Texto 2 - Fórum01 - Analise - de - Discurso - Critica-1-55
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Texto 2 - Fórum01 - Analise - de - Discurso - Critica-1-55
Viviane Ramalho
AiMise de discurso
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editoracontexto
Análise de discurso crítica
Viviane de Melo Resende
Viviane Ramalho
editoracontexto
Copyright© 2006 Viviane de Melo Resende e Viviane Ramalho
Todos os direitos desta edição reservados à
Editora Contexto (Editora PinskyLtda.)
Capa e diitgntmação
Gustavo S. Vilas Boas
Revisão
DanielaMarini Iwamoto
RuihM.KÍuska
Bibliografia
ISBN 85-7244-333-9
06-2398 CDD-401.41
índices para catálogo sistemático:
1. Análise do discurso crítica : Linguagem c
comunicação 401.41
EDITORA CONTEXTO
Diretor editorial: Jaime Pinsky
Rua Acopiara, 199 - Alto da Lapa
05083-110-São Paulo-SP
PABX: (11) 3832 5838
[email protected]
www. editoraco n tex Io. com.br
2Q06
Apresentação 7
Noções preliminares 11
Os paradigmas formal ista
e funcionalista na investigação lingüística '12
Linguagem e poder: influências sobre a ADC 14
A constituição da Análise de Discurso Crítica 20
Bibliografia 153
Apresentação
Os paradigmas formalista
e funcionalista na investigação lingüística
As diferenças entre as abordagens formalista e
funcionalista decorrem de duas visões distintas acerca da
linguagem: z formalista julga a linguagem um objeto autônomo,
enquanto a funcionalista a julga um objeto não suficiente em
si. Isso significa que, para os formalistas, as funções externas
da linguagem não influenciariam sua organização interna, e a
autonomia formal da gramática, nessa perspectiva, não prevê
interseções entre os módulos que a compõem (fonología,
morfologia, sintaxe e semântica), os quais também seriam
autônomos. A perspectiva funcionalista da linguagem, por sua
vez, repousa sobre duas proposições contrárias às da formalista:
a linguagem tem funções externas ao sistema, que são a parte
central dos estudos lingüístico-discursívos, e essas funções
externas são responsáveis pela organização interna do sistema
lingüístico (Schiffrin, 1994).
Tal divergência de prismas entre as abordagens implica
os construtos teóricos de duas gramáticas distintas. De um
lado, a gramática formalista trata da estrutura sistemática das
Noções preliminares lO
TEXTO
PRATICA DISCURSIVA
PRÁTICA SOCIAL
Figura l - Concepção tridimensional do discurso em Fairclough.
Ciência social crítica 29
vocabulário
gramática
coesão
estrutura textual
IntertextuaHdüdc
Atividade Material
Fenômeno Mental
Figura 2 - Momentos da prática social.4
Discurso e ideologia
A ADC cuida tanto do funcionamento do discurso na
transformação criativa de ideologias quanto do funcio-
namento que assegura sua reprodução. Com vistas para essa
dupla orientação, Fairclough (2001a, p. 117) assim define
as ideologias:
Fairclough (2003a, p. 25) sugere cinco momentos, a saber, ação e interação, relações sociais, pessoas
(com crenças, valores, atitudes, histórias), mundo material, discurso.
Não consta em Chouliaralu e Hairclough, 1999.
Não consta em Chouliaralti e Fairclough, 1999.
Muito embora trabalhos de Giddens representem uma grande contribuição para a ADC, alguns
aspectos da teoria giddeana foram criticados por Choulíaraki c Fairclough (l 999), Castclls {l 999)
eLash (1997), dentre outros autores, pelo fato de não contemplarem o universo soda! excluído das
redes de informação. Chouliaraki e Fairclough (1999, pp. 126-7) ponderam que Giddens (1991)
apresenta explicações generalizadas sobre a construção reflexiva do "eu" na modernidade tardia e
privilegia urna posição social particular (branco, macho, de classe média), em vez de considerar que
existem pessoas posicionadas muito diferemerneme, de acordo com classe, gênero, raça, idade ou
geração, e, portanto, com diferentes possibilidades de acesso a tal construção reflexiva. Castells
(1999, p. 27), que discorda do caráter global do "planejamento reflexivo da auto-identidade", postula
que, exceto para uma elite, o planejamento reflexivo da vida torna-se: impossível. Nesse cenário, a
busca pelo significado da vida e pela auto-identidade ocorre no âmbito da reconstrução de identidades
defensivas em torno de princípios comunais, como o fundamentalismo religioso. Lash (1997,
pp. 146-7) aponta que essa falha origina-se na preocupação de Giddens com a ação social cm
detrimento da estrutura.
Formas simbólicas abarcam "um amplo espectro de ações e falas, imagens e textos, que são produzidos
por sujeitos e reconhecidos por eles e outros como construtos significativos" (Thompson, 1995, p. 79).