Apostila Disbiose

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Ensino à Distância

Apostila Curso Disbiose, Detoxificação e


Dietoterapia nas Desordens Estéticas

Apostila Curso Disbiose, Detoxificação e Dietoterapia


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Anatomia do Sistema Gastrointestinal

Anatomia do Sistema Gastrointestinal

O sistema gastrintestinal, também chamado de sistema alimentar, trato


digestório ou gastrointestinal seria um sistema com funções mais complexas do que
simplesmente relacionado com a digestão. Seria um canal muscular, revestido por uma
túnica mucosa, que se estende dos lábios até o orifício anal e que apresenta, em níveis
sucessivos, uma série de estruturas acessórias, dentais, glandulares e musculares, para
a ingestão mastigação, transporte, digestão e absorção de matéria alimentícia de
qualquer espécie e para a eliminação de resíduos não absorvidos.
Além das funções descritas acima, o trato gastrointestinal (TGI) desempenharia
outras funções fundamentais, participando para o bom funcionamento do sistema
imunológico, para o processo de detoxificação do organismo e para a síntese de
hormônios e de neurotransmissores.

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Do ponto de vista anatômico, o “tubo digestivo” pode ser compreendido e
estudado como sendo “(...) um longo tubo de pouco mais de 10 metros, muito
irregular, apresentando porções mais dilatadas e outras mais estreitadas e aberto nas
duas extremidades”. Este canal ou tubo apresenta diversos segmentos que
sucessivamente são designados por boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado
e intestino grosso.
Além disso, neste tubo se abrem os ductos das glândulas anexas ou “órgãos
anexos”, através dos quais são secretadas as enzimas digestivas. Os órgãos anexos
compreendem as glândulas salivares maiores (parótida, submandibular e sublingual) e
as menores, o fígado e o pâncreas.
Ao introduzirmos o alimento na boca, tem-se o início do processo de
mastigação, empreendido pelos 32 dentes, que são encontrados no homem adulto. Os
dentes têm a função de cortar, dilacerar, esmagar e moer o alimento ingerido. São
auxiliados pela língua que desempenha funções importantes, já que participa na
movimentação do alimento dentro da boca, o que favorece a ação mecânica dos
dentes, além de misturar a saliva com o alimento e participar na deglutição destes para
a faringe, que é um tubo músculo-mucoso vertical, que conduz os alimentos em direção
ao esôfago.

Esôfago

Esôfago, por sua vez, é um tubo muscular (com aproximadamente 25 cm de


comprimento) com um diâmetro médio de dois cm que se estende da faringe até o
estômago, e que permite que o alimento deglutido seja ingerido pelo estômago.

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Estômago

Na maioria das pessoas a forma do estômago assemelha-se à letra J; contudo, a


forma e a posição do estômago variam em pessoas diferentes e mesmo no próprio
indivíduo por causa dos movimentos do diafragma durante a respiração, dos conteúdos
do estômago e da posição da pessoa.
Sua capacidade média varia de aproximadamente 30ml ao nascimento,
aumentando para 1000ml na puberdade e aproximadamente 1.500ml nos adultos. O
estômago apresenta dois orifícios, um de entrada denominado “óstio cardíaco” ou
cárdia localizado profundamente “à articulação esternocostal da 7ª costela esquerda”.
E, o “óstio pilórico”, que significa porteiro em grego, e que “constitui um verdadeiro
esfíncter para a saída das substâncias alimentares”.
Pode-se afirmar que o processo de digestão, que é o desdobramento das
substâncias alimentares em suas moléculas mais simples, se realiza no estômago e na
primeira porção do intestino delgado.

Intestino
Delgado

Os intestinos são a continuação do tubo digestivo a partir do estômago e consiste


em duodeno, jejuno e íleo que se estende “do piloro até a junção ileocecal onde o íleo
une-se ao ceco. Seu comprimento médio nos adultos vivos talvez seja de
aproximadamente 5 m.

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O duodeno mede de 20 a 25 cm de comprimento (12 polegadas, daí o nome) e é
uma estrutura que além de participar ativamente no processo da digestão dos
alimentos, é a sede principal da absorção das partículas que se encontram em
condições de passar a integrar a economia orgânica.
Na parte descendente do duodeno, é importante citar a existência da “papila
maior do duodeno”, onde desemboca o “ducto colédoco”, que vem do fígado e o
“ducto pancreático (ou canal de Wirsung)” que provêm do pâncreas, junto com o
“ducto pancreático acessório” que desemboca na “papila menor do duodeno, situada
logo acima. Descreve-se que o “jejuno começa na flexura duodenojejunal e o íleo
termina na junção ileocecal – a união da parte terminal do íleo e o ceco”.
O jejuno tem “diâmetro de aproximadamente 4 cm, possui paredes espessas,
mais vermelhas e mais vasculares. Suas pregas mucosas circulares são grandes e
freqüentes e suas vilosidades, maiores. Folículos linfáticos agregados são quase
ausentes da parte proximal (superior) do jejuno; distalmente, eles ainda são em menor
número e menores do que no íleo.
Já o íleo possui um diâmetro de 3,5 cm; sua parede é mais fina do que no jejuno.
Umas poucas pregas circulares ocorrem proximalmente, mas estas são pequenas e
desaparecem quase que inteiramente na sua porção distal.

Intestino
Grosso

Em sua porção distal, o íleo desemboca perpendicularmente no intestino grosso


num orifício que recebe o nome de óstio ileocecal. Este é guarnecido por duas pregas
mucosas (superior e inferior) que impedem até certo ponto o retorno do bolo alimentar
do intestino grosso, e que formam a valva ileocecal.

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A disposição do intestino grosso no abdômen poderia ser definida como a de uma
moldura, que contorna o intestino delgado. Este órgão pode ser dividido em partes que
seriam: o ceco; o apêndice; os colos ascendente, transverso, descendente e sigmóide; o
reto; e o canal anal. Vale ressaltar a presença no ceco do apêndice vermiforme (do lat.
vermis, em forma de verme), que é um divertículo cego do intestino (6-10cm de
comprimento).
Além de constituir uma barreira para impedir que os ácidos formados nas fezes
ataquem a parede intestinal. Este muco mantém um pH alcalino de 8,0, pois, contêm
bicarbonato de sódio, que é secretado por algumas células epiteliais não-secretoras de
muco.

Órgãos anexos ao aparelho digestivo

Fígado

O fígado é a maior glândula do organismo, e, também, a mais volumosa víscera


abdominal. Pesa cerca de 1.500 g. Além das inúmeras e fundamentais atividades
metabólicas que desempenha, como a função antitóxica e a produção dos fatores de
coagulação sanguínea, o fígado armazena glicogênio e secreta a bile. E, em menor
escala, armazena ferro, cobre e vitaminas.
A bile é uma secreção verde amarelada e é imprescindível para a saponificação
(digestão) das gorduras. A vesícula biliar armazena e concentra a bile, reabsorvendo
água e sais. Esta enzima hepática é constantemente produzida pelo fígado. Quando
gorduras entram no duodeno, a bile é drenada através dos ductos císticos e do ducto
colédoco para o duodeno.
Em relação à circulação sanguínea hepática, vale salientar o seguinte, que a artéria
hepática própria se bifurca em ramo direito (hepática direita) e ramo esquerdo
(hepática esquerda). Através destes ramos, o fígado recebe sangue arterial que nutre

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suas células, desempenhando uma função trófica. Além disso, temos a Veia porta, que
leva ao fígado sangue venoso proveniente do baço, estômago e intestinos.

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula de secreção mista (anfícrina), ou seja, de secreção


exócrina e endócrina. Ele pode ser considerado uma glândula exócrina pela secreção do
suco pancreático, que é despejado na porção descendente do duodeno e que participa
nos processos digestivos. E uma glândula endócrina, por apresentar as ilhotas
pancreáticas, que são agrupamentos celulares fartamente vascularizados, que secretam
um produto hormonal principal, que é a insulina, e outro secundário denominado
glucagon. Estes hormônios são secretados diretamente na corrente sanguínea. O suco
pancreático é levado ao duodeno por dois ductos.
O principal é denominado “ducto pancreático” ou conduto de Wirsung que
desemboca numa dilatação, onde também se abre o ducto colédoco na ampola
hepatopancreática (ampola de Vater). O outro, secundário, é o ducto pancreático
acessório ou conduto de Santorini. Comumente, o ducto pancreático acessório liga-se
ao ducto pancreático, servindo como garantia para a drenagem do suco pancreático no
duodeno.

Características anatômicas da parede gastrintestinal


Em relação às características da parede gastrintestinal, retrata-se que: Em um
corte transversal típico da parede intestinal, incluindo as seguintes camadas, de fora
para dentro: (1) a serosa, (2) uma camada muscular longitudinal, (3) uma camada
muscular circular, (4) a submucosa, e (5) a mucosa. Além disso, feixes esparsos de fibras
de músculos lisos, a muscular da mucosa, encontram-se nas camadas mais profundas
da mucosa.

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Barreira mucosa intestinal e superfície de absorção
Em relação à camada submucosa, é importante citar que nos primeiros
centímetros de duodeno encontramos um grande número de glândulas mucosas
compostas, que são as glândulas de Brunner, e que secretam grandes quantidades de
muco alcalino. Este muco tem a função de proteger a parede duodenal da digestão pelo
suco gástrico e de neutralizar o ácido clorídrico. Além das funções de proteção contra a
corrosão da mucosa intestinal, seja em relação ao quimo ácido do estômago, seja em
relação aos produtos da fermentação bacteriana.
O muco normal, que é rico em glicoproteínas e que recobre os microvilos é
elaborado pelos enterócitos tem a função, também, de proteção da mucosa através de
diversos mecanismos como o processamento de macromoléculas, da difusão de
moléculas estranhas, da modificação e/ou apresentação do conteúdo luminal às células
absortivas devido as suas atividades enzimáticas e ao bloqueio dos sítios receptores
para as bactérias e os vírus.
Já em relação à mucosa deste órgão, podemos identificar dois tipos de
saliências: as pregas circulares e as vilosidades intestinais. As pregas circulares ou
válvulas coniventes, que são pregas transversas, paralelas e permanentes, que fazem
saliências como círculos, elevando a mucosa, em toda a extensão do intestino delgado.
Estas pregas teriam a função de retardar a passagem dos conteúdos e de aumentar a
superfície de absorção. Estas válvulas coniventes (ou pregas de Kerckring), aumentam a
área superficial da mucosa absortiva em até três vezes.
Além das pregas circulares temos as saliências denominadas de vilosidades
intestinais, que são processos altamente vasculares, quase visíveis a olho nu, e que se
projetam a partir de toda a túnica mucosa do intestino, conferindo a esta um aspecto
“aveludado”. Estas estruturas aumentam a área absortiva total em mais de dez vezes, o
que favorece a secreção glandular e a absorção dos nutrientes.
Nas vilosidades encontramos uma célula epitelial caracterizada por uma borda
em escova, consistindo em até 1.000 microvilosidades com um micrômetro de
comprimento e 0,1 micrômetro de diâmetro, projetando-se na luz intestinal. Estas

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microvilosidades presentes nas vilosidades aumentam a área superficial exposta aos
materiais intestinais em pelo menos mais 20 vezes.
Entre as vilosidades intestinais encontramos as criptas de Lieberkühn que são
glândulas intestinais. Tanto a superfície das criptas quanto das vilosidades, são
formadas por um epitélio característico, constituído por dois tipos de células: (1) um
número moderado de células caliciformes, que secretam muco que lubrifica e protege
as superfícies intestinais, e (2) um grande número de enterócitos, que, nas criptas,
secretam grandes quantidades de água e eletrólitos e, sobre as superfícies das
vilosidades adjacentes, absorvem água, eletrólitos e produtos finais da digestão.
Ainda em relação à túnica mucosa, que é o nome dado por Gray para a camada
mucosa, este nos informa que esta possui três lâminas: (1) a lâmina muscular da
mucosa; (2) internamente a esta temos a lâmina própria e a (3) membrana basilar que é
interna a lâmina própria.
Na lâmina própria encontramos um tecido de conexão que contêm os
fibroblastos e as fibras do tecido conectivo, linfócitos (Placas de Peyer), eosinófilos,
macrófagos, mastócitos, plasmócitos, capilares, vasos linfáticos e fibras nervosas
amielínicas.

O papel da saliva

Em relação a saliva, podemos dizer que esta contém dois tipos principais de
secreções protéicas: (1) uma secreção serosa, que contém a enzima ptialina (uma i-
amilase), que vai dar início a digestão dos amidos, e (2) secreção mucosa, contendo

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mucina para a lubrificação e proteção das superfícies. Esta enzima tem um pH entre 6,0
e 7,0, uma faixa favorável à ação digestiva da ptialina.
Além disso, desempenha um papel muito importante para a manutenção da
saúde bucal, seja lavando a boca das bactérias patogênicas, bem como das partículas de
alimentos, que servem de alimento para estas; seja por conter fatores bactericidas
como os “íons tiocianato” e diversas “enzimas proteolíticas” como a “lisozima”. Além
de quantidades significativas de anticorpos protéicos que podem destruir bactérias
orais.

A importância da mastigação para o processo digestivo


A mastigação tem a sua importância por permitir que o alimento seja misturado
com a saliva e sofra a sua ação enzimática, além de favorecer a deglutição, mas,
também, por uma outra razão muito simples: as enzimas digestivas só agem nas
superfícies das partículas de alimentos; conseqüentemente, uma digestão adequada
depende essencialmente da área de superfície exposta às secreções digestivas.
Isto é especialmente importante quando se trata da digestão de alimentos como
as frutas e os vegetais crus, já que estes possuem membranas de celulose indigeríveis.
Depois de ser devidamente triturado e misturado à saliva na boca, o alimento é
deglutido através da Faringe, pelo esôfago até o estômago.

A etapa da digestão estomacal


Quando o alimento chega no estômago, o bolo alimentar vai encontrar um
ambiente preparado para aprofundar o processo de transformação deste em nutrientes
aproveitáveis pelo organismo. Novamente, pode-se repetir a resposta autonômica
descrita em relação à salivação na boca. No caso do estômago, este processo é
chamado de fase cefálica da secreção gástrica e ocorre antes do alimento entrar no
estômago, seja por vermos, cheirarmos ou simplesmente por lembrarmos de comida.
Esta fase, que é a primeira de três, é responsável por “cerca de 20%” das
secreções deste órgão a cada refeição. As outras duas fases são: a “fase gástrica”, que
ocorre quando o alimento “entra no estômago” e que corresponde por cerca de 70% da
secreção gástrica total, (algo em torno de “1.500ml” por dia). Vale frisar que o gasto

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calórico do corpo é bastante elevado para produzir um litro de suco gástrico são
necessárias mais de 1.500 calorias de energia.
O tempo em que o alimento permanece no estômago, sofrendo ação das
enzimas digestivas bem como dos “movimentos de mistura”, é de cerca de 1 hora. O
suco gástrico tem na pepsina sua enzima principal, com sua ação proteolítica,
especialmente sobre a proteína colágeno, que é pouco afetada por outras enzimas
digestivas. Esta enzima é ativa em meio altamente ácido, sendo que o seu pH ideal de
atuação é em torno de 1,8 a 3,5.
A criação do ambiente ácido é responsabilidade do ácido clorídrico, que
colabora para criar um ambiente inóspito para muitos microorganismos patogênicos e
parasitas. Além disso, participa de forma discreta na digestão das proteínas. Vale frisar
que as mesmas células que liberam o ácido clorídrico, liberam o fator intrínseco, que
será essencial para a absorção de vitamina B12 no íleo. “Freqüentemente na gastrite
crônica”, o paciente desenvolve “acloridria (ausência da secreção de ácido estomacal)”,
e anemia perniciosa, porque a maturação das hemácias não se dá na ausência de
estimulação da medula óssea por vitamina B12.
A mucosa estomacal precisa de proteção contra a ação corrosiva do ácido
clorídrico, e as células da mucosa deste secretam um tipo de “muco” viscoso que tem
esta função, além de secretarem o “hormônio gastrina", que estimula a liberação de
ácido clorídrico, através da liberação de histamina que age diretamente nas glândulas
produtoras deste ácido.

A digestão e absorção no intestino delgado


Depois de muito bem misturado pelo suco gástrico o bolo alimentar passa
lentamente através do esfíncter pilórico para o duodeno. No duodeno esta mistura
recebe o nome de “quimo”. A velocidade com que se esvazia o estômago não
ultrapassa a capacidade de digestão e absorção do intestino delgado.
A presença de quimo no duodeno gera uma série de respostas hormonais,
químicas e nervosas que vão estimular a liberação de enzimas digestivas pelo intestino
delgado, pâncreas e vesícula biliar. Estas secreções vão ser liberadas através do ducto
pancreático e ducto hepático, respectivamente. Habitualmente o ducto pancreático se

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une ao ducto hepático, imediatamente antes de esvaziar-se no duodeno, através da
papila de Vater, que é circundada pelo “esfíncter de Oddi”.
Em relação à regulação da secreção do intestino delgado, temos que os
estímulos locais, especialmente, os reflexos desencadeados por estímulos táteis ou
irritantes do quimo sobre os intestinos, conhecidos como reflexos nervosos entéricos
locais, são os mais importantes para a regulação do mesmo.
Sobre as secreções intestinais, já descrevemos anteriormente que as glândulas
de Brunner secretam um muco protetor, assim como algumas células das “criptas de
Lieberkühn”. Além disso, os enterócitos secretam grandes quantidades de água e
eletrólitos, numa taxa aproximada de 1.800 ml/dia. Estas secreções são semelhantes ao
líquido extracelular e têm um pH ligeiramente alcalino, na faixa de 7,0 a 8,0 e
proporcionam um veículo aquoso para absorção de substâncias do quimo, sendo
rapidamente absorvidas pelas vilosidades intestinais.
Desta forma, o intestino cumpre com a sua função primordial que é a de
absorver nutrientes e seus produtos digestivos para o sangue. As secreções intestinais
não contêm enzimas, entretanto, os enterócitos presentes nas vilosidades contêm de
fato enzimas digestivas que digerem substâncias alimentares específicas enquanto eles
estão sendo absorvidos através do epitélio intestinal. Estas enzimas são formadas por
diversas peptidases para a hidrólise de pequenos peptídeos e aminoácidos.
Outras quatro enzimas – sucrase, maltase, isomaltase, e lactase – para a
hidrólise de dissacarídeos e monossacarídeos, e pequenas quantidades de lípase
intestinal para clivagem de gorduras neutras em glicerol e ácidos graxos.

A absorção dos carboidratos, proteínas e gorduras


Praticamente todos os carboidratos nos alimentos são absorvidos sob a forma
de monossacarídeos. Sendo que o mais abundante é a glicose, normalmente
responsável por mais de 80% das calorias absorvidas sob a forma de carboidratos. As
proteínas, por sua vez, são absorvidas sob a forma de dipeptídeos, tripeptídeos e alguns
aminoácidos livres. Neste sentido, vale ressaltar que mais de 99% dos produtos finais
da digestão das proteínas absorvidos são aminoácidos; raramente peptídeos e ainda
mais raramente proteínas inteiras são absorvidas. Mesmo essas raríssimas moléculas

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de proteínas absorvidas podem, por vezes, causar sérios distúrbios alérgicos ou
imunológicos.
Já as gorduras são digeridas formando monoglicerídeos e ácidos graxos livres e
são absorvidos com o auxílio das “micelas de sais biliares” que desempenham uma
função fundamental como carreadoras dos monoglicerídeos e ácidos graxos livres para
as células de borda em escova das vilosidades. Se as micelas estão presentes em
abundância, 97% da gordura é absorvida; na ausência delas, a absorção é de apenas 40
a 50%.

Fatores Hormonais

A absorção, ou mesmo a presença de alimento no trato gastrintestinal, contribui


para modulação do apetite e para regulação de energia. O trato gastrintestinal possui
diferentes tipos de células secretoras de peptídeos que, combinados a outros sinais,
regulam o processo digestivo e atuam no sistema nervoso central para a regulação da
fome e da saciedade. A sinalização ocorre por meio dos nervos periféricos (como pelas
fibras vagais aferentes) e por meio de receptores.
No inicio dos anos 1970, descobriu-se que a CCK, um peptídeo intestinal, atuava
na promoção da saciedade. Evidências demonstram que a saciedade prandial é
atribuída predominantemente à ação da CCK que é liberada pelas células I do trato
gastrintestinal, em resposta à presença de gordura e proteína. A CCK, além de inibir a
ingestão alimentar, também induz a secreção pancreática, a secreção biliar e a
contração vesicular.
Outro inibidor da ingestão alimentar é o peptídeo YY, ou PYY. Este peptídeo é
expresso pelas células da mucosa intestinal, e sugere-se que a regulação é neural, já
que seus níveis plasmáticos aumentam quase que imediatamente após a ingestão
alimentar. Obesos apresentam menor elevação dos níveis de PYY pós-prandial,
especialmente em refeições noturnas, levando a uma ingestão calórica maior.
A oxintomodulina (OXM) foi recentemente identificada como um supressor da
ingestão alimentar a curto prazo. Este peptídeo é secretado na porção distal do
intestino e parece agir diretamente nos centros hipotalâmicos para diminuir o apetite,

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diminuir a ingestão calórica e diminuir os níveis séricos de grelina. A OXM atua
principalmente em condições especiais, tais como após cirurgia bariátrica.
A grelina é secretada por células A/X da mucosa gástrica e é um dos mais
importantes sinalizadores para o início da ingestão alimentar. Sua concentração
mantém-se alta nos períodos de jejum e nos períodos que antecedem as refeições,
caindo imediatamente após a alimentação, o que também sugere um controle neural. A
grelina, além de aumentar o apetite, também estimula as secreções digestivas e a
motilidade gástrica.
A infusão de grelina exógena pode aumentar a ingestão alimentar em 30% por
suprimir a saciedade pós-prandial. Em ratos, o PYY parece diminuir a ingestão alimentar
em 40% e diminuir a concentração de grelina. O aumento da concentração de grelina
diminui a ação da leptina, e vice-versa.

A serotonina e a melatonina têm uma relação de alternância. A primeira


predomina quando o cérebro se encontra em estado de alerta e a segunda nos
períodos de sono. O que não se sabia até recentemente é que ambas são secretadas
pelas glândulas dos intestinos, e não apenas pela pineal. Esta dupla dinâmica aumenta
a qualidade do sono, a sensação de bem-estar, o otimismo, o bom humor, a capacidade
de atenção e de raciocínio. Os pensamentos ficam mais leves e a vida mais prazerosa.

As primeiras evidências desse fato vieram das pesquisas do Dr. Michael D.


Gershon, autor do livro O Segundo Cérebro (editora Campus) que revelaram dois
fenômenos importantíssimos:

As paredes dos intestinos, estimuladas pela fricção das fibras alimentares,


secretam a serotonina.

A serotonina secretada pelos intestinos é o fator de controle do peristaltismo


que, em cadências regulares, movimenta o bolo alimentar e as fezes ao longo
do trato gastrintestinal.

As paredes do trato gastrintestinal são recobertas por uma rede de neurônios


diretamente responsáveis pela coordenação de todas as funções digestivas que,
embora estejam conectados ao sistema nervoso central, têm total autonomia
sobre todas as etapas do processo digestivo.

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Microbiota Gastrointestinal e Disbiose intestinal

Flora normal do corpo humano ou microbiota

O ser humano normal apresenta uma flora de microrganismos muitas vezes


mais numerosa do que o número de células que possui, convivendo com esta, na maior
parte dos momentos, de forma harmônica. Esta microbiota distribui-se pelas partes do
corpo, pele e mucosas, que estão em contato com o meio externo, e cada região
corporal apresenta a sua flora com características próprias.
O termo flora normal é utilizado para descrever várias bactérias e fungos que
residem de forma permanente em certos locais do corpo, especialmente na pele,
orofaringe, cólon e vagina.

Disbiose intestinal

O conhecimento médico tem avançado de forma explosiva no último século.


Assim como, o conhecimento sobre a importância da microbiota intestinal para a saúde

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humana. Em 1877, o famoso cientista Louis Pasteur afirmou que os microorganismos
são necessários para a vida humana normal, e comprovou a existência do antagonismo
bacteriano.
O cientista Escherich, contemporâneo de Pasteur, afirmou que a interação entre
o hospedeiro e as bactérias é muito importante e que a composição da microbiota
intestinal é essencial para a saúde e bem-estar do ser humano.
Em 1908, o cientista russo Elie Metchnikof ganhou o prêmio Nobel de medicina
ao observar, estudar e comprovar os benefícios dos probióticos, no caso o lactobacillus
bulgaricus, sobre a população camponesa da Bulgária. Metchinikof relacionou o
consumo dos probióticos com a alta longevidade e os baixos índices de morbidade
encontrados neste povo.
Também, foi o primeiro a conceituar Disbiose como um estado em que
microorganismos de baixa virulência se tornariam patogênicos em virtude do
desequilíbrio qualitativo e quantitativo que está instalado. Disbiose foi conceituada
como um antônimo para simbiose que expressa uma convivência harmônica entre os
seres.
O conceito atual de disbiose intestinal diz que: disbiose é um estado no qual a
microbiota produz efeitos nocivos via: (1) mudanças qualitativas e quantitativas na
própria microbiota intestinal; (2) mudanças na sua atividade metabólica; e (3)
mudanças em sua distribuição no trato gastrointestinal.

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Fatores que favorecem o desenvolvimento da disbiose intestinal
Diversos fatores podem alterar a flora intestinal e comprometer o seu delicado
equilíbrio. Os fatores que podem influenciar e desequilibrar a flora intestinal são:
- baixa disponibilidade de material fermentável;
- aumento no tempo de trânsito intestinal;
- dispepsia, especialmente, para gorduras e proteínas, o que favorece a fermentação
anormal intestinal;
- alcalinização do pH Intestinal o que favorece a proliferação de microrganismos
potencialmente patogênicos;
- jejum prolongado;
- estresse físico e emocional;
- suscetibilidade do indivíduo para doenças infecciosas;
- estados de imunodepressão do hospedeiro causados por diminuição na secreção de
IgA, estresse crônico e, ou, sobrecarga de alérgenos;
- o uso de antibióticos e imunossupressores, como os quimioterápicos e corticóides;
- infestações e infecções intestinais por parasitas, vírus, bactérias patogênicas ou
fungos; e,
- os desequilíbrios nutricionais como: um baixo consumo de legumes, verduras e frutas
associado a um consumo maior de derivados do leite, gorduras saturadas, proteína de
origem animal, açúcar refinado, alimentos industrializados e álcool.

Em relação à idade do hospedeiro, ocorrem mudanças estruturais significativas


na microbiota com o envelhecimento, principalmente, em relação às bifidobactérias
que “supostamente”, apresentam uma função protetora. As reduções nestes
organismos no intestino grosso podem estar relacionadas ao risco aumentado da
doença em populações idosas.
Outros fatores podem favorecer o desenvolvimento da disbiose como:
- a presença de xenobióticos (substâncias estranhas ao organismo), na dieta;
- ressecção da válvula ileocecal;
- gastrectomia e, ou, cirurgia bariátrica;

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- diverticulose (principalmente duodenal e jejunal);
- fístulas; e, pancreatite crônica.

Tipos de Disbiose
A Disbiose pode ser organizada em quatro padrões que são os padrões
putrefação, fermentação, deficiência e a de sensibilização.

Tratamento
É essencial buscar o reequilíbrio da microbiota intestinal e a restauração da
barreira mucosa intestinal. Os alimentos, especialmente os funcionais e os suplementos
nutricionais como os probióticos e prebióticos (ou, simbióticos), são auxiliares
importantes neste sentido.
Além disso, pode ser importante realizar modificações na dieta que visem
remover ou evitar alimentos que favoreçam a proliferação de bactérias patogênicas,
como muitos dos alimentos industrializados ricos em compostos sulforados (enxofre) e
dietas ricas em proteína animal. O açúcar e os carboidratos refinados colaboram para
tornar o trânsito intestinal lento, aumentando o tempo de exposição da mucosa as
substâncias potencialmente tóxicas.
Como medida profilática em relação à antibioticoterapia, quando o paciente
tiver uma real necessidade de utilizar esta classe de medicamentos, este poderia
receber a indicação, concomitante, de simbióticos (probióticos e prebióticos) para
amenizar os impactos sobre a microflora intestinal.
O aumento na ingesta hídrica, especialmente de água, associado a uma
atividade física regular e a manutenção do equilíbrio emocional são ingredientes
fundamentais para a manutenção de uma boa saúde para as pessoas em geral.

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Probióticos, Prebióticos e Simbióticos

A definição internacional atualmente aceita é a de que os probióticos são


microrganismos vivos que administrados em quantidades adequadas, conferem
benefícios à saúde do hospedeiro. Os prebióticos, por sua vez, são os carboidratos não-
digeríveis, que afetam beneficamente o hospedeiro ao estimularem seletivamente a
proliferação e/ou a atividade de populações de bactérias desejáveis no cólon. A
combinação entre um produto probiótico com um prebiótico resulta em um produto ou
alimento chamado de simbiótico.
Os benefícios à saúde do hospedeiro atribuídos à ingestão de culturas
probióticas que mais se destacam são: controle da microbiota intestinal; estabilização
da microbiota intestinal após o uso de antibióticos; redução da freqüência e duração da
diarréia associada a antibióticos, rotavírus, quimioterapia ou diarréia do viajante;
promoção da resistência gastrintestinal à colonização por patógenos; aumento das
zônulas de adesão (thight junctions) epiteliais, restaurando a permeabilidade intestinal;
diminuição da população de patógenos através da produção de ácidos acético e lático,

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de bacteriocinas e de outros compostos antimicrobianos; redução de metabólitos
bacterianos indesejáveis, como amônia, agentes alquilantes, componentes nitrosos e
enzimas procarciogênicas no cólon; promoção da digestão da lactose em indivíduos
intolerantes à lactose; estimulação do sistema imune; alívio da constipação; aumento
da absorção de minerais e produção de vitaminas.
Os probióticos podem reduzir a expressão de citocinas pró-inflamatórias, como
TNF-i, IL-1. IFN-o, óxido nítrico sintetase indutível, e a atividade da matriz
metaloproteinase na mucosa inflamada de pacientes com doença ativa. Parece que
este efeito se relaciona com a inibição do fator de transcrição nuclear NF-Kappa B.
Outros efeitos, embora ainda não devidamente comprovados incluem a
diminuição do risco de câncer de cólon e da doença cardiovascular e a redução dos
sintomas alérgicos. Além disso, sugere-se a diminuição das concentrações plasmáticas
de colesterol, efeitos antihipertensivos, redução da atividade ulcerativa de Helicobacter
pylori, controle da colite induzida por rotavírus e por Clostridium difficile, prevenção de
infecções urogenitais, além de efeitos inibitórios sobre a mutagenicidade.
Em relação aos prebióticos, alguns efeitos benéficos atribuídos são: favorecer a
absorção de cálcio e o metabolismo lipídico; a modulação da composição da microbiota
intestinal; e a redução do risco de câncer de cólon.
Conseqüentemente, o sistema imune do hospedeiro é estimulado, as bactérias
patogênicas intestinais são reduzidas, pode-se obter um alívio para a constipação; o
risco de osteoporose resultante da absorção diminuída de minerais, particularmente o
cálcio, pode ser diminuído. Além disso, pode-se observar uma redução do risco de
arteriosclerose, através da diminuição na síntese de triglicérides e ácidos graxos no
fígado e, conseqüente, diminuição dos níveis desses compostos no sangue.

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Detoxificação hepática e a aplicação nutricional

Nosso organismo está exposto diariamente a receber, através do ar, água,


alimentos, diversas substâncias tóxicas, que necessitam serem metabolizadas, para não
acumularem e provocarem sobrecargas e disfunções orgânicas importantes que
propiciam o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas. Estas substâncias
tóxicas são compostas por metais pesados, como: chumbo, mercúrio, cádmo, arsênico,
níquel e alumínio; toxinas químicas: químicos tóxicos, medicamentos, álcool, pesticidas,
herbicidas, aditivos alimentares, solventes e matérias de limpeza (sabonetes,
shampoos, pasta de dente e etc); compostos microbianos e produtos finais do
metabolismo protéico: uréia e amônia.
Os principais sintomas envolvidos com a intoxicação são: dores de cabeça,
fadiga, dores musculares, indigestão, tremores, constipação, anemia, calafrios, tonturas
e coordenação motora alterada. O fígado é um órgão responsável por filtrar todas as
toxinas produzidas pelo próprio organismo quanto as provenientes do meio ambiente,
que são acumuladas ao longo dos anos. O mecanismo responsável pela detoxificação se
dá através da filtragem sanguínea, sendo que, cerca de 2/4 do sangue do organismo é
viabilizado a cada minuto para desempenhar esse processo. Assim, o fluxo sanguíneo
que chega do intestino ao fígado com altas concentrações de bactérias, endotoxinas
bacterianas e diversas substâncias tóxicas, são eliminados quase que completo na
primeira passagem.
No entanto, se ocorrer alguma disfunção no fígado, pode ser que esse
mecanismo sofra alterações, fazendo com que as concentrações de toxinas aumentem
de maneira considerável, em cerca de 10 vezes.

A detoxificação hepática é dividida em três fases distintas:

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Fase I: As substâncias tóxicas sofrem transformações metabólicas para posteriormente,
na fase II tornar possível a sua eliminação.

Fase II: Nessa fase as toxinas formadas ou recebidas na fase I se conjugam com alguns
grupos químicos hidrossolúveis, tornando-se compostos excretáveis, o que facilita a
eliminação através da função renal (urina).

Fase III: Nessa fase o metabólito excretável é eliminado da célula é transportado para a
circulação e eliminado através das vias biliares, pelo tecido renal e intestino.

A alimentação contribui de maneira significativa para realizar uma detoxificação


hepática, conforme a seguir:

É preferível que seja consumidos alimentos livres de agrotóxicos (orgânicos),


principalmente aqueles que se fazem o uso rotineiramente, como por exemplo,
o arroz.
Deve-se retirar da alimentação alguns alimentos fontes de toxinas e alergenos
alimentares, como no caso do leite de vaca, produtos compostos de glúten (Ex:
trigo, centeio, cevado e aveia), corantes, aditivos alimentares e o açúcar.
Também se devem retirar alimentos ricos em gorduras saturadas e
hidrogenadas e bebidas alcoólicas;
A dieta oferecida deve ser calculada de acordo com as recomendações diárias
de nutrientes, principalmente com relação aos aminoácidos e proteínas, pois na
fase II para o processo de detoxificação são utilizados diversos aminoácidos.
A hidratação adequada é de suma importância, para ao se conjugar com
compostos hidrossolúveis, facilitar a eliminação de toxinas através de fezes,
urina, suor e respiração.
A dieta de detoxificação alimentar pode fazer parte da rotina alimentar diária,
desde que seja equilibrada e balanceada, de acordo com as necessidades
individuais de cada um.

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Quando o objetivo da terapêutica nutricional é detoxificar ou melhorar a reserva
orgânica hepática, alguns aspectos devem ser considerados. A dieta deve suprir as
necessidades básicas, incluindo a adequação de proteínas e aminoácidos. A hidratação
adequada é importante para promover a eliminação dos produtos biotransformados,
possibilitando a excreção mais eficiente dos compostos tóxicos que se tornam
hidrossolúveis.

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Os nutrientes necessários para as reações da Fase I são tiamina, riboflavina,
niacina, cianocobalamina, ácido fólico, flavonóides, fosfolipídios, vitamina C, glutationa,
aminoácidos de cadeia ramificada, magnésio e enxofre. Na fase II, aminoácidos como a
metionina são essenciais, pois estão envolvidas no processo de formação da glutationa,
que apresenta importantes funções antioxidantes e detoxificantes. Alimentos como o
chá verde ou preto, alecrim, alho e cebola, frutas cítricas, frutas vermelhas,
oleaginosas, cereais integrais e leguminosas, soja, peixes, alimentos orgânicos possuem
propriedades benéficas ao processo de detoxificação de acordo com sua composição.

Os alimentos funcionais são auxiliares no processo de detoxificação, dentre eles


destacam-se os vegetais brássicos (compostos organoenxofrados), que modulam a
biotransformação dos xenobióticos e podem influenciar a toxicidade e
carcinogenicidade de químicos ambientais. Possuem em sua composição glicosinolatos,
com importantes funções no processo de detoxificação, e ascorbigeno, com ação
imunomoduladora. Os terpenos, presentes na laranja e limão, atuam na inibição da
CIP2E1 e aumento da CIP2C, aumento da conjugação com a glutationa peroxidase e
com o ácido glicurônico e inibição da tumorigênese. Os flavonóides quercetina e rutina
reduzem a formação de espécies reativas de oxigênio no fígado, aumentam os níveis de
glutationa, reduzem as alterações enzimáticas e atuam na proteção de hepatócitos. A
naringenina, presente na toranja, possui efeito inibidor da isoenzima CIP3A4, do
citocromo P450.

A curcumina, presente no açafrão da terra, apresenta potentes efeitos


antioxidantes, antiinflamatórios e antimutagênicos. Os flavonóides e ácidos fenólicos
do alecrim apresentam alta potência antioxidante. Os fitoterápicos como o chá verde e
preto, óleos de cebola e alho, soja, linhaça e quercetina isoladas possuem efeitos
inibidores da carcinogênese. A implementação da dieta detoxificante deve ser feita de
maneira progressiva, e tem duração média de 3 a 4 semanas. É importante a
conscientização do paciente, para que a dieta detoxificante faça parte da rotina diária
dos pacientes, mantendo os resultados benéficos a longo prazo.

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Referências:

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