Apostila Hidroterapia

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Unidade I - Histórico - Uso dos recursos hídricos ao longo dos séculos

Através de nossa história a utilização da água como meio de cura vem sendo
descrita desde a civilização grega (por volta de 500 a.C.). Escolas de medicina
foram criadas próximas as estações de banho e fontes, desenvolvendo, assim, as
técnicas aquáticas e suas utilizações no tratamento físico específico. Hipócrates já
utilizava a hidroterapia para pacientes com doenças reumáticas, neurológicas,
icterícia, assim como tratamento de imersão para espasmos musculares e doenças
articulares (460-375 a.C.).
Já os romanos utilizavam os banhos para higiene e prevenção de lesões nos
atletas. Esses banhos de temperatura variada evoluíam desde muito quentes
(caldarium) a mornos (tepidarium) até mais frios (frigidarium). Com o tempo, esses
banhos deixaram de ser de uso exclusivo dos atletas e se tornaram centros para a
saúde, higiene, repouso e atividades intelectuais, recreativas e de exercícios, de
acesso a coletividade. Em meados de 330 d.C., a finalidade principal dos banhos
romanos era curar e tratar doenças reumáticas, paralisias e lesões.
Com o declínio do Império Romano, o uso do célebre sistema de banhos
caíram em ruína ao longo de décadas e por volta do ano 500 d.C. foram extintos. Na
idade média, com a influência da religião que considerava o uso das forças físicas e
os banhos de água um ato pagão, teve um declínio ainda maior, persistindo até o
século XV, quando houve um ligeiro ressurgimento.
O uso terapêutico da água, no entanto, começou a aumentar gradualmente no
início dos anos de 1700, quando um médico alemão Sigmund Hahn e seus filhos
defenderam a utilização da água para tratamento de úlceras de pernas e outros
problemas médicos. Essa nova conduta médica passa a chamar-se hidroterapia
que, conforme a definição de Wyman e Glazer, consiste na aplicação de água sob
qualquer forma para o tratamento de doenças.
Baruch cita a Grã-Bretanha como o lugar de nascimento da hidroterapia
científica, com a publicação dos primeiros trabalhos em 1697 por Sir John Floyer
(“AnInquiry into the right use and abuse of hot, cold and temperate buths” – Uma
investigação sobre o uso correto e o abuso dos banhos quentes, frios e
temperados). Baruch acreditava que o tratamento de Floyer tenha influenciado
os ensinamentos da “Heidelberg University”, através do professor Fridrich Hoffmann,
que incluía as doutrinas de Floyer nos seus ensinamentos. Esses ensinamentos
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foram levados para a França e Inglaterra pelo professor Currie, que elaborou vários
trabalhos científicos sobre a hidroterapia. Embora o trabalho de Currie tenha sido
pouco aceito na Inglaterra, o inverso aconteceu na Alemanha. John Wesley, o
fundador do metodismo, escreveu um livro em 1747, enfocando a água como um
meio curativo (“An easy and natural way of curing most diseases” – Uma maneira
fácil e natural de curar a maioria das doenças). Os banhos de vapor quente,
seguidos por banhos frios foram popularizados e se tornaram tradição, na cultura
escandinava e na russa, durante muitas gerações.
Em meados do século XIX o professor austríaco Winterwitz (1834-1912)
fundou uma escola de hidroterapia e um centro de pesquisa em Viena, onde
realizava estudos científicos que estabeleceram uma base fisiológica aceitável para
a hidroterapia naquela época. Seus discípulos, particularmente Kelogg, Brixbaum e
Strasser, trouxeram contribuições importantes para o estudo dos efeitos fisiológicos
do calor e frio e sobre os termorreguladores do corpo na aplicação da hidroterapia
clínica. Tais pesquisas serviram de impulso na instalação dos banhos de turbilhão e
exercícios subaquáticos que entraram em uso regular só no começo do século XX.
Um dos primeiros norte-americanos a dedicarem seus estudos a hidroterapia
foi o dr. Simon Baruch. Realizou seus trabalhos a partir de estudos que fez com o dr.
Wintirwitz, na Europa. Publicou livros como “O uso da água na medicina moderna” e
“Princípios e prática da hidroterapia”. Foi o primeiro professor na Columbia
University a ensinar a hidroterapia.
A partir desta época, a água deixa de ser utilizada de uma forma passiva,
através de banhos de imersão, e começa a ser utilizada de uma forma mais ativa,
empregando a propriedade de flutuação para a realização de exercícios. Em 1898 o
conceito de hidroginástica, que implica o uso de exercícios dentro da água, foi
recomendado por von Reyden e Goldwater. Em 1928, o médico Walter Blount
descreveu o uso de um tanque com turbilhão ativado por motor que ficou conhecido
como “tanque de Hubbard”. Tal invenção foi criada para a execução de exercícios
pelos pacientes na água e, por sua vez, trouxe para a Europa grande
desenvolvimento de técnicas de tratamentos aquáticos, como o método dos
anéis de Bad Ragaz e o método Halliwick(2). No Brasil a hidroterapia científica teve
início na Santa Casa do Rio de Janeiro com banhos de água doce e salgada. Na
época, a entrada principal da Santa Casa era banhada pelo mar (em meados de
1922).
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Atualmente, o conteúdo de instrução em fisioterapia aquática nos programas


acadêmicos de fisioterapia é uma prática cada vez mais freqüente, com um índice
de 62% de inclusão no currículo de nível básico. Embora a reabilitação aquática
venha realizando grandes avanços desde o começo do século XX é preciso
intensificar ainda mais a utilização dessa prática terapêutica pelos profissionais da
saúde que acreditam nos seus benefícios, estimulando a incorporação da
reabilitação aquática nos programas de tratamento terapêutico.

Unidade II - Projetos e Equipamentos de um Setor Aquático

2.1 Piscina

As piscinas podem ser planejadas para “multiuso”, sendo maiores (22,3 m de


comprimento e 13,5 m de largura) ou para atendimento individualizado, que seria
uma piscina tipo “tanque” (até 3 por 3 m). A temperatura ideal para a piscina maior
oscila entre 27º e 29ºC e para a menor entre 33º e 34ºC.
A rampa que dá acesso à cadeira de rodas é necessária, assim como
escadas internas com os degraus
baixos e corrimões bilaterais para a segurança do usuário. O banco longo localizado
ao lado da escada com hidrojatos posicionados em alturas variadas para
massagear os diversos seguimentos corporais (coluna, ombros, joelhos) são
utilizados. Os corrimões também são colocados ao longo das áreas delimitadas pela
parede da piscina. Os tipos de elevadores são: hidráulico, elétrico, mecânico e
pneumático e podem ser utilizados para facilitar o acesso do paciente à piscina.
A profundidade da piscina varia entre 1,05 m e 1,35 m e é ideal para grande
parte dos tipos de terapia (piscina tipo “tanque”). Entretanto, a profundidade de 2,10
m pode ser utilizada em piscinas maiores (tipo “multiuso”) que apresentam um fundo
graduado, indo paulatinamente de uma profundidade menor (1,05 m) para uma
maior (2,10 m)(10).

2.2 Vestiários

Uma instalação bem planejada concede até 1,8 m² de vestiário por pessoa.
Pia, toalete, tomadas para secadores de cabelo, balcões, bancos e armários são
considerados comodidades mínimas. O piso indicado para estas áreas é o
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texturizado e ou antiderrapante. Tapetes de náilon de alta densidade também podem


ser colocados.

2.3 Materiais e equipamentos

Os equipamentos utilizados para a hidroterapia oferecem suporte para a


flutuação ou aumentam a intensidade de um exercício ou adicionam variedade a um
programa Tornando-o mais agradável e diversificado.
Os equipamentos de auxílio à flutuação geram um ambiente aquático mais
confortável e seguro para o paciente. Eles são utilizados para obter posição correta
do corpo, fornecer estabilidade, promover meio de tração, graduar forças
compressivas, assistir movimentos e aumentar a resistência do movimento.
Os equipamentos para exercícios aquáticos que intensificam a resistência
normalmente são elaborados em cima de um aumento da área de superfície que é
puxada ou empurrada através da água. A quantidade de resistência é determinada
por três fatores: o tamanho da peça e o espaço na água que a peça ocupa,
proporcionando um arrasto maior ou menor; a forma
que o objeto apresenta na água, variando a respectiva aerodinâmica; e a velocidade
do movimento da peça na água.
Os equipamentos mais utilizados de uma forma geral são: esteiras rolantes,
equipamentos de acesso à piscina, equipamentos de flutuação, pesos,
equipamentos de resistência baseado em arrasto, aquatoner, hidrotone, sistemas de
amarração, estações de exercícios submersas, brinquedos e equipamentos
recreativos, equipamentos de segurança, vestuário aquático e aparelhos de
medição.

2.3.1 EQUIPAMENTOS FLUTUANTES

1. Para assistência – movimento deve ser executado a favor da flutuação


2. de apoio - servem de sustentação do cliente durante a sessão ou em
determinados movimentos
3. para resistência – movimento deve se executado contra a ação da flutuação
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2.3.2 EQUIPAMENTOS RESISTIVOS

Este equipamento não tem flutuabililidade, atuam de acordo com sua área de
superfície frontal

1. Para resistência – os movimentos devem ser executados contra a ação da


resistência frontal ao movimento

2.3.3 EQUIPAMENTOS DE PESO

1. Devem ser utilizados como auxílio para clientes com muita flutuabilidade ou
na transferência para a terapia em terra.
2. . Para resistência – os movimentos devem ser realizados contra a ação da
gravidade.

2.3.4 EQUIPAMENTOS MISTOS

1. A utilização destes equipamentos está diretamente realizada com o objetivo


do instrutor ou terapeuta.
2. São geralmente flutuantes e também resistivos

2.3.4 EQUIPAMENTOS CONSIDERADOS COM OUTROS

1. Exemplos de equipamentos considerados como outros: Step,


bastão, emborrachados.

2.4 EQUIPES MULTIDISCIPLINARES

Hoje no Brasil, é importante a presença de uma equipe multidisciplinar para o


atendimento de maior qualidade formado por: Educador Físico, Fisioterapeuta,
Psicólogo, Fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional, assistente Social e Médico.

Unidade III- PROPRIEDADES Físicas da água

3.1 Densidades Relativas

Determina a capacidade de flutuar de um objeto ou corpo. A densidade da água é


igual a 1, já a de um corpo humano é de 0,93, por isso ele flutua.
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3.2 Flutuação

É a força de sentido oposto ao da gravidade. Ou seja, ao inspirar, o indivíduo


bóia e ao expirar ele afunda, pois com 5% da estrutura corporal acima da água, o
corpo humano flutua. Essa propriedade é utilizada como resistência ao movimento,
sobrecarga natural, estímulo à circulação periférica, fortalecimento da musculatura
respiratória, facilitação do retorno venoso e participante do efeito massageador da
água.

3.3 Pressões Hidrostáticas

A água, como qualquer líquido, exerce pressão no objeto nela imerso. Se o


objeto estiver em repouso (relaxamento), a pressão exercida em todos os planos
será igual. Se o objeto estiver em movimento e a água também, ver-se-à a pressão
reduzida bem como o empuxo, provocando certo afundamento que, se controlado, é
parcial. Segundo a lei de Pascal, cada tipo de massa (corpo, líquido, gasoso ou
sólido) recebe e transmite uma pressão determinada, dependendo da profundidade
de imersão. Quanto maior a profundidade em que o corpo de encontra, maior será a
pressão exercida sobre ele. Isto significa que um indivíduo em pé na água sofrerá
maior pressão nos pés. A pressão hidrostática possui efeitos terapêuticos,
promovendo aumento do débito cardíaco, aumento da pressão pleural e aumento da
diurese

. 3.4 Viscosidade

Está relacionada à coesão das moléculas de água, e quando as camadas do


líquido são postas em movimento, essa atração cria resistência ao movimento.

Unidade IV - Aspectos Biológicos da Terapia Aquática

4.1 Alterações cardiovasculares após imersão

Ao entrar na piscina, os vasos cutâneos se constringem momentaneamente,


causando aumento da resistência periférica e aumento momentâneo da pressão
arterial. Mas durante a imersão as arteríolas dilatam-se ocorrendo uma diminuição
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da resistência periférica, e por essa razão uma queda de PA. Logo, quanto maior a
temperatura da água, menor deve ser o tempo de exposição.

Deve-se chamar a atenção do estresse que o uso da água morna para


reabilitação, os exercícios terapêuticos e o treinamento causam no sistema
cardiovascular. A água numa temperatura de 34ºC estimula a circulação arterial
periférica que melhora ainda mais durante os exercícios terapêuticos ativos. O
estresso exercido no sistema circulatório e no coração e consideravelmente maior
na água do que quando os exercícios terapêuticos são realizados fora dela. Alem
disso, a PH exercido sobre o tórax e o estomago força o coração a trabalhar mais
forte, devendo-se tomar cuidado com pessoas susceptíveis a ataques cardíacos.
Em geral, o tratamento nestes casos não deve ultrapassar 20 minutos.

4.2 Efeitos da imersão na respiração

Estando a água a uma temperatura aumentada(em torno de 33 a 36,5 ºC)


haverá dilatação dos vasos sanguíneos, aumento do suprimento sanguíneos
periférico e elevação da temperatura muscular, levando ao aumento do
metabolismo da pele e músculos e, conseqüentemente, aumento do metabolismo
geral e da freqüência respiratória. Haverá também uma atividade aumentada das
glândulas sudoríparas e sebáceas a medida que a temperatura da pele se eleva.

Sistema cardiorespiratorio.

Se utilizada de uma forma adequada, a HT promovera melhora das


condições cardiorespiratoria. De um modo geral, haverá:

• Melhora da capacidade aeróbica;

• Melhora nas trocas gasosas;

• Reeducação respiratória;

• Aumento no consumo de energia;

• Auxilio no retorno venoso;


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4.3 Efeitos da imersão na excreção de sódio

A resistência renal vascular diminui em aproximadamente um terço, a pressão


renal venosa aumenta em aproximadamente duas vezes, e a excreção de sódio
aumenta em dez vezes em indivíduos com o sódio corporal total normal. O aumento
na excreção de sódio é um fenômeno dependente do tempo de imersão. A excreção
de sódio aumenta também em função da profundidade, devido à alteração do
volume sangüíneo total circulante.

4.4 Modificações fisiológicas e terapêuticas durante o exercício em água


aquecida

Muitos efeitos terapêuticos benéficos obtidos com a imersão na água


aquecida (como o relaxamento, a analgesia, a redução do impacto e da agressão
sobre as articulações) são associados aos efeitos possíveis de se obter com os
exercícios realizados quando se exploram as diferentes propriedades físicas da
água, tais como:
4.4.1 Preventivo:
1. Previne deformidades e atrofias;
2. Previne piora do quadro do paciente;
3. Diminui o impacto e a descarga de peso sobre as articulações.
4.4.2 Motor:
1. melhora da flexibilidade;
2. Trabalho de coordenação motora global, da agilidade
e do ritmo;
3. Diminuição do tônus (diminuindo as referências fusais);
4. Reeducação dos músculos paralisados;
5. Facilitação do ortostatismo e da marcha;
6. Fortalecimento dos músculos(4,6).
4.4.3 Sensorial:
1. Estimula o equilíbrio, a noção de esquema corporal, a propriocepção e a noção
espacial, já que a água é um meio instável;
2. Facilita as reações de endireitamento e equilíbrio, visto que não existe pontos de
apoio e o paciente é obrigado a promover alterações posturais (flutuação e
turbulência);
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3. Diminui os estímulos proprioceptivos à medida que aumenta a profundidade,


diminuindo a descarga de peso

Unidade V - Indicações e Contra Indicações da Hidroterapia

A hidroterapia é indicada para todas as áreas da fisioterapia que envolvam


problemas de ordem traumato-ortopedicos, esportivos, neurológicos, reumáticos,
cardiopatas, pneumopatas, estéticos, etc.

5.1 Indicações:

As indicações mais comuns para um tratamento hidroterápico são para os


pacientes que apresentam os seguintes sinais e sintomas:

• Elevado nível de dor

• Edemas de extremidades

• Desvios da marcha

• Diminuição da mobilidade

• Fraqueza muscular generalizada

• Baixa resistência muscular

• Impossibilidade de sobrecarga nos membros inferiores

• Resistência cardiovascular diminuída

• Contraturas articulares

• Disfunções posturais

• Habilidades diminuídas

• Interação social do paciente

5.2 Contra Indicações:

• Infecções de pele (tinea pedis, tinea capitis etc)


• A água quente proporciona bom meio para proliferação de bactérias, portanto
todas as infecções devem ser consideradas como contra indicação,
especialmente as gastrointestinais.
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• Infecções transmitidas pela água tais como febre tifóide, cólera, poliomielite,
bem como as doenças infecciosas especialmente relacionadas com crianças (
SKINNER)
• Clientes com capacidade vital inferior a 1 litro
• Incontinência fecal e urinária
• Epilépticos não controlados
• Qualquer tipo de feridas, ulceras aberta, etc devem ser cobertas por
bandagem apropriada para o meio.
• Insuficiência cardíaca não controlada
• Doenças vasculares periféricas
• Doenças renais nas quais o paciente tenha dificuldade de ajustar-se a perdas
hídricas.

Unidade VI - Método dos Anéis de Bad Ragaz

Bad Ragaz é uma cidade Suíça construída em torno de um spa de água


morna natural, com três modernas piscinas cobertas. Em 1930 teve início a
utilização deste spa para exercícios aquáticos. Tal técnica de exercícios se originou
na Alemanha pelo dr. Knupfer Ipsen, cujo objetivo era promover a estabilização do
tronco e das extremidades através de padrões de movimentos básicos e às vezes
resistidos, realizados segundo os planos anatômicos. O paciente é posicionado em
decúbito dorsal, com auxílio de flutuadores ou “anéis” no pescoço, pelve e
tornozelos, é por isso que a técnica também é designada de “método dos anéis”. Em
1967, Bridgt Davis incorporou o método de facilitação neuromuscular proprioceptiva
ao “método dos anéis”. Beatice Egger desenvolveu ainda mais esta técnica,
publicando-a em Alemão.
Atualmente, o método Bad Raggaz é constituído de técnicas de movimentos
com padrões em planos anatômicos e diagonais, com resistência e estabilização
fornecidos pelo terapeuta. O posicionamento do paciente em decúbito dorsal é
mantido através de flutuadores nos seguimentos anatômicos já mencionados
anteriormente. A técnica pode ser utilizada passiva ou ativamente
em pacientes ortopédicos, reumáticos ou neurológicos.
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6.1 Características:
• Uso das propriedades da água como turbulência e flutuações são usadas
como suporte.
• Executar movimentos anatômicos, biomecânicos e fisiológicos das
articulações e músculos em padrões funcionais.
• Trabalhar com o paciente individualmente.

6.2 Equipamentos:
• Colar cervical
• Flutuador pélvico
• Flutuador de tornozelos.

6.3 Objetivos

Os objetivos terapêuticos incluem redução de tônus muscular, pré-treinamento


de marcha, estabilização de tronco, fortalecimento muscular e melhora da amplitude
articular.
• Aumentar a amplitude de movimento articular e a mobilidade dos tecidos
nervosos e miofascial.
• Melhorar a função muscular e - Preparar os membros inferiores para a
descarga de peso.
• Restaurar o padrão normal de movimento dos MMSS e MMII.

6.6 Técnica

6.6.1 Isotônica

Neste exercício, a resistência é graduada e controlada pelo fisioterapeuta, o


qual age como um estabilizador movendo-se a partir do movimento do paciente na
água. O fisioterapeuta pode aumentar ou diminuir a resistência, movimentando o
paciente na mesma direção (assistido), ou em direção oposta ao movimento
(resistido).
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6.6.2 Isocinética

Neste exercício, a resistência é graduada e controlada pelo paciente, o


fisioterapeuta atua como um fixador enquanto o paciente se movimenta. O
fisioterapeuta fixa parte do corpo, enquanto o paciente determina a quantidade de
resistência proporcionalmente à velocidade do movimento.

6.6.3 Passiva

O paciente é movimentado na água, com a utilização dos padrões para


relaxamento, alongamento de tronco e coluna e inibição de tônus. Utilizado
principalmente em casos de dor ao se realizar o movimento ativo (analgésica) e
para ganho de ADM. Também para ensinar o padrão ao paciente (propriocepção).

6.6.4 Isométrica

O exercício isométrico na água é realizado quando o paciente mantém


determinada posição, enquanto é movido na água. A posição do paciente é fixa,
sendo que a água provê a resistência para a contração sustentada do paciente.

Obs. Os padrões de MMSS e MMII podem ser realizados unilateralmente ou


bilateralmente. Ainda em relação aos padrões bilaterais, podem ser simétricos ou
assimétricos.

6.7 Indicações e Contra Indicações

6.7.1 Indicações:
• Condições ortopédicas e neurológicas, por exemplo pré e pós operatório,
após fratura artrite reuamatóide, osteoartrite, espondilite anquilosante.
• Pacientes de cirurgias torácica, cardíaca e mamária. - Condições
neurológicas Paraplegia
• Hemiplegia - Parkinson (com cautela).
• Condições neuromusculares - fortalecimento leve. - Lesões M.M.S e M.M.I.
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• Disfunções traumato-ortopédicos em que o paciente apresenta déficit


cinético-funcional envolvendo ADM, ↑ força, dor, ler-dort, lombalgias.
• Doenças reumáticas (fibromialgias, artroses e artrites).
• Qualquer condição que envolva déficit de musculatura de tronco ou cinturas.
• Utilização juntamente com técnicas funcionais.
• Patologias ou condições de fraqueza de tronco, estabilidade proximal
diminuída.
• Distrofia simpático reflexa.
• Lesões do Sistema Nervoso Central (SNC). Mostra excelente resposta aos
movimentos passivos para alongamento, ganho de ADM, relaxamento e
inibição de tônus. Exemplos: AVC, Parkinson, TCE, etc.

6.7.2 Contra-indicações e precauções:

• Programas devem ser planejados para evitar a fadiga dos pacientes (a


liberdade da água pode encorajar atividades demasiadas).
• Pacientes que se encaixam nas contra-indicações da hidroterapia.
• Os pacientes recebem uma grande quantidade de estímulo vestibular durante
o tratamento ( evite tonturas).
• Cautela durante o tratamento dos pacientes com condições agudas de coluna
ou extremidades, devido a possibilidade de alongar demasiadamente
articulações doloridas edemaciadas e com frouxidão.
• Pacientes com condições neurológicas onde exercícios ativos e resistidos
aumentam a espasticidade em tronco ou membros ou na presença de
hipertonia.
• Dor, quadros agudos e instabilidade articular.
• Posicionar-se adequadamente, utilizar mecânica correta.
• Evitar fadiga excessiva.
• Utilizar cuidadosamente as técnicas com pacientes espásticos.
• Monitorar o estímulo excessivo do aparelho vestibular.
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Unidade VII - Método Halliwick

O método Halliwick foi desenvolvido, em 1949, na Halliwick School for Girls,


em Southgate, Londres. MC Millian, que foi o criador da técnica, desenvolveu
inicialmente uma atividade recreativa que visava dar independência individual na
água, para pacientes com incapacidade e treiná-los a nadar. Com o passar dos
anos, ele foi aperfeiçoando seu método original e adotou técnicas adicionais que
foram estabelecidas a partir dos seguintes princípios:

• Adaptação ambiental: envolve o reconhecimento de duas forças, gravidade e


empuxo que, combinados, levam ao movimento rotacional;
• Restauração do equilíbrio: enfatiza a utilização de grandes padrões de
movimento, principalmente com os braços, para mover o corpo em diferentes
posturas e ao mesmo tempo, manter o equilíbrio;
• Inibição: é a capacidade de criar e manter uma posição ou postura desejada,
através da inibição de padrões posturais patológicos;
• Facilitação: é a capacidade de criar um movimento que desejamos mentalmente
e, controlá-lo fisicamente, por outros meios sem utilizar a flutuação. Tal aprendizado
é graduado através de um “programa de dez pontos”, que utiliza a seqüência do
desenvolvimento do movimento físico pelo córtex cerebral.
Essas técnicas têm sido utilizadas para tratar terapeuticamente pacientes pediátricos
ou adultos com diferentes alterações de desenvolvimento e disfunções neurológicas,
na Europa e nos Estados Unidos da América do Norte.

7.1 Indicações e Contra Indicações

7.1.1 Indicações

• Ortopedia e Traumatologia - problemas da coluna vertebral, fraturas, pré e


pós-operatórios, inflamações, praticantes de esportes de diversas
modalidades, etc.
• Neurologia (adulto e infantil) - AVC, pré e pós-operatório, atraso no
desenvolvimento motor, paralisia cerebral, Síndrome de Down, etc.
• Reumatologia - artrites, artroses, fibromialgia, etc.
• Ginecologia e Obstetrícia - Pré e pós parto, gestantes, etc.
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• Respiratória (adulto e infantil) - asma, DBPOC (doença bronco-pulmonar


obstrutiva crônica), pré e pós operatório de lobotomia, etc.
• Geriatria - patologias diversas decorrentes ou não do envelhecimento.
• Síndromes Dolorosas e Síndromes Raras - das mais diversas
• Oncologia – pós mastectomia.
• Pediatria – deformidades de coluna, atrasos no desenvolvimento motor etc.
• Cardiologia – reabilitação cardíaca, pré e pós cirúrgico.

7.12 Contra Indicações

• Os programas devem ser planejados para evitar a fadiga dos pacientes (a


liberdade da água pode encorajar atividades demasiadas).
• Pacientes que se encaixam nas contra-indicações da hidroterapia.
• Os pacientes recebem uma grande quantidade de estímulo vestibular durante
o tratamento ( evite tonturas).
• Cautela durante o tratamento dos pacientes com condições agudas de coluna
ou extremidades, devido a possibilidade de alongar demasiadamente
articulações doloridas edemaciadas e com frouxidão.
• Pacientes com condições neurológicas onde exercícios ativos e resistidos
aumentam a espasticidade em tronco ou membros ou na presença de
hipertonia.
• Dor, quadros agudos e instabilidade articular.
• Posicionar-se adequadamente, utilizar mecânica correta.
• Evitar fadiga excessiva.
• Utilizar cuidadosamente as técnicas com pacientes espásticos.

Unidade VIII - Método Watsu

O Watsu, também conhecido como “Water Shiatsu”, aquashiatsu ou


hidroshiatsu, foi criado por Harold Dull, em 1980. Tal técnica aplica os alongamentos
e movimentos do shiatsu zen na água, incluindo alongamentos passivos,
mobilização de articulações e “hara-trabalho”, bem como pressão sobre “tsubos”
(acupontos) para equilibrar fluxos de energia através dos meridianos (caminhos de
energia). Há dois tipos de posições no watsu: as posições simples e as complexas.
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As simples incluem os movimentos básicos e de livre flutuação. As posições


complexas são chamadas berços. O fluxo de transição do watsu consiste em: uma
abertura, os movimentos básicos e três sessões: 1ª) berço de cabeça; 2ª) embaixo
da perna distante, ombro e quadril; 3ª) berço da perna próxima e uma conclusão.
Através da organização “Worldwide Aquatic Boby Work Association” (Associação
Mundial de Trabalho Corporal Aquático), na Escola de Shiatsu e Massagem,
localizada em Harbin Hot Springs, Middletown California - EUA, o autor da técnica,
Harold Dull ministra e orienta cursos de watsu e outras técnicas de trabalho corporal.

8.1 Objetivos

• Relaxamento.
• Questões relacionadas aos músculos, como dores e também no aumento do
desempenho muscular.
• Questões relacionadas a problemas na coluna vertebral.
• Questões psicológicas, como ansiedades e estresse possuem grandes
resultados com a watsuterapia, aliado a psicologia.
• O trabalho com a gestação é muito interessante, proporcionando uma
gestação tranqüila, segura e reforçando o auxilio e o resgate do trabalho
natural do parto - gestantes. Obs: Atualmente desenvolvo um trabalho de
pesquisa a respeito da gestação natural e parto natural.
• O trabalho com crianças vêm para demonstrar a sabedoria e facilitar no
desenvolvimento físico e psicológico da criança.
• O trabalho com idosos, só vem reforçar os benefícios do watsu, já que está
ajuda no condicionamento e em diversas questões da saúde que se faz
presente na dita 3º idade.

8.2 Técnica

O Watsu foi criado inicialmente para fins de relaxamento, sendo hoje utilizada
também para auxiliar o tratamento de várias desordens neuromusculares e músculo-
esqueléticas. A técnica tem como objetivo geral promover o profundo relaxamento,
aliviando as tensões físicas e psíquicas geradas pelo estresse do cotidiano.
Podemos citar também alguns objetivos específicos, como o alivio da dor muscular e
articular, aumento da flexibilidade, funcionalização do tônus muscular, entre outros.
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Os beneficiados pelo Watsu são pessoas com dores crônicas, enxaquecas,


síndrome de pânico, depressão, insônia, déficits neurológicos e todas aquelas que
desejam relaxar, absorvendo do ambiente tranqüilo e aconchegante o necessário
para uma reflexão profunda. Outros beneficiados com esta terapia são as pessoas
que têm problemas de insônia, depressão, estresse, fibromialgias, dores de cabeça,
falta de disposição, sendo também de grande utilidade para gestantes e crianças,
melhorando seus desempenhos e aquietando suas atividades prejudiciais.

Trabalhando também com pacientes neurológicos, que muitas vezes


apresentam limitações de amplitude secundária e restrições de tecidos moles, o que
contribui para impedir a recuperação funcional, o Watsu é de grande utilidade na
preparação das estruturas oesteomusculares para um melhor desempenho durante
as atividades em solo.

Diante dos inúmeros benefícios da watsuterapia, podemos desenvolver


trabalhos semi direcionados, ou seja, sessões especificam para um objetivo
qualquer, mas como as terapias naturais e corporais não agem apenas no ponto
desejado temos uma resposta positiva em outras áreas, mesmo que essa não seja o
motivo do trabalho.

8.3 Indicações e Contra Indicações

Inicialmente são poucas as contra-indicações para o praticante, no qual o


terapeuta estará sempre atento no caso de alguma impossibilidade, como no caso
do praticante ou interagente estiver com febre, capacidade vital significativamente
limitada, infecção urinária grave, feridas abertas, infecção transmissível por meio
aquático, hemorragia cerebral recente.

Durante a sessão são realizados em torno de 45 movimentos diferentes,


respeitando o tempo de cada movimento de acordo com a necessidade do
praticamente e a do terapeuta. A passagem de um movimentou ao outro ocorre de
forma tranqüila sem que o praticante necessite se apoiar ou sair do estado de
relaxamento o que mais uma vez permite ao praticante um estado meditativo.

A água aquecida junto da flutuação faz com que a noção de limite e da forma
do corpo esteja alterada, o que promove o relaxamento. Observando os princípios
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físicos da água, como por exemplo, as seguintes leis: densidade, empuxo, pressão
hidrostática, inércia, ação e reação e flutuação. Analisando esses princípios e unindo
suas características, entendemos as qualidades terapêuticas da água. Um dos
principias conceitos é a flutuação, que facilita o relaxamento muscular, a perda de
tônus muscular, a descompressão da articulação e reduz a exigências do oxigênio,
já que no estado de leveza que se atinge dentro da água, as exigências de oxigênio
do corpo são diminuídas drasticamente, o que induz ao estado de calma e
meditação.

Realizando uma anamnese completa, descobre-se qual o caminho a ser


percorrido, dando total liberdade para que o praticante sinalize qualquer incômodo
durante a sessão, o que dá ao praticante ou interagente uma sensação de liberdade
e por isso conforto.

Não havendo necessidade de saber nadar, o alongamento flui de um


movimento a outro e com toda tranqüilidade, a confiança é atingida e o objetivo da
terapia é alcançado.

O terapeuta pode promover um relaxamento tão eficiente que abre espaço


para um trabalho interior, podendo o praticante entrar em contato com sentimentos
guardados. Os resultados, ao final da sessão, são individualizados, mas é certo que
haverá uma espécie de renascimento, onde os olhos irão brilhar de tal forma que
será possível ver refletida a sua essência.

Unidade IX - Patologias Ortopédicas

9.1 Osteoporose

A osteoporose é uma enfermidade crônica, multifatorial, relacionada à perda


progressiva de massa óssea, geralmente de progressão assintomática até a
ocorrência de fraturas. É um estado de insuficiência ou de falência óssea que surge
com o envelhecimento, principalmente em mulheres a partir da sexta década.
Os principais fatores de risco são história familiar, hipoestrogenismo,
nuliparidade, sedentarismo, imobilização prolongada, baixa massa muscular em
mulheres brancas ou asiáticas, dieta pobre em cálcio, tabagismo, uso crônico de
costicoteróides, nticonvulsivantes, heparina e outros.
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Na vigência de uma osteoporose mais grave com múltiplas fraturas e dor


óssea, a reabilitação aquática oferece métodos com técnicas mais suaves,
destinadas a aliviar a dor, aumentar a amplitude de movimento e proporcionar
eventual fortalecimento. Após a fase aguda do quadro, ou seja, quando os locais de
fraturas ou trincas estiverem bem consolidados, os movimentos mais vigorosos e
exercícios mais intensos gerados pela resistência da água podem ser iniciados,
assim como uma combinação de exercícios de sustentação parcial e completa de
peso que provêm esforços mecânicos necessários para estimular a formação de
massa óssea e minimizar a progressão da doença.

9.1.1 Objetivos

1. Alívio da dor;
2. Melhora da mobilidade;
3. Auxílio para enfrentar os efeitos psicossociais da doença;
4. Prevenção de perdas ósseas adicionais, tendo em vista a redução do risco de
fratura.

9.2 Osteoartrite

A osteoartrite é um processo induzido nas articulações por influências


mecânicas, metabólicas e genéticas, causando perda de cartilagem e hipertrofia
óssea. A perda progressiva da cartilagem articular e a recuperação inadequada
levam a formação de osteófitos durante a remodelação óssea subcondral. Com a
instalação lenta e progressiva da doença os sintomas de dor articular, rigidez,
limitação de movimento, crepitação, edema e graus variáveis de inflamação surgem
de maneira
insindiosa. Os pacientes com alterações degenerativas das articulações das mãos,
pés, coluna, quadril e/ou joelhos freqüente são encaminhados à hidroterapia devido
aos benefícios da flutuação como: auxilio ao movimento, sustentação da articulação
para possibilitar o movimento livre e, finalmente, a resistência ao movimento. Na
osteoartrite também ocorrem deformidades articulares que levam a desequilíbrios
compensatórios em outras articulações e músculos (p.ex:. o encurtamento
aparente de uma perna causada por uma deformidade da articulação coxofemoral
em flexão, adução e rotação lateral pode levar à uma alteração escoliótica lombar
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compensatória). Portanto, o objetivo no tratamento da osteoartrite visa o alívio da


dor e espasmos musculares, o fortalecimento dos músculos periarticulares, a
mobilização de outras articulações envolvidas, o aumento da amplitude de
movimento da articulação afetada e melhora do padrão da marcha.

Unidade X - Patologias Reumáticas

10.1 Espondilite Ancilosante

As síndromes espondilíticas ou espondiloartropatias soronegativas


correspondem a um grupo de enfermidades que compartilham desordens
multissistêmicas. Além de envolvimentos osteoartículo-musculares, como o processo
inflamatório da coluna vertebral, das articulações periféricas e dos tecidos
periarticulares (em especial as ênteses), ainda ocorrem manifestações extra-
articulares como a uveíte anterior, lesões mucocutâneas, fibrose pulmonar,
anormalidades do arco aórtico e distúrbios de condução. São consideradas
espondiloatropatias: a espondilite anquilosante, a síndrome de Reiter e outras
artrites reativas como a artropatia psoriática, a enteroartropatia, a síndrome SAPHO
(sinovite, acne, pustulose, hiperostose e osteomielite), entre outras.
O processo de tais doenças desencadeia desvios posturais (flexão de tronco),
fibrose e ossificação das cápsulas articulares e tecidos moles periarticulares e,
também, diminuição da capacidade pulmonar (doenças restritivas). A hidroterapia
pode atuar na correção postural e coordenação da respiração diafragmática, assim
como a redução da dor, do espasmo muscular e manutenção da mobilidade das
articulações da cintura escapular, coluna cervical, torácica, lombar e quadris.

10.2 Fibromialgia

É uma síndrome dolorosa caracterizada por dor difusa, com envolvimento


crônico de múltiplos músculos. Os pacientes apresentam vários sintomas como dor
muscular difusa, pontos dolorosos, dor articular, rigidez matinal, cefáleia, parestesia,
formigamento, ansiedade, cãibras, depressão, irritação, alterações de memória,
alteração da concentração, fadiga, insônia, sono não restaurador,
nistagmo, sensação de edema e intolerância ao calor e frio. De difícil tratamento, a
fibromialgia tem sido um desafio profissional para muitos pesquisadores e clínicos.
Poucas modalidades de tratamento tiveram sucesso para controlar os sintomas.
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Os pacientes necessitam de múltiplas abordagens terapêuticas, como


associação de farmacoterápicos (analgésicos, antidepressivos etc.), fisioterapia,
hidroterapia, acupuntura, psicoterapia e mudança do estilo de vida, para que haja a
recuperação da atividade funcional e de trabalho, melhora da saúde mental, do
distúrbio do sono, das alterações de humor e da fadiga.
A reabilitação aquática oferece tratamento para melhorar o condicionamento
físico geral, alívio da dor, melhora dos padrões do sono através de esforço físico,
relaxamento e melhora postural. O relaxamento obtido a partir do exercício e o
suporte fornecido pela água melhoram os sintomas de dor e rigidez. Tal tratamento
exige um compromisso em longo prazo, supervisionado dentro de um programa de
reabilitação

10.3 Artrites Reumatóides

A artrite reumatóide (AR) é uma doença auto-imune de etiologia


desconhecida, caracterizada por poliartrite simétrica, que leva à deformidade e à
destruição das articulações em virtude da erosão óssea e da cartilagem. Em geral a
AR acomete duas vezes mais as mulheres que os homens, atingindo grandes e
pequenas articulações em associação com manifestações sistêmicas como: rigidez
matinal, fadiga, perda de peso e incapacidade para a realização de suas atividades
tanto na vida diária como profissionais).
Os objetivos da hidroterapia nesta doença seriam: alívio da dor e do espasmo
muscular, manutenção ou restauração da força muscular em torno das articulações
dolorosas, redução de deformidades e aumento da amplitude de movimentação em
todas as articulações afetadas, restauração da confiança e reeducação da função
perdida.

Unidade XI - Patologias Obstétricas e Ginecológicas

11.1 No pré e pós-parto

11.1.1 Objetivo Geral

Os principais efeitos da prática de atividade física sobre o corpo da gestante


incluem o alívio da sintomatologia dolorosa, como as lombalgias; a melhora da
circulação de retorno, tanto linfática quanto venosa, auxiliando na redução dos
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edemas da gravidez; promove uma reeducação postural, já que a gestação altera a


posição do centro de gravidade da mulher; melhora o tônus muscular e promove um
maior relaxamento; melhora a função intestinal, pois a constipação é uma queixa
comum entre as gestantes; melhora o condicionamento do aparelho
cardiorrespiratório; facilita o trabalho de parto, tornando-o mais efetivo e menos
doloroso; promove uma recuperação mais rápida do parto, além de aumentar a auto-
estima da gestante, proporcionando um bem-estar físico e emocional.

11.1.2 Objetivo Específico

• Alongamento muscular;
• Fortalecimento de grupos musculares específicos;
• Relaxamento;
• Exercícios respiratórios;
• Reeducação postural.

11.2 Técnica

Começa com uma caminhada dentro da piscina, que dura em média 5


minutos, e alongamento dos grupamentos musculares, completando assim 10 a 15
minutos de aquecimento; depois são realizados os exercícios direcionados ao
fortalecimento de grupos musculares específicos, além de exercícios respiratórios e
de reeducação postural. Essa segunda etapa dura em média 35 minutos. Ao final da
sessão, deve ser feito também um relaxamento, que tem o objetivo de promover a
estabilização das freqüências cardíaca e respiratória, além de relaxar as
musculaturas ainda sob alguma tensão, durando cerca de 10 minutos.
São utilizados alguns materiais como pranchas de natação, bolas, halteres
próprios para a água, bastões, flutuadores de várias formas.
Cada sessão tem uma duração de 45 a 60 minutos, não devendo ultrapassar 1 hora,
evitando-se assim a fadiga da grávida.

11.3 Indicações

• Ginecologia e Obstetrícia - Pré e pós parto, gestantes.


• Contra Indicações
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• Febre acima de 38 º;
• Traumas recentes em músculos e ligamentos;
• Tendência para labirintitis, hiper sensibilidade no canal auditivo;
• Incontinência intestinal e da bexiga;
• Feridas abertas;
• Doença contagiosa através da água e do ar;
• Hiper sensibilidade a produtos químicos utilizados na manutenção da água da
piscina;
• Infecção grave no sistema gênito urinário;
• Serio comprometimento do sistema cardiovascular.

Se a gestante vivenciar qualquer sensação desconfortável durante ou após os


exercícios, deve parar imediatamente a atividade e informar ao fisioterapeuta
responsável pelas sessões bem como ao seu médico. Os sinais e sintomas de alerta
incluem, entre outras condições a critério médico: taquicardia, tonturas, cefaléia,
contrações uterinas, sangramentos vaginais, vazamento de líquido amniótico,
náuseas, falta de ar, dor lombar e/ou pélvica, diminuição dos movimentos fetais,
edema súbito de tornozelos, punhos ou face, e ganho ponderal insuficiente ou perda
de peso.
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REFRÊNCIAS

http://www.aquabrasil.info/hidroterapia.shtml

http://www.fisiovale.com.br/hidroterapia.html

http://www.pucrs.br/reabilitacao/fisio-aqua.php

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