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FACULDADE DO BAIXO PARNAÍBA FAP

NISLANE SOUSA COSTA

SERVIÇO SOCIAL 3° PERÍODO

AS CONTRIBUIÇÕES DO MÉTODO ETNOGRÁFICO: para fazer profissional do


assistente social

Chapadinha MA

2022
NISLANE SOUSA COSTA

AS CONTRIBUIÇÕES DO MÉTODO ETNOGRÁFICO: para fazer profissional do


assistente social

Artigo entregue como obtenção parcial de


nota da Faculdade do Baixo Parnaíba, do
Curso de Serviço Social da disciplina
Antropologia.

Prof. Antônio Ailton Penha Ribeiro

Chapadinha MA

2022
As Contribuições do Método Etnográfico: para fazer profissional dos

Assistente Social.

Prof. Antônio Ailton Penha Ribeiro

Resumo

Com base Diante da expressão que a etnografia adquiriu na pesquisa em Serviço


Social, realizamos este estudo com o objetivo de promover reflexão sobre a evolução da
etnografia e suas possibilidades de aplicação no contexto atual. O trabalho apresenta a
análise reflexiva da etnografia desenvolvida nas tribos e as considerações sobre sua
aplicação no ambiente, inclusive abordando a pesquisa sobre o profissional de Serviço
Social. Esperamos que o artigo contribua para a reflexão sobre a importância da
abordagem etnográfica e incentive sua utilização adequada como profissional de Serviço
Social. Uma etnografia realizada por profissionais de Serviço Social e em diversos
serviços, o artigo propõe uma reflexão sobre a etnografia e evidencia nas possibilidades
da abordagem fenomenológica, considerando o acompanhamento destes profissionais no
local de trabalho.

Palavras-chave: Etnografias profissionais, Fenomenologia, Poder, Serviço Social.


1 Introdução

Interessa ao curso de Serviço Social a possibilidade que a etnografia tem com as


diversas áreas de conhecimento do campo social, isto é, que na etnografia, algumas
contribuições teóricas e metodológicas apontaram caminhos para a intervenção
na/com mediações na realidade social.
Contudo, o diálogo com a etnografia tem se constituído em tensões nas
formulações e nas reformulações dos projetos pedagógicos, a partir da matriz
curricular do curso. Enquanto no passado, as ciências sociais, por meio do
positivismo, promoveram um diálogo profícuo entre a antropologia e o serviço social,
no presente, embora essas disciplinas estejam fundamentadas nas vertentes críticas
do conhecimento social, tal diálogo não tem permeado com muita facilidade suas
práticas investigativas.
[...]O campo científico, como define Bourdieu (1983, p. 22-23), é o
espaço de disputa pelo monopólio da "autoridade científica [...] é um
campo de forças e um campo de lutas para conservar ou
transformar esse campo de forças". Nessa direção, as ciências da
sociedade, como as demais ciências em suas disputas,
hierarquizam métodos, técnicas, conceitos, categorias,
determinadas teorias e revestem-se de autoria e autoridade,
perante o estudo da realidade social.

A etnografia, portanto, se interessa pelo estudo da diversidade da vida humana


e da pluralidade de contextos para interpretar a dinâmica das relações sociais, ou
seja, pelo estudo de diferenças e alteridades. No entanto, certos debates, instalados
nas disputas do campo científico, como mencionados anteriormente, impedem que o
objeto dessa disciplina seja compreendido por muitos cursos que adotam a análise
crítica das estruturas sociais, de base econômica, em seus projetos políticos
curriculares, como é o caso do serviço social, por meio de suas Diretrizes
Curriculares Nacionais.
Nesse contexto teórico, portanto, onde residem os campos epistemológicos da
etnográfica e do serviço social, é importante esclarecer que essa reflexão não se
aterá a uma discussão onde se trata sobre a importância da etnográfica no serviço
social como possibilidades e impossibilidades de interlocução entre métodos que
tomam caminhos divergentes nessas disciplinas, pois tal empreendimento exige um
estudo. Para dizer ao serviço social que é um projeto téorico-metodológico, fruto das
lutas políticas da categoria.

2 Desenvolvimento

A Etnografia é o estudo do Homem na sociedade, desde o tempo antigo até


os dias atuais. O seu comportamento perante a sociedade e suas mudanças no
decorrer da história. Isso ajuda no desempenho do seu trabalho além de entender
alguns problemas que ocorrerão.

Baseado nesse conceito a etnografia é o elo, a corrente para que o


profissional na área do Serviço social possa desempenhar bem o seu papel.
Conhecer o homem na sua essência, respeitando sua individualidade que é um
trabalho complexo de desafio aos futuros Assistentes Sociais. Os assistentes sociais
se depararam com diversos grupos sociais, cujos interesses nem sempre irão
corresponder aquilo que vocês irão julgar como o melhor e o mais importante para
suas reais necessidades.

A interação entre Serviço Social e etnografia, há poucos anos vem se


concretizando no Brasil já que é colocada entre os saberes indispensáveis para o
desenvolvimento do trabalho do assistente social. O dia-a-dia do assistente social no
seu trabalho necessita de uma instrumentalização, parte dessas é feita também
através da antropologia, guiando o profissional de Serviço Social a respeitar e
conhecer as diferenças em termo de valores e modo de agir.

Esses conceitos nos guiam para uma construção de valores, profissional por
meio da compreensão da sociedade, das suas mudanças, a luta contra a violência
humana e o etnocentrismo no trabalho, são desafios da ciência antropológica.
No trabalho do assistente social na grande maioria dos casos há o contato com
grandes problemas sociais como a pobreza, violência, a prostituição infantil, o tráfico
e uso de drogas. Nessa hora o assistente social deve interpretar esses problemas
acima citados como contexto de uma ampla mudança relacionado a fatos históricos,
sociais, culturais, políticos e econômicos.

Problemas como drogas, prostituição, por exemplo, não são fatos que vem de
nossa origem, e sim foram impostos a anos por políticas públicas erradas que
conduziram a sociedade a ser dividida em classes sociais, desigualdades essas que
tiveram seu início com o surgimento do capitalismo.

Pessoas com baixo poder aquisitivo (ou baixas condições econômicas)


recorrem ao tráfico de drogas, prostituição para assim obterem a sua subsistência,
muitas vezes colocando em risco a própria vida e a de outros que historicamente
resistiram à alienação a qual a nossa sociedade passa.

Podemos aqui, com base em exemplos reais ver como é importante o saber da
antropologia, que nos proporciona ver várias visões do ser humano principalmente
como decisões equivocadas podem interferir na vida e identidade de uma pessoa
provocando serias intervenções culturais, ou seja na cultura de uma pessoa.

Nós assistentes sociais devemos conhecer a fundo a ciência antropológica, no


momento em que temos o aprofundamento dessa ciência e das suas ramificações
percebemos o real motivo das atitudes humanas, associada é claro a outras ciências
como a psicologia, é o principal benefício dessa inclusão em nosso intelecto, é a
mudança de uma triste reação que nós temos em nosso dia a dia, que em 99,9%
das vezes é o preconceito  dessas comunidades um mal sério, já que sem saída os
jovens segue pelo caminho das drogas.

O Serviço Social possui pontos de contato com a etnografia que permitem a


construção de um campo comum de debates. Esta interlocução oferece elementos
importantes para construção da pesquisa do que é familiar relativizando, assim, o
requisito formal do distanciamento do objeto no estudo científico.
A contribuição para a pesquisa é a de que, a partir do contato com a etnografia
se possa valorizar o trabalho, assim, a abertura de perspectivas diferenciadas para
pesquisa em Serviço Social. Para as autoras, este contato entre as duas áreas de
saber se constitui na medida em que ambas as áreas surgem comprometidas com a
relação com o outro objeto e sujeito de sua intervenção. A autoridade é um dos dois
temas centrais na discussão da relação entre a Antropologia e o Serviço Social.

(...) uma visão antropológica sobre a prática cotidiana do


trabalho do assistente social pode fornecer ao profissional um
instrumento muito rico para sair de uma posição subalterna de
aplicador das classificações para uma posição mais propositiva, de
crítico e construtor de maneiras mais dinâmicas (e, portanto, mais
próxima das relações sociais concretas) de classificação
burocrática. (ALVES & BARROS, 2008: P.53).

É um desafio a mais que o arcabouço teórico da profissão não permite


aprofundar, afinal, a distância é uma lógica onde a profissão se constitui na relação
com o seu objeto. O Serviço Social possui pontos de contato com a Antropologia,
que permitem a construção de um campo comum de debates.

A produção brasileira na área oferece elementos importantes para construção


da pesquisa do que é familiar relativizando, assim, o requisito formal do
distanciamento do objeto no estudo científico. A proposta para esse resumo que
apresentamos é a de que, a partir do contato com a etnografia se possa valorizar o
trabalho de contato e a abertura de campo de pesquisa em Serviço Social.

O Poder Judiciário Federal como campo de estudo da intervenção do Serviço


Social é muito recente e carente de maiores sistematizações. Assim, o ponto de
partida para a inserção da pesquisadora no campo de estudo - que se dá há mais de
quinze anos é, inicialmente como profissional de apoio técnico especializado em
Serviço Social.

A intimidade profissional com o campo demanda um esforço maior para que


se observe com cautela a interinfluência dos diferentes aspectos envolvidos
nesta relação, de forma que se permita usar a experiência acumulada para
construir um trabalho inédito a respeito da possível atuação do Serviço Social.
A contribuição da etnografia é preciosa para a construção de uma
metodologia que possibilita a relativização e desconstrução de verdades
consagradas num campo como o Judiciário, onde profissionais que não
possuam formação transitarão necessariamente como estrangeiros por
apresentarem questões e discursos nem sempre alinhados com a lógica
institucional, portanto, dos nativos como ao tratar da inserção do etnógrafo no
curso de serviço social. E, ainda assim, assistentes sociais também são nativos na
instituição, já que nela se incluem na condição de trabalhadores assalariados,
contribuindo para a constituição da própria instituição na sociedade.

De uma forma geral, há uma interlocução inevitável entre o pensamento


dos profissionais em exercício na instituição e suas manifestações em
processos administrativos para organização dos serviços na instituição; nos
pareceres, laudos, relatórios e demais manifestações elaboradas em
processos administrativos e judiciais. É neste sentido, que o conceito de
artesanato intelectual construído por Mills é praticamente uma necessidade na
construção da sistematização e produção do saber na área.

3 Conclusão

Como pensar o lugar da antropologia na matriz curricular de formação de


assistentes sociais, ou seja, no e para o lugar onde vivem suas rotinas, o familiar,
considerando também as especificidades de alunas e alunos, é muito importante
ressaltar a contribuição que a etnográfica tem para o Curso de Serviço Social, faz-se
como uma interpretação de ponto de vista que o curso tem, a defesa do argumento
de que a análise e a descoberta do familiar exigem, pois a familiaridade não significa
conhecimento.

Vale assim, observar, interpretar e intervir, colocados aqui entre as


mediações do Serviço Social para fazê-lo do assistente social, profissional que
também nutre sua prática com a pesquisa, constituem no trabalho constante de
decifrar as contradições presentes nas dinâmicas das relações sociais para
compreender a totalidade de uma dada realidade social.

Desse modo, o familiar, com o necessário exercício de relativizações, é peça


importante, ou seja, é objeto relevante para a interlocução entre a antropologia e o
serviço social, "não apenas ao nível das grandes transformações históricas, mas
como resultado acumulado e progressivo de decisões e interações cotidianas".

Discutiu-se, também, a perspectiva, os métodos, técnicas e instrumentos


“Etnográficos” que podem ser usados em uma pesquisa deste tipo. Mais que essa
abordagem qualifica melhor a prática de pesquisa que foi objeto de nossa análise ao
longo do artigo. Por isso, também foram abordados desafios e possibilidades
específicas da etnografia sobre o serviço social, demonstrando o diálogo entre os
dois campos.

É precisamente, e também de uma maneira cheia de significados, nesse


diálogo que reside a grande teia de possibilidades para a pesquisa etnográfica.
Ao entrar em contato com um campo diferente, qualquer que ele seja, aprende-se a
enxergar as coisas de novas formas, que muito mais enriquecem do que nos fazem
abandonar preceitos acadêmicos.

Referências

ALVES, Andrea Moraes: Antropologia e Serviço Social in O Social em Questão,


2008.1;
Albiazzetti, Giane. Antropologia e Etnográfico. Pearson education do Brasil, 2009.

BECKER, Howard. Métodos de pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo,


Hucitec, 1994.

CARIA, T. H.; PEREIRA, F. O trabalho social profissional. Viseu: Psicopompa,


2014b.

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