Saúde Da Mulher - Aula 1

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Saúde da Mulher

Prof.ª Enf.ª Gleicy Moura


Bem-vindos!!!
Que tal nos distrairmos um pouco?

❖ Trabalho em equipe.
Conteúdo Programático
❖ Início: 16.11.2022

❖ Término : 19.12.2022

❖ Total de encontros: 10

❖ Método avaliativo: NP1 (05.12) e


NP2 (14.12) + Atividades
complementares

❖ Conteúdo: Plano de Ensino


Conteúdo Programático
❖ Evolução das Políticas de Atenção à Saúde ❖ Diagnóstico Gestacional;
da Mulher;
❖ Gestação e Evolução Embrionária;
❖ Situação sociodemográfica e Diagnóstico
da Situação da Saúde da Mulher; ❖ Pré-natal de Risco Habitual;
❖ Política Nacional de Atenção Integral à ❖ Modificações no Organismo Materno
Saúde da Mulher (PNAISM); durante a Gestação;
❖ Mulher e Enfoque de Gênero; ❖ Ciclo Gestatório Patológico;
❖ Anatomofisiologia do Sistema Reprodutor ❖ Assistência de Enfermagem ao Parto
Feminino; Natural/Vaginal/Normal;
❖ Ciclo Reprodutivo; ❖ Puerpério Fisiológico e Patológico;
❖ Planejamento Sexual e Reprodutivo; ❖ Aleitamento Materno.
Objetivos da Aula
Apresentar o Compreender o

01 conteúdo teórico,
prático e formas
de avaliação.
02 processo de
evolução das
políticas voltadas à
saúde da mulher.

Conhecer a situação

03 sociodemográfica e
compreender o perfil
epidemiológico da
saúde da mulher.
Evolução das Políticas Públicas de
Atenção à Saúde da Mulher no Brasil

❖ Programas referem-se às
❖ Política pública refere-se à ações estratégicas em
intervenção estatal nas mais saúde;
diferentes dimensões da vida
social; imposição de uma ❖ As diferentes intervenções
racionalidade específica às estatais sofrem influência
várias ordens de ação do dos modelos econômico-
Estado, um rearranjo de sociais, organização da
coisas, setores e situações. sociedade civil e modelo
liberal globalizado
Evolução das Políticas Públicas de
Atenção à Saúde da Mulher no Brasil

❖ A saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de


saúde nas primeiras décadas do século XX, sendo limitada,
nesse período, às questões gravídico-puerperal;

❖ Os programas materno-infantis, elaborados nas décadas de


30, 50 e 70, traduziam uma visão restrita sobre a mulher,
baseada em sua especificidade biológica e no seu papel social
de mãe e doméstica, responsável pela criação, pela educação
e pelo cuidado com a saúde dos filhos e demais familiares.
Evolução das Políticas Públicas de
Atenção à Saúde da Mulher no Brasil

❖ Esses programas preconizavam as ações materno-infantis


como estratégia de proteção aos grupos de risco e em
situação de maior vulnerabilidade;

❖ Características desses programas: verticalidade, falta de


integração com outros programas e ações propostos pelo
governo federal, metas definidas pelo nível central, sem
qualquer avaliação das necessidades de saúde das populações
locais;
Evolução das Políticas Públicas de
Atenção à Saúde da Mulher no Brasil

❖ Resultado: fragmentação da assistência e o baixo impacto


nos indicadores de saúde da mulher.

❖ O movimento feminista brasileiro, criticou fortemente esses


programas por seu ponto de vista reducionista com que
tratavam a mulher, cuidada somente no ciclo gravídico-
puerperal, ficando sem assistência na maior parte de sua
vida.
Evolução das Políticas Públicas de
Atenção à Saúde da Mulher no Brasil

❖ O movimento de mulheres contribuiu para introduzir na


agenda política nacional, questões relegadas ao segundo
plano, por serem consideradas restritas ao espaço e às
relações privadas.

❖ Revelar as desigualdades nas condições de vida e nas


relações entre os homens e as mulheres, os problemas
associados à sexualidade e à reprodução, as dificuldades
relacionadas à anticoncepção e à prevenção de DST’s e a
sobrecarga de trabalho das mulheres.
Evolução das Políticas Públicas de
Atenção à Saúde da Mulher no Brasil

❖ Essas desigualdades se traduziam em problemas de saúde


que afetavam particularmente a população feminina;

❖ Era necessário críticas, buscando identificar e propor


processos políticos que promovessem mudanças na
sociedade e consequentemente na qualidade de vida da
população
Evolução das Políticas Públicas de
Atenção à Saúde da Mulher no Brasil

❖ As mulheres organizadas reivindicavam sua condição de


sujeitos de direito, com necessidades que vão além do
momento gestacional e parto, demandando ações que
atendessem as condições de saúde em todas os ciclos de
vida;

❖ Ações que considerassem as particularidades dos


diferentes grupos populacionais, e as condições sociais,
econômicas, culturais e afetivas, em que estivessem
inseridos.
Linha do Tempo

❖ 1950 - as ações de saúde sofriam forte influência dos chamados


‘Estados de Bem Estar’ (Welfare States), oriundos da Europa, que se
direcionavam a grupos vulneráveis. No Brasil, especialmente em
relação à saúde da mulher, o objetivo seria fazer das mulheres
“melhores mães”, ou seja, a maternidade era o papel mais
importante da mulher na sociedade; a criação dos filhos era o papel
mais relevante em relação ao desenvolvimento econômico. Dessa
forma, nesse período foram iniciadas medidas de combate à
desnutrição e de planejamento familiar.
Linha do Tempo

❖ 1970 - há um enfoque maior às questões relacionadas à equidade,


que foi tema na Conferência do Ano Internacional da Mulher
(1975) e do Plano da Década da Mulher (1976 – 1985). Os
objetivos eram integrar as mulheres no processo de
desenvolvimento, preocupando-se com sua autonomia política e
econômica e com a redução da desigualdade com os homens.
Linha do Tempo

❖ 1975 – criado o Programa Materno-Infantil, que continha


delineamentos gerais sobre proteção e assistência materno-infantil
e buscava englobar cuidados ao período pré-concepcional, pré-
natal, parto e puerpério. O programa tinha forte ação de órgãos
internacionais controlistas, como a Sociedade Civil de Bem Estar
Familiar no Brasil (BEMFAM) e, como todo programa vertical,
fragmentado, reducionista e desarticulado de outras ações e
propostas mais amplas, apresentou baixo impacto nos indicadores
de saúde da mulher.
Linha do Tempo

❖ 1980 – no auge do movimento feminista brasileiro, os programas


iniciais destinados à saúde da mulher são fortemente criticados,
uma vez que a mulher tinha acesso apenas a alguns cuidados de
saúde no ciclo gravídico-puerperal, ficando sem assistência na
maior parte de sua vida. Com forte atuação no campo da saúde, o
movimento de mulheres contribuiu para introduzir na agenda
política nacional questões até então relegadas ao segundo plano,
por serem consideradas restritas ao espaço e às relações privadas.
Linha do Tempo

❖ 1984 – o Ministério da Saúde cria o Programa de Assistência Integral à


Saúde da Mulher (PAISM), marcando uma ruptura conceitual com os
princípios norteadores da política de saúde das mulheres e os critérios
para escolha de prioridades neste campo. O PAISM incluía ações
educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação,
englobando a assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal,
parto e puerpério, no climatério, em planejamento familiar, DST, câncer
de colo de útero e de mama, além de outras necessidades identificadas a
partir do perfil populacional das mulheres. As secretarias estaduais de
Saúde, iniciam a distribuição de documentos técnicos que iriam nortear
as “Ações Básicas de Assistência Integral à Saúde da Mulher”.
Linha do Tempo

❖ 2003 – a área técnica de Saúde da Mulher identifica a necessidade


de articular com outras áreas técnicas e de propor novas ações para
a atenção das mulheres rurais, com deficiência, negras, indígenas,
presidiárias, lésbicas, e a participação nas discussões e atividades
sobre saúde da mulher e meio ambiente (BRASIL, 2011);

❖ 2004 - mais precisamente em 28 de maio de 2004, o Ministério da Saúde


propõe diretrizes para a humanização e a qualidade do atendimento.
Toma como base os dados epidemiológicos e as reivindicações de
diversos segmentos sociais para apresentar os princípios e diretrizes da
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
Linha do Tempo

❖ 2011 - o Ministério da Saúde, em parceria com diversos setores da


sociedade, em especial com o movimento de mulheres, o movimento negro
e o de trabalhadoras rurais, sociedades científicas, pesquisadores e
estudiosos da área, organizações não governamentais, gestores do SUS e
agências de cooperação internacionais, elabora o documento com a 2ª
reimpressão desta política que traz uma série de diretrizes e objetivos
gerais e específicos.
Política Nacional de Atenção à Saúde da
Mulher

Promover a melhoria das


condições de vida e saúde das
mulheres brasileiras, mediante Contribuir para a redução
Ampliar, qualificar e
a garantia de direitos da morbidade e mortalidade
humanizar a atenção
legalmente constituídos e feminina no Brasil,
integral à saúde da
ampliação do acesso aos meios especialmente por causas
mulher no Sistema
e serviços de promoção, evitáveis, em todos os
Único de Saúde
prevenção, assistência e ciclos de vida e nos diversos
(BRASIL, 2011).
recuperação da saúde em todo grupos populacionais, sem
território brasileiro. discriminação de qualquer
espécie.
Situação Sociodemográfica das
Mulheres Brasileiras

❖ Considerando a diversidade que


caracteriza o país, seja em relação às
condições socioeconômicas e culturais,
seja em relação ao acesso às ações e
serviços de saúde, entende-se que o
perfil epidemiológico da população
feminina apresente diferenças
importantes nas regiões brasileira.
Situação Sociodemográfica das
Mulheres Brasileiras

A população feminina brasileira foi projetada em 112.047.789


pessoas para o ano de 2025, representando aproximadamente
51,15% da população total, incluindo as crianças.

As mulheres em idade reprodutiva, ou seja, de 10 a 49 anos,


são 64.286.698 e representam 57,37% do total da população
feminina, conformando um segmento social importante para a
elaboração das políticas de saúde.
Situação Sociodemográfica das
Mulheres Brasileiras

A população feminina Em contrapartida, 73,7%


ocupada concentra- dos homens ganham até 2
se nas classes de salários mínimos, e a
rendimento mais desigualdade salarial
baixas – 61,9% das aumenta conforme a
mulheres que remuneração. A proporção
trabalham ganham de homens que ganham
até dois salários mais de cinco salários
mínimos. mínimos é de 15,5% e das
mulheres é de 9,2%.
Situação Sociodemográfica das
Mulheres Brasileiras

❖ No que se refere ao trabalho doméstico os Indicadores Sociais 2019, do IBGE


indicam que as mulheres dedicadas a essa atividade (16,8%) e que recebem
menor remuneração (24,1%) é bem maior do que a dos homens (11%) .

❖ Na publicação síntese de indicadores sociais do IBGE do ano de 2020, dos


trabalhadores do setor privado, 38 milhões eram celetistas (trabalhadores com
carteira assinada) no mês de março, sendo 40% mulheres (15,2 milhões).
Situação Sociodemográfica das
Mulheres Brasileiras

❖ Em 2021, houve o segundo maior número de denúncias registradas por violência


doméstica nos últimos 12 anos, com 16.327 casos, menor apenas que em 2019
(16.861). O número total de denúncias no ano passado ,ostra que, em média, cerca
de 44 mulheres sofreram algum tipo de agressão por dia, seja ela física,
psicológica, sexual ou patrimonial.

❖ Outra modificação importante na situação social das mulheres brasileiras foi que
em 2012, aquelas com menos de sete anos de estudo apresentaram um padrão de
fecundidade extremamente jovem (o grupo de 20 a 24 anos de idade concentra
37,0% da fecundidade total).
Situação Sociodemográfica das
Mulheres Brasileiras

❖ No Brasil, a dimensão racial constitui um desafio à implementação


de políticas públicas, dada a distância existente entre os níveis de
bem-estar da população branca e da afrodescendente em todas as
regiões do país.

❖ A igualdade de gênero, raça e etnia impõe o reconhecimento


dessa dimensão da desigualdade social no Brasil. Essa situação é
ainda mais grave em se tratando das mulheres afrodescendentes.
A realidade é multifacetada e sua complexidade deve ser
considerada na formulação de políticas públicas.
Situação Sociodemográfica das
Mulheres Brasileiras
❖ As principais causas de morte da população feminina no Brasil são:

❖ Doenças cardiovasculares, destacando-se o infarto agudo do


miocárdio e o acidente vascular cerebral;

❖ Neoplasias, principalmente o câncer de mama, de pulmão e o de


colo do útero;

❖ Doenças do aparelho respiratório, marcadamente as pneumonias


(que podem estar encobrindo casos de Aids não diagnosticados);

❖ Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas, com destaque


para o diabetes; e as causas externas.
Referências
● https://g1.globo.com/dia-das-mulheres/noticia/2022/03/08/mulheres-
ganham-em-media-205percent-menos-que-homens-no-brasil.ghtml

● https://periodicos.unipampa.edu.br/index.php/SIEPE/article/view/62632

● https://repocursos.unasus.ufma.br/atencaobasica_20152/modulo_11/und1/
2.html

● https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao.html
Sucesso é o acúmulo de
pequenos esforços,
repetidos dia a dia.
(Robert Collier)

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