Clínica Médica 01 - Síndrome Ictérica
Clínica Médica 01 - Síndrome Ictérica
Clínica Médica 01 - Síndrome Ictérica
Paciente homem, jovem, com icterícia pelo predomínio de BI, sem alterações em outros
exames
Síndrome de Gilbert
VALOR DE REFERÊNCIA BT: até 2-2,5
Formação da bilirrubina
Hemoglobina = HEME + GLOBINA
o Heme: protoporfirina IX e Ferro
Protoporfirina – biliverdina – bilirrubina indireta – bilirrubina direta
BI não consegue ser excretada via renal, sofre conjugação no hepatócito
transformando-se em BD
BD é hidrossolúvel (eliminada na urina e nas fezes), vira nas fezes estercobilina
dando a cor característica das fezes
o Globina: haptoglobina (raptoglobina) rapta a globina
Aumento de BI
Hemólise
o Palidez, anemia, LDH, reticulocitose, QUEDA da haptoglobina
Distúrbios da conjugação (METABOLISMO)
o Icterícia e MAIS NADA, sem anemia
Hemólise
Tema mais comumente cobrado em aula de anemia – clínica mais importante
Distúrbios do metabolismo
Aumento de BI (problemas na conjugação)
o Gilbert – do bem
Paciente tem a glucoronil transferase e é preguiçosa
8% das pessoas do mundo
BT < 4
Precipitado: jejum, estresse, álcool, exercício...
Melhora: fenobarbital, dieta hipercalórica
o Crigler-Najjar – do mal
Glucoronil transferase é deficiente ou ausente
Pode matar o paciente
I – TOTAL (BT 18-45) – kernicterus – transplante
II – parcial (BT 6-25) – fenobarbital
BD (problemas na excreção) + RARAS, são benignas
o Dubin-Johnson
o Rotor
Hepatites
AGUDA
o < 6 meses
o É o principal causa de icterícia das hepatites
CRÔNICA
o > 6 meses
o Vírus C (de crônica) cronifica muito pois o vírus é muito pouco imunogênico - NUNCA FAZ A
FORMA FULMINANTE
FULMINANTE
o Encefalopatia em < 8 semanas
A resposta imune que determina o quadro clínico – mais imunidade mais lesão hepática
Hepatite viral aguda (toda essa história natural tem que durar < 6 meses, se não é uma hepatite crônica)
Incubação - Contato com o vírus a princípio não causa nada
o Hep A (4 semanas), E (5-6 semanas), C (7 semanas), B-D: 8-12 semanas
Fase prodrômica - Quando se produz anticorpos que as manifestações aparecem
o Dias a semanas
Fase ictérica
o Dias a semanas
o Somente 30 – 40% das pessoas
Fase de convalescência
Complicações
o Colestase (A)
o Fulminante (B)
o Recorrente
o Crônica (B/C)
o Autoimune (B/C)
Características gerais
Leucopenia com linfocitose (característica de infecções virais)
Necrose periportal - primeiro local que o sangue entra em contato com o hepatócito é o local com
mais lesão - corrobora com a hipótese que a lesão é imune e não viral OU
Necrose em ponte – necrose do espaço porta até a veia centrolobular
A hepatite alcóolica/ medicamentosa ocorre necrose centrolobular – nessa região existem mais
células com citocromo p450 – realizam metabolismo de toxinas
Isquêmica, congestiva – culmina com necrose centrolobular
Hepatite B
Marcadores sorológicos
É um DNA-HBV
HBsAg – anti-HBs
HBcAg – Anti-HBc marcador de contato
HBeAg (secretado quando se prolifera, ou seja, marcador de proliferação) - anti-HBe
Evolução natural
o Contato – HBsAg
o Anti-HBc IgM – marca o início prodrômica
o Fase ictérica (30%)
o Se o anti-HBs surgir o paciente melhora
o Convalescência ou cronificação
o 95% das vezes a cura é obtida
o Evolução ruim
Hepatite fulminante – 1% dos casos, é um vírus muito imunogênico
Cronificação: quanto mais novo (RN – 90%) maior o risco de cronificação
o Outros achados
PAN (vasculite)
GN membranosa
Gianotti-Crosti (lesão papular eritematosa e não pruriginosa)
Dos infectados pelo vírus B 1-5% cronifica, dos que cronificam 20-50% evoluem com cirrose e
desses com cirrose 10% evoluem com Ca hepatocelular, contudo, no vírus B o paciente pode evoluir
diretamente para Ca sem ter cirrose
Hep B fulminante – tratamento com antivirais
Possibilidade 1 Possibilidade 2
HBsAg (+) = tem hepatite B, não sei se é aguda ou HBsAg (-) = NÃO TEM HBV, pode ser janela
crônica
Possibilidade 1 Possibilidade 2
Anti-HBc (total) - = nunca teve HBV Anti-HBc (total) + = teve contato com o vírus
IgM + = hepatite aguda
IgM - = hepatite B antiga (não sei se curou ou
cronificou)
3º passo
Anti-HBs (+) = CURA
Anti-HBs (-) = TEVE e ainda tem... (HBV)
Mutante pré-core
Falha na síntese de HBeAg
HBsAg (+) / aumento das transaminases com HBeAg (-), é um paradoxo, lesão hepática com
teoricamente pouco HBeAg
Mais risco: fulminante, cirrose, câncer
Transmissão do vírus B
Sexual é a mais importante na prática
Vertical (+) comum na prova
o Via de parto é OBSTÉTRICA
o PODE MANTER ALEITAMENTO
o Sempre: vacina + imunoglobulina
o Mãe: preescrever tenofovir (HBeAG + ou aumento de transaminases ou DNA viral
aumentado)
Percutânea
Profilaxia
Vacina: 3 doses – UNIVERSAL
Esquemas especiais: imunodeprimido, IRC, TX – quatro doses duplas
P/ profissionais de saúde dosas anti-HBs
Anti-HBs (-) após 3 doses - < 2m – revacinar; > 2 meses fazer um booster
Pós exposição
Infecção perinatal
Vitímas sexuais/acidentes biológicos: (não vacinados fazem imunoglobulina, com anticorpo pode só
observar
Imunodeprimido exposto: sempre faz imunoglobulina
Hepatite D
Co-infecção - “D” e “B” AGUDAS - NÃO AUMENTA O RISCO DE CRONICIDADE
Super-infecção - B já cronica, e faz uma D superposta – aumenta o risco de hepatite fulminante/
cirrose
Áreas endêmicas - mediterrâneo e bacia amazônica
Associados com anti-LKM3
Como previnir a D – vacinar p/ Hep B
Hepatite A
História natural
o Incubação: maior viremia, maior transmissibilidade
o Prodrômica: começa com a detecção do IgM anti-HAV, com o surgimento do Ig anti-HAV o
paciente torna-se imune para o resto da vida, IgG NÃO DÁ DIAGNÓSTICO, MOSTRA
IMUNIDADE
o Ictérica: durante a fase ictérica o paciente ISOLAR O PACIENTE POR 7-15 dias após icterícia
o Convalescência
Tratamento
o SUPORTE
Profilaxia pré/pós exposição
o < 1 ano: imunoglobulina
Imunoglobulina de 6-12 meses atrapalha o calendário vacinal, então hoje nessa
idade na pré-exposição pode se considerar a vacina, mas essa dose não conta p/ o
calendário vacinal (igual sarampo)
o > 1 ano: vacina 12 e 18 meses (MS: 1 dose é com 15 meses)
o A vacina consegue ser usada como pós exposição
Hepatite E
EM GRÁVIDAS EXISTE UM RISCO MUITO ELEVADO DE HEP FULMINANTE (20%)
Hepatite C
Não dá muita clínica na fase aguda – cronifica muito 80-90%
Principal meio de transmissão é parenteral (drogas endovenosas)
Quando descobre se trata!!!! CONSEGUE CURAR BASTANTE
Vasculite: crioglobulinemia
Glomeropatia: GN mesangiocapilar
Lesão cutânea: líquen plano e porfiria
Associado com anti-LKM1 (mesmo das hepatites autoimunes)
Hiperbilirrubinemia indireta
Com anemia: HEMÓLISE
Sem anemia: disturbios do metabolismo (jovem: Gilbert, RN: Crigler-Najjar)
Hiperbilirrubinemia direta
Aumento de TGO/TGP: hepatite (história + sorologia)
FA e GGT: colestase (US de abdome) - determinar o nível da colestase
Enzimas Ok: Dubin-Johnson/ Rotor