PGC Angolano Casos Pratico e Exercicios
PGC Angolano Casos Pratico e Exercicios
PGC Angolano Casos Pratico e Exercicios
Título
Plano Geral de Contabilidade Angolano – Casos Práticos e Exercícios Resolvidos
Autores
Rui M. P. de Almeida
Sabino José Miranda
Ana Nogueira
Rui Alexandre Aleixo
Rita Nunes
Editor
ATF — Edições Técnicas
[email protected]
Composição Gráica
ATF — Gorete Araújo e Silvia Garcia
ISBN: 978-989-98944-0-2
Depósito Legal:
373672/14
Impressão e Acabamento
G.C. Gráica de Coimbra, Lda.
Ano de publicação
2014
Edições Técnicas
Nota dos autores
A elaboração deste livro teve na sua génese um elemento que serviu como catalisador da vontade e motivação da equipa
de autores.
O anseio de nos juntarmos a todos aqueles que contribuem para o desenvolvimento da contabilidade em Angola, de-
senvolvendo um manual que responda airmativamente ao desiderato expresso no Plano Geral de Contabilidade que
expressa que “o País não pode deixar de acompanhar a evolução contabilística registada a nível internacional sob pena
de perda de oportunidade e competitividade”.
Nasceu assim esta obra que resulta do esforço de síntese dos seus autores, materializando o conteúdo fundamental do
Plano Geral de Contabilidade através da criação e desenvolvimento de casos práticos que procuram retractar a realidade
vivida pelas empresas e outras instituições no seu quotidiano.
Terminada a obra é o momento de expressamos o nosso profundo agradecimento a todos aqueles que connosco cola-
boraram nomeadamente ao Dr. Pedro M. Pinheiro.
Gratos a todos,
Os autores
Aos meus ilhos Joaquim, Miguel e Tiago e à minha companheira Gorete.
Rui M. P. de Almeida
Dedico à minha família, à minha esposa Catarina, à Juliana Miranda nossa ilha, à ou-
tra Juliana, minha Mãe e ao meu Pai José Miranda já em memória, que sempre estive-
ram ao meu lado, com apoio multiforme, encorajamento e solidariedade os momentos mais difíceis.
Dedico este livro aos meus preciosos ilhos, Carolina Inês e João Carlos, eles sim, a mi-
nha obra grandiosa e por tudo de bom o que trouxeram à minha vida, são a minha fonte de inspi-
ração e de motivação para tudo o que faço na minha vida. Agradeço à minha família, em especial à
minha Mãe já em memória e ao meu Marido pelo apoio incondicional e dedicação que me
dá, em todos os projectos que me proponho colaborar.
Ana Nogueira
INTRODUÇÃO
Com a entrada em vigor do Decreto nº 82/01, de 16 de Novembro, é revogada toda a legislação em vigor que
o contrarie nomeadamente, o Decreto nº70/89 de 23 de Dezembro. Como parte integrante deste Decreto é
criado o Plano Geral de Contabilidade (PGC), aplicável a todas as Sociedades Comerciais e Empresas Públicas que
exerçam actividade em Angola ou que aqui tenham a respectiva sede. Com esta alteração legislativa foi revogado
o anterior Plano de Contas Empresarial, passando o país a dispor de um instrumento primordial que acompanhe
o seu desenvolvimento económico e a evolução contabilística internacional.
A importância da contabilidade a nível internacional é encarada como elemento estruturante das relações empre-
sariais, mas também como elemento facilitador do relacionamento com outros utentes da informação inanceira
como o Estado, levou à criação em 1977 da International Federation of Accounts (IFAC) que tem como objectivo
principal a harmonização contabilística a nível internacional. Actualmente, o International Accounting Standards
Board (IASB), órgão criado em 2001 na dependência do International Accounting Standards Committee (IASC), é
o responsável pela emissão das International Financial Reporting Standard (IFRS), normas internacionais de conta-
bilidade e de relato inanceiro que harmonizam em padrões internacionais o relato inanceiro.
Nesta fase de transição, o governo optou por manter o carácter legal das normas contabilísticas, estabelecendo
através do PGC os critérios para a preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras. Não obstante, o
PGC prevê a possibilidade de as empresas aplicarem as normas do IASB no que concerne à contabilização das
locações, contabilização e relato dos Planos de Benefícios de Reforma e Concentração de Actividades Empresarias.
Nesse sentido, este livro apresenta um amplo conjunto de exercícios resolvidos e casos práticos, numa abordagem
multidisciplinar que abrange as seguintes áreas:
EXISTÊNCIAS
(compras, mercadorias, matérias-primas subsidiárias e de consumo, produtos acabados e intermédios, subprodutos,
desperdícios, produtos e trabalhos em curso e os adiantamentos por conta de compras), donde resultam de entre
outras, as seguintes problemáticas:
• O custo da compra de existências (formação do custo da compra);
• O reconhecimento de provisões e reposições em existências;
• O custo da produção de existências e, nesse contexto, a produção em curso, produtos acabados, bem
como produtos resultantes desse processo;
• Os adiantamentos reconhecidos em existências.
MEIOS MONETÁRIOS
(caixa, depósitos à ordem, outros depósitos e títulos negociáveis), donde resultam de entre outras, as seguintes
problemáticas:
• A problemática dos saldos em moeda estrangeira;
• Proveitos derivados de depósitos;
• Títulos negociáveis e eventuais provisões.
CAPITAL E RESERVAS
(capital, acções (quotas) próprias, outros instrumentos de capital próprio, prémios de emissão, reservas e exceden-
tes de revalorização), donde resultam de entre outras, as seguintes problemáticas:
• A emissão dos diversos instrumentos de capital próprio;
• Aquisição e alienação de acções próprias;
• Redução e aumento de capital;
• A aplicação do resultado do período anterior;
• Prestações suplementares;
• Regularização de excedentes de reavaliação.
As situações desenvolvidas no livro resultam em impactos nas diferentes áreas das demonstrações inanceiras
obrigatórias, nomeadamente, no Balanço e Demonstração dos Resultados, para as quais se apresentam propostas
de resolução, de modo a dar cumprimento integral ao preconizado no PGC.
Tivemos também a preocupação de inserir apontamentos iscais no sentido de alertar para o cumprimento das
obrigações iscais decorrentes dos factos e transacções apresentados em cada exercício.
No sentido de reforçar e complementar o enquadramento teórico relacionado com a resolução de cada um dos
casos e exercícios resolvidos que aqui se apresentam sugerimos a consulta do livro “Plano Geral de Contabilidade
Angolano – Explicado”[1], onde poderão também ser consultada sugestões para a elaboração das notas às contas
[1] Almeida, Rui M. P. de; Miranda, Sabino José; Nogueira, Ana; Silva, José Luís da; Pinheiro, Pedro M. | 2014 | ATF – Edições Técnicas
ESTRUTURA DO LIVRO 15
ESTRUTURA DO LIVRO
O livro foi estruturado de modo a permitir uma abordagem sistémica e sequencial que consolide os conteúdos
abordados. Nesse sentido, propõe-se uma metodologia padrão na apresentação e resolução dos casos/exercícios
que seguidamente se apresenta.
PASSO A PASSO
Base Conceptual
A abordagem teórica dos temas desenvolvidos é um ponto de partida importante em qualquer per-
curso de aprendizagem. Nesse sentido, a cada ponto abordado é efectuada uma breve resenha teórica
que enquadra e possibilita uma eicaz compreensão do conteúdo.
Enunciado
Para cada enquadramento teórico efectuado serão apresentados um conjunto abrangente de casos
e exercícios, que possibilitem a aquisição de competências no âmbito da temática referenciada. Os
exercícios e casos são apresentados numa sequência tal que relectem, gradativamente, um aumento
na complexidade da problemática em causa, permitindo a cada leitor encontrar situações que mais
adequadamente espelham as suas necessidades.
Problemática
A problemática relecte os temas objecto dos exercícios e casos propostos, assim como as questões que
permitem desenvolver convenientemente a resolução.
Razão (T’s)
A resolução dos exercícios e casos propostos, no que diz respeito à contabilização, é inicialmente apre-
sentada em termos de razão (T´s), permitindo ao leitor uma análise mais rápida, directa e abrangente das
implicações decorrentes do tratamento contabilístico proposto para a resolução do enunciado.
Diário
A resolução dos exercícios e casos no modelo de diário permite uma análise mais objectiva e detalhada
do impacto de um determinado tratamento contabilístico. Os diários estão relacionados com a repre-
sentação esquemática no razão (T´s) através de um idêntico número de lançamento e descrição. Os
cálculos auxiliares são apresentados na sequência de cada lançamento ou remetidos para a parte inal da
resolução, se esta última forma se mostrar mais apropriada.
16 PGC — C ASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Comentário à Resolução
Os comentários à resolução apresentam-se, sempre que se julguem pertinentes, como sugestões dos auto-
res relativamente à possibilidade de adopção de distintos procedimentos contabilísticos ou, ainda, na adop-
ção de tratamentos que auxiliem os preparadores na obtenção de informação gerada pela Contabilidade.
Apontamentos Fiscal/Jurídico
Os apontamentos iscais e/ou jurídicos são inseridos nas resoluções sempre que se justiique um maior
detalhe nestas áreas, permitindo ao leitor o esclarecimento de questões relacionadas com o tratamento
contabilístico proposto, nomeadamente, a partir dos impactos das matérias de índole iscal e/ou jurídica
no âmbito da Contabilidade.
A metodologia de resolução dos casos e exercícios acima apresentada revela-se, em nossa opinião, um meio condu-
cente a uma eicaz compreensão das matérias abordadas, quer na sua vertente prática que na sua vertente teórica.
A título exempliicativo e, caso estivéssemos a analisar o caso da formação do preço da compra e a problemática
das diferenças cambiais teríamos após uma introdução de índole conceptual o seguinte conjunto de elementos:
Enunciado
A problemática é uma síntese dos conceitos e operações-chave que permitem a resolução do enunciado proposto.
ESTRUTURA DO LIVRO 17
Contabilização
Na sequência da contabilização deste facto, são apresentados os eventuais apontamentos iscais e comentários dos
autores à resolução, sendo que ambas as referências relectem sugestões e enquadramento mais abrangentes que
o processo de reconhecimento propriamente dito.
ÍNDICE 19
ÍNDICE
2. EXISTÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
3. TERCEIROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
8.1. Operações de regularização, apuramento de resultados, Demonstração de Resultados (por natureza) e Balanço 311
8.1.1. Operações de regularização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 313
8.1.2. Ajustamento em activos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 315
8.1.3. Amortizações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 316
8.1.4. Apuramento do Custo da Mercadoria Vendida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 316
8.1.5. Apuramento de resultados e elaboração das demonstrações inanceiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 318
4.
MEIOS
MONETÁRIOS
4. MEIOS MONETÁRIOS 225
4. MEIOS MONETÁRIOS
Os meios monetários representam disponibilidades imediatas de tesouraria, quer em dinheiro, quer em valores,
facilmente convertíveis em dinheiro.
Nesta classe, as principais questões que irão ser consideradas no âmbito dos meios monetários são:
• O reconhecimento dos luxos de caixa que resultam de transacções em moeda estrangeira, seja no mo-
mento da transacção, seja no momento do relato;
As contas de caixa e depósitos compreendem o dinheiro em caixa, tais como notas de banco e moedas metálicas
de curso legal, cheques, vales postais nacionais ou estrangeiros e os meios monetários disponíveis em contas à
ordem/ prazo.
De uma forma geral as contas de caixa e depósitos à ordem são debitadas pelos recebimentos / depósitos e cre-
ditadas pelos pagamentos / levantamentos.
Neste sentido e com o objectivo de proporcionar informação mais detalhada sobre as principais questões relacio-
nadas com Caixa e Depósitos, iremos abordar os seguintes temas:
• Conteúdo da conta Caixa;
• Fundo ixo de Caixa;
• Valores destinados a pagamentos especíicos;
• Constituição de depósitos a prazo.
Em 31 de Dezembro, procedeu-se à contagem física do caixa. Desta veriicação resultou que do saldo de caixa
de 80.000 kz constavam, além de 25.000 kz em notas e moedas, os seguintes elementos: 5.000 kz em despesas
relativas a material de escritório, três cheques de clientes para depósito no total de 20.000 kz e um vale de caixa
de 30.000 kz que conigurou um adiantamento ao gerente.
Resolução
Na resolução deve ser considerado o que deve estar reconhecido na conta caixa.
226 PGC — C ASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Contabilização
(1) 31 de Dezembro
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
75.2.17 Fornecimentos e serviços de terceiros / Material de escritório 5.000
45.x Caixa / ... 5.000
(2) 31 de Dezembro
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
36.3.x Pessoal-adiantamentos / Aos órgãos sociais / Gerente x 30.000
45.x Caixa / ... 30.000
O tratamento do saldo de caixa é importante, na medida em que deve ser tido em conta o que deve compor
aquele saldo.
As despesas com material de escritório, embora possam conigurar um activo, não são seguramente caixa ou
equivalentes de caixa. Estes dispêndios têm geralmente um valor materialmente não relevante, devendo ser reco-
nhecido de imediato como um custo da empresa.
O vale de caixa é o resultado de um adiantamento concedido ao gerente, sendo este alvo de regularização quando
a sua remuneração for processada. Assim, este vale de caixa é reconhecido como uma dívida do gerente para com
a entidade (conta 36.3.x).
Em relação aos cheques, nada se faz, dado fazer parte do saldo de caixa (está a aguardar deposito).
Comentário à Resolução
Utilizamos neste exercício a conta 45.x (para representar qualquer conta de caixa) pois os procedimentos/lançamentos
seriam os mesmos independentemente do saldo de caixa se encontrar numa conta de caixa, seja 45.1, 45.2 ou 45.3
ou se encontra distribuído por várias contas de caixa em função da política de utilização das contas por cada entidade
Com intuito de uma correcta identiicação e controlo sugerimos o desdobramento da conta 36.3.x em:
36.3 – Pessoal-Adiantamentos
36.3.1 – Órgãos social
36.3.1.1 – Gerente x
... ........................
36.3.2 – Empregados
36.3.2.1 – Empregado x
... ........................
Na sequência desta sugestão a conta que se poderia ter utilizado neste exercício seria a conta 36.3.1.1
4. MEIOS MONETÁRIOS 227
Uma entidade determinou que fosse aplicado uma política de fundo ixo de caixa no valor de 100.000 kz para o
departamento comercial, com vista a que estes efectuem o pagamento de pequenas despesas no âmbito das suas
funções. À data do relato, aquela entidade tem em caixa (caixa fundo ixo) o saldo de 39.500 kz e os seguintes
documentos justiicativos de despesas:
Resolução
Neste caso, a problemática incide sobre o reconhecimento das despesas efectuadas por meio de caixa,
quando a entidade adopta uma política de fundo ixo de caixa.
Contabilização
75.2.17 75.2.2.3
(1) 6.600 (1) 22.400
72.2.1.6 43.1.1
(1) 31.500 60.500 (1)
(1) 31 de Dezembro
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
75.2.17 Fornecimento e serviços de terceiros / Material de escritório 6.600
75.2.23 Fornecimento e serviços de terceiros / Deslocações e estadas 22.400
75.2.16 Fornecimento e serviços de terceiros / Ferramentas e utensílios de desgaste rápido 31.500
43.1.1 Depósitos à ordem / Moeda nacional / Banco x 60.500
Os documentos de suporte existentes em caixa servem de base ao lançamento efectuado. Este poderia ser feito despesa a despesa,
em vez de um único lançamento.
Comentário à Resolução
Os valores em caixa, compostos por meios monetários e documentos de despesa devem, em qualquer momento, tota-
lizar o valor do fundo ixo. Não obstante fundo ixo ser reposto em função das necessidades e da política da entidade,
no inal de cada mês o fundo ixo deverá ser reposto icando assim composto exclusivamente por notas e moedas.
228 PGC — C ASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Resolução
Contabilização
45.3.1 43.1.1
(1) 80.000 80.000 (1)
(1) 25 de Novembro de N
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
45.3.1 Caixa / Valores destinados a pagamentos especíicos / Salários 80.000
43.1.1 Depósitos à ordem / Moeda nacional / Banco x 80.000
Comentários à Resolução
Na data de pagamento dos vencimento, procede-se ao seguinte movimento contabilístico:
• Débito da conta 36.1.2.1 – Pessoal / Remunerações / Empregados
• Crédito da conta 45.3.1 – Caixa / Valores destinados a pagamentos especíicos / Salários
Em Novembro, o responsável pela tesouraria, veriicou a existência de um excedente de tesouraria numa das
contas de depósito à ordem, tendo contactado o seu gestor de conta no sentido de contratualizar um depósito
a prazo com data de inicio em 01 de Dezembro, no montante de 100.000 Kz por um prazo de 6 meses, a vencer
juro semestral a uma taxa de 2%.
Resolução
Contabilização
42.1.1 43.1.1
(1) 100.000 100.000 (1)
(1) 01 de Dezembro
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
42.1.1 Depósitos a prazo / Moeda nacional / Banco x 100.000
43.1.1 Depósitos à ordem / Moeda nacional / Banco x 100.000
A problemática do registo contabilístico do juro (proveito) do depósito será tratada no ponto proveitos e ganhos
inanceiros gerais – aplicações de tesouraria.
Comentários à Resolução
Na eventualidade da entidade ter mais de que um depósito a prazo contratualizado, para melhor controlo quer no
número de depósitos, quer do montante de cada um, quer nas datas de vencimento, será vantajoso subdividir a conta
42.1.1 por cada depósito a prazo existente.
Caso este depósito a prazo seja contratualizado com vencimento superior a um ano e não existindo expectativas de
mobilização antecipada, deve ser considerado na conta 13.9.3 – Outros Investimentos Financeiros / Depósitos Bancários.
Para fazer face a despesas inerentes a deslocações ao estrangeiro, a entidade Estrela, Lda adquiriu em 1 de Dezem-
bro as seguintes moedas estrangeiras: 5.000 USD e 1.000 EUR.
No dia 31 de dezembro (data do fecho) a Estrela, Lda ainda tinha em caixa essas mesmas quantias.
Proceda ao registo inicial e efectue o tratamento contabilístico referente às diferenças cambiais que se veriicam à
data do relato.
Resolução
[1] Moeda de relato é a moeda usada na apresentação das demonstrações inanceiras. (Ponto 2.1 das Notas Explicativas PGC).
230 PGC — C ASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Contabilização
(1) 01 de Dezembro
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
45.x* Caixa / ... / Em moeda estrangeira USD 471.698
45.x* Caixa / ... / Em moeda estrangeira EUR 128.205
43.1.1 Depósitos à ordem / Moeda nacional / Banco x 599.903
No que diz respeito aos USD, a entidade adquiriu 5.000 USD, o que resulta num preço de 471.6988 Kz (5.000 / 0.0106).
Para os Euros, a entidade adquiriu 1.000 EUROS por 128.205 kz (1.000 / 0,.0078). Note-se que foi utilizado o câmbio da venda (por-
que a entidade vai comprar moeda estrangeira, mas uma vez que os câmbios estão na óptica do banco, há que veriicar o tipo de
transacção que está a ser efectuado pelo banco – o banco está a vender moeda estrangeira –pelo que se utiliza o câmbio da venda).
(2) 31 de Dezembro
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
76.2.2 Diferenças de câmbio desfavoráveis / Não realizadas 4.408
45.x* Caixa / ... / Em moeda estrangeira USD 4.408
A 31 de Dezembro, a Estrela, Lda tinha em caixa o equivalente a 5.000 USD. Se fosse vender esta quantia de moeda estrangeira, o
banco só daria em retorno 467.289 Kz (o banco estaria a comprar moeda estrangeira, logo deve ser efectuado o cálculo usando o
câmbio da compra – 5.000 / 0,0107).
A valorimetria inicial para 5.000 USD foi de 471.698 Kz, o que resulta no reconhecimento de uma diferença cambial desfavorável
de 4.408 Kz (467.289 – 471.698).
(3) 31 de Dezembro
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
45.x* Caixa / ... / Em moeda estrangeira EUR 3.374
Proveitos e Ganhos Financeiros Gerais / Diferenças de câmbio favoráveis / Não
66.2.2 3.374
realizadas
A 31 de Dezembro, a Estrela, Lda tinha em caixa o equivalente a 1.000 Euros. Se fosse vender esta quantia de moeda estrangeira, o banco
entregaria em retorno 131.579 (usando o câmbio da compra 1.000 / 0,0076).
A valorimetria inicial foi de 128.205 o que resulta no reconhecimento de uma diferença cambial positiva de 3.374 Kz (131.579 – 128.205).
A moeda estrangeira em caixa pode gerar, à data do relato, o reconhecimento de diferenças cambiais – não rea-
lizada. Neste caso, a Estrela, Lda adquiriu moeda estrangeira e a 31 de Dezembro tinha ainda moeda estrangeira
em caixa, pelo que devem ser reconhecidas diferenças de câmbio, se as houver, o que é o caso. Uma vez que as
taxas de câmbio são apresentadas na óptica do banco, há sempre que veriicar qual a operação que este irá realizar
(compra ou venda de moeda) para aplicar a respectiva taxa cambial.
4. MEIOS MONETÁRIOS 231
Comentários à Resolução
Na contabilização deste exercício, não considerámos uma conta especíica de caixa, pois a conta a utilizar será em fun-
ção da estrutura de contas que cada entidade tenha. No entanto, como exemplo de conta a utilizar, poderíamos sugerir
a utilização 45.3 – Caixa / Valores destinados a pagamentos especíicos, mais concretamente as contas:
45.3.1 para despesas no estrangeiro USD
45.3.2 para despesas no estrangeiro EUR
Caso fosse uma situação recorrente em que a entidade quisesse ter um fundo ixo de caixa (em moeda estrangeira,
que fosse reposto em função das despesas efectuadas, poderia ser utilizada a conta 45.1 – Fundo Fixo, que por sua vez
poderia ser subdividida como segue:
45.1 – Fundo Fixo
45.1. 1 – Caixa moeda Nacional
45.1. 2 – Caixa moeda Estrangeira
45.1. 2. 1 – Em USD
45.1. 2. 2 – Em EUR
A entidade Luanda S.A, em 1 de Dezembro de N, adquiriu 2.000 acções da Alfa, S.A. por 500 kz cada e 1000 acções
da Beta por 400 kz cada acção, com intenção de vendê-las no inal de Janeiro de N+1. À data de 31 de Janeiro a
entidade Luanda efectuou a venda daqueles títulos.
Pretende-se o tratamento contabilístico considerando as seguintes cotações:
Resolução
A resolução incide sobre a deinição do Títulos negociáveis adquirido e inerente a esta deinição o
reconhecimento e método de valorização a adoptar.
Contabilização
66.6.2
(1) Aquisição das acções das sociedades Alfa e Beta 200.000 (3)
(2) Provisão para aplicações de tesouraria
(3) Venda de acções da sociedade Alfa
(4) Venda de acções da sociedade Beta
Nota à resolução: Em rigor, os lançamentos efectuados nas contas das classes 6 e 7 deveriam estar separados pelos distintos períodos
de relato. Assim, considere que os registos efectuados em cada período de relato não são cumulativos.
232 PGC — C ASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
(1) 1 de Dezembro de N
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
41.1.3.x Títulos negociáveis / Acções / Outras empresas / Acções Alfa 1.000.000
41.1.3.x Títulos negociáveis / Acções / Outras empresas / Acções Beta 400.000
43.1.1 Depósitos à ordem / Moeda nacional / Banco x 1.400.000
A quantia inicial do investimento é de 1.400.000 (2000 acções Alfa x 500 + 1000 acções Beta x 400)
(2) 31 de Dezembro de N
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
Provisões para aplicações inanceiras / Aplicações de tesouraria–Títulos negociáveis
76.5.2.1 100.000
– acções (Alfa)
49.1.1.x Provisões para aplicações de Tesouraria / Títulos negociáveis -acções (Alfa) 100.000
A 31 de Dezembro as acções de Alfa tinham um preço de mercado de 900.000 (2.000 x 450), inferior ao custo de aquisição em
100.000 (1.000.000 – 900.000).
(3) 31 de Janeiro de N + 1
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
43.1.1 Depósitos à ordem / Moeda nacional / Banco x 1.100.000
41.1.3.x Títulos negociáveis / Acções / Outras empresas / Acções Alfa 1.000.000
49.1.1.x Provisões para aplicações de Tesouraria / Títulos negociáveis / Acções (Alfa) 100.000
66.6.2. Ganhos na alienação de aplicações inanceiras / Títulos negociáveis / Acções Alfa 200.000
À data da venda o valor as acções Alfa era de 1.100.000 (200.00 x 550), o que se traduz num ganho de 200.000, considerando que
as acções estavam com um valor registado de 900.000 (1.000.000 (custo de aquisição) – 100.000 (provisão))
(4) 31 de Janeiro de N + 1
Nº conta Nome da conta Débito Crédito
43.1.1 Depósitos à ordem / Moeda nacional / Banco x 380.000
Perdas na alienação de aplicações inanceiras / Aplicações de títulos negociáveis/
76.6.2 20.000
acções Beta
41.1.3.x Títulos negociáveis / Acções / Outras empresas / Acções Beta 400.000
À data da venda o valor as acções Beta era de 380.000 (1.000 x 380), o que se traduz numa perda de 20.000 (400.000 – 380.000)
Ao adquirir as acções, a entidade tinha a intenção de as vender a curto prazo, assim as acções foram reconhecidas
na conta 41.1. Caso a intenção fosse vender num período superior a 1 ano a conta a utilizar seria 13.3.1 – Inves-
timentos inanceiros.
Comentários à Resolução
Não se procedeu a qualquer registo da alteração de valor das acções de Beta em 31 de Dezembro pois essa alteração
de valor conigura um ganho potencial (preço de mercado superior ao custo de aquisição) pelo que como se trata de
um aumento não se procede a qualquer regularização
As contas 41.1.3 e 49.1.1 deverão ter subcontas que ajudem na identiicação e controlo dos títulos negociáveis. No
caso da conta 49.1.1 a necessidade de subcontas aumenta pela necessidade de justiicação das provisões, nomeadamen-
te nas questões ligadas a eventuais reforços ou reposições/anulações.
Apontamento Fiscal
As provisões para aplicações de Tesouraria, ligadas a aquisição e revenda de acções, um acto de comércio,
se entendidas como enquadradas na alínea h) do artigo 25º e alínea e) II -Comércio, do Código do Im-
posto Industrial, poderão ser iscalmente aceites.