Malheiros-2011 - Metodologia-V.3.2

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Malheiros (2011)

Resumo/resenha

MALHEIROS, Bruno Taranto. Metodologia da pesquisa em educação. Rio de Janeiro:


LTC, 2011. 254p.

Autor: Rosa Maria D'Urso Hebling1.

Apresentação

Este livro surge como um guia de ajuda ao aluno-pesquisador na construção de


seu projeto de pesquisa.

O autor desenvolveu esta obra com o objetivo de ajudar os estudantes a desenvol-


verem habilidades e competências necessárias para a realização de uma pesquisa. De
forma clara e objetiva, a capacitação proposta conduz o aluno a tomar conhecimento dos
passos necessários para a construção de um projeto, prosseguindo para o desenvolvi-
mento do estudo, para a instrumentalização de dados e, por fim, a redação do relatório
final.

De maneira bastante didática, são apresentados exemplos, estudos de casos, exer-


cícios de aplicação, sugestão de temas para debates, resumos executivos e testes, possi-
bilitando a compreensão clara dos assuntos abordados.

Estrutura da obra

O livro é composto por doze capítulos, distribuídos por 244 páginas, seguindo to-
dos os mesmos passos de desenvolvimento que passam por: contextualização, estudo de
caso, conceitos para entender a prática, exercício de aplicação, sugestão de debate, resu-
mo executivo e teste de conhecimento.

1 Bióloga, professora do Ensino Médio e Fundamental, Mestre em Ciências Biológicas na área de


Microbiologia Aplicada, com curso de Pós-Graduação em Formação de Tradutores em Língua Inglesa. É
mãe e revisora do PED Eduardo D. Hebling.

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Trata-se de um manual que analisa o problema da metodologia da pesquisa, es-
miuçando processos, conceitos, analisando todos os passos a serem dados para a elabo-
ração de um projeto.

Índice
Apresentação................................................................................................................................2
Estrutura da obra..........................................................................................................................2
1 Descrição do conteúdo..............................................................................................................3
1.1 Capítulo 1 – As Diversas Formas de Compreender o Mundo..............................................3
1.2 Capítulo 2 – A Pesquisa Científica em Educação................................................................4
1.3 Capítulo 3 – Construindo um Problema de Pesquisa...........................................................7
1.4 Capítulo 4 – O Projeto de Pesquisa.....................................................................................9
1.5 Capítulo 5 – Procedimentos Técnicos de Pesquisa............................................................10
1.5.1 Pesquisa bibliográfica.................................................................................................10
1.5.2 Pesquisa documental...................................................................................................11
1.5.3 Pesquisa de levantamento...........................................................................................12
1.5.4 Pesquisa narrativa.......................................................................................................12
1.5.5 Estudo de caso............................................................................................................12
1.5.6 Estudo de campo.........................................................................................................13
1.5.7 Pesquisa experimental.................................................................................................13
1.5.8 Etnografia...................................................................................................................14
1.5.9 Estudo de coorte..........................................................................................................14
1.5.10 Pesquisa ex-post facto...............................................................................................15
1.5.11 Pesquisa-ação............................................................................................................15
1.5.12 Pesquisa participante.................................................................................................16
1.6 Capítulo 6 – Construção do Referencial Teórico...............................................................16
1.7 Capítulo 7 – Coletando Dados Quantitativos....................................................................19
1.8 Capítulo 8 – Analisando Dados Quantitativos...................................................................22
1.8.1 Escalas de dados.........................................................................................................22
1.8.2 Estatística....................................................................................................................23
1.8.3 Apresentação de dados................................................................................................23
1.9 Capítulo 9 – Coleta de Dados Qualitativos........................................................................24
1.9.1 Observação.................................................................................................................24
1.9.2 Entrevista....................................................................................................................26
1.10 Capítulo 10 – Analisando Dados Qualitativos.................................................................27
1.11 Capítulo 11 – Elaborando o Relatório Final....................................................................29
2 Capítulo 12 – Resumo das Principais Normas da ABNT.........................................................30
3 Análise crítica da obra.............................................................................................................31
4 Recomendação da obra............................................................................................................31
5 Identificação do autor..............................................................................................................32
6 Bibliografia..............................................................................................................................32

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1 Descrição do conteúdo

1.1 Capítulo 1 – As Diversas Formas de Compreender o Mundo

Há diferenças enormes na forma de perceber uma mesma questão por diferentes grupos
sociais, havendo influência de senso comum, ciência, religião.

O processo de compreensão da realidade não acontece de forma aleatória, mas sim


considerando o “modelo de leitura do mundo” que prevalece na sociedade.

Neste capítulo, o autor destaca como objetivos: 1. Compreender o que são formas
de leitura da realidade; 2. Conhecer os principais modelos usados para explicar a reali-
dade; 3. Diferenciar conhecimento oriundo do senso comum do conhecimento científi-
co; 4. Perceber que a ciência não pode dar todas as respostas, mas é o caminho adotado
pela cultura ocidental para explicar fenômenos e fundamentar avanços tecnológicos.

O autor analisa os mitos como base para a narrativa simbólica da realidade.

O autor analisa, em seguida, o papel da religião como “um conjunto de crenças e


valores que norteiam a compreensão do mundo de um grupo social” com base em “ver-
dades divinas”.

As demais formas de leitura do mundo são baseadas na razão.

O senso comum – já assim chamado desde Aristóteles – representa o conhecimen-


to construído no cotidiano.

O senso comum é visto como um conhecimento superficial, pois não atinge as


causas do problema e não explica as respostas que propõe pelo raciocínio lógico.

Apesar disso, grandes descobertas da humanidade aconteceram com base no co-


nhecimento do senso comum.

Filosofia: especulação contínua da realidade.

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É um processo que exige o uso da razão na busca de respostas para eventos da na-
tureza e das relações sociais.

Ciência: a demonstração metodológica e rigorosa da verdade

O empirismo – movimento filosófico que considera a experiência como única fon-


te de acesso à realidade – define a ciência como um grupo de teorias objetivas, que po-
dem ser testadas e capazes de predizer resultados.

A ciência busca relacionar causas e consequências dos fenômenos por métodos ri-
gorosos, sendo que a leitura do mundo pela ótica da ciência está ligada ao chamado mé-
todo científico e ao rigor da linguagem científica. O autor cita e explica as etapas do
método científico: observação do fenômeno, formulação de hipóteses, experimentação e
generalização.

O autor explica os quatro tipos básicos de raciocínio usados na pesquisa científica:


hipotético-dedutivo, indutivo, analógico e retrodutivo.

1.2 Capítulo 2 – A Pesquisa Científica em Educação

O baixo rendimento escolar no Brasil é um fato.

A pesquisa em educação procura identificar princípios que possam orientar o edu-


cador na tarefa de formação de cidadãos conscientes e críticos.

A pesquisa em educação – bem como nas demais ciências humanas e sociais – ca-
racteriza-se pela compreensão genuína do fenômeno, não das aparências.

Os problemas analisados na pesquisa em educação relacionam-se com todos os


eventos do processo ensino – aprendizagem, além do contexto e de todos os persona-
gens envolvidos nas questões educacionais.

Sendo a educação uma área muito abrangente, o que pesquisamos são seus cam-
pos específicos de investigação – filosofia da educação, sociologia da educação, psico-
logia da educação, história da educação e didática.

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As definições de um tema e de uma linha para o desenvolvimento de um trabalho
científico são parte do processo necessário de se delimitar o estudo.

O pesquisador da educação deve ser uma pessoa curiosa e criativa (atributos pes-
soais), estando além disso envolvido academicamente com o tema (atributos profissio-
nais), sendo indispensável para o desenvolvimento do trabalho uma atitude séria, o cum-
primento de métodos e a capacidade de encarar e aceitar a eventual negação de seus va-
lores e crenças.

1. Natureza da pesquisa. Quanto à sua natureza, a pesquisa pode classificar-se em:

1. pura, básica ou teórica – busca novos conhecimentos sem finalidade prática


imediata

2. aplicada – objetivando utilização imediata

2. Abordagem da pesquisa: quanto à abordagem, a pesquisa pode ser:

1. quantitativa – transforma a realidade em dados que permitam interpretação,


muitas vezes usando estatística

2. qualitativa – busca compreender os fenômenos pela ótica do sujeito. Caracte-


rísticas da pesquisa qualitativa: a fonte de dados é o ambiente natural; é for-
temente descritiva; orienta-se pelo significado que as pessoas dão aos fenô-
menos; tem enfoque indutivo

3. Objetivos da pesquisa: em relação aos objetivos, as pesquisas podem ser:

1. Exploratórias: As exploratórias aumentam o conhecimento sobre determina-


do assunto, permitindo a elaboração de hipóteses ou tornando-o mais explíci-
to.

2. Descritivas: as descritivas buscam descrever as características do fenômeno


em questão ou da população em estudo, podendo também analisar relações
entre variáveis.

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3. Explicativas: buscam compreender as causas dos fenômenos ou eventos,
usando método experimental.

4. Procedimentos técnicos da pesquisa: são identificados nada menos que 12 cor-


rentes principais, que são analisadas no capítulo 5.

5. Métodos de pesquisa: apresentados pela literatura são:

1. Método Dedutivo: por meio da razão, constrói um raciocínio que explique


um caso individual por uma regra geral. Ex. : todos os homens são mortais.
Pedro é homem; logo, Pedro é mortal.

2. Método Indutivo: procura chegar a conclusões gerais partindo de casos parti-


culares.

3. Método Hipotético-dedutivo: constrói hipóteses que devem passar por testes


que verifiquem sua validade.

4. Método Dialético: tem por princípio a contradição de ideias, sendo seus prin-
cipais elementos - a tese (uma afirmação), a antítese (negação da tese) e a
síntese (resultante do confronto entre tese e antítese).

5. Método fenomenológico: descreve a experiência exatamente como é.

O trabalho científico pode ser avaliado pela perspectiva política (busca compreen-
der a importância do estudo e seus impactos na sociedade) e pela perspectiva formal (o
trabalho científico é analisado pela ótica de seu rigor metodológico).

Os canais de comunicação de resultados de pesquisa dividem-se em dois grandes


blocos: comunicação informal e comunicação formal.

A comunicação informal é aquela em que o acesso é restrito e limitado. Ocorre


dentro de pequenos grupos de trabalho e orienta-se por resultados intermediários. Não
se trata de relatórios finais. Já a comunicação formal abrange as formas reconhecidas

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pela comunidade científica para a divulgação de trabalhos: livros, revistas acadêmicas,
artigos, relatórios conclusivos.

1.3 Capítulo 3 – Construindo um Problema de Pesquisa

Para iniciar uma pesquisa, é preciso primeiro ter um problema. O pesquisador


deve estar realmente envolvido com o tema a ser tratado.

É preciso ter clareza quanto à formulação de um problema. Ele deve ser:

1. Científico – isto é, passível de ser resolvido pela razão, por métodos ade-
quados

2. Passível de se converter em questionamento – deve ser interrogativo

Então, um problema deve ser: interrogativo, conciso, objetivo e factível (passível


de ser investigado e resolvido). Além disso, problemas científicos devem ser relevantes,
coerentes e originais.

Assuntos, temas e problemas são termos diferentes mas mantêm estreita relação:

• assunto é uma grande área de estudo

• tema é um assunto específico dentro de uma área de estudo

• problema é uma questão a ser resolvida sobre um tema específico

Entende-se por objetivo final o próprio propósito da pesquisa, onde se espera che-
gar ao final do trabalho. Os objetivos específicos representam os passos a serem cumpri-
dos para se chegar ao objetivo final.

As hipóteses são possíveis explicações do problema, afirmações que precisam ser


testadas e que serão confirmadas ou refutadas. No caso de pesquisa qualitativa, é usado
o termo suposição ao invés de hipótese.

Uma hipótese/suposição deve ter

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1. consistência lógica

2. verificabilidade

3. simplicidade

4. relevância

5. apoio teórico

6. especificidade

7. clareza

8. originalidade (diferenças entre TCC, dissertação e tese)

Delimitação do problema - refere-se à especificação do que será estudado. É ne-


cessária porque não é possível analisar todas as variáveis do problema. O autor precisa
deixar claro o que está dentro e fora da pesquisa. É preciso deixar claro: o que será ana-
lisado, qual o referencial teórico, onde a pesquisa será realizada, quando será realizada,
o que não está incluído e quem investiga.

Justificativa do problema - deve responder à indagação do motivo pelo qual deter-


minado problema está sendo estudado pelo pesquisador nesse determinado local e nesse
período. A justificativa pode ser enriquecida por algumas questões, como: a relação en-
tre a área da pesquisa e a instituição à qual o pesquisador está ligado; o nível de familia-
ridade do pesquisador com o assunto; a importância do problema de pesquisa para a co-
munidade.

Relevância do problema – razão de ser da pesquisa. Deve explicar por que o pro-
blema tem importância e merece ser estudado.

A organização do projeto de pesquisa deve seguir um roteiro que inclua: contexto


do problema, declaração da pergunta-problema, objetivo final, objetivos específicos, hi-
póteses ou suposições, delimitação, justificativa e relevância do problema.

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1.4 Capítulo 4 – O Projeto de Pesquisa

O planejamento é a primeira etapa de uma pesquisa e orienta as atividades do pes-


quisador, facilitando o desenvolvimento do trabalho.

As etapas que compõem uma pesquisa devem incluir

1. definição do problema

2. apresentação dos objetivos e hipóteses

3. delimitação e relevância do problema

4. desenho da metodologia

5. estruturação do referencial teórico e bibliografia

6. construção do cronograma.

A apresentação de um projeto de pesquisa compreende:

1. folha de rosto: apresentação do projeto; deve conter: nome do trabalho, nome do


autor, esclarecimento sobre o projeto, nome do orientador e data.

2. Problema: introdução que contextualiza o problema; apresenta a pergunta-pro-


blema, sua delimitação e sua relevância.

3. referencial teórico: explanação do que já foi pesquisado sobre o assunto; situa o


leitor no contexto da pesquisa.

4. Metodologia: explicação de como o trabalho será construído. Deve englobar o


tipo de pesquisa, o universo, a amostra, a forma de coleta de dados, a forma de
análise de dados, as limitações que apresenta.

5. Cronograma: como a pesquisa será construída na linha do tempo. Deve ser apre-
sentado de forma gráfica ou em tabela, facilitando o entendimento.

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6. Bibliografia: relação de todas as obras consultadas para a elaboração do projeto
e as que serão aprofundadas durante a pesquisa.

7. Anexos: não são obrigatórios, mas podem ser incluídos no projeto. Ex. : questio-
nários, roteiros de entrevistas, relação de entrevistados, lista de fontes de docu-
mentos a serem usados, processos de trabalho.

1.5 Capítulo 5 – Procedimentos Técnicos de Pesquisa

No momento da formulação de um problema de pesquisa, é preciso vislumbrar o


método a ser empregado. O problema define qual será o método – não o contrário.

Procedimentos técnicos relacionam-se com a forma pela qual os dados serão cole-
tados. Uma pesquisa pode usar diversos procedimentos técnicos, que devem ser explici-
tados na metodologia do trabalho.

Os principais são: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa de levan-


tamento, pesquisa narrativa, estudo de caso, estudo de campo, pesquisa experimental,
etnografia, estudo de coorte, pesquisa ex-post facto, pesquisa-ação, pesquisa participan-
te.

1.5.1 Pesquisa bibliográfica

Identifica na literatura disponível toda a contribuição científica já publicada sobre


um tema específico. Consiste em não apenas identificar, mas também comparar, con-
frontar os resultados para se chegar a uma nova visão. Não se deve confundir com refe-
rencial teórico, que é parte obrigatória de qualquer trabalho científico. A pesquisa bibli-
ográfica é, por si só, a pesquisa – caracteriza-se por procurar na literatura disponível os
dados a serem analisados. Não exige que se vá a campo.

Pode se servir de três tipos de fontes:

1. fonte primária – refere-se a trabalhos originais, normalmente em sua primeira


publicação;

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2. fonte secundária – refere-se a trabalhos que não são originais, mas citam, revi-
sam ou interpretam os originais;

3. fontes terciárias – bases de dados que categorizam as fontes primárias e secundá-


rias.

É recomendável a elaboração de uma ficha bibliográfica para cada obra analisada,


que pode apresentar os seguintes pontos: Referências (dados da fonte); Palavras-chave
(sintetizam o assunto tratado); Objetivos (facilitam o trabalho de confronto entre fon-
tes); População ou amostra (alvo da pesquisa e critérios para seleção dos sujeitos); Mé-
todo; Principais resultados (facilitam o trabalho posterior); e Comentários (anotações
pessoais do pesquisador sobre a obra consultada).

Pesquisa documental – semelhante à bibliográfica, diferenciando-se pela fonte de


dados, que são documentos de vários tipos. Os documentos podem ser escritos ou não.
Podem aparecer de forma visual, escrita ou oral, mas devem encontrar-se em material
que seja fonte durável de armazenamento. Os documentos que não receberam tratamen-
to científico são chamados de dados primários.

1.5.2 Pesquisa documental

A pesquisa documental deve seguir alguns procedimentos:

1. Definir o problema

2. Identificar os documentos

3. Analisar os documentos

4. Redigir o relatório final

É necessário que sejam observados alguns cuidados ao selecionar documentos:


avaliar o contexto histórico; conhecer e procurar compreender a vida do autor(es) e o
que o(s) levou a elaborar tal obra; assegurar-se da autenticidade do texto; identificar a
natureza do texto (o que influencia na análise que o pesquisador fará).

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1.5.3 Pesquisa de levantamento

Pesquisa de levantamento (também conhecida como survey) – talvez o procedi-


mento técnico mais usado em educação. Consiste em identificar numa população ou
amostra fatores que a caracterizam ou possam justificar determinado evento, por meio
de questionários, entrevistas ou outros instrumentos que permitam mensurar ou descre-
ver. Em poucas palavras, consiste em “levantar” dados sobre o problema escolhido.

Tal pesquisa segue alguns passos: identificação do problema; definição do grupo


com que se deseja trabalhar; definição do instrumento a ser usado; realização do levan-
tamento de dados; análise dos dados recolhidos; elaboração de relatório final com consi-
derações.

Podem surgir limitações, como: falta de tempo para a coleta de informações; difi-
culdade de acesso a pessoas ou lugares; necessidade de investimento financeiro para
deslocamento; possibilidade de falta de colaboração de pessoas que possam fornecer in-
formações.

1.5.4 Pesquisa narrativa

Pesquisa narrativa tem por objetivo compreender a história de vida ou a história


social de grupos restritos de pessoas. Depois da repetição de resultados similares, essa
compreensão permite uma generalização, ainda que em grupo estreito. A coleta de dados
é individual, mas não é uma ação individual. É muito usada em ciências humanas, prin-
cipalmente na psicologia. É eminentemente qualitativa.

1.5.5 Estudo de caso

Estudo de caso é um tipo de pesquisa que se tem tornado popular em ciências so-
ciais. Surgiu na década de 1920 como um método de ensino em que os alunos eram con-
vidados a chegar a uma conclusão com base num problema real ou hipotético. É tam-
bém conhecido como “método baseado em problemas”. Consiste em pesquisar uma si-
tuação específica para compreender determinada relação de causa e efeito.

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Os passos para desenvolvimento de um estudo de caso são: definição do problema
na forma de um caso; limitar o caso a uma unidade individual; estruturar o instrumento
de coleta de dados, considerando limitações de tempo e espaço; coletar os dados; anali-
sar os dados, relacionando-os ao referencial teórico selecionado; elaboração do relatório
final com as conclusões.

1.5.6 Estudo de campo

Estudo de campo – na verdade uma técnica mais relacionada à forma de coleta de


dados do que propriamente ao modelo metodológico de condução da pesquisa. Congre-
ga todas as pesquisas que buscam os dados no ambiente natural em que estão inseridos.
Pode estar relacionado às demais técnicas citadas.

A pesquisa de campo deve seguir alguns passos: definição do problema; delimita-


ção de espaço geográfico e temporal da coleta; estruturação dos instrumentos de coleta
de dados; ida ao campo, cuidando para não intervir na realidade; registro dos dados co-
letados por meio do instrumento escolhido; análise dos dados por meio da técnica esco-
lhida; redação do relatório final, com conclusões do pesquisador.

1.5.7 Pesquisa experimental

Pesquisa experimental – precisa criar e controlar a situação que trará seus dados
para trabalho. Uma experiência é realizada com todas as possíveis variáveis controladas,
sendo que seu resultado deve responder ao problema proposto. Como consequência do
positivismo que orientou a ciência até meados do século passado, a experimentação é
uma técnica que tem alcançado resultados notáveis, reconhecidos pelas sociedades, de
modo especial nas ciências exatas e naturais. Espera-se que a pesquisa experimental ex-
plique as causas e consequências de determinadas questões. Há autores que afirmam
que não existe ciência sem experimentação, o que é refutado por Chizzotti (2008), citan-
do o exemplo da Astronomia.

A pesquisa experimental obedece aos passos seguintes: seleção do problema; esta-


belecimento dos instrumentos a serem usados; definir como as variáveis e o ambiente

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serão controlados; planejamento do ambiente da experimentação; realização do experi-
mento em si e registro das observações; análise das observações; elaboração do relatório
final.

1.5.8 Etnografia

Etnografia – técnica de pesquisa aplicada essencialmente às ciências humanas e


sociais. (Do grego – “etnia” e “grafia” – significando “descrever a nação”).

É um tipo de pesquisa que busca compreender um grupo delimitado de pessoas


por características que o marcam. Comum na antropologia, na educação é usada para
trabalhar com questões que caracterizam um grupo ou região geográfica.

Foi usada por antropólogos para estudo de sociedades específicas (tribos indíge-
nas, grupos isolados das comunidades conhecidas). Passou a incorporar há pouco o ar-
cabouço teórico-metodológico das pesquisas em educação.

Procedimentos para a pesquisa: definição do problema; seleção do grupo a ser es-


tudado; introdução do pesquisador à realidade do grupo (deve “fazer parte” da comuni-
dade); elaboração de anotações sobre fatos observados pela técnica selecionada (entre-
vista, observação, análise documental, etc); análise dos dados coletados; elaboração de
relatório.

1.5.9 Estudo de coorte

Estudo de coorte – realizado pelo acompanhamento de um grupo na linha do tem-


po, com finalidade de entender como fatores de risco podem influenciar no desfecho
que compõe a hipótese para este grupo. Usado comumente nas ciências médicas e bioló-
gicas. Caracteriza-se pelo acompanhamento do resultado na linha do tempo pelo pesqui-
sador. Passou a ser usado nos últimos anos em educação, de modo especial para analisar
a eficácia de ações relacionadas aos métodos de ensino e à avaliação.

Deve obedecer aos seguintes procedimentos: definição do problema; definição do


grupo a ser estudado; estabelecer o tempo de acompanhamento; estabelecer hipóteses

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(geralmente duas contraditórias – como sim e não); acompanhar o grupo no período de-
terminado, registrando ocorrências; avaliação dos dados, determinação da hipótese acei-
ta e da refutada, e elaboração do relatório final.

1.5.10 Pesquisa ex-post facto

Pesquisa ex-post facto – (ex-post facto = “após o fato passado”) trabalha com
acontecimentos passados, procurando entender a relação entre causas e consequências.
O pesquisador não tem controle algum sobre as variáveis, já que os fatos ocorreram
quando do levantamento de dados. Característica mais forte: total impossibilidade de in-
tervenção do pesquisador. Na verdade, toda pesquisa ex-post facto é também um estudo
de caso.

Procedimentos: definição do problema; formulação de hipóteses; teste das hipóte-


ses; conclusão do trabalho com fundamentação da inferência realizada.

Há autores que acreditam ser possível realizar esse tipo de pesquisa sem se basear
em inferências, especialmente em ciências naturais e exatas. Outros já consideram que,
como o fato já ocorreu, qualquer proposta de esclarecimento é uma inferência em maior
ou menor grau, com maior ou menor probabilidade de estar correta.

1.5.11 Pesquisa-ação

Pesquisa-ação – tem por premissa a intervenção no fenômeno estudado (daí o seu


nome). Uma intervenção é feita em determinada realidade para que, em seguida, seus
resultados sejam avaliados.

Há dois tipos de pesquisa-ação: 1. Pesquisas diagnóstico – intervêm na realidade


com a finalidade de identificar as causas dos eventos investigados; 2. Pesquisa terapêu-
tica – com diagnóstico em mãos, a intervenção tem a finalidade de avaliar como a situa-
ção-problema pode ser resolvida.

Os passos a serem seguidos na condução desse tipo de pesquisa são: identificação


do problema; diagnóstico para entender a essência do problema; construção de um refe-

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rencial teórico baseado no diagnóstico; estruturação de um modelo de intervenção, deli-
mitando período, espaço, sujeitos envolvidos e forma de avaliação; identificação do re-
sultado da intervenção; análise dos dados e conclusões.

1.5.12 Pesquisa participante

Pesquisa participante – consiste na introdução dos membros que constituem o ob-


jeto de estudo como corresponsáveis pela análise dos dados coletados. Conta com a par-
ticipação do grupo estudado a fim de definir o método que será empregado e que dará
apoio na condução da pesquisa. O objeto do trabalho científico se confunde com o
seu sujeito. Destaca-se seu uso na educação porque o próprio trabalho é um método de
ensino, uma forma de educar. Antes de ser considerada uma técnica, a pesquisa partici-
pante era usada como um método de ensino. Já os antigos gregos tinham o costume de
identificar problemas e trazê-los para discussão em grupo.

Passos para seu desenvolvimento: definição do problema; construção do referenci-


al teórico; identificação do grupo com que será conduzida a pesquisa; apresentação do
problema ao grupo – tentar motivar o grupo a buscar um método de solução; coleta de
dados pelos instrumentos escolhidos; análise dos dados; elaboração da conclusão do tra-
balho.

1.6 Capítulo 6 – Construção do Referencial Teórico

O referencial teórico é um resgate de tudo o que for mais relevante e atual na área
a ser pesquisada. Lendo o referencial teórico, o pesquisador – ou quem se interessa
pela pesquisa – deve entender o “estado da arte” daquele assunto, não somente pela cita-
ção coordenada de pontos de vista, mas pelo confronto de ideias.

“Estado de arte” é o nível mais elevado de conhecimento sobre determinado as-


sunto. Pode ser definido também como o que há de mais atual na literatura científica.

A revisão de literatura deve mostrar o nível de intimidade do pesquisador com o


tema a ser pesquisado.

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Uma revisão de literatura poderá ser considerada boa se for capaz de: aprofundar
ou detalhar o problema da pesquisa; apresentar as mais recentes descobertas da área; es-
clarecer pontos importantes a serem abordados na pesquisa; situar o leitor na abordagem
a ser utilizada; esclarecer ao autor o problema a ser analisado.

Etapas para a construção de um referencial teórico: seleção de textos; leitura su-


perficial; complemento dos textos; leitura crítica; construção de fichas bibliográficas;
organização de ideias; redação do referencial.

Não há limite mínimo ou máximo de obras para se compor um referencial teórico,


mas é preciso usar todas as necessárias para dar a fundamentação que a pesquisa requer.
Porém, é aconselhável usar pelo menos três obras para se ter o mínimo de ideias a serem
confrontadas.

Há três tipos possíveis de fichas que podem ser elaboradas para auxiliar o proces-
so de pesquisa:

1. ficha bibliográfica

2. ficha de assunto

3. ficha de título de obra.

As fichas devem conter: indicações bibliográficas precisas; informações básicas


sobre o autor; resumo do conteúdo; citações diretas (transcrições); citações indiretas
(paráfrases); comentários analíticos da obra.

Critérios para escolha de fontes bibliográficas – deve-se prezar pela qualidade das
fontes. As principais são: livros; artigos publicados em revistas científicas ou em sites
especializados; dissertações de mestrado; teses de doutorado.

A escolha das fontes para compor o referencial bibliográfico de um trabalho aca-


dêmico é extremamente importante. Algumas questões devem ser consideradas, como: a
credibilidade da fonte consultada; a atualidade da fonte; a relevância da obra; a aderên-
cia ao problema da pesquisa.

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As revisões bibliográficas podem ser de quatro tipos:

1. Teóricas – focam-se em buscar teorias já propostas e analisadas, com objetivo de


apresentar e confrontar as diversas teorias identificadas e também seus argumen-
tos de sustentação e principais críticas. Útil para apoiar a posterior análise de da-
dos. Numa revisão teórica, as fichas bibliográficas devem deixar claros alguns
pontos, como: qual a teoria analisada, como ela foi construída, que argumentos a
sustentam e quais as principais críticas formuladas. Uma pesquisa pode tratar de
um assunto ou responder a um problema que já tenha sido estudado sem deixar
de ser original e uma das formas para se conseguir isso é mudando a abordagem
metodológica. Tal referencial, então, passa a constituir um ponto de partida.

2. Metodológicas – os referenciais metodológicos são construídos quando se tem


necessidade de aprofundar a forma como as pesquisas anteriores foram construí-
das, porque a metodologia pode, muitas vezes, explicar o resultado. O pesquisa-
dor terá de justificar a escolha do método em seu relatório final. O pesquisador
pode optar por incluir tal informação já no referencial teórico, mas, se não o fi-
zer, poderá incluí-la no capítulo referente ao método.

3. Integrativas – construídas com resultados de pesquisas que tratam de temas se-


melhantes. Objetivo: mostrar que há concordância ou discordância sobre deter-
minado assunto. É preciso lembrar que as revisões bibliográficas não precisam
necessariamente ser de um só tipo, podendo combinar um pouco de cada, tor-
nando-se mais ricas e engrandecendo o trabalho.

4. Cruzadas – trabalham com base em pesquisas anteriores. São orientadas por


identificar como um assunto é abordado segundo o ponto de vista teórico, meto-
dológico e de resultados. Agrupam os três temas anteriores.

O referencial teórico pode ser apresentado em um capítulo ou em vários, depen-


dendo da quantidade de assuntos a serem abordados.

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Importante ponto ainda, quanto à apresentação de um referencial, refere-se à sua
estrutura. Um referencial é organizado por assunto, não por autor.

Principais erros no referencial teórico: o referencial teórico não é uma colagem de


citações; não é uma listagem aleatória de ideias dos autores; não é uma cópia das ideias
dos autores dita com outras palavras.

Para evitar tais erros, pode-se retornar à ficha bibliográfica apresentada no capítu-
lo 5, estruturando uma matriz de concordância e discordância por assunto.

1.7 Capítulo 7 – Coletando Dados Quantitativos

Métodos de coleta de dados quantitativos – basicamente, são usados três tipos de


instrumentos para coleta de dados: observação, entrevista e questionário.

1. Observação – consiste em, literalmente, observar o fenômeno a ser pesquisado,


observando uma lista de hipóteses ou comportamentos preestabelecidos. Pode
ser feita no momento da ocorrência ou registrada em vídeo para posterior levan-
tamento. O planejamento da observação deve considera: a identificação da popu-
lação e amostra; criação de formulário; preparação do observador; preparação do
local e do ambiente.

2. Entrevista – utiliza-se um roteiro preestabelecido, que, de preferência, já traga


opções de respostas (hipóteses) do entrevistado. Na entrevista estruturada, o pes-
quisador é capaz de observar a reação dos sujeitos da pesquisa, dando profundi-
dade à sua análise.

3. Questionário – é a forma mais comum de coleta de dados numa pesquisa quanti-


tativa em ciências humanas ou sociais. Constitui-se de um conjunto de questões
agrupadas, com as possíveis respostas (hipóteses) previstas. Pode ser feito por
correio eletrônico, mala direta ou pela internet. Questionários são mais usados
para sondagens (pesquisas rápidas com o fim de retratar determinado contexto).

Vantagens e limitações das pesquisas quantitativas:

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Dois grandes benefícios: possibilidade de transformar a realidade em números e
facilidade de lidar com trabalhos em grandes escalas.

Malheiros cita que Moreira e Caleffe (2008) destacam quatro grandes benefícios
no emprego de questionários: uso eficiente do tempo; anonimato do participante; possi-
bilidade de grande retorno; padronização de perguntas.

Com relação às limitações, destacam-se: os dados são descritivos e não explicati-


vos; os dados são superficiais; falta de preparação de estudo-piloto.

Estudo-piloto é o trabalho realizado com um grupo menor, a fim de entender se os


recursos estão adequados ao propósito do projeto.

Sequência de procedimentos: 1. Elaboração do questionário; 2. Realização do


teste-piloto; 3. Adequação do questionário; 4. Aplicação do questionário.

Técnicas de elaboração de questionários – devem ser visualmente atrativos; cur-


tos; simples; de fácil preenchimento.

Na elaboração do questionário, algumas questões são de grande importância: lin-


guagem (vocabulário adequado e respeitoso); clareza (questões objetivas e diretas); o
momento adequado (não deve favorecer manifestações que não sejam verdadeiras); o
público participante (deve ser relevante com relação ao problema estudado); a indução
de respostas (o questionário não pode induzir respostas).

Basicamente, há três tipos de questões que podem ser formuladas:

1. Questões fechadas (apresentam uma lista já definida de possibilidades de respos-


ta);

2. Questões abertas (permitem que o participante se manifeste livremente, podendo


aprofundar as respostas trazidas nas questões fechadas);

3. Questões por escala (possuem duas formas de serem desenvolvidas: pelo grau de
concordância com uma informação ou pela avaliação de uma informação). Nor-

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malmente, as questões abertas devem ser situadas no final do formulário, facili-
tando o preenchimento.

É aconselhável que o questionário venha com uma apresentação de forma concisa,


informando: quem é o pesquisador; qual o objetivo do trabalho; tempo requerido para
responder o questionário por completo.

Frequentemente, é inviável trabalhar com toda uma população, sendo então possí-
vel utilizar amostras. População é o grupo específico na totalidade; amostra é parte re-
presentativa desse grupo.

As amostras podem ser probabilísticas ou não probabilísticas. São probabilísticas


quando todos os elementos têm a mesma chance de serem selecionados. Não probabi-
lísticas: não é possível garantir probabilidades iguais de seleção dos elementos da popu-
lação.

• As amostras probabilísticas podem ser: aleatória simples; representativa; por


conglomerado; estratificada; sistemática.

• As não probabilísticas podem ser: a esmo; por voluntários; intencional.

Etapas para a realização de pesquisa quantitativa efetuada por meio de questioná-


rio:

• Planejamento: elaboração e validação do questionário; definição do grupo parti-


cipante; elaboração do mailing

• Execução: envio dos questionários, o acompanhamento do recebimento; as ações


de reforço para maior retorno.

• Consolidação: recebimento dos questionários preenchidos até a compilação das


respostas (quantitativas ou qualitativas). A consolidação dos dados pode ser feita
por meio da construção de uma matriz, que deve atender às especificidades da
pesquisa.

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• Análise: reflexão embasada do pesquisador com relação aos dados levantados.

Preparando o estudo-piloto – quando se tem a ideia de usar questionários para co-


letar dados, é fortemente recomendável realizar um estudo-piloto – importante instru-
mento de orientação para o pesquisador sobre a qualidade da redação dos itens, permi-
tindo correções de falhas eventuais. No estudo-piloto, são avaliados: o tamanho do
questionário; a linguagem e a clareza das perguntas; a forma do envio; o entendimento
do público quanto ao que é perguntado.

1.8 Capítulo 8 – Analisando Dados Quantitativos

A análise de dados quantitativos prende-se às necessidades específicas da pesqui-


sa.

É importantíssimo considerar que nem todos os dados poderão ser analisados se-
gundo um único modelo. Deve-se identificar a maneira mais adequada para a análise
das questões, dentro da realidade da pesquisa e da pergunta formulada.

Nesse tipo de pesquisa, os dados colhidos são muitas vezes convertidos em esca-
las, que podem ser nominais, ordinais, intervalares ou de razão.

1.8.1 Escalas de dados

• Escalas nominais: as variáveis são categóricas, não permitindo avaliação compa-


rativa (por exemplo, se uma é maior ou menor que a outra).

• Escalas ordinais: como o nome diz, as variáveis podem ser ordenadas, porém
não explicitam a distância entre elas.

• Escalas intervalares: semelhante à anterior, mas os intervalos entre as variáveis


são similares e conhecidos.

• Escalas de razão: é como a intervalar, com a presença do zero (ausência), não


permitindo valores abaixo deste.

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A análise de dados quantitativos pode ser feita em pesquisas na área educacional
mesmo que o pesquisador não tenha conhecimentos profundos de estatística.

1.8.2 Estatística

Optando-se pelo uso de estatística, porém, há dois conceitos fundamentais a serem


considerados: distribuição central e dispersão de dados.

• Distribuição central – se for necessário saber a localização central dos valores,


pode-se recorrer a três indicadores: média, mediana e moda.

• Média: é a soma dos valores apresentados dividida pelo seu número total.

• Mediana: é o ponto que separa 50% dos valores mais baixos dos 50% mais altos.

• Moda: é o valor que aparece em maior frequência.

• Dispersão de dados – busca identificar o quanto cada elemento de um conjunto


se afasta da medida central. As medidas de dispersão mais frequentes em pesqui-
sas são: variância, desvio-padrão e amplitude total. Destas, a mais utilizada é o
desvio-padrão, que é a raiz quadrada da média aritmética do quadrado dos desvi-
os.

1.8.3 Apresentação de dados

Apresentação de dados de questões com apenas uma opção – pode-se usar somen-
te o percentual, destacando a participação de uma opção no todo.

Importante lembrar que, no cálculo de percentual, deve ser considerado o total de


questionários efetivamente respondidos e não o total enviado.

Apresentação de dados de questões com múltiplas opções – exige maior esforço


do pesquisador na análise, além da validação da resposta de uma questão em outras
questões.

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Apresentação de dados de questões por escala – pode-se utilizar a escala Likert ou
a escala numérica.

A escala Likert não permite interpretação por análises estatísticas, pois não é pos-
sível identificar o intervalo entre as opções. Já a escala numérica permite.

Apresentação de dados de questões que envolvem ordenação – neste caso, não há


resposta certa ou errada, apenas uma ordem de concordância.

A análise desses dados pode ser feita de várias maneiras: a descritiva (descreve
detalhadamente os dados), a categórica (inclui os dados em categorias) e a relacional
(busca a lógica nas respostas ou a relação que se estabelece entre elas).

Apresentação de resultados – tabelas e gráficos constituem as maneiras mais sim-


ples de apresentação de dados de uma pesquisa quantitativa.

Há vários tipos de gráficos selecionados de acordo com o tipo de análise que se


deseja fazer.

1.9 Capítulo 9 – Coleta de Dados Qualitativos

A coleta de dados qualitativos não se deve levar pela subjetividade. Por isso, exige
muito rigor do pesquisador, que deve procurar a maior neutralidade e isenção possíveis.
Neste tipo de pesquisa, os dados tendem a ser mais impregnados da história pessoal de
quem coleta os dados do que na pesquisa quantitativa.

Os principais métodos de coleta de dados em pesquisas qualitativas são: observa-


ção e entrevista.

1.9.1 Observação

Observação – não procura mensurar a realidade, mas sim compreendê-la em sua


essência.

A observação científica diferencia-se da observação rotineira pela exigência de


buscar somente fatos confiáveis, que constituem causa ou consequência de determina-

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dos fenômenos. Pressupõe um planejamento bem feito, pois, juntamente com o levanta-
mento de dados, é preciso reduzir ao máximo as impressões subjetivas, ao mesmo tem-
po em que se procura a maior clareza sobre o fenômeno a ser estudado. Por isto mesmo,
é um método muito usado em pesquisas de educação, lembrando que exige tempo e co-
nhecimento para que se desenvolva corretamente.

Vianna (2007) cita cinco dimensões para a observação: oculta x aberta; participan-
te x não participante; sistemática x não sistemática; in natura x em laboratório; auto-
observação x observação de outros.

Quando se decidir por uma observação sistemática, deve-se procurar responder às


seguintes questões: Quais comportamentos serão observados? Quem será observado?
Onde serão feitas as observações? Quantas observações serão feitas? Quando as obser-
vações serão feitas? Como as observações serão analisadas?

Moreira e Caleffe citam quatro métodos que facilitam a futura análise de dados:
narrativa ou registro contínuo; contagem frequente; método do intervalo; método de du-
ração.

A parte descritiva da observação procura relatar o que foi visto realmente, sem im-
pressões do pesquisador. As impressões constituirão a parte reflexiva da observação.

Na parte descritiva, devem ser coletados dados para: descrição dos sujeitos; re-
construção de diálogos; descrição de locais; descrição de eventos especiais; descrição de
atividades.

Na parte reflexiva, destacam-se: reflexões analíticas; reflexões metodológicas; di-


lemas éticos e conflitos; mudanças na perspectiva do observador; esclarecimentos ne-
cessários.

Há cinco questões que não podem deixar de ser coletadas numa observação: a des-
crição da ocorrência; os elementos esquecidos e relembrados posteriormente; as análises
e inferências; as impressões e os sentimentos; as notas para futuras informações.

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Para evitar erros ou esquecimentos, é aconselhável sempre que possível fazer o re-
gistro da observação no momento em que o evento ocorre.

Deparando-se com dados coletados por observação, o leitor deve ser capaz de di-
ferenciar a descrição do fato das impressões do pesquisador.

Vantagens e desvantagens da pesquisa observacional

Principais vantagens: permite identificar comportamentos que não são comumente


expressos de forma verbal; identifica comportamentos que o sujeito pesquisado não te-
ria como admitir; oferece dados que retratam a realidade em ambiente natural; com-
preensão do fenômeno de forma mais longa quanto ao tempo.

Principais desvantagens: falta de formalização e sistematização do método; inter-


ferência do observador sobre o fenômeno observado e outros fatos que prejudiquem o
que se quer observar; por vezes, ausência da organização dos dados; impossibilidade de
comparação de fenômenos semelhantes, quando observados por diferentes pesquisado-
res, uma vez que na coleta não há padronização.

Passos para a realização de coleta observacional

A orientação padrão segue os seguintes passos: 1. Definição do problema e deline-


amento da pesquisa; 2. Planejamento da observação; 3. Identificação da amostra a ser
observada; 4. Elaboração do protocolo de observação; 5. Realização das observações e
registro.

1.9.2 Entrevista

Coleta de dados qualitativos – Entrevista

A entrevista é uma das técnicas mais usadas para coletar dados, tanto em educação
como em todas as ciências humanas e sociais. Mas a entrevista científica não pode ser
feita ao acaso: exige método rigoroso para que se possa analisar os dados.

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As entrevistas podem ser feitas por roteiro (são conduzidas com base num roteiro
previamente estabelecido) ou sem roteiro (abertas e flexíveis).

Ainda: as entrevistas podem ser pessoais ou em grupo.

Moreira e Caleffe (2007) sugerem outros tipos: entrevista informal, entrevista et-
nográfica (orientada para entender um grupo específico) e entrevista pela história oral.

O registro da entrevista pode ser feito por anotação pelo próprio pesquisador, por
gravação ou por filmagem, cada qual com pontos a favor e contra.

Principais vantagens de uma entrevista: permite adequação da questão frente às


colocações do entrevistado, a complementação de dados diretos com indiretos e o apro-
fundamento das questões mais relevantes.

Principais desvantagens de uma entrevista: tempo, que pode ser longo demais; di-
ficuldade de encontrar local adequado; receio do entrevistado em se expor; possibilida-
de de o entrevistador dar as respostas que julga que o pesquisador gostaria de ouvir.

1.10 Capítulo 10 – Analisando Dados Qualitativos

Uma mesma realidade objetiva pode ser interpretada de maneiras diferentes por
diferentes pessoas. E é a interpretação que compõe os dados de uma pesquisa qualitati-
va.

O método mais usado para este tipo de análise é a análise de conteúdo, fortemente
ligada ao estabelecimento da psicologia como ciência autônoma – ambas procuram en-
tender a essência do fenômeno pela perspectiva do sujeito. Analisar o conteúdo é enten-
der o que está por trás do que é explicitado nos dados.

Para se realizar uma análise de conteúdo, devemos considerar: quem emite a men-
sagem, para quem se emite a mensagem, qual o meio usado, qual a intenção empregada
e qual o objetivo alcançado.

Os principais métodos de análise são:

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1. método lógico-estético – atribui valor à forma apresentada no discurso; conside-
ra a forma escolhida por quem emite a mensagem;

2. método lógico-semântico – o pesquisador se debruçará sobre o significado do


conteúdo coletado, independentemente da forma utilizada;

3. método semântico-estrutural – propõe-se a ser um equilíbrio entre os anteriores.

Categorias para a análise de dados qualitativos – chegando-se ao ponto de catego-


rizar os dados coletados numa entrevista, significa que o processo de planejamento foi
pensado e executado. Neste momento, deve-se ter em mente o que é uma unidade de
análise – que é a menor parte dos dados que será considerada para a compreensão do re-
sultado da pesquisa. A unidade está diretamente relacionada ao método: se o método é
estético, a unidade é o registro (palavras, frases, temas, letras, fonemas, etc); se o méto-
do é semântico, a unidade é o contexto (culturas, orientações profissionais, percepções,
etc).

Após transcrição das entrevistas o organização das observações, é preciso catego-


rizar – o que pode ser feito por dois caminhos: desenhar as categorias previamente (têm
a vantagem de direcionar a busca do pesquisador) ou fazer as categorias emergirem dos
dados (têm a vantagem de permitir uma análise rica, pois, não há limitação de um dese-
nho prévio).

Sugestões para construção de categorias: 1. Buscar intimidade com anotações ou


transcrições; 2. Respeitar o tempo disponível; 3. Descrever os dados analisando-os; 4.
Separar por unidades de significados; 5. Buscar padrões e temas; 6. Observar a natureza
das tipificações e percepções; 7. Refletir sobre as revelações do entrevistado ou dos da-
dos observados; 8. Triangular os dados.

Princípios geralmente considerados na organização de categorias: princípio da ex-


clusão (um dado ou conjunto de dados pertencente a uma categoria automaticamente
está excluído de outras); princípio da pertinência (um dado não pode fazer parte de uma
categoria por “falta de escolha”: ele deve realmente ser pertinente à categoria) ; princí-

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pio da objetividade (não deve haver influência da subjetividade na organização dos re-
sultados).

1.11 Capítulo 11 – Elaborando o Relatório Final

O relatório final deve apresentar todos os passos dados para a realização do traba-
lho e como se chegou ao resultado.

A estrutura do relatório final: deve estar organizado, de forma geral, em três gran-
des partes:

1. Introdução - contextualiza e apresenta o problema da pesquisa; deve apresentar o


contexto do problema, a pergunta de partida, sua justificativa e a relevância;

2. Desenvolvimento - investiga o problema proposto na pesquisa, aborda o referen-


cial teórico, apresenta a abordagem da pesquisa, os procedimentos técnicos ado-
tados, o método a ser utilizado e analisa os dados;

3. Conclusão - apresenta os resultados obtidos com o trabalho; a conclusão do au-


tor, as implicações sociais do resultado e sugestões para pesquisas futuras.

Essa estrutura, na verdade, deveria ser observada na construção de qualquer texto,


em especial no texto dissertativo.

A linguagem utilizada no relatório deve ser adequada ao tema, respeitando as nor-


mas da língua portuguesa, sendo capaz de estabelecer comunicação com o leitor.

Para evitar erros de linguagem: utilizar o corretor do editor de texto, ler o trabalho
no mínimo umas três vezes, solicitar revisão de outra pessoa – colega ou revisor profis-
sional.

O autor cita algumas sugestões interessantes para a redação, destacando que o pa-
rágrafo é uma unidade do discurso que tem por finalidade atingir um objetivo e relacio-
na alguns exemplos: parágrafo que explora características espaciais; parágrafo que ex-

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plora caraterísticas temporais; parágrafo por enumeração de fatos; parágrafo por apre-
sentação de contrastes; parágrafo por apresentação de analogias.

2 Capítulo 12 – Resumo das Principais Normas da ABNT

O autor cita os tipos de trabalho acadêmico – monografia, dissertação, tese e arti-


go – e apresenta um resumo das principais normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT).

Em Anexo, Malheiro apresenta vários modelos que serão de grande utilidade aos
estudantes: modelo de capa, de folha de rosto, de errata, de ficha catalográfica, de folha
de aprovação, de dedicatória, de agradecimentos, de epígrafe, de resumo (com palavras-
chave), de resumo em inglês (com keywords), de sumário, de lista de quadros e figuras,
de bibliografia.

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3 Análise crítica da obra

Bruno Taranto Malheiros apresenta-nos um roteiro bastante detalhado, que serve


de valioso instrumento de orientação para o trabalho sempre instigante de elaboração de
um plano de pesquisa. Sabe-se que esta tarefa é sempre um grande desafio, principal-
mente para o pesquisador que ousa dar seus primeiros passos nesse trabalho. Este livro
serve de apoio bastante útil para esta finalidade.

Na contextualização, o autor seleciona sempre trechos de obras de importantes no-


mes da literatura em língua portuguesa, conduzindo o leitor à reflexão de forma interes-
sante.

No estudo de caso, reporta fatos relevantes relacionados à realidade, analisando os


eventos e conduzindo a uma reflexão através do levantamento de algumas questões.

Os conceitos para entender a prática são muito bem desenvolvidos e comentados,


apoiados por material substancioso, ricamente ilustrados e esmiuçados didaticamente.

Na sugestão de debate, apresenta propostas interessantes, que procuram aprofun-


dar a reflexão.

O resumo executivo é elaborado de forma clara e abrangente, constituindo um ro-


teiro interessante sobre o capítulo estudado – aliás, fica aqui uma boa sugestão para a
própria escrita acadêmica: o resumo executivo final ajuda o leitor a recolher melhor as
informações antes de partir para o capítulo seguinte.

Finalmente, complementado com eficácia todo o trabalho, ainda sugere um teste


de conhecimento, que auxilia no reforço das informações adquiridas na leitura.

4 Recomendação da obra

A leitura cuidadosa deste livro é recomendável a todos os estudantes que tenham a


intenção de desenvolver uma vida acadêmica, dedicando-se à pesquisa – em qualquer

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campo de estudo considerado. Trata-se antes de tudo de um valioso instrumento de for-
mação para o aluno-pesquisador, que serve também como um guia de trabalho. Teria
utilidade, ainda, de modo mais amplo, para orientação na produção de projetos outros,
como projetos culturais ou artísticos, por exemplo.

Cada item é desenvolvido satisfatoriamente, no sentido de esclarecer o leitor da


melhor forma possível sobre todos os passos a serem dados para a elaboração cuidadosa
de um projeto de pesquisa bem estruturado.

Ao longo dos doze capítulos, o autor cumpre apropriadamente a tarefa que se pro-
pôs realizar, atingindo o objetivo desejado.

5 Identificação do autor

Bruno Taranto Malheiros é Mestre em Administração pela PUC – Rio, na linha de


pesquisa “Educação nas Organizações” e Professor de Metodologia da Pesquisa em cur-
sos de Graduação e Pós-Graduação. Concluiu licenciatura em Pedagogia pela Universi-
dade Federal do Rio de Janeiro, além de ter cursado MBA em Gestão de Recursos Hu-
manos e Especialização em Psicopedagogia e Orientação Educacional pela Universida-
de Federal Rural do Rio de Janeiro. Além da experiência acadêmica, participa frequen-
temente de congressos na área de educação no Brasil e no exterior.

Também de sua autoria: Didática Geral; Avaliação e Gestão de Desemprenho, pu-


blicados pela mesma editora – LTC. ; Educação a Distância nas Universidades Corpora-
tivas: Uma análise do desenvolvimento de Competências Individuais Comportamentais
– tese de mestrado, PUC – Rio de Janeiro.

6 Bibliografia

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 9a. ed. São Paulo:
Cortez, 2008.

autor: Rosa Maria D'Urso Hebling. filename: Malheiros-v.3.2.odt pag. 32/33


MALHEIROS, Bruno Taranto. Metodologia da pesquisa em educação. Rio de Ja-
neiro: LTC, 2011. 254p.

MOREIRA, Herivelto; CALEFFE, Luiz Gonzaga. Metodologia da pesquisa para


o professor pesquisador. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.

VIANNA, Heraldo Marelim. Pesquisa em educação: a observação. Brasília: Liber


Livro Editora, 2007.

Resenha feita por Rosa Maria D´Urso Hebling.

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