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PROFISIO SESCAD
INDICADORES NA ÁREA DE
FISIOTERAPIA NO AMBIENTE
HOSPITALAR: PROCESSOS E
RESULTADOS
FERNANDO MAURO MUNIZ FERREIRA
JÚNIA MOREIRA MACEDO
MARCELO MARCOS MUNIZ FERREIRA

n INTRODUÇÃO
Os indicadores de saúde são utilizados para representar ou medir aspectos não sujeitos à observação
direta e têm o propósito de mudar uma situação existente julgada insatisfatória ou simplesmente
guiar os próximos passos, sendo esta a premissa básica inerente ao ato de intervir na assistência
à saúde da população.

As categorias de indicadores de saúde comumente descritas são:1

n mortalidade/sobrevivência;
n morbidade/gravidade/incapacidade funcional;
n nutrição/crescimento e desenvolvimento;
n aspectos demográficos;
n condições socioeconômicas;
n saúde ambiental;
n serviços de saúde.

É consenso da nova ciência que aborda a fisioterapia atual que o seu olhar terapêutico não direciona
o foco para a doença propriamente dita, mas sim para as implicações funcionais decorrentes
do processo saúde-doença – desde a promoção até a cura terapêutica de um distúrbio da saúde
funcional. Assim, os critérios epidemiológicos convencionalmente utilizados para o estabelecimento
dos principais indicadores de saúde1 talvez precisem ser readequados na área da fisioterapia,
principalmente na especialidade da fisioterapia em terapia intensiva, desenvolvida no ambiente
hospitalar – foco desta discussão.
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O que se sabe, de forma incontestável, é que a fisioterapia em terapia intensiva é essencial no
INDICADORES NA ÁREA DE FISIOTERAPIA NO AMBIENTE HOSPITALAR: PROCESSOS E RESULTADOS

âmbito interdisciplinar do ambiente hospitalar por demonstrar uma expressiva resolubilidade prática
nos cuidados aos pacientes críticos. O que se precisa saber é como retratar cientificamente esse
fato, utilizando um modelo epidemiológico que tenha o poder de validação, de confiabilidade e de
representatividade científica, além de obedecer aos preceitos éticos e poder subsidiar as questões
técnico-administrativas da assistência fisioterapêutica.1

A fim de que se estabeleça um alto grau de validade para a fisioterapia em terapia intensiva,


é necessário constituir indicadores adequados para medir a sua interferência – positiva
ou negativa – no processo terapêutico. Visto que a fisioterapia não é um procedimento
e sim uma profissão e que a fisioterapia em terapia intensiva é uma especialidade e não
um conjunto de procedimentos terapêuticos, a seleção de um indicador a ser usado para
refletir essa situação é uma tarefa que precisa ser mais bem pensada.

Por exemplo, em grande parte dos estudos, são utilizados os indicadores tempo de ventilação
mecânica e tempo de internação hospitalar para validação do efeito da fisioterapia neste ambiente.
As pesquisas a esse respeito necessitam, segundo o modelo epidemiológico consensual, de um
grupo que não receba nenhum tipo de atenção de uma rotina fisioterapêutica especializada – “grupo
controle” – e outro grupo que receba esse tipo de acompanhamento – “grupo de intervenção” –,
em estudos controlados randomizados ou pareados ou randomizados em momentos diferentes
(avaliando os momentos sem e após a inclusão do serviço de fisioterapia). Esses procedimentos,
considerados modelos epidemiológicos ideais para a busca da evidência científica, agregam
questões indutoras de vieses epidemiológicos – no caso dos estudos pareados e randomizados em
dois momentos e de problemas éticos – pela impossibilidade de cercear o atendimento no grupo
controle em estudos randomizados.2,3

Neste artigo, será feita uma contextualização dos estudos que se propuseram a medir a efetividade da
fisioterapia em terapia intensiva, caracterizados pelos indicadores na área de fisioterapia no ambiente
hospitalar utilizados para demonstrar os processos e resultados preconizados na literatura atual.

n OBJETIVOS
Após a leitura deste artigo, o leitor deverá ser capaz de:

n reconhecer o processo fisioterapêutico em pacientes críticos;


n indicar os passos semiológicos na condução para o diagnóstico fisioterapêutico;
n estabelecer o prognóstico clinicofuncional baseado em indicadores de resultados;
n interpretar as indicações para os recursos utilizados no tratamento fisioterapêutico;
n identificar os indicadores de resultados mais utilizados na prática clínica da fisioterapia em
terapia intensiva;
n reconhecer a essencialidade da interdisciplinaridade nos processos terapêuticos e respectivos
resultados no âmbito da assistência hospitalar.
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PROFISIO SESCAD
n ESQUEMA CONCEITUAL
Processo de avaliação fisioterapêutica
no paciente crítico

Processo diagnóstico fisioterapêutico


Processo fisioterapêutico em pacientes críticos
no paciente crítico

Índices prognósticos no processo fisioterapêutico


em pacientes críticos

Intervenção fisioterapêutica em pacientes críticos


Processo fisioterapêutico na tomada de decisão para
a conduta em pacientes críticos Adequação e desmame da terapêutica suplementar
de oxigenoterapia e de ventilação mecânica

Indicadores de resultados na fisioterapia


em terapia intensiva

Caso clínico 1
Casos clínicos
Caso clínico 2

Discussão e conclusão

n PROCESSO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTES CRÍTICOS

Os processos e resultados em fisioterapia hospitalar são definidos como


“procedimentos de avaliação contínua utilizados nos cuidados à saúde”, empregados
por meio da fisioterapia.

Os processos e resultados em fisioterapia hospitalar focam:

n avaliação do processo – refere-se ao que é feito para o usuário do serviço de fisioterapia, do


ponto de vista diagnóstico e terapêutico;
n avaliação do resultado – refere-se ao estado do usuário do serviço de fisioterapia ao final de
uma etapa de tratamento, que pode ser em um único atendimento ou em uma série (10 dias, 20
dias, um mês, três meses, etc.), dependendo da especificidade de cada caso e suas alterações
pré e pós-tratamento – sintomatologia, nível de atividade e dependência funcional, grau de
desconforto, sobrevivência, óbito, etc.
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O processo fisioterapêutico no diagnóstico e na intervenção modifica-se conforme a condição
INDICADORES NA ÁREA DE FISIOTERAPIA NO AMBIENTE HOSPITALAR: PROCESSOS E RESULTADOS

clinicofuncional do momento em que o usuário de saúde está sendo avaliado pelo fisioterapeuta.
Assim, o diagnóstico fisioterapêutico, definido também como diagnóstico cinesiológico-
funcional, não é estático e é pré-requisito para a conduta fisioterapêutica, impondo ao profissional
a necessidade de avaliação contínua no processo de condução de um caso clínico, reforçando a
noção de que o fisioterapeuta não direciona o seu foco terapêutico para a doença propriamente dita,
e sim para os eventos semiológicos oriundos dessa situação. Nesse contexto, o efetivo é avaliar
os resultados para que se possa atestar a validade dos processos diagnósticos e terapêuticos a
fim de conduzi-los com maior propriedade científica.

A American Physical Therapy Association (APTA) descreve o processo fisioterapêutico desde os


meios diagnósticos até a intervenção terapêutica, com constante avaliação dos resultados, conforme
exposto na Figura 1, a seguir.4

DIAGNÓSTICO
Organização dos resultados dos exames, em que o
fisioterapeuta organiza agrupamentos definidos, síndromes
ou categorias com o objetivo de determinar o prognóstico,
o plano de tratamento e as estratégias de intervenção mais
apropriadas.

AVALIAÇÃO PROGNÓSTICO
Processo dinâmico no qual o Determinação do nível de melhora que pode ser atingida
fisioterapeuta realiza análise pela intervenção e quantidade de tempo necessária para
clínica baseada em dados alcançar esse nível. O plano de tratamento especifica as
adquiridos durante o exame intervenções a serem utilizadas.

EXAME INTERVENÇÃO
Processo de obtenção de informações a Interação qualificada do fisioterapeuta com
respeito da queixa do paciente/cliente. o paciente/cliente utilizando vários recursos,
Seleção e realização de testes e exames, métodos e técnicas. O profissional realiza
cujos resultados serão acrescidos aos reavaliações com objetivo de identificar
dados sobre o paciente/cliente. mudanças no estado do paciente/cliente e,
assim, modificar ou redirecionar a intervenção.

RESULTADOS
Ao término de cada atendimento ou de um tratamento, o profissional
analisa ou quantifica o impacto das intervenções da fisioterapia
para o paciente/cliente, considerando os seguintes aspectos:
patologia, limitações funcionais e inaptidões, diminuição dos riscos/
prevenção, bem-estar e satisfação do paciente/cliente.

Figura 1: Descrição do processo fisioterapêutico desde os meios diagnósticos até a intervenção terapêutica, segundo a APTA.
Fonte: Rothstein (2001).4
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PROCESSO DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PACIENTE CRÍTICO
O processo de avaliação, tal qual descrito anteriormente, é dinâmico e busca informações
necessárias a fim de subsidiar o diagnóstico e conduzir o processo de tomada de decisão
para a conduta fisioterapêutica. Além disso, na primeira avaliação de um paciente criticamente
enfermo, constituem-se as possibilidades prognósticas para a situação clínica em questão.

LEMBRAR
O diagnóstico fisioterapêutico modifica-se conforme as alterações apresentadas em
cada episódio de avaliação; já o prognóstico, que agrega as possibilidades terapêuticas
quanto aos resultados esperados, pode ser definido no primeiro momento avaliativo.

O processo de avaliação fisioterapêutica deve seguir a seguinte sequência:

n anamnese – busca informações gerais, como idade, sexo, raça, procedência, etc., e sobre
a história clínica atual e pregressa, que pode ser colhida do próprio paciente e/ou familiar
responsável e/ou profissionais de saúde e/ou do prontuário hospitalar. Além de identificar
o motivo da internação, faz-se necessário conhecer as informações precedentes ao
comprometimento atual – como era antes? Grau de dependência, atividades de vida diária
(AVD), condições respiratórias (dispneia de repouso, tosse), etc;
n exame físico – verifica condições gerais, nível de consciência, sinais vitais, saturação
periférica de oxigênio, inspeção (expansibilidade torácica, drive e padrão respiratório),
sinais e sintomas de desconforto respiratório, palpação, percussão, ausculta pulmonar e
avaliação motora;
n exames complementares – incluem exames de imagem (raio X, tomografia, ressonância
magnética e ultrassonografia), medidas de variáveis respiratórias (força muscular e volumes
pulmonares) e exames laboratoriais (gasometria arterial).

PROCESSO DIAGNÓSTICO FISIOTERAPÊUTICO NO PACIENTE CRÍTICO

O diagnóstico cinesiológico-funcional é um processo contínuo, que depende das


circunstâncias clinicofuncionais expressas no momento da avaliação. Sua interpretação
requer um amplo conhecimento científico, adquirido ao longo de muito estudo e da
experiência do fisioterapeuta atuante em unidades de atendimento a pacientes críticos.

A interpretação do diagnóstico cinesiológico-funcional provém de uma análise criteriosa do processo


avaliativo, que visa a identificar o fator etiológico do comprometimento funcional para então
prescrever a intervenção fisioterapêutica adequada.

A indicação fisioterapêutica não é direcionada para o tipo de patologia, e sim para o distúrbio funcional
decorrente ou não da enfermidade em questão, pois é possível deparar com um comprometimento
funcional decorrente da idade, do estilo de vida ou de outra situação não específica à doença que
gerou a internação.5
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A adequada interpretação semiológica da situação clínica será fundamental para o
INDICADORES NA ÁREA DE FISIOTERAPIA NO AMBIENTE HOSPITALAR: PROCESSOS E RESULTADOS

estabelecimento do diagnóstico e a consequente conduta fisioterapêutica, ou seja, a


eleição do tipo de tratamento fisioterapêutico para a obstrução brônquica, a atelectasia ou
a disfunção muscular respiratória, dentre outros tratamentos que dependem da observação
de vários aspectos semiológicos analisados no momento da avaliação.

Indicar uma técnica ou um recurso para um quadro de obstrução brônquica depende da interpretação
da ausculta pulmonar – por exemplo, a ocorrência de roncos é um sinal semiológico da ausculta
pulmonar que caracteriza a presença de secreção em vias aéreas de grande calibre (até a quinta
geração brônquica), tendo por indicação as técnicas que imprimem um fluxo expiratório rápido,
como a tosse assistida, entre outras – e das condições clinicofuncionais do paciente, como
estabilidade hemodinâmica, grau de colaboração, capacidade vital, etc.

No caso da indicação de um tipo de tratamento para um processo atelectásico, por exemplo, é


importante identificar, na análise semiológica, enfatizando a história clínica desse acometimento, o
fator etiológico que levou ao colapso das vias aéreas. É obstrutivo? Tubo seletivo? Pneumotórax?
Aumento da elastância do tecido pulmonar? Nesses casos, as possíveis condutas seriam desobstruir
as vias aéreas ocluídas, reposicionar o tubo endotraqueal, drenar o ar contido no espaço pleural
(pelo médico) e manobras de recrutamento alveolar, respectivamente.

LEMBRAR
Os princípios que norteiam o processo fisioterapêutico em pacientes críticos adultos
devem obedecer a três tipos de objetivos da fisioterapia em unidade de terapia
intensiva (UTI):6

n um objetivo primário, que consiste em retirar ou reduzir a obstrução brônquica


decorrente da falha do mecanismo fisiológico de depuração brônquica;
n alguns objetivos secundários, a curto e médio prazo, que consistem em prevenir
ou tratar o colapso ou a hiperinsuflação pulmonar;
n um objetivo terciário potencial, que visa a prevenir danos estruturais decorrentes
do próprio tratamento (por exemplo: ventilação mecânica e imobilismo).

ÍNDICES PROGNÓSTICOS NO PROCESSO FISIOTERAPÊUTICO


EM PACIENTES CRÍTICOS
O estabelecimento de índices prognósticos em pacientes críticos não pode ser específico de um
processo terapêutico de uma determinada profissão da área da saúde; é uma atribuição do processo
terapêutico interdisciplinar, que busca um melhor relacionamento entre as distintas profissões
dessa área na divisão técnica do trabalho. A base para o bom relacionamento é o olhar ético entre
estes profissionais, respeitando e conhecendo os saberes de cada um, bem como reconhecendo
as suas necessidades de complementações terapêuticas.
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Os resultados individuais de ações profissionais são dependentes da ação de outros profissionais.

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Caso se busque o melhor resultado final no tratamento ou nos cuidados dos pacientes, depende-se
de uma ação conjunta dos profissionais envolvidos. Assim, os conceitos normativos do trabalho
em equipe apresentam as características descritas a seguir:7

Pressupostos funcionais:
n autonomia relativa de cada tipo de profissional, assegurada pela legitimidade do conjunto

de competências ou saberes que caracteriza cada um;


n interdependência entre os distintos profissionais na execução das ações em benefício dos

pacientes.

Resultados pressupostos:
n o cuidado em saúde, quando exercido com as devidas características de multiprofissionalismo

e interdisciplinaridade, obtém melhores resultados em termos de qualidade técnica e


humana do que as formas usuais de organização do cuidado que estão centradas no
monoprofissionalismo do médico ou na plenipotência de seu saber e de suas técnicas.

Requisitos da integração da equipe multiprofissional:


n criar espaços para a discussão e vivência de construção de projetos assistenciais comuns;

n programar discussões de casos, reuniões periódicas de supervisão e planejamento;

n buscar identificar e incorporar à rotina certas demandas antevistas pelos membros da equipe.

Quanto ao prognóstico específico do processo fisioterapêutico em pacientes críticos, faz-se


necessário antever o que se espera da conduta indicada e o tempo previsto para atingir essa
expectativa, que pode ser em um único ou mais atendimentos, a depender do diagnóstico
estabelecido na avaliação inicial, sem deixar de lado as condições inerentes à prática de outros
profissionais da equipe. Nesse sentido, visando a identificar índices prognósticos preditores de
efetividade da fisioterapia hospitalar, recomenda-se pontuar elementos avaliativos da capacidade
funcional – respiratória e neuropsicomotora – prévia e atual, como:

n obstrução das vias aéreas;


n colapso pulmonar;
n trabalho respiratório;
n mobilidade voluntária;
n AVD pregressas;
n capacidade de autocuidado;
n gravidade da situação clínica.

1. Quais são as categorias de indicadores de saúde comumente descritas?

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2. O que é necessário para que se estabeleça um alto grau de validade para a fisioterapia
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em terapia intensiva?
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3. Complete o quadro com a descrição dos exames que integram o processo de avaliação
fisioterapêutica de pacientes críticos.

EXAMES DESCRIÇÃO
Anamnese
Físico
Complementares

4. Paciente do sexo masculino, 68 anos de idade, portador de doença pulmonar


obstrutiva crônica (DPOC), evoluiu com um quadro de insuficiência respiratória
crônica agudizada, decorrente de pneumonia bacteriana. Foi admitido na UTI,
intubado e colocado em ventilação mecânica. Assinale a alternativa que contempla
as características recomendadas para a condução do processo fisioterapêutico
deste caso.

A) Os exames devem ser observados com a finalidade de confirmar o diagnóstico


médico e definir a conduta fisioterapêutica.
B) O processo avaliativo é dinâmico, no qual o fisioterapeuta realiza a análise
clinicofuncional com base em dados adquiridos durante o exame.
C) O diagnóstico fisioterapêutico pode ser definido como insuficiência respiratória
crônica agudizada.
D) O prognóstico deve ser definido pela determinação do tempo de resolução da
pneumonia e pela resposta à antibioticoterapia.

5. Considerando a avaliação do paciente anterior, para a indicação da terapia


de remoção de secreção (TRS), por meio de hiperinsuflação com ventilador,
compressão torácica e tosse assistida, é necessária a identificação das seguintes
características semiológicas:

A) presença de estertores crepitantes na ausculta pulmonar e condensado


radiológico em lobo médio direito.
B) presença de sibilos expiratórios na ausculta pulmonar, hipóxia e hipercapnia.
C) presença de roncos na ausculta pulmonar, pressão inspiratória positiva (PIP)
elevada e baixo nível de consciência pela sedação.
D) presença de estertores subcrepitantes na ausculta pulmonar, infiltrado
radiológico à direita e hipoxemia.
Respostas no final do artigo
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6. Descreva os três tipos de objetivos da fisioterapia em UTI a que os princípios que

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norteiam o processo fisioterapêutico em pacientes críticos adultos devem obedecer.

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7. Estabelecer índices prognósticos em pacientes críticos é um processo que


visa a determinar o nível de melhora que pode ser atingido pela intervenção e
quantidade de tempo necessária para alcançar esse nível. Assinale a alternativa
que melhor descreve os indicadores que estabelecem o prognóstico fisioterapêutico
no paciente crítico.

A) Obstrução das vias aéreas, índice de readmissão na UTI, tempo de dependência


da ventilação mecânica e complicações pulmonares.
B) Gravidade da doença, índice de readmissão na UTI, índice de infecção
respiratória e índice de extubação acidental.
C) Capacidade de autoajuda, tempo de permanência na UTI, incidência de
traqueostomia e complicações pulmonares.
D) Obstrução das vias aéreas, atelectasia, trabalho respiratório, mobilidade
voluntária e AVD.

8. Na questão anterior, foram estabelecidos os indicadores prognósticos mais


específicos para a conduta fisioterapêutica. Contudo, no contexto geral, os
índices prognósticos em pacientes críticos – como morbidade e mortalidade – são
dependentes da ação multiprofissional e interdisciplinar, tendo, como conceitos
normativos do trabalho em equipe, as seguintes características, EXCETO

A) autonomia relativa de cada tipo de profissional e interdependência entre os


mesmos na execução das ações.
B) resultados melhores na qualidade técnica e humana.
C) centralização no profissional médico para dirigir e determinar as ações.
D) criação de espaços para discussão e vivência de construção de projetos
assistenciais comuns.
Respostas no final do artigo

PROCESSO FISIOTERAPÊUTICO NA TOMADA DE DECISÃO


PARA A CONDUTA EM PACIENTES CRÍTICOS
A conduta – analítica e decisional – em fisioterapia em terapia intensiva, dependente do processo
avaliativo e da interpretação diagnóstica e pode ser subdividida em intervenção fisioterapêutica
em pacientes críticos e adequação e desmame da terapêutica suplementar de oxigenoterapia e
de ventilação mecânica.
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INDICADORES NA ÁREA DE FISIOTERAPIA NO AMBIENTE HOSPITALAR: PROCESSOS E RESULTADOS

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES CRÍTICOS


A intervenção fisioterapêutica em pacientes críticos compreende:

n terapia de expansão pulmonar (TEP);


n terapia de remoção de secreção (TRS);
n treinamento muscular respiratório (TMR);
n posicionamento dentro e fora do leito;
n deambulação e mobilização precoce – passiva, ativa-assistida e ativa;
n treinamento muscular de membros superiores e inferiores;
n treinamento físico – exercícios ergométricos;
n estimulação elétrica neuromuscular.

A tomada de decisão para o tipo de intervenção depende do diagnóstico fisioterapêutico estabelecido,


conforme explanado anteriormente. Os mecanismos e as consequências da fraqueza muscular e o
algoritmo de avaliação dos pacientes críticos candidatos a treinamento são expressos nas Figuras
2 e 3, respectivamente.

Doente crítico

 espécie reativa
de oxigênio ← Repouso no leito → de citocinas inflamatórias Malnutrição

Anormalidades neuromusculares

Fraqueza muscular

 tempo de  do tempo de estadia  da função da qualidade


ventilação mecânica no UTI/hospital física de vida

Figura 2: Mecanismos e consequências da fraqueza muscular em pacientes críticos.


Fonte: Truong e colaboradores (2009).8
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Admissão na UTI

Paciente inconsciente

Nível – 01: Decúbito elevado (Fowler 60º) ou ortostatismo passivo, mobilização


passiva para MMSS e MMII, alongamento estático e propriocepção articular.

não
Paciente
consciente?

Nível – 02: Decúbito elevado (Fowler 60º) ou ortostatismo passivo, mobilização


ativa de extremidades, alongamento estático e propriocepção articular.

não
MRC > 4
MMSS

Nível – 03: Decúbito elevado (Fowler 60º) ou ortostatismo passivo, mobilização


aeróbica e/ou contrarresistida, alongamento estático e propriocepção articular.
Transferência do paciente para borda da cama (exercícios de controle de tronco
e equilíbrio).

não
MRC > 4
MMII

Nível – 04: Decúbito elevado (Fowler 60º) ou ortostatismo passivo, mobilização


aeróbica e/ou contrarresistida, alongamento estático e propriocepção articular.
Transferência do paciente para borda da cama (exercícios de controle de tronco
e equilíbrio). Transferência para poltrona. Ortostatismo ativo (exercícios de
equilíbrio e marcha estática).

Capaz de ficar
em pé sem
assistência

Nível – 05: Decúbito elevado (Fowler 60º) ou ortostatismo passivo, mobilização


aeróbica e/ou contrarresistida, alongamento estático e propriocepção articular.
Transferência do paciente para borda da cama (exercícios de controle de tronco
e equilíbrio). Transferência para poltrona. Ortostatismo ativo (exercícios de
equilíbrio e marcha estática). Deambulação assistida.

Figura 3: Algoritmo de avaliação dos pacientes críticos candidatos a treinamento.


Fonte: Kress (2009).9
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INDICADORES NA ÁREA DE FISIOTERAPIA NO AMBIENTE HOSPITALAR: PROCESSOS E RESULTADOS

ADEQUAÇÃO E DESMAME DA TERAPÊUTICA SUPLEMENTAR


DE OXIGENOTERAPIA E DE VENTILAÇÃO MECÂNICA
A adequação e o desmame da terapêutica suplementar de oxigenoterapia e de ventilação mecânica
incluem:

n monitoração e gerenciamento da oxigenoterapia suplementar – em respiração espontânea,


em suporte ventilatório invasivo e em suporte ventilatório não invasivo. Usar a menor fração de
oxigênio inspirado (FiO2) necessária para manter uma saturação adequada (em geral, de 90 a
94%, a depender da situação clínica) e retirar o quanto antes, assim que desnecessária, mesmo
que o paciente permaneça em suporte ventilatório;

n monitoração e gerenciamento de tecnologia da assistência de ventilação pulmonar


mecânica (VPM) invasiva e não invasiva – controlar os níveis de pressões e volumes de
forma contínua, utilizando-se valores recomendados para cada situação clínica. A insuficiência
e o excesso de pressões (pressão expiratória final positiva – PEEP – e PIP) e volumes
(volume corrente e volume-minuto) são indutores de lesão pulmonar e neurológica, devendo
ser modificados conforme as alterações funcionais do sistema respiratório – complacência e
resistência das vias aéreas. É, portanto, imperioso o gerenciamento contínuo desses parâmetros;

n gerenciamento do processo de desmame e retirada da VPM invasiva e não invasiva –


conforme protocolo recomendado pela literatura atual e conhecido pela equipe.

INDICADORES DE RESULTADOS NA FISIOTERAPIA


EM TERAPIA INTENSIVA
Recentemente, a European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine
empenharam-se em uma força-tarefa em prol da fisioterapia para pacientes adultos criticamente
enfermos, sendo revistos e discutidos os dados disponíveis na literatura. Essa pesquisa constatou
um número limitado de estudos randomizados controlados e metanálises, e a maioria das
recomendações foi de nível C (evidências de estudos não controlados e não randomizados ou de
estudos observacionais) e D (opinião de especialista). No entanto, essa força-tarefa possibilitou a
identificação, baseada em evidência, das seguintes metas para a fisioterapia em terapia intensiva,
que podem ser recomendadas como indicadores na avaliação dos resultados decorrentes dos
processos diagnósticos e terapêuticos em fisioterapia para pacientes críticos:3

n minimizar o descondicionamento;
n desobstruir as vias aéreas;
n reverter atelectasias;
n evitar a intubação endotraqueal;
n evitar a falha do desmame.

A permanência prolongada na UTI está associada à disfunção muscular, que pode contribuir para
um déficit funcional até um ano após a alta hospitalar.
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PROFISIO SESCAD
LEMBRAR
Convencionalmente, o processo fisioterapêutico na UTI envolve a fisioterapia
respiratória – técnicas, recursos e monitoração – associada à fisioterapia motora –
movimentos passivos, ativo-assistidos e ativos em membros superiores e inferiores.

Foi demonstrado que a adição de exercícios ergométricos – com uma sessão de


treinamento passivo ou ativo de exercício por 20 minutos/dia, usando um ergômetro
de cabeceira –, ao padrão convencional da fisioterapia em UTI implicou significativa
melhora na recuperação do exercício funcional e na capacidade de autopercepção
do estado funcional e força muscular após a alta hospitalar.10

A fim de medir resistência, força, capacidade cardiovascular e nível funcional para avaliação


e prescrição de um programa de exercícios em indivíduos no estado crítico, base para o
estabelecimento de uma medida prognóstica, alguns autores desenvolveram um teste físico
funcional em UTI (the physical function ICU test – PFIT), considerado uma medida eficaz no
processo de avaliação para a prescrição de exercícios nesses pacientes.11

Outros indicadores já bem definidos na fisioterapia em terapia intensiva são o tempo de dependência
da ventilação mecânica invasiva e o tempo de permanência na UTI. Esses indicadores foram
confirmados em um estudo randomizado e controlado que envolveu uma amostra de 510 pacientes,
demonstrando, de forma significativa, o efeito benéfico de uma rotina fisioterapêutica na redução do
tempo de dependência da ventilação mecânica e na diminuição do tempo de permanência na UTI.12

Em uma revisão de um estudo australiano, foi recomendado que a investigação das intervenções da
fisioterapia na UTI esteja relacionada ao tempo de ventilação mecânica, ao tempo de permanência
na UTI e readmissão na UTI, juntamente com a qualidade de vida e medidas de função física.13

Estudos multicêntricos seriam o ideal para avaliar a eficácia da fisioterapia, sob a forma de ensaios
clínicos controlados e randomizados, sendo, contudo, extremamente dispendiosos e de difícil
implementação, em razão das diferenças das práticas clínicas da fisioterapia e sua disparidade de
papéis e autonomia nos diversos serviços de UTI. Assim, os estudos selecionados dessas revisões
apontam para a necessidade de padronização dos recursos para o processo de decisão clínica
e educação, bem como a definição mais detalhada do perfil do profissional fisioterapeuta na UTI.

Os pacientes na UTI têm múltiplos problemas que mudam rapidamente em resposta ao curso da
enfermidade e à condução médica. Portanto, extrai-se a hipótese de que, em vez do tratamento
padronizado, abordagens em condições variadas podem ser advindas de princípios da prática,
que podem orientar a avaliação do fisioterapeuta, a prescrição das intervenções e suas frequentes
modificações para cada situação clínica na UTI.13

No que se refere ao descondicionamento físico gerado pela internação prolongada na UTI, vários
estudos identificaram importantes benefícios na relação custo-efetividade quando utilizado um
modelo de assistência respiratória com a inclusão da mobilização precoce em pacientes submetidos
à ventilação mecânica.8,9,14
100
A monitoração e o gerenciamento da assistência de VPM invasiva, que tem sido parte
INDICADORES NA ÁREA DE FISIOTERAPIA NO AMBIENTE HOSPITALAR: PROCESSOS E RESULTADOS

do processo fisioterapêutico na UTI, é uma prática compartilhada em especial com


médicos, sendo demonstrado que protocolos conduzidos por fisioterapeutas reduzem
o tempo de dependência da VPM, o tempo de permanência na UTI e a incidência
de traqueostomia,15 com um alto grau de recomendação (A), segundo o III Consenso
Brasileiro de Ventilação Mecânica.16

A legislação brasileira, por meio da Resolução-RDC Nº 7, de 24 de Fevereiro de 2010, do Ministério


da Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária (MS/ANVISA), requer que as UTI disponham de
registro das normas institucionais e das rotinas dos procedimentos assistenciais e administrativos,
incluindo a responsabilidade técnica também ao coordenador do serviço de fisioterapia, que deverá
constituir a rotina desse serviço, baseada em indicadores de qualidade, protocolando os processos
e resultados da assistência fisioterapêutica na UTI.17

A RDC-Nº 7 designou os requisitos mínimos para funcionamento de UTI, estabelecendo um


prazo de três anos para que os serviços de saúde implementem estas diretrizes, contemplando a
fisioterapia conforme os artigos descritos a seguir (grifo dos autores).17

Art. 8 - A unidade deve dispor de registro das normas institucionais e das rotinas dos procedimentos assistenciais e
administrativos realizados na unidade, as quais devem ser:
II - aprovadas e assinadas pelo Responsável Técnico e pelos coordenadores de enfermagem e de fisioterapia.
Art. 13 - Deve ser formalmente designado um Responsável Técnico médico, um enfermeiro coordenador da equipe de
enfermagem e um fisioterapeuta coordenador da equipe de fisioterapia, assim como os seus respectivos substitutos.
§ 2º - Os coordenadores de enfermagem e de fisioterapia devem ser especialistas em terapia intensiva ou em
outra especialidade relacionada à assistência ao paciente grave, específica para a modalidade de atuação (adulto,
pediátrica e neonatal).
Art. 14 - Além do disposto no Artigo 13 desta RDC, deve ser designada uma equipe multiprofissional, legalmente
habilitada, a qual deve ser dimensionada, quantitativa e qualitativamente, de acordo com o perfil assistencial, a demanda
da unidade e legislação vigente, contendo, para atuação exclusiva na unidade, no mínimo, os seguintes profissionais:
IV - Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno,
perfazendo um total de 18 horas diárias de atuação.
Art. 15 - Médicos plantonistas, enfermeiro assistenciais, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem devem estar
disponíveis em tempo integral para assistência aos pacientes internados na UTI, durante o horário em que estão
escalados para a atuação na UTI.

Ainda, assim como a RDC-Nº7, como forma de reconhecimento da fisioterapia em terapia intensiva,
foi constituída, em 2009, a 2ª Edição do Referencial Nacional de Honorários Fisioterapêuticos
(RNHF), por meio da Comissão Nacional de Honorários do Conselho Federal de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional (COFFITO), sendo que, dentre as alterações introduzidas nessa edição,
foi incluída, no capítulo V, referente à assistência fisioterapêutica nas disfunções decorrentes de
alterações no sistema respiratório, um nível de complexidade que contempla, de forma compatível
com a realidade brasileira, o processo fisioterapêutico em pacientes críticos, estabelecendo a
remuneração desse profissional com base em uma rotina de plantão de 12 horas por paciente, e
não mais por atendimento ou procedimento realizado.14 Esse referencial culminou na Resolução Nº
367 do COFFITO, que o adota como padrão mínimo remuneratório-deontológico para o exercício
profissional do fisioterapeuta.18
101

PROFISIO SESCAD
9. Na tomada de decisão em fisioterapia no paciente criticamente enfermo, que
depende do processo avaliativo e da interpretação diagnóstica, as condutas
elegíveis podem ser

A) TEP, TRS, posicionamento, mobilização, exercícios ergométricos, monitoração


e prescrição de medicamentos analgésicos.
B) desmame e retirada da ventilação mecânica, intubação endotraqueal e correção
da acidose metabólica.
C) TEP, TRS, posicionamento, mobilização, TMR, exercícios ergométricos e
monitoração.
D) TEP, TRS, posicionamento, mobilização, intubação endotraqueal, exercícios
ergométricos e monitoração.
Resposta no final do artigo

10. Quais são as etapas que integram a adequação e o desmame da terapêutica


suplementar de oxigenoterapia e de ventilação mecânica em pacientes críticos?

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11. Dentre os indicadores de resultados da fisioterapia em terapia intensiva que


foram demonstrados em um importante estudo de revisão, publicado em 2008 pela
European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine,
estão as seguintes metas para essa especialidade:

A) prevenir o descondicionamento, realizar a desobstrução das vias aéreas


prejudicadas, reverter a atelectasia, evitar a intubação endotraqueal e a falha
do desmame.
B) prevenir o descondicionamento, realizar a desobstrução das vias aéreas
prejudicadas, reverter a atelectasia, evitar a traqueostomia e a falha da
extubação.
C) prevenir o descondicionamento, realizar a desobstrução das vias aéreas
prejudicadas, prevenir e tratar a hiperinsuflação, evitar complicações infecciosas
e a falha do desmame.
D) prevenir o descondicionamento, realizar a desobstrução das vias aéreas
prejudicadas, prevenir e tratar a hiperinsuflação, evitar a intubação endotraqueal
e as infecções respiratórias.
102
INDICADORES NA ÁREA DE FISIOTERAPIA NO AMBIENTE HOSPITALAR: PROCESSOS E RESULTADOS

12. Quanto aos indicadores de qualidade e prognóstico que devem nortear a


prática da fisioterapia em pacientes críticos, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Reduções da incidência de traqueostomia e dos tempos de dependência da


ventilação mecânica e de permanência na UTI foram demonstradas em estudos
em que o protocolo de desmame da ventilação mecânica foi conduzido por
fisioterapeutas.
B) Índices de falha no desmame, intubação evitável e readmissão na UTI são
específicos do processo fisioterapêutico.
C) Obstrução brônquica, conforto respiratório, reversão de atelectasias, função
pulmonar e níveis de oxigenação podem ser observados após um atendimento.
D) Qualidade de vida e percepção de bem-estar podem ser observadas após um
período da alta hospitalar.
Respostas no final do artigo

13. Quais foram as principais medidas que a legislação brasileira, por meio da Resolução-
RDC Nº 7 do MS/ANVISA, estabeleceu em relação à fisioterapia em terapia intensiva?

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n CASOS CLÍNICOS
CASO CLÍNICO 1

O fisioterapeuta é chamado para atender um paciente internado na enfermaria de um


hospital em função de um quadro súbito de desconforto respiratório. Em decorrência da
necessidade emergencial do atendimento, foi realizado um exame físico rápido antes
da anamnese, observando-se sinais de desconforto respiratório (respiração paradoxal)
com estridor laríngeo, além de sequelas neurológicas, como afasia e disfagia. O paciente
apresentou-se não colaborativo e imóvel no leito em decúbito dorsal.

Ao exame da via aérea superior (VAS), foi observado que a língua estava retroposicionada
(queda posterior pela ação da gravidade) e ocluindo a entrada de ar para as vias aéreas
inferiores.

A partir do que foi visto neste artigo e das informações descritas no caso clínico 1, responda às
questões a seguir.
103

PROFISIO SESCAD
14. Caracterize as possibilidades diagnósticas deste caso.

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15. Estabeleça o prognóstico esperado.

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16. Apresente as recomendações de condutas elegíveis para este caso.

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Respostas no final do artigo

CASO CLÍNICO 2
Paciente internado na UTI com quadro de insuficiência respiratória aguda, em VPM
invasiva. Trata-se de um indivíduo idoso (78 anos), do sexo masculino, hipertenso
controlado, não diabético, sem limitações funcionais prévias. Há 10 dias, iniciou um
quadro gripal, evoluindo com febre, tosse produtiva, indisposição, acamamento e piora
progressiva do desconforto respiratório nos últimos três dias, sem resposta à terapêutica
medicamentosa prescrita pelo seu médico também há três dias.

Ao exame físico, foram observados:

n resposta positiva ao comando verbal;


n motricidade voluntária e déficit de força muscular (grau 2);
n boa expansibilidade torácica;
n parâmetros da ventilação em níveis elevados (FiO2 = 60%; PIP = 27cmH20; PEEP = 12cmH20),
no modo pressão controlada (PCV);
n SpO2 = 98%, frequência respiratória total em torno de 30rpm (com frequência respiratória
programada = 12rpm);
n volume corrente exalado em torno de 320mL (peso do paciente = 66Kg);
n ausculta pulmonar com roncos difusos;
n murmúrio vesicular diminuído à direita e estertores crepitantes em hemitórax direito (mais
evidente em base);
n secreção traqueal com coloração esverdeada em grande quantidade.
104
Aos exames laboratoriais e radiológicos, foram observados:
INDICADORES NA ÁREA DE FISIOTERAPIA NO AMBIENTE HOSPITALAR: PROCESSOS E RESULTADOS

n hemograma característico de processo infeccioso;


n gasometria com pH = 7,25; PaCO2 = 45mmHg; HCO3 = 15mEq/L; BE = -10; PaO2 = 100 (PaO2/
FiO2 = 166,7);
n radiografia torácica com infiltrado intersticial em lobo inferior direito, atelectasia em lobo médio
direito e hiperinsuflação em pulmão esquerdo.

O diagnóstico médico revelou infecção respiratória com pneumonia e prognóstico de risco para a
síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Foram prescritas, após análise semiológica,
antibioticoterapia, sedação e medicamentos vasoativos em doses baixas, dentre outros.

A partir das informações descritas no caso clínico 2, responda às questões a seguir.

17. Caracterize as possibilidades diagnósticas deste caso.

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18. Estabeleça o prognóstico esperado para este caso.

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19. Apresente as recomendações de condutas elegíveis.

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Respostas no final do artigo

n DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Não há dúvidas quanto à validade científica da fisioterapia para pacientes críticos em UTI. A grande
discussão é estabelecer, na forma documental, a sua evidência científica. Assim, o bom senso deve
prevalecer na conduta do profissional dessa área, baseado em evidência científica – da prática
clínica e de estudos factíveis –, propondo que essa atividade profissional deva ser padronizada
na formação do especialista, que envolve a sua conduta no contexto do conhecimento científico
especializado e da interdisciplinaridade ou transdisciplinaridade.
105

PROFISIO SESCAD
LEMBRAR
Todos os estudos que avaliaram o efeito da fisioterapia em pacientes críticos na UTI
identificaram um alto nível de significância científica, verificando-se evidência A –
ensaios clínicos controlados e randomizados – para diminuir o tempo de ventilação
e os dias de permanência na UTI.2,15,19-21

Assim, é possível determinar, quanto aos processos e resultados na área da fisioterapia hospitalar,
os indicadores de qualidade e prognóstico que devem nortear a prática dessa especialidade.

Como indicadores quantitativos, têm-se:

n tempo de internação na UTI;


n tempo de dependência da VPM invasiva;
n incidência de traqueostomia;
n índice de intubação endotraqueal evitável;
n índice de falha do desmame;
n índice de readmissão na UTI;
n medidas de função física – recuperação do exercício funcional e da força muscular;
n indicadores semiológicos – conforto respiratório, desobstrução brônquica, níveis de oxigenação
e ventilação, índices de atelectasias, medidas de função pulmonar.

Como indicadores qualitativos, têm-se:

n sensação de melhora ou de conforto, capacidade de autopercepção do estado funcional após


um ou uma série de atendimentos;
n qualidade de vida e percepção de bem-estar, enfatizando a capacidade funcional para AVD
após a alta hospitalar.

Com base na realidade que cerca a prática clínica do processo fisioterapêutico em UTI, parece
indutivo o entendimento de que só há espaço nesse ambiente para o profissional especialista –
efetivamente hábil para a complexidade da atividade –, que seja capaz de conduzir o processo de
tratamento baseado em evidência científica, utilizando-se de indicadores de resultados e índices
prognósticos como norteadores da prática dessa especialidade.

n RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS


Atividade 4
Resposta: B
Comentário: O diagnóstico fisioterapêutico ou cinesiológico-funcional é um processo dinâmico,
dependente das circunstâncias clinicofuncionais expressas no momento da avaliação. Sua
interpretação provém de uma análise criteriosa do processo avaliativo, que visa a identificar o
fator etiológico do comprometimento funcional para então prescrever a intervenção fisioterapêutica
adequada. No caso em questão, o prognóstico é baseado na história clínica e funcional, atual e
pregressa, no grau de obstrução brônquica, no estado de cooperação e na capacidade funcional
respiratória.
106
Atividade 5
INDICADORES NA ÁREA DE FISIOTERAPIA NO AMBIENTE HOSPITALAR: PROCESSOS E RESULTADOS

Resposta: C
Comentário: Na análise semiológica, a presença de roncos na ausculta pulmonar caracteriza
comprometimento obstrutivo de vias aéreas de grande calibre (até a quinta geração brônquica). A
observação da necessidade de PIP elevadas em pacientes obstrutivos ventilados mecanicamente
decorre do processo obstrutivo por hipersecreção brônquica. O baixo nível de consciência induzida
pela sedação reduz a capacidade vital forçada e, consequentemente, a capacidade de gerar volume
inspiratório e fluxo expiratório para a TRS brônquica. Essas observações semiológicas justificam
as técnicas de hiperinsuflação, compressão torácica e tosse assistida.

Atividade 7
Resposta: D
Comentário: Quanto ao prognóstico específico do processo fisioterapêutico em pacientes críticos,
faz-se necessário antever o que se espera da conduta indicada e o tempo previsto para atingir
essa expectativa, que pode ser em um único atendimento ou mais, dependendo do diagnóstico
estabelecido na avaliação inicial, sem deixar de lado as condições inerentes à prática de outros
profissionais da equipe. Nesse sentido, visando a identificar índices prognósticos preditores de
efetividade da fisioterapia hospitalar, recomenda-se pontuar elementos avaliativos da capacidade
funcional – respiratória e neuropsicomotora – prévia e atual, ou seja, a obstrução das vias aéreas,
o colapso de vias aéreas, o trabalho respiratório, a mobilidade voluntária, as AVD pregressas, a
capacidade de autocuidado e a gravidade da situação clínica.

Atividade 8
Resposta: C
Comentário: O cuidado em saúde, quando exercido com as devidas características de
multiprofissionalismo e interdisciplinaridade, obtém melhores resultados em termos de qualidade
técnica e humana do que as formas usuais de organização do cuidado que estão centradas no
monoprofissionalismo do médico ou na plenipotência de seu saber e de suas técnicas. Assim,
na atualidade, a assistência ao paciente crítico não é centrada no profissional médico, e sim no
processo interdisciplinar, valorizando a autonomia e integrando os conhecimentos, que possuem
ações interdependentes para a busca do resultado final.

Atividade 9
Resposta: C
Comentário: TEP, TRS, posicionamento, mobilização, TMR, exercícios ergométricos e monitoração
são, na atualidade, as possibilidades de condutas fisioterapêuticas desenvolvidas em pacientes
críticos, conforme a literatura atual e a realidade da maior parte dos serviços de fisioterapia no
Brasil. Prescrição de medicamentos, intubação endotraqueal e correção de distúrbios metabólicos
não fazem parte do processo de formação do fisioterapeuta, além de serem caracterizados como
atos específicos do profissional médico.

Atividade 11
Resposta: A
Comentário: A força-tarefa possibilitou a identificação, baseada em evidência, das seguintes metas
para a fisioterapia em terapia intensiva: prevenir o descondicionamento, realizar desobstrução das
vias aéreas, reverter atelectasia, evitar intubação endotraqueal e falha do desmame, que podem
ser recomendados como indicadores na avaliação dos resultados decorrentes dos processos
diagnósticos e terapêuticos em fisioterapia para pacientes críticos.
107

PROFISIO SESCAD
Atividade 12
Resposta: B
Comentário: Os estudos que correlacionaram a eficácia da fisioterapia com índices de falha no
desmame, intubação endotraqueal evitável e readmissão na UTI não podem chegar a essa conclusão
do ponto de vista epidemiológico, exclusivamente para o processo fisioterapêutico, pois o contexto
interdisciplinar tem que ser considerado. Contudo, o processo fisioterapêutico, quando conduzido
com base em evidências científicas e em um serviço de fisioterapia adequadamente gerenciado
e desenvolvido por fisioterapeutas especialistas, interfere de forma positiva e significativa nesses
indicadores, mas não há como independer do contexto multiprofissional.

Atividade 14
Resposta: O diagnóstico fisioterapêutico deste caso é de disfunção respiratória obstrutiva alta –
obstrução mecânica pela queda da língua – das VAS.

Atividade 15
Resposta: O prognóstico esperado para este caso é:
n prognóstico imediato: melhora do quadro agudo da disfunção respiratória e prevenção da

intubação endotraqueal e consequente internação na UTI;


n prognóstico futuro: “reservado”, necessitando de um processo terapêutico interdisciplinar

(fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médicos clínico e neurologista, enfermagem, auxiliar de


enfermagem e cuidadores), com fins de melhora neurológica e funcional e/ou de prevenção
de complicações circulatórias, musculoesqueléticas, infecciosas (broncoaspiração) e outras.

Atividade 16
Resposta: A conduta fisioterapêutica consiste em remover o fator etiológico. Neste caso, foi colocada
uma cânula de Guedel para a anteriorização da língua e a abertura da via aérea, indicado o
posicionamento em decúbito lateral para evitar a queda da língua, orientação aos cuidadores quanto
aos meios de prevenção desta situação (outros posicionamentos) e solicitado encaminhamento
para a fonoaudiologia. Este caso clínico mostra que a fisioterapia respiratória não se resume a
técnicas e recursos, sendo imperiosos a experiência e o conhecimento do especialista, que faz da
complexidade de uma situação clínica a indicação de uma conduta “simples” e resolutiva. A tomada
de decisão, neste caso, foi conduzida com base nas alterações cinesiológicas que desencadearam
o comprometimento funcional, caracterizando o papel do profissional.

Atividade 17
Resposta: O diagnóstico fisioterapêutico deste caso inclui:
n disfunção respiratória obstrutiva (hipersecreção brônquica) e restritiva (infiltrado e *colapso

pulmonar) de etiologia obstrutiva das vias aéreas de grande calibre – hipersecreção brônquica.
(*subdiagnóstico do colapso pulmonar – disfunção respiratória restritiva de etiologia obstrutiva,
por “rolha” de secreção);
n disfunção do condicionamento físico de etiologia do imobilismo decorrente do acamamento;

n risco de acometimento por disfunção pulmonar e neurológica crônica de etiologia por ação da

suplementação de oxigênio e ventilação artificial.

Atividade 18
Resposta: O prognóstico esperado para este caso é:
n prognóstico imediato: favorável à desobstrução brônquica e à reabertura do colapso pulmonar,

possibilitando a adequação dos parâmetros da ventilação mecânica para níveis menores e de


menor risco para a lesão pulmonar;
108
prognóstico futuro: favorável ao processo de desmame da ventilação mecânica, com vistas à
INDICADORES NA ÁREA DE FISIOTERAPIA NO AMBIENTE HOSPITALAR: PROCESSOS E RESULTADOS
n

redução do tempo de dependência da prótese ventilatória e à redução do tempo de permanência


na UTI –, e favorável à prevenção de disfunções inerentes ao imobilismo e ao uso da ventilação
artificial, necessitando sempre de um adequado sincronismo interdisciplinar.

Atividade 19
Resposta: A conduta fisioterapêutica para este caso consiste em:
1) remover o fator etiológico primário, por meio de TRS para vias aéreas proximais (fluxo expiratório
rápido, tosse assistida, aspiração de tubo orotraqueal – TOT – e de VAS);
1.1) quanto ao subdiagnóstico:
a) posicionamento em decúbito lateral esquerdo associado a manobras de TEP e terapia de higiene
brônquica (THB), recomendadas para pacientes cooperativos com baixa capacidade vital, seguido,
caso necessário, de aspiração endotraqueal;
2) iniciar atividade motora – manter decúbito elevado (60º) ou ortostatismo passivo, mobilização
ativa de extremidades, alongamento estático e propriocepção articular;
3) monitoração contínua para controle dos níveis ofertados de oxigênio, pressões positivas e
volumes correntes. Neste caso, com o sucesso das condutas 1 e 2, deverão ser reduzidas a FiO2
e a PEEP (em níveis suficientes para manter a SpO2 entre 90 e 94%), a PIP em um nível suficiente
para manter uma adequada expansibilidade torácica e um volume corrente exalado em torno de
8mL/kg (suficiente para manter a PaCO2 em um nível adequado);
4) identificar, junto com a equipe da UTI, médicos e enfermeiros, o momento certo para início do
processo de desmame e retirada da ventilação mecânica, estabelecendo um protocolo definido e
familiarizado com a equipe, que, de preferência, seja gerenciado pela de fisioterapia.

O processo fisioterapêutico adotado no caso clínico 2 refere-se ao processo avaliativo observado


naquele momento. Assim, os diagnósticos e as condutas serão modificados em momentos
posteriores, conforme a evolução clinicofuncional do paciente, que será expressa em cada momento
avaliativo. É muito importante pensar no processo terapêutico de forma interdisciplinar, almejando
pelo melhor resultado, que necessita da interação dos cuidados médicos, de enfermagem e de
outros profissionais envolvidos (fonoaudiólogo, nutricionista, etc.).

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