Cap. 2

Macroeconomia
2. Medida da Atividade Económica
Finanças e Gestão de Empresas

1º ano
Contabilidade Nacional
Mede a atividade de uma economia ao longo de um determinado
período, registando as transações realizadas entre os agentes que
formam a referida economia.
n Através das contas que integram a Contabilidade Nacional, obtém-se
um registo agregado das transações efetuadas pelos setores que
levam a cabo a atividade económica.
Macroeconomia (Finanças e Gestão de Empresas) Laurentina Vareiro 2

Agregados económicos
n Agregados económicos internos e nacionais
n Agregados económicos brutos e líquidos
n Agregados económicos a preços de mercado e a custo de fatores

Agregados económicos internos e nacionais
Produto Interno Bruto (PIB) – é a quantificação do valor de mercado
de todos os bens e serviços finais produzidos no interior de um país
durante um determinado período de tempo (geralmente um ano).
Produto Nacional Bruto (PNB) – é a quantificação do valor de
mercado de todos os bens e serviços finais produzidos pelos fatores
produtivos pertencentes a uma determinada economia, durante um
determinado período de tempo (geralmente um ano).

Como é que se passa do PNB para o PIB, ou vice-versa?
A passagem de um agregado para o outro baseia-se nos conceitos de
Rendimentos dos Factores Produtivos Recebidos do Exterior (RFRE) e
Rendimentos dos Factores Produtivos Pagos ao Exterior (RFPE).

Rendimentos dos Fatores Produtivos Recebidos do Exterior (RFRE)
Correspondem a rendimentos dos fatores produtivos pertencentes a
residentes da economia em causa e utilizados fora do espaço
económico nacional.

Rendimentos dos Fatores Produtivos Pagos ao Exterior (RFPE)
Correspondem a rendimentos dos fatores produtivos cujos
proprietários não são residentes da economia em causa e que são
utilizados no espaço económico nacional.

Como passar de PIB para PNB ou vice-versa?
PNB = PIB + RFRE – RFPE
PIB = PNB – RFRE + RFPE

OU
RLX (Rendimentos Líquidos do Exterior) = RFRE – RFPE
PNB = PIB + RLX
PIB = PNB – RLX

Agregados económicos brutos e líquidos
Produto Interno Líquido (PIL) – o produto interno líquido é igual ao
produto interno bruto subtraído das amortizações.
PIL = PIB – A

Amortizações (A)
Corresponde à estimativa monetária do grau de “desgaste” ou

depreciação a que o bem de capital está sujeito no período em questão.
A ideia é a de que a produção (e a simples passagem do tempo) causa

uso e desgaste no stock de capital. Assim, parte da produção tem de ser
colocada à disposição para repor o capital gasto.
A amortização é, portanto, a parte da produção que é colocada à

disposição para manter a capacidade produtiva da economia.

Agregados económicos a preços de mercado e a custo de fatores
Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm) – calcular o PIB a

preços de mercado significa calcular o PIB com base no preço ao qual
os produtos são transacionados no mercado.
Produto Interno Bruto a custo de fatores (PIBcf) – calcular o PIB a

custo de fatores significa calcular o PIB ao custo de produção.

Qual a diferença entre o PIBpm e o PIBcf?
ü A diferença entre os dois agregados baseia-se nos conceitos de
Impostos Indiretos (Ti) e Subsídios à Produção (Sub).

Como passar do PIBpm para PIBcf e vice-versa?
PIBpm = PIBcf + Impostos Indiretos – Subsídios à produção
PIBpm = PIBcf + Ti – Sub
PIBcf = PIBpm – Impostos Indiretos + Subsídios à produção
PIBcf = PIBpm – Ti + Sub

Como,
Impostos Indiretos Líquidos dos Subsídios à Produção(Til) = Ti – Sub
PIBpm = PIBcf + Til
PIBcf = PIBpm – Til

Óticas de Contabilização do Produto
Numa economia exercem-se três tipos de atividades: produção,

distribuição do rendimento (gerado na produção) e despesa (nos bens e
serviços produzidos).
A estas três atividades correspondem as três óticas de medição do

produto:
Ø Ótica da produção
Ø Ótica do rendimento
Ø Ótica da despesa

Ótica da Produção
Permite conhecer o contributo de cada empresa para o valor do

produto final.
Para o cálculo do produto segundo a ótica da produção pode-se

recorrer ao método dos valores acrescentados.
obtém-se o valor do produto através do somatório dos valores

acrescentados no processo produtivo.

VA = diferença entre as vendas da empresa (valor da produção) e as suas

compras de matérias-primas e de serviços de outras empresas (valor dos
produtos intermédios).
Pelo método dos valores acrescentados, procedemos à simples adição

dos valores que cada empresa acrescenta no decurso do processo
produtivo.
Com este método, evita-se o problema da múltipla contagem. A múltipla

contagem consiste na múltipla contabilização do valor dos bens
intermédios, em virtude da sua incorporação noutros.

Exemplo:
A empresa A vendeu grão de trigo, que cultivou com as suas alfaias e as

suas próprias sementes, à empresa B, por 3000€, não tendo comprado
nada a outras empresas.
A empresa B vendeu a maior parte da farinha proveniente do grão da

empresa A, à empresa C, por 4500€. A restante, no valor de 600€, foi
vendida diretamente ao público, para usos culinários.
A empresa C transformou a farinha obtida em pão, que vendeu aos

comerciantes retalhistas por 7700 €.
Os comerciantes retalhistas venderam o pão aos consumidores por

9000€.
Resolução:
A empresa A vendeu grão de trigo, que cultivou com as suas alfaias e as suas
próprias sementes, à empresa B, por 3000€, não tendo comprado nada a outras
empresas.
Empresa A: VAB = 3000€ - 0 ↔ VAB = 3000€
A empresa B vendeu a maior parte da farinha proveniente do grão da empresa A, à
empresa C, por 4500€. A restante, no valor de 600€, foi vendida diretamente ao
público, para usos culinários.
Empresa B: VAB = 5100 - 3000€ ↔ VAB = 2100€
A empresa C transformou a farinha obtida em pão, que vendeu aos comerciantes
retalhistas por 7700 €.
Empresa C: VAB = 7700 - 4500€ ↔ VAB = 3200€
Os comerciantes retalhistas venderam o pão aos consumidores por 9000€.
Com. Retalhistas: VAB = 9000 - 7700€ ↔ VAB = 1300€
∑VAB = 3000 + 2100 + 3200 + 1300
∑VAB = 9600€
Ótica do Rendimento
Para o cálculo do produto, segundo a ótica do rendimento, pode-se

recorrer ao método dos rendimentos gerados na produção.
A ideia aqui presente é que toda a produção é repartida pelos

elementos que contribuem para ela. Se somarmos a parte que cabe a
cada elemento obtemos o rendimento total dos intervenientes no
processo produtivo.

Ótica do Rendimento
Se analisarmos a produção pela ótica da sua repartição obtemos o

total de rendimentos dos fatores produtivos.
Este rendimento será constituído por salários, rendas, juros e lucros:
S+R+J+L

Rendimento Interno e o Rendimento Nacional
Rendimento Interno (RI) – é constituído pelos rendimentos provenientes

da produção de bens e serviços realizada em território nacional, durante
um determinado período, pertencentes a residentes ou não residentes
nesse espaço económico.
Rendimento Nacional (RN) – distingue-se do RI porque o RN é constituído

pelos rendimentos provenientes da produção de bens e serviços realizada,
num determinado período, pelos agentes económicos residentes,
independentemente do espaço económico em que se encontrem.

Como é que se passa do RI para o RN e vice-versa?
A diferença entre os dois agregados baseia-se nos RFRE e RFPE:
RN = RI + RFRE – RFPE RI = RN – RFRE + RFPE
(ou RN = RI + RLX) (ou RI = RN – RLX)

Rendimento como agregado líquido
O PIB tem a seguinte distribuição em termos de rendimento:
Ø uma parte é colocada à disposição para manter a capacidade
produtiva da economia (A);
Ø a parte restante destina-se a remunerar os fatores produtivos, isto
é, a pagar salários, rendas, juros e lucros (S +R +J +L).

Relação entre Produto e Rendimento
PIB = A + RI PNB = A + RN
RI = PIB – A RN = PNB – A
RI = PIL RN = PNL
RI = PILcf e RN = PNLcf

Rendimento disponível
O rendimento disponível (Rd) é a parte do rendimento total de que as

famílias efetivamente dispõem para consumir ou poupar.
Rd = RN – lucros não distribuídos – Td – Css + Tr + Rx
Td – impostos diretos
Css – contribuições para a Segurança Social
Tr – transferências do Estado para os particulares
Rx – transferências do exterior

Ótica da Despesa
se analisarmos a produção pela forma como os indivíduos gastam os
seus rendimentos obtemos um novo agregado: a despesa.
Despesa Interna (DI) – é a despesa feita em bens e serviços finais
produzidos no interior de um país.
DI = C + G + I + X – M

DI = C + G + I + X – M
C – consumo privado – é a despesa feita pelas famílias em bens e serviços
finais;
G – consumo público – é a despesa feita pelo governo em bens e serviços
finais;
I – investimento – consiste no acréscimo no stock de capital de edifícios,
equipamento e existências durante um ano;
I = FBCF + êE
X – exportações – é a despesa feita pelo exterior em bens e serviços finais;
M – importações – devemos subtrair a parte da despesa feita em bens e
serviços que não são produzidos internamente.

Despesa Interna e PIBpm
Como a despesa interna é a despesa feita em bens e serviços produzidos
internamente, a despesa interna coincide com o PIB.
Mais exatamente,
DI = PIBpm
uma vez que as componentes da despesa são valorizadas ao preço de
venda ao utilizador final: preços de mercado.

Contabilização a preços correntes
PIB nominal – mede o valor da produção num determinado período
aos preços desse período.
O produto é medido a preços correntes.
PIB nominal = PIB a preços correntes

Contabilização a preços constantes
PIB real – mede o valor da produção num determinado período aos
preços de um período base.
O produto é medido a preços constantes.
PIB real = PIB a preços constantes

PIB real e taxa de crescimento do produto
Taxa de crescimento do produto – é a taxa à qual cresce o PIB.
PIBreal t PIBreal
t 1
Tx. Crescimento PIB real= × 100
PIBreal
t 1

Deflator do PIB
Para obter o PIB real a partir do valor do PIB nominal procede-se à

deflação, ou seja, vai-se fazer uso do deflator do PIB.
PIB nominal
Deflator =
PIB real

Limitações da Contabilidade Nacional
Ø A Contabilidade Nacional não discrimina os bens e serviços que são

produzidos numa economia.
Ø A Contabilidade Nacional não contabiliza todas as atividades

existentes.
Ø A Contabilidade Nacional não revela as externalidades positivas e

negativas.

Fim do
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2. Medida da Atividade Económica

Finanças e Gestão de Empresas

Mede a atividade de uma economia ao longo de um determinado

período, registando as transações realizadas entre os agentes que

formam a referida economia.

n Através das contas que integram a Contabilidade Nacional, obtém-se

um registo agregado das transações efetuadas pelos setores que

levam a cabo a atividade económica.

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n Agregados económicos internos e nacionais

n Agregados económicos brutos e líquidos

n Agregados económicos a preços de mercado e a custo de fatores

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Agregados económicos internos e nacionais

Produto Interno Bruto (PIB) – é a quantificação do valor de mercado

de todos os bens e serviços finais produzidos no interior de um país

durante um determinado período de tempo (geralmente um ano).

Produto Nacional Bruto (PNB) – é a quantificação do valor de

mercado de todos os bens e serviços finais produzidos pelos fatores

produtivos pertencentes a uma determinada economia, durante um

determinado período de tempo (geralmente um ano).

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Como é que se passa do PNB para o PIB, ou vice-versa?

A passagem de um agregado para o outro baseia-se nos conceitos de

Rendimentos dos Factores Produtivos Recebidos do Exterior (RFRE) e

Rendimentos dos Factores Produtivos Pagos ao Exterior (RFPE).

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Rendimentos dos Fatores Produtivos Recebidos do Exterior (RFRE)

Correspondem a rendimentos dos fatores produtivos pertencentes a

residentes da economia em causa e utilizados fora do espaço

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Rendimentos dos Fatores Produtivos Pagos ao Exterior (RFPE)

Correspondem a rendimentos dos fatores produtivos cujos

proprietários não são residentes da economia em causa e que são

utilizados no espaço económico nacional.

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Como passar de PIB para PNB ou vice-versa?

PNB = PIB + RFRE – RFPE

PIB = PNB – RFRE + RFPE

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RLX (Rendimentos Líquidos do Exterior) = RFRE – RFPE

PNB = PIB + RLX

PIB = PNB – RLX

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Agregados económicos brutos e líquidos

Produto Interno Líquido (PIL) – o produto interno líquido é igual ao

produto interno bruto subtraído das amortizações.

Macroeconomia (Finanças e Gestão de Empresas) Laurentina Vareiro 10

Corresponde à estimativa monetária do grau de “desgaste” ou

A ideia é a de que a produção (e a simples passagem do tempo) causa

A amortização é, portanto, a parte da produção que é colocada à

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Agregados económicos a preços de mercado e a custo de fatores

Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm) – calcular o PIB a

Produto Interno Bruto a custo de fatores (PIBcf) – calcular o PIB a

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Qual a diferença entre o PIBpm e o PIBcf?

ü A diferença entre os dois agregados baseia-se nos conceitos de

Impostos Indiretos (Ti) e Subsídios à Produção (Sub).