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•II

PARTE

A interação entre os sons


analógicos e digitais
Os procedimentos ligados à conversão dos sons
analógicos em digitais e vice-versa
Vimos, quando falamos de eletricidade, como os aparelhos chama-
dos transdutores convertem pressão sonora em variação de corrente. Em
acústica, o principal equipamento utilizado para a captação e conversão do
som em sinal elétrico é o microfone. O alto-falante funciona realizando o
processo inverso, transformando a corrente elétrica em energia sonora.

Já para transformar sinais de áudio (variação de corrente) em sinais


digitais (codificados em linguagem binária), é preciso convertê-Ias por meio
de um processo que permite sua representação em números, mais precisa-
mente em bits. Essa função é realizada por um circuito chamado "conversar
analógico/ digital" (A/D). O conversar A/D analisa o sinal de áudio, pegan-
do pequenas amostras (sampies)periodicamente em curtos intervalos de tem-
po. Cada amostra é registrada por meio de uma seqüência numérica, que
equivale à intensidade do sinal original em uma determinada posição no
tempo (ex. 9). É bom lembrar que na representação gráfica da onda sonora o
eixo vertical corresponde à intensidade e o horizontal, ao tempo. A informa-
ção digital é um registro, portanto, das amplitudes das formas da onda sono-
ra medidas ao longo do tempo.

Exempio9

ConversãoA/ D
Intensidade
•.....
I ~
I I I
.-.~ V Amostra
/
/ ~ V~ ,j
~ v
/
/ "
~
\
\
Tempo

Forma de onda
do somoriginal ~ ~
,/ r< ~
V
•......
/
~ ~...•
~
) ) ) ) ) \ uV

Para podermos ouvir as informações transformadas em ~


digital pelo conversar A/D, é preciso realizar o processo inverso, unhzaaoo
um "conversar digital/ analógico" (D/A). As informações numéricas •
representam o sinal de áudio original são retraduzidas em sinal elétrico, mais
especificamente em valores correspondentes de intensidade no tempo (ex.
10). Um filtro elimina as irregularidades do processo reconstituindo o som
original. O sinal de áudio pode, então, ser enviado para um amplificador, que
reproduz o som por alto-falantes.

Exemplo 10

Conversão D/A
Intensidade

,Hh
~
H~ i
~
. ~
~
~ ~
1'0:-
•..... tL ~
.
Tempo

.:..: I ~ ...., ,i

.
~
I I
.--' ~ t'-;-
Forma de onda reconstituída
~ ,
~ ,..:.. ~ " "
..,.'
(tracejada ::: depois dofiltro)
I ..
I I I I I I I I ~ ......1/ I I

A taxa de amostragem [sampling rate], também conhecida como fre-


qüência de amostragem [samplingfrequency], é o número de vezes por segundo
que as amostras do som original são registradas pelo conversor A/D. Segun-
do o Teorema de Nyquist, o valor mínimo da freqüência de amostragem
para que a qualidade da conversão não fique comprometida deve ser igual ao
dobro do valor da freqüência mais alta. Como a freqüência mais alta que o
ouvido humano é capaz de perceber está em torno de 20.000 Hz, ou 20 kHz,
o valor recomendável para uma boa qualidade de conversão A/D deve ser
maior do que 40 kHz. A taxa de amostragem de vários aparelhos de repro-
dução de áudio digital, como por exemplo os tocadores de CD domésticos, é
de 44.1 kHz. No exemplo 11 vemos dois gráficos que mostram como dife-
rentes valores de freqüência de amostragem influem na conversão do som.

Outro elemento importante em um processo de conversão A/D é a


resolução que o sistema oferece. Para medirmos a quantidade de energia das
ondas sonoras, suas amplitudes ou intensidades, precisamos criar uma escala
de valores que utiliza números como gradação. Esse processo é chamado de
quantificação. Se olharmos novamente o exemplo 9, veremos que cada um
dos pontos de amostragem no eixo vertical do gráfico equivale a um valor

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Exemplo 11

Grcificos defreqüência de amostragem


.4 ~ Intensidade

,I
-- ~
,- \,

*~-
#
/
#
,
•• ..•..
Tem po
~ >-
~~ f ••
"'''., ~ Taxa de amostragem menor =
"'---..-~#
t
Forma de onda do som
mais distorção =
arquivo digital menor

original (linha tracejada}


Intensidade

Tempo

Taxa de amostragem maior =


menos distorção =
arquivo digital maior Forma de onda do som
original (linha tracejada)

numérico que representa o nível de intensidade do som. Como o sistema


digital funciona com código binário, esses valores numéricos são expressos
em bits, isto é, em uma combinação de O ou 1. Uma resolução de 8 bits
equivale a uma quantificação de 256 gradações possíveis no eixo da intensi-
dade (o cálculo é obtido por meio da combinação de dois números - o
código binário O ou 1 - oito vezes: 28 = 256). Já com uma resolução de 16
bits, o número sobe para 65.536 (216) níveis possíveis de gradação. Quanto
maior o número de níveis de gradação que a resolução do conversor A/D
oferece, mais precisa é a quantificação da intensidade, já que os valores dis-
cretos do sistema digital podem se aproximar mais fielmente da curva contí-
nua do sinal analógico, diminuindo o risco de aproximações indesejáveis nos
valores numéricos (ex. 12). Porém, se a qualidade aumenta com uma resolu-
ção maior, o mesmo acontece com a quantidade de informação registrada.

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Isso significa que um arquivo de áudio digital com alta resolução ocupa mais
espaço para ser armazenado do que um arquivo de baixa resolução.

Exemplo 12

Aproximação numérica em uma conversãoAI D


.4 ~ Intensidade

--
r--·~
~1 "'\.,

#
••
/ ••, Temp o
:;:-

#

.,.-......••.. ,•
~
A
.~
••
. ....
#
, #
"•'.~ Resolução menor =
mais distorção =
arquivo digital menor
Forma de onda do som
original (linha tracejada}
.4 ~ Intensidade

.'.
..• ,
Temp o
•..•..
-- •
.•
Resolução maior =
menos distorção =
. •••••••• fI>
.' ~
arquivo digital maior
Forma de onda do som
original (linha tracejada)

A resolução em bits da conversão A/D tem relação direta com um


conceito que vimos anteriormente, o nível de pressão sonora ou de energia
acústica. Sabemos que a diferença de pressão sonora, os níveis mínimo (limi-
ar de audição) e máximo (limiar de sensibilidade) que nosso ouvido percebe,
pode ser medida utilizando-se o sistema referencial de decibéis e que essa
faixa entre os limites da escuta equivale a 120 dB. Podemos usar esse mesmo
sistema de referência para medirmos o comportamento de outros sistemas
sonoros. Em acústica, por exemplo, dizemos que a diferença entre o menor e
o maior sinal que podem ser emitidos, registrados ou percebidos por um
sistema sonoro qualquer é a sua faixa dinâmica (medida em dB a partir da
referência do limiar de audição do ouvido humano: OdB), também conheci-

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da como sua relação sinal-ruído. No exemplo 13 vemos a comparação em
dB entre as faixas dinâmicas aproximadas de alguns sistemas.

Exemplo 13

Tabela defaixas dinâmicas em decibéis (dE)

Ouvido humano 120 dB

DVD 144 dB

CD 096 dB

Orquestra sinfônica 110 dB

Mesas de som profissionais 100 dB

Gravador de rolo profissional 080 dB

Fita cassete 050 dB

Disco de vinil 045 dB

Como já vimos no primeiro capítulo do livro que a diferença de 120


dB equivale a uma grandeza de 1 trilhão de números (1.000.000.000.000),
um sistema de 16 bits, que oferece 65.536 níveis de gradação (o que equivale
a uma faixa dinâmica de aproximadamente 96 dB), não consegue cobrir toda
a faixa dinâmica do ouvido humano. Apesar disso, 16 bits foi a resolução
adotada pelos fabricantes de equipamentos digitais quando lançaram o cn
Na época, as empresas levaram em conta a quantidade de memória gasta
. para armazenar um minuto de música estéreo (em 2 canais) gravada, aproxi-
madamente 10 megaf?ytes(MB), e a capacidade de armazenamento do disco
digital, por volta de 640 até 700 MB, para definir que a faixa dinâmica de 96
dB para o CD era apropriada. Uma resolução maior exigiria muito mais
memória, reduzindo bastante a capacidade temporal dos CDs. As aproxima-
ções numéricas feitas na conversão A/D foram consideradas irrelevantes
para a percepção de nossos ouvidos e, afinal de contas, o sistema era muito
melhor que qualquer outro existente até então. Com o passar dos anos, no-
vas mídias para armazenamento de dados foram desenvolvidas e, atualmen-
te, o DVD-Áudio já pode armazenar mais de 3,5 gigaf?ytes (GB) de dados em

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um disco do mesmo tamanho de um cn O padrão de resolução que o
DVD-Áudio utiliza para arquivos de música no formato PCM é de 24 bits, o
que permite uma faixa dinâmica de aproximadamente 144 dB, muito maior
que a faixa que o ouvido humano é capaz de perceber.

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A gravação digital
Antes de falarmos de gravação digital, vamos voltar um pouco no
tempo para entendermos como funciona o processo de gravação nos apare-
lhos analógicos de fita. Os gravadores analógicos são antecessores dos grava-
dores digitais e foram o meio tecnológico dominante em boa parte do século
XX. Em uma gravação analógica, as formas de onda dos sinais elétricos
emitidos pela cabeça gravadora do aparelho são registradas similarmente,
isto é, de maneira análoga, pelas partículas magnéticas encontradas na fita.
Na reprodução, os sinais magnéticos impressos na fita que desliza pela frente
da cabeça reprodutora são interpretados analogamente como diferenças de
voltagem, isto é, sinais elétricos. Como o nível do sinal elétrico é muito baixo,
utiliza-se um amplificador para que a variação de voltagem seja suficiente
I
para mover os cones dos alto-falantes. Dizemos que esse processo é uma
gravação analógica, pois a forma de onda do sinal gravado é análoga à forma
de onda do sinal original captado.

Para a fita magnética registrar com qualidade a gravação, é preciso


que ela proporcione uma boa resposta de freqüência (o ideal seria reproduzir
com proximidade a faixa de freqüência do ouvido humano). A velocidade de
gravação é um dos fatores determinantes para isso. Quanto maior for a velo-
cidade de gravação, maior a resposta de freqüência da fita. Além disso, o
aumento de velocidade da fita também melhora a relação entre a qualidade
do sinal e os ruídos indesejáveis do processo de gravação. A largura da fita é
outro fator importante para a qualidade da gravação.

Dentre os sistemas mais conhecidos de gravação analógica em fita


magnética estão os gravadores cassete domésticos. O sistema cassete foi in-
ventado pela empresa holandesa Phillips, que cedeu os direitos de fabricação
a quem estivesse interessado, mas exigiu que o padrão de velocidade e tama-
nho da fita permanecesse inalterado. Os fabricantes procuraram então me-
lhorar a qualidade dos gravadores cassete pesquisando novas composições
para o material ferromagnético que reveste a fita. A faixa dinâmica (relação
sinal-ruído) de uma fita cassete é de aproximadamente 50 dB.

Já os estúdios profissionais utilizam outros sistemas de gravação


analógica que proporcionam maior qualidade. Esses aparelhos são conheci-
dos como gravadores de rolo profissionais. Eles utilizam fitas de maior lar-
gura e de material de melhor qualidade do que os sistemas cassete domésti-

4
cos, além de permitirem uma velocidade de gravação mais alta. A faixa dinâ-
mica desses aparelhos está em torno de 80 dB.

Atualmente, os
mais modernos equipa-
mentos de gravação profis-
sional utilizam o processo
digital. Como vimos, o
conversor A/D é capaz de
transformar o sinal elétri-
co em informação digital.
Em um gravador de áudio
digital, os dados numéricos
que representam o sinal
original obtidos com o
conversor A/D são arma-
zenados em um suporte
físico, seja ele uma fita Estúdio com o sistema Pro Tools HD completo
magnética de áudio digital
(Digital Audio Tape - DA1) ou mesmo um disco rígido (Hard Disc - HD).
Depois de registradas, essas informações podem ser editadas e processadas
internamente nos equipamentos, sem que aconteça qualquer deterioramento
dos dados, algo que os equipamentos analógicos de gravação não conse-
guem. A qualidade do registro analógico é mais suscetível ao desgaste e dete-
rioração pelo excesso de uso. As partículas das fitas dos gravadores analógicos
também vão se desmagnetizando progressivamente com o tempo. Já os da-
dos digitais possuem um tempo de vida útil maior e não se desgastam com o
uso intensivo.

As manipulações
possíveis no áudio grava-
do em equipamentos di- 1~;,;':.7~,:
.... "".... ._-..•,:
gitais são mais rápidas do '
que nos equipamentos
analógicos. Na gravação
digital para HD em com-
putadores, por exemplo,
as informações podem ser
acessadas instantanea- Interface 192Digital- Pro Tools - Digi Design

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mente. Qualquer ponto da gravação é imediatamente alcançado com um
clique do mouse. Nos gravadores analógicos é necessário esperarmos que a
fita rode até chegar ao ponto de edição desejado. Por isso, dizemos que as
informações gravadas analogicamente em fita são acessadas de forma linear,
isto é, dependem da observação de uma linha seqüencial de eventos - rodar
a fita até o ponto desejado -, enquanto as informações digitais são acessadas
randomicamente, isto é, qualquer ponto é diretamente alcançado a qualquer
momento - um clique na tela do computador evocê pula de um lugar para
outro do arquivo imediatamente.

A transferência dos dados digitais é feita por meio de interfaces e


conexões que compatibilizam as informações entre as diversas marcas e ti-
pos de equipamentos digitais, definindo a formatação e a sincronização da
transferência dos dados. Os formatos padrões de conexão digital mais en-
contrados na maior parte dos equipamentos de áudio são o AES/EBU e o
S/PDIF. Já os formatos de sincronização mais utilizados em equipamentos
de áudio e vídeo são o SMPTE e o MTC.

Existem diver-
sos equipamentos dedi-
cados exclusivamente à
gravação digital e ao
armazenamento dos
dados. Entretanto, os

~:~;!;~~j!~~
programas de computa-

gravação
dor que de áudio digi-a
permitem .f~_

tal diretamente em dis- ",-


'_"_~_.H"'."""'''
co rígido (HD) são os Tela de edição do Pro Tools
mais potentes. Esses
aplicativos podem trabalhar com interfaces de conversão A/D e D/A exter-
. nas ou simplesmente utilizar as saídas e entradas de áudio do computador e
seu processador interno para as tarefas de conversão. Muitos programas ofe-
recem excelentes recursos de edição e processamento do sinal digital, como
o Pro Tools, o Digital Performer, o Logic Audio e o Cubase, inclusive com a
manipulação de áudio em tempo real. Neste último caso, o processo é o
seguinte: o som é captado por um microfone, passa por um conversar A
é processado e modificado dentro do computador, convertido novam
em sinal de áudio por meio de um conversor D/A e, finalmente,
um amplificador e vai para os alto-falantes. Tudo isso acontece tão rapida-
mente que não se percebe qualquer atraso no processo.

Além de fitas digitais, disquetes e discos rígidos, outras mídias como


CD-R, MD e DVD também são usadas para armazenamento de dados de
áudio digital. Diversos formatos de arquivo podem ser usados e alguns deles
podem comprimir os dados para diminuir o tamanho do arquivo. Os forma-
tos de arquivos de áudio mais encontrados atualmente são:

• PCM - Acrônimo do termo inglês Pulse Code Modulation. É o


formato utilizado nos CDs de áudio e em fitas DAT. O formato
PCM não comprime os dados e pode ser lido por muitos programas
'de computador.

• WAV - Formato padrão do Windows/PC. Normalmente utili-


zado sem compressão dos dados. Pode ser codificado facilmente para
outros formatos, inclusive MP3.

• Sound Designer II(SD2) - Padrão desenvolvido pela empresa


de equipamentos de áudio digitais Digidesign. O SD2 é o formato
mais utilizado nos principais aplicativos que funcionam em compu-
radores Macintosh. O SD2 trabalha exclusivamente sem compressão
de dados.

• AIFF - Acrônimo do termo inglês Audio I nterchangeableFile F ormat.


É o formato padrão dos computadores da Apple. Pode ser codifica-
do facilmente para formato WAV

• MP3 Q\1PEG Audio Layer - II,!) - Formato de arquivo compri-


mido com qualidade próxima ao cn Como não possui dispositivo
de proteção contra cópias, é muito utilizado na troca de arquivos
piratas pela internet. O MP3 é um padrão de codificação para áudio
e vídeo digital criado pela Motion Picture Experts Group - MPEG.

• WMA - Acrônimo do termo inglês Windows Media Ployer. For-


mato de propriedade da empresa Microsoft e utilizado pelo progra-
ma Windows Media Player.

• Real Audio (RA) - Formato bastante utilizado na internet devi-


do a sua alta taxa de compressão de dados. Requer a utilização do
programa Real Player para ser ouvido.

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Antes de prosseguirmos para discutir os recursos oferecidos pela gra-
vação digital, vamos voltar a falar dos samplers, que, como vimos, também
trabalham com sons gravados digitalmente. Os samplers também possuem
conversores A/D e D/A internos para a conversão de sinais analógicos e
digitais. Uma das principais funções dos samplers é gravar pequenas amostras
de sons de instrumentos musicais para posteriormente serem executadas via
MID L Já que utilizam amostras do próprio som dos instrumentos acústicos,
os samplers são muito usados em arranjos e composições de trilhas sonoras
comerciais feitas via MID1. Os arquivos das amostras de áudio podem ser
armazenados externamente, em disquete, CD-ROM e CD entre outros mei-
os. No entanto, a capacidade de processamento de sons dos samplers depende
de sua memória RAM interna.
A manipulação dos sons por meios
analógicos e digitais
Os gravadores de áudio, tanto analógicos como digitais, possibilitam
uma série de recursos de edição sonora, como cortar, colar e mover segmen-
tos. Entretanto, os gravadores digitais conseguem realizar tarefas mais avan-
çadas do que os analógicos, já que a manipulação de dados numéricos permi-
te uma maior complexidade nos parâmetros de edição e, principalmente, nos
recursos dos efeitos de processamento do sinal.

Além das possibilidades de edição mencionadas acima, os programas


de computador que gravam áudio digitalmente permitem que o usuário
visualize a forma de onda do sinal, obtida por meio de um analisador de
espectros, na tela do computador. Isso facilita enormemente a edição, uma
vez que permite, por exemplo, ter precisão no posicionamento e nos detalhes
de um corte. A imagem também pode ser ampliada para facilitar a marcação
do ponto exato de edição. Além disso, os editores de áudio digital permitem
vários processamentos no sinal, como, por exemplo, redução de ruídos, ele-
vação do nível do sinal a fim de alcançar a maior faixa dinâmica possível na
gravação, controle de aumento e diminuição gradativa do nível de intensida-
de ifade-in e fade-ou!) etc.

Outros processamentos que já existiam em aparelhos eletrônicos de-


dicados exclusivamente a esses fins foram sendo gradativamente transfor-
mados em aplicativos de efeitos virtuais (são comumente conhecidos pelo
termo inglês plug-in). Esses
programas são capazes de
emular diversos tipos de
processamento de sinal,
como reverberação, delqy,
eco, distorção, modulação,
compressão, equalização,
espacialização e chorus en-
tre muitos outros.

Alguns desses efei-


tos são ferramentas que au-
xiliam no tratamento e Tela dos plug-ins de compressão e
controle do sinal em seus equalização T-Racks
vários parâmetros de amplitude, freqüência, envelope dinâmico e etc. Entre
eles encontram-se os equalizadores - usados para enfatizar ou atenuar deter-
minadas freqüências de um sinal- e os compressores - usados para contro-
lar as variações de amplitude do sinal, de forma a rnantê-lo dentro de uma
faixa dinâmica desejada.

Os efeitos de reverberação, eco e delqy criam ambientes acusncos


variados para transformar o tempo de permanência do som após o término
de sua emissão em espaços físicos virtuais, simulando as reflexões das ondas
sonoras nas paredes ou em outros meios físicos de um recinto total ou par-
cialmente fechado.

Já processamentos como distorção, modulação e chorus alteram os


parâmetros do envelope dinâmico do sinal original e criam efeitos especial-
mente utilizados para enriquecer de maneira particular o som.

A utilização dos processadores de efeitos virtuais (plug-ins) exige bas-


tante memória RAM do computador e um processador interno de alta velo-
cidade. Como eles funcionam diretamente integrados com os programas de
gravação e edição de áudio digital, essa combinação é atualmente a mais
encontrada nos estúdios profissionais.

Essas eficientes ferramentas de manipulação de áudio ainda irão se


desenvolver muito nos próximos anos. Ficamos com a impressão de que a
tecnologia tão moderna que hoje procuramos entender daqui a alguns pou-
cos anos está fadada a se tornar obsoleta. A complexidade e modernidade de
vários assuntos tratados neste livro não podem de forma alguma nos dar a
sensação confortável de um conhecimento pleno, de uma busca já termina-
da. Devemos prosseguir nos empenhando em conhecer e entender as novas
invenções que certamente a tecnologia irá nos trazer e lembrar que elas con-
tinuarão a mudar a música, o som e seus instrumentos.

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