Taxas de Fertilidade - Eclodibilidade e Eclosão

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ISSN 0100 - 8862

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves
Ministerio da Agricultura e do Abastecimento
COMUNICADO
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Telefone: (49) 442-8555, Fax: (49) 442-8559
http: / / www.cnpsa.embrapa.br /
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TÉCNICO
CT / 246 / Embrapa Suínos e Aves, Maio/2000, p. 1–3

VARIÁVEIS RELACIONADAS AO RENDIMENTO DA


INCUBAÇÃO DE OVOS EM MATRIZES DE
FRANGOS DE CORTE
Paulo Sérgio Rosa1
Valdir Silveira de Avila2

O rendimento da incubação está estreitamente relacionado com a mortalidade embrionária,


à qual sofre influência da gravidade específica e da capacidade do ovo em perder umidade. O
acompanhamento dos resultados de incubação, para conhecimento sistemático dos índices de
nascimento através da eclosão e da eclodibilidade, são de fundamental importância para avaliação
dos possíveis fatores que limitam a produtividade do incubatório.
A eclosão é obtida pela relação entre o número de pintos nascidos e o total de ovos incubados
(Fórmula 1). Ela representa um índice geral, que caracteriza o desempenho tanto da granja
produtora de ovos quanto do incubatório.
Já a eclodibilidade consiste em uma avaliação mais específica do incubatório. Para sua
obtenção utiliza-se a relação entre os pintos nascidos e o total de ovos férteis incubados
(Fórmula 2). Para essa avaliação é indispensável que seja realizada a ovoscopia (processo de
retirada de ovos claros ou inférteis, realizada no décimo dia de incubação ou na transferência da
incubadora para o nascedouro). Esta prática permite também determinar a fertilidade aparente do
lote (Fórmula 3).
Após o nascimento dos pintos deve ser realizada a quebragem dos ovos não eclodidos para
avaliação da mortalidade embrionária precoce (1 a 5 dias), intermediária (6 a 15 dias) e tardia (16
a 21 dias, de incubação).
Valores de 88 e 96% para eclosão e eclodibilidade, respectivamente, refletem boas práticas
na granja produtora de ovos férteis e no incubatório, ressaltando-se o manejo sanitário.
O ovo, imediatamente após a postura, deve ser coletado, desinfectado e transportado
para o incubatório. Antes de ingressar à sala de ovos deve ser novamente desinfectado,
passando obrigatoriamente por fumigador. Nesta sala é realizada uma nova triagem e seleção
final. Posteriormente procede-se o embandeijamento e abastecimento dos carros, que são
armazenados na sala de espera, com temperatura e umidade adequadas. Em casos de
armazenamento por 4 a 7 dias, manter na sala uma temperatura de 18 a 20 o C e umidade relativa
de 70 a 80%, com renovação de ar a cada hora.
É importante salientar que a qualidade do pinto está estritamente relacionada com as
características do ovo incubado. Neste sentido é fundamental a manutenção de suas propriedades
reprodutivas para a produção de pintos viáveis e com alta qualidade.
1
Zootec., M.Sc., Embrapa Suínos e Aves
2
Engo . Agr., D.Sc., Embrapa Suínos e Aves
CT / 246 / Embrapa Suínos e Aves, Maio/2000, p. 2

FÓRMULAS: A seguir são apresentadas fórmulas para cálculo dos percentuais de Eclosão (1),
Eclodibilidade (2) e Fertilidade (3).

Total de pintos nascidos


Eclosão = × 100 (1)
Total de ovos incubados
Total de pintos nascidos
Eclodibilidade = × 100 (2)
Total de ovos férteis
Total de ovos férteis
Fertilidade = × 100 (3)
Total de ovos incubados

Perda de peso dos ovos na incubação


A taxa de perda de peso do ovo do momento da incubação até a transferência dos mesmos
para o nascedouro (de 1 a 19 dias) tem sido configurada como de grande relevância para
otimização dos índices de incubação. A literatura têm indicado taxas de perdas de peso de 11
a 14%, independente do tamanho do ovo e da sua gravidade específica (GE). Tal perda de peso,
tem influência direta do grau de umidade mantido na incubadora no período de incubação e da
qualidade da casca do ovo. Perdas de peso fora das taxas mencionadas estão relacionadas
com a diminuição da eclosão e eclodibilidade por elevação da mortalidade embrionária. É
fundamental que o operador do incubatório faça o monitoramento da perda de peso dos ovos
de cada incubação, para ajustes das máquinas, se necessário.
Para ovos oriundos de aves em idade intermediária, de 35 a 55 semanas, recomenda-se a
regulagem do termômetro de bulbo úmido em 29,4 o C (85,0 o F). Para aqueles de aves em idade
de início de produção (até 34 semanas), e final (após 56 semanas de idade), recomenda-se
28,3 o C e 30,0 o C (83,0 o F e 86,0 o F), respectivamente. Vale lembrar que a recomendação da
temperatura de bulbo seco no período de incubação é de 37,5 o C (99,5 o F).

Gravidade específica de ovos


A gravidade específica é uma medida de cunho físico que avalia a densidade do ovo, à
qual se relaciona basicamente com a espessura da casca, sendo responsável por variações
nos resultados de incubação. Aves com idade intermediária entre 35 a 55 semanas produzem
ovos com maior GE (1075 a 1090), que estão relacionados a maiores índices de eclosão. Aves
velhas, com idade superior a 56 semanas, produzem uma proporção maior de ovos com cascas
de qualidade inferior, relacionada a menor GE (< 1074), conferindo piores índices de eclosão.
Contudo, não só a idade, mas o estresse calórico, a deficiência de cálcio e vitamina D3 e a
relação inadequada entre cálcio e fósforo são os fatores que interferem para a diminuição da GE,
além das doenças virais (CRD) que afetam o trato respiratório das aves.
Portanto, a falta de integridade da casca dos ovos está relacionada ao maior grau
de contaminação dos embriões e a maiores perdas de peso no período de incubação.
Consequentemente, qualquer destas condições podem estar associadas à redução dos índices
de incubação.

Mortalidade embrionária
Existem diferenças no perfil das curvas de mortalidade embrionária, devido ao status
nutricional, envelhecimento e padrão sanitário das reprodutoras e dos ovos, assim como, das
práticas de manejo do ovo desde a postura até o momento da incubação, acrescido às condições
CT / 246 / Embrapa Suínos e Aves, Maio/2000, p. 3

de funcionamento do incubatório. Falhas observadas em qualquer ponto do processo podem


influenciar negativamente nos resultados de incubação. Na Figura 1, está representada a curva
padrão do percentual médio de mortalidade embrionária de 1 a 21 dias de incubação. Observa-se
que de 1 a 5 dias ocorre uma elevação dos índices de mortalidade. Na idade de 6 a 15 dias a
curva passa por uma estabilização e, posteriormente, observa-se uma nova elevação. Pode-se
estabelecer que as taxas de mortalidade embrionária por fase assumem valores padrões médios
de 3, 1 e 5%, correspondente as idades de 1 a 5, de 6 a 15 e de 16 a 21 dias de incubação,
respectivamente. Portanto, valores acima desses indicam falhas em algum ponto do processo,
sugerindo correções para que sejam otimizados os resultados de incubação.
% Mort. Embrionária

1 5 15 21

Dias de Incubação

Figura 1 – Percentual da mortalidade embrionária no período de incubação.

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