Inventário e Balanço

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RESUMO

Como é sabido, qualquer empresa para realizar o seu exercício ou actividade


económica, necessita de efectuar registos em documentos contabilísticos, em que, com
base nesses documentos, as mesmas, irão descrever as alterações que vão ocorrendo
com o seu património. E tais documentos, também, permitem manter o controlo do
património e ter informações sobre a sua posição financeira.

Considerando o que foi exposto, o presente trabalho visa abordar sobre o inventário e o
balanço, que são dois documentos indispensáveis para o funcionamento de uma
empresa.

Em linhas gerais, o inventário apresenta uma relação de elementos que constituem o


património de uma empresa, cujos elementos devem estar devidamente descritos,
classificados e valorizados. Por outro lado, no balanço devem ser apresentados tais
elementos, tendo, também, em conta a sua classificação e valorização, porém, de forma
mais sintética, isto é, resumida.
Entretanto, o carácter principal deste documento é o de fazer uma comparação entre os
bens e direitos possuídos pela empresa face as suas obrigações (dívidas), daí a sua
designação “Balanço”.

Durante a etapa construtiva do respectivo trabalho, foram explorados métodos como,


pesquisas na internet e consultas em obras de carácter relacionado.

Palavras-chave: Inventário, Balanço.


ÍNDICE

1. INVENTÁRIO ...........................................................................................................2

1.1. Noção ......................................................................................................................... 2

1.2. Classificação .............................................................................................................. 2

1.3. Estrutura do inventário .............................................................................................. 4

2. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CONTABILIDADE ........................................5

2.1. Condições relativas à posição financeira da empresa ................................................ 5

3. BALANÇO ................................................................................................................6

3.1. Noção ......................................................................................................................... 6

3.2. Atributos do balanço .................................................................................................. 6

3.3. Constituintes do balanço ............................................................................................ 6

3.4. Representação do balanço ......................................................................................... 6

3.5. Tipos de balanço ........................................................................................................ 8

3.6. Modelos de balanço ................................................................................................... 9

3.7. Ordenação das contas do balanço .............................................................................. 9

3.8. Modelo de Balanço conforme PGC-NIRF .............................................................. 11

3.9. Características das principais rubricas do balanço .................................................. 12

3.9.1. Activo…….. ........................................................................................................ 12

3.9.2. Capital Próprio..................................................................................................... 14

3.9.3. Passivo ................................................................................................................. 14

4. CONCLUSÃO .........................................................................................................16

5. BIBLIOGRAFIA......................................................................................................17

6. ANEXOS..................................................................................................................18
1. INVENTÁRIO

1.1. Noção
O inventário é um documento onde se pode encontrar uma relação (lista, rol) dos
elementos patrimoniais de uma empresa, referido a uma determinada data, com
indicação do valor de cada elemento patrimonial. O processo de elaboração de um
inventário consiste em analisar os elementos de um certo património, descrevê-los e
atribuir-lhes um valor.

Para elaborar um inventário deve-se considerar as seguintes fases:


 Identificação – verificar quais são os elementos patrimoniais existentes;
 Descrição e Classificação – repartir os elementos patrimoniais pelas classes a
que dizem respeito;
 Valorização – atribuir um valor para cada elemento patrimonial.

1.2. Classificação
No que concerne a classificação, existem alguns critérios a se ter em conta:
- âmbito, período, disposição e apresentação.

Quanto ao âmbito (extensão ou conteúdo), os inventários podem classificar-se


em gerais e parciais.
 Inventário geral (ou total) – quando encontra-se representado todos os
elementos patrimoniais da empresa.
 Inventário parcial – quando encontra-se representado uma parte dos elementos
patrimoniais. (ex.: inventários1, dívidas a receber, dívidas a pagar, etc).

Nas grandes empresas, devido à grande extensão de elementos patrimoniais, os


inventários gerais correspondem à junção de grandes inventários parcias que são
produzidos em folhas próprias e em separado.

1
Refere-se a mercadorias ou existências, que por sua vez são bens detidos para a venda.

2
Quanto ao período em que é elaborado.
 Inventário ordinário – é aquele que é concebido, no momento em que a
empresa inicia ou termina a sua actividade, ou seja, é um tipo de inventário que
é efectuado periodicamente.

 Inventário extraordinário – é o que se realiza em consequência de condições


excepcionais, ou seja, por motivos imprevistos e diversos. (ex.: saída de um
sócio, roubo, incêndio, etc).

Quanto a disposição, os inventários podem classificar-se em simples e


classificados.
 Inventário simples (ou corrido) – quando não há necessidade de obedecer à
ordem alguma, ou seja, os elementos patrimoniais são organizados de forma
não detalhada.
 Inventário classificado (ou selectivo) – quando os elementos patrimoniais são
agrupados segundo a sua natureza, característica ou função. Isto é, as massas
patrimoniais (activos e passivos) aparecem agregadas em classes e em contas.

Quanto a apresentação, os inventários podem classificar-se em verticais e


horizontais.
 Inventário vertical – quando os elementos patrimoniais estão organizados de
forma vertical. Isto é, o activo é escrito debaixo do passivo.

Exemplo:

ACTIVO

Total do Activo X

PASSIVO

Total do Passivo X

3
 Inventário horizontal – quando os elementos patrimoniais são seriados em
dois blocos horizontais. Isto é, o activo encontra-se ao lado do passivo. (Fora de
uso)

Exemplo:

ACTIVO PASSIVO
… …
… …

… …
Total do Activo X Total do Passivo X

1.3. Estrutura do inventário

O inventário (classificado ou selectivo) possuí quatro colunas.

(a) (b) (c) (d)

Coluna:
(a) Código de contas
(b) Descrição da massa e elemento patrimonial e as respectivas contas e classes
(c) Valores parciais
(d) Valores totais

Em certos casos, a coluna (a) considera-se facultativa, pois, muitas vezes a


informação contida na coluna (a) é incorporada na coluna (b) juntamente com a
descrição da massa, elemento patrimonial e a respectiva classificação, mas são apenas
critérios correspondentes à organização. Além disso, é importante realçar também que
deve-se ter em conta o cabeçalho, que é a informação referente ao nome da empresa e a
data.

4
Portanto, o inventário é um dos livros obrigatórios, isto é, nenhuma empresa está
isenta do uso deste livro. Todos os factos que ocorrem no desenrolar das actividades de
uma empresa devem ser devidamente registados, principalmente quando trata-se de
elementos como, por exemplo, aquisição de mercadorias.
Segundo o Plano Geral de Contabilidade, esta acção deverá realizar-se pelo
menos uma vez em cada exercício, e no acto de encerramento do mesmo.
Contudo, depois da elaboração do inventário, torna-se necessário comparar o
Activo e o Passivo para conhecer a situação líquida ou capital próprio. A esta
comparação chama-se balanço. Daí que, deve-se considerar a equação da fundamental
da contabilidade.

2. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CONTABILIDADE

A situação patrimonial de qualquer entidade obedece sempre à seguinte fórmula:

ACTIVO = PASSIVO ± SITUACAO LÍQUIDA

Diz-se equação fundamental da contabilidade porque a igualdade mantém-se


sempre independentemente dos factos patrimoniais que tenham ocorrido.

2.1. Condições relativas à posição financeira da empresa

a) ACTIVO = PASSIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA (activa) A>P

Situação Líquida Activa, ou seja, é uma situação normal e desejável. Os bens e


direitos que a empresa possui ainda são suficientes para cobrir as dívidas.
b) ACTIVO + SITUÇÃO LÍQUIDA (passiva) = PASSIVO A<P

Situação Líquida Passiva, ou seja, é uma situação anormal (grave) e indesejável.


Os bens e direitos da empresa não são suficientes para a cobertura de dívidas.
c) ACTIVO = PASSIVO (situação líquida nula) A=P

Situação Líquida Nula, ou seja, é uma situação pouco normal ou razoável. Os


bens e direitos de que a empresa dispõe só servem para cobrir as dívidas.

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3. BALANÇO

3.1. Noção
O balanço é um documento resumo do inventário, ou seja, é um quadro que
expressa a comparação ou o balanceamento entre o activo e passivo. Deste modo,
enquanto o inventário constitui apenas um arrolamento (listagem) dos valores activos e
passivos, o balanço por sua vez leva a cabo a comparação (ou balanceamento) entre
aquelas classes de valores.

3.2. Atributos do balanço


 Fotografia da situação patrimonial da empresa (reporta a um dado momento);
 Tem natureza estática.

3.3. Constituintes do balanço


O balanço é constituído por dois membros, sendo:
1.° - Activo e SL Passiva, ou apenas Activo se a SL Passiva for incluída no
segundo membro com sinal negativo;
2.° - Passivo e SL Activa.
Exemplo:
BALANÇO
Activo 240.700 Sit. Líquida (Cap. Próprio) 177.850
Passivo 62.850
240.700 240.700

3.4. Representação do balanço

 Horizontal – o primeiro membro aparece do lado esquerdo. O segundo


membro vem do lado direito, obedecendo a ordem: Sit. Líquida (Cap.
Próprio); Passivo.
 Vertical – o segundo membro aparece imediatamente abaixo do primeiro,
mantendo-se a ordem especificada na representação horizontal quanto ao
segundo membro.

6
Exemplo:

O património da sociedade RT, Lda é constituído por:


valores dos activos…………………………………………………………..……..1.820
valores dos passivos………………………………………………………..……...…780

“Disposição horizontal”

BALANÇO
Activo 1.820,00 Sit. Líquida (Cap. Próprio) 780,00
Passivo 1.040,00
1.820,00 1.820,00

“Disposição vertical”

BALANÇO
Activo 1.820,00

Passivo 780,00
SL Activa 1.040,00
1.820,00

É de referir que os membros de qualquer balanço são sempre de igual valor. O


primeiro membro nunca pode ser superior ou inferior ao segundo e vice-versa face à
equação fundamental.
Na composição destes membros, três casos se podem verificar:

Activo> Passivo Activo = Passivo + SL Activa


BALANÇO
Activo 1.000,00 Passivo 600,00
SL Activa 400,00
1.000,00 1.000,00

7
Activo = Passivo Activo = Passivo
BALANÇO
Activo 1.000,00 Passivo 1.000,00
1.000,00 1.000,00

Activo < Passivo Activo + SL Passiva = Passivo


BALANÇO
Activo 400,00 Passivo 600,00
SL Passiva 200,00
600,00 600,00

3.5. Tipos de balanço


 Sintético – apresenta um grau mínimo de pormenorização.
 Analítico – apresenta elevado grau de pormenorização.

Exemplo:
“Balanço sintético”
Sociedade RVL, Lda.
BALANÇO
Activo 240.700 SL Activa 177.850
Passivo 62.850
240.700 240.700

“Balanço analítico”
Sociedade RVL, Lda.
BALANÇO
Activo
Dinheiro e cheques 37.950,00 Situação Líquida 177.850,00
Edifício 134.000,00
Equipamento escritório 5.510,00 Activo
Viatura 31.200,00 Dívidas a pagar (forn.) 11.350,00
Mercadorias 5.260,00 Empréstimo bancário 51.500,00
Dívidas a receber (clientes) 26.780,00 Total Passivo 62.850,00
240.700,00 Passivo + Sit. Líquida 240.700,00

Sendo o Activo um conjunto de valores positivos e o Passivo um conjunto de


valores negativos, o Valor do Património corresponde à soma algébrica das duas
classes de elementos.

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A expressão numérica do Valor do Património chama-se Situação Líquida, ou
Capital Próprio ou Património Líquido.

Sendo a Situação Líquida dada pela diferença entre o valor Activo e o Passivo,
facilmente se depreende que ela representa o conjunto de valores que pertencem
efectivamente ao proprietário da empresa, ou seja, representa os direitos deste último
sobre as propriedades da mesma.

Em termos monetários, a Situação Líquida ou Capital Próprio de um dado


momento, representa o Valor que o proprietário da empresa teria direito a receber se
cessasse a sua actividade, liquidando o património (do ponto de vista contabilístico)
nesse momento.

3.6. Modelos de balanço


De salientar que as Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo IASB
(NIC’s e IAS) não apresentam um modelo padronizado, apenas indicando as
características essenciais das grandes rubricas. (Ver a página seguinte)

3.7. Ordenação das contas do balanço


 Activo (1. ° membro): o critério é o da liquidez crescente.
 Passivo (2. ° membro): o critério é o da exigibilidade crescente.
 Situação Líquida ou Capital Próprio: o critério é o da formação histórica dos
valores.

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BALANÇO DE (MODELO NÃO OFICIAL) u.m.:
31- 31-12- 31- 31-12-
Rubricas Notas Rubricas Notas
12-/N N-1 12-/N N-1
ACTIVO CAP. PRÓP. (SL)
Activo não corrente Capital Social
Activos fixos tangíveis Reservas
Activos fixos intangíveis Resultado líquido
Invest. financeiros TOTAL CAP. PRÓP.

Activo corrente PASSIVO


Inventários/Existências Passivo não corrente
Dívidas a receber Fornecedores
Disponibilidades Empréstimos bancários
Estado
Sócios
Outros credores

Passivo corrente
Fornecedores
Empréstimos bancários
Estado
Sócios
Outros credores

TOTAL PASSIVO

TOTAL C.P. E
TOTAL ACTIVO
PASSIVO

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3.8. Modelo de Balanço conforme PGC-NIRF

Activos Notas Período n Período n-1


Activos não correntes
Activos tangíveis
Activos tangíveis de investimento
Goodwill
Activos intangíveis
Activos biológicos
Investimentos em associadas
Outros activos financeiros
Activos por impostos diferidos
Activos não correntes detidos para venda
Activos correntes
Inventários
Activos biológicos
Clientes
Outros activos financeiros
Outros activos correntes
Caixa e bancos
Total dos activos
CAPITAL PRÓRIO E PASSIVOS
Capital Próprio
Capital social
Reservas
Resultados transitados
Outras componentes do capital próprio
Resultado líquido do período
Interesses minoritários
Total do capital próprio
Passivos não correntes
Provisões
Empréstimos obtidos
Outros passivos financeiros
Passivos por impostos diferidos
Outros passivos não correntes
Passivos correntes
Provisões
Fornecedores
Empréstimos obtidos
Outros passivos financeiros
Impostos a pagar
Outras contas a pagar
Total dos passivos
Total do capital próprio e dos passivos

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3.9. Características das principais rubricas do balanço

O Balanço compreende dois membros que se equilibram:

1. ° Membro 2. ° Membro

ACTIVO CAP. PRÓPRIO PASSIVO

3.9.1. Activo
Um activo é um recurso controlado pela entidade como resultado de
acontecimentos passados e do qual se espera que fluam para a entidade benefícios
económicos futuros.
O Activo encontra-se repartido por dois grandes grupos (massas patrimoniais):

ACTIVO

Activo Não Corrente Activo Corrente

Segundo o PGC uma entidade deve classificar um activo como corrente


quando:
(a) Espera que seja realizado, ou pretende que seja vendido ou consumido, no
decurso do ciclo operacional normal;
(b) Detém o activo com o objectivo principal de o negociar;
(c) Espera realizar o activo dentro de um ano após a data de relato; ou
(d) O activo é caixa ou equivalente de caixa a menos que esteja limitada a sua
troca ou utilização para liquidar uma obrigação no período de pelo menos um
ano após a data de relato.
Em contrapartida, a classificação de um activo não corrente, não obedece os
pressupostos acima mencionados, ou seja, activo não corrente é um activo que não
satisfaça a definição de activo corrente.
Os activos correntes englobam os seguintes itens:
 Inventários – imputam-se as existências ou bens armazenáveis;
 Activos biológicos – animais, plantas vivas e produtos agrícolas colhidos;

12
 Clientes – regista as dívidas a receber dos compradores de mercadorias, de
produtos e serviços;
 Outros activos financeiros – inclui às demais aplicações financeiras
realizáveis a curto prazo;
 Outros activos correntes – descreve-se os demais activos correntes possuídos
pela entidade;
 Caixa e bancos – inclui numerário e depósitos em instituições bancárias.

Por sua vez, os activos não correntes englobam os seguintes itens:


 Activos tangíveis – activos imobilizados corpóreos afectos à actividade das
empresas;
 Activos tangíveis de investimento – imóveis não afectos à actividade
principal da empresa, e que se destinam a obter rendimentos;
 Goodwill – valor incorpóreo, correspondente a um pagamento antecipado por
conta de lucros futuros (valor pago a mais; idêntico ao trespasse);
 Activos intangíveis – activos sem substância física, que se destinam a
permanecer no seio da empresa por períodos longos (marcas, alvarás, etc);
 Activos biológicos – animais e plantas não classificados como correntes
(animais e plantas de reprodução);
 Investimentos em associadas – incorporam-se valores inerentes a
investimentos realizados noutras entidades, sendo este processo, auxiliado pelo
método da equivalência patrimonial;
 Outros activos financeiros – inclui às demais aplicações financeiras
realizáveis a curto prazo;
 Activos por impostos diferidos – dívidas a receber do estado respeitantes a
impostos diferidos, num horizonte temporal de médio/longo prazo;
 Activos não correntes detidos para venda – imputam-se valores relativos a
bens destinados a venda mas que anteriormente fizeram parte da actividade
produtiva da empresa.

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3.9.2. Capital Próprio
Em termos técnicos, o capital próprio é “o interesse residual nos activos da
entidade depois de deduzir todos os seus passivos”.
Em termos gerais, podemos afirmar que o capital próprio representa os fundos
aplicados pelos accionistas/ sócios e os resultados não levantados ou distribuídos
(reservas e resultados transitados).

O capital próprio engloba os seguintes itens:


 Capital social – valor com que os comerciantes iniciam a sua actividade;
 Reservas – valores inerentes as acumulações do capital próprio;
 Resultados transitados – inclui resultados positivos de anos anteriores não
distribuídos ou resultados negativos transferidos para esta conta;
 Outros componentes do capital próprio – regista variações não incluídas nas
rubricas anteriores;
 Resultado líquido do período – resultado do exercício.
 Interesses minoritários – valor respeitante a parte do capital próprio de uma
entidade não atribuída, directa ou indirectamente, a uma empresa-mãe.

3.9.3. Passivo
Um passivo é uma obrigação presente da entidade resultante de acontecimentos
passados, de cuja liquidação se espera que resultem para a entidade saídas de recursos
incorporando benefícios económicos.
O Passivo encontra-se repartido por dois grandes grupos (massas patrimoniais):

PASSIVO

Passivo Não Corrente Passivo Corrente

Segundo o PGC uma entidade deve classificar um passivo como corrente


quando:
(a) espera que seja liquidado no decurso do ciclo operacional normal;
(b) detém o passivo com o objectivo de o negocial;
(c) a liquidação do passivo se vence dentro de um ano após a data de relato; ou

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(d) a entidade não tem um direito incondicional para diferir a liquidação do
passivo por, pelo menos, um ano após a data de relato.
Em contrapartida, a classificação de um passivo não corrente, não obedece os
pressupostos acima mencionados, ou seja, passivo não corrente é um passivo que não
satisfaça a definição de passivo corrente.

Os passivos correntes englobam os seguintes itens:


 Provisões – regista as responsabilidades que à data do balanço sejam de
ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto ao seu valor ou data de
ocorrência;
 Fornecedores – regista as dívidas a pagar a fornecedores;
 Empréstimos obtidos – regista as dívidas a pagar de financiamentos obtidos;
 Outros passivos financeiros – rubrica residual;
 Impostos a pagar – regista-se as dívidas a pagar ao Estado referente a
tributação;
 Outras contas a pagar – dívidas a pagar não incluídas noutras rubricas.

Por sua vez, os passivos não correntes englobam os seguintes itens:


 Provisões - regista as responsabilidades que à data do balanço sejam de
ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto ao seu valor ou data de
ocorrência;
 Empréstimos obtidos - regista as dívidas a pagar de financiamentos obtidos;
 Outros passivos financeiros - rubrica residual;
 Passivos por impostos diferidos – regista dívidas a pagar no futuro ao
Estado;
 Outros passivos não correntes – regista os demais aspectos que não foram
incluídos noutras rubricas.

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4. CONCLUSÃO

Toda empresa possuí metas ou objectivos que pretende alcançar. Mas, tais metas ou
objectivos serão alcançáveis, apenas, se a empresa estiver munida de todos os recursos
para um bom funcionamento, ou seja, um desenvolvimento de actividades saudável.
Estes documentos contabilísticos carregam consigo, grande importância para a empresa,
pois, eles relatam as variações que ocorrem no património dia após dia, evidenciam-nos
em que situação de liquidez a empresa se encontra.

Contudo, importa realçar que, uma das grandes importâncias que documentos destes
género detém, é o facto de que, eles servem como uma bússola para que os gestores
possam, por exemplo, determinar quais são as decisões ou providencias, que devem ser
tomadas, isto é, as estratégias que devem ser adoptadas para que haja um impulso na
lucratividade da empresa.

Entretanto, após os estudos realizados e abordagens discutidas, o grupo concluí que, é


realmente imprescindível que haja atenção para com estes aspectos, pois, as diversas
entidades existentes na nossa sociedade, precisam destes documentos para garantir o
decorrer do seu exercício económico de forma normalizada e frutífera.

16
5. BIBLIOGRAFIA

 BORGES, António; RODRIGUES, Azevedo; RODRIGUES, Rogério. Elementos


de Contabilidade Geral. 25.ª ed. Lisboa: Áreas Editora, 2010.
 LOPES, Carlos Rosa e tal. Manual de Contabilidade e Finanças Para Não
Financeiros. Escolar Editora, 2015.
 BRITO, Dalva. Plano Geral de Contabilidade Comentado. 1.ª ed. Maputo:
Moçambique Editora, 2005.
 Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique. Maputo:
Plural Editores.
 CONTABILIDADE FINANCEIRA (Actualizado). Produzido por Sérgio
Alfredo.
<https://pt.scribd.com/doc/306788562/Contabilidade-Financeira-Actualizad>.
Acesso em 08 Maio 2016.
 CF-ELEMENTOS PATRIMONIAIS DAS EMPRESAS. Produzido por
PhucBenguela.
<http://imibbenguela.blogspot.com/2011/07/contabilidade-financeira-
10.html?m=1>. Acesso em 2 Maio 2016.

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6. ANEXOS

Anexo I: Caso Prático


INVENTÁRIO DA SOCIEDADE RVL, Lda. EM 31/12/N

ACTIVO
dinheiro em caixa 500,00
2 máquinas de escrever 3.960,00
4 máquinas calculadoras 1.300,00
um edifício na rua H 134.000,00
um frigorifico 250,00
conjunto de estantes 400,00
uma máquina registadora 1.120,00
uma viatura 31.200,00
dívidas de:
Cliente A 9.030,00
Cliente B 17.750,00
2 secretárias 2.120,00
4 cadeiras 710,00
depósitos no Banco A 37.450,00
2 sofás 480,00
equipamentos diversos 430,00
Total do Activo 240.700,00
PASSIVO
dívidas a:
Fornecedor A 7.160,00
Fornecedor B 2.090,00
Dívida à papelaria H, Lda 2.100,00
Empréstimo contraído no Banco A 51.500,00
Total do Passivo 62.850,00

Pretende-se:
a) Identifique o tipo de inventário acima considerando os critérios de
classificação (caso seja Simples, transforme-o em Classificado).
b) Elaboração do balanço e comentário.

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Resolução:
a) Quanto ao âmbito: Inventário geral ou total;
Quanto ao período: Inventário ordinário;
Quanto a disposição: Inventário simples ou corrido;
Quanto a apresentação: Inventário vertical.

Inventário Classificado ou Selectivo


INVENTÁRIO DA SOCIEDADE RVL, Lda. EM 31/12/N
ACTIVO
1 MEIOS FINANCEIROS
1.1 Caixa
dinheiro em caixa 500,00 MT
1.2 Bancos
depósitos no Banco A 37.450,00 MT

2 INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS


2.2 Mercadorias
2 máquinas de escrever 3.960,00
4 máquinas calculadoras 1.300,00 5.260,00 MT

3 INVESTIMENTOS DE CAPITAL
3.2 Activos tangíveis
uma máquina registadora 1.120,00
um frigorífico 250,00
conjunto de estantes 400,00
2 secretária 2.120,00
4 cadeiras 710,00
2 sofás 480,00
equipamentos diversos 430,00
uma viatura 31.200,00
um edifício na rua H 134.000,00 170.710,00 MT

4. CONTAS A RECEBER
4.1 Clientes
Cliente A 9.030,00
Cliente B 17.750,00 26.780,00 MT

Total do Activo 240.700,00 MT

PASSIVO
4 CONTAS A PAGAR
4.2 Fornecedores
Fornecedor A 7.160,00
Fornecedor B 2.090,00
…………. A TRANSPORTAR……………….

19
PASSIVO
…………. TRANSPORTE……………….
4 CONTAS A PAGAR
4.2 Fornecedores
Papelaria H, Lda 2.100,00 11.350,00 MT

4.3 Empréstimos obtidos


empréstimo no Banco A 51.500,00 MT

Total do Passivo 62.850,00 MT

b)
SOCIEDADE RVL
BALANÇO
EM 31 DE DEZEMBRO DE N
Activos Notas Período n Período n-1
Activos não correntes
Activos tangíveis 170.710,00
Activos tangíveis de investimento
Goodwill
Activos intangíveis
Activos biológicos
Investimentos em associadas
Outros activos financeiros
Activos por impostos diferidos
Activos não correntes detidos para venda
Activos correntes
Inventários 5.260,00
Activos biológicos
Clientes 26.780,00
Outros activos financeiros
Outros activos correntes
Caixa e bancos 37.950,00
Total dos activos 240.700,00 MT
CAPITAL PRÓRIO E PASSIVOS
Capital Próprio 177.850,00
Capital social
Reservas
Resultados transitados
Outras componentes do capital próprio
Resultado líquido do período
Interesses minoritários
Total do capital próprio 177.850,00 MT
Passivos não correntes
Provisões
Empréstimos obtidos
20
Outros passivos financeiros
Passivos por impostos diferidos
Outros passivos não correntes
Passivos correntes
Provisões
Fornecedores 11.350,00
Empréstimos obtidos 51.500,00
Outros passivos financeiros
Impostos a pagar
Outras contas a pagar
Total dos passivos 62.850,00 MT
Total do capital próprio e dos passivos 240.700,00 MT

ACTIVO………………………………………………………………… 240.700,00 MT
PASSIVO……………………………………………………………….− 62.850,00 MT
CAPITAL PRÓPRIO…………………………………………………... 177.850,00 MT

Comentário:
Concluindo, a SOCIEDADE RVL possuí uma saúde financeira saudável, pois, o
valor do activo é superior, em relação, ao valor do passivo.

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Anexo II: Abreviaturas usadas

NIC – Norma Internacional de Contabilidade


NIRF - Normas Internacionais de Relato Financeiro
IAS – International Accounting Standard
IASB – International Accounting Standards Committee
PGC – Plano Geral de Contabilidade
PGC-NIRF – Plano Geral de Contabilidade baseado nas Normas Internacionais de
Relato Financeiro ou Plano Geral de Contabilidade para Empresas de Grande e Média
Dimensão.

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