Codigo de Processo Penal Anotado

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PEDRO FARACO NETO

CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL ANOTADO

De acordo com
Lei nº 13.964/19 (Projeto Anticrime)
Lei nº 13.869/19 (Lei do Abuso de Autoridade)

Londrina/PR
2020
© Direitos de Publicação Editora Thoth. Londrina/PR.
www.editorathoth.com.br
[email protected]
Diagramação e Capa: Editora Thoth
Revisão: o autor. Editor chefe: Bruno Fuga
Coordenador de Produção Editorial: Thiago Caversan Antunes
Diretor de Operações de Conteúdo: Arthur Bezerra de Souza Junior

Conselho Editorial

Prof. Me. Anderson de Azevedo • Me. Aniele Pissinati • Prof. Me. Arthur Bezerra de
Souza Junior • Prof. Dr. Bianco Zalmora Garcia • Prof. Me. Bruno Augusto Sampaio
Fuga • Prof. Dr. Carlos Alexandre Moraes • Prof. Dr. Celso Leopoldo Pagnan • Prof.
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• Prof. Dr. Antônio Pereira Gaio Júnior

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Faraco Neto, Pedro. Código de Processo Penal Anotado / Pedro Faraco


Neto. – Londrina, PR: Thoth, 2020. (Coleção Códigos Anotados Editora
Thoth)

ISBN 978-65-990261-0-2

1.Processo Penal. 2. Código anotado. 3.Direito processual. 4. Processo.


I. Título.

CDU - 341.43

Índices para catálogo sistemático


1. Direito Processual Penal : 341.43

Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização.


Todos os direitos desta edição reservardos pela Editora Thoth. A Editora Thoth não
se responsabiliza pelas opiniões emitidas nesta obra por seu autor.
SOBRE O AUTOR

PEDRO FARACO NETO


Doutor em Função Social do Direito pela Faculdade Autônoma de
Direito de São Paulo. Especialista em Direito Penal e Processo Penal
pela Universidade Estadual de Londrina. Professor de Direito Penal e
Processo Penal no Curso de Graduação em Direito da Universidade
Norte do Paraná. Professor em Diversos Cursos de Especialização
Lato Sensu em Direito Penal e Processo Penal. Professor da Escola
da Magistratura do Estado do Paraná. Advogado Criminalista.
APRESENTAÇÃO COLEÇÃO CÓDIGOS
ANOTADOS

No ano de 2020, a Editora Thoth lança a Coleção Códigos Anotados.


Diversos Códigos serão publicados por professores de Londrina/PR, cidade
sede da Editora Thoth, com o propósito de disponibilizar Códigos com as
respectivas leis e anotações pertinentes. As anotações nos artigos legais
consistiram em enunciados, direito jurisprudencial dos Tribunais Superiores,
súmulas, resoluções e afins, sempre ligados ao artigo e ao Código em
questão.
A coordenação geral é de responsabilidade do Professor Bruno Fuga,
que foi responsável pela ideia inicial do projeto e por conversar com todos os
professores responsáveis pelos respectivos Códigos, alinhando entre todos
uma padronização na pesquisa para criar harmonia no projeto como um todo
– respeitando, claro, a particularidade de cada Código.
De parabéns, assim, todos os autores da Coleção Códigos Anotados
da Editora Thoth, por aceitarem o desafio e, dessa forma, colaborar com a
pesquisa e estudo, cada qual na sua respectiva área.

Londrina, janeiro de 2020.


APRESENTAÇÃO DO CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL ANOTADO

Honra-me o convite feito pelo professor Bruno Augusto Sampaio


Fuga para estruturar um Código de Processo Penal com anotações sobre a
legislação relacionada, sobre as Súmulas e Informativos de Jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
bem como sobre recentes decisões destas Cortes de Justiça.
Fragmento polêmico do Direito, o Processo Penal vem constantemente
sofrendo mudanças legais e de entendimento jurisprudencial. Desta forma, foi
necessário incluir nesta obra a Lei nº 13.964/19, conhecida como decorrente
de um “Pacote Anticrime”, e colacionar à mesma diversas decisões das
Cortes Superiores proferidas nos últimos 3 anos.
Este é o diferencial desta obra em cotejo com os demais Códigos de
Processo Penal: a maioria apenas reproduzem o texto legal enquanto que
esta já se encontra com referências que proporcionam uma melhor exegese
dos dispositivos legais, à luz do entendimento dos Tribunais Superiores (STF
e STJ).
Cumpre informar que este trabalho não tem a pretensão de exaurir
a interpretação das normativas processuais penais, missão esta que pode
ser classificada como impossível. Contudo, é inequívoco que um Código
de Processo Penal com anotações e com as transcrições das Súmulas,
dos Informativos e das Jurisprudências, além das citações às legislações
relacionadas, proporciona ao leitor uma teia de entendimentos que amplia os
horizontes interpretativos, além de servir de material consultivo.
Em decorrência da alta variância legal e de interpretação acima
referida, o intuito deste Autor é manter o presente Código de Processo Penal
Anotado atualizado mês a mês e, inclusive, ampliá-lo com outras decisões de
relevo processual penal, possibilitando aos atores do direito e aos estudantes
acesso a um maior acervo de conhecimento da temática.
Nesta breve apresentação gostaria de agradecer o companheirismo
do estagiário Vinícius Basso Lopes, graduando em Direito com um futuro
acadêmico brilhante. Dado ao extremo bom senso jurídico e ao enorme
empenho nos estudos, além de ensiná-lo, acabo por aprender na nossa
convivência diária, afinal, o melhor Direito é sempre encontrado nos debates
construtivos acerca dos fatos, dos valores e das normas, dos costumes e de
todas as demais fontes do Direito.
No mesmo sentido, Professor que sou, em minhas obras sempre busco
agradecer os Professores que tive nesta longa vida acadêmica. Como os
Mestres são importantes para nos moldar profissionalmente e pessoalmente!
Como já se foram 22 anos do dia em que ingressei no Curso de Direito da
Universidade Estadual de Londrina, passando por especialização, mestrado e
doutorado, foram muitos os Docentes que tive e homenageio-os em nome do
grande processualista Ivan Aparecido Ruiz, professor titular do departamento
de direito processual da Universidade Estadual de Maringá/PR (UEM).
Finalmente, desejo, com todo carinho, uma ótima consulta a todos os
leitores!
LISTA DE ABREVIATURAS

ADPF Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental


ADI Ação Direta de Inconstitucionalidade
ADC Ação Direta de Constitucionalidade
Ag Agravo de Instrumento
AgRg Agravo Regimental
AI Arguição de Inconstitucionalidade
APn Ação Penal
Art Artigo
Arts Artigos
CAt Conflito de Atribuições
CC Código Civil
CC Conflito de Competência
CNJ Conselho Nacional de Justiça
CP Código Penal
CPC Código de Processo Civil
CPP Código de Processo Penal
CPM Código de Processo Penal Militar
CPPM Código de Processo Penal Militar
CR Carta Rogatória
EAg Embargos de Divergência no Agravo
EC Emenda Constitucional
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
EDcl Embargos de Declaração
EOAB Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil
EREsp Embargos de Divergência em Recurso Especial
ERMS Embargos Infringentes no Recurso em Mandado de
Segurança
ExImp Exceção de Impedimento
ExSusp Exceção de Suspeição
ExVerd Exceção da Verdade
HC Habeas Corpus
HD Habeas Data
HSE Homologação de Sentença Estrangeira
IDC Incidente de Deslocamento de Competência
IExec Incidente de Execução
Inq Inquérito
LC Lei Complementar
LCP Lei das Contravenções Penais
LEP Lei de Execuções Penais
Loman Lei Orgânica da Magistratura
LONMP Lei Orgânica Nacional do Ministério Publico
MC Medida Cautelar
MI Mandado de Injunção
MS Mandado de Segurança
NC Notícia-Crime
Pet Petição
PExt Pedido de Extensão
Pn Penal
Prc Precatório
PrCv Processual Civil
PrPn Processual Penal
Pv Previdenciário
QO Questão de Ordem
Rcl Reclamação
RD Reconsideração de Despacho
RE Recurso Extraordinário
REsp Recurso Especial
RHC Recurso em Habeas Corpus
RHD Recurso em Habeas Data
RISTF Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal
RISTJ Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça
RMI Recurso em Mandado de Injunção
RMS Recurso em Mandado de Segurança
RO Recurso Ordinário
Rp Representação
RvCr Revisão Criminal
Sd Sindicância
SEC Sentença Estrangeira Contestada
SUMÁRIO

SOBRE O AUTOR ....................................................................................5


APRESENTAÇÃO COLEÇÃO CÓDIGOS ANOTADOS ...........................7
APRESENTAÇÃO DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ANOTADO....9
LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................11

LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL ..................................................................21

TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ......................................21


TÍTULO II - DO INQUÉRITO POLICIAL...............................................23
TÍTULO III - DA AÇÃO PENAL.............................................................29
TÍTULO IV - DA AÇÃO CIVIL ...............................................................37
TÍTULO V - DA COMPETÊNCIA..........................................................38
CAPÍTULO I - DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO ..40
CAPÍTULO II - DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA
DO RÉU..............................................................................................41
CAPÍTULO III - DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRA-
ÇÃO ....................................................................................................41
CAPÍTULO IV - DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO ..............42
CAPÍTULO V - DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊN-
CIA......................................................................................................42
CAPÍTULO VI - DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO .................44
CAPÍTULO VII - DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE
FUNÇÃO ............................................................................................44
CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES ESPECIAIS ...................................46
TÍTULO VI - DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES ..........47
CAPÍTULO I - DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS..............................47
CAPÍTULO II - DAS EXCEÇÕES.......................................................47
CAPÍTULO III - DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS ...49
CAPÍTULO IV - DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO ............................49
CAPÍTULO V - DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS ..50
CAPÍTULO VI - DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS.......................51
CAPÍTULO VII - DO INCIDENTE DE FALSIDADE ............................54
CAPÍTULO VIII - DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO ...........54
TÍTULO VII - DA PROVA ......................................................................55
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS.............................................55
CAPÍTULO II - DO EXAME DO CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE
CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL........................................59
CAPÍTULO III - DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO..................65
CAPÍTULO IV - DA CONFISSÃO.......................................................68
CAPÍTULO V - DO OFENDIDO ........................................................68
CAPÍTULO VI - DAS TESTEMUNHAS ..............................................69
CAPÍTULO VII - DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COI-
SAS ....................................................................................................72
CAPÍTULO VIII - DA ACAREAÇÃO ...................................................73
CAPÍTULO IX - DOS DOCUMENTOS ...............................................73
CAPÍTULO X - DOS INDÍCIOS ..........................................................74
CAPÍTULO XI - DA BUSCA E DA APREENSÃO ...............................74
TÍTULO VIII - DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E
DEFENSOR, DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA ......76
CAPÍTULO I - DO JUIZ ......................................................................76
CAPÍTULO II - DO MINISTÉRIO PÚBLICO .......................................78
CAPÍTULO III - DO ACUSADO E SEU DEFENSOR ..........................78
CAPÍTULO IV - DOS ASSISTENTES .................................................80
CAPÍTULO V - DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA .........................80
CAPÍTULO VI - DOS PERITOS E INTÉRPRETES ............................80
TÍTULO IX - DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA
LIBERDADE PROVISÓRIA...................................................................81
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS..............................................81
CAPÍTULO II - DA PRISÃO EM FLAGRANTE ...................................85
CAPÍTULO III - DA PRISÃO PREVENTIVA ........................................88
CAPÍTULO IV - DA PRISÃO DOMICILIAR .........................................91
CAPÍTULO V - DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES .................92
CAPÍTULO VI - DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM
FIANÇA................................................................................................93
TÍTULO X - DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES .....................................96
CAPÍTULO I - DAS CITAÇÕES ..........................................................96
CAPÍTULO II - DAS INTIMAÇÕES .....................................................99
TÍTULO XI - DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES DE
DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA.........................................100
TÍTULO XII - DA SENTENÇA..............................................................101

LIVRO II
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE ........................................................105

TÍTULO I - DO PROCESSO COMUM ................................................105


CAPÍTULO I - DA INSTRUÇÃO CRIMINAL ......................................105
CAPÍTULO II - DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS
DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI.................................. 110

Seção I - Da Acusação e da Instrução Preliminar .......................... 110


Seção II - Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumá-
ria .................................................................................................... 111
Seção III - Da Preparação do Processo para Julgamento em
Plenário .......................................................................................... 113
Seção IV - Do Alistamento dos Jurados ........................................ 114
Seção V - Do Desaforamento ........................................................ 114
Seção VI - Da Organização da Pauta ............................................ 115
Seção VII - Do Sorteio e da Convocação dos Jurados ................. 115
Seção VIII - Da Função do Jurado ................................................. 116
Seção IX - Da Composição do Tribunal do Júri e da Formação do
Conselho de Sentença ................................................................... 117
Seção X - Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri .............. 118
Seção XI - Da Instrução em Plenário .............................................120
Seção XII - Dos Debates ................................................................121
Seção XIII - Do Questionário e sua Votação .................................122
Seção XIV - Da sentença ...............................................................124
Seção XV - Da Ata dos Trabalhos .................................................125
Seção XVI - Das Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri....126

CAPÍTULO III - DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES


DA COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR .......................................126
TÍTULO II - DOS PROCESSOS ESPECIAIS ....................................126
CAPÍTULO I - DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
DE FALÊNCIA ..................................................................................126
CAPÍTULO II - DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRI-
MES ..................................................................................................127
DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS ......127
CAPÍTULO III - DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRI-
MES ..................................................................................................127
DE CALÚNIA E INJÚRIA, DE COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGU-
LAR...................................................................................................127
CAPÍTULO IV - DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL ........................................128
CAPÍTULO V - DO PROCESSO SUMÁRIO ....................................129
CAPÍTULO VI - DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS
EXTRAVIADOS OU DESTRUÍDOS .................................................130
CAPÍTULO VII - DO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA DE
SEGURANÇA POR FATO NÃO CRIMINOSO .................................131
TÍTULO III - DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E DOS TRIBUNAIS DE
APELAÇÃO........................................................................................131
CAPÍTULO I - DA INSTRUÇÃO .......................................................131
CAPÍTULO II - DO JULGAMENTO ..................................................131

LIVRO III
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL............................131

TÍTULO I - DAS NULIDADES ............................................................131


TÍTULO II - DOS RECURSOS EM GERAL .......................................135
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS...........................................135
CAPÍTULO II - DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ................136
CAPÍTULO III - DA APELAÇÃO .......................................................138
CAPÍTULO IV - DO PROTESTO POR NOVO JÚRI ........................141
CAPÍTULO V - DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS
RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO E DAS APELAÇÕES, NOS
TRIBUNAIS DE APELAÇÃO............................................................141
CAPÍTULO VI - DOS EMBARGOS ..................................................142
CAPÍTULO VII - DA REVISÃO .........................................................143
CAPÍTULO VIII - DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO....................145
CAPÍTULO IX - DA CARTA TESTEMUNHÁVEL..............................145
CAPÍTULO X - DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO..........146
LIVRO IV
DA EXECUÇÃO ....................................................................................150

TÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS ..................................................150


TÍTULO II - DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE .................151
CAPÍTULO I - DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE ............151
CAPÍTULO II - DAS PENAS PECUNIÁRIAS ...................................152
CAPÍTULO III - DAS PENAS ACESSÓRIAS ...................................153
TÍTULO III - DOS INCIDENTES DA EXECUÇÃO .............................153
CAPÍTULO I - DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA ...........153
CAPÍTULO II - DO LIVRAMENTO CONDICIONAL .........................155
TÍTULO IV - DA GRAÇA, DO INDULTO, DA ANISTIA E DA REHABILITA-
ÇÃO ....................................................................................................158
CAPÍTULO I - DA GRAÇA, DO INDULTO E DA ANISTIA ...............158
CAPÍTULO II - DA REABILITAÇÃO .................................................158
TÍTULO V - DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA ......159

LIVRO V
DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADE ESTRANGEI-
RA..........................................................................................................162

TÍTULO ÚNICO ..................................................................................162


CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS...........................................162
CAPÍTULO II - DAS CARTAS ROGATÓRIAS .................................162
CAPÍTULO III - DA HOMOLOGAÇÃO DAS SENTENÇAS ESTRANGEI-
RAS ..................................................................................................163
LIVRO VI
DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................163
PEDRO FARACO NETO

DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE proventos de reforma por invalidez permanente


OUTUBRO DE 1941 que se revelem incompatíveis com o exercício
de outra atividade laboral civil, seja em virtude
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL da apresentação de declaração falsa perante a
Marinha do Brasil. (CC 167.101-DF).
LIVRO I
Informativo nº 0621, STJ - Compete à
DO PROCESSO EM GERAL Justiça Militar processar e julgar o crime de
furto, praticado por civil, de patrimônio que,
TÍTULO I sob administração militar, encontra-se nas
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES dependências desta. (CC 145.721-SP).
Informativo nº 0626, STJ - Compete à
Art.  1º O processo penal reger-se-á, em Justiça Estadual a execução de medida de
todo o território brasileiro, por este Código, segurança imposta a militar licenciado. (CC
ressalvados: 149.442-RJ).
IV - os processos da competência do tribunal
Lei nº 7.565, de 19/12/1986 (Código Brasileiro
especial;
de Aeronáutica).
Lei nº 8.617, de 04/01/1993, dispõe sobre o mar Lei nº 7.170/83 dispõe sobre os crimes contra a
territorial, a zona contígua, a zona econômica segurança nacional.
exclusiva e a plataforma continental brasileira. V - os processos por crimes de imprensa;
Arts. 5º, §§ 3º, e 4º, e 52 da CF.
Ver ADPF nº 130.
Arts. 4º, 5º, 7º e 8º do Código Penal.
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto,
I  - os tratados, as convenções e regras de este Código aos processos referidos nos
direito internacional; nos. IV e V, quando as leis especiais que os
Art. 109, V, da CF. regulam não dispuserem de modo diverso.
Pacto de São José da Costa Rica, ratificado
pelo Decreto nº 678/92. Art.  2º A lei processual penal aplicar-se-á
desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
Decreto nº 3.167/99 promulga a Convenção
sobre a Prevenção e Punição de Crimes contra
realizados sob a vigência da lei anterior.
Pessoas que Gozam de Proteção Internacional. Arts. 1ª a 3º do Código Penal.
Ver Emenda Constitucional 45 e Art. 5o, § 4o, Art. 5º, XXXIX e XL, da CF.
da CF.
Informativo 741, STF - A lei que regula o
Ver Abrangência do Estatuto de Roma do recurso cabível é a da época da sentença.
Tribunal Penal Internacional (Dec. nº 4.388, de (RHC 120.356).
25/09/2002).
Informativo nº 0649, STJ - É possível a
II  - as prerrogativas constitucionais do aplicação imediata da Lei n. 13.491/2017,
Presidente da República, dos ministros de que amplia a competência da Justiça Militar
Estado, nos crimes conexos com os do e possui conteúdo híbrido (lei processual
Presidente da República, e dos ministros do material), aos fatos perpetrados antes do seu
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de advento, mediante observância da legislação
penal (seja ela militar ou comum) mais benéfica
responsabilidade;
ao tempo do crime. (CC 161.898-MG).
A referência foi feita à CF/1937. A Constituição Ver STF, RE 1169982 AgR, Relator(a): Min.
vigente trata da matéria nos artigos 50, §2º, 52, RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em
I, parágrafo único, 85, 86, § 1º, II e 102, I, b. 17/05/2019 (Sobre o Tempus Regit Actum).
Lei nº 1.079, de 10/04/1950, dispõe sobre os
Crimes de Responsabilidade. Art.  3º A lei processual penal admitirá
interpretação extensiva e aplicação analógica,
III - os processos da competência da Justiça
bem como o suplemento dos princípios gerais
Militar;
de direito.
Decreto-Lei 1.002/1969 e Alterações da Lei
13.491/2017. Art. 1º do Código Penal.
Art. 124 da CF dispõe que a competência para Arts. 4º do Dec. – Lei nº 4.657, de 04/09/1942
julgar crimes militares é da Justiça Militar. (Lei de Introdução às Normas do Direito
Informativo nº 0657, STJ - É competente Brasileiro).
a Justiça Militar, na forma do art. 9º, III, “a”, do Ver STJ, APn 912/RJ, Relator(a): Min.
Código Penal Militar, para conduzir inquérito LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado em
policial no qual se averiguam condutas que 07/08/2019. (QUEIXA-CRIME. ACUSAÇÃO
têm, no mínimo, potencial para causar prejuízo CONTRA DESEMBARGADORA DO TJRJ.
à Administração Militar (e/ou a seu patrimônio), PRERROGATIVA DE FORO NO STJ. CRIME
seja decorrente da percepção ilegal de DE CALÚNIA CONTRA PESSOA MORTA.

21
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ANOTADO

QUEIXA PARCIALMENTE RECEBIDA. 2. Por e a ampla defesa em audiência pública e oral;


se tratar de crime de calúnia contra pessoa
morta (art. 138, § 2.º, do Código Penal), os VIII - prorrogar o prazo de duração do
Querelantes – mãe, pai, irmã e companheira inquérito, estando o investigado preso,
em união estável da vítima falecida – são partes em vista das razões apresentadas pela
legítimas para ajuizar a ação penal privada, nos autoridade policial e observado o disposto no
termos do art. 24, § 1.º, do Código de Processo § 2º deste artigo;
Penal (“§ 1.º No caso de morte do ofendido ou
quando declarado ausente por decisão judicial, IX - determinar o trancamento do inquérito
o direito de representação passará ao cônjuge, policial quando não houver fundamento
ascendente, descendente ou irmão”). 3. A razoável para sua instauração ou
companheira, em união estável reconhecida,
prosseguimento;
goza do mesmo status de cônjuge para o
processo penal, podendo figurar como legítima X - requisitar documentos, laudos e
representante da falecida. Vale ressaltar que a informações ao delegado de polícia sobre o
interpretação extensiva da norma processual
penal tem autorização expressa no art. 3.º
andamento da investigação;
do CPP (“A lei processual penal admitirá XI - decidir sobre os requerimentos de:
interpretação extensiva e aplicação analógica,
bem como o suplemento dos princípios gerais a) interceptação telefônica, do fluxo de
de direito”). comunicações em sistemas de informática
e telemática ou de outras formas de
Juiz das Garantias
comunicação;

Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de
acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase dados e telefônico;
de investigação e a substituição da atuação
c) busca e apreensão domiciliar;
probatória do órgão de acusação.’
d) acesso a informações sigilosas;
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável
e) outros meios de obtenção da prova
pelo controle da legalidade da investigação
que restrinjam direitos fundamentais do
criminal e pela salvaguarda dos direitos
investigado;
individuais cuja franquia tenha sido reservada
à autorização prévia do Poder Judiciário, XII - julgar o habeas corpus impetrado antes
competindo-lhe especialmente: do oferecimento da denúncia;

I - receber a comunicação imediata da prisão, XIII - determinar a instauração de incidente


nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º de insanidade mental;
da Constituição Federal; XIV - decidir sobre o recebimento da
II - receber o auto da prisão em flagrante para denúncia ou queixa, nos termos do art. 399
o controle da legalidade da prisão, observado deste Código;
o disposto no art. 310 deste Código; XV - assegurar prontamente, quando se fizer
III - zelar pela observância dos direitos do necessário, o direito outorgado ao investigado
preso, podendo determinar que este seja e ao seu defensor de acesso a todos os
conduzido à sua presença, a qualquer tempo; elementos informativos e provas produzidos
no âmbito da investigação criminal, salvo no
IV - ser informado sobre a instauração de que concerne, estritamente, às diligências em
qualquer investigação criminal; andamento;
V - decidir sobre o requerimento de prisão XVI - deferir pedido de admissão de
provisória ou outra medida cautelar, assistente técnico para acompanhar a
observado o disposto no § 1º deste artigo; produção da perícia;
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra XVII - decidir sobre a homologação de
medida cautelar, bem como substituí-las ou acordo de não persecução penal ou os de
revogá-las, assegurado, no primeiro caso, colaboração premiada, quando formalizados
o exercício do contraditório em audiência durante a investigação;
pública e oral, na forma do disposto neste
Código ou em legislação especial pertinente; XVIII - outras matérias inerentes às

VII - decidir sobre o requerimento de produção


antecipada de provas consideradas urgentes
e não repetíveis, assegurados o contraditório
22
PEDRO FARACO NETO

atribuições definidas no caput deste artigo. Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá
assegurar o cumprimento das regras para o
§ 1º (VETADO). tratamento dos presos, impedindo o acordo
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos
garantias poderá, mediante representação da imprensa para explorar a imagem da
da autoridade policial e ouvido o Ministério pessoa submetida à prisão, sob pena de
Público, prorrogar, uma única vez, a duração responsabilidade civil, administrativa e penal.
do inquérito por até 15 (quinze) dias, após
o que, se ainda assim a investigação não Parágrafo único. Por meio de regulamento,
for concluída, a prisão será imediatamente as autoridades deverão disciplinar, em 180
relaxada. (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as
informações sobre a realização da prisão
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias e a identidade do preso serão, de modo
abrange todas as infrações penais, exceto as padronizado e respeitada a programação
de menor potencial ofensivo, e cessa com o normativa aludida no caput deste artigo,
recebimento da denúncia ou queixa na forma transmitidas à imprensa, assegurados a
do art. 399 deste Código. efetividade da persecução penal, o direito
à informação e a dignidade da pessoa
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as submetida à prisão.
questões pendentes serão decididas pelo juiz OBS: Em 22/01/2020, o Ministro do Supremo
da instrução e julgamento. Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, Relator das
ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305, proferiu a
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das seguinte decisão: “Ex positis, na condição de
garantias não vinculam o juiz da instrução relator das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305,
e julgamento, que, após o recebimento da com as vênias de praxe e pelos motivos
denúncia ou queixa, deverá reexaminar a expostos:
necessidade das medidas cautelares em (a) Revogo a decisão monocrática constante
curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e suspendo sine
die a eficácia, ad referendum do Plenário, (a1)
§ 3º Os autos que compõem as matérias de da implantação do juiz das garantias e seus
competência do juiz das garantias ficarão consectários (Artigos 3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3ª-
acautelados na secretaria desse juízo, E, 3º-F, do Código de Processo Penal); e (a2)
à disposição do Ministério Público e da da alteração do juiz sentenciante que conheceu
defesa, e não serão apensados aos autos de prova declarada inadmissível (157, §5º, do
do processo enviados ao juiz da instrução Código de Processo Penal);
e julgamento, ressalvados os documentos (b) Concedo a medida cautelar requerida nos
relativos às provas irrepetíveis, medidas autos da ADI 6305, e suspendo sine die a
de obtenção de provas ou de antecipação eficácia, ad referendum do Plenário, (b1) da
alteração do procedimento de arquivamento
de provas, que deverão ser remetidos para do inquérito policial (28, caput, Código de
apensamento em apartado. Processo Penal); (b2) Da liberalização da
prisão pela não realização da audiência de
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo
custodia no prazo de 24 horas (Artigo 310, §4°,
acesso aos autos acautelados na secretaria do Código de Processo Penal);
do juízo das garantias.’
Nos termos do artigo 10, §2º, da Lei n. 9868/95, a
concessão desta medida cautelar não interfere
‘Art. 3º-D. O juiz que, na fase de
nem suspende os inquéritos e os processos
investigação, praticar qualquer ato incluído nas em curso na presente data. Aguardem-se as
competências dos arts. 4º e 5º deste Código informações já solicitadas aos requeridos, ao
ficará impedido de funcionar no processo. Advogado-Geral da União e ao Procurador-
Geral da República. Após, retornem os autos
Parágrafo único. Nas comarcas em que para a análise dos pedidos de ingresso na lide
funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão dos amici curae e a designação oportuna de
um sistema de rodízio de magistrados, a fim audiências públicas.
de atender às disposições deste Capítulo.’ TÍTULO II

‘Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado DO INQUÉRITO POLICIAL


conforme as normas de organização judiciária
da União, dos Estados e do Distrito Federal, Art. 4º A polícia judiciária será exercida
observando critérios objetivos a serem pelas autoridades policiais no território de
periodicamente divulgados pelo respectivo suas respectivas circunscrições e terá por
tribunal.’ fim a apuração das infrações penais e da sua
autoria.

23
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ANOTADO

Caput com a redação dada pela Lei nº 9.043, Ver STF, RHC 116.000 AgR, rel. min. Celso
de 09/05/1995. de Mello, j. 25-3-2014 (Alegada nulidade
Art. 144, § 1º, IV, da CF. da investigação penal pelo fato de a polícia
judiciária estadual haver recebido cooperação
Art. 107 deste Código. da Polícia Federal. Inocorrência. Mútua
Art. 69 da Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados assistência técnica entre a Polícia Federal e
Especiais). as polícias estaduais, além do fornecimento
Lei 12.830/2013 (Investigação Criminal recíproco de dados investigatórios e o
Conduzida Pelo Delegado de Polícia). intercâmbio de informações entre referidos
organismos policiais: medidas que se
Art. 33 da Lei Complementar 35/79; Art. legitimam em face do modelo constitucional de
18 da Lei Complementar e Art. 41 da Lei federalismo cooperativo).
Complementar 8625/93, dispõem sobre a
Investigação Contra Membros do Ministério Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito
Público e Juízes de Direito. policial será iniciado:
Súmula 444, STJ - É vedada a utilização de
inquéritos policiais e ações penais em curso Art. 5º, LIX, e 129, I, VII e VIII da CF.
para agravar a pena-base.
I - de ofício;
Súmula 234, STJ - A participação de membro
do Ministério Público na fase investigatória II  - mediante requisição da autoridade
criminal não acarreta o seu impedimento ou judiciária ou do Ministério Público, ou a
suspeição para o oferecimento da denúncia. requerimento do ofendido ou de quem tiver
Informativo 824, STF - A suspeição de qualidade para representá-lo.
autoridade policial verificada em inquérito não
Art. 5º, § 2º, deste Código.
é motivo para a anulação do processo penal.
Informativo nº 0577, STJ - Os dados
Ver STF, RE 593.727, rel. p/ o ac. min. Gilmar
bancários entregues à autoridade fiscal pela
Mendes, j. 14-5-2015 (Poderes de investigação
sociedade empresária fiscalizada, após regular
do Ministério Público. Os arts. 5º, LIV e LV, 129,
intimação e independentemente de prévia
III e VIII, e 144, IV, § 4º, da CF não tornam a
autorização judicial, podem ser utilizados para
investigação criminal exclusividade da polícia
subsidiar a instauração de inquérito policial
nem afastam os poderes de investigação do
para apurar suposta prática de crime contra a
Ministério Público. Fixada, em repercussão
ordem tributária. (RHC 66.520-RJ).
geral, tese assim sumulada: “O Ministério
Público dispõe de competência para promover, Ver STF, Inq 3.847 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j.
por autoridade própria, e por prazo razoável, 7-4-2015 (A titularidade da ação penal pública
investigações de natureza penal, desde que e a atribuição para requerer o arquivamento
respeitados os direitos e garantias que assistem do inquérito policial (art. 28 do CPP) não
a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob significam que todo e qualquer requerimento
investigação do Estado, observadas, sempre, de instauração de inquérito formulado pela
por seus agentes, as hipóteses de reserva PGR deva ser incondicionalmente atendido
constitucional de jurisdição e, também, as pelo STF. Ao Poder Judiciário, na sua precípua
prerrogativas profissionais de que se acham função de garantidor de direitos fundamentais,
investidos, em nosso país, os advogados (Lei cabe exercer rígido controle de legalidade da
8.906/1994, art. 7º, notadamente os incisos persecução penal).
I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da
§ 1º O requerimento a que se refere o no II
possibilidade — sempre presente no Estado
Democrático de Direito — do permanente conterá sempre que possível:
controle jurisdicional dos atos, necessariamente Art. 12, § 1º, da Lei nº 11.340, de 07/08/2006
documentados (Súmula Vinculante 14), (Lei Maria da Penha).
praticados pelos membros dessa instituição”).
a) a narração do fato, com todas as
Parágrafo único. A competência definida circunstâncias;
neste artigo não excluirá a de autoridades
administrativas, a quem por lei seja cometida b) a individualização do indiciado ou
a mesma função. seus sinais característicos e as razões de
convicção ou de presunção de ser ele o autor
Arts. 51, IV, e 52, XIII, da CF.
da infração, ou os motivos de impossibilidade
Art. 187 da Lei 11.101/05 (Regula a de o fazer;
recuperação judicial, a extrajudicial e a falência
do empresário e da sociedade empresária). c) a nomeação das testemunhas, com
Súmula 397, STF - O poder de polícia indicação de sua profissão e residência.
da Câmara dos Deputados e do Senado Art. 202 e 207 deste Código.
Federal, em caso de crime cometido nas suas
dependências, compreende, consoante o § 2º Do despacho que indeferir o requerimento
regimento, a prisão em flagrante do acusado e de abertura de inquérito caberá recurso para
a realização do inquérito.

24
PEDRO FARACO NETO

o chefe de Polícia. de 28/03/1994.


Art. 91, II, a e b, do Código Penal.
§  3º Qualquer pessoa do povo que tiver
Arts. 11, 118, 120, 124 e 240 a 250 deste
conhecimento da existência de infração
Código.
penal em que caiba ação pública poderá,
verbalmente ou por escrito, comunicá-la III  - colher todas as provas que servirem
à autoridade policial, e esta, verificada a para o esclarecimento do fato e suas
procedência das informações, mandará circunstâncias;
instaurar inquérito. Art. 155 a 250 deste Código.
Art. 340 do Código Penal. Art. 12, II, da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da
Art. 66, I e II, da Lei das Contravenções Penais. Penha).

§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação IV - ouvir o ofendido;


pública depender de representação, não Art. 201 deste Código.
poderá sem ela ser iniciado. Art. 12, da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da
Art. 24 e 25 deste Código. Penha).
Art. 100, § 3º, do Código Penal. V - ouvir o indiciado, com observância, no que
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade for aplicável, do disposto no Capítulo III do
policial somente poderá proceder a inquérito Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo
a requerimento de quem tenha qualidade termo ser assinado por duas testemunhas
para intentá-la. que Ihe tenham ouvido a leitura;
Arts. 24 e 30 deste Código. Ver Art. 5º, inc. LXIII, CF (Direito a Não
Autoincriminação).
Art. 100, § 2º do Código Penal.
Ver Art. 7º, inc. XXI, a), Lei Federal 8.906/94.
Lei nº 12.830/13.
Art. 185 a 196 deste Código.
Súmula 594, STF - Os direitos de queixa
e de representação podem ser exercidos, Art. 8º, 2, g, do Pacto de São José da Costa
independentemente, pelo ofendido ou por seu Rica, ratificado pelo Decreto nº 678/92.
representante legal. Informativo 933, STF - Em conclusão
Ver STJ, AgRg no AREsp 1450892/SP, Rel. de julgamento, a Segunda Turma negou
Ministro RIBEIRO DANTAS, julgado em provimento ao agravo regimental em que se
18/06/2019, DJe 25/06/2019. (Instauração discutia a necessidade de intimação prévia da
de Inquérito Policial Após Notícia Apócrifa. defesa técnica do investigado para a tomada
“Denúncia Anônima”). de depoimentos orais na fase de inquérito
policial, sob pena de nulidade dos atos
Ver STF HC 98.345/RJ, Min Dias Toffoli processuais. A Turma entendeu que, por se
(Instauração de Inquérito Policial Após Notícia tratar de procedimento informativo de natureza
Apócrifa. “Denúncia Anônima”). inquisitorial destinado precipuamente à
formação do opinio delicti, o inquérito comporta
Art.  6º Logo que tiver conhecimento da a regular mitigação das garantias do acusatório
prática da infração penal, a autoridade policial e da ampla defesa. Esse entendimento
deverá: justifica-se pelo fato de os elementos indiciários
não se prestarem, por si sós, ao juízo penal
Art. 69 da Lei nº 9.099 de 26/09/1995 (Lei dos condenatório (Pet. 7.612)
Juizados Especiais).
Art. 90, II, do Dec. nº 6.049, de 27/02/2007
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e
(Regulamento Penitenciário Federal). coisas e a acareações;
Arts. 10 e 12 da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Art. 226 a 228 (reconhecimento de pessoas e
Penha). coisas) e 229 a 230 (acareação) deste Código.

I - dirigir-se ao local, providenciando para que VII - determinar, se for caso, que se proceda
não se alterem o estado e conservação das a exame de corpo de delito e a quaisquer
coisas, até a chegada dos peritos criminais; outras perícias;
Inciso I com redação dada pela Lei nº 8.862/94. Art. 158 a 184 deste Código, sobre o Exame de
Corpo de Delito e das Pericias em geral.
Arts. 158 a 184 deste Código.
Art. 12, VI, da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da
A Lei nº 5.970/73 exclui os casos de acidente
Penha).
de trânsito da aplicação deste artigo.
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
II - apreender os objetos que tiverem relação
processo datiloscópico, se possível, e fazer
com o fato, após liberados pelos peritos
juntar aos autos sua folha de antecedentes;
criminais;
Art. 5º, LVIII, da CF.
Incisos II com a redação dada pela Lei nº 8.862,

25
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ANOTADO

Lei nº 12.037, de 01/10/2009 (Lei da pela autoridade.


Identificação Criminal).
Art. 12, da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Art. 405, § 1º, deste Código.
Penha). Súmula Vinculante 14, STF - É direito do
Súmula 568, STF - A identificação criminal defensor, no interesse do representado, ter
não constitui constrangimento ilegal, ainda que acesso amplo aos elementos de prova que, já
o indiciado já tenha sido identificado civilmente. documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, polícia judiciária, digam respeito ao exercício
sob o ponto de vista individual, familiar e do direito de defesa.
social, sua condição econômica, sua atitude
e estado de ânimo antes e depois do crime Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo
e durante ele, e quaisquer outros elementos de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
que contribuírem para a apreciação do seu flagrante, ou estiver preso preventivamente,
temperamento e caráter. contado o prazo, nesta hipótese, a partir do
dia em que se executar a ordem de prisão,
Art. 59 do Código Penal.
ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto,
Art. 5º da Lei de Execuções Penais. mediante fiança ou sem ela.
Arts. 240 a 250 deste Código.
Ver Art. 5º, LXXVIII, CF.
Informativo nº 0570, STJ - A investigação
policial que tem como única finalidade obter Art. 51 da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) –
informações mais concretas acerca de conduta Pessoa Presa: 30 dias prorrogáveis por igual
e de paradeiro de determinado traficante, sem período; Pessoa Solta: 90 dias prorrogáveis por
pretensão de identificar outros suspeitos, não igual período.
configura a ação controlada do art. 53, II, da Lei Art. 66 da Lei 5.010/66 (Crimes Federais) –
11.343/2006, sendo dispensável a autorização Pessoa Solta: Igual CPP; Pessoa Presa: 15
judicial para a sua realização. (RHC 60.251- dias.
SC).
Art. 10, § 1º, da Lei nº 1.521/51 (Crimes Contra
X - colher informações sobre a existência a Economia Popular) – Pessoa Solta ou Presa:
de filhos, respectivas idades e se possuem 10 dias.
alguma deficiência e o nome e o contato de Art. 20, do Decreto-lei nº 1.002/69 (Inquéritos
eventual responsável pelos cuidados dos Militares) – Pessoa Presa: 20 dias; Pessoa
filhos, indicado pela pessoa presa. Solta 40 dias prorrogáveis por mais 20 dias.
Art. 798, § 1º, deste Código, sobre contagem
Inciso X acrescentado pela Lei nº 13.257/16.
de prazo de indiciado solto.
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver Ver STF, HC 107.382, rel. min. Cármen Lúcia,
a infração sido praticada de determinado j. 26-4-2011 (O prazo de que trata o art. 10,
modo, a autoridade policial poderá proceder caput, do CPP é impróprio, não prevendo a lei
qualquer consequência processual, máxime a
à reprodução simulada dos fatos, desde que
preclusão, se a conclusão do inquérito ocorrer
esta não contrarie a moralidade ou a ordem após trinta dias de sua instauração, estando
pública. solto o réu. O tempo despendido para a
conclusão do inquérito assume relevância para
Ver Art. 8.2 da Convenção Americana Sobre
o fim de caracterizar constrangimento ilegal,
Direitos Humanos – CADH.
apenas se o paciente estiver preso no curso
Art. 5º, LXIII, da CF. das investigações ou se o prazo prescricional
tiver sido alcançado nesse interregno e, ainda
Art.  8º Havendo prisão em flagrante, será assim, continuarem as investigações).
observado o disposto no Capítulo II do Título Ver STJ, RHC 61.451/MG, Rel. Ministro
IX deste Livro. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, julgado em
14/02/2017, DJe 15/03/2017 (Tempo de
Arts. 292, 294, 301 a 310, 325, § 2º, 332, Duração Razoável do Inquérito).
530, 564, III, 569 e 581, V deste Código, sobre
prisão em flagrante. § 1º A autoridade fará minucioso relatório do
Art. 69, parágrafo único, da Lei nº 9.099, de que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
29/06/1995 (Lei dos Juizados Especiais). competente.
Súmula 145, STF - Não há crime, quando Art. 23 deste Código.
a preparação do flagrante pela polícia torna Art. 52, I, da Lei 11.343, de 23/08/2006 (Lei de
impossível a sua consumação. Drogas).
Art.  9º Todas as peças do inquérito policial § 2º No relatório poderá a autoridade indicar
serão, num só processado, reduzidas a escrito testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
ou datilografadas e, neste caso, rubricadas mencionando o lugar onde possam ser

26
PEDRO FARACO NETO

encontradas. da Criança e do Adolescente), o membro do


Ministério Público ou o delegado de polícia
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e poderá requisitar, de quaisquer órgãos do
o indiciado estiver solto, a autoridade poderá poder público ou de empresas da iniciativa
requerer ao juiz a devolução dos autos, para privada, dados e informações cadastrais da
ulteriores diligências, que serão realizadas no vítima ou de suspeitos.
prazo marcado pelo juiz.
Art. 16 deste Código. Parágrafo único. A requisição, que será
atendida no prazo de 24 (vinte e quatro)
Art.  11. Os instrumentos do crime, bem horas, conterá:
como os objetos que interessarem à prova,
acompanharão os autos do inquérito. I - o nome da autoridade requisitante;

Arts. 118 a 124 (restituição de coisas II - o número do inquérito policial; e


apreendidas) e 155 a 250 (provas) deste
Código.
III - a identificação da unidade de polícia
judiciária responsável pela investigação.
Informativo nº 0648, STJ - É dever do
Estado a disponibilização da integralidade
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à
das conversas advindas nos autos de forma
emprestada, sendo inadmissível a seleção repressão dos crimes relacionados ao tráfico
pelas autoridades de persecução de partes dos de pessoas, o membro do Ministério Público
áudios interceptados. (REsp 1.795.341-RS). ou o delegado de polícia poderão requisitar,
mediante autorização judicial, às empresas
Art.  12. O inquérito policial acompanhará prestadoras de serviço de telecomunicações
a denúncia ou queixa, sempre que servir de e/ou telemática que disponibilizem
base a uma ou outra. imediatamente os meios técnicos adequados
– como sinais, informações e outros – que
Arts. 39, § 5º, 40 e 46 deste Código.
permitam a localização da vítima ou dos
Art. 69, da Lei 9.099/95 suspeitos do delito em curso.
Ver STJ, RHC 99.543/MG, Rel. Ministro
RIBEIRO DANTAS, julgado em 19/02/2019, § 1º Para os efeitos deste artigo, sinal
DJe 26/02/2019 (Dispensabilidade de Inquérito significa posicionamento da estação de
Policial em Crime Tributário. Denúncia cobertura, setorização e intensidade de
Lastreada em Processo Administrativo Fiscal. radiofrequência.
Possibilidade).
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I - não permitirá acesso ao conteúdo da
Arts. 6º, 7º, 149, § 1º e 322 deste Código. comunicação de qualquer natureza, que
Lei nº 12.830/13. dependerá de autorização judicial, conforme
I  - fornecer às autoridades judiciárias as disposto em lei;
informações necessárias à instrução e II - deverá ser fornecido pela prestadora
julgamento dos processos; de telefonia móvel celular por período não
II  - realizar as diligências requisitadas pelo superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma
juiz ou pelo Ministério Público; única vez, por igual período;

Art. 129, VIII, da CF. III - para períodos superiores àquele de


que trata o inciso II, será necessária a
III - cumprir os mandados de prisão expedidos apresentação de ordem judicial.
pelas autoridades judiciárias;
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o
IV - representar acerca da prisão preventiva. inquérito policial deverá ser instaurado no
Arts.285 a 300, 311 a 316 deste Código. prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas,
Arts. 1º e 2º da Lei nº 7.960, de 21/12/1989 (Lei contado do registro da respectiva ocorrência
da Prisão Temporária). policial.
Art. 20 da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da
§ 4º Não havendo manifestação judicial
Penha).
no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, competente requisitará às empresas
149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 prestadoras de serviço de telecomunicações
do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro e/ou telemática que disponibilizem
de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei imediatamente os meios técnicos adequados
no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto – como sinais, informações e outros – que

27
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ANOTADO

permitam a localização da vítima ou dos para a Garantia da Lei e da Ordem.


suspeitos do delito em curso, com imediata
Artigo com redação determinada pela Lei nº
comunicação ao juiz.
13.964/19 (Pacote Anticrime).
Artigo acrescentado pela Lei nº 13.344/16.
Art.  15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á
Art.  14. O ofendido, ou seu representante nomeado curador pela autoridade policial.
legal, e o indiciado poderão requerer qualquer
diligência, que será realizada, ou não, a juízo Arts. 262 e 564, II, c, deste Código.
da autoridade. Art. 65, I, do Código Penal.
Art. 5º do Código Civil.
Arts. 5º, § 2º (aplicação por analogia em caso
de denegação), bem como arts. 176 e 184 Lei nº 8.069/90 (ECA)
deste Código. Súmula 352, STF - Não é nulo o processo
Súmula Vinculante 14, STF - É direito do penal por falta de nomeação de curador ao
defensor, no interesse do representado, ter réu menor que teve a assistência de defensor
acesso amplo aos elementos de prova que, já dativo.
documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de Art.  16. O Ministério Público não poderá
polícia judiciária, digam respeito ao exercício requerer a devolução do inquérito à autoridade
do direito de defesa. policial, senão para novas diligências,
imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
Art. 14-A. Nos casos em que servidores
vinculados às instituições dispostas no art. Art. 129, VIII, da CF.
144 da Constituição Federal figurarem como Arts. 46 e 47 deste Código.
investigados em inquéritos policiais, inquéritos Informativo 812, STF - Carece de
policiais militares e demais procedimentos fundamento a pretensão do investigado de
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação que lhe seja concedida a oportunidade de se
de fatos relacionados ao uso da força letal manifestar previamente sobre requerimento
praticados no exercício profissional, de forma formulado pelo Parquet à autoridade policial.
consumada ou tentada, incluindo as situações O fato de as investigações do inquérito não
dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, se realizarem em contraditório não prejudica o
exercício da ampla defesa. (Inq. 3.387).
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o
indiciado poderá constituir defensor. Art.  17. A autoridade policial não poderá
mandar arquivar autos de inquérito.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste
artigo, o investigado deverá ser citado da Arts. 28 e 42 deste Código.
instauração do procedimento investigatório,
podendo constituir defensor no prazo de Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento
até 48 (quarenta e oito) horas a contar do do inquérito pela autoridade judiciária, por falta
recebimento da citação. de base para a denúncia, a autoridade policial
poderá proceder a novas pesquisas, se de
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º outras provas tiver notícia.
deste artigo com ausência de nomeação
de defensor pelo investigado, a autoridade Arts. 67, I e 414, parágrafo único, deste Código.
responsável pela investigação deverá Art. 7º da lei nº 1.521, de 26/12/1951 (Lei dos
intimar a instituição a que estava vinculado o Crimes Contra a Economia Popular).
investigado à época da ocorrência dos fatos, Súmula 524, STF - Arquivado o inquérito
para que essa, no prazo de 48 (quarenta policial, por despacho do juiz, a requerimento
e oito) horas, indique defensor para a do promotor de justiça, não pode a ação penal
representação do investigado. ser iniciada, sem novas provas.
Informativo 858, STF - O arquivamento
§ 3º (VETADO). de inquérito policial, pelo reconhecimento de
excludente de ilicitude, não faz coisa julgada
§ 4º (VETADO).
nem causa a preclusão (HC 87.395).
§ 5º (VETADO). Informativo 815, STF - A reabertura de
investigação criminal não pode decorrer de
§ 6º As disposições constantes deste simples mudança de opinião ou reavaliação da
artigo se aplicam aos servidores militares situação (Rcl 20.132).
vinculados às instituições dispostas no art.
142 da Constituição Federal, desde que os Art. 19. Nos crimes em que não couber ação
fatos investigados digam respeito a missões pública, os autos do inquérito serão remetidos
ao juízo competente, onde aguardarão a
iniciativa do ofendido ou de seu representante
28
PEDRO FARACO NETO

legal, ou serão entregues ao requerente, se o Autoridade).


pedir, mediante traslado. Parágrafo único. A incomunicabilidade,
Arts. 30 a 38 e 183 deste Código. que não excederá de três dias, será
decretada por despacho fundamentado do
Art. 100 do Código Penal.
Juiz, a requerimento da autoridade policial,
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito ou do órgão do Ministério Público, respeitado,
o sigilo necessário à elucidação do fato ou em qualquer hipótese, o disposto no artigo
exigido pelo interesse da sociedade. 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos
Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de
Art. 32 da Lei 13.869/2019 (Lei de Abuso de abril de 1963).
Autoridade).
Parágrafo único com redação dada pela Lei nº
Art. 7º, XIV, Lei Federal 8.906/94 (EOAB). 5.010/66
Art. 7º, § 10o, Lei Federal 8.906/94 (Investigação Art. 7º, III, da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da
Sigilosa). Advocacia e da OAB).
Art. 7º, XIII a XV e § 1º da Lei nº 8.906/94. A Lei nº 4.215/63 encontra-se revogada pelo
Arts. 5º, XXXIII e LVII, e 103-A, § 3º, da CF. EOAB.
Arts. 201, § 6º e 745 deste Código. Ver Lei 13.869/2019 (Lei de Abuso de
Art. 163, § 2º, da Lei de Execuções Penais. Autoridade).
Súmula Vinculante 14, STF - É direito do Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas
defensor, no interesse do representado, ter em que houver mais de uma circunscrição
acesso amplo aos elementos de prova que, já
policial, a autoridade com exercício em
documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de uma delas poderá, nos inquéritos a que
polícia judiciária, digam respeito ao exercício esteja procedendo, ordenar diligências em
do direito de defesa. circunscrição de outra, independentemente
Ver STF, Rcl 36314 AgR, Relator(a): Min. LUIZ de precatórias ou requisições, e bem assim
FUX, julgado em 05/11/2019 (A Autoridade providenciará, até que compareça a autoridade
Reclamada esclareceu que “o depoimento competente, sobre qualquer fato que ocorra
contendo os dados pessoais da testemunha em sua presença, noutra circunscrição.
sigilosa permanecem arquivados em pasta
própria, em Secretaria, não sendo carreados Art. 4º e 70 deste Código.
aos autos visando exatamente à preservação Art. 6º, do Código Penal.
da mesma, mas, por óbvio, estão e sempre
estiveram à disposição do Ministério Público Art.  23. Ao fazer a remessa dos autos do
e da Defesa para quaisquer anotações e inquérito ao juiz competente, a autoridade
apontamentos, sendo vedada, apenas, a sua policial oficiará ao Instituto de Identificação
juntada ao processo e a retirada para obtenção
de cópias”. [...]. Consectariamente, diante
e Estatística, ou repartição congênere,
da informação do deferimento de acesso ao mencionando o juízo a que tiverem sido
depoimento da testemunha ouvida sob sigilo, distribuídos, e os dados relativos à infração
resta clara a manifesta improcedência da penal e à pessoa do indiciado.
Reclamação).
Arts. 747 e 809 deste Código.
Parágrafo único. Nos atestados de Art. 202 da Lei de Execuções Penais.
antecedentes que lhe forem solicitados, a
TÍTULO III
autoridade policial não poderá mencionar
quaisquer anotações referentes a instauração DA AÇÃO PENAL
de inquérito contra os requerentes.
Art.  24. Nos crimes de ação pública, esta
Parágrafo único com redação dada pela Lei nº será promovida por denúncia do Ministério
12.681/2012.
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir,
Art. 5º, XXXIV, b, da CF. de requisição do Ministro da Justiça, ou de
Art. 748 deste Código. representação do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
Art.  21. A incomunicabilidade do indiciado
dependerá sempre de despacho nos autos e Art. 5º, LIX, e 129, I, da CF.
somente será permitida quando o interesse da Art. 39, 564, III, a, e 569 deste Código.
sociedade ou a conveniência da investigação Art. 100 do Código Penal.
o exigir.
Lei nº 1.079/50 (Crimes de Responsabilidade).
Art. 5º, LXII e 136, § 3º, IV, da CF. Arts. 76 e 88 da Lei nº 9.099/95.
Ver Lei 13.869/2019 (Lei de Abuso de Súmula 594, STF - Os direitos de queixa

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ANOTADO

e de representação podem ser exercidos, Arts. 86 E 87, da Lei 12.529/2011 (Acordo de


independentemente, pelo ofendido ou por seu Leniência).
representante legal. Lei 12.382/2011 (Parcelamento do Débito
Súmula 608, STF - No crime de estupro, Tributário Antes do Recebimento da Denúncia).
praticado mediante violência real, a ação penal
é pública incondicionada. Art.  25. A representação será irretratável,
Súmula 609, STF - É pública incondicionada depois de oferecida a denúncia.
a ação penal por crime de sonegação fiscal.
Art. 100, § 1º, e 102 do Código Penal.
Súmula, 714, STF - É concorrente a
legitimidade do ofendido, mediante queixa, Art. 16, da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da
e do Ministério Público, condicionada à Penha).
representação do ofendido, para a ação penal Súmula 542, STJ - A ação penal relativa
por crime contra a honra de servidor público em ao crime de lesão corporal resultante de
razão do exercício de suas funções. violência doméstica contra a mulher é pública
Informativo nº 0566, STJ - Caso seja incondicionada.
oferecida denúncia pelo Ministério Público por Informativo nº 0656, STJ - Não atende
fato anterior e não contido na solicitação de ao disposto no art. 16 da Lei Maria da Penha,
extradição da pessoa entregue, deve a ação a retratação da suposta ofendida ocorrida
penal correspondente ser suspensa até que em cartório de Vara, sem a designação
seja julgado pedido de extradição supletiva, de audiência específica necessária para a
nos termos do art. 14 do Decreto 4.975/2004 confirmação do ato. (HC 138.143-MG).
(Acordo de Extradição entre Estados Partes do Ver STJ, REsp 1490832/SP, Rel. Ministro
Mercosul). (RHC 45.569-MT). SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Rel. p/ Acórdão
Informativo nº 0566, STJ - É possível a Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ,
responsabilização penal da pessoa jurídica SEXTA TURMA, julgado em 15/09/2015, DJe
por delitos ambientais independentemente da 09/12/2015 (Retratação Após o Oferecimento
responsabilização concomitante da pessoa da Denúncia).
física que agia em seu nome. (RMS 39.173-
BA). Art.  26. A ação penal, nas contravenções,
Ver STF, Inq 3.438, rel. min. Rosa Weber, j. 11- será iniciada com o auto de prisão em
11-2014 (O Ministério Público tem legitimidade flagrante ou por meio de portaria expedida
ativa concorrente para propor ação penal pela autoridade judiciária ou policial.
pública condicionada à representação quando
o crime contra a honra é praticado contra Art. 5º, LXI, e 129, I, da CF.
funcionário público em razão de suas funções. Art. 257, I, deste Código.
Nessa hipótese, para que se reconheça a
Art. 17, da Lei das Contravenções Penais.
legitimação do Ministério Público, exige-
se contemporaneidade entre as ofensas
Art.  27. Qualquer pessoa do povo poderá
irrogadas e o exercício das funções, mas não
contemporaneidade entre o exercício do cargo provocar a iniciativa do Ministério Público,
e a propositura da ação penal). nos casos em que caiba a ação pública,
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar
declarado ausente por decisão judicial, o e os elementos de convicção.
direito de representação passará ao cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão. Art. 5º, § 3º, deste Código.
Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei Arts. 339 e 340 do Código Penal.
nº 8.699/93. Art. 66, I e II, da Lei das Contravenções Penais.
Art. 38, parágrafo único deste Código. Ver RHC 104.810/GO, Rel. Ministro JOEL
Art. 100, § 4º, do Código Penal. ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado
em 09/04/2019, DJe 22/04/2019 (INQUÉRITO
Súmula nº 594, STF - Os direitos de queixa POLICIAL. PEÇA INFORMATIVA. CARÁTER
e de representação podem ser exercidos, DISPENSÁVEL).
independentemente, pelo ofendido ou por seu
representante legal. Art. 28. Ordenado o arquivamento do
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado inquérito policial ou de quaisquer elementos
em detrimento do patrimônio ou interesse da informativos da mesma natureza, o órgão
União, Estado e Município, a ação penal será do Ministério Público comunicará à vítima,
pública. ao investigado e à autoridade policial e
encaminhará os autos para a instância de
§2º acrescido pela Lei nº 8.699/93.
revisão ministerial para fins de homologação,
Art. 28-A deste Código. na forma da lei.
§ 4o, do Art. 4o, da Lei 12.850/2013 (Colaboração
Premiada). § 1º Se a vítima, ou seu representante
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