1 = 0◦ x2 Ox2 = 30◦ x2 Ox3 = 60◦ x3 Ox3 = 30◦

Verifique que a soma dos quadrados de aij em cada linha e em cada coluna da
matriz de transformação dos sistemas de referência é 1. Verifique tamb emque
o produto de duas linhas ou duas colunas quaisquer da matriz de transformação
é 0.
0
2. Determine os valores da componente σij no novo sistema de referência e co-
mente os resultados obtidos.
0 0
3. Desenhe sobre os novos eixos x2 , x3 uma seção do elipsóide de condutividade
0
(representação quadrática) no plano x1 = 0. Note que trata-se de uma seção
principal. Insira os eixos iniciais x2 , x3 sobre o desenho.

4. Desenhe um vetor radial OP~ seguindo a direção na qual os cosenos referentes



aos eixos iniciais valem (0, 12 , 23 ). Meça o comprimento do vetor radial e
encontre a condutividade elétrica segundo esta direção .

5. Verifique o resultado anterior usando uma expressão analı́tica.

6. Admitindo que um campo elétrico de 1 volt/m seja estabelecido segundo a


~ , calcule as componentes Ei do campo ao longo dos eixos xi . Em
direção OP
seguida calcule as componentes Ji da densidade de corrente (J~ = σ E
~ ⇒ Ji =
σij Ej ).

7. Utilize as componentes Ji e desenhe um diagrama vetorial sobre os eixos x1 ,


x2 ,x3 , em seguida determine graficamente a amplitude e a direção da densi-
dade de corrente resultante.

8. Admitindo que o mesmo campo elétrico do ı́tem (6), refaça os mesmos cálculos
0
do ı́tem (6) e repita a construção do ı́tem (7) utilizando os eixos xi no lugar
0
dos eixos xi , assim como os valores de σij encontrados no ı́tem (2). Compare
os resultados co aqueles obtidos em (7).
Introdução à Álgebra Tensorial 30

9. Compare a direção da corrente resultante com aquela da normal ao elipsóide


de condutividade no ponto P .

10. Encontre graficamente a componente a da resultante da densidade de corrente


~ e em seguida determine σ nesta direção . Compare o resultado
ao longo de OP
obtido com aquele encontrado em (4) e (5).

Carlos Bası́lio Pinheiro - Cristalografia


24 ADPs: restrições nas componentes

1. Supondo que um certo átomo esteja posicionado sobre um dado elemento de


simetria cristalográfico, determine as restrições impostas sobre as componentes
do tensor de deslocamento anisotrópico (ADP).

2. Repita o exercı́cio anterior e determine as restrições impostas sobre as com-


ponentes dos ADPs de átomos situados sobre seguintes elementos de simetria:
1, 2[010], 3[001], 4[001], 6[001], m[010], m[110], -1. Os termos entre colchetes
indicam direções no espaço direto.

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