Docsity Calculo de Radier
Docsity Calculo de Radier
Docsity Calculo de Radier
DO TIPO RADIER
Maceió/AL
2007
DO TIPO RADIER
Maceió/AL
2007
Catalogação na fonte
Universidade Federal de Alagoas
Biblioteca Central
Divisão de Tratamento Técnico
Bibliotecária responsável: Helena Cristina Pimentel do Vale
Bibliografia: f. 92-93.
CDU: 624.012.45/.46
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus que tem iluminado meu caminho e feito com
que eu sempre consiga atingir meus objetivos.
Agradeço a minha mãe Joana pelo incentivo em todos os momentos para a
conclusão deste trabalho.
Agradeço ao meu irmão André pela ajuda e pelas sugestões que me deu neste
trabalho.
A minha namorada Fernanda que também me incentivou bastante para a
conclusão deste trabalho.
Ao meu pai Eduardo que sempre se mostrou disposto a me ajudar na conclusão
deste trabalho.
Ao professor Flávio Barboza, por sua ajuda e por seus conhecimentos passados
para que eu conseguisse terminar este trabalho.
A Fundação de Amparo a Pesquisa de Alagoas (FAPEAL), pela concessão de
uma bolsa de estudos.
Aos meus amigos do Programa de Pós Graduação da UFAL que também
passaram por esta mesma experiência.
Ao pessoal do suporte da TQS que tiraram minhas duvidas quanto à utilização
do programa.
Aos meus amigos, Fernando, Clebenilson e Alexandre, por todo o incentivo.
RESUMO
ABSTRACT
This work presents some aspects related to geometry and rigidity classification and
structural analysis of reinforced and prestressed concrete mat foundations. Some
strategies for modeling and solving the structural system are discussed, with focus on
grid analogy with elastic restraints and soil-structure interaction. Details of the computer
aided design of mat foundations by grid analogy performed at CAD/TQS system are
also presented. The material list and cost are investigated and compared for three real
buildings considering two prestressed cable geometry: straight and parabolic. The
results show that the prestressed concrete mat foundation gives thinner thickness and
greater total cost. The former is due to increasing in concrete resistance and the last is
due to additional rebars and multistrand cost. The prestressing cost was not considered.
CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.2 – Elemento de laje com dimensões unitárias submetido à tensões normais e
cisalhantes. ................................................................................................................................... 23
Figura 6.16 – Distribuição de tensão devido às ações permanentes – cabo reto. ......................... 69
LISTA DE TABELAS
Tabela 2-1 – Correspondência entre classe de agressividade do concreto (NBR 6118:2003). ..... 16
Tabela 2-2 – Características das monocordoalhas engraxadas de 7 fios – Aço CP 190 RB ou RN.
...................................................................................................................................................... 16
Tabela 3-1 – Módulo de reação do solo ks1 em kgf/cm3 (Terzaghi, 1955). ................................ 30
Tabela 6-3 – Custo de material (R$) do radier em concreto armado (ORSE, 2007). ................... 67
Tabela 6-4 – Custo de material (R$) do radier em concreto protendido (ORSE, 2007). .............. 67
Tabela 6-7 – Custo de material (R$) do radier em concreto armado (ORSE, 2007). ................... 78
Tabela 6-8 – Custo de material (R$) do radier em concreto protendido (ORSE, 2007). .............. 78
Tabela 6-11 – Custo de material (R$) do radier em concreto armado (ORSE, 2007). ................. 87
Tabela 6-12 – Custo de material (R$) do radier em concreto protendido (ORSE, 2007). ............ 87
LISTA DE SÍMBOLOS
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
a laje apoiada em base elástica, que é obtida a partir das características do solo. A
análise dos esforços é, então, realizada por programas específicos, que normalmente
utilizam o Método dos Elementos Finitos.
Portanto, o tipo de fundação em radier em concreto armado e protendido,
sobretudo este último, está sendo bastante utilizado nas edificações no Brasil,
auxiliando como tecnologia a projetos de cunho social. Mas, se faz necessário o estudo
criterioso e adequado para permitir a vida útil de tais estruturas, estabelecendo-se
ferramentas adequadas para simular consistentemente os casos a serem executados.
Nesse contexto, espera-se que o trabalho contribua diretamente com o elo de
projetos dentro da cadeia produtiva da construção civil, acrescentando os resultados dos
estudos ao rol das contribuições acadêmicas.
1.2 OBJETIVOS
1.3 APRESENTAÇÃO
A estrutura do texto:
• No primeiro capítulo são apresentados a justificativa e os objetivos do trabalho;
• No capítulo 2, são discutidos aspectos relacionados à classificação dos radiers
quanto a geometria e a rigidez e aos parâmetros necessários para o cálculo deste
tipo de estrutura em concreto armado e em concreto protendido;
• No capítulo 3, estudou-se a interação solo-estrutura, aplicando o modelo de
grelha sobre base elástica;
• Em seguida, no capítulo 4, são apresentados os métodos de cálculo de fundação
do tipo radier, dando atenção ao método de analogia de grelha;
• No capítulo 5, apresentam-se os procedimentos de análise de estrutura do tipo
radier em concreto armado e em concreto protendido;
• Em seguida, no capítulo 6, foi feito um estudo de caso de alguns projetos de
fundação do tipo radier, utilizando a analogia de grelha para obtenção dos
esforços e análise dos resultados;
• Finalmente, apresentam-se as considerações finais.
ensaio CBR (California Bearing Ratio) para esse solo. A situação ideal de projeto é o
projetista estrutural contar com a colaboração de um especialista em solo.
A resistência do solo é muito importante para o desempenho de fundação do tipo
radier, principalmente para suportar carregamentos elevados. Esta resistência do solo é
influenciada pelo grau de compactação e pelo teor de umidade. O método de
compactação melhora as propriedades estruturais do solo.
O subleito é tão importante quanto a próprio radier para garantir que o radier
desempenhe a função para o qual foi projetado, assegurando que as condições de apoio
sejam uniformes para o radier. Possíveis causas da não uniformidade de suporte como
solos expansivos ou solos colapsíveis não podem ser excluídas. É importante solicitar à
um engenheiro especializado em geotecnia, a classificação desse solo, os ensaios para
granulometria, limite de liquidez, limite de plasticidade e CBR nas condições naturais
de umidade e compactação.
A base é o terreno natural nivelado e compactado, sobre o qual o radier é
executado. Pode-se melhorar a base da fundação através de drenagem, compactação e
estabilização do solo. Devido a rigidez do radier, os carregamentos aplicados são
distribuídos em grandes áreas e as pressões na base são normalmente baixas. A base
deve ser uniforme.
Quando o suporte uniforme não é obtido através de nivelamento e compactação,
aplica-se uma sub-base, como forma de correção da base.
A classificação adequada do solo deve ser realizada para identificar os solos
potencialmente problemáticos. Esta classificação é de uso comum no dimensionamento
de radier. De acordo com a classificação do solo, é possível estimar o módulo de reação
do solo utilizando tabelas, parâmetro importante para o dimensionamento do radier, que
será abordado no capítulo 3.
• radiers lisos (figura 2.1) – tem a vantagem de ter grande facilidade de execução.
Este é o tipo de radier que tem sido utilizado nas edificações do Programa de
Arrendamento Residencial - PAR em Maceió. Essas edificações possuem até 4
(quatro) pavimentos.
• radiers em caixão (figura 2.4) – utiliza-se com a finalidade de ter uma grande
rigidez e pode ser executado com vários pisos.
Os tipos acima citados estão em ordem crescente de rigidez. Estes radiers são
feitos com espessura variando de 0,15 m a 2,00 m, dependendo do tipo empregado.
- Fissura paralela à junta de contração (figura 2.5) onde uma provável causa é a
combinação de calor de hidratação e dia quente na concretagem. Na primeira noite após
a concretagem, se juntas de contração não tiverem sido instaladas, a retração devido à
diminuição da temperatura pode fissurar o concreto. As juntas de contração devem ser
instaladas no mesmo dia da concretagem.
pontas está localizada numa junta de contração. Quando a fissura origina-se de outra, a
ramificação tende a formar um ângulo reto.
pelos macacos, assim estes se apresentam sob tensão antes da estrutura ser carregada. A
força no cabo é determinada pelo projetista e praticamente não varia quando a estrutura
esta sob a ação da carga permanente e variável no Estado Limite de Utilização.
Do instante em que os cabos de protensão são tensionados até o estágio final
alguns anos depois da aplicação da protensão, muitas perdas ocorrem reduzindo a
tensão no cabo.
Segundo o Concrete Society (2000) estas perdas são agrupadas em duas
categorias: perdas imediatas e progressivas. No primeiro grupo, destacam-se:
• perdas por atrito;
• perdas na ancoragem;
• perdas devido ao encurtamento elástico do concreto.
Estas perdas ocorrem durante a protensão e ancoragem dos cabos. Entre as perdas
progressivas, citam-se:
• perdas por retração do concreto;
• perdas por fluência do concreto sob efeito da protensão;
• perdas por relaxação do aço.
Apesar destas perdas ocorrerem em um período de dez ou mais anos, a maior
parte delas acontece nos primeiros 2 anos. Normalmente as perdas reduzem a força de
protensão de aproximadamente 10% na transferência e 20% após todas as perdas.
Qualquer que seja a técnica utilizada para o cálculo estrutural deve-se levar em
consideração além das cargas permanentes e variável, as cargas provenientes da
protensão. As metodologias de análise estrutural serão apresentadas no capítulo 4.
2.2 MATERIAIS
2.2.1 CONCRETO
Classe de Agressividade
TIPO I II III IV
CONCRETO ARMADO ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40
CONCRETO PROTENDIDO ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40
Tabela 2-2 – Características das monocordoalhas engraxadas de 7 fios – Aço CP 190 RB ou RN.
Cabos não aderentes são protegidos por uma camada de graxa no interior de uma
capa plástica de PEAD-polietileno de alta densidade, impermeável à água,
Para evitar fissuras fragmentadas, usa-se socagem leve e não se adiciona cimento
seco à superfície para absorver água exsudada. Para evitar fissuras de retração plástica,
usa-se uma cobertura de controle da evaporação pulverizada no concreto fresco em
tempo quente ou ventoso. Adicionalmente, usa-se reforço de fibras de nylon ou
polipropileno. Não adiciona-se água de mistura no concreto além do necessário para um
slump adequado, que deve ser no máximo 5" (12,7 cm). Usa-se concreto com tamanho
máximo de agregado maior ou igual a 3/4" (1,9 cm). Para concreto com seixo rolado,
que usa tamanho máximo de agregado 3/8" (1,0 cm), reduz-se o espaçamento
recomendado para as juntas de contração em 3' (0,9 m).
Para se obter o melhor desempenho deste tipo de fundação devem ser
observados os seguintes cuidados:
• a preparação do solo consiste em seu nivelamento e compactação. É exigido o
controle do CBR e valores adotados pelo projetista devem ser comprovados por
meio de ensaios.
• deve ser colocada uma forma nas 4 laterais fechando a área a ser concretada
(com altura entre 10 cm e 15 cm) de acordo com o cálculo estrutural. Para prédio
acima de 3 pavimentos a altura é maior. Para edificações de pequeno porte
(térreo + pav. superior) espessuras de 10 cm são suficientes, com taxas
baixíssimas de armadura passiva (às vezes nenhuma armadura).
• as tubulações para as instalações hidro-sanitárias e os eletrodutos já devem estar
posicionadas no solo sob a placa, com saídas através da laje. Mesma observação
é pertinente para as saídas das armaduras de escadas e pilares, para evitar cortes
indesejáveis numa laje já concretada.
• após a colocação das instalações deve ser colocado uma manta plástica para
isolar o terreno do concreto.
Segundo Cauduru (2000), particularmente no caso do radier em concreto
protendido pode-se citar ainda recomendações tais como:
- as cordoalhas são montadas, geralmente espaçadas entre 80 cm a 120 cm uma
da outra e devendo a altura ser no eixo da forma. Recomendam-se concretos
de fck pelo menos de 30 MPa.
- o comprimento dos cabos normalmente não deve ultrapassar 40 m. Acima
desse valor, deve-se adotar ancoragens intermediárias, criando-se juntas de
concretagem.
3 INTERAÇÃO SOLO–ESTRUTURA
σ Placa
∆
1
ζ
Solo
1
Figura 3.2 – Elemento de laje com dimensões unitárias submetido à tensões normais e cisalhantes.
De acordo com Scarlat (1993), do ponto de vista teórico, o método mais preciso
para se considerar a deformabilidade do solo é através de uma análise interativa
tridimensional, na qual o solo e a estrutura são idealizados como um sistema único.
Nesse tipo de análise, o solo é considerado até os limites em que os efeitos de tensão
possam ser desprezados e, nesse caso, a existência de apoios para os limites não teriam
efeito algum sobre a resposta da ISE (Interação solo-estrutura).
Esse tipo de análise é muito sofisticado e requer métodos numéricos, como por
exemplo, o Método dos Elementos Finitos. Dessa maneira, esse processo está ao
alcance de poucos profissionais, sendo que normalmente é necessária uma grande
experiência e a necessidade de um conhecimento aprofundado a respeito de modelos
constitutivos. Por esse motivo, tal alternativa tem sido empregada apenas no meio
científico e eventualmente no meio prático, quando a importância do problema justifica
esse tipo de análise.
Scarlat (1993) relata que uma maneira mais simplificada de quantificar o efeito
da deformabilidade dos solos, embora menos precisa que a análise interativa
considerando meio contínuo tridimensional, consiste em considerar uma série de molas
discretas sob a base da fundação. Estas molas são representadas pelo coeficiente de
apoio elástico Ks (kN/m), que é diretamente proporcional ao módulo de reação ki
(kN/m³) e à área carregada Af (m²), conforme Eq. (3.3). Assim como Scarlat (1993),
Shukla (1984) também apresentam uma abordagem simplificada para a determinação do
módulo de reação.
Ks
ki = (3.3)
Af
N F
v= = h (3.6)
K h ks ⋅ Af
M M
ϕ= = ϕ (3.7)
Kθ k s ⋅ I f
Como já foi explicado, representa-se o radier como uma grelha sobre base
elástica, ou seja, sobre um sistema de molas, as quais são posicionadas nos nós da
grelha. Para o dimensionamento do radier é necessário conhecer a constante elástica (k)
da mola, que depende do tipo do solo. Essa constante pode ser determinada através de:
• ensaios de placa;
• tabelas;
• cálculo do recalque da fundação real.
O ensaio de placa é padronizado pela NBR 6489:1984 e pode ser utilizado para
obter parâmetros de deformação, parâmetros de resistência, prever o recalque de uma
fundação por extrapolação direta e para obter o coeficiente de reação vertical (kv).
Segundo a norma brasileira NBR 6489:1984, o ensaio de placa deve ter as
seguintes características:
• a cota da superfície de carga deverá sempre ser a mesma que a das eventuais
bases do radier da futura fundação;
• placa circular com área de 0,5 m2, ocupando todo fundo da cava;
• A relação entre a largura e a profundidade do poço para a prova deve ser a
mesma que entre a largura e a profundidade da futura fundação;
• ao abrir-se o poço, todos os cuidados serão necessários para evitar alteração do
grau de umidade natural e amolgamento do solo na superfície de carga;
• o dispositivo de transmissão de carga deve ser tal que a mesma seja aplicada
verticalmente, no centro da placa, e de modo a não produzir choques ou
trepidações;
• os recalques devem ser medidos por extensômetros sensíveis a 0,01 mm,
colocados em dois pontos diametralmente opostos da placa;
• os dispositivos de referência para medidas de recalque devem estar livres da
influência dos movimentos da placa, do terreno circunvizinho, do caixão ou das
ancoragens; seus apoios devem achar-se a uma distância igual a pelo menos 1,5
vez o diâmetro ou lado da placa, medida a partir do centro desta última.
Onde,
Bfundação – largura do radier;
Bplaca – largura da placa;
Afundação – área da fundação;
Aplaca – área da placa.
CBR k (kgf/cm3)
SOLO
Mín. Máx. Mín. Máx.
OH 2,0 5,0 0,77 3,32
CH 2,0 5,0 0,77 3,32
MH 2,5 8,0 1,36 4,82
FINO
OL 2,0 8,0 0,77 4,82
ML 3,0 15,0 1,85 7,13
CL 3,0 15,0 1,85 7,13
SC 10,0 20,0 5,59 8,33
SU 10,0 20,0 5,59 8,33
SP 15,0 25,0 7,13 9,33
SM 20,0 40,0 8,33 11,66
SW 20,0 40,0 8,33 11,66
GROSSO
GC 20,0 40,0 8,33 11,66
GU 25,0 50,0 9,33 12,89
GP 35,0 60,0 10,97 13,94
GM 40,0 80,0 11,66 15,73
GW 60,0 80,0 13,94 15,73
Legenda:
G – pedregulho
S – areia
M – sedimento
C – argila
W – bem graduado
P – pobremente graduado
U – uniformemente graduado
L – baixa a média compressibilidade
H – alta compressibilidade
O – orgânico
4 MODELOS DE CÁLCULO
O radier precisa combater o recalque excessivo, que pode ser de longo tempo
(consolidação) ou ocorrência rápida (elástica ou imediata).
Segundo Montoya (1987), no projeto de um radier deve-se procurar que a
resultante das ações transmitidas pela estrutura passe o mais perto possível do centro de
gravidade do radier com a finalidade de conseguir uma distribuição de tensões no solo o
mais uniforme possível e evitar recalques diferenciais, gerando a inclinação da
edificação. Recomenda-se que, para qualquer hipótese de carga, a resultante esteja
dentro da zona de segurança do radier. Caso essa condição não seja atendida,
necessitará um estudo da distribuição de tensões sob o radier, avaliando com todo rigor
os recalques e determinando as inclinações que podem ocorrer na edificação. O recalque
máximo de um radier não deve passar de 5 cm se o radier estiver apoiado sobre solo
sem coesão (arenoso), nem de 7,5 cm se apoiado sobre solo coesivo (argiloso).
cargas atuantes, com isso não é possível fazer uma avaliação da distribuição de
recalques.
Cálculo com variação linear de pressões – neste cálculo, as pressões de contato
são determinadas a partir da resultante do carregamento. Utiliza-se este método para
cálculo de radiers nervurados e em caixão, que apresentam grande rigidez relativa.
As faixas são calculadas como vigas de fundação independentes.
Cálculo pela área de influência dos pilares – aplicado em radiers de rigidez
relativa média. Este método segue o seguinte procedimento:
1. determinar a área de influência de cada pilar, Af
2. calcular a pressão média nesta área
Qi
qi = (4.1)
Af
∆4 wk 2∆4 wk ∆4 wk p k k v wk P
+ + = − + (4.12)
∆x 4
∆x ∆y
2 2
∆y 4
D D D∆x∆y
Algumas desvantagens do método segundo Bowles (1982):
• a aplicação das condições de contorno exigem subrotinas adicionais;
• é difícil simular furos, reentrâncias e entalhes;
• é difícil considerar momentos aplicados nos nós.
(a) Elementos de placa sobre apoio elástico (b) Elementos de placa sobre elementos sólidos
Figura 4.1 – Estratégias de modelagem do sistema estrutural pelo MEF.
momentos torçores nas barras da grelha terão resultantes de tensão iguais na seção
transversal correspondente do radier à barra representada.
Na grelha, não há princípio matemático ou físico que faça com que os momentos
torçores sejam automaticamente iguais nas direções ortogonais em um nó. Se a
discretização da malha for muito grande, a grelha se deformará e apresentará distorções
aproximadamente iguais nas direções ortogonais, bem como momentos torçores
aproximadamente iguais se as rigidezes à torção forem às mesmas nas duas direções.
O momento fletor em qualquer barra da grelha só é proporcional a sua curvatura.
Em um elemento de laje, o momento em qualquer direção depende tanto da curvatura
naquela direção, quanto da curvatura na direção ortogonal.
A vinculação das barras permite a interação de forças ortogonais ao plano da
grelha e de dois momentos em torno dos eixos pertencentes a esse plano por nó da
barra. Cada nó apresenta três graus de liberdade, sendo uma translação ortogonal e duas
rotações no plano do radier.
Onde,
g – é a carga permanente aplicada na laje, por unidade de área;
q – é a carga acidental aplicada na laje, por unidade de área;
Af – é a área de influência do nó i;
Qi – é a carga aplicada no nó i da grelha.
E
G= (4.16)
2(1 + ν )
As propriedades geométricas dos elementos de grelha podem ser consideradas a
partir de uma faixa de largura b, igual a soma da metade das distâncias entre os
elementos vizinhos, e da espessura h da laje (Figura 4.5).
Os momentos de inércia à flexão (I) e torção (J) são, portanto, calculados para
uma seção retangular de dimensões b x h, como segue:
b.h 3
I= (4.17)
12
3.b 3 .h 3
J= (4.18)
(
10. b 2 + h 2 )
m2 t2
v2
v1
m1
t1
Figura 4.6 – Esforços atuantes nas barras.
Para cada RPU tem-se apenas um traçado de cabo. Além disto, o cabo deve
iniciar no começo da RPU e terminar no fim da RPU.
Alem de editar os critérios para o modelo de laje plana como foi mostrado, pode-
se editar os critérios gerais de grelha como mostra a figura 5.13.
6 ESTUDO DE CASO
6.1 EXEMPLO 01
Neste exemplo foi analisado, como pode ser observado na figura 6.1, uma
edificação residencial com 3 pavimentos construído na Cidade de Fortaleza.
A resistência do concreto à compressão foi adotada igual ao valor mínimo
estabelecido na NBR 6118:2003. Para classe de agressividade II (moderada urbana),
esse valor mínimo é igual a 25 MPa para concreto armado e 30 MPa para concreto
protendido.
As cargas lineares provenientes da alvenaria estrutural foram calculadas e
lançadas no modelo em tf/m. Foram consideradas cargas distribuídas no radier
provenientes das ações permanentes e acidentais iguais a 1 tf/m2 e 0,15 tf/m2,
respectivamente.
No projeto estrutural original definiu-se uma espessura de 15 cm para o radier
em concreto protendido, que foi mantida no modelo elaborado. Para o radier em
concreto armado, adotou-se uma espessura igual a 20 cm, para compensar a resistência
à compressão relativamente inferior. A razão entre a espessura do radier em concreto
armado e protendido é de 0,75, portanto, próximo do valor sugerido por Cauduru (2000)
(item 2.5.2).
Com a grelha gerada e com as faixas definidas, foi feito o cálculo das armaduras
positivas e negativas do radier e gerou-se os detalhamentos, conforme apresentado na
figura 6.10 e 6.11.
CABO
COMPRIMENTO PESO
Ø
(m) kg/m kg kg+4%
2 Ø 12.7 2735,77 0,886 2424,00 2521,00
Tabela 6-3 – Custo de material (R$) do radier em concreto armado (ORSE, 2007).
PREÇO PREÇO
MATERIAL UNIDADE QUANTIDADE
UNITÁRIO TOTAL
Aço CB 60 kg 1,54 158 243,32
Aço CA 50 kg 3,88 4013,90 15573,93
Concreto 20MPa m³ 230,00 53,07 12206,10
TOTAL 28023,35
Tabela 6-4 – Custo de material (R$) do radier em concreto protendido (ORSE, 2007).
PREÇO PREÇO
MATERIAL UNIDADE QUANTIDADE
UNITÁRIO TOTAL
Cordoalha para
concreto kg 6,33 2521,00 15957,93
protendido
Concreto 30 m³ 250,00 39,80 9950,00
MPa
Armadura kg 3,88 2756,00 10693,28
Passiva
Ancoragem Unid. 15,00 428,00 6420,00
TOTAL 43021,21
Com o lançamento dos cabos, foi possível analisar a distribuição de tensões nas
regiões de protensão uniforme para os carregamentos freqüentes e para os
carregamentos permanentes. Logo, é possível verificar que a distribuição de tensões está
dentro dos limites, na região analisada, para carregamentos freqüentes (figura 6.15). O
que não acontece para as ações permanentes, como mostra a figura 6.16. A distribuição
de tensões excedeu os limites para aquela determinada região nas fibras inferiores.
Nota-se na figura 6.17, que a distribuição de tensões está próxima do limite nulo
nas fibras superiores. Esta proximidade se deve a melhor distribuição de momentos
decorrentes da utilização do cabo parabólico. O modelo aplicado com o cabo parabólico
necessitou de uma quantidade inferior de cabos comparado com o modelo com o cabo
reto (figura 6.16), devido a melhor distribuição de momentos.
Considerando que o solo agora seja uma argila dura cujo módulo de reação vale
9600 tf/m³, valor este proposto por Terzaghi (1955). Corrigindo este valor para a placa
de fundação em estudo, chegou-se a uma constante elástica de 122,18 tf/m. Aplicando-
se a mesma discretização (30 cm), chegou-se no resultado apresentado na figura 6.18,
aonde nota-se uma redução na quantidade de cabos, devido ao aumento da constante
elástica.
Após a geração dos cabos, utilizando um valor maior para constante elástica,
foram geradas a distribuição de tensões para a mesma região analisada anteriormente,
com o cabo parabólico (figura 6.19) e com o cabo reto (figura 6.20). Nota-se que em
ambos os casos a distribuição de tensões ultrapassa os limites. No modelo utilizando o
cabo parabólico percebe-se uma melhor distribuição de tensões para as ações
permanentes. O modelo com o cabo reto é muito utilizado aqui na cidade de Maceió,
devido à facilidade de execução, mas nem sempre é a melhor solução, necessitando de
uma análise detalhada de todos os critérios como tipo de solo e geometria do radier para
determinar o modelo adequado para aquela determinada situação. Em ambos os
modelos necessitam-se a colocação de armadura passiva para melhorar a distribuição de
tensão.
6.2 EXEMPLO 02
Após a geração dos cabos nas duas direções, foi feito o quantitativo de cabos,
apresentado na tabela 6.6.
CABO
COMPRIMENTO PESO
Ø
(m) kg/m kg kg+4%
2 Ø 12.7 2264,36 0,886 2006 2086
Tabela 6-7 – Custo de material (R$) do radier em concreto armado (ORSE, 2007).
PREÇO PREÇO
MATERIAL UNIDADE QUANTIDADE
UNITÁRIO TOTAL
Aço CA 50 kg 3,88 2845,70 11041,31
Concreto 20MPa m³ 230,00 41,46 9535,80
TOTAL 20577,11
Tabela 6-8 – Custo de material (R$) do radier em concreto protendido (ORSE, 2007).
PREÇO PREÇO
MATERIAL UNIDADE QUANTIDADE
UNITÁRIO TOTAL
Cordoalha para
concreto kg 6,33 2086 13204,38
protendido
Concreto 30 m³ 250,00 31,09 7772,50
MPa
Armadura kg 3,88 1915 7430,20
Passiva
Ancoragem Unid. 15,00 376 5640,00
TOTAL 34047,08
Como pode-se ver nas tabelas acima, o custo para execução do radier em
concreto protendido foi superior ao custo do radier em concreto armado.
6.3 EXEMPLO 03
Após a geração dos cabos nas duas direções, foi feito o quantitativo de cabos,
apresentado na tabela 6.10.
CABO
COMPRIMENTO PESO
Ø
(m) kg/m kg kg+4%
2 Ø 12.7 2754,19 0,886 2440 2538
Tabela 6-11 – Custo de material (R$) do radier em concreto armado (ORSE, 2007).
PREÇO PREÇO
MATERIAL UNIDADE QUANTIDADE
UNITÁRIO TOTAL
Aço CA 50 kg 3,88 4507,80 17490,26
Concreto 20MPa m³ 230,00 43,14 9922,20
TOTAL 27412,46
Tabela 6-12 – Custo de material (R$) do radier em concreto protendido (ORSE, 2007).
PREÇO PREÇO
MATERIAL UNIDADE QUANTIDADE
UNITÁRIO TOTAL
Cordoalha para
concreto kg 6,33 2538 16065,54
protendido
Concreto 30 m³ 250,00 32,53 8132,50
MPa
Armadura kg 3,88 2176 8442,88
Passiva
Ancoragem Unid. 15,00 440 6600,00
TOTAL 39240,92
Após a geração dos cabos para o modelo utilizando o cabo reto, gerou-se o
modelo utilizando o cabo curvo e analisou-se a distribuição de momentos para uma
determinada região de protensão uniforme como mostra as figuras 6.42 e 6.43.
Com isso é necessário que em cada projeto se faça uma análise das vantagens e
desvantagens de cada modelo para aquela determinada situação com o objetivo de gerar
um projeto de fundação que atenda as condições exigidas.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por tanto a que se fazer uma análise prévia do emprego das duas tecnologias
antes de se definir o tipo de radier a ser utilizado, não identificando-se um tipo
generalizado que comprovadamente seja mais econômico sempre.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOWLES, J.E. Foundation Analysis and Design. Third Edition. Tokyo, 1982, Ed.
McGraw-Hill.
HAMBLY, Edmund C. Bridge Deck Behaviour. London. Ed. John Wiley & Sons,
Inc. London. (1976).