Língua Portuguesa - Redação Empresarial: Aula 3

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17/10/22, 19:15 UNINTER

LÍNGUA PORTUGUESA –
REDAÇÃO EMPRESARIAL
AULA 3

Profª Ariane Regina de Oliveira Hidalgo


https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/16
17/10/22, 19:15 UNINTER

CONVERSA INICIAL

Neste estudo, abordaremos


diferentes pontos da comunicação empresarial, entre eles, a tão

essencial
formalidade e como uma comunicação cordial pode evitar conflitos pessoais e

organizacionais. Por fim, traremos muitas dicas de língua portuguesa para


aprimorar ainda mais a sua

escrita. Para tanto, vamos abordar os seguintes


temas:

A
formalidade na comunicação escrita
A formalidade e o
contexto

Comunicação cordial

Dificuldades gerais da
língua portuguesa

Termos e expressões
constantes na linguagem oficial

CONTEXTUALIZANDO

Vamos dar início a este


estudo refletindo a respeito da formalidade na comunicação escrita. Já
vimos, anteriormente,
que a fala apresenta características distintas e uma certa flexibilidade maior

que a escrita no que diz respeito à formalidade e à norma-padrão. Então, a


partir de agora, veremos

como a escrita realmente se difere da fala e quais os


cuidados devem ser tomados para que a escrita

ganhe um ar mais formal, sem


deixar de ser elegante e objetiva.

TEMA 1 – A FORMALIDADE NA COMUNICAÇÃO ESCRITA

Anteriormente, vimos
que ao longo da história a comunicação oral precede a comunicação

escrita. Aliás,
ressalta-se que nós temos acesso à oralidade bem antes da escrita, isto é, antes
de

sermos alfabetizados, de irmos à escola, já temos a comunicação oral formada,


não é mesmo? Por

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esse motivo é que devemos nos adequar aos meios da comunicação


escrita – não deixando as

marcas da comunicação oral se subscrevem à linguagem


escrita.

Nesse sentido, orienta-se


que a comunicação escrita não deve retratar fielmente os mesmos

traços da
oralidade. Por exemplo, ao falar, eventualmente, podemos usar alguns bordões,

neologismos
e, dependendo do caso, gírias, mas na comunicação escrita estas marcas não são

aceitas e, ainda, prejudicam a imagem e a compreensão do texto e, infelizmente,


a própria imagem

do emissor.

Portanto, ao produzir
um texto empresarial, é imprescindível dispensar atenção ao modo de
escrever.
Verifique se você não está abusando da intimidade com o interlocutor, que não
deve ser

excessiva. Analise se você não está empregando expressões muito


regionais ou uma linguagem

muito técnica, específica de alguma área do saber,


pois nem todos poderão ter acesso ao significado

pretendido, não faça de uso de


gírias e evite abreviaturas – sobretudo as erradas e, claro, seja

objetivo, mas
não seja ríspido, é fundamental manter-se atento à clareza, sem deixar de lado
a

polidez. Nos próximos tópicos (três e quatro) veremos muitos exemplos que
ilustram maneiras de

como aplicar esse conceito.

TEMA 2 – A FORMALIDADE E O CONTEXTO

2.1 OS PRONOMES DE TRATAMENTO

Já entendemos que a
formalidade envolve diversos quesitos, tais como cuidado com as regras

da
língua, objetividade, utilização de expressões formais e gentis – sem gírias e excesso
de

regionalismos. Contudo, há um outro fator crucial que diz respeito à intimidade


e ao tratamento

utilizado com o interlocutor. Assim sendo, como o nosso foco é


a comunicação nos diversos âmbitos

da escrita empresarial, precisamos nos


atentar ao modo como nos dirigimos às pessoas com quem

estamos falando ou de
quem estamos falando, isto é, aos pronomes de tratamento utilizados para

cada
situação, sejam eles na comunicação oral ou escrita. Com isso, evitaremos
deslizes no que diz

respeito à formalidade e à intimidade selecionada para


tratar o interlocutor. Para Domingos Cegalla

(2008), o tratamento adequado vai


depender do cargo, título, idade e dignidade da referida pessoa.

Logo, o
tratamento poderá ser mais familiar ou cerimonioso. Os pronomes mais usuais
são: você,

vocês, senhor, senhora, senhores, senhoras. No entanto, há


outros mais específicos e determinados a

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pessoas e suas funções. Com base nas


proposições de Cunha e Cintra (2017), os pronomes de

tratamento são utilizados de


acordo com os seguintes contextos:

Tratamento Abreviatura Uso

Você V. Tratamento familiar, informal, íntimo

Senhor(a) Sr. e a Sr.ª Tratamento de respeito, formal

Vossa Alteza V. A. Príncipes, arquiduque, duques

Vossa Eminência V. Em.ª Cardeais

Vossa Excelência V. Ex.ª Altas autoridades

Vossa Magnificência V. Mag.ª Reitores de universidades

Vossa Majestade V. M. Reis e imperadores

Vossa Reverência V. Rev.ª Sacerdotes em geral

Vossa Santidade V. S. Papa

Vossa Senhoria V. S.ª Funcionários públicos graduados, oficiais até o nível de coronel

2.2 APLICAÇÃO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO

Agora que já vimos os


principais pronomes de tratamento, vejamos como eles são aplicados na

prática,
ou seja, como ocorrem as concordâncias durante a utilização. De acordo com Laine
de

Andrade Silva (2007), os pronomes que utilizam vossa são pertencentes


à terceira pessoa do singular.

Logo, essas concordâncias são realizadas com o


verbo na terceira pessoa, embora se refira à pessoa

com quem estamos falando


(segunda pessoa). Veja algumas formas de uso:

Vossa
senhoria não esteve presente na última assembleia?

Receba
V. Sª. nossos profundos agradecimentos.

Comunicamos
a v.s.ª que encaminhados o seu pedido.

V. Sª.
está comprometida na próxima terça-feira? (para pessoas do sexo
feminino).

V. Sª.
está comprometido na próxima terça-feira? (para pessoas do sexo
masculino).

Silva
(2007) ressalta que quando nos referimos a uma empresa ou a demais formas de

organização, tais como sociedades, grupos diversos e afins, então, pode-se


utilizar a expressão:

prezados senhores.

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2.3 OS PRONOMES DE TRATAMENTO E O DECRETO 9.758/2019

Cabe salientarmos que, em


abril de 2019, um decreto do Governo Federal entrou em vigor

alterando a utilização
dos pronomes de tratamento na esfera pública, ou seja, quando se tratar de

agentes públicos da administração pública federal, passa a valer, então, o que


pressupõe o Decreto n.

9.758/2019. O art. 84 do referido texto menciona que a


forma de tratamento passa a ser:

Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com


agentes públicos

federais é “senhor”, independentemente do nível hierárquico,


da natureza do cargo ou da função

ou da ocasião.

Parágrafo único. O pronome de tratamento é flexionado para o


feminino e para o plural.

Os cargos afetados por essa mudança são: servidores públicos ocupantes de cargo efetivo;

militares
das Forças Armadas ou das forças auxiliares; empregados
públicos; pessoal temporário;

empregados,
conselheiros, diretores, presidentes de empresas públicas e sociedades de
economia mista;

empregados terceirizados que exercem


atividades diretamente para os entes da administração pública

federal; ocupantes de cargos em comissão e de funções de confiança;


autoridades públicas de qualquer

nível hierárquico,
incluídos os Ministros de Estado; e Vice-Presidente e ao
Presidente da República.

O texto
afirma que este Decreto não se aplica aos seguintes casos:

I  -  às comunicações entre agentes públicos federais e autoridades


estrangeiras ou de

organismos internacionais; e

II - às comunicações entre agentes públicos da


administração pública federal e agentes públicos do

Poder Judiciário, do Poder


Legislativo, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério
Público ou de outros entes federativos, na hipótese de exigência de tratamento
especial pela outra

parte, com base em norma aplicável ao órgão, à entidade ou


aos ocupantes dos cargos. (ênfase

acrescentada)

Vejam que, no que diz


respeito ao trato com a comunicação entre agentes internacionais, o

decreto não
prevê mudanças, muito menos estabelece um padrão. Do mesmo modo ocorre com os

agentes públicos dos Poderes Judiciário, Legislativo, Tribunal de Contas,


Defensoria Pública e

Ministério Público. Ressalta-se, aliás, que o Decreto,


também no que concerne a comunicação com

agentes públicos federais, revoga a


utilização das formas: Vossa Excelência, Excelentíssimo, Vossa

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Senhoria, Vossa
Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno ou digníssimo e
respeitável, uma

vez que foram substituídas pelo tratamento: “senhor”.

Nesse sentido, reiteramos


que tais alterações são pertinentes à esfera da comunicação com os

agentes
públicos federais, fora desse contexto, os pronomes de tratamento continuam
sendo aceitos,

inclusive pelas normas da língua portuguesa em vigor.

TEMA 3 – COMUNICAÇÃO CORDIAL

De
acordo com Adriana Czajkowski et al. (2020, p. 175), a comunicação cordial relaciona-se
tanto

com a etiqueta quanto com os cumprimentos direcionados ao interlocutor,


trata-se, portanto, do
cuidado em criar uma via de comunicação que resolva
situações, aproximando as pessoas sem gerar

conflitos.

Anteriormente, abordamos
brevemente sobre a relevância da comunicação cortês, com o uso

adequado de
expressões que demonstrem gentileza e, principalmente, sobre jamais utilizar a
forma
imperativa (ordens) sem um toque de cordialidade. Muitas
vezes, o texto necessita transmitir

mensagens não muito agradáveis – para os


olhos do interlocutor, tais como: cobranças, notas de
pesar, comunicados de
desligamento e cortes de despesa, demonstrativos de perdas e afins.

Portanto, a
cordialidade precisa ser uma condição elementar em todos os textos. Vejamos,
na prática,
como esses recursos podem ajudar a criar canais de comunicação mais
acessíveis.

Maria, preciso do relatório amanhã, é urgente!

Prefira: Maria, preciso do relatório o


quanto antes. Consegue finalizá-lo até amanhã, por

gentileza?

Veja
que as expressões “consegue finalizá-lo” e “por gentileza” transmitem a
mensagem com
muito mais suavidade.

Prezados, em função de um erro no setor financeiro, o Pedro Rocha,


do marketing, terá de

atualizar a base de dados, aguardem até quinta-feira.

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Prefira: Prezados, em função de um equívoco


ocorrido em um dos setores, o Pedro Rocha,

do marketing, atualizará a base de


dados, por favor, aguardem até quinta-feira.

Note
que a expressão “erro” foi substituída por “equívoco” com o objetivo de
amenizar o
conflito. A expressão “por favor” também oferece um tom mais suave
ao contexto.

Marcelo, segue o orçamento do próximo trimestre. Valide-o até


amanhã.

Prefira: Marcelo, segue o orçamento do


próximo trimestre. Poderia validá-lo até amanhã,
por favor? Obrigado.

Observe
que a expressão “poderia validá-lo até amanhã” é bem mais agradável que
“valide-o

até amanhã”.

Então, qual das


mensagens será mais bem ouvida/aceita pelos interlocutores? Será que a que faz

o pedido mais “seco”, ou o mais “suave”, com palavras de cordialidade? Pode


parecer algo
desnecessário, mas não é. O modo com o qual nos comunicamos está
diretamente relacionado à

solução que obtemos para os nossos pedidos. Ao


fazermos colocações “infelizes”, muito
provavelmente causaremos obstáculos
entre os interlocutores, logo, surgem os ruídos, as respostas
nebulosas, e a
comunicação transcorre de modo não eficiente.

Para Raquel Bahiense


(2010, p. 98) é imprescindível “[...] apresentar nossas opiniões de forma
simpática, atenciosa, cortês. Escrever com desenvoltura, com argumentação,
clareza e coesão é uma

habilidade a ser desenvolvida por todos – desde cartas


comerciais a teses”. Nesse sentido, entende-
se que devemos aplicar o bom uso
das normas da língua com o cuidado de uma comunicação

respeitosa, elegante, sem


imposições desconfortáveis.

Agora,
vejamos alguns exemplos bem comuns em que o emissor, por meio da utilização de
uma
comunicação cordial, consegue apresentar uma comunicação amistosa mesmo ao
reportar um

problema ou uma discordância, isto é, um novo ponto de vista de uma


determinada situação.

Apresentação
de um problema:

Prezada sra. Vanda,

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Infelizmente, tivemos um problema com o rastreio do lote do seu


produto. Estamos
trabalhando para solucionar o transtorno o quanto antes. Assim
que obtivermos mais

informações, comunicaremos por e-mail e mensagem SMS.

Ficamos à disposição para mais esclarecimentos e lamentamos profundamente


o ocorrido.

Veja que esta mensagem faz três considerações:


1ª) comunica a existência de um problema, 2ª)

lamenta o transtorno causado, ao


mesmo tempo em que, 3ª) se coloca à disposição para demais
esclarecimentos. Com
isso, não deixa margem para que o interlocutor receba uma negativa em um

tom
muito seco, sem um pedido formal de desculpas e sem demonstrar preocupação com
o referido
caso. Agora, imagine se esses cuidados não fossem aplicados e a mensagem
se centrasse apenas no
problema? Teríamos uma comunicação quase ríspida,
mecânica, sem atenção ao interlocutor.

Apresentação
de um novo ponto de vista – discordância

Olá,
Eduardo,

Então, não tenho certeza se essa é a melhor opção. Talvez


devêssemos prorrogar o prazo e
não aplicar a multa, excepcionalmente nesse
caso, com esse cliente, com isso, evitaríamos

qualquer desconforto com o


jurídico deles. Se julgar adequado, posso agilizar o processo e
realizar as
demais formalizações.

Aguardo retorno.

Note que o exemplo retratado apresenta uma


discordância a um certo ponto de vista que já
estava sendo tratado
anteriormente – fato muito corriqueiro em comunicações empresariais.

Contudo, a
divergência é pronunciada de modo muito diplomático. Já a outra opção oferecida
pelo
emissor da correspondência, é realizada como se fosse uma sugestão:
“talvez devêssemos prorrogar

[...]”, sem impor de maneira expressa a outra


perspectiva e, portanto, assim, a mensagem soa distinta,
sem a pretensão do
modo imperativo (tom autoritário que ordena algo), mas como uma solução

mais
adequada ao ocorrido.

3.1 COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA

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Até agora já vimos que


a comunicação perpassa a linguagem e, mais especificamente, em nosso

caso, a
língua portuguesa, sobretudo, no que concerne à redação empresarial. Sabendo
disso, é
preciso associar tudo o que já vimos até o momento com as técnicas da
comunicação não violenta

para que possamos alcançar um nível de comunicação


plena, que una pessoas e, consequentemente,
melhore os nossos resultados no
quesito comunicar.

Para Marshall Rosenberg


(2021, n/p), estudioso da comunicação não violenta, o conceito não

trata apenas
da não aplicabilidade do uso agressivo/agressor da palavra, pois “A CNV
baseia-se em
habilidades de linguagem e comunicação que fortalecem nossa
capacidade de manter a

humanidade, mesmo em condições adversas”. Em outras


palavras, trata-se da capacidade de
sabermos nos comunicar de maneira empática
até mesmo em circunstâncias não desejáveis, por

exemplo, em ambientes sob


pressão. O teórico (2021) ressalta ainda que a empatia quando associada
à
comunicação é capaz de criar relações interpessoais mais agradáveis e permite a
resolução de

conflitos.

Nesse sentido, vimos


que a comunicação cordial e a comunicação não violenta caminham lado a
lado,
uma fortalece a outra e, concomitantemente, nos auxiliam com a tarefa de usar
as palavras a

nosso favor – do modo mais gentil e cooperativo possível. Sobre


isso, Rosenberg (2021) afirma que a
comunicação não violenta baseia-se nos seguintes
pilares:

1. Observação:
relação com o entendimento do contexto e da comunicação.
2. Sentimento:
entender o que a situação observada desperta: medo, raiva, stress, ansiedade,

felicidade etc.
3. Necessidades:
reconhecer quais as necessidades foram observadas, passo da análise.
4. Pedido:
quais serão as ações concretas, como o pedido será resolvido.

Se pensarmos no
ambiente corporativo, podemos imaginar que esses passos podem nortear
aqueles
e-mails problemáticos que todos nós já recebemos. Se respondermos no calor da
emoção,

com uma linguagem muito seca, muito provavelmente teremos mais


problemas pela frente, no lugar
de soluções. Nesse sentido, a CNV nos faz
analisar o outro lado da parte, e como é possível oferecer

um retorno empático,
mesmo que não seja a resolução da queixa, uma escuta cautelosa e um
retorno
amigável farão toda a diferença no processo comunicativo.

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TEMA 4 – DIFICULDADES GERAIS DE LÍNGUA PORTUGUESA NO


MEIO EMPRESARIAL

4.1 COMUNICAÇÕES DELICADAS

No meio empresarial,
como já dissemos, produzimos textos para diferentes finalidades, seja para
comunicar ações desejadas ou indesejadas. O que queremos dizer com isso? Lembra
que

mencionamos as comunicações de desligamento, cobranças, cortes


orçamentários e as mensagens
relacionadas a felicitação e elogios? Pois bem,
esse é um exercício que requer atenção e, muitas

vezes, os emissores tentam


fugir da tarefa de anunciar situações difíceis, justamente por ser uma
atividade que exige um cuidado extra com a postura e o tom. Certamente, é muito
mais fácil e

agradável reportar notícias leves e animadoras do que mensagens


aflitas e de luto.

Com isso, é normal que


os emissores encontrem dificuldades na hora de elaborar textos tão
distintos. Assim,
o que se pode afirmar é que em ambos os casos a ferramenta que irá auxiliar
nessa

empreitada é utilizar expressões e argumentos cordiais com o intuito de


estabelecer uma
comunicação empática e amigável. A seguir, vejamos alguns casos
em que a substituição de termos

se faz necessária para que a mensagem não soe


ríspida.

Informamos
que Fulano de Tal foi mandado embora da empresa na data de hoje.
Informamos
que Fulano de Tal foi desligado da empresa na data de hoje.

Não é possível agendar as suas férias para essa


data. Escolha outra, de preferência a partir de
agosto.

Infelizmente, não será possível agendar as suas férias para


esse mês, pois outro colaborador
também estará ausente nesse mesmo período. O
ideal é agendar uma nova data, de preferência

a partir de agosto. Poderia


verificar e nos avisar, por favor?
Informamos que o pai do colaborador João Silva,
do departamento de tecnologia, morreu na

data de ontem, por esse motivo, João


estará ausente durante toda a semana.
Com profundo pesar, informamos que o pai do colaborador João Silva,
do setor de tecnologia,

faleceu no dia de ontem. Neste momento de dor,


nos solidarizamos com os familiares e amigos
e expressamos nossas sinceras
condolências. Por esse motivo, João ficará afastado das

atividades laborais na
próxima semana.

Por meio dos exemplos


expostos, nota-se que é possível informar ou defender uma ideia sem
ofender
ninguém. As expressões em destaque demonstram que, sim, há uma forma mais amena
de
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abordar alguns temas, sempre zelando pelo respeito com os interlocutores.


Bahiense (2010)

menciona que

É
comum, também, em empresas – principalmente – não gostarmos de todas as pessoas.
Com

algumas, temos mais afinidades; com outras, menos. E é exatamente com a


turma menos afinada
que temos problemas. A linguagem correta, então, se faz
mais necessária ainda, para que a tensão

diminua e são seja mais um ponto de


discórdia. (Bahiense, 2010, p. 98)

Nesse sentido, é
notável que a linguagem adequada, mais amena, evita animosidades e

situações
desconfortáveis. Como vimos, o uso de sinônimos para substituir palavras/conceitos
que
soam mais rude ou muito direto é sempre bem-vindo, pois torna a mensagem mais
sutil e aceitável.

4.2 DIFICULDADES GERAIS: BARBARISMOS

Barbarismos são aqueles


casos em que há um uso incorreto da pronúncia, da forma ou do

sentido
(significado) das palavras. Vejamos os casos mais recorrentes e uma breve
aplicação do

conceito correto.

Para memorizar, vejamos os exemplos e


ilustrações a seguir.

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Créditos: Wat cartoon; korzuen/ Shutterstock.

Meio triste, meio


arrependida, meio feliz, meio com fome. Todas essas formas são relacionadas à

“metade”. Não importa quem, ele ou ela, sempre usamos meio.

Casa geminada, aula geminada, grade


geminada. Germinado(a) com R é tudo aquilo que

germina, que brota, cresce. Não


é o caso das casas, grades, aulas e afins.

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Créditos: mariva2017/Shutterstock.

“Seje menas”. Duas


expressões que não existem. São apenas permitidas nos memes da internet!

O
correto sempre será seja menos, seja
sincero(a), seja rápido, seja
estudioso(a) etc.

TEMA 5 – EXPRESSÕES CONSTANTES NA LINGUAGEM OFICIAL

Sabendo que a
comunicação empresarial emprega certos recursos com muita frequência,
abordaremos aqui uma série de tópicos que irão facilitar o exercício da escrita
em seu dia a dia.

5.1 DATAS, DIAS DA SEMANA E ANO

Para grafar datas específicas,


de maneira numérica, existem algumas possibilidades, vejam os

exemplos:

10-06-2022:
com traços

10/07/2022:
com barras
10.08.2022:
com pontos


de abril ou 01º/04: o primeiro dia do mês sempre em numeral ordinal

O ano também pode ser


grafado com apenas os dois últimos dígitos, por exemplo:

25/12/22.

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Para grafar datas por extenso


e dias da semana, orienta-se:

São
Paulo (a localidade é opcional), 10 de maio de 2022.

20
de setembro de 2022.

A
reunião será na próxima terça-feira: dias da semana são grafados em
letra minúscula, com
hífen (segunda-feira), salvo se for começo de frase.

Sábado não posso, já tenho outro compromisso,


mas e domingo?

Note que na opção com


“cidade”, grafa-se a o nome do município com inicial maiúscula e

insere-se uma
vírgula (,) após o nome da cidade. Em seguida, o determinado mês, sempre
iniciando

em letra minúscula. Meses no ano são grafados em minúsculas, exceto se


for no início de uma frase.

5.2 NÚMEROS

Para escrever a duração


de um fato ou de qualquer quantidade, use a forma por extenso até o

nove. A
partir do 10, use números cardinais: 10, 11, 12, 20, 99. Observe os exemplos:

A
visita ao conselho administrativo durou quase três horas.

No mês
passado, o setor realizou 33 horas adicionais em consultoria.

A
empresa ficou em poder dos acionistas entre 2010 e 2019.
As
atividades do setor foram finalizadas na década de 1990.

Devido
ao mau-tempo, os voos foram cancelados por 14 horas.

Inicialmente,
o orçamento era de oito milhões de reais, mas o projeto acabou sendo previsto

por 13 milhões de reais.

5.3 HORÁRIO

Para escrever as horas,


use sempre o h minúsculo, sem ponto após o h e sem abreviar os

minutos.

Exemplos: 8h, 13h,


15h30, 22h05.

Dica: o
horário 12h30 deve ser lido como: meio-dia e meia (meia em referência
metade de uma

hora), bem como 01h30: uma e meia da manhã, por exemplo.

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TROCANDO IDEIAS

Muitos dos conteúdos expostos aqui são


tratados em profundidade no livro “Não erre mais:

língua portuguesa nas


empresas” (2013), da professora Maria Lúcia Elias Valle. Então, se quiser

conhecer mais detalhes de algum tema específico, sugerimos que consulte a obra
física ou a versão

digital (e-book) na Biblioteca Virtual.

NA PRÁTICA

Como uma forma de aprofundar os


conhecimentos adquiridos até aqui, sugerimos a leitura e o
download do Decreto n.
9.758/2019. Depois da leitura, o que acha de começar a reparar nos seus

últimos
e-mails enviados? Será que nesse momento já é possível notar quais são os
pontos de

melhoria? Se sim, além da reflexão, mãos à obra!

FINALIZANDO

Neste estudo, percorremos os detalhes e os


motivos pelos quais a comunicação escrita precisa
ser diferenciada da
comunicação oral. Vimos também a relação que o contexto exerce na

comunicação,
com os diversos pronomes de tratamento, inclusive os pronomes preconizados na

comunicação pública atual. Ademais, compreendemos que a polidez e a empatia fazem


parte de uma

comunicação cordial e não violenta, sobretudo no que diz respeito


às comunicações em contextos
mais delicados. Por fim, já pensando na prática
laboral, apresentamos algumas dicas de escrita que

farão parte da sua rotina do


trabalho.

REFERÊNCIAS

BAHIENSE,
R. Comunicação escrita: orientações para redação: dos critérios do Exame
Nacional

do Ensino Médio, o Enem, à comunicação administrativa. 2. ed. Rio de


Janeiro: Senac Nacional, 2010.

BRASIL.
Decreto n. 9758, de 11 de abril de 2019. Dispõe sobre a forma de
tratamento e de

endereçamento nas comunicações com agentes públicos da


comunicação pública federal. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9758.htm>.
Acesso em: 10

maio 2022.

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CEGALLA, D.
P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. ed. São
Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2008.

CUNHA,
C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 7. ed. Rio de
Janeiro:

Lexikon, 2017.

CZAJKOWSKI,
A. et.al. Construindo relacionamentos no contexto organizacional.
Curitiba:

InterSaberes, 2020.

ROSENBERG,
M. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos
pessoais

e profissionais. 5. ed. São Paulo: Ágora, 2021.

VALLE,
M. L. E. Não erre mais: língua portuguesa nas empresas. Curitiba:
InterSaberes, 2013.

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