Layout Cartilha Compliance Medicos - 2021
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Layout Cartilha Compliance Medicos - 2021
COMPLIANCE
PARA MÉDICOS
FMUSP/HC/FZ/FFM
Secretaria de Saúde
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Publicidade Fotos com paciente ou antes/ Propagandas, preços ou pro- Postagem educativa/científica
depois moções
médica
Fora do Guia Farmacêutico HC Em papel alheio ao do HC Off label de medicações padronizadas
Prescrições
Caso de estupro ou risco de vida Condições incompatíveis com Exigir BO | Denunciar à polícia
materno, ou caso de anencefalia a vida
Aborto Legal (é crime de violação
(mediante autorização judicial) e sigilo e antiético)
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SUMÁRIO
Introdução ......................................................... 4 9) Responsabilidade médica ............................. 23
1) Conflito de interesses .................................... 5 9.1. O que é culpa?........................................ 23
2) Sigilo médico ................................................. 6 9.2. Dever de garante .................................... 24
3) Os atestados médicos .................................. 7 9.3. Equipe e preceptoria .............................. 25
4) Publicidade médica ....................................... 10 10) Telemedicina .............................................. 28
5) Papel do médico na judicialização ................ 11 11) O processo ético-profissional ..................... 30
6) Usos off label ................................................. 12
12) Os processos judiciais ................................. 31
7) Relação com os pacientes ............................ 13
13) Outros cuidados gerais ............................... 33
7.1. Boa comunicação ................................... 13
13.1. Uso do jaleco ....................................... 33
7.2. Agressão por pacientes ........................... 14 13.2. Imunização dos profissionais da saúde. 34
7.3. Consentimento ........................................ 15 13.3. Entrega de amostras grátis ................... 35
7.4. Assédio contra pacientes ......................... 16 13.4. Relações com o poder público ............. 36
7.5. Alta a pedido ........................................... 17 13.5. Deveres de notificação ......................... 37
7.6. Gravação de consultas ............................. 18 13.6. Aborto Legal ......................................... 38
8) O prontuário ................................................. 20 13.7. Falsidade de atestado .......................... 39
8.1. Aspectos legais ........................................ 21 13.8. Medicina Defensiva .............................. 40
8.2. Prontuário eletrônico .............................. 22 14) Lei Geral de Proteção de Dados .................. 41
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INTRODUÇÃO
Boa leitura!
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1- CONFLITO DE INTERESSES
O conflito de interesses é uma (Associação Brasileira da Indústria os profissionais receber nenhuma
situação em que a tomada de de Alta Tecnologia de Produtos de remuneração (direta ou indireta)
decisões deixa de atender aos Saúde) aderiram, desde 2018, a além do pagamento das despesas,
melhores interesses dos pacientes um acordo setorial que proíbe do durante a duração do evento.
e/ou da Instituição Hospitalar e patrocínio direto à ida de médicos
passa a privilegiar interesses em eventos científicos (congressos, Estas normas internas fazem parte
particulares, deixando assim de ser eventos, simpósios, etc.), sendo de um esforço da indústria para
ética e de estar em conformidade vedado o patrocínio desde as taxas a melhora da transparência das
com o esperado. de inscrição até a acomodação e relações comerciais e melhora da
passagens aéreas, podendo a violação imagem e da confiabilidade no setor.
No contexto da assistência médica, gerar a expulsão da associação.
são principalmente problemáticas Na Instituição aderimos a tais
as relações com a indústria de Já no setor farmacêutico, desde esforços, considerando que qualquer
medicamentos e dispositivos, e as 2016 o Código de Conduta da tipo de patrocínio direto ao
contratações de fornecedores e INTERFARMA prevê que o profissional leva à necessidade de
colaboradores. patrocínio direto pode acontecer, declaração de conflito de interesses,
porem não pode estar condicionado nos termos da nossa Cartilha de
Com isto em vista, as centenas de à prescrição, venda ou promoção de Compliance.
indústrias associadas à ABIMED produtos, bem como não podem
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2- SIGILO MÉDICO
O sigilo (ou segredo) profissional amparo legal. Exemplos desta justa
ligado às atividades de assistência causa estão previstos na própria
à saúde é considerado relevante o legislação penal, como na obrigação
suficiente para que sua violação, do profissional de saúde em levar a
sem justa causa, constitua crime conhecimento das autoridades o
(art. 154 do Código Penal), além de crime que tenha conhecimento e
violação ética prevista nos códigos que envolva o paciente como vítima,
profissionais. e a obrigatoriedade de quebra do
sigilo profissional em casos de
Este imperativo de sigilo é tão forte notificação de determinadas
que deve prevalecer até mesmo em doenças.
situações nas quais os profissionais
tenham conhecimento da prática de Essa obrigação também encobre os
atos ilícitos pelos pacientes. ensaios clínicos em seres humanos
(Resolução 466/2012 do Conselho Na-
A exceção à regra (a justa causa) cional de Saúde), já que a coleta de
evidencia que não é criminosa dados envolvida nestes diz respeito
qualquer revelação de segredo, mas a inúmeras informações pessoais e
somente aquela que não possuir íntimas acerca dos indivíduos
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Há ainda outros tipos de normas O CFM adota o parecer 14/2017 Em eventos médicos, como
que dizem respeito às comunicações definindo que é permitida a simpósios, aulas, e treinamentos,
necessárias, o que constitui justa comunicação entre médicos e a obrigação de sigilo também
causa nos limites do quanto deve pacientes para tirar dúvidas ou permanece, não podendo ser
ser comunicado e para quem. enviar dados (sem jamais substituir expostos dados pessoais dos
uma consulta), bem como entre pacientes ou imagens que os
Neste tema, o uso das ferramentas médicos – apenas, e em grupos tornem identificáveis.
digitais para a comunicação entre os fechados – para a discussão de casos
profissionais é uma realidade que clínicos. Neste último caso, o
não pode ser ignorada. grupo deve ser composto apenas por
Contudo, existem algumas regras médicos, ser privado, tratar apenas
que devem ser seguidas para da discussão de casos, sem assuntos
preservar o sigilo e também paralelos, e não incluir dados
resguardar os profissionais de identificáveis de pacientes – neste
qualquer questionamento. ponto, exceção feita aos grupos
fechados de profissionais que
cuidam dos mesmos pacientes.
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3- OS ATESTADOS MÉDICOS
O Atestado Médico é um documento cujo conteúdo é de inteira
responsabilidade do médico, e tem como circunstâncias geradoras
as consultas de rotina ou de urgência, devendo refletir fidedigna e
estritamente um parecer técnico. O médico tem liberdade de atestar
o que achar conveniente e ético, sendo o atestado um documento que
deve refletir o estado do paciente e, se for o caso, cuidados que devem
ser tomados.
O atestado tem fé pública, ou seja, presunção de veracidade
(é considerado verdadeiro até prova em contrário). De outra forma,
caso o médico emita tal documento com informações falsas, estará
cometendo o crime previsto no artigo 302 do Código Penal.
O atestado médico para fins de abono de trabalho é o Do ponto de vista ético, importante lembrar que o
documento que contempla o direito do paciente e próprio Código de Ética Médica, no artigo 73 revela
atende ao disposto na Consolidação das Leis do que é vedado ao médico “revelar fato de que tenha
Trabalho (artigo 6º, §1º, letra “f” e § 2º), não podendo conhecimento em virtude do exercício de sua profissão,
ser substituído por outros documentos médicos sob salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento,
qualquer justificativa. Ainda, o Parecer CFM 17/2011 por escrito, do paciente”.
aponta que a declaração de comparecimento
fornecida pelo setor administrativo de estabelecimento Assim, destaque-se que o atestado médico tem fé
de saúde, assim como a atestada por médico sem pública, é direito do paciente e não precisa conter CID
recomendação de afastamento do trabalho, pode ser ou diagnóstico para que seja válido; caso seja do desejo
um documento válido como justificativa perante o do paciente que essas informações constem do
empregador, para fins de abono de falta no trabalho, documento, a autorização deve ser por escrito em
desde que tenha a anuência deste. conjunto com a assinatura do profissional no atestado.
4- PUBLICIDADE MÉDICA
É fato que hoje em dia muitos Além disso, toda publicação deve nome comercial, indicar empresas
profissionais usam as redes como pautar-se pela discrição e pela parceiras (como farmácias de
Facebook e Instagram para interagir veracidade, devendo ser focada a manipulação), e também é vedada
com pacientes e com o público. informar o público e não a promover a publicação dos famosos “antes e
Porém, são necessários alguns o profissional. Assim, são permitidas depois”.
cuidados, conforme normas do postagens sobre novas técnicas e
Conselho Federal de Medicina e da substâncias (desde que já aprovadas A violação a estes termos pode
Comissão de Divulgação de Assuntos e de eficácia cientificamente acarretar a abertura de sindicância
Médicos. comprovada), educar sobre doenças, e processo ético-profissional, por
prevenção, e as atividades ligadas às violação à ética médica e prática de
Os primeiros e mais importantes especialidades médicas. concorrência desleal.
passos são nunca publicar nada
com identificação de paciente, seja Podem constar dados como as No tocante a postagens envolvendo
por escrito ou em imagens – assim, atividades desenvolvidas pelo a Instituição, seus locais, símbolos
nenhuma foto com pacientes, selfies, profissional e seu local de atendi- e pacientes, deve ser tomado
etc., evitando fotos que de qualquer mento, sendo, contudo, vedado cuidado adicional, verificando-se a
forma permitam a identificação –, e publicar preços de consultas, Resolução CONDEL 01/2012 e
sempre colocar no perfil do profis- oferecer qualquer tipo de descontos buscando-se o Núcleo de
sional seu número de CRM e de RQE, ou promoções/prêmios, divulgar Comunicação Institucional em
caso possua especialidade. marcas ou medicamentos sob o caso de dúvidas.
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a elevadas indenizações –, criminal – de trabalho, seja violência verbal, qualquer forma de violência pode e
com penas que podem ser agressões psicológicas, e até mesmo deve buscar a proteção não somente
elevadíssimas –, e ético-disciplinar – em agressões físicas, mas apenas da instituição em que trabalha, como
podendo-se chegar mesmo à 1 em cada 5 destes profissionais também, a depender da gravidade
cassação do registro profissional. denunciou de alguma forma a dos fatos, da Justiça cível ou crimi-
violência. nal, havendo as hipóteses de ação
Assim, cabe a todo profissional estar de indenização por danos morais e
ciente destes riscos, mantendo em A ocorrência das agressões faz parte materiais, e a responsabilização
mente que além de tratar de doenças de uma má relação médico-paciente, penal dos agressores por crimes
e outras situações patológicas, deve o que prejudica tanto os próprios como difamação, injúria, ameaça e
haver o cuidado com o indivíduo pacientes, que se portam de forma lesões corporais.
inclusive do ponto de vista emocional, que impacta negativamente seu
criando com isso uma importante tratamento, como os profissionais, Essa situação como um todo é um
barreira de proteção. que para além das agressões em ponto ainda pouco evidenciado
si devem lidar com altos níveis de da tensa relação médico-paciente
estresse, o que também pode levar em geral, e a relação desgastada
7.2. Agressão por pacientes a agressões entre os profissionais. que existe em locais que contam
O Conselho Regional de Medicina Inobstante, nenhum fator que cerca com poucos médicos e leitos para a
do Estado de São Paulo e o o às vezes dificultoso e sempre demanda da população, merecendo
Conselho Regional de Enfermagem estressante atendimento médico assim a atenção de profissionais da
de São Paulo realizaram pesquisa, pode servir de desculpa para a saúde e de gestores de instituições
em 2017, que evidenciou que 3 em prática das agressões. hospitalares, com a adequada
cada 4 profissionais já sofreram proteção e acolhimento de seus
algum tipo de violência no ambiente O profissional que for vitimado por colaboradores.
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7.3. Consentimento Nos casos de recusa, não sendo Por sua vez, o Código de Ética
questão de risco iminente de morte, Médica aborda a questão de forma
a conduta ideal é a documentação específica dispondo diversas
da recusa do paciente, e encami- proibições ao profissional que
nhamento a outro profissional ou a não obtém o consentimento do
alternativas. Já se o paciente estiver paciente, deixa de informar, ou
incapaz de consentir, sendo possível desrespeita as decisões dos
deve-se aguardar que um pacientes.
responsável legal tome as decisões.
Assim, para que o profissional possa
No Brasil embora não existam leis exercer sua autonomia – isto é, seu
específicas sobre o tema, este vem direito de definir o tratamento e
sendo tratado tanto pelo dever de aplicá-lo – é indispensável o
informação previsto no Código de consentimento do paciente ou de
Trata-se, sobretudo, de um processo Defesa do Consumidor, como seu representante legal, com a
de comunicação entre profissionais constrangimento ilegal em casos exceção de casos de emergência
e pacientes, abrangendo as mais graves. Além disso, há decisões (risco de morte iminente).
informações a respeito de riscos, judiciais de que a falha em obter o
benefícios, e alternativas aos consentimento, ou a obtenção de Contudo, mesmo que obtido o
procedimentos, possibilitando ao forma viciada (por exemplo, consentimento informado, este não
paciente tomar uma decisão mediante informações incompletas) exclui a responsabilidade do pro-
autônoma sobre se deseja ou não dá ao paciente o direito de fissional quando houver imperícia,
se submeter ao tratamento ou indenizações por danos morais, negligência, ou imprudência na
procedimento, e sendo revogável a independentemente do resultado do realização dos atos, levando a danos
qualquer instante. procedimento. ao paciente.
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Entretanto, de nada adianta firmar • Esclarecimentos acerca das 7.4. Assédio contra
termos mal elaborados, vagos, consequências da negação do
imprecisos, ou incompreensíveis – tratamento; pacientes
o que pode até ser visto como um • Apresentação de alternativas de
O CREMESP cassou, em 2019, sete
indício de que o paciente não foi tratamento (e porque não seriam a
registros médicos de profissionais
adequadamente informado. primeira indicação);
envolvidos em casos de assédio
Ainda, não basta o preenchimento • Esclarecimentos sobre a
sexual. Vale dizer que não se fala
de formulário em papel, devendo medicação que será utilizada
aqui nos delitos de estupro ou
haver a adequada comunicação durante todo o tratamento
estupro de vulnerável (muitas vezes
pessoal entre o paciente e os (e, se houver, durante a anestesia/
denominado “abuso sexual”),
profissionais. sedação) e seus riscos;
conduta que vai muito além do
• Informar a possibilidade de
assédio.
São importantes para o termo e para revogação do consentimento a
as explicações verbais: qualquer tempo; Essa conduta – que é crime –
• Identificação completa do • Anotar que houve a plena corresponde a constranger o
paciente e dos profissionais satisfação do paciente com a paciente, com o intuito de obter
envolvidos; informação recebida e que foram vantagem ou favorecimento sexual,
• Natureza da enfermidade e sua sanadas todas as suas dúvidas; e prevalecendo-se da condição de
evolução natural (sem intervenção); • Data e assinatura do médico, ascendência inerente à profissão.
• O procedimento que se pretende do paciente, e de uma a duas É o uso do poder que se detém
realizar e suas especificações; testemunhas (acompanhantes, sobre o outro, usado de forma a
• Detalhamento dos benefícios e enfermeiros, etc.), acrescidas de obter vantagens sexuais, por
dos riscos (conhecidos e normais, identificação civil (como CRM ou meio de condutas indesejáveis e
incluindo prováveis complicações); RG). reprováveis.
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Segundo o Código de Ética Médica, Além de, por óbvio, abster-se de tais 7.5. Alta a pedido
tal conduta consistiria em violação condutas, são forma de proteção
ao art. 40 - Aproveitar-se de contra acusações: cercar-se de um À exceção de situações de
situações decorrentes da relação acompanhante ao paciente durante emergência, com risco iminente de
médico-paciente para obter exames físicos – podendo ser vida e/ou impossibilidade de
vantagem física, emocional, acompanhante do próprio pacien- obtenção de consentimento, toda
financeira ou de qualquer outra te ou de um profissional auxiliar –, conduta médica depende do
natureza. independente do sexo do profissional; consentimento do paciente em não
sempre tocar o paciente com apenas aceitar a estas, como
Em estudo mais antigo do CREMESP delicadeza e bom senso nos exames concordar em estar no ambiente
(2012), chegou-se a criar uma físicos; esperar que o próprio médico-hospitalar.
“Câmara do Assédio” para investigar paciente tire a roupa e se vista, sem
as situações, chegando-se a tentar ajudar (por mais que a sala de Assim, se a conduta profissional
identificar características similares espera esteja lotada), disponibilizando somente é legítima enquanto há a
nas situações de assédio: manipu- meios para que cubra as partes concordância do indivíduo em ser
lações genitais demoradas e/ou íntimas do seu corpo não examinadas; tratado, negar a alta a um paciente
atípicas, a conduta sistemática de pontuar a importância de determi- que assim o deseje viola o Código
questionar a frequência de relações nados questionamentos sensíveis à de Ética Médica, e pode até mesmo
sexuais semanais em situação que apuração da queixa clínica; e sempre configurar o crime de constrangi-
não diz respeito ao caso clínico, e explicar detalhadamente os procedi- mento ilegal.
comentários sobre os corpos de mentos a serem realizados, antes de
pacientes. fazê-los. Para navegar a situação, alguns
profissionais indicam que houve a
evasão do paciente, acreditando
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assim que estarão resguardados de casos em que o paciente seja de Preferencialmente, deve-se
eventuais repercussões negativas. qualquer forma incapaz – por sempre obter a assinatura do
Ocorre que isto não é verdadeiro, exemplo, paciente psiquiátrico ou paciente e também de alguma
pois tanto o profissional possui pediátrico –, esta pode ser feita testemunha – familiar ou outro
dever de guarda e garantia sobre o mediante solicitação e representação colaborador da Instituição –, além
paciente, de modo que lhe refleti- do responsável legal. da obrigatória identificação do
rá negativamente ter seu paciente profissional responsável pelo
simplesmente “fugido”, desassistido, Em qualquer caso, a situação deve procedimento.
sobretudo caso este tenha ser bem documentada em
posteriormente alguma intercorrência prontuário ou em termo separado, Por fim, o profissional deve sempre
negativa. detalhando-se a requisição e que fornecer as orientações médicas
todos os esclarecimentos foram necessárias, bem como o atestado
A melhor forma de respeitar as prestados, principalmente acerca médico, caso solicitado.
regras e princípios que regem o dos riscos de tal conduta, estando
cuidado ao paciente, e igualmente o paciente a retirar-se à revelia do
prevenir-se contra implicações profissional.
futuras é, em casos nos quais o
paciente possua capacidade plena Já nos casos em que exista risco
para os atos da vida civil e condições iminente de vida, a alta deve ser
de entendimento, e não havendo negada, também com registro da
risco iminente de vida, que se realize ocorrência em prontuário.
a alta a pedido do paciente. Nos
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Embora a legislação considere Caso o profissional não concorde, é permitido que este
legal a gravação de qualquer se recuse a atender (exceto, claro, em situações de ur-
conversa ou situação da qual a gência ou emergência), ou ainda que registre em prontu-
própria pessoa faça parte (isso é, ário essa situação e até mesmo que também realize sua
não são legítimos os ‘grampos’ e própria gravação.
as escutas ambientais, por
exemplo), valendo isso em Ou seja: embora o paciente tenha este direito, o pro-
regra para o ambiente de uma fissional também tem o direito de se resguardar. Vale
consulta ou procedimento sempre, primeiro, conversar com o paciente para enten-
médico, existem peculiaridades der a situação, que pode ser contornada com uma boa
na relação médico-paciente. comunicação.
8- O PRONTUÁRIO
ressaltar: o CFM considera como (nome e registro no CRM, e ende-
parte dos elementos essenciais da reço da clínica), o qual pode encon-
prescrição o cabeçalho impresso, trar-se impresso ou mesmo escrito
com nome, registros e endereço do à mão, e então a data do ato e sua
profissional ou instituição. assinatura no respectivo documento.
O uso do carimbo, assim, é uma 8.1. Aspectos legais a obrigatoriedade de seu preenchi-
conveniência para o profissional não mento em letra legível, assim como a
ter que sempre escrever seus dados, O prontuário médico é um documen- correta identificação dos prestadores
tendo passado, por sua prevalência, to –físico ou virtual – que reúne in- do atendimento.
a ser considerada essencial pelo formações do paciente, dos exames
público e até por profissionais de realizados e prescrições feitas, e no Para além destes cuidados, vale
outras áreas (como farmacêuticos), qual constam as condutas adotadas esclarecer que embora a responsa-
que não aceitam o documento sem a pelos profissionais responsáveis bilidade pelo preenchimento seja da
aposição do carimbo. Entretanto, tais pelo atendimento. É de extrema equipe, e a guarda seja de respon-
exigências são arbitrárias. relevância não apenas no cuidado ao sabilidade da Instituição, o titular do
paciente, como também é importante prontuário é o paciente, de modo
Por fim, vale ressaltar a necessidade prova, jurídica ou administrativa – que este (ou seus representantes
de cuidado: com a cultura de em defesas ou acusações. legais/herdeiros) possui o direito de
confiança na simples aposição de solicitar cópias.
carimbo, é importante que este Dada sua relevância, foram criados
diversos dispositivos regulamentares Por último, a solicitação de cópias
esteja sempre sob a guarda do
acerca de seu preenchimento. Por para a instrução de procedimentos
profissional, para evitar o uso
exemplo, o Código de Ética Médica investigativos pode ser liberada desde
indevido por terceiros, o que
recomenda a elaboração de prontuários que a requerimento do paciente/re-
pode gerar responsabilização do
individuais, vedando a escrita de presentante, do profissional envolvido
profissional.
forma ilegível ou secreta, enquanto a (para sua defesa, unicamente), ou
resolução CFM 1638/2002 estabelece por solicitação judicial.
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9- RESPONSABILIDADE MÉDICA
aquelas condutas que fujam ao de todos os atos realizados, bem
parâmetro esperado de um profissional como a conversa e esclarecimento
diligente e atualizado, que atue do paciente e acompanhante sobre
conforme a ciência e com os as finalidades e limitações das inter-
princípios bioéticos. venções.
Dessa forma, a conduta culposa é alegação de imprudência, por não se existe quando se trata de profissio-
uma na qual ocorre um dano pela buscar o profissional com o melhor nais de saúde. Isso significa que,
falta de um cuidado objetivo, sendo conhecimento. mesmo em episódios de omissão,
esta a ação imprudente – o agir sem as atitudes podem ser consideradas
o necessário cuidado, é uma conduta Em todo caso, qualquer conduta como uma ação (chamada comissão
ativa com precipitação, insensatez ou deverá sempre ser comprovada por omissão), ou seja, a omissão em
inconsideração –, negligente – a mediante a constatação do nexo agir equipara-se à ação, e com isso
forma omissiva da culpa, consistente entre os atos do profissional e o vem a maior reprovabilidade. Isso
em deixar de tomar os cuidados resultado, bem como a existência porque, entende-se que há uma rela-
devidos, é a inação, passividade –, concreta de um dos elementos da ção especial entre aquele indivíduo e
ou imperita – a ação feita com culpa. Somente mediante tal consta- o bem jurídico que se busca proteger
inaptidão, a falta de capacidade, tação objetiva poderá o profissional (a saúde, integridade física, vida).
conhecimento, ou habilidade para ser responsabilizado por qualquer
Nestes casos não se pune a omissão
aquela atividade. ocorrência negativa.
em si mesma, mas este “não agir”
Via de regra o profissional devida- quando se deveria fazê-lo por obrigação
mente formado e registrado no CRM
9.2. Dever de garante legal – a posição de garante (art. 13,
sempre será considerado perito, por §2º, a, Código Penal).
Todos temos noções básicas de res-
possuir os conhecimentos técnicos Há, ainda, a possibilidade da cha-
ponsabilidade pessoal pelos nossos
mínimos. Contudo, a atuação em mada “culpa por assunção”, a qual
atos.
situações complexas e que envol- ocorre quando o profissional opta
vem conhecimentos específicos de Acontece que fora das ideias básicas, por assumir o encargo de um paciente
especialidades diversas daquela para o Direito Penal existe o denomi- ao invés de remetê-lo (caso não seja
do profissional podem gerar uma nado “dever de garante”, que sempre especialista naquela questão) a outro
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mais competente, ou ainda na hipó- 9.3. Equipe e preceptoria Em primeiro lugar, a todos os atos
tese de o médico sentir-se incapaz ou aplica-se o chamado “princípio da
exausto para a realização das condu- confiança”, segundo o qual é direito
tas necessárias e mesmo assim atuar daquele que trabalha em uma
(art. 13, §2º, b, do Código Penal). equipe esperar que seus compa-
nheiros ajam de acordo com a
Vale notar que se é possível “assumir” melhor técnica, não cabendo a cada
a culpa, é também possível legiti- um vigiar os demais, senão apenas
mamente transferir o dever de agir supervisionar a equipe dentro de
a terceiro, o que exonera os até limites razoáveis – ou seja, tendo
então responsáveis. Isso ocorre, por algum dever de supervisão, observar
exemplo, na divisão de funções na- caso haja uma ação ou omissão a
turalmente existente nos Hospitais, que possa, dentro de seus conheci-
A divisão do trabalho é uma
valorizando-se a relação de confiança mentos, perceber como errônea ou
condição necessária à realização
entre os profissionais e a limitação incomum.
dos procedimentos médicos e da
da responsabilidade aos setores
rotina hospitalar, sendo então
especificamente competentes. Já os limites da justificação de uma
importante a definição e delimita-
Desse modo, é importante que os ção da responsabilidade de cada conduta por obediência a ordens
profissionais tenham consciência integrante, seja em relações com superiores seguem determinados
de suas responsabilidades e do que divisão vertical de tarefas – relação limites, devendo o sujeito atentar-se
é esperado de cada um em suas de subordinação –, seja com uma à ilicitude manifesta da ordem, ou a
funções, bem como saibam que a distribuição horizontal de tarefas, ordens que são claramente ineptas à
segurança dos pacientes depende de na qual existem, a rigor, responsa- consecução do resultado ou mesmo
si de forma ativa. bilidades autônomas. danosas.
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Por fim, para profissionais que atuam entre residente e preceptor, que é o consulta nº 23.090/1989 dispõe que
em turnos, assumindo o dever de responsável por conduzir e supervi- o residente “tenha os necessários
cuidado de pacientes que estavam, sionar o desenvolvimento dos médi- conhecimentos para tratar de vida
anteriormente, sob o cuidado do cos residentes, ensinando a clinicar e humana. (...) não há como isentar
outro, a responsabilidade sobre fatos a realizar procedimentos, conforme Residentes, Internos e Docentes
ocorridos deve recair sobre aquele regulado pela Resolução nº 5/2004 da responsabilidade jurídica por
que efetivamente violou os deveres do Conselho Nacional de Residência eventuais danos”.
de cuidado, bem como caso este não Médica, que em seu art. 2º dispõe
venha a informar seu sucessor, só que caberá ao preceptor “orientar O Conselho Federal de Medicina
podendo o segundo profissional ser diretamente os médicos residentes entende que há, em regra, a
responsabilizado de alguma forma do programa de treinamento”. responsabilidade compartilhada
se este puder, no caso concreto, entre preceptor e residente na
identificar a existência dos riscos e Mas qual a responsabilidade de cada prática de atos médicos
tiver a possibilidade de revertê-los. um? Alguns consideram que além da (Processo-Consulta nº 3.426/2001),
responsabilidade pessoal, o preceptor e caso ocorram erros médicos na
Nada disso, é claro, afasta a respon- pode responder em conjunto caso ausência do preceptor, haverá a
sabilidade individual de cada um de, permita que um residente claramente responsabilidade deste, posto que a
nos limites de sua atuação, agir de ainda imperito realize atos complexos atuação do residente deve ser a todo
forma consciente, seguindo a melhor sem a adequada supervisão. tempo seguida de perto (parecer
técnica e os princípios da boa nº 23/2015).
atenção à saúde. O CREMESP entende há anos que o
Saindo do campo ético-disciplinar, o
residente, sendo médico já formado,
Superior Tribunal de Justiça já se
Também é necessário trazer alguns possui plena capacidade de respon-
manifestou no sentido de que a
esclarecimentos sobre a relação der por seus atos. Por exemplo, a
responsabilização do preceptor
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depende de efetiva verificação de Dessa forma, a posição do preceptor acostumar o futuro profissional ás
conduta que evidencie negligência, é cercada de muita responsabilidade, exigências e recomendações éticas
imprudência ou imperícia, ainda que tanto pela ação quanto pela omissão, e disciplinares, embora não tenha
por omissão (Habeas Corpus 17.461), sendo imprescindível que os atribuição para fiscalizar e punir os
e o Tribunal de Justiça do Estado profissionais que atuam nessa estudantes.
de São Paulo já condenou apenas a condição atuem com a diligência
preceptora que realizou uma cirurgia devida e zelando pela plena Ainda, importante ressaltar que a
indevida, ainda que auxiliada pelo segurança de seus pacientes. não submissão ao CFM não quer
residente e demais membros da dizer que haja um automático
equipe, por entender haver total O interno, ao contrário do residente, afastamento da responsabilidade em
domínio da situação por ela (Apela- ainda não é médico formado e caso de eventos adversos, já que os
ção nº 0011041-09.2003.8.26.0050). registrado perante o Conselho princípios da atuação com prudência
Regional de Medicina, de modo que e atenção seguem valendo, podendo
Isso porque, caso o residente atue durante esta fase o estudante não o estudante ser responsabilizado civil
estritamente seguindo orientações está sujeito às normas e sanções do ou criminalmente por atos que tenha
do preceptor e ocorram danos ao Conselho. realizado de forma indevida, contra
paciente, poderá ser excluída a ordens expressas, sem buscar o
responsabilidade do residente se lhe Isso não quer dizer, contudo, que os amparo dos professores e
era impossível prever tal resultado, princípios da bioética não devam ser preceptores, e sem o devido
confiando nos conhecimentos do seguidos e, sobretudo, aquelas nor- cuidado.
superior. mas da Instituição a que pertence. Por
Esses entendimentos baseiam tanto isso, o Conselho Federal de Medicina
condenações criminais, como o dever lançou em 2018 o Código de Ética do
civil de indenizar. Estudante de Medicina, que ajuda a
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10- TELEMEDICINA
Com as recentes iniciativas visando à disseminação da telemedicina, surge a ne-
cessidade de uma reflexão sobre a responsabilidade dos profissionais que atuam
neste cenário, sobretudo tendo em vista a ausência de nova normativa do CFM.
Na Resolução n. 1.643/2002 o CFM define que a telemedicina deve ter por obje-
tivo “assistência, educação e pesquisa em Saúde”, afirmando que “o médico que
exerce a Medicina a distância, sem ver o paciente, deve avaliar cuidadosamente
a informação que recebe, só pode emitir opiniões e recomendações ou tomar
decisões médicas se a qualidade da informação recebida for suficiente e perti-
nente para o cerne da questão”.
Importante aparte: a profissão médica não trabalha com médico responsável pela orientação, somente naquele
promessa de êxito, se tutelando apenas aquelas condu- momento, e pelos responsáveis por sua guarda, em linha
tas que fujam ao parâmetro esperado de um profissional com os arts. 102 a 109 do Código de Ética Médica, o art.
diligente e atualizado na ciência médica. 154 do Código Penal, e o art. 5º, X, da Constituição Fede-
ral – sendo que o desrespeito ao sigilo constitui violação
Passando à questão da confidencialidade, tema também destes dispositivos, ensejando a responsabilização em
central à discussão, a Declaração de TelAviv destaca que cada uma das esferas pertinentes –, e em breve também
a “informação sobre o paciente só pode ser transmitida em linha com a Lei Geral de Proteção de Dados.
ao médico ou a outro profissional de saúde se isso for
permitido pelo paciente com seu consentimento escla- Assim, a telemedicina, nos moldes normativos atuais,
recido”, sendo obrigação do profissional “assegurar que carrega os mesmos riscos da atividade médica tradicio-
sejam aplicadas todas as normas de medidas de segu- nal, com os desafios adicionais de se proteger os dados
rança estabelecidas para proteger a confidencialidade do transmitidos e possibilitar ao profissional que auxilia à
paciente”. distância um panorama fidedigno da situação do pacien-
te, de forma a permitir que sua conduta seja a mais ade-
Dessa forma, temos que o armazenamento dos dados quada ao caso – sendo profissional fisicamente presente
individuais, sobretudo aqueles de viés médico, deve o maior responsável, cabendo a si filtrar as recomenda-
ser mantido em servidor seguro e acessível apenas ao ções e orientações recebidas.
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Encerradas as investigações, o inquérito passa por Proferida a sentença ao final do feito, esta pode ser
análise do Promotor de Justiça que decidirá pelo absolutória ou condenatória, e em ambos os casos é
oferecimento de denúncia ou pelo arquivamento. Caso passível de recurso ao Tribunal tanto por parte da acusação
seja ofertada denúncia, terá início a fase de ação penal. quanto da defesa. Também são possíveis, a depender do
cabimento, recursos posteriores ao Superior Tribunal de
Nesta, há tanto a defesa escrita como a defesa oral Justiça ou ao Supremo Tribunal Federal.
(interrogatório), bem como a possibilidade de oitiva de
testemunhas e vítimas. A parte vitimada poderá atuar As consequências dependem do crime imputado, indo de
como assistente do Ministério Público, ofertando multas, passando por penas alternativas como pagamento
documentos e realizando perguntas às testemunhas de cestas básicas e prestação de serviços à comunidade,
e ao acusado. a penas restritivas da liberdade que podem se dar em
regime aberto, semiaberto ou fechado.
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É comum vermos profissionais circulando até mesmo De acordo com a Resolução 32 da ANVISA, o jaleco deve
com as vestimentas de centro cirúrgico, em conduta ser utilizado apenas dentro do ambiente de trabalho. Já
que desvirtua a função das vestimentas e expõe a riscos pelo CFM, os profissionais devem gravar nos jalecos o
os pacientes e demais profissionais, sobretudo em nome, o termo “médico”, e a especialidade. Além destas
ambientes como lanchonetes e restaurantes. regras, na cidade de São Paulo o uso em locais públicos
pode gerar multa ao profissional (médico, enfermeiro, ou
qualquer outro profissional de saúde).
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Além desta norma, a NR 32 do Ministério do Trabalho além daquelas citadas na própria norma (hepatite B,
fixa claramente a obrigatoriedade de o empregador tétano e di�eria).
disponibilizar todas as vacinas registradas no país que
possam, segundo critérios de exposição a riscos, estar Essa recomendação vale a todos os profissionais que
indicadas para o trabalhador e estabelecidas no Programa trabalham em instituições geradoras de saúde, seja em
de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), caráter assistencial ou administrativo.
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O tipo abarca inúmeras condutas e situações, sendo Assim, a conduta adequada à proteção do profissional e
algumas de crimes que dependem de um resultado e também de todos os pacientes é a de abstenção do
outras de ocorrência meramente formal, ou seja, bastando recebimento e distribuição das amostras, deixando a
a mera conduta, havendo ainda a previsão tanto para tarefa de dispensação de medicamentos aos profissio-
a modalidade dolosa (intencional) quanto culposa (não nais adequados.
intencional) – como por negligência no cuidado exigível.
Na Instituição, a questão é normatizada, sendo absoluta-
No que tange especificamente às amostras grátis, a mente proibido o recebimento de amostras em qualquer
tipificação das condutas de distribuir ou entregar a local do território institucional, bem como ter consigo,
consumo “o produto falsificado, corrompido, adulterado ou mesmo entregar gratuitamente as amostras.
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Outras situações podem ser pleiteadas ao Judiciário, A norma define ainda os termos que deverão integrar o
em caso de situações que envolvam o feto e sejam chamado Procedimento de Justificação e Autorização da
incompatíveis com a vida (como um exemplo, o Interrupção da Gravidez: relato; exames médicos e parecer,
Síndrome de Patau). Ao contrário dos casos anteriores, além de avaliação de equipe multidisciplinar; aprovação
nos quais não é necessário qualquer tipo de autorização de procedimento pela equipe; assinatura de termo de
ou documento policial ou jurídico, nestes casos deve ser responsabilidade pela gestante; assinatura de termo de
aguardada a decisão autorizadora. consentimento livre e esclarecido pela gestante.
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Essa falsidade recai tão somente sobre fatos concretos Vale dizer, por fim, que além da configuração de crime há
indiscutivelmente falsos, não incluindo meras divergên- também infração a artigos do Código de Ética Médica.
cias de opinião profissional ou erros de diagnóstico.
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A lei entende por “dados pessoais” qualquer informação Os pacientes terão o direito de saber quais dados cons-
relacionada à pessoa natural identificada ou identificável, tam no sistema e para que finalidade essas informações
e por “tratamento de dados” toda operação realizada serão utilizadas, bem como terão o direito de pedir a
com dados pessoais, como as que se referem à coleta, exclusão de seus dados.
classificação, utilização, acesso, reprodução, processa-
mento, armazenamento, eliminação, controle da Embora a troca de mensagens via aplicativos ou redes
informação, entre outros. O novo texto prevê nove sociais não estejam proibidas, os profissionais devem
hipóteses que tornam lícitos os tratamentos de dados, ficar atentos aos riscos assumidos para permanecer
com destaque a duas principais: fornecimento de dentro das exigências.
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