Docsity Patologias em Alvenarias Estrutural
Docsity Patologias em Alvenarias Estrutural
Docsity Patologias em Alvenarias Estrutural
ESTRUTURAL
Engenharia Civil
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
76 pag.
JUIZ DE FORA
2013
Juiz de Fora
2013
Por:
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Agradeço a Deus, o meu grande Amigo, que tem me sustentado durante estes anos.
Ao meu pai (in memoriam), o grande professor, pelo incentivo, por me fazer
acreditar, que os sonhos podem se tornar realidade. À minha mãe pelo carinho, pelo
amor, e ensinos durante estes vários anos. Ao meu irmão Daniel pelo apoio e por
sonhar comigo. À minha namorada Thayna, pelo carinho, pelas palavras de
estimulo, pela paciência. À professora Thaís pelo tempo, e dedicação
disponibilizados durante a elaboração deste trabalho. Ao professor Polisseni e a
professora Juliane pela motivação. Aos demais professores pelo vasto
conhecimento adquirido durante estes anos de graduação. Aos inúmeros amigos da
Faculdade de Engenharia, que certamente ficaram guardados em minha memória,
pelos risos, pelas palavras de incentivo e companheirismo.
A construção civil está sofrendo um grande crescimento nos últimos anos, e existe
um grande avanço nas técnicas construtivas, as edificações já não são mais tão
simples como nos primórdios. No Brasil este aquecimento se deve ao reflexo tanto
de criação de programas sociais - entre eles o Minha Casa, Minha Vida, como da
ampliação da oferta de crédito. Neste cenário surgem as edificações em alvenaria
estrutural, cada vez, mais presentes nos canteiros de obra. Porém, algumas
patologias como as fissuras causadas principalmente devido a recalque de
fundação, sobrecarga de carregamento, variações térmicas, reações químicas,
retração ainda assombram as edificações. As fissuras podem assumir diversas
configurações, e são provenientes da falta de compatibilização entre projetos, uso
de materiais de qualidade duvidosa, falta de controle adequada dos serviços,
omissão de algumas especificações do projeto e falta de comprimento da
normalização. Este tipo de patologia bastante comum nas edificações pode interferir
na estética, na durabilidade e nas características estruturais da construção. As
fissuras representam sintomas de algum problema que está ocorrendo na
edificação, que pode ser de natureza simples, ou aviso de uma situação mais
complexa. Consequentemente altera o desempenho das construções causando
transtornos psicológicos, econômicos e certamente frustrando as expectativas do
usuário. Neste trabalho foi feito uma pesquisa bibliográfica dos principais detalhes
construtivos das edificações de alvenaria estrutural com o intuito de evitar a
ocorrência das patologias. Além disso, houve uma abordagem das principais causas
de fissuras e suas configurações típicas.
LISTA DE SIGLAS
S1 - fator topográfico
Fv - força do vento
Ca - coeficiente de arrasto;
Fd - força de desaprumo
- distorção angular
1 - Introdução ............................................................................................................ 12
1.1- Breve histórico ................................................................................................ 12
1.2 - Estrutura da pesquisa .................................................................................... 15
2- ALVENARIA ESTRUTURAL ................................................................................. 16
2.1- Considerações iniciais .................................................................................... 16
2.2 - Alvenaria de vedação .................................................................................... 16
2.3- Alvenaria estrutural ......................................................................................... 19
2.3.1- Componentes da alvenaria estrutural ....................................................... 19
2.3.1.1- Unidades ............................................................................................ 19
2.3.1.2 - Argamassa ........................................................................................ 21
2.3.1.3 - Graute ............................................................................................... 22
2.3.1.4 - Armaduras ......................................................................................... 23
2.3.1.5 - Ensaios de compressão axial ............................................................... 24
2.3.1.5.1 – Ensaios em prisma ........................................................................ 24
2.3.1.5.1 – Ensaio em parede.......................................................................... 25
2.3.2 - Comportamento da estrutura de alvenaria .............................................. 26
2.3.2.1 - Ações ................................................................................................ 26
2.3.2.2 - Cargas Verticais ................................................................................ 27
2.3.2.3 - Cargas Horizontais ............................................................................ 27
2.3.2.3.1 - Ações do vento ........................................................................... 28
2.3.2.3.2 - Desaprumo.................................................................................. 29
2.3.2.2 Fatores que afetam a resistência da alvenaria durante as ações........ 30
3- PROJETO DE ALVENARIA ESTRUTURAL ......................................................... 33
3.1- Considerações iniciais .................................................................................... 33
3.2- Modulação ...................................................................................................... 33
3.3 - Projeto Arquitetônico...................................................................................... 34
3.4 - Projeto Hidrossanitário ................................................................................... 35
3.5 - Projeto Elétrico............................................................................................... 36
3.6 - Compatibilização............................................................................................ 37
3.7 - Execução de obra em alvenaria estrutural ..................................................... 38
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(a) (b)
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2.3.1.1- Unidades
Os blocos são os componentes básicos da estrutura, estas unidades têm
como principal responsabilidade garantir as características de resistência da
estrutura.
O gesso também pode ser aplicado diretamente sobre esta unidade na fase
de acabamento da estrutura. Outro fator relevante é o índice de propagação de
incêndio, que é bem menor quando comparado com os outros materiais. Isto se
deve a alta densidade especifica deste material.
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2.3.1.3 - Graute
O grauteamento é uma das técnicas mais utilizadas no reforço de alvenaria
estrutural. Através do preenchimento dos vazios dos blocos tem-se um aumento da
resistência da parede aos esforços de flexão, cisalhamento e compressão
(Figura 10). Ele tem ainda a finalidade de solidarizar as unidades com as eventuais
armaduras distribuídas em seus vazios. (SAMPAIO (2010)).
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Ações permanentes
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Vk = S1 × S2 × S3 × Vo (1)
Onde
S1 = fator topográfico;
Por fim, se calcula a força do vento (Fv), simulada na Figura 15, vide Equação (3).
Onde
Ca = coeficiente de arrasto;
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'
ᵠ= (4)
'((×√*
Onde:
+, = ∆ × (5)
+, = força de desaprumo
Esta ação está representada na Figura 16, e deve ser somada com a ação dos
ventos.
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• Resistência da argamassa
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3.2- Modulação
A coordenação modular consiste na concordância das dimensões
horizontais e verticais da edificação com as dimensões da unidade. Com o objetivo
de reduzir ao máximo os cortes e ajustes na execução das paredes (SAMPAIO
(2010)).
Conforme RICHTER (2007), uma unidade será sempre definida por três
dimensões padrões: comprimento, largura e altura. O comprimento e a largura
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Os trechos de água fria e quente devem descer pelos furos dos blocos até o
ponto desejado. Já o trecho horizontal da instalação é feito por baixo da laje. Por
isso, surgiram os shafts (Figura19) que são espaços destinados à concentração de
prumadas hidro-sanitárias, elétricas e de telefonia.
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3.7.1 - Ferramentas
De acordo com RAMOS et al (2002) ferramentas adequadas podem auxiliar
no melhor desempenho da equipe de trabalho, tanto para obter melhor qualidade
final do produto, quanto para aumentar a produtividade durante a sua realização.
FARIA (2004) também destaca que o uso das ferramentas apropriadas para
cada atividade pode representar um ganho significativo em termo de produtividade,
organização do serviço e mudança de postura do trabalhador.
• Colher de pedreiro
A colher de pedreiro é utilizada principalmente para distribuir a argamassa
para o assentamento dos blocos da primeira fiada. Para aplicar a argamassa
nas juntas transversais e retirar o excesso das mesmas (Figura 20). Deve-se
evitar uso de colher de pedreiro para assentar blocos das demais fiadas
(PAULUZZI (2013)).
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• Palheta
A palheta é utilizada para a aplicação do cordão de argamassa de
assentamento nas paredes longitudinais das unidades por meio do
movimento vertical e horizontal ao mesmo tempo, conforme Figura 21.
• Bisnaga
A bisnaga é uma segunda alternativa para colocação de argamassa de
assentamento sobre as paredes dos blocos. De acordo com ROMAN et al
(2002) cada vez que a bisnaga é abastecida, é possível distribuir argamassa
sobre aproximadamente seis blocos com uma espessura padronizada
(Figura 22).
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• Esticador de linha
O esticador de linha é uma ferramenta fabricada no próprio canteiro de obras.
E mantêm a linha de nálion esticadas entre dois blocos estratégicos, definindo
o alinhamento e nível dos demais blocos que serão assentados (Figura 23).
• Fio traçante
Barbante/fio de algodão que é impregnado com pó colorido, destinada à
marcação de paredes (Figura 24).
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• Escantilhão metálico
É uma peça metálica utilizada para auxiliar o assentamento da alvenaria.
Proporcionando ao assentador da alvenaria condições de manter as paredes
no prumo, alinhamento e com as fiadas niveladas. É fixado sobre a laje com
auxilio de parafusos e buchas Figura 28.
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• Nível a laser
É um equipamento autonivelante que pode ser operado por apenas uma
pessoa. Possibilita a conferencia dos esquadros, níveis e prumos de forma
rápida e precisa (Figura 30).
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São vários os fatores que podem causar fissuras nas alvenarias, entre os
quais recalques de fundação, movimentações térmicas, higroscópicas, retração de
blocos ou de outro elemento de concreto, sobrecargas, deformações de elementos
da estrutura, reações químicas, detalhes construtivos incorretos, congelamento,
vibração, explosões, terremotos (THOMAZ (1990)).
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=
L
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MARCELLI (2007) ressalta que esta expansão (Figura 51) vai gerar o
surgimento de fissuras no revestimento, acompanhando as juntas de assentamento
dos elementos que formam a alvenaria. Segundo SAMPAIO (2010) este fenômeno
pode causar além de fissuras, deslocamento, desagregação e pulverulências nos
revestimentos de argamassa.
Para RICHTER (2007) estas fissuras podem ocorre principalmente nas
fachadas devido à incidência de umidade por infiltração de chuvas. Além disso, o
mesmo autor destaca que este tipo de patologia ocorre preferencialmente nas
proximidades dos topos das alvenarias, onde são menores os esforços de
compressão oriundos do peso próprio da edificação. Porém MARCELLI (2007)
enfatiza que pode ocorrer a presença deste tipo de anomalia em várias alturas
distintas da alvenaria.
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HENDRY, A. W.; SINHA, B. P.; Davies S. R.; Design of Masonry Structures: Third
Edition of Load Bearing Brickwork Design, 1997. University of Edinburgh.
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PILZ,S.E.;MENEGOTTO,M.L.;COSTELLA,M.F.;PAVAN,R.C.;JACOSKI,C.A.;
Recuperação das fundações e da estrutura de um edifico devido a recalques
originados da inadequação de investigação do subsolo,2009. Anais do 5º
Congresso Internacional sobre Patologia e Reabilitação de Estruturas, CINPAR,
2009.
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TAUIL, C.A.;NESSE, F.J.M. Alvenaria Estrutural. 1ª Ed. Editora: PINI. São Paulo.
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