Apostila Educação Fisica

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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

1
Manoel Carneiro de Oliveira Junior

Graduado em Educação Física pela Universidade Bandeirante de São Paulo (2009), Mestre
em Biofotônica aplicada às Ciências da Saúde pela Universidade Nove de Julho (2013),
Doutor em Ciências da Reabilitação pela Universidade Nove de Julho (2017). Atualmente
Pós Doutorando pela Unifesp (2020), tem experiência na área de Fisiologia e Imunologia,
com ênfase em Fisiologia e Imunologia Pulmonar, Hipnoterapeuta, especializado em auto
hipnose, hipnose clínica e hipnose para parto e gestantes, especialista em microexpressões
faciais e detecção de mentira e terapeuta comportamental.

ATIVIDADE FÍSICA PARA GRUPOS ESPECIAIS

1ª edição
Ipatinga – MG
2022

2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Bruna Luiza Mendes Leite
Carla Jordânia G. de Souza
Guilherme Prado Salles
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Eliza Perboyre Campos
Taisser Gustavo de Soares Duarte

© 2021, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br

3
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos


científicos (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de


determinados termos/palavras mostradas ao longo do
livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre
questões citadas em cada unidade, associando-o a
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.

4
SUMÁRIO

UNIDADE INTRODUÇÃO A ATIVIDADE FÍSICA PARA GRUPOS ESPECIAIS ............... 8

01
1.1 MAS AFINAL DE CONTAS O QUE SERIA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA GRUPOS
ESPECIAIS? ........................................................................................................... 8
1.2 PRINCÍPIOS PARA A PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS............................. 9
1.3 COMPONENTES DOS PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS ......................... 10
1.4 PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO (PSE) ..................................................... 13
1.5 TAXA DE PROGRESSÃO ..................................................................................... 15
1.6 FATORES A SER CONSIDERADO ANTES DE DETERMINAR A INTENSIDADE DE
UM EXERCÍCIO ................................................................................................... 17
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 19

UNIDADE ENTENDENDO AS CARDIOPATIAS FRENTE AOS EXERCÍCIOS ................ 24

02
2.1 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS .................................................. 24
2.2 DEFINIÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES COMO GRUPOS ESPECIAIS
............................................................................................................................ 25
2.3 ANGINA PECTORIS E EXERCÍCIOS FÍSICOS ...................................................... 27
2.4 ISQUEMIA E PERFUSÃO PERIFÉRICA NOS EXERCÍCIOS. ................................... 28
2.5 OS PORTADORES DE ARRITMIA PODEM PRATICAR EXERCÍCIOS FÍSICO? ...... 28
2.6 O COLESTEROL COMO PROPULSOR DAS DOENÇAS CORONÁRIAS E O
EXERCÍCIO FÍSICO ............................................................................................. 29
2.7 EXERCÍCIO FÍSICO PODE SER CONSIDERADO UMA OVERDOSE? .................. 31
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 33

UNIDADE ENTENDENDO A OBESIDADE FRENTE AOS EXERCÍCIOS ........................ 38

03
3.1 MAS AFINAL DE CONTAS COMO CLASSIFICAMOS A OBESIDADE? ............... 38
3.2 ENTENDENDO A PERDA DE PESO A LONGO PRAZO E A MANUTENÇÃO DESSA
PERDA ................................................................................................................. 39
3.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE ATIVIDADE FÍSICA NA CIRURGIA BARIÁTRICA ...... 39
3.4 TIPOS DE ATIVIDADE FÍSICA PARA OBESIDADE ................................................ 40
3.5 E A ATIVIDADE FÍSICA FUNCIONAL? ................................................................ 42
3.6 MAS SERÁ QUE A ATIVIDADE FÍSICA RESULTA EM LESÕES POR SOBREPESO OU
EM PESSOAS OBESAS? ....................................................................................... 43
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 45

UNIDADE INDIVÍDUOS DIABÉTICOS COMO GRUPO ESPECIAL ............................. 49

04
4.1 OS DIABÉTICOS FRENTE AOS EXERCÍCIOS ....................................................... 49
4.2 OS EXERCÍCIOS MODERADOS E DE ALTA INTENSIDADE E A DIABETES. .......... 51
4.3 RISCOS E CONTRAINDICAÇÕES AO EXERCÍCIO EM DIABÉTICOS. ................ 54
4.4 HIPERGLICEMIA DURANTE OS EXERCÍCIOS: CAUSAS E PREVENÇÃO ............ 55
4.5 HIPOGLICEMIA ANTES, DURANTE E APÓS EXERCÍCIOS: CAUSAS E
PREVENÇÃO ....................................................................................................... 57
4.6 MAS AFINAL O EXERCÍCIO PREJUDICA OU NÃO A PESSOA DIABÉTICA? ..... 59
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 61

UNIDADE GRUPOS ESPECIAIS PORTADORES DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS......... 65

05
5.1 AS DOENÇAS PULMONARES COMEÇANDO PELO DPOC ............................... 65
5.2 O EXERCÍCIO EM PORTADORES DE ASMA ....................................................... 67
5.3 FIBROSE CÍSTICA COMO GRUPOS ESPECIAIS .................................................. 69
5.4 O EXERCÍCIO NOS INDIVÍDUOS COM ENFISEMA PULMONAR ....................... 70
5.5 ATIVIDADE FÍSICA NO COVID 19...................................................................... 71

5
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 73

UNIDADE GESTANTES E EXERCÍCIOS FÍSICO .......................................................... 78

06
6.1 AFINAL EXERCÍCIOS E ATIVIDADE FÍSICA NA GESTANTE DÁ CERTO? ............ 78
6.2 GESTAÇÃO E A GANHO DE PESO..................................................................... 79
6.3 TIPOS DE EXERCÍCIOS PARA A GESTANTE ........................................................ 80
6.4 INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DOS EXERCÍCIOS .............................................. 81
6.5 RESULTADOS DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS NA GESTAÇÃO ................................ 82
6.6 E PARA O NEONATO QUAL O RESULTADO DE UMA GESTANTE QUE PRATICA
EXERCÍCIOS FÍSICOS? ....................................................................................... 83
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 85

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................... 89

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 90

6
CONFIRA NO LIVRO

Nesta unidade iremos entender a base do treinamento para grupos


especiais e o que como podemos classificar pessoas ou um grupo
de pessoas como grupos especiais ao entendermos o que são estes
grupos ou quem faz parte dele o Educador Físico, poderá ter uma
direção de como ajudar ou treinar esse grupo de pessoas tendo
uma base sólida para os cuidados especiais.

Na unidade 2 iremos começar a detalhar os grupos especiais


falando sobre o sistema cardiovascular e como devemos ter o
cuidado com estas pessoas além de um olhar diferenciado para
portadores de cardiopatias há algum tempo atividade física para
cardiopatas era um tabu, principalmente pelos riscos de infarto
eminente frente ao exercício de intensidade, então iremos
desmistificar isso.

Abordaremos na unidade 3 os obesos como grupos especiais, já


existe um consenso que estes indivíduos devem fazer uso de
exercícios como fonte de emagrecimento, mas e quando eles
fazem uso de uma cirurgia bariátrica por exemplo como devemos
abordar estes indivíduos frente a atividade física?

Na unidade 4 o tema será o diabético frente aos exercícios.


Devemos ter uma noção do que acontece ao sistema fisiológico do
diabético quando encarado de frente aos exercícios, tanto aeróbio
quanto anaeróbio e qual o resultado destes exercícios, será que o
diabético tem um controle glicêmico ao ponto de parar de usar
medicamento?

Os portadores de doenças respiratórias já possuem um


entendimento de que atividades físicas são primordiais para eles,
pois como já temos conhecimento as atividades físicas aeróbias
frente a algumas doenças pulmonares é mais do que certo sobre os
seus benefícios, mas será que devemos passar todo tipo de treino
para esses indivíduos, eles são bem tolerados? É o que iremos ver
nesta unidade.

Na unidade 6 iremos debater sobre a atividade física na gestação.


Muito se tem em contraditório sobre que tipo, qual intensidade e em
qual momento a gestante pode praticar exercícios físicos, por isso o
Educador físico bem orientado consegue trabalhar com esse grupo
especial beneficiando não só a gestante como o feto.

7
INTRODUÇÃO A ATIVIDADE FÍSICA UNIDADE
PARA GRUPOS ESPECIAIS

1.1
01
MAS AFINAL DE CONTAS O QUE SERIA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA GRUPOS
ESPECIAIS?

Quando pensamos em educação física para grupos especiais logo vem na


mente pessoas portadoras de algum tipo de transtorno neurológico e isso não deixa
de ser uma irrealidade, mas nós temos que pensar que esse tipo de público nada
mais é do que pessoas que têm uma condição especial para fazer uma atividade
física diferenciada.
Mas afinal como podemos definir de forma prática o que são grupos
especiais?
Segundo Vara e Pacheco (2018) grupos especiais são aqueles indivíduos que
apresentam ou possam apresentar alguma condição de saúde, seja ela irreversível
ou não, e que de alguma forma possa interferir diretamente na prática dos exercícios
físicos ou de sua rotina diária de vida, ou, ainda, que necessitam de um
acompanhamento ou cuidado específico de algum profissional especializado.
Podemos classificar como grupos especiais: idosos, pessoas em situação de
obesidade (dentre estes podemos incluir as síndromes metabólicas), cardiopatas,
hipertensos, diabéticos e pessoas com algum tipo de câncer (principalmente as do
tipo malignas).
Sabendo sobre este conceito podemos dividir pessoas com condições
especiais de exercício basicamente em 3 categorias ao qual também é proposta por
Sena V; Paulo (2021).
1. Aparentemente saudáveis.
2. Risco aumentado.
3. Doença diagnosticada.
E que através destas categorias poderemos planejar uma atividade física de
excelência e que promoverá uma condição de melhoria de qualidade de vida a
estes indivíduos.
Pense no seguinte contexto:

8
Cada vez mais o mundo está em constante transformação e as mudanças
acontecem a todo instante, as pessoas estão sempre se adaptando e cada vez mais
utilizando recursos para facilitar e amenizar o stress do dia-a-dia, cada vez mais novos
alimentos são “lançados” e destes a grande maioria possui uma alta concentração
de gorduras, novos tipos de lazer são anunciados e destes a grande maioria não
necessita de esforço (streamings, aplicativos de celular dentre outros), e se
analisarmos percebemos que estes “benefícios” e facilidades só chegam para
atrapalhar as condições de saúde da população mundial.
Sabendo sobre estes parâmetros e como acontecem mudanças diárias do
comportamento do ser humano temos que levar em consideração o objetivo
principal da prescrição de exercício que é promover uma mudança no
comportamento das pessoas em relação a saúde e do nível de saúde da pessoa
para incluir atividade física como um fator habitual. Segundo a American College of
Sports Medicine (2000), uma das revistas mais conceituadas no que diz respeito a
atividade física e saúde, a técnica da prescrição necessita de uma integração bem-
sucedida “da ciência do exercício com técnicas comportamentais que resultam em
adesão aos programas em longo prazo e concretização dos objetivos individuais”.
E para que essa integração tenha um perfeito funcionamento e
principalmente resultados promissores, o profissional de Educação Física deve
conhecer e relembrar os 3 princípios biológicos do exercício físico e que estes
princípios sejam bem-organizados. E quais são os 3 princípios afinal de contas: São
eles princípio da sobrecarga, progressão e individualidade, princípio da
especificidade e princípio da reversibilidade (GUEDES; GUEDES, 2005).

1.2 PRINCÍPIOS PARA A PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

Segundo Guedes e Guedes (2005) temos alguns princípios e parâmetros que


devemos seguir para um planejamento das atividades físicas e para que estas sejam
bem-sucedidas na sua prescrição, sendo elas: princípios da sobrecarga, progressão
e individualidade e os princípios da especificidade e reversibilidade.

9
Princípio da sobrecarga: podemos definir como uma condição que possa
ocorrer melhorias nas condições funcionais e metabólicas do indivíduo sendo que o
organismo deve ser submetido a uma rotina de exercícios físicos que venham a
oferecer um esforço maior de intensidade do que aqueles a que ele está
acostumado normalmente.
Princípio da progressão: Já no princípio da progressão podemos dizer que a
pessoa ao ser exposta a um determinado esforço físico, deverá apresentar
adaptações no seu organismo que na sequência lhe permitirá ser submetido a
estímulos mais intensos gradativamente. O aumento da quantidade e da intensidade
dos exercícios podem ocorrer de duas maneiras: isoladas ou por meio da
combinação de ambas.
Princípio da individualidade: No que diz respeito ao princípio da
individualidade, cada pessoa poderá reagir de maneira diferente e particular a
qualquer esforço físico, ou seja, nem todos as pessoas deverão apresentar progressão
nas adaptações aos esforços da mesma forma e ritmo (ex. gênero, hábitos de vida,
estado de saúde, dentre outros).
Princípio da especificidade: O princípio da especificidade nos remete que
para cada tipo de esforço o corpo ou organismo produzirá adaptações específicas
por exemplo: Treinamento aeróbio para desenvolvimento de velocidade).
Princípio da reversabilidade: Se formos pensar em grupos especiais devemos
levarr em conta que este princípio nos diz: Todas as adaptações conseguidas no
treinamento físico, seja elas funcionais e ou metabólicas tendem a retornar ao seu
estado inicial após a interrupção das atividades prescritas sendo que os exercícios
físicos de média a longa duração e de baixa intensidade possuem um efeito mais
prolongado sobre o sistema fisiológico, enquanto os exercícios físicos de alta
intensidade e menor duração têm efeito mais imediato.

1.3 COMPONENTES DOS PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

Além dos princípios para prescrição de exercícios físicos devemos levar


também em consideração 3 fatores importantes que irão produzir algumas
adaptações naquilo que se almeja e estes fatores devem se estabelecer
combinações básicas, sendo elas: frequência, intensidade e duração dos exercícios.
Como frequência devemos levar em consideração o número de vezes que a

10
pessoa pratica exercícios físicos por semana ou em alguns casos por dia. Se fomos
falar na intensidade dos exercícios, estamos falando da relação entre a realização
do exercício e o esforço máximo que a pessoa tem condições de suportar e essa está
relacionada a individualidade de cada pessoa (viu onde entra também o princípio
da individualidade?).
A American College of Sports Medicine (ACSM, 2000) recomenda que a
intensidade do exercício seja prescrita entre 60 e 90% da frequência cardíaca
máxima ou entre 50 e 85% do volume máximo de oxigênio (VO2máx) ou frequência
cardíaca de reserva, independentemente da reação de indivíduos destreinados. em
baixa intensidade de exercício, por exemplo, 40 a 50% do VO2máx.

A melhor forma de verificar a frequência cardíaca máxima é durante um teste


de esforço gradual, se necessário. Dados coletados de testes de esforço mostram
que existem várias abordagens para determinar a alteração da FC durante o
exercício para planejar uma prescrição de treinamento.
• Usando uma porcentagem da frequência cardíaca máxima.
• Usando o método de reserva da frequência cardíaca.
• Utilizando a escala de sensação subjetiva de esforço

A prescrição da intensidade do exercício é geralmente feita com base nas


proporções da frequência cardíaca máxima de esforço, mas alguns fatores
fisiológicos naturais devem ser levados em consideração, segundo a American Heart
Association (2013) após 20 a 25 anos já está estabelecido que existe uma tendência
a diminuir os batimentos cardíacos por minuto para cada ano de vida. Para estimar
a frequência cardíaca máxima de esforço, pode-se fazê-lo subtraindo a idade atual
do valor 220. Assim, um indivíduo de 50 anos e com frequência cardíaca de repouso
de 70 batimentos / minuto, os limites de frequência cardíaca para o esforço físico de
intensidade são entre 40 e 50% e deve estar entre 110 e 135 batimentos / minuto, ou

11
seja, os exercícios físicos não devem ter uma intensidade que possa ser inferior a 110
batimentos/minuto e não superior a 135 batimentos/minuto (SOUZA; EVITON;
CORREA, 2015).

Quadro 1: Prescrição de exercícios


FCmáx (cálculo) 220
Idade -50
FCmáx de esforço predito 170
FC repouso -70
FC de reserva 100
Intensidade de esforço 100 100
X0,40 x0,65
40 65
FC repouso +70 +70
FC predita para exercícios 110 135
Limite inferior Limite superior
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Um dos fatores muito importantes que não podemos deixar de citar é a


avaliação da percepção subjetiva de esforço (PSE), pois essa percepção descreve
muito bem a relação entre frequência cardíaca (FC), volume de oxigênio (Vo2) e a
percepção subjetiva esforço (PSE)) e seus resultados em uma intensidade de
exercício físico, é muito adequado para pessoas com condição física reduzida
(grupos especiais). Mas qual é a diferença entre a duração de uma sessão e a
duração da performance? Há algo que explica isso? Sim, a duração de uma sessão
é equivalente ao tempo total durante o qual a pessoa realiza uma série de esforços
físicos planejados, incluindo pausas e / ou recuperação entre os exercícios. A
duração da execução deve consistir em três momentos que são: A parte, inicial que
seria a preparação e / ou o aquecimento que neste contexto visa preparar o corpo
física e psicologicamente para os esforços mais intensos que estarão por vir, de forma
a evitar alterações fisiológicas e evitar lesões, em termos muito práticos você está
sinalizando para o corpo que algo está para acontecer, caminhando, correndo ou
andando de bicicleta, e através disso estará proporcionando maior ativação
metabólica ao corpo.
Parte principal: visa aumentar a demanda metabólica e funcional que, por
sua vez, deve aumentar significativamente a demanda de energia. Na parte
principal, o objetivo da sessão deve ser priorizado, ou seja, se o objetivo do treino é
desenvolver exercícios de força, treinamento de força deve ser específico para o

12
desenvolvimento da força, pense no seguinte imagine um jogador de futebol neste
caso, o desenvolvimento muscular com o treinamento da bola é importante
(COOPER et al. 2019).
Parte final ou volta a calma: Esta parte tem como objetivo permitir que o corpo
retorne gradativamente a níveis próximos ao repouso. As atividades devem ser leves,
visando reduzir a intensidade do esforço físico da parte principal. Atividades de
flexibilidade podem ser adicionadas no final do treino que envolvem alongamento
dos principais grupos musculares sendo trabalhados. Aqui também temos alguns
preconceitos, e alguns autores recomendam que, como os músculos estão rígidos,
devemos ter cuidado com esses alongamentos evitando qualquer lesão por estresse
nesta sessão (COOPER et al, 2019).

1.4 PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO (PSE)

A Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) deve ser considerada como uma parte
complementar à monitorização de uma frequência cardíaca, sendo que à medida
que a PSE é determinada durante um teste de esforço ela pode não traduzir
diretamente a mesma intensidade durante uma sessão de exercício. A PSE tem se
mostrado uma grandiosa ajuda no planejamento de uma prescrição de exercício
por exemplo: as pessoas que possuem uma certa dificuldade com a palpação da
frequência cardíaca e com a resposta deste tipo de anamnese frente a um exercício
podem ser interferidas devido a frequência cardíaca sido alterada por uma
mudança de algum tipo de medicação que ela utiliza. A variação da PSE associada
à adaptação fisiológica ao exercício pode ser variável neste caso de intensidade 12
a 16 (conforme a tabela mostrada mais abaixo).
A avalição da intensidade do esforço poderá ser realizada por meio da
sensação subjetiva de esforço utilizando a já conhecida Escala de Borg, com

13
pontuações que vão de 6 a 20.
Quadro 2: Escala de Borg
06
07 Extremamente leve
08
09 Muito leve
10
11 Razoavelmente leve
12
13 Está difícil
14
15 Difícil
16
17 Muito difícil
18
19 Extremamente difícil
20

A avalição da intensidade do esforço poderá ser realizada também através


da Escala OMNI para classificação de resistência de força.

Figura 1: Intensidade moderada por meio da classificação de 3 a 6

Fonte: Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício (1981)

E se caso houver a necessidade de uma avaliação de esforço em corrida


podemos utilizar também a escala Omni -Walk/Run.

14
Figura 2: Escala Omni -Walk/Run

Fonte: Med Sci Sports Exerc. (2004, p. 1776)

O ACSM (2000) destaca alguns estágios do programa de exercícios físicos


recomendados para populações especiais, que podem ajudar na programação e
planejamento em cada etapa dos exercícios que se segue a seguir:

1.5 TAXA DE PROGRESSÃO

Quando falamos de taxa de progressão temos que ter em mente que esta é
recomendada em um programa de condicionamento físico e depende da
habilidade que a pessoa tem de realizar atividades, e a isto podemos chamar
também de capacidade funcional, o seu estado de saúde, a sua idade, quais suas
preferências e principalmente os objetivos das atividades individuais. Para adultos
que aparentemente se apresentam saudáveis, o componente resistência da
prescrição de exercício possui três estágios de progressão: estágio inicial, melhora e
manutenção, e iremos abordar cada uma delas de forma específica para um melhor
entendimento (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2000).

15
Fase inicial: Na fase inicial deve se incluir exercícios de resistência muscular e
atividades aeróbicas de baixa intensidade (reserva de 40 a 60% FC ou vo2máx),
deve-se atentar para exercícios com sensibilidade muscular mínima para evitar
desconforto e principalmente lesões, que levam a uma melhor adesão ao programa
de exercícios. Esta fase geralmente dura um período de 4 a 6 semanas, mas a
duração depende da adaptação da pessoa que realiza o treino e do programa de
exercícios. O exercício na fase inicial deve começar em cerca de 12 a 15 minutos e
progride para 20 minutos. As pessoas que iniciam um programa de condicionamento
físico são aconselhadas a treinar pelo menos três vezes por semana em dias
alternados para uma recuperação muscular eficaz (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS
MEDICINE, 2000).
Já na fase de refinamento, difere da fase inicial pelo simples fato de o
participante progredir em ritmo mais acelerado. Essa fase normalmente dura de 4 a
5 meses, durante os quais a intensidade do exercício é aumentada gradativamente
na metade superior da faixa limite de 50 a 85% do vo2máx. A duração é aumentada
a cada 2 a 3 semanas até que o indivíduo seja capaz de treinar continuamente por
20 a 30 minutos. Pessoas idosas e incapacitadas devem ter mais tempo para se
adaptar a cada fase.
A fase de manutenção geralmente começa após os primeiros seis meses de
treinamento, nesta fase a pessoa não está mais interessada em um novo aumento
no estímulo de condicionamento, caso em que o aumento adicional será mínimo,
mas a continuação da mesma rotina de exercícios ajuda a pessoa mantém seu nível
de aptidão. Neste ponto, as metas do programa devem ser revistas e novas metas
estabelecidas. Para a manutenção da forma física, deve-se planejar um programa
de exercícios específico que tenha o mesmo consumo de energia do programa de
condicionamento, e atender às necessidades e interesses do participante por um
período prolongado é de suma importância individual, principalmente para mantê-
lo motivado.

16
1.6 FATORES A SER CONSIDERADO ANTES DE DETERMINAR A INTENSIDADE DE
UM EXERCÍCIO

Quando formos pensar em um programa de treinamento devemos ter em


mente vários fatores importantes que devem ser considerados antes de determinar o
nível de intensidade de um exercício segundo Plowman (2007):
• Nível individual de aptidão; neste aqui podemos determinar a
individualidade biológica do indivíduo
• Presença de medicamentos que podem influenciar a FC (ex: β-
bloqueadores que irão reduzir a FC em repouso e sua resposta ao exercício); de suma
importância entender a farmacodinâmica e conciliar os fatos exercícios x
medicamento.
• Risco de lesão ortopédica ou cardiovascular; avaliar e analisar a postura do
indivíduo e a execução dos movimentos para não o prejudicar.
• Preferências individuais para o exercício: esse é de elevada importância
principalmente para manter hábito e rotina de treino, imagina fazer uma
programação de exercício onde se é colocado na planilha de treinamento
exercícios aquáticos e o indivíduo odeia piscina, desta maneira fica extremamente
difícil a constância do indivíduo que quer treinar.
• Objetivos do programa individual: Entender quais os objetivos do treinamento
e detalhar junto a pessoa que irá realizar o treino o quanto compromissado você está
em ajudá-lo.
Um detalhe importante que devemos destacar, sempre que for realizar sessões
de treinamentos com pessoas e ainda mais pessoas de grupos especiais é importante
a realização de uma anamnese clínica e perfil de fatores de risco para doenças
crônico-degenerativas. Por isso é importante algumas dicas para uma avaliação
antes de iniciarmos um programa de exercícios físicos para grupos especiais segundo
Garber et al. (2011).
Podemos utilizar:
• Parâmetros funcionais como frequência cardíaca e pressão arterial em
repouso e no esforço. Muito importante para averiguar as oscilações dos indivíduos.
• Medidas antropométricas (massa corporal; altura; circunferências;
espessuras das dobras cutâneas), essas medidas são importantes também para
demonstrar ao indivíduo que a parte estética também está tendo uma melhora e ele

17
vendo isso melhora sua autoestima e consequentemente a adesão ao programa de
exercícios.
• Avaliação Postural (Simetria cabeça, tronco, pernas e pés), principalmente
para compor o plano de exercícios a serem utilizados OBS: A avaliação junto a um
profissional Fisioterapeuta por exemplo seria primordial para compor um melhor
resultado da avaliação.
• Resistência/força muscular, para entendermos o grau de força que podemos
empregar e incentivar a pessoa.
• Teste de carga submáxima*. Este teste já está entrando em desuso
principalmente pelo não conhecimento da técnica em si.
• Teste de abdominal, para verificação de teste de força de core e de
sustentação.
• Flexão e extensão dos braços no solo, segue o mesmo parâmetro do teste
abdominal.
• Flexibilidade, importante para vermos o grau de amplitude do indivíduo.
• Resistência cardiorrespiratória através do: Consumo máximo de oxigênio
(vo2máx) por meio dos métodos laboratoriais ou de campo. Este é um pouco mais
complexo principalmente pelo seu contexto de como realizar, porém contém em
livros e é importante saber que alguns autores o coloca para uma anamnese.

18
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (Enade 2020) - Ana Maria, profissional de Educação Física, trabalha em uma


academia que oferece aulas de ginástica localizada. Uma de suas turmas é
composta por alunos iniciantes, e, para atendê-los de maneira eficiente e segura,
são utilizados alguns princípios do treinamento desportivo, adaptados à ginástica
localizada. A profissional deve priorizar, em seu planejamento, os princípios:

I. da variabilidade, pois evita a monotonia e possibilita a variação de


grupamentos musculares a cada aula.
II. da individualidade biológica, pois permite maior adequação dos exercícios,
de acordo com os objetivos de cada aluno.
III. da sobrecarga, pois permite o equilíbrio entre a carga aplicada e o tempo de
recuperação, possibilitando uma descompensação.
IV. da adaptação, pois o trabalho deve iniciar com a utilização de cargas mais
baixas de exercícios a serem gradativamente aumentadas.

É correto o que se afirma em:

a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV

2. (Enade 2018) - Já é consenso na literatura especializada que a prescrição de um


programa de treinamento resistido envolve a manipulação de diferentes variáveis,
determinadas pelos objetivos do programa e pelas necessidades individuais de seus
praticantes.
PORQUE
As variáveis do treinamento resistido que são normalmente manipuladas incluem
intensidade, volume, frequência, velocidade de contração, ordem de exercícios
e intervalo de recuperação entre as séries.

19
Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção
correta.

a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa


correta da primeira.
b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma
justificativa correta da primeira.
c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição
falsa.
d) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição
verdadeira.
e) As duas asserções são proposições falsas.

3. (Metro Capital 2019) Como se sabe, a percepção subjetiva de esforço (PSE) é um


indicador muito importante a ser verificado nos testes ergômetros. No que se refere
ao assunto, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta.

I. Uma das escalas mais utilizadas nesse tipo de avaliação é a escala de Borg,
que vai de 6 (sem nenhum esforço físico) até 20 (máximo esforço físico).
II. Não há muita literatura disponível sobre percepção subjetiva de esforço (PSE).
III. A percepção subjetiva de esforço está em desuso em razão das modernas
técnicas da Educação Física.

a) Apenas o item I é verdadeiro.


b) Apenas o item II é verdadeiro.
c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens I e II são verdadeiros.
e) Nenhuma das alternativas.

4. (Metro capital 2019) No que se refere aos efeitos do treinamento no organismo,


analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta.

I. O treinamento aeróbio é capaz de aumentar o desenvolvimento da


velocidade.

20
II. Treinamentos aeróbios e anaeróbios geram os mesmos efeitos no corpo da
pessoa praticante.
III. O treinamento aeróbio é responsável pela diminuição da densidade capilar.

a) Apenas o item I é verdadeiro.


b) Apenas o item II é verdadeiro.
c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens I e II são verdadeiros.
e) Apenas I, II e III são verdadeiros.

5. Os protocolos de avaliação da composição corporal referem-se a medidas do


tamanho corporal e de suas proporções. A importância da avaliação
antropométrica ocorre por sua capacidade de informar ao avaliador e quantificar
de maneira mais objetiva os tecidos ósseo, adiposo e muscular, além de estimar a
quantidade de água corporal. Baseado nessas informações pode-se avaliar o
desenvolvimento, o crescimento e a maturação dos indivíduos, além do estado
nutricional, nível de atividade física e possíveis riscos de doenças. Assim, as
medidas antropométricas mais utilizadas são:

a) massa corporal total, estatura, índice de massa corporal (IMC), envergadura,


perímetros e dobras cutâneas.
b) massa corporal total, estatura, teste de Cooper, banco de Wells, perímetros e
dinamometria.
c) dinamometria, estatura, salto vertical, envergadura, teste de Wingate e dobras
cutâneas.
d) Shutlle-run, salto vertical, salto horizontal, abdominal modificado de um minuto,
flexão de braços e Leger & Lambert.
e) cinemetria, estatura, salto, teste de Wingate e banco de Wells.

6. (CPCON 2018 – Adaptado) Na musculação, bem como na área do treinamento


existem princípios que norteiam a prescrição para a saúde e desempenho,
provenientes da prescrição do treinamento. E um destes refere-se ao fator de
aumento da força muscular a partir de estímulos impostos ao sistema muscular. O
fator que se ajusta a esse princípio é que, quanto maior carga de esforço próximo,

21
maior o número de unidades motoras recrutadas para gerar força, ou seja,
proporciona graduação de força. Assinale a alternativa CORRETA que contempla
este princípio.

a) Princípio da reversibilidade.
b) Princípio da sobrecarga.
c) Princípio da força máxima.
d) Princípio da especificidade.
e) Princípio da carga.

7. (INEP adaptado) O treinamento de exercícios obedece a princípios que, quando


bem sistematizados, alcançam as melhores performances dos indivíduos. No
entanto, quando mal orientados, eles podem trazer prejuízos. No princípio da
interdependência volume-intensidade, a sobrecarga pode ser modificada nos
aspectos.

a) Volume – a homeostase, assimilação compensatória e necessidades individuais; e


Intensidade – no genótipo, no fenótipo, mudanças funcionais, na especificidade
e complexidade do movimento.
b) Volume - no percurso, nas repetições, na duração do trabalho e no número de
séries; e Intensidade - peso utilizado, da velocidade, do ritmo, da redução dos
intervalos e da amplitude do movimento.
c) Volume - carga genética, na adaptação, facilidade da tarefa e na interferência
do meio; e Intensidade – no meio utilizado, nas potencialidades, na manutenção
dos intervalos e repetição dos movimentos.
d) Volume - no peso, nas repetições, no ritmo do trabalho e na complexidade das
séries; e Intensidade - percurso utilizado, da duração do trabalho, no número de
séries e do tamanho do movimento.
e) Volume - carga, nas repetições, no ritmo e no meio utilizado na manutenção dos
intervalos e tamanho do movimento.

8. (UFG – 2018) O desenvolvimento das capacidades físicas não segue o mesmo ritmo
e nem atende ao mesmo estímulo em cada indivíduo. Diante desse pressuposto,
uma atividade de treino ou preparação física deve levar em conta:

22
a) o caráter individualizado das cargas físicas.
b) a unificação dos treinos, baseando-se no padrão de eficiência.
c) a qualidade do treino a partir do referencial universal de aceleração rítmica.
d) a meta esperada pela equipe num estágio de eficientes resultados.
e) a finalização da prova ao qual o atleta participará.

23
ENTENDENDO AS CARDIOPATIAS UNIDADE
FRENTE AOS EXERCÍCIOS

2.1 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS


02
Antes de vermos e entender como são os cardiopatas e hipertensos devemos
entender o que são as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs).
Ao longo dos anos as DCNTs tornaram-se um temor principalmente por serem
doenças silenciosas e que até alguns anos atrás afetava principalmente a
população adulta, mas com o avanço tecnológico e com as comodidades do
mundo moderno isso vem mudando, para termos um exemplo bem clássico vamos
pegar como referência a obesidade, esta é uma doença que acreditava-se ser uma
doença dito adulta e vemos que crianças e adolescentes estão se tornando obesos
e já existem índices preconizando crianças menores de 5 anos se tornando obesas
e isso principalmente em países de baixa e média renda (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DA SAÚDE, 2020).
Mesmo com o avanço atual da tecnologia e da medicina, as DCNT se
tornaram um grande desafio e obstáculo para a saúde pública global e tem um
impacto significativo no desenvolvimento social e econômico da humanidade.
Segundo Vara e Pacheco (2018), as DCNT causaram mais de 57 milhões de mortes
em todo o mundo em 2008, causando a 63ª de todas as mortes, e a maioria delas
muito prematuramente.
Doenças como cardiopatias, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes
são as principais causas de doenças crônicas não transmissíveis no mundo e se as
ações das políticas públicas e da própria população não passarem por um processo
de mudança, essa situação aumentará consideravelmente, com 55 milhões de
casos até 2030 (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2020).
Sabe-se que embora as DCNT apresentem complicações na idade adulta, já
existem fatores de risco que atingem as fases iniciais da vida: o desenvolvimento
desses fatores de risco como alcoolismo, tabagismo, sedentarismo e, sobretudo,
alimentação inadequada.
E já que estamos falando sobre a Organização Mundial de Saúde (OMS), ela

24
mesmo preconiza que atividade física moderada pode estimular a imunidade
celular e potencialmente diminuir os riscos de infecções, ocasionado pela resposta
do exercício físico e isto interferindo tanto na situação aguda quanto crônica das
doenças, afetando diversos componentes do sistema imunológico, mas não
devemos nos esquecer dos controles dos parâmetros como volume e intensidade
de treino. De uma maneira bem ampla o exercício de intensidade moderada
promove proteção de infecções causadas por microrganismos intracelulares, pois
este direciona a resposta imune e segundo a American College of Sports Medicine
(2000), as modalidades de testes mais utilizados para mensurar a aptidão física
cardiovascular são: os teste de campo, que nada mais seria caminhar ou correr
durante 12 minutos, o teste do degrau, testes com ciclo ergômetros que possuem
condição de frear mecanicamente e esteiras.

2.2 DEFINIÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES COMO GRUPOS


ESPECIAIS

Segundo a Organização Mundial de Saúde alguns estudos apontam uma


queda nas taxas de óbito por esse tipo de doença entre os anos de 2000 e 2011, e
segundo esses estudos apesar desta queda as doenças cardiovasculares ainda
estão no topo de causas de óbitos principalmente pelo sedentarismo, o tabagismo
e a má qualidade na alimentação populacional. (MALACHIAS et al., 2016).
Uma das causas do desenvolvimento dessa doença pode estar relacionada
a problemas como a Síndrome Metabólica e segundo a literatura ela é definida
como:
[...] um conjunto de fatores de risco cardiovascular, usualmente
relacionada à resistência insulínica ([...]), que, segunda a International

25
Diabetes Federation (IDF) ([...]), agrega, além da obesidade
abdominal, mais dois dos seguintes componentes:
hipertrigliceridemia, baixo colesterol de alta densidade (HDL-c),
pressão arterial e glicemia de jejum elevadas. Segundo Pontes et.al.
(PONTES, 2016, p. 122).

Portanto se seguirmos esta definição a síndrome metabólica não é apenas


uma doença; é um conjunto de fatores que causam ou irão causar uma alteração
no metabolismo do indivíduo, isso lógico associando a diversos fatores de risco para
o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, por exemplo: hipertensão,
obesidade (principalmente a abdominal), diabetes, entre outros. E a somo destes é
possível identificar inúmeras causas para o desequilíbrio metabólico das pessoas
portadoras dessa síndrome.
Seguindo as diretrizes da The American College of Sports Medicine (ACSM), a
hipertensão arterial é um dos grandes fatores de risco para as doenças
cardiovasculares (DCV), derrame pericárdico, insuficiência cardíaca (IC), doença
renal crônica e doença arterial periférica (DAP). Esta doença é caracterizada por
um aumento da pressão arterial sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e ou/
diastólica maior ou igual a 90 mmHg e segundo a Sociedade Brasileira de
Cardiologia (2020, online) preconiza que:

A classificação para pré-hipertensão também muda com a nova


diretriz, sendo definida por uma pressão sistólica entre 130 e 139 mmHg
e/ou diastólica entre 85 e 89 mmHg, para medida de consultório. A
pressão normal ótima é a que registra números abaixo de 120 mmHg
x 80 mmHg. A faixa entre 120 e 129 mmHg e 80 e 84 mmHg é
considerada normal, mas não ótima e deve ser acompanhada.

Esta relação entre a pressão arterial e o risco de eventos cardiovasculares é


sempre contínua e independe de outros fatores de risco, por exemplo para pessoas
que tenham entre 40 e 70 anos de idade cada “acréscimo” de 20 mmHg na pressão
arterial sistólica ou 10 mmHg na pressão arterial diastólica dobra as chances de
doenças cardiovasculares segundo James et. al, (2013). A aferição da pressão
arterial em repouso é um componente importante da avaliação para realização de

26
exercícios físicos, para se realizar essa avaliação e devem ser baseadas na média
de duas avaliações feitas em posição sentada e sempre pelo mesmo avaliador (isso
é de suma importância para não ocorrer um viés). Um detalhe muito importante é
realizar essa avaliação e monitorar a pessoa que está realizando o exercício sempre
antes e após para analisar se houve hipotensão ou hipertensão associada ao
exercício de intensidade vigorosa.
É muito importante orientar as pessoas hipertensas que elas devem alterar o
estilo de vida que incluem suspensão do tabagismo, controle de peso corporal,
redução da ingestão de alimentos com sódio, moderação no consumo de bebidas
alcoólicas. Estudos demonstram a eficácia de exercícios aeróbios e ou exercícios
combinados levam a reduções de pressão arterial de repouso entre 5 à 7 mmHg em
indivíduos hipertensos (GARBER et.al, 2011).
Um detalhe muito importante que não devemos deixar de descrever é que
Vara e Pacheco (2018, p. 89) preconizam que “para o indivíduo ser considerado, é
preciso levar em conta variáveis como idade, massa corporal e hábitos sedentários”.
Um detalhe muito importante a salientar é que a pressão arterial e a
frequência cardíaca têm uma diminuição expressiva durante exercícios envolvendo
pequenos grupos musculares quando comparadas a esforços com grande massa
muscular acionada isso se deve a resposta provocada pela vasodilatação nos
músculos inativos, aumento da atividade parassimpática, diminuição do débito
cardíaco e diminuição da resistência vascular periférica inativa (SOUZA; EVITON;
2015).

2.3 ANGINA PECTORIS E EXERCÍCIOS FÍSICOS

Alguns estudos já demonstram relevantes melhoras relacionados a pacientes


com angina pectoris principalmente a tolerância aos esforços obtidos com
atividade física regular, entre essas melhoras a atividade física foi a redução da
frequência cardíaca submáxima para cargas de trabalho e ou retardo dos sintomas
da doença durante o exercício. Segundo Clausen et.al. (1997) um pequeno grupo
de indivíduos com a doença e submetidos a atividade física apresentou a ausência
dos sintomas e essa ausência com o exercício regular pode facilitar uma redução
das doses dos medicamentos, mas este benefício do exercício ainda não foi bem
quantificado, necessitando de mais estudos e parâmetros.

27
Não podemos deixar de lado aqui uma excelente anamnese e
acompanhamento junto ao médico do indivíduo para termos um respaldo clínico
eficiente.

2.4 ISQUEMIA E PERFUSÃO PERIFÉRICA NOS EXERCÍCIOS.

Uma das preocupações com quem faz atividade física e possua uma
isquemia e ou perfusão periférica é em relação de que se o treinamento físico
isolado possa aumentar o calibre dos vasos sanguíneos e ou reverter as obstruções
coronarianas. Já é descrito na literatura por Ehsani et.al. (1981) que em estudos de
modelos animais de aterosclerose induzida por dieta (se formos nos remeter a um
comparativo é o que acontece com os indivíduos) e que este estudo demonstrou
uma melhora no fluxo sanguíneo (coronariano) porém necessitam de mais estudos
comparativos para uma melhor elucidação, porém estudos não conseguiram
demonstrar in locus alterações diretamente nos calibres dos vasos tanto coronários
quanto nos vasos colaterais, demonstrando que este mecanismo ainda se encontra
indefinido.
Portanto se levarmos em consideração estes estudos devemos nos atentar a
pessoas com isquemia e perfusão periférica, lembrem se: sempre de realizar uma
anamnese perfeita e estar em contato com o profissional médico do indivíduo para
um respaldo clínico.

2.5 OS PORTADORES DE ARRITMIA PODEM PRATICAR EXERCÍCIOS FÍSICO?

Para a prática de exercício físico, faz-se necessária uma excelente pré-


avaliação, pois temos a consciência de que cada pessoa responde de uma
maneira diferente (lembra dos princípios?), portanto não podemos esquecer de um
fator muito peculiar, normalmente o indivíduo portador de doenças coronárias

28
realiza um conjunto de exames para identificação da doença, portanto é muito
relevante analisar o teste ergométrico destas pessoas.

Já existe um consenso que existem arritmias que merecem uma maior


atenção, principalmente que estas estão associadas ao risco de óbito de forma
súbita como por exemplo: a taquiarritmia ventricular não sustentada), assim como
outras que não apresentam repercussões clínicas como por exemplo algumas
palpitações cardíacas.

2.6 O COLESTEROL COMO PROPULSOR DAS DOENÇAS CORONÁRIAS E O


EXERCÍCIO FÍSICO

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013), no primeiro momento


precisamos entender o que é a aterosclerose, principalmente que muitos
confundem com arterosclerose, a primeira provém da união de duas palavras atero
que significa placa de ateroma ou placa de gordura e esclerose que significa
enrijecimento já a segunda se refere a artero de artérias e esclerose de
enrijecimento, neste capitulo iremos abordar a aterosclerose sendo que é
considerada uma doença arterial inflamatória crônica responsável por
aproximadamente 50% das mortes em todo o mundo. Os fatores de risco para
doenças ateroscleróticas incluem tabagismo, diabetes, hipertensão, hiperlipidemia

29
e falta de atividade física. Este processo é iniciado pela circulação da lipoproteína
de baixa densidade mais conhecida como LDL plasmática que entra no espaço
subendotelial no vaso sanguíneo. Na artéria com função endotelial normal, o LDL
seria eliminado. No entanto, se houver mal funcionamento endotelial, o equilíbrio
entre entrada e liberação seria quebrado e O LDL continuaria se acumulando. Com
o passar do tempo, o LDL acumulado perfaz uma formação de placa dentro da
parede arterial, o que pode resultar no estreitamento do lúmen (a parte interna do
vaso sanguíneo) (PRADO, et. al. 2002).
Consequentemente, o lúmen estreito reduz o suprimento de sangue para os
órgãos terminais. Em algumas circunstâncias, a placa pode se tornar vulnerável e,
finalmente, romper. Rompido a placa pode levar à formação de trombo, que obstrui
criticamente o fluxo sanguíneo.
Até o momento, está bem estabelecido que a aterosclerose é o resultado de
interações de aumento do estresse oxidativo, inflamação, disfunção de macrófagos,
lesão endotelial, deposição de lipídios e predisposição genética. Inatividade física
tem sido amplamente considerado um fator de risco independente para
aterosclerose e complicações cardiovasculares. Contribui para o acúmulo de
gordura visceral e a ativação de vias inflamatórias que promovem o
desenvolvimento de distúrbios metabólicos. No entanto, as evidências sugeriram
que o exercício físico foi capaz de reverter essas mudanças patológicas (BEZERRA et.
al 2013).
Se formos pensar nos mecanismos da aterosclerose ele é um processo
complicado que envolve várias reações. É iniciado quando o LDL entra no espaço
subendotelial no vaso sanguíneo, que mais tarde é oxidado por espécies reativas de
oxigênio (ROS). O LDL oxidado regula positivamente a adesão moléculas e induz a
expressão de agentes quimiotáticos em células endoteliais
Esses fatores são capazes de recrutar células inflamatórias para a parede do
vaso, que por sua vez, pode induzir a expressão em cascata de fatores inflamatórios,
mais tarde, as células musculares lisas (SMC) migram da túnica média para o espaço
íntimo ou subendotelial e participa da reação. Finalmente, uma capa fibrosa é
construída. O sedentarismo pode levar ao acúmulo de gordura visceral e
consequentemente resultar na ativação do estresse oxidativo e em uma cascata de
inflamação, que eventualmente aumenta a progressão da aterosclerose. O
exercício físico regular confere muitos efeitos na restrição do processo aterogênico,

30
que envolveu a remodelação da parede arterial, modulação do tamanho da
placa, regulação da função de macrófagos e controle da reação inflamatória. O
exercício físico regular corrige os fatores de risco cardiovascular e metabólico para
níveis basais, por outro lado, o exercício pode prevenir a conversão de placas em
um fenótipo vulnerável que é o principal gatilho da síndrome coronariana aguda
(POLITO et al, 2010).
O exercício físico previne o desenvolvimento da placa aterosclerótica e induz
a regressão da estenose coronária, possivelmente prevenindo e reduzindo a reação
do processo inflamatório, estresse oxidativo e regulação da função endotelial. Além
disso, o exercício pode normalizar a pressão arterial, a resistência à insulina, o nível
de lipídios séricos que são todos fatores cruciais durante o desenvolvimento da
aterosclerose.

2.7 EXERCÍCIO FÍSICO PODE SER CONSIDERADO UMA OVERDOSE?

Com todas as evidências acima, o acordo de que o exercício físico pode ser
aplicado para ajudar na melhora das grandes maiorias das doenças coronárias
pode ser alcançado de uma forma eficiente assim como a medicina farmacológica
ou não o exercício físico também tem efeito de dosagem. Doses diferentes de
exercício físico referem-se basicamente ao tempo e a força empregada em
exercício. Exercícios regulares intensos trazem adaptações cardíacas que
compreende a constelação clínica de descobertas conhecidas como o coração
do atleta. No entanto, cada vez mais se descobre que essas adaptações também
podem ter efeitos deletérios. Por exemplo, alguns relatórios afirmam que as placas
de ateroma estão presentes nas artérias carótidas ou periféricas de 90% dos
corredores de maratona entre 50 e 75 anos.
Os exercícios regulares e de intensidade moderada, por outro lado, reduzem
a morbimortalidade cardiovascular. Pode servir como prevenção primária e
secundária das doenças cardiovasculares (DCV). O treinamento de exercícios
vigorosos causará alterações hemodinâmicas em cada esporte específico, levando

31
a adaptações estruturais e funcionais benéficas em atletas. A exposição crônica a
altos níveis de treinamento físico, que é equivalente a uma “overdose de exercícios”,
pode trazer alguns efeitos adversos. Estresse de longo prazo no coração causará
remodelação cardíaca. A apresentação clínica pode ser fibrilação atrial e
cardiomiopatia. A “overdose” de exercício causa mais danos do que benefícios. Já
é indicado e preconizado na literatura segundo James et.al. (2013) que existe em
atletas de alto rendimento uma diminuição da função sistólica do ventrículo direito
e aumento dos biomarcadores de lesão cardíaca e que foram detectados logo
após a conclusão de um exercício de ultra resistência. Embora eles tenham feito
uma recuperação de curto prazo, mudanças estruturais crônicas e redução da
função do ventrículo direito foram observados.

32
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (IBFC – 2019 adaptado) O exercício em pessoas cardíacas é considerado pela


Organização Mundial da Saúde, como um programa de atividade física capaz de
garantir as pessoas portadores de cardiopatias a melhora da condição física,
mental e social. Desta forma, analise as afirmativas abaixo.

I. Observa-se que a atividade física regular associada a pessoas com


hipertensão arterial sistêmica é capaz de reduzir os níveis pressóricos do
mesmo.
II. Exercícios capazes de reduzir a pressão arterial são observados em indivíduos
treinados por pelo menos 5 meses com protocolo de reabilitação cardíaca em
intensidades mais elevados.
III. A prática de atividade física gera efeito hipotensor após uma única sessão de
exercício dinâmico, podendo perdurar por 24 horas.

Assinale a alternativa correta.

a) Apenas a afirmativa I está correta.


b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
d) As afirmativas I, II e III estão corretas.
e) Nenhuma afirmativa está correta.

2. (PUC Paraná – adaptado). Para pessoas com cardiopatia isquêmica, o teste


clínico de esforço deve englobar três categorias gerais, que são:

a) Angiografia, evento cardíaco subsequente e avaliação sintomas de angina.


b) Diagnóstico, prognóstico e avaliação da resposta fisiológica ao exercício.
c) Alta hospitalar, prognóstico e avaliação a capacidade cardiopulmonar.
d) Diagnóstico, resistência e avaliar a resposta hemodinâmica ao exercício.
e) Percepção de esforço, presença de doença cardiovascular e avaliação da
resposta fisiológica ao exercício.

3. (INEP 2019 adaptado) Durante a prática de exercícios físicos o organismo pode

33
sofrer adaptações agudas que desaparece pouco tempo após o exercício cessar
ou adaptações crônicas sofrer mudanças que persistem no organismo.
Assim, assinale a alternativa que melhor representa essas adaptações.

a) Aumento do débito cardíaco e volume de oxigênio durante o exercício são


exemplos de adaptações crônicas.
b) Aumento na Razão de troca respiratória e volume de oxigênio durante o exercício
são exemplos de adaptações crônicas.
c) Aumento da frequência cardíaca e respiratória durante o exercício são exemplos
de adaptações agudas.
d) Aumento do volume máximo de oxigênio e do número de mitocôndrias são
exemplos de adaptações agudas.
e) Aumento do volume máximo de oxigênio e volume de oxigênio durante o
exercício são exemplos de adaptações crônicas.

4. (HUPAA) Ao realizar um exame para mensurar a complacência vascular, um sujeito


de 74 anos recebeu o diagnóstico que estava hipertenso (150/70 mmHg) devido
ao processo de arteriosclerose. Escolha a opção que melhor caracteriza a
arteriosclerose e os benefícios do exercício aeróbio no tratamento dessa
patologia.

a) Arteriosclerose é caracterizada por alterações degenerativas nas artérias e


arteríolas desencadeando o enrijecimento e espessamento vascular. O efeito
crônico do exercício promoverá neovascularização, liberação de substâncias
vasodilatadoras devido ao estresse de cisalhamento, aumento do consumo de
oxigênio e diminuição da frequência cardíaca de repouso.
b) Arteriosclerose é caracterizada por uma constrição excessiva das artérias e
arteríolas desencadeada pelo aumento do tônus simpático. O efeito crônico do
exercício promoverá maior atividade dos quimiorreceptores e barorreceptores
com consequente vasoconstrição, aumento da frequência cardíaca de repouso
e aumento da liberação de adrenalina pela adrenal.
c) Arteriosclerose é caracterizada por uma constrição excessiva das artérias e
arteríolas desencadeada pelo aumento do tônus parassimpático. O efeito crônico
do exercício promoverá redução do fluxo sanguíneo nos tecidos inativos com

34
consequente redirecionamento sanguíneo para os tecidos ativos e vasos
comprometidos, aumento das fibras do tipo IIb e aumento do volume de ejeção
em repouso.
d) Arteriosclerose é caracterizada pela redução do fluxo sanguíneo arterial devido
ao processo de aglomeração de lipídios na parede vascular associada oriunda
dos maus hábitos alimentares e inatividade física. O efeito crônico do exercício
promoverá maior atividade dos quimiorreceptores com consequente
vasodilatação, aumento no número e tamanho dos vasos, aumento no consumo
de oxigênio e redução da diferença arteriovenosa de O2.
e) Arteriosclerose é caracterizada por menor Resistência Vascular Periférica
desencadeada pela formação de novos vasos sanguíneos. O efeito crônico do
exercício promoverá aumento das Fibras do Tipo I, diminuição da diferença
arteriovenosa de O2 e aumento do Volume de Ejeção.

5. Assinale a opção correta acerca do comportamento da Frequência Cardíaca e


da Pressão Arterial durante o exercício envolvendo pequeno grupamento
muscular.

a) A Pressão Arterial e Frequência Cardíaca aumentam expressivamente durante


exercício envolvendo pequeno grupamento muscular quando comparadas a
esforços com grande massa muscular acionada. Essa resposta é provocada pela
vasoconstrição nos músculos inativos, aumento da atividade simpática, aumento
do débito cardíaco e aumento da Resistência Vascular Periférica inativa.
b) A Pressão Arterial e Frequência Cardíaca diminuem expressivamente durante
exercício envolvendo pequeno grupamento muscular quando comparadas a
esforços com grande massa muscular acionada. Essa resposta é provocada pela
vasodilatação nos músculos inativos, aumento da atividade parassimpática,
diminuição do débito cardíaco e diminuição da Resistência Vascular Periférica
inativa.
c) A Pressão Arterial e Frequência Cardíaca diminuem expressivamente durante
exercício envolvendo grande massa muscular quando comparadas a esforços
com menor massa muscular acionada. Essa resposta é provocada pela
vasoconstrição nos músculos ativos, aumento da atividade simpática, aumento do
débito cardíaco e aumento da Resistência Vascular Periférica ativa.

35
d) A Pressão Arterial e Frequência Cardíaca aumentam expressivamente durante
exercício envolvendo grande massa muscular quando comparadas a esforços
com menor massa muscular acionada. Essa resposta é provocada pela
vasodilatação nos músculos ativos, aumento da atividade simpática, aumento do
débito cardíaco e redução da Resistência Vascular Periférica inativa.
e) A Pressão Arterial e Frequência Cardíaca aumentam expressivamente durante
exercício envolvendo grande massa muscular quando comparadas a esforços
com menor massa muscular acionada. Essa resposta é provocada pela
vasodilatação nos músculos ativos, aumento da atividade parassimpática,
redução do débito cardíaco e aumento da Resistência Vascular Periférica.

6. São modalidades de Testes utilizados para mensurar a Aptidão Cardiovascular.

I. Teste de Campo (caminhar ou correr durante 12 minutos).


II. Teste do Degrau.
III. Ciclo ergômetros freados mecanicamente.
IV. Esteiras rolantes.

Verifica-se que está(ão) correta(s)

a) I, II, III e IV.


b) I, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III, apenas.

7. São indicações para interromper um teste de esforço:

I. Angina de moderada a intensa.


II. Desejo de parar do indivíduo.
III. Taquicardia ventricular sustentada.
IV. Sinais de perfusão precária (cianose ou palidez).

Verifica-se que estão corretos os itens:

36
a) I, II e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) I e IV. apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

8. João tem 60 anos e sofreu um infarto agudo do miocárdio (IAM) e ficou


hospitalizado. Porém, não foi necessária nenhuma intervenção cirúrgica. Assim, foi
encaminhado para a realização de exercícios para pacientes internados para
então receber a alta hospitalar. Deve realizar exercícios 3 a 4 vezes por dia com
duração de 3 a 5 minutos. Como sua frequência cardíaca em repouso está em 90
BPM, assinale a opção que melhor indica como deve ser a intensidade desse
exercício:

a) Deve realizar exercícios na escala de taxação do esforço percebido (TEP) maior


que 13.
b) Deve realizar exercícios com a frequência cardíaca em 160 BPM.
c) Deve realizar exercícios com a frequência cardíaca em até 90 BPM.
d) Deve realizar exercícios com a frequência cardíaca em até 70 BPM.
e) Deve realizar exercícios com a frequência cardíaca em até 110 BPM.

37
ENTENDENDO A OBESIDADE FRENTE UNIDADE
AOS EXERCÍCIOS

3.1 MAS AFINAL DE CONTAS COMO CLASSIFICAMOS A OBESIDADE?


03
A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública em todo o
mundo, por ser considerada uma doença preocupante devido a questões sociais,
psicológicas e metabólicas, está ligada ao desenvolvimento de comorbidades que
podem até levar a morte. Índice de Massa Corporal (IMC) maiores que 40 m/kg² são
considerados obesos, graves ou mórbidos grau 3. Neste grau, o risco de desenvolver
doenças cardiovasculares, diabetes, certos tipos de câncer, hipertensão,
dificuldades respiratórias, musculoesqueléticas e dislipidemias é crescente (se não
lembre-se do que se trata em um capítulo onde colocamos muita ênfase), bem
como distúrbios psicopatológicos, como depressão e compulsão alimentar (NICOLAI
et al. 2009).
Em combinação, exercício e dietas de baixa caloria promovem a diminuição
da gordura corporal, o aumento da massa magra e a remissão de comorbidades
geradas pelo excesso de gordura, tornando o tratamento clínico da obesidade,
juntamente com o uso de medicamentos específicos. A cirurgia bariátrica é outra
forma de tratamento que vem crescendo em todo o mundo. É considerado mais
eficiente a longo prazo do que o tratamento clínico. No entanto, antes e após o
procedimento cirúrgico, o exercício deve ser incluído em um programa de
tratamento multidisciplinar a fim de garantir maior segurança na prescrição de
exercícios e sua adesão além de gerar maior conhecimento científico de seus efeitos
em relação à perda de peso e saúde em geral (LEVINE et al, 2006).

38
3.2 ENTENDENDO A PERDA DE PESO A LONGO PRAZO E A MANUTENÇÃO
DESSA PERDA

A importância da atividade física para melhorar a perda de peso a longo


prazo e minimizar a recuperação deste peso é bem predito pela American College
o Sports Medicine (2009), onde se concluiu que mais de 250 minutos por semana de
atividade física contribui para a manutenção de peso perdido. Apesar da aparente
importância da atividade física para o controle de peso a longo prazo, a atividade
física não parece atuar sozinha para controlar o peso corporal, mas sim funciona em
sinergia com níveis apropriados de ingesta alimentar por isso é sempre importante
salientar que tanto a atividade física quanto a mudança nos comportamentos
alimentares de forma significativa contribuem para a obtenção de 10% ou mais
perda de peso após um período de treinamento. Assim é muito importante termos
em mente a importância de comportamentos alimentares adequados, bem como
doses adequadas de atividade física, para melhorar a perda de peso a longo prazo
no excesso de peso (CAMBI, et. al, 2003).

3.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE ATIVIDADE FÍSICA NA CIRURGIA BARIÁTRICA

A cirurgia bariátrica demonstrou reduzir significativamente o peso corporal,


principalmente quando pensamos em relação a quantidade enorme de peso
corpóreo e a abordagem do estilo de vida que o indivíduo possui com a ingesta
alimentar, principalmente quando falamos a relação entre a redução da ingestão
de energia e no aumento do gasto de energia através da atividade física. No
entanto, isso não implica que comportamentos de estilo de vida, que incluem
atividade física, não deve ser um aspecto do cuidado de longo prazo dos indivíduos
que foram submetidos à cirurgia bariátrica e que existe sim a necessidade de
atividade física em pacientes antes e após cirurgia bariátrica (JANNEY et al. 2006).
Já é um consenso que a atividade física contribui para melhorar a perda de
peso em 1 e 2 anos após a cirurgia bariátrica. Além disso, uma maior perda de peso
foi relatada entre 6 e 12 meses após a cirurgia bariátrica em indivíduos que fez de
150 minutos ou mais de exercício por semana, em comparação com aqueles
fazendo menos de 150 minutos por semana. Assim, os médicos devem enfatizar a
importância de altos níveis de atividade física para maximizar a perda de peso a
longo prazo com cirurgia bariátrica (WYATT et al., 2006).

39
A atividade física é um componente importante das intervenções no estilo de
vida para perda de peso, a parte estética que é um fator importante para a pessoa
obesa, além de melhora na qualidade de sono e manutenção corpórea
contribuindo para diminuição do strees e dores relacionadas ao sobrepeso. Embora
os efeitos da atividade física na perda de peso possam parecer modesto,
precisamos pensar na relação dose-resposta entre atividade física e perda de peso.
A atividade física também é capaz de manter um fator crítico no comportamento
importante para promover a perda de peso a longo prazo e a prevenção de voltar
ao peso anterior. Os benefícios da atividade física na perda de peso também são
observados em indivíduos com obesidade severa (IMC 35kg / m2) e em indivíduos
submetidos à cirurgia bariátrica. Além disso, independentemente do efeito da
atividade física no peso corporal, o envolvimento desta resulta em uma melhor
aptidão cardiorrespiratória que contribui para a redução do risco à saúde em
adultos com sobrepeso e obesos. Assim a progressão de indivíduos com sobrepeso
e obesos para uma dose adequada de atividade física precisa ser incorporado às
intervenções clínicas para controle de peso (JANNEY et al 2006).

3.4 TIPOS DE ATIVIDADE FÍSICA PARA OBESIDADE

Se levarmos em consideração os exercícios de resistência temos como base


que este é um modelo conceitual e temos a percepção de como este tipo de
exercícios pode influenciar a perda de peso corporal e de gordura. Os exercícios
que podem aumentar o gasto energético através da realização de resistência, a
influência que os exercícios têm na vida dos indivíduos, e o aumento da taxa
metabólica de repouso que pode ocorrer a partir de exercícios de resistência
aumentando a massa muscular. No entanto, apesar deste fundamento teórico, as
evidências científicas sugerem um efeito modesto do exercício de resistência no
peso e gordura corporal, e isso pode ser influenciado pelo fato do exercício de

40
resistência ser acompanhada por uma redução simultânea na ingesta energética.
Um recente estudo de Cambi et. al (2003), concluiu que há pouca ou nenhuma
evidência da intervenção para apoiar exercícios de resistência, na ausência de
reduções na ingesta energética por meio de modificação da dieta, pode reduzir o
peso corporal.
Além disso não existe um acordo em comum sobre se o exercício de
resistência pode reduzir significativamente a gordura corporal na ausência de
restrição da ingesta energética. Há, no entanto, evidências de que exercícios de
resistência podem aumentar a massa magra (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS
MEDICINE, 2009). O que não deixa de ser importante, embora isso não
necessariamente resulta em uma diminuição da gordura corporal absoluta. Assim,
contando apenas com os exercícios de resistência como uma modalidade de
tratamento para reduzir o peso corporal ou gordura corporal pode ter eficácia
limitada para adultos com sobrepeso e obesos. Além disso, a adição de exercício
de resistência e da modificação da ingestão da dieta que se tem também
demonstrado eficácia limitada na redução do peso corporal ou no total gordura,
em comparação com o que pode ser alcançado apenas por meio de intervenção
dietética.
No entanto, há algumas evidências de que o exercício de resistência pode
reduzir a adiposidade subcutânea abdominal, e isso pode ter implicações clínicas
importantes relacionadas à redução do risco à saúde associado à obesidade.
Já quando pensamos em exercício aquático este tem sido recomendado
como uma forma alternativa de atividade física para indivíduos com sobrepeso ou
obesos que têm limitações funcionais potenciais. No entanto dados limitados estão
disponíveis para apoiar a eficácia desta forma de atividade para o tratamento da
obesidade. Nagle et al. relataram em seus estudos resultado importantes sobre
atividade aquática, atividade aeróbia e a ingesta alimentar. O estudo consistiu em
modificação da dieta para reduzir a ingesta energética, que foi combinada com
atividades aeróbicas supervisionadas ou aquáticas supervisionadas sendo realizado
exercícios por 16 semanas. Não houve diferenças na perda de peso com exercícios
aquáticos (6,8 3,2 kg) versus exercício aeróbio (5,6 4,7 kg), com padrões semelhantes
mostrados em ambas as intervenções para reduções na circunferência da cintura,
proporção cintura-quadril e gordura. Assim, embora não seja superior a um
treinamento de caminhada, este estudo parece apoiar o uso de exercícios

41
aquáticos como uma forma alternativa de atividade que pode ser incorporado em
treinamentos fincionais visando perda de peso e atividade física CAMBI et al, 2003).

3.5 E A ATIVIDADE FÍSICA FUNCIONAL?

Até recentemente havia muita confusão em relação à definição do que é


considerado ser atividade funcional. O American College of Sports Medicine definiu
atividades funcionais como uma atividade física como "qualquer forma não
estruturada de atividade física realizada que não seja constituir um período
estruturado de exercício. ”Os exemplos incluem atividade realizada no
deslocamento para o trabalho versus a mesma forma de atividade realizada dentro
de uma estrutura ou um período de exercício. Dada esta definição, caminhar como
um meio de deslocamento para o trabalho seria considerado uma atividade
funcional, enquanto uma caminhada estruturada de 30 minutos para fins de
exercício não seria considerada atividade funcional. Levine et. al. denominou em
seus estudos que: todo gasto de energia que não resulta do sono, comer, ou
exercício estruturado como termogênese de atividade sem exercício (TASE).
Foi sugerido que um aumento na TASE de apenas 100 kcal por dia pode ser
suficiente para prevenir o ganho de peso em nível populacional. Alternativamente,
intervenções direcionadas ao aumento na TASE poderia teoricamente contribuir
para um equilíbrio na energia negativa, o que promoveria a perda de peso. Uma
metodologia comum que tem sido examinado para aumentar TASE é o uso de
pedômetros para promover caminhada não estruturada para atividade física. O
que poderia promover uma atividade funcional que se aumentado os passos
percorridos por volta de 2100 por dia, conforme medido por um pedômetro, poderia
diminuir o IMC por um modesto mas ainda significativo 0,38 kg / m2.
Uma definição comum dos órgãos de saúde pública é acumular 10.000
passos por dia. A atividade física diária pode exigir aproximadamente 6.000 a 7.000
passos por dia (embora indivíduos obesos podem dar significativamente menos

42
passos). Assim, a adição de aproximadamente 3.000 a 4.000 passos por dia para a
maioria dos indivíduos resultaria na meta dos órgão de saúde pública que seria de
10.000 passos por dia. Alguns estudos como de Chan et. al. demonstraram uma
atividade funcional com o pedômetro de 12 semanas resultou em um aumento de
mais de 3.000 passos por dia, e houve uma associação inversa entre os passos dados
e as reduções na circunferência da cintura, mas não no IMC. Estima-se que
aproximadamente 2.000 passos são o equivalente a mais de 1 quilômetro e meio de
caminhada, então a adição de 3.000 passos por dia seria o equivalente a caminhar
mais de 2.400 quilômetros por dia. Supondo uma caminhada ritmada de 20 minutos
resultaria em 30 minutos adicionais de caminhada por dia, que é consistente com a
recomendação dos órgãos de saúde pública para atingir pelo menos 30 minutos de
atividade física de intensidade moderada diária. Embora os efeitos possam ser
modestos, promovendo essa forma de treinamento de atividade física, que pode
incluir aumento da caminhada, pode contribuir para a diminuição do IMC ou
circunferência da cintura. Esta abordagem, em combinação com exercícios
estruturados, pode aumentar significativamente o gasto de energia para melhorar
a perda de peso, e pode contribuir para a prevenção de ganho de peso para toda
a população.

3.6 MAS SERÁ QUE A ATIVIDADE FÍSICA RESULTA EM LESÕES POR SOBREPESO
OU EM PESSOAS OBESAS?

Segundo Bezerra et al. (2013) quando comparamos um indivíduo de peso


normal com um indivíduo obeso, as chances são de 15% a 48% maiores para que um
indivíduo com sobrepeso ou obeso para receber tratamento médico por uma lesão.
Isso pode influenciar na recomendação de atividade física para indivíduos com
sobrepeso ou obeso. No entanto, embora os dados sejam limitados sobre se a
atividade física causa lesões em adultos com sobrepeso e obesos, porém devemos
ter um certo cuidado com pessoas obesas pois estudos apontam que em um
período de 18 meses de atividade física revelou que 32% desses indivíduos relataram
uma lesão que foi parcial ou totalmente atribuída à participação em atividades
físicas, com a forma mais comum de lesão ocorrendo na extremidade inferior
(BEZERRA et. al, 2013).
No entanto, apenas 7% de todas as lesões foram atribuídas exclusivamente à

43
participação em atividades físicas. Além disso, um IMC inicial mais alto, e não o
volume de participação no exercício, foi associado com o tempo até a primeira
lesão e o número de lesões relatadas durante o momento da atividade. A perda de
peso reduziu o risco de lesões (WYATT et al, 2006).
A probabilidade de uma lesão resultante de um adulto com sobrepeso ou
obesidade iniciar em um modesto programa de atividades como parte de um
programa abrangente de perda de peso é relativamente baixo. Assim, se não for
contraindicado, os profissionais de saúde devem recomendar atividade física para
esses indivíduos. Além disso, com a perda de peso, o risco de lesões diminui, o que
pode permitir a progressão da atividade para níveis que foram recomendados para
aumentar a perda de peso a longo prazo e prevenir a recuperação deste peso
(POLITO et al 2010).

44
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A obesidade é definida como uma condição de acúmulo anormal ou excessivo


de gordura no tecido adiposo, em uma magnitude que se torna prejudicial à
saúde do indivíduo ou grupos populacionais (WHO, 1998). Vários estudos têm
demonstrado que a inserção do exercício físico nos programas de
emagrecimento favorece a manutenção da massa corporal após o
emagrecimento. Desse modo, o Colégio Americano de Medicina do Esporte
(ACSM, 2010) orienta que indivíduos obesos realizem programas de exercícios
como estratégia para o emagrecimento, e estabelece que:

I. Exercícios aeróbicos sejam adotados como principal estratégia, e exercícios


resistidos sejam utilizados como parte complementar.
II. Intensidade moderada a vigorosa na atividade aeróbica, entre 40-60% da FCR ou
50-75% FCR.
III. Os indivíduos obesos devem se exercitar na maioria dos dias da semana, com
frequências ≥ 5 x/sem.

Analise as afirmações acima e escolha a alternativa correta.

a) Somente a afirmação I está correta.


b) Somente a afirmação III está correta.
c) Somente as afirmações I e III estão corretas.
d) Todas as afirmações estão corretas.
e) Somente a II está correta.

2. A obesidade é um problema de saúde grave que atinge várias pessoas ao redor


do planeta. Marque a alternativa que apresenta o único fator que não é
considerado desencadeador da obesidade.

a) Problemas genéticos.
b) Hábitos alimentares inadequados.
c) Hipertensão arterial.
d) Problemas hormonais.

45
e) Falta de atividades físicas regulares.

3. A obesidade é caracterizada pelo acúmulo exagerado de gordura no corpo de


uma pessoa. Esse valor pode ser estimado dividindo-se o peso do indivíduo pelo
quadrado de sua altura. Esse parâmetro é conhecido como:

a) OMS.
b) IMC.
c) ICM.
d) CMC.
e) OMC.

4. A obesidade é uma doença crônica decorrente de um aumento da quantidade


de gordura no organismo. Apesar de muitas pessoas considerarem-na apenas um
problema estético, a obesidade é grave e pode ser a causa de vários problemas
de saúde. Indique, entre as alternativas a seguir, o problema que não apresenta
relação com a obesidade.

a) Hipertensão arterial.
b) Diabetes.
c) Ataque cardíaco.
d) Desgaste nas articulações.
e) Aumento da sensibilidade ao frio.

5. Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições


de saúde, qual desses podemos afirmar que afeta a população obesa?

a) A falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente


desequilibrada constitui um fator relacionado com o aparecimento de doenças
crônicas entre os adolescentes.
b) A diminuição do consumo de alimentos que são fontes de carboidratos
combinada com um maior consumo de alimentos ricos em proteínas contribuiu
para o aumento da obesidade entre os adolescentes.

46
c) A maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da
população adolescente tem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o
que prejudica o equilíbrio metabólico.
d) A ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém
das condições de alimentação. Na população adulta, os fatores hereditários são
preponderantes.
e) A prática regular de atividade física é um importante fator de controle da
diabetes entre a população adolescente por provocar um constante aumento
da pressão arterial sistólica.

6. (Concurso Público Prefeitura Municipal de Porto Belo) Nos últimos anos, a


obesidade tem crescido consideravelmente entre crianças e adolescentes em
nosso país, tornando-se um problema nutricional altamente significativo, visto que
pode trazer consequências drásticas à saúde.

Considerando a conduta a ser tomada diante de erros alimentares e/ou


comportamentais, assinale a alternativa correta.

a) Erro alimentar: doces, salgadinhos e fast-food;


Conduta: controlar a quantidade, porém liberando nos finais de semana, feriados
e ocasiões especiais.
b) Erro comportamental: Comer rápido;
Conduta: Aumentar a quantidade de alimento por garfada para estimular o
tempo de mastigação.
c) Erro alimentar: sobremesas;
Conduta: se desejado, comer diariamente, porém em quantidades limitadas.
d) Erro Alimentar: nenhuma fruta e hortaliça;
Conduta: incentivar a experimentar pequenos pedaços; experimentar novas
formas de preparo.
e) Erro comportamental: líquidos durante as refeições;
Conduta: Estimular o consumo de líquidos imediatamente antes de cada refeição.

47
7. (CONPASS) A obesidade é uma doença multideterminada, conjugando fatores
biológicos, ambientais e comportamentais (NAHAS, 2017). Diversas são as causas
diretas ou coadjuvantes, o que reflete em implicações para a saúde, EXCETO:

a) maior incidência de doenças cardiovasculares.


b) mais problemas posturais.
c) pior qualidade de vida.
d) morte prematura.
e) maior resistência orgânica.

8. (CONPASS) Examinar o gasto energético apenas durante o exercício físico não


nos fornece o quadro completo sobre o consumo, isto porque o metabolismo
permanece temporariamente elevado após o termino da atividade (MARRA E
MARQUES, 2005). Esse fenômeno é denominado de

a) consenso excessivo de oxigênio pos exercício.


b) hipoglicemia.
c) hipotensão .
d) hiperplasia.
e) sarcopenia.

48
INDIVÍDUOS DIABÉTICOS COMO UNIDADE
GRUPO ESPECIAL

4.1 OS DIABÉTICOS FRENTE AOS EXERCÍCIOS


04
A relação que muitos diabéticos têm com exercício e ou atividade física pode
ser definidas muitas vezes como de amor e ódio.
Por um lado, a atividade física regular pode melhorar um número dos
aspectos do controle do diabetes: melhorar a sensibilidade à insulina (reduzindo
assim a necessidade de insulina exógena) no caso de diabéticos do tipo 1 e
regulação da glicose circulante no diabético do tipo 2; ao controle do peso corporal
e perfis lipídicos; aumenta a autoconfiança; melhorar questões psicológicas
associadas à doença; reduzir a inflamação sistêmica; e, o mais importante, otimiza
a proteção à longo prazo contra doenças cardiovasculares. Lidando com exercícios
diariamente, por outro lado, implica para o diabético uma série de questões práticas
(ajuste da administração de insulina; tempo, tipo e quantidade de alimentos
ingeridos antes e após o exercício; hipo e ou hiperglicemia inesperada durante e
após o exercício etc.), cujo impacto pode se tornar às vezes muito frustrante e, em
muitos casos, desencoraja os indivíduos de serem fisicamente ativo.
Diabetes mellitus refere-se a um grupo de doenças metabólicas
caracterizadas por hiperglicemia devido à deficiência de secreção, ação de
insulina, ação prejudicada da insulina ou uma combinação de ambos (AMERICAN
DIABETES ASSOCIATION, 2007). A diabetes está associado à secreção deficiente de
insulina devido a destruição autoimune de células β pancreáticas e a necessidade
para insulina exógena para sobrevivência. Embora vários aspectos do metabolismo
dos macronutrientes são afetados pelo diabetes, as alterações no metabolismo dos
carboidratos (ou seja, hiperglicemia) são as principais características da doença. Na
verdade, acredita-se que a hiperglicemia crônica seja o mecanismo pelo qual
danos vasculares levando a complicações relacionadas ao diabetes, como doença
arterial coronariana (DAC), acidente vascular cerebral, nefropatia, retinopatia e
neuropatia ocorrem décadas após o início da doença. Em casos em que a
destruição das células β é rápida (ocorrendo predominantemente em crianças e

49
adolescentes), a primeira manifestação da diabetes pode ser cetoacidose. Outros
indivíduos podem desenvolver hiperglicemia modesta inicialmente, que
posteriormente progride para grave hiperglicemia e ou cetoacidose se não tratada
(ou não diagnosticada). Os sintomas de diabetes podem incluir poliúria, polidipsia,
letargia e perda de peso, às vezes com polifagia e visão turva (AMERICAN DIABETES
ASSOCIATION, 2007).
O metabolismo dos carboidratos é um componente crucial da resposta ao
exercício. No diabetes, infelizmente, a capacidade do organismo de se adaptar
com eficácia aos requisitos de substrato de energia aumentados do músculo em
exercício é muitas vezes severamente prejudicada. A extensão e as características
desta deficiência, portanto, está no cerne da interação complexa entre pacientes
com diabetes e atividade física. Fenotipicamente, o resultado é uma série de
recursos exclusivos associados à maioria dos aspectos do exercício nesses indivíduos.
Algumas alterações são permanentes, como redução ou perda da resposta da
epinefrina associada ao desenvolvimento de neuropatia autonômica diabética.
Outros são transitórios, como o embotamento generalizado da resposta contra
regulatória ao exercício seguindo da ativação anterior do eixo hipotálamo-hipófise-
adrenal, como é o caso da hipoglicemia antecedente (CLAUSEN, et al. 1997).
Além disso, alguns desses recursos não são uma parte intrínseca do diabetes
em si, mas sim o efeito da agressividade, embora ainda um pouco inadequada, a
tentativa iatrogênica de tratar a doença. A reposição de insulina, embora
extremamente importante e certamente capaz de prevenir a maioria das
complicações microvasculares diabéticas, ainda é uma arte imperfeita. É
frequentemente associado com flutuações glicêmicas indesejadas, tanto no hiper
como na hipoglicemia, que afeta a maioria dos aspectos da vida cotidiana do
diabético, incluindo o desempenho do exercício competitivo recreativo. Essas
considerações descrevem de forma muito sucinta a importância que o exercício
deve ter no gerenciamento da diabetes, e alguns dos problemas associados à sua
implementação prática (SOUZA; EVITON, 2015).

50
4.2 OS EXERCÍCIOS MODERADOS E DE ALTA INTENSIDADE E A DIABETES.

Temos que ter uma visão bem ampla quando pensamos na homeostase da
glicose frente aos exercícios físicos e a diabetes. No ser humano saudável, as
concentrações de glicose no plasma são criteriosamente mantidas dentro de uma
faixa estreita através de múltiplas interações de mecanismos simultâneas. A
concentração de glicose é constantemente "sentida" em vários locais, tanto
centralmente (hipotálamo) quanto perifericamente (ilhotas pancreáticas), e ações
corretivas são realizadas se a concentração de glicose é muito alta (com liberação
de insulina) ou muito baixo (com liberação dos hormônios contrarreguladores
cortisol, glucagon, epinefrina e norepinefrina). No decorrer qualquer tipo de
atividade física, esses mecanismos homeostáticos sofrem graus variáveis de estresse.
Mudanças simultâneas ocorrem na sensibilidade à insulina, nas necessidades de
substrato de energia, e na razão de oxidação de carboidratos / lipídios por meio da
qual estes requisitos são atendidos. Não é de surpreender, portanto, grandes
interrupções deste equilíbrio complexo podem ocorrer em pessoas diabéticas.
Embora uma grande variedade de eventos seja possível, estes podem ser atribuídos
à combinação de duas categorias principais de alterações: a incapacidade de
manter a glicemia, resultando em episódios hipoglicêmicos durante ou após o
exercício, mais comumente ocorrendo com esforços prolongados de intensidade
submáximo; e hiperglicemia aguda, ocorrendo mais comumente com esforços mais
curtos e muito intensos.
Em condições de repouso e no estado pós-absorvente (ou seja, depois que
todos os nutrientes da última refeição foram absorvidos do trato gastrointestinal (TG),
uma pessoa saudável de peso médio tem uma taxa de eliminação de glicose de ∼
2 mg / min por kg de peso corporal. Esta é toda a glicose coletivamente absorvida

51
por todas as células do corpo, com uma concentração basal de insulina sistêmica
que é normalmente entre 5 e 10 μU / mL (GUEDES et. al, 1998). A glicemia plasmática
cairia, portanto, gradualmente ao longo do tempo, se fontes endógenas
(principalmente o fígado, mas também, em certa medida, os rins e algumas seções
do intestino) não fornecerem simultaneamente uma saída de glicose exatamente
idêntica, através da quebra de reservas de glicogênio (glicogenólise) e síntese de
novo de moléculas de glicose (gliconeogênese) (249). Durante um exame físico de
esforço de intensidade submáxima prolongada (ou seja, abaixo o limiar anaeróbio,
que comumente ocorre em 50% -60% da capacidade aeróbica máxima individual),
a glicose pode aumentar de duas a três vezes, principalmente por causa de
aumento da captação do músculo esquelético. Segundo Yavari et al, (2012),
enquanto a glicemia normalmente cai alguns mg / dL por 30 a 45 minutos após o
início do exercício, é mantido dentro da faixa fisiológica por dois mecanismos: um
rápido aumento na produção de glicose endógena, e uma queda nos níveis de
insulina sistêmica. A queda na insulina, mediado por impulsos eferentes alfa-
adrenérgicos aumentados para o pâncreas, é necessário porque durante o
exercício a sensibilidade à insulina está agudamente aumentada e a glicose
independente dos mecanismos de transporte de insulina tornam-se ativados nas
células do músculo esquelético. Se as concentrações basais de insulina não fossem
reduzidas, o excesso de glicose seria transportado para as células do músculo,
causando uma queda na glicemia. E pensando em diabéticos, como a insulina não
é mais regulada endogenamente, a prevenção da hipoglicemia associada ao
exercício depende de quão precisamente o perfil normal de insulina pode ser
reproduzido. O uso de uma bomba de infusão de insulina costuma diminuir ou pode
diminuir completamente, a suspensão de sua infusão de indivíduos em um regime
de injeção múltipla de insulina, por outro (PONTES et al. 2016).
Por outro lado, não podem reduzir facilmente seus níveis basais de insulina; em
alguns casos, na verdade, ocorre exatamente o oposto, por via subcutânea a
insulina injetada pode aceder as taxas de absorção durante o exercício.
Ocasionalmente, após uma injeção de insulina, especialmente se realizado na
lateral da coxa, parte da fluido injetado pode ser preso em uma bolsa subcutânea,
e ser agudamente mobilizado na corrente sanguínea quando o exercício é iniciado,
praticamente resultando em um pequeno impulso adicional de insulina. O excesso
de insulina terá então o duplo efeito: de causar captação exagerada de glicose no

52
músculo esquelético, e para suprimir a produção endógena de glicose. O resultado
cumulativo dessas alterações é a possibilidade de um episódio de hipoglicemia
durante o exercício.
Substancialmente diferente, é a série de respostas que podem ocorrer
quando o esforço físico é muito intenso, ou seja, acima do limiar anaeróbio e próximo
ao aeróbio máximo da capacidade do indivíduo. Neste cenário, isso só pode ser
sustentado por um tempo relativamente curto (normalmente não mais de 20-30 min).
O corpo passa por um intenso processo de ativação adrenérgica, cuja magnitude
é impulsionada pela resposta do exercício de alta intensidade no sistema
cardiovascular. Este nível de ativação adrenérgica também aumenta a produção
de glicose endógena para uma extensão que excede as necessidades metabólicas
do tecido periférico; isso induz um estado de hiperglicemia transitória moderada
(normalmente não mais do que 140 mg / dL), que é prontamente corrigido após
cessar o exercício no indivíduo não diabético. No indivíduo com diabetes, no qual a
insulina não pode ser secretada em resposta a esta resposta hiperglicêmica, a
magnitude da hiperglicemia muitas vezes continua aumentando após o exercício,
às vezes a níveis alarmantes (> 400 mg / dL) (196) (YAVARI, et. al, 2012).
Como sessões de exercícios estruturados ou outras formas de exercícios físicos
atividade na realidade são mais frequentemente, uma combinação de moderada
e episódios mais intensos de duração variável e com distribuição temporal variável,
a resposta glicêmica real a qualquer tipo individual de atividade física pode estar
em qualquer lugar em toda a gama. Tanto é verdade, que o equilíbrio correto de
exercícios moderados e prolongados e exercícios breves e intensos poderia induzir
estímulos hipo e hiperglicêmicos opostos que em grande parte se cancelariam
mutuamente e resultariam em um ótimo controle glicêmico.
Atualmente, não há diretrizes específicas sobre o valor ou intensidade da
atividade física necessária para otimizar a saúde em pessoas com diabetes.
Semelhante a indivíduos não diabéticos, no entanto, jovens com diabetes devem
ser encorajados ser fisicamente ativos em uma intensidade moderada a vigorosa
por pelo menos 60 minutos por dia. Essas recomendações são provavelmente
razoáveis para adolescentes e adultos com diabetes, que tendem a realizar menos
atividade física do que não diabéticos.

53
4.3 RISCOS E CONTRAINDICAÇÕES AO EXERCÍCIO EM DIABÉTICOS.

O risco de doenças cardiovasculares e outras relacionadas as complicações


da diabetes, incluem neuropatia, retinopatia e nefropatia em pessoas com doença
de longa data é alta e cuidados devem ser tomados para selecionar indivíduos
adequadamente antes de recomendar um novo programa de exercícios. No
entanto, a incidência de um evento adverso associado ao exercício é rara em
pacientes com diabetes. No entanto, é necessário cautela para aqueles com
complicações de doenças avançadas e exames médicos, possivelmente com um
teste de esforço de exercício graduado, deve ser considerado antes de iniciar
qualquer novo programa de exercícios mais intenso (COSTA, 2019).
Em pessoas com diabetes, como em qualquer indivíduo, os sintomas de dor
no peito ou pressão são considerados contraindicações absolutas ao exercício
intenso. Pessoas com diabetes podem ter outros sintomas atípicos de insuficiência
miocárdica, incluindo dispneia aos esforços ou queixas gastrointestinal inexplicáveis
que também constituiriam contraindicações para fazer exercícios pelo menos até
que uma nova triagem médica seja feita. Além disso, se os indivíduos relatam ter tido
um IAM anterior ou se eles foram informados de que têm isquemia miocárdica (por
exemplo, anormalidades do segmento ST em repouso), então um teste de esforço é
recomendado antes de iniciar um programa de exercícios (CLAUSEN et al. 1997).
O risco mais temido ao iniciar uma atividade física é a morte súbita secundária
por uma arritmia ou um evento isquêmico. A morte súbita pode ser mais provável de
ocorrer quando a doença coronariana subjacente não foi diagnosticada e é
particularmente comum em pessoas com diabetes que vivem com a doença há
mais de 15 anos (ou seja, o risco é 10 vezes maior do que não diabéticos em 30-50
anos). O risco relativo de um evento cardíaco adverso após exercício intenso é 3,5
vezes maior em pessoas com diabetes que acabaram de realizar esforços intensos
(> 6 equivalentes metabólicos (METS)) em comparação a quando eles foram
sedentários ou realizaram atividades leves. No entanto, o risco absoluto geral é

54
estimado em bastante baixo (risco de infarto do miocárdio durante 60 min de
atividade física é estimada em 1 em 10.000). Desde aqueles com diabetes que são
regularmente mais ativos fisicamente, entretanto, têm muito menos risco geral de um
evento cardiovascular do que aqueles com doença que são sedentários, o
consenso é que os riscos do exercício são superados pelos inúmeros benefícios,
desde que a triagem apropriada seja realizada (COOPER et. al. 2007).
Algumas outras contraindicações relativas ao exercício existem com aqueles
indivíduos diabéticos. Em particular, aqueles com disfunção autônomo avançado
ou polineuropatia estes devem ser avaliados com o uso de medicamentos e liberado
depois para qualquer atividade mais intensa como andar. Aqueles com retinopatia
proliferativa também deve ter a avaliação, que pode incluir um teste de exercício
graduado com ECG e monitoramento da pressão arterial, antes de iniciar um
programa de exercícios mais intenso. Depois de triagem apropriada, pessoas com
diabetes que tenham retinopatia ou retinopatia diabética proliferativa devem evitar
exercícios extenuantes (aeróbicos ou de resistência) que aumentam a pressão
arterial > 170 mmHg sistólica (BLAIR et al. 1989).
A suspensão do exercício deve ocorrer enquanto se aguarda a consulta com
um oftalmologista se houver um sinal de piora retinopatia pré-proliferativa ou
proliferativa devido a o risco elevado de descolamento de retina. Indivíduos com
insuficiência renal em estágio terminal devem passar por exames médicos antes de
iniciar um programa de exercícios e após avaliação clínica o exercício intenso
deveria ser evitado. Naqueles com nefropatia avançada, em diálise, o teste de
esforço deve ser realizado antes do início de um programa de exercícios mais intenso
do que caminhar, mas aeróbio leve e de baixa intensidade exercício ainda não é
contraindicado quando não supervisionado apropriadamente (ACSM, 2009).

4.4 HIPERGLICEMIA DURANTE OS EXERCÍCIOS: CAUSAS E PREVENÇÃO

O exercício moderado geralmente causa uma diminuição nos níveis de

55
glicose sanguínea em indivíduos com diabetes, enquanto um aumento na
concentração de glicose pode ocorrer com exercícios muito intensos, e, em alguns
indivíduos, em circunstâncias particulares.
Por exemplo, em indivíduos com controle metabólico deficiente, fazer
exercícios pode causar um aumento adicional na concentração de glicose
sanguínea e cetoacidose (quando os corpos cetônicos, como por exemplo os
estoques de gordura corporal são utilizado como fonte energética). O aumento na
glicose sanguínea é causado por exagero na produção de glicose hepática,
facilitada principalmente por meio do aumento de catecolaminas e prejuízo na
indução de exercícios na utilização de glicose. Hiperglicemia e cetose excessiva
durante o exercício é particularmente indesejável pois podem causar desidratação
e diminuir o pH do sangue, ambos prejudicam o desempenho do exercício. Sierra
et.al (2019) em seu estudo preconiza que os exercícios intensos (ou seja, > 60-70%
VO2max ou > 75-85% da frequência cardíaca máxima) pode agravar
particularmente esta condição, uma vez que aumenta as catecolaminas e
glicocorticóides irão aumentar ainda mais as elevações nas concentrações de
glicose sanguínea e na produção de cetonas.
Exercícios de alta intensidade pode ser definidos como atividades acima do
“Limiar de lactato”, que é aproximadamente> 60% a 70% VO2max ou 85% a 90% da
freqüência cardíaca máxima (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2007). Este limite
coincide com elevações dramáticas nas catecolaminas, ácidos graxos e corpos
cetônicos, todos os quais prejudicam os músculos na utilização de glicose. Mesmo
aqueles indivíduos em terapia intensiva com insulina podem ter aumentos nos níveis
de glicose sanguínea durante e após exercícios de alta intensidade, provavelmente
devido a uma falha na liberação de insulina para compensar os aumentos na contra
regulação hormonal. Este aumento na glicemia é geralmente transitório e tende a
durar apenas enquanto houver elevações dos hormônios contra regulares (isto é, 30-
60 min). Apesar de alguns indivíduos poderem facilmente corrigir as elevações com
um bôlus de insulina no final de exercícios intensos, especialmente se eles tomarem
análogos de insulina de ação rápida, outros podem ser resistentes a tomar insulina
adicional após o exercício, uma vez que haverá maior risco de hipoglicemia pós-
exercício de início tardio nas próximas horas (especialmente se a sessão de exercício
anterior foi > 30 min) (CLAUSEN et al. 1997).

56
4.5 HIPOGLICEMIA ANTES, DURANTE E APÓS EXERCÍCIOS: CAUSAS E
PREVENÇÃO

Hipoglicemia é definida como uma queda na concentração de glicose no


plasma abaixo da referência fisiológica e pode ocorrer por várias razões, incluindo
a presença de um excesso relativo de insulina, ou um aumento abrupto na
captação periférica, como pode ocorrer quando a produção de energia aumenta
repentinamente no músculo esquelético realizando exercícios intensos (AMERICAN
DIABETES ASSOCIATION, 2007).
Nessas circunstâncias, mecanismos compensatórios (contrarreguladores) são
acionados, de modo que a hipoglicemia (abaixo de 60 mg/dL) é evitado ou
revertido. Durante o exercício físico, obter uma determinada quantidade líquida de
transporte de glicose através da membrana celular dos miócitos requer 30% a 50%
menos insulina do que em condições de repouso, porque uma fração considerável
de transporte de glicose trans membranosa estimulado por exercícios ocorre por
meio de mecanismos não dependentes de insulina. A secreção de insulina é,
portanto, fisiologicamente reduzida durante o exercício em uma quantidade
proporcional, evitando a redução da glicose na corrente sanguínea abaixo dos
valores pré-exercício (CLAUSEN et al., 1997).
O exercício também aciona simultaneamente a liberação dos principais
hormônios contrarreguladores glucagon, epinefrina, norepinefrina, GH e cortisol.
Através de vários paralelos de vias bioquímicas (aumento da glicogenólise hepática
e gliconeogênese, lipólise do tecido adiposo), estas moléculas aceleram a
mobilização de substratos de energia. Recentemente, além do “clássico” hormônio
contra regulatório citados acima, as evidências também têm se acumulado em
direção ao potencial efeito contrarregulador de moléculas, entre as quais se
destaca a IL-6, uma citocina abundantemente liberada pelo músculo esquelético
em exercício em uma relação dependente da dose com a intensidade do exercício.
Inicialmente, as funções desta citocina foram principalmente consideradas um
mediador pró-inflamatório, mas agora se acredita ser um imunomodulador mais
complexos, até mesmo tendo efeitos anti-inflamatórios (COSTA, 2019).
Alterações na resposta da regulação da insulina e contra regulação durante
o exercício podem estar presentes em diabéticos. Reproduzindo a queda fisiológica
dos níveis de insulina, por exemplo, pode ser problemático. Indivíduos que injetam

57
insulina através de uma bomba de infusão podem reduzir a taxa de infusão antes ou
durante o exercício; isso não é fácil de fazer corretamente, pois condições de
exercício aparentemente idênticas em dias diferentes podem resultar em diferentes
respostas metabólicas. Se a redução de insulina é excessiva, hiperglicemia ao invés
de hipoglicemia, pode em fato ocorrer, mas muitos indivíduos preferem este risco
(hiperglicemia ser assintomático, a menos que seja realmente extremo) e realmente
desligue completamente sua bomba. Pacientes em uso de insulina com múltiplas
injeções, incluindo um componente de longa ação, por outro lado não pode reduzir
suas concentrações basais de insulina, e são, portanto, propensos a se encontrarem
expostos a hiperinsulinemia. Ocasionalmente, a situação pode ser agravada pelo
fato de que quando a insulina é injetada em áreas próximas ao músculo onde está
sendo feito o exercício, é mais rapidamente absorvido. O resultado é um fato “bolus”
de insulina pequeno, aumentando temporariamente os níveis de insulina no início do
exercício; hipoglicemia, às vezes grave, pode então ocorrer (SOUZA; EVITON, 2015).
Simultaneamente com o aumento da absorção de insulina durante exercício
(em vez da diminuição esperada), a ativação de hormônios contrarreguladores
também pode ser prejudicada no diabetes. Em geral, a liberação dos principais
hormônios contrarreguladores em resposta ao exercício parece reduzido no
diabetes. embora a magnitude da atenuação e classe dos hormônios envolvidos
variam. Este fenômeno é completamente paralelo ao contra regulatório reduzido
(GUEDES; GUEDES, 1998).
resposta à hipoglicemia que ocorre no diabetes, agora muito bem
caracterizado (falha autonômica associado à hipoglicemia). Essa falha também
causa embotamento de um número de sintoma de origem neurogênica
(ansiedade, sensação de fome, sudorese, palpitações etc.), mediada pelos efeitos
da epinefrina no simpatoadrenal.
Devido à variedade e instabilidade de fatores que influenciam as
características da hipoglicemia associada ao exercício, seu manejo costuma ser
difícil. As principais abordagens incluem ajuste empírico da administração de
insulina, e suplementações de bebidas ricas em carboidratos e lanches em
momentos críticos antes, durante e após o exercício. Recentemente, um novo
conceito também foi proposto para compensar os efeitos pró-hipoglicêmicos de
alguns formatos de exercícios (exercícios de intensidade moderada e prolongada)
incorporando alguns ataques breves e muito intensos que, se isolado, teria um efeito

58
pró-hiperglicêmico (LEVINE et al. 2006).

4.6 MAS AFINAL O EXERCÍCIO PREJUDICA OU NÃO A PESSOA DIABÉTICA?

O exercício físico é altamente recomendado em indivíduos com diabetes por


seus inúmeros efeitos benéficos à saúde, entre eles a prevenção de complicações
cardiovasculares a longo prazo é primordial. Numerosos problemas, no entanto,
tornam as implementações sistemáticas de estratégias de exercícios eficazes
complicado nesses pacientes; na verdade, em indivíduos com doenças crônicas
mal controlada, tecido muscular característico ocorrem mudanças, identificadas
por alguns como forma específica de miopatia. Mesmo em assuntos relativamente
bem controlados, as alterações marcantes no metabolismo de carboidratos
associadas com diabetes podem causar a ocorrência frequente de episódios de
hipoglicemia ou hiperglicemia ou ambos durante e após o exercício.
Esses episódios são frequentemente causados por dosagem inadequada de
insulina que os pacientes injetam várias vezes por dia. Avançar, a "memória
metabólica" de episódios anteriores de hipo a hiperglicemia pode afetar a resposta
ao exercício e durante o exercício, ocorrendo horas ou dias após a resolução do
episódio.
Além da regulação glicêmica, outra resposta adaptativa ao exercício que
pode ser alterado é a secreção de substâncias inflamatórias / fatores oxidativos,
agora considerados um componente-chave de cardio-proteção associada ao
exercício e a secreção de fatores de crescimento, especialmente importantes
diabetes. Muitas dessas alterações agora podem ser evitadas de forma eficaz ou
administrado por uma combinação de controle de glicemia ideal, ajustes empíricos
da administração de insulina no tempo de exercício e a ingestão de suplementos de
carboidratos adaptado ao tipo, intensidade e duração do exercício. É importante
enfatizar que, coletivamente, as muito possíveis alterações nas respostas do

59
exercício que podem ocorrer no diabético não torna esta atividade prejudicial, mas
na pior das hipóteses reduz todos os seus efeitos benéficos para a saúde.

60
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (ENADE adaptado) Para evitar a hipoglicemia durante e após o exercício, um


padrão na prescrição do treinamento e uma dieta equilibrada devem ser
adotados. Cada indivíduo com diabetes é único e precisa descobrir o melhor
esquema a seguir para manter a glicemia sob um rígido controle. A literatura
científica aponta que é fundamental que o indivíduo com diabetes melito
insulino-dependente pratique sua rotina de treinamento em horários
convenientes.

a) O exercício não deve ser realizado no momento do pico do efeito da insulina, na


primeira hora após a injeção da insulina – ação curta.
b) Durante uma programação de atividade física recomenda se uma refeição a
cada 5 horas.
c) Indivíduos com Diabetes Mellitus insulino-dependentes não precisam se
preocupar com as lesões vasculares nos pés por ser um tipo mais brando e
controlável.
d) Não é recomendado pessoas com diabetes não podem participar de uma
competição.
e) Todos os indivíduos com diabetes respondem ao exercício da mesma forma.

2. Na prescrição de exercícios físicos, para pacientes com Diabetes Melito (DM), o


profissional de saúde (Educação Física), deve levar em consideração alguns
pontos importantes para a adaptação do treinamento físico atrelado a esta
condição. Sobre as adaptações é CORRETO afirmar que:

I. Se o paciente, com diabetes melito tipo 2, apresenta baixos níveis de


condicionamento físico, recomenda-se um mínimo de 90 minutos de atividade
física aeróbia leve para a redução do risco de desenvolvimento de doenças
cardiovasculares.
II. Intercalar sessões muito curtas de exercícios aeróbios e de alta intensidade pode
ajudar a reduzir o declínio da glicemia durante o período inicial de recuperação
pós-exercício.
III. Para pacientes acometidos de diabetes melito tipo 2, deve-se dar uma pausa de

61
2 dias consecutivos nos exercícios aeróbios para evitar um declínio da ação da
insulina.
IV. Em relação à resistência, maiores cargas (cargas mais pesadas) podem ser
prejudiciais para a ação da insulina e controle da glicemia. O mesmo pode-se
afirmar com cargas moderadas de resistência.
V. A realização de treinamento de resistência antes do treinamento aeróbio, durante
treinamento combinado, pode diminuir o risco de hipoglicemia em pacientes
com diabetes melito tipo 1.

Assinale a opção que representa as respostas CORRETAS.

a) II e V.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I e V.

3. Considere a elaboração de um programa de exercícios para uma pessoa


portadora de Diabetes tipo I. As ações a serem realizadas com esse indivíduo
estão classificadas como sendo:

a) primária e secundária.
b) primária, secundária, terciária.
c) secundária e terciária.
d) primária e terciária.
e) apenas terciária.

4. (Concurso Milagres/2018), Sobre a hipoglicemia em pessoas com diabetes


mellitus, é correto afirmar:

a) Hipoglicemia é a diminuição dos níveis glicêmicos, com ou sem sintomas, para


valores abaixo de 95 mg/Dl.
b) Fome, tontura, fraqueza e dor de cabeça, confusão, coma e convulsão são
sintomas neuroglicopênicos.

62
c) A hipoglicemia exige tratamento adequado e não deve ser tratada pelo próprio
paciente.
d) Os familiares que percebam uma situação de hipoglicemia no paciente com
diabetes, deve leva-lo imediatamente ao hospital, sem oferecer nenhum tipo de
substância ou alimento.
e) Para prevenção da hipoglicemia noturna, orienta-se evitar lanches antes de
dormir que contenha carboidratos ou gorduras.

5. (Conpass – 2015 adaptado) De acordo com Molena-Fernandes et al. (2005), a


atividade física possibilita benefícios para os indivíduos portadores de diabetes
mellitus tipo 2. Sobre isso, marque a alternativa que não corresponde aos
benefícios das atividades físicas para esse grupo.

a) Aumento do transporte de glicose para os músculos.


b) Aumento do metabolismo da glicose.
c) Diminuição da resistência à insulina.
d) Aumento da sensibilidade à insulina.
e) Aumento da concentração de glicose sanguínea.

6. (PUC-CAMPINAS) Uma dieta baseada em carboidratos é desaconselhada para


indivíduos portadores de diabetes mellitus. Isso ocorre em virtude de o organismo
desses indivíduos terem

a) dificuldade para filtrar o sangue, deixando grande quantidade de impurezas que


contamina a glicose.
b) facilidade em absorver a glicose do sangue, levando ao ganho excessivo de peso
e provável obesidade.
c) facilidade em produzir insulina, o que pode levar a uma intoxicação por falta de
açúcar.
d) dificuldade para remover a glicose do sangue e enviá-la para dentro das células.
e) dificuldade para transportar o gás oxigênio pelo sangue, levando à asfixia dos
tecidos e à morte das hemácias.
7. (CPCON/UEPB – adaptado) Pessoas com diabetes melito insulino-dependentes
são aconselhados a evitar exercícios pesados, como levantamento de peso

63
exagerado ou uma atividade aeróbica intensa e prolongada. Acerca da prática
de exercícios físicos para pacientes com diabetes melito insulino-dependentes,
marque a alternativa CORRETA.

a) Exercício vigoroso minimiza as possíveis lesões nas extremidades.


b) Deve treinar com cargas elevadas sem se preocupar com o controle motor.
c) Para a minoria dos pacientes com diabetes, o principal risco é a hipoglicemia.
d) Pacientes que apresentam lesões nervosas e vasculares nos pés e pernas devem
tomar cuidados especiais para evitar cortes, bolhas e exercícios que possam
acarretar contusões das extremidades inferiores.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

8. (ADM&TEC adaptado) Assinale a alternativa que mais se encaixa com os textos


abaixo:

I. A redução do risco de doenças cardiovasculares, de diabetes, de


osteoporose, de fibromialgia e de alguns cânceres, entre outras doenças, é
um dos benefícios da prática regular de atividades físicas.
II. Uma dica útil para começar a prática de educação física é procurar
atividades realizadas por várias pessoas, inclusive amigos, o que poderá ser
um estímulo a mais para a manutenção desse hábito.
III. A Organização Mundial da Saúde recomenda, pelo menos, 30 minutos de
atividade física por semana.

a) As três afirmativas são verdadeiras.


b) A afirmativa I é verdadeira, a II é falsa e a III é verdadeira.
c) A afirmativa II é verdadeira, a I é falsa e a III é verdadeira.
d) As três afirmativas são falsas.
e) A afirmativa II é falsa, a I é verdadeira e a III é falsa.

64
GRUPOS ESPECIAIS PORTADORES UNIDADE
DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

5.1 AS DOENÇAS PULMONARES COMEÇANDO PELO DPOC


05
Segundo Garber et al. (2011), quando falamos de doenças pulmonares
devemos ter em mente que existem uma grande quantidade delas, algumas são
semelhantes quanto a sua fisiopatologia, porém temos alguns detalhes que ajudam
a entender o contexto e o resultado que poderemos ou não obter com os exercícios
como por exemplo a doença pulmonar obstrutiva crônica ou DPOC, esta é uma
doença que tem uma causa crescente e significativa das doenças crônicas tendo
um significativo aumento nas morbidades e óbitos em todo o mundo e com um
possível crescimento nas próximas décadas.
A DPOC tem como característica uma limitação do fluxo aéreo aumentando
o trabalho do processo respiratório e produz modificações na mecânica ventilatória,
estática e dinâmica além de uma hiper insuflação pulmonar. Uma concomitante
redução da massa muscular acontece devido à interação de vários mediadores
moleculares, como inflamação, vias de sinalização induzido por hipóxia, estresse
oxidativo e redução da capacidade oxidativa enzimática além dos números de
capilares (BARBOSA, et al. 2020).
Os portadores de DPOC normalmente têm um custo metabólico de
desempenho mais alto com o início da acidose e redução da taxa máxima de
trabalho e consumo de oxigênio. A progressiva inatividade leva ao
descondicionamento que aumenta ainda mais a sensação de esforço respiratório.
Os portadores de DPOC frequentemente se tornam progressivamente preso em
casa e isolados da sua família, amigos e colegas, com agravamento da depressão
e ansiedade que frequentemente prejudicam a qualidade de vida do indivíduo.
Pacientes com DPOC têm vários graus de limitação de atividade devido aos
distúrbios músculos esqueléticos. A atividade física é essencial para todos os
portadores de DPOC. Embora este seja provavelmente o caso para
encaminhamento destes para reabilitação pulmonar, evidências sobre a atividade

65
física no contexto da reabilitação pulmonar é limitada. Tanto o treinamento de
exercícios quanto as intervenções de atividade física devem ser uma parte
integrante e complementar da reabilitação pulmonar e são essenciais para melhora
da qualidade de sobrevida. Ambos têm objetivos distintos; o treinamento de
exercícios visa melhorar a aptidão, programas de atividade física direcionados na
mudança de comportamento para um estilo de vida mais ativo. Sugerimos que o
treinamento físico é necessário na primeira fase de um programa de reabilitação
pulmonar principalmente para aumentar a tolerância ao exercício e aptidão física
geral. Devido ao tipo de intervenção, não há muita mudança na atividade física
esperado quando um programa de treinamento de exercícios é oferecido sozinho.
Quando a reserva funcional é suficientemente grande, as respostas
comportamentais podem ser introduzidas para traduzir os ganhos fisiológicos nas
atividades da vida diária. Mais não existe um consenso quanto ao tempo ideal,
duração, intensidade (PAGANI et al., 2020).
Se formos pensar em uma dinâmica ou uma estratégia para um treinamento
físico em DPOC estes são exercícios com aumento progressivo da carga ao longo
do tempo. Uma caminhada, corrida, subida de escada ou nadar é um exemplo de
exercícios de treinamento de resistência. Ao contrário, o treinamento de força
envolve cargas de trabalho em um período mais curto, como ocorre por exemplo
com levantamento de peso. Normalmente, existem duas maneiras possíveis de
treinar, seja capacidade aeróbica ou treinamento de força.
O treinamento de resistência tem como objetivo a melhora do poder do
organismo para realizar exercícios aeróbicos e trabalha com atividades como
corrida e ciclismo, em que uma massa muscular significativa está envolvida.
As intensidades eficazes de exercício são caracterizadas por alvos de
frequência cardíaca individuais a serem alcançados em sessões de treinamento,
continuando normalmente 30 min ou mais por 5 dias / semana. Treinamento de força
visa os músculos individuais ou grupos de músculos com bons protocolos que se
aplicam 1-3 séries de 8-12 quase contrações máximas para um músculo individual
ou grupos musculares em 2-3 sessões de exercícios por semana (MONTEIRO et a.l,
2020). O treinamento de resistência e força são, portanto, terminais opostos de uma
série de protocolos de treinamento com a importância tanto no metabolismo
quanto a atividade de todo o organismo (resistência) ou a capacidade máxima de
desempenho de músculos singulares. O treinamento de resistência pode ser

66
estruturado com uma carga baixa, mas um treinamento repetido com um
treinamento semanal desempenha milhares de contrações musculares enquanto os
protocolos de treinamento de força repetitiva de alta carga, mas baixa, são feitos
com apenas algumas centenas contrações fortes por semana.

5.2 O EXERCÍCIO EM PORTADORES DE ASMA

A asma é uma doença comum, principalmente em idosos e crianças, e os


asmáticos tendem a perdem a vida durante o início da doença devido a falta de
tratamento. As principais características da asma são sintomas de variabilidade e
recorrência, obstrução reversível do fluxo de ar e broncoespasmo. Os sintomas
comuns são chiados e aperto no peito, tosse e dificuldade para respirar. A asma é
causada por uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais, que
normalmente incluem: exposição à poluentes e alérgenos; e drogas como aspirina
e β bloqueadores. Em termos genéticos, a asma pode ser hereditária, e muitas
variantes suscetíveis têm sido descoberto nos últimos anos (CHIOVATTO; OLIVEIRA et
al., 2019).
O diagnóstico de asma é geralmente com base em vários tipos de sintomas,
a resposta ao tratamento em diferentes momentos, e a medição da de um teste de
espirometria. A classificação médica da asma é baseada na frequência de início,
da respiração forçada conhecida como FEV1 dentro de 1 segundo.
A asma pode ser dividida em leve a grave: bronquite asmática, asma
brônquica e asma cardíaca. Pessoas com bronquite asmática geralmente tosse por
muito tempo com um chiado perceptível. A maioria das asmas brônquicas ocorrem

67
em crianças ou jovens, e geralmente ocorre na primavera e outono ou no frio nesses
períodos as crises de asma são muito mais comuns e são caracterizados por
dificuldade em respirar (RIGONATTO, et al. 2018).
Pacientes com asma e insuficiência cardíaca geralmente podem evoluir para
doença cardíaca coronária reumática, cardiomiopatia ou hipertensão e
insuficiência cardíaca ventricular esquerda, causando um sangramento nos
pulmões e distúrbios de troca gasosa. A asma não tem cura, mas pode ser
controlada de forma eficaz. Fique longe de fatores indutores de asma, como
alérgenos e irritantes, corticosteroides inalatórios regulares, podem ser muito úteis no
controle da doença. Os benefícios do exercício são reconhecidos a muito tempo, o
que pode melhorar o sistema cardiopulmonar além da função e metabolismo de
outros órgãos, os exercícios ajudam a aumentar a imunidade do corpo, reduzindo o
risco de doenças cardíacas e pulmonares e retardando o envelhecimento.
Muitos estudos têm mostrado que o exercício regular com aeróbio e
treinamento de força possui muitos benefícios para vários órgãos e sistemas do corpo
humano, especialmente no ambiente clínico com uma terapia de reabilitação. Os
programas de exercícios são quantitativos e individualizados e podem ter um
impacto direto sobre os asmáticos com diferentes necessidades de reabilitação.
Para estes indivíduos, o treinamento físico é amplamente aceito como um
complemento para medicamentos baseados em tratamento não farmacológico.
Porém devemos ter um certo cuidado com estes indivíduos, pois assim como o
exercício possui um efeito benéfico ele também pode levar a uma piora dos
sintomas de asma, muitos asmáticos evitam exercícios por medo de um processo
chamado exacerbação]. Portanto, que existe uma divergência de opiniões quanto
a fazer ou não exercícios os indivíduos asmáticos e principalmente qual esporte
escolher (MACKENZIE, et al. 2016).
Em particular as crianças com asma podem fazer exercícios da mesma forma
que crianças não portadoras de asma é uma parte importante do tratamento não
farmacológico. O exercício pode melhorar a ventilação e aumentar a capacidade
pulmonar, o que efetivamente alivia os sintomas das crises de asma, reduz o número
de episódios de doença, e reduz a quantidade de antibióticos usados e diminui os
custos com o tratamento. Além disso, também previne o desenvolvimento de
enfisema pulmonar.
A terapia com exercícios é um tipo de terapia de reabilitação econômica e

68
eficaz. Asmáticos devem ser encorajados a participar de atividades esportivas
adequadas, como natação, caminhada e corrida. No momento, mais e mais
médicos aplicam prescrições de exercícios no tratamento da asma (RIGONATTO, et.
al. 2018).
Mas devemos nos preocupar com o tempo de exercício (como mostrado
acima) para que não ocorra as crises asmáticas induzidas ao exercício, por isso uma
preparação antes é de suma importância como por exemplo orientar a pessoa
asmática utilização da inalação (famosa “bombinha”) antes de cada exercícios e
realizá-los de 5 – 10 minutos depois podem reduzir o risco dessas crises (BALTIERI et. al,
2018).

5.3 FIBROSE CÍSTICA COMO GRUPOS ESPECIAIS

A fibrose cística é caracterizado como uma recessiva autossômica, é uma


doença congênita hereditária causada pela mutação do gene autossômico da
família CF, com secreção exócrina cumulativa. A fibrose cística tem como
característica a probabilidade principalmente de ocorrer em pessoas de pele
branca, sendo esta doença uma espécie doença "politrópica", o que significa que
muitas manifestações clínicas são diferentes e não relacionadas e são controlados
pelo mesmo gene, além disso ela é uma doença autoimune que afetam vários
sistemas e isto se deve por causa da mutação genética (EL-MAFARJEH, et. al. 2019).
Uma das manifestações clínicas mais importantes de pacientes com fibrose é
o efeito adverso no sistema respiratório, que também é a principal causa de morte.
Inflamação, remodelação traqueal e acúmulo de muco são as três características
principais dos pacientes com fibrose, e a quebra da segregação invasiva é uma
característica comum desses indivíduos principalmente porque afetam as organelas
do epitélio. A redução da secreção de Bicarbonato (HCO3) nos pulmões desses
indivíduos leva a acidificação da camada superficial do trato respiratório, levando
a danos, inflamação, secreção excessiva e adesão de muco, e enfraquecimento
atenuado dos cílios da mucosa (PEREIRA et al. 2014).

69
Assim como todas as doenças o treinamento físico também tem um efeito
terapêutico com portadores de fibrose cística, porém como essa doença tem uma
certa gravidade é importante a orientação médica para realização de alguma
terapêutica com esses indivíduos, já é bem proposto que como eles possuem uma
dificuldade respiratória importante o ideal é que eles façam utilização de
oxigenioterapia durante a realização de exercícios e que estes sejam feitos de forma
gradual conforme a condição do portador da doença, o ideal é sempre um
começo bem leve e aumentando gradativamente conforme seja observado, por
eles estarem com uso de oxigenioterapia é importante o acompanhamento
também de um profissional fisioterapeuta, para acompanhamento da saturação,
por isso uma avaliação clínica preliminar e eficiente é necessário (EL-MAFARJEH et
al. 2019).

5.4 O EXERCÍCIO NOS INDIVÍDUOS COM ENFISEMA PULMONAR

Primeiro precisamos definir o que é um enfisema pulmonar, muitos confundem


o enfisema com o DPOC, uma coisa está ligada a outra, porém existe uma definição
para o enfisema. Segundo Alves et al. (2013), o enfisema pulmonar é uma doença
degenerativa, que geralmente se desenvolve depois de muitos anos de agressão
aos tecidos do pulmão devido ao cigarro e outras toxinas no ar. Em termos mais
científicos dizemos que o enfisema pulmonar é uma destruição dos alvéolos
pulmonares causado por uma necrose devido a substâncias tóxicas provenientes do
ambiente que ao adentrar no sistema respiratório mais precisamente no alvéolo
pulmonar causa sua destruição não sendo capaz de captar oxigênio e nem de
eliminar gás carbônico.
Mas o indivíduo que tem enfisema pulmonar consegue realizar exercícios
físicos?
Essa é a grande questão dos estudos até hoje, como não é muito comum se
deparar com pessoas portadores de enfisema os estudos relacionados a ela são

70
muito difíceis o que não acontecem com estudos de pesquisa animal, como a DPOC
por exemplo, e esta, está associada a uma capacidade física reduzida e ainda não
está claro se o enfisema pulmonar, pode ocorrer sem a DPOC. Segundo algumas
pesquisas a destruição dos alvéolos pulmonares leva também ao desaparecimento
do sistema vascular desses alvéolos ocasionando uma difusão máxima da
capacidade e do débito cardíaco, reduzem o pico de absorção de O2 e, portanto,
limitam a tolerância ao exercício e redução da atividade física nesses indivíduos.
Portanto podemos concluir que a pessoa com enfisema tem uma atividade física
reduzida e eles dependem de oxigênio para suas funções normais, portanto a
atividade física deles estão limitadas o que merece atenção especial da equipe
médica (RUSSI et. al 2018).

5.5 ATIVIDADE FÍSICA NO COVID 19

A covid é uma doença “nova” que possui algumas características ainda em


estudos, o que já é descrito na literatura é que em 31 de dezembro de 2019 o Comitê
Municipal de Saúde de Wuhan relatou alguns casos de pneumonia inexplicada.
Depois de estudada por especialistas chineses em saúde, o patógeno da
pneumonia inexplicada foi identificado como um novo coronavírus isso em 9 de
janeiro de 2020, agora conhecido como coronavírus 2 de síndrome respiratória
aguda grave (SARS-CoV-2). Posteriormente, o SARS-CoV-2 iniciou uma epidemia na
China, e mais de 80.000 residentes chineses foram infectados com SARS-CoV-2. Em
11 de fevereiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) oficialmente
chamou de pneumonia causada por SARS-CoV-2 como Corona Virus Disease 2019
(COVID-19).
Posteriormente, em 11 de março, a OMS identificou o COVID-19 como um
surto característico gerando assim uma pandemia (FURTADO et. al, 2021). Nos
posteriores 5 meses o COVID-19 começou a se espalhar pelo mundo, mais de 20

71
milhões de pessoas foram infectadas com COVID-19 e mais de 700.000 mortes em
todo o mundo em 12 de agosto de 2020 e em mais de 210 países e territórios estão
envolvidos. O COVID-19 é uma doença multisistêmica porém ela ataca
principalmente o sistema respiratório provocando uma inflamação nos alvéolos
pulmonares deixando o indivíduo com uma severa falta de ar. A atividade física não
é realizada no momento da doença e sim no pós momento, já existem relatos que
95% das pessoas que tiveram COVID-19 mesmo sendo assintomáticos irão ter algum
tipo de sequela pela doença, por isso é muito importante a atividade física no pós-
covid-19 (BACHI et al., 2021).
Como uma espécie de terapia complementar barata o exercício tem um
efeito positivo em muitas doenças. Em 2007, a American College of Sports Medicine
e a American Medical Association propôs oficialmente que o “Exercício é o melhor
Remédio” e o exercício está intimamente relacionado à capacidade imunológica
do corpo, sendo o exercício regular, pode melhorar significativamente a
capacidade imune do corpo e reduzir a incidência de doenças infecciosas,
enquanto o exercício de alta intensidade de longo prazo ou falta de exercício é um
causa importante do declínio imunológico. O treinamento regular de intensidade
moderada pode significativamente melhorar a capacidade imunológica do corpo
e efetivamente reduzir a incidência de doenças respiratórias, infecções do trato
(predominantemente virais), além de melhorar a imunidade, o exercício também
ajuda no controle de peso e na melhora do humor, além de aliviar a ansiedade
(PAULIS et al., 2020).
Os exercícios regulares podem melhorar significativamente a capacidade
imunológica do corpo e reduz a probabilidade de infecções, o que também fornece
uma nova forma para o tratamento de COVID-19, devemos somente nos atentar a
duração e a intensidade destes exercícios já que é uma doença onde está sendo
feito os estudos e ela não possui uma história natural fechada, por isso a observação
é importante e o ideal é que sejam feitas atividades multiarticulares combinado com
exercício aeróbio de baixa a moderada intensidade sempre aferindo a pressão
arterial e a oximetria de dedo para avaliar a saturação dos capilares do indivíduo
(BACHI et al, 2021).

72
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (SIGMA) Sobre o condicionamento físico geral para um paciente com doença


pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), assinale a alternativa correta.

a) Os pacientes DPOC que realizam exercícios para MMII melhoram as medidas de


tolerância ao exercício sem evidências de efeitos adversos.
b) A maior parte da carga ventilatória durante exercícios de MMSS apoiados é
realizada pelo diafragma
c) As sessões de exercícios físicos visando o condicionamento são compostas
unicamente de fase de treinamento e resfriamento.
d) Há poucas evidências científicas para recomendação de exercícios de MMII em
DPOC.
e) Nenhuma das alternativas.

2. (FUMARC) Analise as seguintes afirmações:

I. Na Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), o exercício físico aumenta o


consumo de oxigênio e piora a relação ventilação/perfusão, além de aumentar
a hiper insuflação pulmonar e favorecer a fadiga dos músculos respiratórios e a
acidose lática.
II. Os principais efeitos da oxigenoterapia durante a reabilitação pulmonar na
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) incluem diminuir a dipneia, reduzir
a hipertensão pulmonar, melhorar a função ventricular direita e aumentar a
endurance de exercício.
III. A ventilação não invasiva é contraindicada durante a prática de exercícios físicos
na Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), pois aumenta a capacidade
residual funcional do paciente e, consequentemente, a hiper insuflação pulmonar
e a dispneia.

Estão CORRETAS as afirmativas:


a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.

73
d) I, II e III.
e) I apenas.

3. (IESES 2019) “A asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns,
juntamente com a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica. As
principais características dessa doença pulmonar são dificuldade de respirar,
chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas pioram à noite
e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à
exposição a alérgenos, à poluição ambiental e a mudanças climáticas.”

Sobre a asma, assinale a assertiva CORRETA.

a) A asma não tem cura, mas com o tratamento adequado os sintomas podem
melhorar e até mesmo desaparecer ao longo do tempo.
b) A confirmação do diagnóstico e a classificação da gravidade da asma
brônquica é feito a partir do resultado do exame de oximetria.
c) Vários fatores ambientais e genéticos podem gerar ou agravar a asma. Entre os
aspectos ambientais estão a exposição à poeira e barata, aos ácaros e fungos,
às variações climáticas e infecções virais.
d) Para os fatores genéticos - característicos da própria pessoa -, destacam-se o
histórico familiar de asma ou rinite e obesidade, tendo em vista que pessoas com
sobrepeso têm mais facilidade de desencadear processos inflamatórios, como a
DPOC.
e) A exercício físico feito em um ambiente com ar-condicionado e que do lado de
fora esteja calor pode provocar uma fibrose cística

4. Com base nos padrões respiratórios anormais, a respiração profunda com


frequência normal é chamada de

a) bradipnéia.
b) hiperpnéia.
c) apnéia.
d) taquipnéia.
e) bradicardia

74
5. (UPNET Garanhuns Adaptado) A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é
caracterizada pela redução do fluxo expiratório, de forma lenta, progressiva e
irreversível. O tabagismo é a sua principal causa. Sobre o tratamento, a
prevenção e intervenção na DPOC, analise as afirmativas abaixo:

I. O melhor parâmetro para estimar a gravidade da doença é o volume


expiratório forçado e, uma atividade aeróbia de alta intensidade.
II. O principal motivo de internação de uma pessoa com DPOC é a piora do
quadro, podendo a exacerbação da doença ser secundária a fatores
pulmonares, tais como infecções respiratórias, tromboembolismo e
deterioração de outras doenças de base.
III. A reabilitação pulmonar é uma abordagem não farmacológica utilizada no
tratamento da DPOC, cuja, abordagem é voltada para a terapia de higiene
brônquica e técnicas de expansão pulmonar.
IV. Treinamento muscular inspiratório, exercícios aeróbicos e de fortalecimento
de membros inferiores bem como exercícios respiratórios são recursos
fisioterapêuticos utilizados no tratamento de pacientes com DPOC.

Estão CORRETAS apenas:

a) I e IV.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I e II.
e) III e IV.

6. (IBADE) A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de


2020, que o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) constitui
uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional – o mais alto
nível de alerta da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário
Internacional. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS
como uma pandemia. Sobre o agravo, qual das alternativas abaixo está correta,
considerando o que se conhece da doença até abril de 2020?

75
a) As medidas de proteção são as mesmas utilizadas para prevenir doenças
respiratórias, entretanto, se uma pessoa tiver febre, tosse e dificuldade de respirar,
não deve procurar atendimento médico para não contaminar os demais.
b) A ocorrência de óbito em domicílio é contra-indicada, sendo necessário deslocar
o paciente para uma unidade de saúde no momento de piora do quadro.
c) A máscara de pano está sendo recomendada para profissionais de saúde
durante a atividade assistencial, tendo em vista que países que possuem a cultura
de utilizá-la apresentaram menores curvas de contaminação.
d) A administração de vitamina D suplementar previne a contaminação por COVID-
19.
e) O isolamento domiciliar é a principal medida para conter a transmissão da
doença. Associado a ele devem ser intensificadas medidas de higiene e etiqueta
respiratória.

7. (VUNESP adaptado) Claudio de 35 anos, após se exercitar e sair da academia


começa a apresentar tosse, febre contínua, fadiga, falta de paladar e de olfato.
Seu estado clínico é bom. Mora com sua mulher, que é empregada doméstica,
de 32 anos, que nada apresenta de sintomas.

Assinale a alternativa que indica a conduta correta.

a) Ele deve procurar o personal e perguntar se o treino dele coo foi intenso pode ter
ocasionado esses sintomas.
b) Ambos devem procurar um serviço de urgência e emergência para serem
avaliados e receberem o diagnóstico confirmado de COVID-19.
c) O diagnóstico provável é COVID-19, e ele deve permanecer em casa, ao
contrário da mulher, que deve tentar ficar em casa de parentes para prevenir a
doença.
d) O diagnóstico provável é COVID-19, e, como a mulher provavelmente já foi
infectada, ambos devem permanecer em casa, sem necessidade de uso de
máscara.
e) Ele deve permanecer em isolamento domiciliar, com uso de máscara, mantendo
distância da mulher, além de entrar em contato com a UBS mais próxima de casa
para receber orientações.

76
8. Quando estamos frente a um indivíduo com diagnóstico de pós covid e que veio
nos procurar para um trabalho de reabilitação física o que devemos dar de
parâmetros iniciais na nossa anamnese.

a) O quanto de atividade ele fazia antes da doença, pois ela não afeta muitos
sistemas.
b) Realizar um anamnese com pressão arterial e oximetria de dedo inicial durante a
após a atividade.
c) Já ir levando-o para atividades de baixa intensidade como esteira.
d) Fazer uma anamnese aferindo temperatura e avaliar o estado geral dele.
e) Realizar somente com a orientação do médico pois é o único que entende da
doença.

77
GESTANTES E EXERCÍCIOS FÍSICO UNIDADE

6.1 AFINAL EXERCÍCIOS E ATIVIDADE FÍSICA NA GESTANTE DÁ CERTO?


06
Vamos falar sobre os benefícios da atividade física frente a uma gestante e
aquela velha problemática: “Gestante pode ou não pode fazer atividade física?”
ou “A partir de qual período de gestação a mulher pode praticar atividade física?”
ou ainda “A atividade física prejudica o desenvolvimento do feto?”, talvez essas
sejam as maiores perguntas que passa pela sua cabeça nesse momento pensando
em gestantes.
Os benefícios da atividade física para a saúde das mulheres durante e após
a gravidez, já é bem descrito (HAAKSTAD et al., 2011). Além dos benefícios cardio-
metabólicos, a atividade física regular durante a gravidez ajuda a manter a boa
forma (o que é superimportante para a saúde mental da mulher, principalmente pós
gestação), além da diminuição da incidência de dor nas costas, mudanças de
humor e as complicações decorrentes no parto e o tempo de recuperação após o
nascimento são encurtados. O estilo de vida durante a gravidez está associado a
uma série de efeitos negativos tanto para a mãe quanto para o filho por exemplo:
mulheres sedentárias podem gerar aumento de peso o que pode correr o risco de
desenvolver diabetes gestacional ou uma pré-eclâmpsia. Particularmente as que
mais são afetadas com essa inatividade física são as mulheres que já estavam acima
do peso antes da gravidez pois elas têm um risco maior de disfunções metabólicas,
como a resistência à insulina, obesidade ou a uma síndrome metabólica.
Basicamente a gestante com hiperglicemia materna permanente leva à
hiperglicemia fetal persistente; isso, por sua vez, resulta em super estimulação das
células β pancreática do feto ou hiper insulinemia apresentando risco aumentado
de desenvolvimento de diabetes tipo 1 no feto.
A atividade física também desempenha um papel importante após a
gravidez (pós-parto ou durante o período de amamentação). Então há, por
exemplo, uma melhora do humor, recuperação mais rápida após o parto e perda

78
de peso mais rápida, além de uma melhora na regulação metabólica (WOLFE et. al.
2003).

6.2 GESTAÇÃO E A GANHO DE PESO

A obesidade materna é um fator de risco para resultados adversos da


gravidez, como diabetes mellitus gestacional, hipertensão gestacional, pré-
eclâmpsia, necessidade de parto cesárea e um feto grande para a idade
gestacional. Como a prevalência de sobrepeso e obesidade entre mulheres em
idade reprodutiva está aumentando, estratégias preventivas eficazes são
urgentemente necessárias.
O ganho de peso gestacional excessivo também está associado a resultados
obstétricos negativos. As diretrizes do Institute of Medicine (IOM) de 2009 sobre este
ganho de peso sugere que o baixo peso em mulheres (índice de massa corporal
[IMC] 18,5 kg/m2) deve ter um ganho de 12,5-18,0 kg durante a gravidez; mulheres
com peso normal (IMC 18,5-24,9 kg/m2), 11,5-16,0 kg; mulheres com sobrepeso (IMC
25,0-29,9 kg/m2), 7,0-11,5 kg; e mulheres obesas (IMC 30,0 kg / m2), 5,0-9,0 kg. As
mulheres obesas e com excesso de peso têm cerca de duas vezes mais
probabilidade de exceder essas recomendações do que mulheres com peso
normal; assim, há uma necessidade especial de encontrar intervenções viáveis e
eficazes para reduzir o ganho de peso gestacional em mulheres com IMC alto.

79
6.3 TIPOS DE EXERCÍCIOS PARA A GESTANTE

O exercício aeróbico é recomendado para manter a aptidão cardiovascular


e para ajudar a prevenir doenças crônicas, além de evitar o ganho de peso
excessivo. Eles devem envolver grandes grupos musculares em atividades como
caminhar ou correr, usando bicicleta ergométrica, esteira, natação, hidroginástica,
exercícios aeróbicos, dança aeróbica ou exercícios aeróbios de baixo impacto.
Independentemente da escolha da atividade, é importante que as mulheres
encontrem uma modalidade de exercício ao qual eles irão aderir por um ao longo
período do tempo. Aqueles exercícios que aumentam o risco de queda, traumas
abdominais e esportes de contato devem ser contraindicado (WOLFE et.al, 2003).
Recomendações segundo Stafne et. al, 2012, recomendam adicionar
treinamento de força para a rotina de exercícios de mulheres grávidas. Elas sugerem
que o treinamento de força leve durante o segundo e o terceiro trimestre não afeta
o tamanho do recém-nascido ou a saúde geral. Esses efeitos foram raramente
estudados, embora muitas mulheres procurem um condicionamento muscular
durante a gravidez podemos pensar em algo positivo como pilates e ioga, treinos de
resistência do tipo circuito e o treinamento com pesos podem ser benéficos (WOLFE
et. al, 2013).
Os possíveis benefícios do alongamento e dos treinos de resistência podem
ter uma relação na melhora do corpo e em geral da força, boa postura e
fortalecimento do core (centro do corpo) que pode contribuir para o trabalho de
parto, e prevenir desconfortos musculoesqueléticos. Além disso, o fortalecimento dos
músculos do assoalho pélvico também é um importante componente no exercício
de mulheres grávidas. A rotina de exercício é necessária para reduzir a prevalência

80
de incontinência urinária. No entanto, existe poucas evidências sobre estas práticas,
por isso deve ser recomendado ter cuidado quando as mulheres planejam se
envolver nessas atividades, principalmente quando começa apenas durante a
gravidez a indicação do obstetra e ginecologista é essencial para isto (HAAKSTAD,
et al 2011).
Deve-se prestar bastante atenção também em evitar exercícios em posição
supina durante a segunda metade da gravidez, a fim de prevenir hipotensão e evita
a manobra de Valsalva durante a gravidez.

6.4 INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DOS EXERCÍCIOS

Como vimos anteriormente o impacto do exercício e da AF no sistema


cardiovascular varia de acordo com o tipo, duração e nível de intensidade. A
avaliação da intensidade da pressão arterial pode ser realizada aferindo a variação
da frequência cardíaca (FC) e o aumento com o esforço em comparação com a
FC em repouso ou em FC máxima (ou taxa de pico). Como resultado de adaptações
cardiorrespiratórias, a reserva da FC máxima é reduzida, então as zonas-alvo para
exercícios aeróbicos são propostas para cada década de idade (<20¼140–155; 20–
29¼135–150; 30–39¼130– 145; 40¼125-140 batidas/min) que corresponde para cerca
de 60-80% da capacidade aeróbia. Para mulheres grávidas com sobrepeso e obesas
com 20-29 anos de idade, a zona alvo é 110-131 batimentos/min, e para 30–39, a
zona alvo é 108–127 batimentos/min, respectivamente (WOLFE et. al, 2003).
Avaliações semelhantes de percepção de esforço pode ser usado para garantir
uma intensidade ideal de exercício. Esta escala varia de 6 a 20, e uma zona alvo
ideal para mulheres grávidas é 12-14 que representa o exercício que é "um pouco

81
difícil". Na ausência desses recursos, o ‘teste de conversar’ pode ser feito (exercício
em intensidade confortável que permite manter uma conversa) para confirmar que
a intensidade do exercício é adequada e as mulheres não se esforçam demais. O
correto é que mulheres sedentárias devem começar com 15 min de exercício três
vezes por semana e gradualmente aumentando para 30 minutos quatro vezes por
semana em baixa e moderada intensidade (HAAKSTAD, et. al, 2011). Mulheres ativas
podem manter seus exercícios de rotina ou realizar pelo menos de moderado a
vigoroso quatro vezes por semana em sessões de 30 min ou mais. Atletas ou mulheres
que têm o status de aptidão superior (atletas) deve ser avaliado individualmente
(WOLFE, et al, 2003).
Algumas atividades ou esportes de alto impacto com queda ou riscos de
trauma devem ser evitados, e a intensidade de exercícios como corrida deve ser
reduzido, isto obvio para aquelas mulheres gestantes que não são atletas
profissionais, pois as mesmas possuem já condições fisiológicas para atividades de
alta intensidade. Para todos, breves períodos de aquecimento e relaxamento
devem ser incorporados a cada sessão de exercício.

6.5 RESULTADOS DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS NA GESTAÇÃO

Segundo a World Health Organization (1995), durante e após a gravidez,


ocorrem algumas mudanças anatômicas e traumas devido ao nascimento e podem
levar a uma alta taxa de incontinência urinária de esforço focada. Os exercícios
para os músculos do assoalho pélvico são eficazes no tratamento da incontinência,
no entanto, seja pré-natal o exercício dos músculos do assoalho pélvico pode
prevenir a incontinência durante a gravidez e o período pós-parto, mas permanece
incerto se realmente ocorre uma melhora significativa. Provavelmente a melhor

82
maneira de prevenir a incontinência relacionado ao período gestacional é motivar
a gestante a se exercitar e a exercitar os músculos do assoalho pélvico a cada dia
após uma avaliação correta da contração vaginal pelo obstetra (ARTRAL et al,
1999).
Sabemos também que a obesidade e comorbidades associadas à essa
obesidade são grandes problemas de saúde em todo o mundo, incluindo mulheres
em idade fértil. O ganho de peso excessivo e retenção de peso após o nascimento,
aumentam o risco de obesidade, diabetes gestacional e hipertensão induzida pela
gravidez e já é um consenso que o exercício físico evita o ganho excessivo de peso.
Existem três aspectos importantes a serem observados. Primeiro, ter um programa de
exercícios supervisionado são mais eficazes do que fazer os exercícios em casa e
sozinha. Mulheres que se exercitam com frequência, têm uma média inferior de
ganho de peso e menor retenção pós-parto. Segundo: mulheres com IMC alto antes
da gravidez são resistentes para atingir a perda de peso alvo. Terceiro, a
combinação de exercícios e intervenção nutricional são a melhor maneira de
controlar o ganho de peso (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1995).
Além disso, a prática de exercício físico é uma coadjuvante nas intervenções
recomendada para controle de diabetes gestacional, alguns estudos dizem que os
exercícios de resistência em mulheres com diabetes gestacional foram eficazes
reduzindo o número de mulheres que precisam de uso de insulina e na melhoria do
controle glicêmico.
O exercício físico pode prevenir também a pré-eclâmpsia os efeitos positivos
do exercício no âmbito dos sintomas depressivo durante a gravidez e pós-parto, a
melhora da qualidade de vida, principalmente no que se refere ao aspecto físico e
no que diz respeito as dores do parto. Mulheres que se exercitam durante a gravidez
relatam que esta prática teve os beneficiou de alguma forma (KASAWARA et, al.
2012).

6.6 E PARA O NEONATO QUAL O RESULTADO DE UMA GESTANTE QUE PRATICA


EXERCÍCIOS FÍSICOS?

Já vimos e isso ficou bem claro que o período gestacional é um período de


crescimento, desenvolvimento e mudanças fisiológicas na mãe e no feto. Porém já
é um consenso na literatura que exercícios físicos não prejudica o feto e que crianças

83
nascidas de mães obesas ou aqueles que ganharam peso excessivo, têm um
aumento do risco de obesidade em si, então a nutrição materna e / ou atividade
física podem induzir alternâncias fisiológicas benéficas no feto que são mediados
por adaptações favoráveis para o ambiente intrauterino evitando manter a
obesidade (KASAWARA et al, 2012).

84
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (UFES) Sobre a prática de atividades físicas durante a gestação, analise as


afirmativas a seguir:

I. O peso ao nascer não é impactado de maneira clinicamente significativa pelos


programas de exercícios pré-natais.
II. Embora o exercício pré-natal seja seguro para o feto, a evidência atual indica que
o exercício não é suficiente para proteger a criança contra doenças cardio-
metabólicas.
III. A atividade física pré-gravidez ou nas primeiras semanas de gravidez reduz o risco
de desenvolvimento de diabetes mellitus gestacional.
IV. Exercícios físicos durante a gestação estão associados à prevenção de
incontinência urinária e à redução dos sintomas de depressão no pós-parto.

É CORRETO o que se afirma em

a. I, III e IV, apenas.


b. III e IV, apenas.
c. II, III e IV, apenas.
d. I e II, apenas.
e. I, II, III e IV.

2. (FAUEL Adaptado) Atividade física regular durante a gestação ajuda a reduzir a


incidência de doenças como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, entre outras.
O Educador Físico deve ter conhecimento das indicações e contraindicações de
atividades físicas durante a gestação antes de prescrevê-las. Quais das situações
a seguir é considerada contraindicação absoluta para exercícios físicos aeróbicos
na gestação?

a) Gestação múltipla, após 30 semanas.


b) Bronquite.
c) Hipertensão arterial crônica.
d) Restrição de crescimento fetal.

85
e) Asma.

3. (FCC) Uma gestante sedentária, sem vivência de atividade física, deve iniciar a
prática de alongamento muscular na seguinte semana de gestação:

a) 12 semanas.
b) 11 semanas.
c) 13 semanas.
d) 15 semanas.
e) 14 semanas.

4. (CONCURSO CRATO/2021) A gestação é um período ideal para intervenção dos


profissionais da saúde, isso porque as mulheres estão muito próximas desses
profissionais, realizando pré-natal, e ambém porque durante a gestação estão
mais sensibilizadas para os benefícios de um estilo de vida mais saudável. O
American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) desde a década
de 1990, indica orientações para realização de exercício físico para gestantes.
Nesse sentido é apontado pela OMS (2020) quanto o exercício físico para
gestantes, que:

a) o exercício físico para gestantes deve apresentar um volume semanal de pelo


menos 150 min para melhores efeitos para saúde.
b) a gestante não pode realizar exercícios de força, devem priorizar exercícios
aeróbicos.
c) mulheres previamente sedentárias, durante a gravidez não devem realizar
exercício físico visto apresentar risco para saúde fetal.
d) não há nenhuma relação entre a prática de exercício físico durante a gestação
e a saúde fetal.
e) não existe restrições para que a gestante realize exercício físico de intensidade
moderada/vigorosa.

5. Uma gestante procura um personal para ele montar um programa de exercícios


para ela pois o seu médico recomendou atividades físicas para controle de peso
e controle de algumas doenças, e nesse caso ele prescreve:

86
I. Prancha abdominal para fortalecer o reto abdominal e ajudar na recuperação
pós-parto.
II. Exercícios aeróbio de baixa intensidade para um controle de peso e de possíveis
doenças.
III. Exercícios de apnéia embaixo da água para ajudar na hora do parto quando ela
fazer força no parto normal.
IV. Exercício de cama elástica para facilitar a ajuda na contração uterina.

Quais destes realmente devem ser feitos pela gestante?

a) Todos os exercícios condizem com o que ele prescreveu.


b) Somente o exercício II.
c) O exercício I e III.
d) O exercício IV e I.
e) Nenhum desses exercício são para gestantes.

6. Ana após ter tido seu filho em uma gestação de parto normal e tranquila resolve
logo após o nascimento de seu filho fazer atividade para segundo ela “Voltar a
sua forma anterior”, neste caso o que devemos prescrever para ela:

a) nenhum tipo de atividade, pois ela ainda está de resguardo gestacional.


b) atividade de caminhadas.
c) atividades leves com pesos
d) atividades de piscina com intensidade baixa.
e) atividades de corrida para acelerar o processo de perda de peso.

7. Uma gestante foi diagnosticada com pré eclampsia, além do médico ter pedido
todos os exames ele pediu para ela fazer atividade física com um personal trainer,
porém o personal não tinha conhecimento e passou um exercício de alta
intensidade para ela: quais são os malefícios que podem causar este tipo de
exercício?

a) Desidratação severa podendo afetar o feto de uma forma grave.

87
b) Nada, pois ela aguentou firme a atividade.
c) Diabetes gestacional devido a intensidade.
d) Asma induzida elo exercício.
e) Pela intensidade da atividade o aumento da pressão arterial.

8. Assinale a alternativa correta em relação à gestante hipertensa.

a) A orientação nutricional da gestante hipertensa começa pelo cálculo das


calorias a serem consumidas diariamente, que diferem da gestante com pressão
arterial normal. As necessidades calóricas variam de acordo com a idade, o peso
pré-gestacional, o nível de atividade física e o estado nutricional.
b) O sal deve ser liberado durante a gestação, pois sua restrição dificulta o controle
da hipertensão arterial.
c) A hipertensão arterial na gestação pode aparecer sem a menor evidência de
doenças prévias por volta da 20ª semana de gestação, com inchaço de mãos e
face, associada à perda de proteínas na urina e à possibilidade de complicações
graves como a eclâmpsia.
d) As recomendações para a gestante hipertensa ficam em torno de 2 a 3 g de sal
por dia e isso não inclui o sal dos alimentos.
e) Segundo o Ministério da Saúde, considera-se hipertensão arterial sistêmica na
gestação à observação de níveis tensionais iguais ou maiores que 90 mmHg de
pressão sistólica, e iguais ou maiores que 140 mmHg de pressão diastólica.

88
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 E

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 C

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 C

89
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