Controle Higiênico Sanitário
Controle Higiênico Sanitário
Controle Higiênico Sanitário
Higiênico
Sanitário
Prof.ª Marla de Paula Lemos
Indaial – 2020
1a Edição
Elaboração:
Prof.ª Marla de Paula Lemos
L557c
ISBN 978-85-515-0456-7
CDD 613.2
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Prezado acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Controle Higiênico Sanitário!
Este livro tem como objetivo oportunizar ao aluno o aprendizado quanto às Boas
Práticas na Produção de Alimentos, atendendo ao conjunto de atividades relacionadas
à Segurança dos Alimentos e que fazem parte das atribuições do Nutricionista.
O livro didáico está dividido em três unidades, cada qual com objetivos,
conteúdos, resumos, atividades de estudo, além de leituras complementares.
QR CODE
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e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR
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ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 203
UNIDADE 1 —
PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES
SANITÁRIAS E BOAS
PRÁTICAS NA PRODUÇÃO
DE ALIMENTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 —
LEGISLAÇÃO SANITÁRIA DOS ALIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de controle higiênico sanitário
que abordará conteúdo essencial para a formação do profissional nutricionista na área
de atuação em Alimentação Coletiva (Unidades de Alimentação e Nutrição – UAN,
restaurantes comerciais, bufê de eventos, serviços de ambulante de alimentação), a
indústria de alimentos e à comercialização e distribuição de alimentos.
3
2 CODEX ALIMENTARIUS
O Codex Alimentarius (do latim Lei ou Código dos Alimentos) surgiu a partir de um
Programa Conjunto da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), criado em 1963, com o objetivo de
estabelecer normas internacionais na área de alimentos, incluindo padrões, diretrizes
e guias sobre boas práticas e de avaliação de segurança e eficácia. Seus principais
objetivos são proteger a saúde dos consumidores e garantir práticas legais de comércio
entre os países (ANVISA, 2016).
4
O Art. 9º, em consonância ao disposto nos incisos I a X do artigo 6º, compete a
cada uma das esferas de governo do Sistema Único de Saúde:
5
FIGURA 1 – EXEMPLOS DE LOCAIS DE ATUAÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA
AMBULATÓRIOS
LIXO RADIOATIVO
ESSAS PALAVRAS,
EXPRESSÕES E SITUAÇÕES AS SOLUÇÕES EM COMUM
TÊM MAIS PROBLEMAS PODEM SER DEFINIDAS COMO
EM COMUM DO QUE
PODERÍAMOS IMAGINAR VIGILÂNCIA SANITÁRIA
A VACA LOUCA
PRAZOS DE VALIDADE VENCIDOS
SALÕES DE BELEZA
ABATE CLANDESTINO
INTERDIÇÃO DE PRODUTOS DE AMENDOIM
E
DESPEJOS DE CARGA TÓXICA
MILHO DE PIPOCA
NOTA
Você sabia que os auditores da vigilância sanitária têm Poder de Polícia?
Fiscalizar, autuar, interditar são atos que se efetivam no Poder de Polícia...
FONTE: <https://www.iped.com.br/_upload/galleries/2014/12/18/
vigilncia-sanitria-5493788cb7c9a.jpg>. Acesso em: 22 jul. 2019.
6
Para a ANVISA (2019b) as ações fiscais e administrativas da Vigilância Sanitária
que são tomadas para proteger a população de um risco sanitário podem ser divididas em
dois tipos: medidas preventivas e medidas decorrentes do Processo Administrativo
Sanitário. As medidas preventivas de interesse sanitário são adotadas quando existem
indícios ou evidências suficientes de que uma irregularidade possa causar danos à
saúde. As principais medidas são:
• apreensão e inutilização;
• proibição de distribuição, comércio e uso;
• proibição de divulgação (propaganda);
• suspensão de venda do produto;
• recolhimento do produto;
7
3.1 PORTARIA Nº 1.428 DE 26 DE NOVEMBRO DE 1993
Esta Portaria (BRASIL, 1993) determina que os estabelecimentos relacionados à
área de alimentos adotem, sob responsabilidade técnica, as suas próprias Boas Práticas
de Produção e/ou Prestação de Serviços, seus Programas de Qualidade, e atendam
aos PIQs para Produtos e Serviços na Área de Alimentos, em consonância com o
estabelecido na presente portaria. Estabelece ainda:
8
Os estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos devem
desenvolver, implementar e manter os Procedimentos Operacionais Padronizados – POPs:
9
IMPORTANTE
A resolução RDC nº 52, de 29 de dezembro de 2014, altera a Resolução RDC
nº 216, de 15 de setembro de 2004, nos seguintes itens:
10
3.6 RESOLUÇÕES RELACIONADAS À ROTULAGEM DE
ALIMENTOS
As Resoluções RDC nº 359 e nº 360, de 23 de dezembro de 2003, aplicam-se
à rotulagem nutricional dos alimentos produzidos e comercializados, qualquer que seja
sua origem, embalados na ausência do cliente e prontos para serem oferecidos aos
consumidores (BRASIL, 2003a; BRASIL, 2003b).
Tomou-se como base uma alimentação diária de 2000 kcal, apresentação das
porções também em medidas caseiras e a declaração do valor energético dos seguintes
nutrientes: carboidrato, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans,
fibra alimentar e sódio. Estas legislações não se aplicam às bebidas alcoólicas; aos
aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia; às especiarias; às águas minerais
naturais e às demais águas de consumo humano; aos vinagres; ao sal (cloreto de
sódio); ao café, erva-mate, chá e outras ervas sem adição de outros ingredientes; aos
alimentos preparados e embalados em restaurantes e estabelecimentos comerciais,
prontos para o consumo; aos produtos fracionados nos pontos de venda a varejo,
comercializados como pré-medidos; às frutas, vegetais e carnes in natura, refrigerados
e congelados; aos alimentos com embalagens cuja superfície visível para rotulagem
seja menor ou igual a 100 cm². Esta exceção não se aplica aos alimentos para fins
especiais ou que apresentem declarações de propriedades nutricionais. Estas resoluções
foram complementadas pela Resolução RDC no 163, de 17 de agosto de 2006 (BRASIL,
2003a; BRASIL 2003b; BRASIL, 2006).
11
4 LEGISLAÇÃO SANITÁRIA RELACIONADA À PRODUÇÃO
DE ALIMENTOS INSPECIONADOS PELO MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA)
Aos estabelecimentos fiscalizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), será necessário considerar a Portaria no 368, de 4 de setembro
de 1997 (BRASIL, 1997b). Este Regulamento estabelece os requisitos gerais (essenciais)
de higiene e de boas práticas de elaboração para alimentos elaborados/industrializados
para o consumo humano. O anexo desta legislação descreve os requisitos essenciais
das instalações destes estabelecimentos e da matéria-prima, o transporte, a qualidade
da água utilizada, o controle de pragas e vetores urbanos, o processo de higienização, a
higiene pessoal dos manipuladores de alimentos, o processo de produção, a embalagem
e a distribuição dos produtos elaborados/industrializados (BRASIL, 1997b).
12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
13
AUTOATIVIDADE
1 O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, distribuído entre o nível Federal (ANVISA),
Estadual e Municipal tem como objetivo primordial promover e proteger a saúde da
população e serem capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir
nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção, da circulação
de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. Neste contexto, analise as
questões a seguir:
14
2 Sobre as principais legislações relacionadas à boas práticas na produção de alimentos,
relacione as colunas:
15
16
UNIDADE 1 TÓPICO 2 —
BOAS PRÁTICAS NA
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
Estudaremos, neste tópico, os procedimentos de Boas Práticas na produção
de alimentos preconizados pelas legislações sanitárias dos alimentos já abordadas no
Tópico 1. Contemplaremos, também, conteúdos complementares de alguns autores
importantes deste segmento. Assim, além das legislações, as bibliografias básicas que
mais serão utilizadas serão o Manual ABERC de práticas de elaboração e serviços de
refeições para coletividades 2015 (ABERC, 2015) e o livro Manual de controle higiênico-
sanitário em alimentos (SILVA JÚNIOR, 2014).
2 CONCEITOS
Segundo a Resolução RDC nº 216/2004, boas práticas são procedimentos que
devem ser adotados por serviços de alimentação a fim de garantir a qualidade higiênico-
sanitária e a conformidade dos alimentos com a legislação sanitária. Esta resolução
conceitua também o termo “Serviço de alimentação”, englobando o estabelecimento
onde o alimento é manipulado, preparado, armazenado e ou exposto à venda, podendo
ou não ser consumido no local. Ex.: cantinas, bufês, comissárias, confeitarias, cozinhas
industriais, cozinhas institucionais, lanchonetes, padarias, restaurantes, entre outros
(BRASIL, 2004).
17
É importante ressaltar que existem várias denominações para os Serviços de
alimentação. Quando a clientela é definida, denominamos Unidade de Alimentação e
Nutrição (UAN). Temos como exemplo, os restaurantes de indústrias, hospitais, escolas
etc. Por outro lado, quando o cliente é ocasional, utilizamos o termo Unidade Produtora de
Refeições (UPR). Utilizaremos estas diversas denominações no decorrer deste caderno.
18
ATENÇÃO
Você sabia que a estrutura física e funcional de uma UAN deve conter áreas
seguindo uma marcha linear de produção (recebimento → armazenamento
→ pré-preparo → cocção → distribuição), obedecendo a um fluxo coerente de
produção, evitando cruzamento que comprometa a qualidade das refeições?
FONTE: <https://zanottirefrigeracao.com.br/blog/wp-content/uploads/cozinha-funcional-1024x426.jpg>.
Acesso em: 23 jan. 2020.
19
A ventilação deve garantir a renovação do ar e a manutenção do ambiente livre
de fungos, gases, fumaça, pós, partículas em suspensão, condensação de vapores
dentre outros que possam comprometer a qualidade higiênico e sanitária do alimento.
O fluxo de ar não deve incidir diretamente sobre os alimentos (BRASIL, 2004). Para
operações em UAN, considera-se compatível uma temperatura de 22o a 26o com uma
umidade relativa de 50 a 60%. Sugere-se a instalação de coifas e exaustores para
ajudar na redução da temperatura e odores no ambiente (SILVA JÚNIOR, 2014). Quanto
à sonorização, Silva Júnior (2014, p. 254) diz que:
Com relação à cor utilizada em UAN, deve-se dar preferência a cores claras,
como branco, creme, areia e outras, a fim de possibilitar verificar o nível de limpeza
e não causar desconforto aos colaboradores. A Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) fixou cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para
prevenir acidentes. O vermelho é utilizado para identificar perigo, muito usado em
áreas de alarme, hidrantes, extintores de incêndio; o amarelo para indicar cuidado e
atenção (portas baixas, corrimão); o verde indica segurança sendo usado em caixas e
equipamentos de socorro e urgência, quadro de avisos (ABERC, 2015).
20
4.1.3 As instalações físicas como piso, parede e teto devem possuir
revestimento liso, impermeável e lavável. Devem ser mantidos
íntegros, conservados, livres de rachaduras, trincas, goteiras,
vazamentos, infiltrações, bolores, descascamentos, dentre
outros e não devem transmitir contaminantes aos alimentos.
4.1.4 As portas e as janelas devem ser mantidas ajustadas aos
batentes. As portas da área de preparação e armazenamento
de alimentos devem ser dotadas de fechamento automático. As
aberturas externas das áreas de armazenamento e preparação
de alimentos, inclusive o sistema de exaustão, devem ser
providas de telas milimetradas para impedir o acesso de vetores
e pragas urbanas. As telas devem ser removíveis para facilitar a
limpeza periódica.
4.1.5 As instalações devem ser abastecidas de água corrente e dispor
de conexões com rede de esgoto ou fossa séptica. Quando
presentes, os ralos devem ser sifonados e as grelhas devem
possuir dispositivo que permitam seu fechamento.
4.1.6 As caixas de gordura e de esgoto devem possuir dimensão
compatível ao volume de resíduos, devendo estar localizadas
fora da área de preparação e armazenamento de alimentos e
apresentar adequado estado de conservação e funcionamento
(BRASIL, 2004, s.p.).
21
Área para armazenamento de mercadorias à temperatura ambiente: esta
área destina-se ao armazenamento de alimentos à temperatura ambiente. Também
pode ser chamada de estoque, despensa ou almoxarifado. Deve localizar-se junto à
área de recepção e ser acessível à de pré-preparo, evitando o transporte de gêneros por
longas distâncias. Deve-se ter porta única, larga e alta, com molas ou similar; borrachas
de vedação na parte inferior das portas; piso em material lavável e resistente; não
existência de ralo para escoamento de água; boa iluminação; ventilação que promova
ampla circulação de ar entre as mercadorias; janelas e aberturas com telas milimétricas e
removíveis, temperatura não superior a 26o e umidade relativa entre 50 e 60% (NONINO;
FERREIRA; TANAKA, 2012).
22
Área para pré-preparo e preparo: este local é destinado às operações
preliminares de preparo como os cortes e temperos de carnes, higienização dos
hortifrutícolas; pré-preparo de massas e sobremesas. Para evitar a contaminação
cruzada, esta área deve ser dividida em subáreas a saber: área para pré-preparo de
carnes vermelhas, aves e pescados; área para o preparo de hortifrutícolas; área para
massas e sobremesas; área para outros preparos como lanches, cafés, desjejum etc.
(ABERC, 2015).
Área para cocção e reaquecimento: esta área deve situar-se entre as áreas de
pré-preparo e a expedição/distribuição das preparações. Nesta área devem permanecer
apenas os equipamentos necessários à cocção evitando a instalação de refrigeradores
ou congeladores porque o calor excessivo pode comprometer o funcionamento de seus
motores, além de proporcionar choque térmico de temperatura aos trabalhadores deste
setor, prejudicando a saúde destes. É importante que se tenha nesta área uma pia de
higienização das mãos (ABERC, 2015).
23
Área para higiene das mãos: em todas as áreas de manipulação devem existir
locais exclusivos para a higienização das mãos (lavagem e antissepsia). Estes locais
devem contar com lavatórios exclusivos para higiene das mãos; os lavatórios devem
possuir sabonete líquido inodoro antisséptico ou sabonete líquido inodoro e produto
antisséptico, toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro de
secagem das mãos e coletor de papel, acionado sem contato manual (BRASIL, 2004). É
necessário ainda, cesto com tampa acionada sem o uso das mãos; cartazes instrutivos
de como higienizar as mãos. A Figura 4 apresenta imagens de lavatórios de higienização
das mãos.
24
Área para higienização de utensílios usados no processamento: esta área
deve ser separada e isolada da área de processamento e ser, preferencialmente,
delimitada por parede, sem prejuízo na iluminação e ventilação. Necessita ser provida
de água quente e fria, sistema de drenagem bem dimensionado, local para dispor os
utensílios que aguardam higienização, cubas profundas e espaço suficiente para guardar
peças e utensílios limpos (prateleiras gradeadas para escorrimento). O retorno dos
utensílios sujos não pode oferecer risco de contaminação aos utensílios já higienizados
e guardados (ABERC, 2015).
25
Para Nonino, Ferreira e Tanaka (2012), os principais equipamentos utilizados
(Figura 6) nesta area são compostos por balcão térmico, balcão de refrigeração, estufa ou
pass-through, refresqueiras, bebedouros, utensílios de mesa e geladeiras para bebidas.
No caso do balcão térmico ser do tipo banho-maria, a água deve ser mantida entre 80 e
90 oC. A estufa ou pass-through a 65 oC e o balcão refrigerado a 10 oC. Mesas e cadeiras
para acomodar os clientes devem proporcionar conforto e circulação adequada.
FONTE: <https://static.wixstatic.com/media/5ab214_1ef4decbf95b4249a3cacc5a8cee6766~mv2.jpg/v1/
fill/w_626,h_343/5ab214_1ef4decbf95b4249a3cacc5a8cee6766~mv2.jpg>. Acesso em: 27 jan. 2020.
DICA
Quanto à tecnologia para aquecimento dos balcões, além
do aquecimento tradicional através de banho-maria, existe
a resistência seca. Esta, aquece em apenas 10 minutos, ao
contrário do banho-maria que deve ser aquecido com muita
antecedência para a água chegar a temperatura de 80 a 90 oC.
Também dispensa o processo de abastecer e retirar a água a
cada utilização. Não libera vapor, mantendo o ambiente seco. Por
outro lado, deve-se ter o cuidado de não deixar as cubas com os
alimentos muito tempo expostos, pois ocorre o ressecamento
dos alimentos.
26
Área para sala da administração: recomenda-se que esta área esteja situada
em local estratégico para facilitar a supervisão das operações do processamento das
refeições. Se possível, que tenha visão para a distribuição. As paredes a partir de 1 metro
devem ter vidro para facilitar a visibilidade de todo o processo (NONINO; FERREIRA;
TANAKA, 2012).
Área para depósito de resíduos: esta área deve ser localizada em ponto que
facilite a remoção diária dos resíduos, de dimensão compatível com as quantidades
geradas, ser fechada e revestida de material lavável. É importante que seja dotada de
esguicho de pressão com água fria e quente para a higienização das lixeiras e do próprio
local. Sendo possível, deve ser climatizada a 10 oC (ABERC, 2015).
Área para depósito de materiais de limpeza: este setor deve ser exclusivo
para a guarda de materiais e objetos de limpeza, tais como vassouras, rodos, esfregões,
panos de chão, baldes e outros. Devem ser higienizados e guardados em área própria de
maneira que não provoquem a contaminação dos alimentos, utensílios e equipamentos.
Esta área deve ser provida de um tanque, máquina de lavar roupa, água quente e fria
(ABERC, 2015).
27
3.3 CONTROLE DE PRAGAS E VETORES URBANOS
Para Silva Júnior (2014) as pragas urbanas são constituídas por uma série
de espécies de insetos, mamíferos e aves que se desligaram do habitat natural,
agregando-se ao homem estimulados por suas práticas inadequadas de ocupação do
solo, de armazenagem, manejo e destino do lixo, de maus hábitos de higiene, falta de
saneamento básico, ausência de técnicas de armazenagem de alimentos. Podemos
classificar de uma forma empírica as pragas em 4 grupos principais: insetos rasteiros,
os insetos voadores, os roedores e as aves.
28
e em adequado estado de higiene e conservação, devendo
estar devidamente tampado. O reservatório de água deve ser
higienizado, em um intervalo máximo de seis meses, devendo ser
mantidos registros da operação (BRASIL, 2004, s.p.).
O manipulador de alimentos pode ser responsável por até 97% dos casos de
Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), que envolvem a produção de refeições e
alimentos. Entre as condutas dos manipuladores de alimentos que frequentemente
estão associadas aos surtos, destaca-se a higiene inadequada das mãos e a falta de
higiene pessoal (ABERC, 2015).
30
Lavar as mãos nas seguintes situações:
ao chegar ao trabalho;
após utilizar os sanitários;
depois de tossir, espirrar ou assoar o nariz;
depois de usar esfregões, panos e materiais de limpeza;
depois de fumar;
depois de recolher lixo e outros resíduos;
depois de tocar em sacarias, caixas, garrafas e alimentos não higienizados ou crus;
depois de pegar em dinheiro ou tocar nos sapatos;
depois de qualquer interrupção no serviço, especialmente entre alimentos crus e
cozidos;
antes de manipular alimentos;
antes de iniciar um novo serviço;
antes de tocar em utensílios higienizados;
antes de tocar em alimentos já preparados;
antes e após o uso de luvas;
toda vez que mudar de atividade; e
sempre que as mãos estiverem sujas (ABERC, 2015).
31
NOTA
Quanto ao processo de higienização das mãos, atenção às orientações
a seguir:
IMPORTANTE
Cuidado ao higienizar as mãos para garantir que todas as áreas
estejam bem higienizadas!
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/-nd3jVZSh31E/U4R2GsemFxI/AAAAAAAAAZY/afS2HB6CLAs/s1600/
higiene04.gif>. Acesso em: 27 jan. 2020.
32
Uso de luvas
33
FIGURA 10 – LUVAS PARA MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS E LIMPEZA
Uso de máscaras
34
A Vigilância Sanitária, através do controle médico e laboratorial, exige que o
manipulador de alimentos não seja portador aparente ou inaparente de doenças
infecciosas ou parasitárias. A periodicidade dos exames é determinado pela Vigilância
Sanitária do Município, exige, também, que não seja permitida a manipulação de
alimentos por funcionários que apresentem patologias ou lesões de pele, mucosa e
unhas; feridas ou cortes nas mãos e braços; distúrbios gastrintestinais (diarréia) agudo
ou crônicos; infecções pulmonares, oculares ou orofaríngeas; dentes destruídos por
cáries e periodontites (inflamação das gengivas) (ABERC, 2015).
35
Capacitação dos manipuladores de alimentos
NOTA
Você sabia que a higienização eficiente (HE) é o resultado da interrelação
entre as energias químicas, mecânica e térmica, além do tempo de duração do
procedimento, ou seja:
36
FIGURA 12 – CICLO DE SINNER
FONTE: <https://whiteningmultiservicos.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2018-10-18-
importancia-do-c%C3%ADrculo-de-sinner-para-a-limpeza-variaveis.jpg>. Acesso em: 27 jan. 2020.
Limpeza:
Desinfecção:
37
Quanto à desinfecção, o autor cita duas formas para este processo, por meio
físico e químico. Por meio físico, ocorre através do calor, podendo ser por vapor a 93 oC
por 5 minutos; água quente a 77 oC por 2 minutos ou ar quente com exposição por 20
minutos a 90 oC. Quanto à desinfeção por meio químico, ABERC (2015) apresenta no
quadro 2, os principais produtos e concentrações.
INTERESSANTE
Na opção do álcool 70%, não é necessário o enxágue após sua aplicação.
Já para os demais desinfetantes, o enxágue é obrigatório (ABERC, 2015).
38
4.2.7 Os funcionários responsáveis pela atividade de higienização das
instalações sanitárias devem utilizar uniformes apropriados e
diferenciados daqueles utilizados na manipulação de alimentos
(BRASIL, 2004, s.p.).
NOTA
É proibido varrer a seco os pisos das áreas de manipulação e
processamento. Na desinfecção química, deixar o desinfetante em
contato, no mínimo, 15 minutos ou de acordo com o fabricante.
• desligar da tomada;
• desmontar o equipamento retirando suas partes removíveis;
• lavar estar partes com solução, detergente e esponja;
• enxaguar em água corrente;
• fazer a desinfeção: imergir ou borrifar solução clorada 200 ppm, deixando em contato
por 15 minutos ou utilizar álcool 70%, na forma líquida ou gel;
• deixar secar naturalmente;
• higienizar a seco as partes fixas, fios e tomadas;
• finalizar com pano embebido em solução clorada a 200 ppm ou álcool 70%;
• montar o equipamento.
39
IMPORTANTE
O Processo de higienização de uma UAN/UPR não contempla
a esterilização que é a eliminação total dos microrganismos,
inclusive os esporulados. Para o processo de esterilização,
são necessários autoclaves. A esterilização é necessária em
ambientes de alto risco como centros cirúrgicos e consultórios
odontológicos.
40
3.7 CRITÉRIOS DE SEGURANÇA NA PRODUÇÃO DE
ALIMENTOS
Produzir alimentos seguros, que não coloquem em risco a saúde e integridade
física e emocional do consumidor, tem sido um grande desafio para as UAN/UPR. A
falta de controle nos processos em todas as etapas de produção podem trazer diversas
consequências para o estabelecimento, como prejuízos, perda de matérias-primas, não
atendimento às conformidades da Vigilância Sanitária, tornando os alimentos veículos
causadores de Doenças Transmitidas por Alimentos para os consumidores (VALE, 2015).
Aquisição de mercadorias
Para tanto, faz-se necessário a visita técnica ao fornecedor como subsídio para
a qualificação e triagem do mesmo, não considerando apenas o preço (ABERC, 2015). O
Tópico 3, da Unidade 2, apresentará um modelo de checklist para acompanhar a visita.
No Anexo da Resolução nº 275/2002 do MS, também consta um roteiro de observação
que pode ser seguido.
41
FIGURA 14 – ESQUEMA PARA AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES
ENTREVISTA
CADASTRAMENTO
VISITA TÉCNICA
APROVAÇÃO
Recebimento de mercadorias
42
QUADRO 4 – TEMPERATURAS RECOMENDADAS PARA O RECEBIMENTO DA MATÉRIA-PRIMA
MATÉRIA-PRIMA TEMPERATURA
Carnes refrigeradas (bovinas, suinas e aves) Até 6 oC com tolerância até 7 oC
Pescados 3 oC ou de acordo com o fabricante
Frios, embutidos, industralizados Até 10 oC ou de acordo com o fabricante
Hortifritícolas in natura Temperatura ambiente
Laticínios e derivados Até 10 oC ou de acordo com o fabricante
Massas frescas 6 oC com tolerância até 7 oC
Produtos congelados (carnes, peixe, hortifruti, sucos etc.) - 18 oC com tolerância até -12 oC
Produtos refrigerados 6 oC com tolerância até 7 oC
Produtos “estoque seco” Temperatura ambiente
Produtos industrializados Registrada na embalagem
Produtos Salgados, defumados e curados Registrada na embalagem
Sobremesas refrigeradas Até 5 oC ou de acordo com o fabricante
Sucos concentrados resfriados Até 10 oC ou de acordo com o fabricante
Armazenamento de mercadorias
Segundo Silva Júnior (2014), nas UAN/UPR, são considerados três tipos de
armazenamento, sendo eles, estoque à temperatura ambiente, sob refrigeração e sob
congelamento. Seguir os critérios:
• a disposição dos produtos deve seguir a regra, primeiro que vence é o primeiro que
sai (PVPS);
• manter a organização dos alimentos de acordo com o tipo de produtos (enlatados,
farinaceos, grãos etc.);
• tudo deve estar devidamente identificado e protegido;
• alimentos não devem ficar armazenados com produtos de limpeza;
• produtos descartáveis devem estar separados dos produtos já citados;
• não deve existir nenhuma caixa de madeira em nenhuma area;
• evitar caixas de papelão no estoque e retirá-las das áreas de armazenamento sob ar
frio, a menos que seja um local exclusive para este fim (frízer exclusivo);
• todas as mercadorias devem estar apoiados sobre estrados ou prateleiras, afastados
do chão em 25 cm e da parede no mínimo 10 cm. Respeitar o espaçamento mínimo
necessário que garanta a circulação de ar;
43
• monoblocos, caixas plásticas, entre outros, não devem ser arrastados pelo piso, e
sim, carregados à mão ou com auxílio de carrinho;
• proteger os alimentos com saco plástico apropriado (nunca saco de lixo);
• observar a data de validade dos produtos. Nunca utilizar produtos vencidos;
• ao empilhar produtos prontos para o consume, proteger com plástico próprio ou
papel impermeável (papel manteiga);
• manter o monitoramento de temperatura dos equipamentos com temperatura
controlada;
• as etiquetas de identificação deverão conter pelo menos o nome do produto, data de
fracionamento ou preparo e data de validade;
• a temperatura ambiente do estoque seco deve estar entre 22 e 26 oC e a umidade
relativa entre 50 e 60%.
PRODUTOS TEMPERATURA
Pescados e seus produtos crus até 2 oC por 72 horas
Pescados pós-cocção até 2 oC por 48 horas
Maionese e misturas com maionese até 4 oC por 72 horas
Hortifruti higienizado, fracionado ou descascado, sucos e polpas até 5 oC por 72 horas
Produtos cárneos (exceto pescados)
Sobremesas, frios, laticínios manipulados até 4 oC por 72 horas
Alimentos pós-cocção (exceto pescados)
Ovos, frutas e legumes até 10oC por 7 dias
44
Etapa de pré-preparo
NOTA
Já está disponível no mercado outros produtos de higienização dos
vegetais além da solução clorada, com tempo de exposição bem menor
e sem necessidade de enxágue. Verifique esta possibilidade também!
• Descongelamento:
45
O descongelamento é facilitado quando o peso da porção do alimento a ser
descongelado não ultrapassa 2 kg e, possui uma altura de até 10 cm (ABERC, 2015).
• Dessalgue (ABERC 2015): nesta etapa, as carnes salgadas devem ser submetidas à
retirada do sal sob condições seguras, que pode ser em água portável sob refrigeração
a 5 oC ou sob fervura.
Etapa de cocção
Etapa de resfriamento
Coleta de amostras
47
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
48
AUTOATIVIDADE
1 Sobre o recebimento dos alimentos, assinale verdadeiro (V) ou falso (F):
I- A desinfecção também pode ser feita por métodos físicos como água fervente e vapor.
II- Etapas da higienização: limpeza + desinfecção.
III- A máquina de lavar louça esteriliza os utensílios.
IV- Produtos sanitizantes: quaternários de amônia, hipoclorito de sódio, iodo, álcool
96oGL.
49
50
UNIDADE 1 TÓPICO 3 —
INSTRUMENTOS PARA A INSPEÇÃO
SANITÁRIA NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
– CHECKLIST
1 INTRODUÇÃO
Este tópico apresentará uma grande ferramenta para a prática de inspeção
sanitária em UAN/UPR, que são os roteiros de observação das boas práticas na produção
de alimentos, também chamados de checklist higiênico-sanitário ou lista de verificação,
entre outras denominações.
NOTA
As melhorias sugeridas após a aplicação do roteiro de observação
podem ser descritas em quatro grupos: melhorias estruturais;
pessoais; operacionais e documentais. Os planos de ação devem
ser apresentados com prazos de aplicação, considerando a
execução de forma imediata, curto prazo, médio prazo. O que é
emergencial deverá ser feito de imediato e as demais melhorias
podem ser agendadas.
51
2 EXEMPLOS DE ROTEIROS DE OBSERVAÇÃO DAS BOAS
PRÁTICAS NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
Algumas legislações oferecem um roteiro de observação contemplando
os requisitos exigidos pela referida legislação como é o caso da Resolução RDC nº
275/2002, que traz no Anexo 1 a lista de verificação das boas práticas de fabricação em
estabelecimento produtores/industrializadores de alimentos (BRASIL, 2002).
Como a Resolução RDC nº 216/2004 (MS), voltada para as boas práticas nos
serviços de alimentação não apresentam um roteiro de observação. Saccol, Stangarlin e
Hecktheuer (2012) apresentam um modelo que pode ser seguido. A vigilância Sanitária
do Estado de Santa Catarina também desenvolveu um roteiro de observação com
foco nesta legislação federal, e, é este roteiro que apresentaremos neste tópico como
exemplo a ser aplicado nas verificações das condições higiênico-sanitárias das UAN/
UPR avaliadas.
52
B – AVALIAÇÃO SIM NÃO NA (*)
1. EDIFICAÇÃO E INSTALAÇÕES
1.1 AREA EXTERNA:
1.1.1 Área externa do estabelecimento, livre de objetos em desuso ou
estranhos ao ambiente.
1.2 ACESSO:
1.2.1 Controlado, independente, não comum a outros usos (habitação etc.).
1.3 AREA INTERNA:
1.3.1 Área interna do estabelecimento, livre de objetos em desuso ou
estranhos ao ambiente, sem a presença de animais.
1.4 PISO:
1.4.1 Revestimento liso, impermeável e lavável.
1.4.2 Em adequado estado de conservação (livre de trincas, rachaduras,
infiltrações e outros).
1.5 TETOS:
1.5.1 Revestimento liso, impermeável e lavável.
1.5.2 Em adequado estado de conservação (livre de trincas, rachaduras,
infiltração, goteiras, vazamentos, bolores, descascamentos e outros).
1.6 PAREDES E DIVISÓRIAS:
1.6.1 Revestimento liso, impermeável e lavável.
1.6.2 Em adequado estado de conservação (livre de trincas, rachaduras,
infiltrações, bolores, descascamentos e outros).
1.7 PORTAS:
1.7.1 Ajustadas aos batentes.
1.7.2 Portas da área de preparação e armazenamento de alimentos, dotadas
de fechamento automático.
1.7.3 Portas externas das áreas de armazenamento e preparação de
alimentos, providas de telas milimetradas para impedir o acesso de vetores
e pragas urbanas.
1.7.4 Telas removíveis e limpas.
1.8 JANELAS E OUTRAS ABERTURAS:
1.8.1 Ajustadas aos batentes.
1.8.2 Janelas e outras aberturas das áreas de armazenamento e preparação
de alimentos, inclusive o sistema de exaustão, providas de telas
milimetradas para impedir o acesso de vetores e pragas urbanas.
1.8.3 Telas são removíveis e estão limpas.
1.9 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS E VESTIÁRIOS:
1.9.1 Instalações sanitárias e vestiários sem comunicação direta com a área
de preparação e armazenamento de alimentos ou refeitórios.
1.9.2 Mantidos organizados e em adequado estado de conservação.
1.9.3 Portas externas dotadas de fechamento automático.
1.9.4 Instalações sanitárias com lavatórios e supridas de produtos
destinados à higiene pessoal tais como papel higiênico, sabonete líquido
inodoro antisséptico ou sabonete líquido inodoro e produto antisséptico
e toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro para
secagem das mãos.
1.9.5 Coletores dos resíduos dotados de tampa e acionados sem contato
manual.
53
B – AVALIAÇÃO SIM NÃO NA (*)
1.10 LAVATÓRIOS NA ÁREA DE MANIPULAÇÃO:
1.10.1 Existência de lavatórios exclusivos para a higiene das mãos na área
de manipulação, em posições estratégicas em relação ao fluxo de preparo
dos alimentos e em número suficiente de modo a atender a toda a área
de preparação.
1.10.2 Lavatórios em condições de higiene, dotados de sabonete líquido
inodoro antisséptico ou sabonete líquido inodoro e produto antisséptico,
toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro de
secagem das mãos e coletor de papel, acionados sem contato manual.
1.11 ILUMINAÇÃO E INSTALAÇÃO ELÉTRICA:
1.11.1 Iluminação da área de preparação proporcionando a visualização
de forma que as atividades sejam realizadas sem comprometer a higiene
e as características sensoriais dos alimentos.
1.11.2 Luminárias localizadas sobre a área de preparação dos alimentos
apropriadas e protegidas contraexplosão e quedas acidentais.
1.11.3 Instalações elétricas embutidas ou protegidas em tubulações externas
e íntegras de tal forma a permitir a higienização dos ambientes.
1.12 VENTILAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO:
1.12.1 Ventilação garantindo a renovação do ar e a manutenção do
ambiente, livre de fungos, gases, fumaça, pós, partículas em suspensão,
condensação de vapores dentre outros que possam comprometer a
qualidade higiênico-sanitária do alimento.
1.12.2 Não incidência do fluxo de ar diretamente sobre os alimentos.
1.12.3 Equipamentos e filtros para climatização conservados.
1.12.4 Limpeza dos componentes do sistema de climatização, troca de
filtros, manutenção programada e periódica destes, registradas e realizadas
conforme legislação específica.
1.13 HIGIENIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES:
1.13.1 Operação de higienização realizadas por funcionários
comprovadamente capacitados.
1.13.2 Higienização das instalações adequada e com frequência.
1.13.3 Instalações mantidas em condições higiênico-sanitárias apropriadas.
1.13.4 Operações de limpeza e, se for o caso, desinfecção das instalações
realizadas rotineiramente.
1.13.5 Registro das operações de limpeza realizadas não rotineiramente.
1.13.6 Produtos saneantes utilizados, regularizados no Ministério da Saúde.
1.13.7 Diluição, o tempo de contato e modo de uso/aplicação dos produtos
saneantes obedecem às instruções recomendadas pelo fabricante.
1.13.8 Produtos de higienização identificados e guardados em local
reservado para essa finalidade.
1.13.9 Utensílios e equipamentos utilizados na higienização, próprios
para a atividade, conservados, limpos, disponíveis em número suficiente
e guardados em local reservado para essa finalidade.
1.13.10 Utensílios utilizados na higienização de instalações, distintos
daqueles usados para higienização das partes dos equipamentos e
utensílios que entrem em contato com o alimento.
1.13.11 Funcionários responsáveis pela atividade de higienização das
instalações sanitárias utilizam uniformes apropriados e diferenciados
daqueles utilizados na manipulação de alimentos.
54
B – AVALIAÇÃO SIM NÃO NA (*)
1.14 CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS:
1.14.1 Ausência de vetores e pragas urbanas ou qualquer evidência de sua
presença como fezes, ninhos e outros.
1.14.2 Existe um conjunto de ações eficazes e contínuas de controle de
vetores e pragas urbanas, com o objetivo de impedir a atração, o abrigo,
o acesso e ou proliferação dos mesmos.
1.14.3 Em caso de adoção de controle químico, existência de comprovante
de execução do serviço expedido por empresa especializada, conforme
legislação específica, com produtos desinfestantes regularizados pelo
Ministério da Saúde.
1.14.4 Quando aplicado o controle químico, os equipamentos e os
utensílios, antes de serem reutilizados, são higienizados para a remoção
dos resíduos de produtos desinfestantes.
1.15 ABASTECIMENTO DE ÁGUA:
1.15.1 Instalações abastecidas com água corrente.
1.15.2 Utiliza solução alternativa de abastecimento de água com
potabilidade atestada sementralmente mediante laudos laboratoriais.
1.15.3 Gelo é mantido em condição higiênico-sanitária que evite sua
contaminação.
1.15.4 Reservatório de água edificado e ou revestido de materiais que não
comprometam a qualidade da água, livre de rachaduras, vazamentos,
infiltrações, descascamentos entre outros defeitos e em adequado estado
de conservação e higiene e devidamente tampados.
1.16 MANEJO DOS RESÍDUOS:
1.16.1 Dispõem de recipientes para coleta de resíduos de fácil higienização e
transporte devidamente identificados e íntegros, em número e capacidade
suficiente para conter os resíduos.
1.16.2 Resíduos frequentemente coletados e estocados em local fechado e
isolado das áreas de preparação e armazenamento de alimentos.
1.17 ESGOTAMENTO SANITÁRIO:
1.17.1 Dispõe de conexões com rede de esgoto ou fossa séptica.
1.17.2 Ralos sifonados e grelhas com dispositivo que permitam seu
fechamento.
1.17.3 Caixas de gordura e de esgoto com dimensões compatíveis ao
volume de resíduos.
1.17.4 Caixas de gordura e esgoto localizadas fora da área de preparação,
armazenamento de alimentos em adequado estado de conservação e
funcionamento.
1.17.5 Caixas de gordura periodicamente limpas. Descarte dos resíduos
atendendo ao disposto em legislação específica.
1.18 LEIAUTE:
1.18.1 Edificação e instalações projetadas de forma a possibilitar um
fluxo ordenado e sem cruzamentos em todas as etapas da preparação de
alimentos facilitando as operações de manutenção, limpeza e, quando for
o caso, desinfecção.
1.18.2 Dimensionamento da edificação e das instalações compatível com
todas as operações.
1.18.3 Separação entre as diferentes atividades por meios físicos ou por
outros meios eficazes de forma a evitar a contaminação cruzada.
55
OBSERVAÇÕES:___________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
56
B – AVALIAÇÃO
3 MANIPULADORES
3.1 VESTUÁRIO:
3.1.1 Utilização de uniforme compatível com a atividade, conservados e
limpos. Trocados no mínimo diariamente.
3.1.2 Usados exclusivamente nas dependências internas. As roupas e
objetos pessoais guardados, em local específico, e reservado para este fim.
3.1.3 Asseio pessoal: mãos limpas, unhas curtas, sem esmalte ou base, sem adornos (anéis, pulseiras, brincos
etc.). Maquiagem; cabelos presos e protegidos por redes, tocas ou outro acessório apropriado para esse fim,
não sendo permitido o uso de barba.
3.2 HÁBITOS HIGIÊNICOS:
3.2.1 Lavagem cuidadosa das mãos ao chegar ao trabalho, antes e após
a manipulação de alimentos, principalmente após qualquer interrupção,
tocar materiais contaminados, depois do uso de sanitários e sempre que
se fizer necessário.
3.2.2 Manipuladores NÃO fumam, falam desnecessariamente, cantam,
assobiam, espirram, cospem, tossem, comem, manipulam dinheiro ou
NÃO praticam outros atos que possam contaminar o alimento, durante
o desempenho das atividades.
3.2.3 Cartazes de orientação aos manipuladores sobre a correta lavagem
e antissepsia das mãos e demais hábitos de higiene, afixados em locais de
fácil visualização, inclusive nas instalações sanitárias e lavatórios.
3.3 CONTROLE DE SAÚDE:
3.3.1 Existência de registro do controle da saúde dos manipuladores,
realizado de acordo com a legislação específica.
3.3.2 Manipuladores que apresentam lesões e ou sintomas de enfermidades
que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos
afastados da atividade de preparação de alimentos.
3.4 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DOS MANIPULADORES E
SUPERVISÃO:
3.4.1 Existência de supervisão e capacitação periódica em higiene pessoal,
manipulação higiênica de alimentos e em doenças transmitidas por
alimentos.
3.4.2 Possuem registros dessas capacitações.
3.5 VISITANTES:
3.5.1 Visitantes cumprem os mesmos requisitos de higiene e de saúde
estabelecidos para os manipuladores.
OBSERVAÇÕES:__________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
4 MATÉRIAS-PRIMAS, INGREDIENTES E EMBALAGENS
4.1 SELEÇÃO E TRANSPORTE:
4.1.1 Especificação dos critérios para avaliação e seleção dos fornecedores
de matérias-primas, ingredientes e embalagens.
4.1.2 Transporte desses insumos realizado em condições adequadas de
higiene e conservação.
57
B – AVALIAÇÃO SIM NÃO NA (*)
4.2 RECEPÇÃO:
4.2.1 Realizada em área protegida e limpa.
4.2.2 Inspecionados e aprovados na recepção.
4.2.3 Embalagens primárias das matérias-primas e dos ingredientes
integros.
4.2.4 Adoção de medidas para evitar que esses insumos contaminem o
alimento preparado.
4.2.5 Temperatura das matérias-primas e dos ingredientes dos produtos
que necessitem de condições especiais de conservação verificada nas etapas
de recepção e armazenamento.
4.2.6 Lotes reprovados ou com prazo de validade vencida imediatamente
devolvidos ao fornecedor ou devidamente identificados e armazenados
separadamente, sendo determinada a destinação final.
4.3 ARMAZENAMENTO:
4.3.1 Armazenados em local limpo e organizado, de forma a garantir
proteção contra contaminantes.
4.3.2 Adequadamente acondicionados e identificados e sua utilização
respeita o prazo de validade.
4.3.3 Armazenados sobre paletes, estrados e ou prateleiras de material liso,
resistente, impermeável e lavável, respeitando-se o espaçamento mínimo
necessário para garantir adequada ventilação, limpeza e, quando for o
caso, desinfecção do local.
OBSERVAÇÕES:___________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
5 PREPARAÇÃO DO ALIMENTO
5.1 QUANTITATIVO DE FUNCIONÁRIOS:
5.1.1 Quantitativo de funcionários, equipamentos, móveis e ou utensílios
disponíveis compatíveis com volume, diversidade e complexidade das
preparações alimentícias.
5.2 RECIPIENTES PARA COLETA DE RESÍDUOS:
5.2.1 Dotados de tampas e acionados sem contato manual.
5.3 CUIDADOS NA PREPARAÇÃO DO ALIMENTO:
5.3.1 Utilizadas matérias-primas, ingredientes e embalagens em condições
higiênico-sanitárias adequadas e em conformidade com a legislação específica.
5.3.2 Durante a preparação dos alimentos adotadas medidas a fim de
minimizar o risco de contaminação cruzada.
5.3.3 Evita-se o contato direto ou indireto entre alimentos crus, semi-
preparados e prontos para o consumo.
5.3.4 Funcionários que manipulam alimentos crus realizam a lavagem e a
antissepsia das mãos antes de manusear alimentos preparados.
5.3.5 Produtos perecíveis expostos à temperatura ambiente somente pelo
tempo mínimo necessário para a preparação do alimento.
58
B – AVALIAÇÃO SIM NÃO NA (*)
5.4 FRACIONAMENTO DO ALIMENTO:
5.4.1 Após a abertura ou retirada da embalagem original as matérias-
primas e os ingredientes que não forem utilizados em sua totalidade,
são adequadamente acondicionados e identificados com, no mínimo, as
seguintes informações: designação do produto, data de fracionamento e
prazo de validade.
5.4.2 Antes de iniciar a preparação dos alimentos, é realizada adequada
limpeza das embalagens primárias das matérias-primas e dos ingredientes,
quando aplicável, minimizando o risco de contaminação.
5.5 TRATAMENTO TÉRMICO:
5.5.1 Tratamento térmico garante que todas as partes do alimento atinjam
a temperatura de, no mínimo, 70 °C. Temperaturas inferiores podem ser
utilizadas no tratamento térmico desde que as combinações de tempo
e temperatura sejam suficientes para assegurar a qualidade higiênico-
sanitária dos alimentos.
5.5.2 Eficácia do tratamento térmico, avaliada pela verificação da
temperatura e do tempo utilizados e, quando aplicável, pelas mudanças
na textura e cor na parte central do alimento.
5.6 ÓLEOS E GORDURAS:
5.6.1 Existem medidas que garantam que o óleo e a gordura utilizados na
fritura não constituem uma fonte de contaminação química do alimento
preparado.
5.6.2 Aquecidos a temperaturas não superiores a 180 °C.
5.6.3 Substituídos imediatamente sempre que há alteração evidente das
características físico-químicas ou sensoriais, tais como aroma, sabor e
formação intensa de espuma e fumaça.
5.7 DESCONGELAMENTO DOS ALIMENTOS:
5.7.1 Realizado o descongelamento dos alimentos congelados, antes do
tratamento térmico, (excetuando os casos em que o fabricante do alimento
recomenda que o mesmo seja submetido ao tratamento térmico ainda
congelado).
5.7.2 Descongelamento realizado de forma a evitar à multiplicação
microbiana. O descongelamento efetuado em condições de refrigeração
à temperatura inferior a 5 °C (cinco graus Celsius) ou em forno de micro-
ondas quando o alimento for submetido imediatamente à cocção.
5.7.3 Alimentos submetidos ao descongelamento, mantidos sob refrigeração
se não forem imediatamente utilizados, e não são recongelados.
5.8 ARMAZENAMENTO A QUENTE:
5.8.1 Após serem submetidos à cocção, os alimentos preparados são
mantidos em condições de tempo e de temperatura que não favoreçam a
multiplicação microbiana. Para conservação a quente, os alimentos devem
ser submetidos à temperatura superior a 60 °C por, no máximo, seis horas.
59
B – AVALIAÇÃO: SIM NÃO NA (*)
5.9 RESFRIAMENTO DO ALIMENTO:
60
B – AVALIAÇÃO: SIM NÃO NA (*)
6 ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DO ALIMENTO PREPARADO
6.1 CUIDADOS NECESSÁRIOS:
6.1.1 Alimentos preparados mantidos na área de armazenamento ou
aguardando o transporte, identificados e protegidos contra contaminantes.
Na identificação deve constar no mínimo: designação do produto, data de
preparo e prazo de validade.
6.1.2 Armazenamento e o transporte do alimento preparado, da
distribuição até a entrega ao consumo, ocorrem em condições de tempo
e temperatura que não comprometam sua qualidade higiênico-sanitária.
6.1.3 A temperatura do alimento preparado é monitorada durante essas
etapas.
6.2 RECIPIENTES PARA COLETA DE RESÍDUOS:
6.2.1 Dotados de tampas e acionadas sem contato manual.
6.3 TRANSPORTE:
6.3.1 Meios de transporte do alimento preparado higienizados, sendo
adotadas medidas, a fim de garantir a ausência de vetores e pragas urbanas.
6.3.2 Veículos dotados de cobertura para proteção da carga, não
transportando outras cargas que comprometam a qualidade higiênico-
sanitária do alimento preparado.
OBSERVAÇÕES:___________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
7 EXPOSIÇÃO AO CONSUMO DO ALIMENTO PREPARADO
7.1 ÁREA DE EXPOSIÇÃO:
7.1.1 Áreas de exposição do alimento preparado e de consumação ou
refeitório mantidas organizadas e em adequadas condições higiênico-
sanitárias.
7.1.2 Equipamentos, móveis e utensílios disponíveis nessas áreas
compatíveis com as atividades, em número suficiente e em adequado
estado de conservação.
7.1.3 Manipuladores adotam procedimentos que minimizem o risco de
contaminação dos alimentos preparados por meio da antissepsia das mãos
e pelo uso de utensílios ou luvas descartáveis.
7.2 EQUIPAMENTOS DE EXPOSIÇÃO/DISTRIBUIÇÃO:
7.2.1 Equipamentos necessários à exposição ou distribuição de alimentos
preparados sob temperaturas controladas, devidamente dimensionados,
e em adequado estado de higiene, conservação e funcionamento.
7.2.2 Temperatura desses equipamentos regularmente monitorada.
7.2.3 Equipamento de exposição do alimento preparado, na área para
consumo, dispõe de barreiras de proteção que previnam a contaminação,
em decorrência da proximidade ou da ação do consumidor e de outras
fontes.
7.3 UTENSÍLIOS:
7.3.1 Utensílios utilizados na área de consumo do alimento, tais como
pratos, copos, talheres, descartáveis, quando feitos de material não-
scartável, devidamente higienizados e armazenados em local protegido.
61
B – AVALIAÇÃO SIM NÃO NA (*)
7.5 RECEBIMENTO DE DINHEIRO:
7.5.1 Área do serviço de alimentação onde se realiza a atividade
de recebimento de dinheiro, cartões e outros meios utilizados para
o pagamento de despesas, é reservada.
7.5.2 Os funcionários responsáveis por essa atividade não
manipulam alimentos preparados, embalados ou não.
OBSERVAÇÕES: _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
8 DOCUMENTAÇÃO E REGISTRO SIM NÃO NA (*)
8.1 MANUAL DE BPF E POP
8.1.1 Serviço de alimentação dispõe de Manual de Boas Práticas e de
Procedimentos Operacionais Padronizados.
8.1.2 Esses documentos estão acessíveis aos funcionários envolvidos e
disponíveis à autoridade sanitária, quando requerido.
8.1.3 Os POP contêm as instruções sequenciais das operações e a frequência
de execução, especificando o nome, o cargo e ou a função dos responsáveis
pelas atividades. Estão aprovados, datados e assinados pelo responsável
do estabelecimento.
8.2 REGISTROS:
8.2.1 Registros mantidos por período mínimo de 30 dias contados a partir
da data de preparação dos alimentos.
8.3 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS – POP
8.3.1 Higienização das instalações, equipamentos e móveis:
8.3.1.1 Existência de POP estabelecido.
8.3.1.2 POP descrito, sendo cumprido.
8.3.2 Controle integrado de vetores e pragas urbanas:
8.3.2.1 Existência de POP estabelecido para este item.
8.3.2.2 POP descrito, sendo cumprido.
8.3.3 Higienização do reservatório:
8.3.3.1 Existência de POP estabelecido para este item.
8.3.3.2 POP descrito, sendo cumprido.
8.3.4 Higiene e saúde dos manipuladores:
8.3.4.1 Existência de POP estabelecido para este item.
8.3.4.2 POP descrito, sendo cumprido.
OBSERVAÇÕES: _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
62
Os POP referentes às operações de higienização de instalações, equipamentos e móveis devem conter as
seguintes informações: natureza da superfície a ser higienizada, método de higienização, princípio ativo
selecionado e sua concentração, tempo de contato dos agentes químicos e ou físicos utilizados na operação
de higienização, temperatura e outras informações que se fizerem necessárias. Quando aplicável, os POPs
devem contemplar a operação de desmonte dos equipamentos.
Os POPs relacionados ao controle integrado de vetores e pragas urbanas devem contemplar as medidas
preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou a proliferação de vetores e
pragas urbanas. No caso da adoção de controle químico, o estabelecimento deve apresentar comprovante de
execução de serviço fornecido pela empresa especializada contratada, contendo as informações estabelecidas
em legislação sanitária específica.
Os POPs relacionados à higiene e saúde dos manipuladores devem contemplar as etapas, a frequência e
os princípios ativos usados na lavagem e antissepsia das mãos dos manipuladores, assim como as medidas
adotadas nos casos em que os manipuladores apresentem lesão nas mãos, sintomas de enfermidade ou
suspeita de problema de saúde que possa comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos.
Deve-se especificar os exames aos quais os manipuladores de alimentos são submetidos, bem como a
periodicidade de sua execução. O programa de capacitação dos manipuladoresm higiene deve ser descrito,
sendo determinada à carga horária, o conteúdo programático e a freqüência de sua realização, mantendo-se
em arquivo os registros da participação nominal dos funcionários.
C – CONSIDERAÇÕES FINAIS
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
D – CLASSIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
Compete aos órgãos de Vigilância Sanitária estaduais e municipais, em articulação com o órgão
competente no âmbito estadual, a construção do panorama sanitário dos estabelecimentos de
serviço de alimentação, mediante sistematização dos dados obtidos nesse item. O panorama
sanitário será utilizado como critério para definição e priorização das estratégias institucionais
de intervenção.
( ) GRUPO 1 - 76 A 100% de atendimento dos itens ( ) GRUPO 2 - 51 A 75% de atendimento
dos itens ( ) GRUPO 3 - 0 A 50% de atendimento dos itens.
E – RESPONSÁVEIS PELA INSPEÇÃO
Nome e assinatura do responsável Matrícula: Nome e assinatura do
responsável Matrícula:
63
LEITURA
COMPLEMENTAR
AVALIAÇÃO DO CONTROLE HIGIENICOSSANITÁRIO DA PRODUÇÃO DE
ALIMENTOS EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALAR
Andréia C. Zurlini
Cleonice Souza Lupino
Joyce S. C. Nery
Maria Cláudia H. G. Santos
RESUMO
INTRODUÇÃO
64
As Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) são todos os estabelecimentos
onde ocorre a manipulação e processamento de alimentos, como hospitais, restaurantes,
lanchonetes e refeitórios. Deverá fornecer uma alimentação nutricionalmente equilibrada
e segura do ponto de vista higienicossanitário (PROENÇA, 1999).
Para evitar as DTA os alimentos devem ser produzidos em locais que apresentem
condições estruturais e higienicossanitárias adequadas em todas as etapas de produção,
de acordo com a legislação vigente (ANVISA, 2003).
65
As Boas Práticas são constituídas de normas de procedimentos que são
aplicadas a todas as unidades de alimentação, a fim de se alcançar um padrão de
identidade do produto alimentício, pela garantia das condições higienicossanitárias no
processamento do alimento (SÃO PAULO, 2013). Ou seja, é um conjunto de critérios
e normas que descrevem formas ideais de fabricação na produção de alimentos,
objetivando-se eliminar as possíveis fontes de contaminações do produto e assegurar a
saúde do consumidor (GONÇALVES; SILVA, 2008).
A fiscalização das Boas Práticas (BP) deve ser feita em todas as etapas da
produção até a distribuição final. Nas BP estabelecem-se procedimentos para serviços
de alimentação a fim de garantir as condições higienicossanitárias do alimento preparado
(ANVISA, 2004). A adoção das BP representa uma das mais importantes ferramentas
para o alcance de níveis adequados de segurança do alimento e, com isso, a garantia da
qualidade do produto final (CARDOSO; DUARTE; VIANA JR, 2014).
66
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o controle higienicossanitário
na produção de alimentos em Unidade de Alimentação e Nutrição Hospitalar de
forma a verificar o nível de conformidades frente à legislação vigente e se há risco de
contaminações por agentes físicos, químicos e biológicos.
MATERIAL E MÉTODOS
Os itens de avaliação deste roteiro são quesitos de Boas Práticas, que devem
ser cumpridas pelas UANH. De acordo com a aplicação e avaliação do roteiro, foi
determinado o percentual dos itens conformes no checklist, sendo classificados os
estabelecimentos como “satisfatório” ou “insatisfatório”.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
67
A ventilação da UANH “A” apresentou-se conforme, com relatos de temperaturas
de 22 ºC. Observou-se que esta UANH apresentava uma área de acesso para recepção
de gêneros, outra área de retirada de resíduos e circulação dos manipuladores e uma
terceira área de acesso para saída dos carros de transporte de refeição. A ventilação
da UANH “B” apresentou-se inadequada com presença de fumaça e condensação
de vapor. Conforme a Portaria nº 2619/11 (SÃO PAULO, 2011), a ventilação deve ser
renovada com ar para que possa garantir que o ambiente fique livre de fumaça, gordura
e condensação de vapores. Resultado igual ao encontrado por Reis, Flávio e Guimarães
(2015), onde a ventilação da unidade analisada apresentou não conformidade com
relato de temperatura acima de 32 °C.
Nas UANH “A” e “B”, o controle de vetores e pragas urbanas era efetuado por
empresas especializadas, encontrando-se a UANH “A” em conformidade e a Unidade
“B” em não conformidade de acordo com a Portaria nº 2619/2011, a qual estabelece
que todas as instalações internas devem ser livres de vetores e pragas com aplicação
de medidas preventivas e corretivas, assim como instalações de barreiras mecânicas
de fácil higienização. Com resultado igual à Unidade “A”, no estudo de Pederssetti e
Hautrive (2016), verificou-se que o controle de pragas e vetores urbanos estava em
conformidade com a legislação vigente.
A coleta dos resíduos na UANH “A” era realizada de forma adequada de modo que
o horário de coleta não coincidia com o do recebimento. Todos os coletores de resíduos
eram dotados de tampas, acionados sem contato manual e todos se encontravam
identificados, conservados e devidamente higienizados. Na unidade “B” o manejo dos
resíduos está em não conformidade devido à presença de lixeiras com pedal quebrado
assim, o contato do manipulador com a tampa da lixeira promove a contaminação
cruzada. De acordo com a Portaria nº 2619/2011, o resíduo deve ser acondicionado em
recipiente próprio, com tampa sem acionamento manual e em perfeito funcionamento.
Nesse quesito, o resultado da UANH “A” foi igual ao apresentado no estudo de Reis,
Flávio e Guimarães (2015), onde a unidade em avaliação encontrava-se 100% adequada,
dotada de coletores com tampas e acionados sem contato com as mãos.
Nas UANH “A” e “B” foi observado que os manipuladores apresentavam bons
hábitos de higiene pessoal, porém nem sempre as mãos eram higienizadas na troca
de função ou após qualquer interrupção do trabalho e, de acordo com a Portaria nº
2619/2011, os funcionários devem higienizar as mãos sempre que: chegar ao trabalho,
utilizar os sanitários e vestiários, iniciar, interromper ou trocar de atividade, após
manipular alimentos crus ou não higienizados e outros. Resultado igual ao apresenta- do
no artigo de Pederssetti e Hautrive (2016), onde os manipuladores da unidade avaliada
apresentavam as- seio pessoal, boa apresentação, com uniformes limpos e completos,
cabelos presos e sem adornos e maquiagem. Somente diferente na lavagem correta e
periódica das mãos que era realizada conforme a legislação.
68
Nas UANH “A” e “B” o armazenamento era feito conforme a legislação
vigente, Portaria 2619/11 (SÃO PAULO, 2011), a qual refere que alimentos, matéria-
prima, ingredientes devem ser armazenados em local organizado, com iluminação,
temperatura, umidade e ventilação adequada, dispostos distante de piso, sobre estrados
com acabamento liso e utilizar o sistema PVPS (primeiro que vence primeiro que sai).
Resultado igual ao estudo de Reis, Flávio e Guimarães (2015), onde o armazenamento
dos gêneros não perecíveis era organizado sobre prateleira de aço, porém diferindo por
não estarem afastados das paredes como recomenda a legislação.
Nos documentos e registros da UANH “B” foram observados que o POP estava
desatualizado e o MBP não estava exposto em local de fácil acesso para os manipuladores.
A le- gislação vigente, Portaria nº 2619/2011, estabelece que os documentos devem
permanecer no estabelecimento, organizado, atualizado e disponível para a autoridade
sanitária no momento da inspeção. Resultado este diferente no estudo de Jorge et al.
(2013), os quais avaliaram o item documentação e obtiveram o resultado de 100% de
conformidade, apresentando manuais e normas, rotinas e BPF, além dos POP organizado
por atividade que facilitam o manuseio dos colaboradores da unidade. A partir da
análise dos resultados obtidos, por meio da adoção da lista de verificação, adaptada da
Portaria estadual CVS nº 5/2013, a UAN do Hospital B apresentou um bom percentual de
conformidade, com o resultado de 74%, também sendo classificado como satisfatório.
CONCLUSÃO
69
especial dos itens que estariam vincu- lados à garantia da qualidade higienicossanitária
dos alimentos, evitando as DTAs e o comprometimento da recuperação dos pacientes
internados nos hospitais avaliados. Vale ressaltar ainda, a importância na qualidade
físicoestrutural da unidade, uma vez que é capaz de interferir em todo o funcionamento
e resultado das refeições. Diante da proposta de avaliar as condições higienicossanitário
e físico estruturais das Unidades de Alimentação e Nutrição dos hospitais em questão,
percebeu-se que a elaboração e implantação do Manual de Boas Práticas (MBP) são
fundamentais para a produção de alimentos com qualidade, tanto do ponto de vista
nutricional quanto em relação à segurança dos alimentos.
FONTE: ZURLINI, A. C.; LUPINO, C. S.; NERY, J. S. C.; SANTOS, M. C. H. G. Avaliação do controle
higienicossanitário da produção de alimentos em unidades de alimentação e nutrição hospitalar Higiene
Alimentar, São Paulo, v. 32, n. 284/285, set./out. 2018.
70
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
71
AUTOATIVIDADE
1 Considerando a Resolução RDC no 216/2004, que dispoõe sobre o regulamento
técnico de boas práticas para serviços de alimentação, assinale “V” para verdadeiro e
“F” para falso.
72
I- As instalações devem ser abastecidas de água corrente e dispor de conexões com
rede de esgoto ou fossas séptica. Quando presentes, os ralos devem ser sifonados
e as grelhas devem possuir dispositivos que permitam seu fechamento.
II- As portas e as janelas devem ser mantidas ajustadas aos batentes. As portas da área
de preparação e armazenamento de alimentos devem ser dotadas de fechamento
automático. As aberturas externas das áreas de armazenamento e preparação de
alimentos, inclusive o sistema de exaustão, devem ser providas de telas milimétricas
para impeder o acesso de vetores e pragas urbanas. As telas devem ser fixas para
facilitar a limpeza periódica.
III- As instalações sanitárias e os vestiários não devem se comunicar diretamente com
a área de preparação e armazenamento de alimentos ou refeitórios, devendo ser
mantidos organizados e em adequado estado de conservação. As portas externas
devem ser dotadas de fechamento automatico.
IV- Devem existir lavatório exclusive para a higiene das mãos na área de manipulação,
em posições estratégicas em relação ao fluxo de preparo dos alimentos e em
número suficiente de modo a atender todas a área de preparação. Os lavatórios
devem ter sabonete líquido inodoro antisséptico ou sabonete liquido inodoro e
produto antisséptico, toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e
seguro de secagem das mãos e coletor de papel acionado sem contato manual.
V- A area de preparação do alimento deve ser higienizada quantas vezes forem
necessárias e imediatamente após o término do trabalho. Devem ser tomadas
precauções para impeder a contaminação dos alimentos por produtos saneantes,
pela suspensão de partículas e pela formação de aerossóis. Substâncias odorizantes
e ou desodorantes em quaisquer das suas formas podem ser utilizadas nas áreas de
preparação e armazenamento dos alimentos para garantir a adequada higienização.
73
74
UNIDADE 2 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
75
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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76
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
ELABORAÇÃO DO MANUAL DE BOAS
PRÁTICAS – MBP
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo à Unidade 2 da disciplina de Controle Higiênico
Sanitário, que apresentará todo o processo de elaboração do manual de Boas Práticas e dos
Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) para serviços de alimentação. Como já
aprendemos na Unidade 1, o Manual de Boas Práticas e os POPs em Serviços de alimentação
são exigências da ANVISA, através da Resolução RDC nº 216 (BRASIL, 2004).
77
• Auditoria em nutrição – exame analítico ou pericial feito por nutricionista, contratado
para avaliar, dentro da sua especialidade, as operações e controles técnico-
administrativos inerentes à alimentação e nutrição humana, finalizando com um
relatório circunstanciado e conclusivo, sem, no entanto, assumir a responsabilidade
técnica (CFN, 2016).
78
IMPORTANTE
Além do total domínio do conteúdo sobre as boas práticas na manipulação de alimentos, o
nutricionista atuante como consultor na implantação e implementação do Manual de Boas
Práticas e POP nos serviços de alimentação, deverá também manter uma postura ética, que
traga confiança ao cliente. Segue a seguir algumas dicas:
FONTE: <https://www.nutrimixassessoria.com.br/wp-content/uploads/2019/02/n%C3%A3o-ter-um-nutricionista-na-
cozinha-industrial-Entenda-tudo.jpg>. Acesso em: 28 jan. 2020.
79
2.1 CICLO PDCA
Para Seleme e Stadler (2012), o Ciclo PDCA (Planejar, Desenvolver, Controlar e
Ajustar), também conhecido como Ciclo de Deming, é uma ferramenta de gestão muito
utilizada pelas empresas do mundo todo e tem como foco principal a melhoria contínua.
Representa as atividades administrativas de um bom gestor, tornando os processos
mais ágeis, claros e objetivos.
FONTE: <http://www.sobreadministracao.com/wp-content/uploads/2011/06/ciclo-pdca.jpg>.
Acesso em: 28 jan. 2020.
80
DICA
Quanto o nutricionista deve cobrar pelos serviços de responsabilidade técnica,
consultoria, assessoria ou auditoria? Onde buscar estas informações?
O Conselho Regional de Nutrição do Estado de atuação poderá
dar uma ajuda quanto aos valores praticados na região. Buscar
também o site do sindicato dos nutricionistas do Estado e
conferir os preços estabelecidos em tabelas de honorários para
que tenhamos uma base para fazer uma proposta justa. Nunca
devemos cobrar valores abaixo da tabela.
NOTA
O Manual de Boas Práticas deverá conter os dados de identificação, toda a descrição
das instalações e dos procedimentos em todas as etapas da produção de alimentos.
Durante a descrição de uma atividade, se a empresa não estiver fazendo o procedimento
de forma correta, deve-se descrever exatamente como ocorre e, em seguida, apresentar
o plano de ação para a devida não conformidade. Os planos de ação devem seguir uma
numeração contínua. Já o desenvolvimento dos Procedimentos
Operacionais Padronizados (POP) que serão abordados no Tópico 2,
como o nome já diz, são procedimentos padrões. Caso a empresa
não esteja cumprindo com os procedimentos de forma correta, no
POP deverá constar a forma correta e, em paralelo, no Manual de
Boas Práticas no item que está sendo abordado o referido POP,
deve constar uma observação quanto ao POP em questão, dizendo
que para a efetivação do POP, faz-se necessário... e descrever a não
conformidade e plano de ação, mantendo a sequência da numeração
dos planos de ação do MBP.
81
Para permitir o controle dos documentos, recomenda-se colocar nas páginas
(no cabeçalho e rodapé) informações que identifiquem o documento, a revisão e os
responsáveis pela elaboração (Figura 3). Segue também, na Figura 4, o modelo da capa
do MBP.
82
DICA
Durante o desenvolvimento do texto do MBP, o manual ABERC (2015)
e a Resolução nº 216/2004 (MS) são excelentes instrumentos de como
deverá ser a descrição detalhada de cada item.
1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
1.1 Razão social / Fantasia / CNPJ
1.2 Endereço
1.3 Nome do responsável técnico e número do registro no conselho de classe ou número
do documento de identificação
1.4 Autorização de funcionamento (anexar cópias)
1.4.1 Certificado de Inspeção Sanitária
1.4.2 Alvará
1.4.3 Caderneta Sanitária (quando aplicável)
1.4.4 Outros documentos pertinentes (quando aplicável)
1.4.5 Caracterização da empresa: o que é, quantos anos de mercado, público alvo
1.4.6 Horário de funcionamento
1.4.7 Tipos de serviços prestados (café da manhã, almoço, jantar, lanches etc.)
1.4.8 Produtos fornecidos (refeições self-service, à la carte, pratos feitos, doces,
salgados etc.)
1.4.9 Número de refeições dia de cada serviço e total dia com os horários/turnos
1.4.10 Forma de distribuição (definir o tipo de distribuição, se centralizada. Descentralizada
ou mista).
1.4.11 Alimentos comercializados
83
3.1.1 Condições ambientais externas
Relatar, neste item, as condições das áreas no entorno da empresa; as vias
de acesso externo (pavimentação, calçadas), pátios e estacionamentos; iluminação,
condições de salubridade; condições urbanas (área industrial, residencial, mista
etc.). Exemplo: a empresa X está localizada em área comercial onde não se evidencia
presença de contaminantes, tais como poeira, fumaça e outros odores indesejáveis. As
áreas de acesso à empresa são asfaltadas, com escoamento de água, sem focos de
insalubridade.
IMPORTANTE
Se tiver não conformidade no relato de cada item do Tópico 2,
apresentar o Plano de Ação de forma sequenciada, relatando de
forma detalhada como seria o processo correto.
Teto/forro
Relatar: tipo de cobertura das áreas, material utilizado e cor.
Paredes
Relatar: material utilizado, revestimento, cor, cantoneiras etc.
Piso
Relatar: tipo do piso e características, conservação, ângulos entre piso e tetos.
Ralos e canaletas
Relatar: tipo de escoamento nas áreas de manipulação de alimentos, material utilizado,
sistema de fechamento.
Janelas
Relatar: material utilizado, telas milimétricas e removíveis.
Portas
Relatar: tipo, material, tipo de fechamento, existência de barreiras físicas (cortina de ar,
vedação).
84
Móveis (bancadas, prateleiras, estantes e armários)
Relatar: tipo de material utilizado, inclusive tampos e pés.
85
3.1.6 Lavatórios exclusivos das áreas de manipulação
Relatar se existem lavatórios nas áreas de acesso e manipulação; se são providos
de sabonete líquido antisséptico ou sabonete líquido e álcool 70%, papel-toalha não
reciclado ou outro sistema seguro, recipiente de lixo com tampa sem contato manual e
revestido de saco plástico, cartazes de como higienizar as mãos etc.
86
5 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS E VESTIÁRIOS
Relatar a localização dos sanitários e vestiários e se existe comunicação com
as áreas de produção; se são separados por sexo; quantidade de vasos sanitários com
tampa ou não, mictórios, lavatórios e chuveiros, relatando a proporção por número de
funcionários de ambos os sexos; se possui descarga para escoar o papel higiênico;
ventilação e iluminação; telas nas janelas; tipo do piso, parede, portas e janelas; estado
dos ralos (sifonados e protegidos); lavatórios providos de sabonete líquido antisséptico
ou sabonete líquido e álcool 70%, papel-toalha não reciclado ou outro sistema seguro,
recipiente de lixo com tampa sem contato manual e revestido de saco plástico, cartazes
de como higienizar as mãos etc.
8 MANEJO DE RESÍDUOS
Relatar o número, modelo e distribuição dos depósitos de resíduos das áreas de
produção; forma de retirada de resíduos das áreas de produção; frequência da retirada
dos resíduos; responsáveis pelo procedimento; método de higienização dos coletores e
áreas de armazenamento dos resíduos. Se tiver não conformidade no relato, apresentar
o plano de ação de forma sequenciada.
87
9 MANIPULADORES DE ALIMENTOS (POP)
Relatar que os dados referentes à higiene e saúde dos manipuladores (saúde,
higiene e comportamento, capacitação) estão descritos no POP de higiene e saúde dos
manipuladores de alimentos. Caso os procedimentos deste POP não sejam aplicados de
forma correta, descrever as não conformidades aqui como plano de ação.
88
FIGURA 5 – FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO DAS HORTIFRUTÍCOLAS SERVIDAS CRUAS
RECEBIMENTO
↓
ARMAZENAMENTO
↓
HIGIENIZAÇÃO
↓
MANIPULAÇÃO
↓
MONTAGEM
↓
MANUTENÇÃO
↓
DISTRIBUIÇÃO
10.3 PRÉ-PREPARO
Esta etapa do fluxo de produção se refere à fase em que os alimentos sofrem
tratamento ou modificações através de higienização, tempero, corte, porcionamento,
seleção, escolha, moagem e/ou adição de outros ingredientes (ABERC, 2015).
89
10.5 COCÇÃO, RESFRIAMENTO E MANUTENÇÃO
Relatar como ocorre o procedimento de cocção e os procedimentos utilizados
com o óleo de fritura. Inserir planilhas de monitoramento em apêndice. Nesta etapa,
deve-se relatar o procedimento de resfriamento de todos os produtos que foram cozidos
e que serão servidos frios, passando pelo processo de resfriamento.
11 EMBALAGEM E ROTULAGEM
No caso de ser uma UAN, apenas relatar que não se aplica. Este item se aplica
às indústrias de alimentos, confeitarias que vendem produtos embalados na ausência
do consumidor.
12 CONTROLE DE QUALIDADE
Relatar os controles de qualidade desenvolvidos na UAN, como os exames
laboratoriais. Listar todas as planilhas de monitoramento desenvolvidos neste manual.
13 PLANOS DE AÇÃO
Listar, em um quadro, todos os planos de ação abordados neste manual de
forma resumida.
90
AUTOATIVIDADE
Listar no quadro todos os planos de ação abordados neste manual de forma
resumida.
FONTE: A autora
ATENÇÃO
REGISTROS DAS ALTERAÇÕES
91
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Que o MBP é uma exigência da legislação vigente e deve apresentar a reprodução fiel
da realidade da empresa e, deverá atualizar sempre que a empresa realizar alterações
em sua estrutura física e operacional.
92
AUTOATIVIDADE
1 A Resolução RDC nº 216/2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação.
De acordo com esta resolução, analise as afirmativas a seguir:
93
2 (FUNDATEC – 2015) De acordo com a RDC n° 216/2004, o Manual de Boas Práticas é
um documento que descreve as operações realizadas pelo estabelecimento produtor/
industrializador de alimentos. Essas operações incluem, no mínimo, os requisitos
higienicossanitários dos edifícios, a manutenção e higienização das instalações,
dos equipamentos e dos utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle
integrado de vetores e pragas urbanas, a capacitação profissional, o controle da
higiene e saúde dos manipuladores, o manejo de resíduos e o controle e a garantia
de qualidade do alimento preparado. Com relação às Boas Práticas, assinale a
alternativa CORRETA.
94
UNIDADE 2 TÓPICO 2 —
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
PADRONIZADOS – POP
1 INTRODUÇÃO
A finalidade deste tópico é apresentar o passo a passo para a elaboração dos
Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) exigidos pela Resolução da Diretoria
Colegiada RDC 216/2004 da ANVISA, Ministério da Saúde. Esta legislação se aplica aos
serviços de alimentação que realizam algumas das seguintes atividades: manipulação,
preparação, fracionamento, armazenamento, distribuição, transporte, exposição à venda
e entrega de alimentos preparados ao consumo, tais como cantinas, bufês, comissarias,
confeitarias, cozinhas industriais, cozinhas institucionais, delicatéssens, lanchonetes,
padarias, pastelarias, restaurantes, rotisserias e congêneres. São eles:
NOTA
No caso da elaboração dos POP destinados às empresas produtoras/industrializadoras
de alimentos, a legislação que se deve seguir é a Resolução da Diretoria Colegiada RDC
nº 275/2002. Aplica-se aos estabelecimentos processadores/industrializadores nos
quais sejam realizadas algumas das seguintes atividades: produção/industrialização,
fracionamento, armazenamento e transporte de alimentos industrializados. O esquema
de elaboração destes POPs segue o mesmo padrão que será abordado neste tópico.
Esta legislação (RDC nº 275/2002) exige a elaboração e aplicação de 8 POP. São eles:
95
2 ESTRUTURA DOS POP
Apresentaremos aqui a estrutura básica de POP que deverá ser seguida para
todos os POP. Esta matriz atende às exigências da Resolução RDC 216/2004 e foi
sugerido por SENAI (2009), Santos e Macedo (2015) e Santos Junior (2011).
96
Os tópicos dos POP devem seguir o esqueleto padrão, a seguir:
OBJETIVO: indicar de maneira objetiva e clara para que serve cada POP.
DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA: indicar a lista de documentos que foram consultados
ou trabalhados em cada POP.
CAMPO DE APLICAÇÃO: áreas/setores/pessoas da empresa para os quais cada POP
se aplica.
DEFINIÇÕES/SÍMBOLOS/TERMINOLOGIA: indicar nessa seção as definições de
palavras, termos utilizados em cada POP. Pode-se fazer uso do tópico definições das
principais legislações relacionadas, começando pela própria RDC n° 216/2004.
RESPONSABILIDADES: definem quem são os responsáveis pela execução, pelo
monitoramento, pela verificação dos procedimentos, como também o responsável
pela aquisição dos produtos necessários a execução dos POP.
DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS: descreve de maneira clara e objetiva, os
procedimentos necessários para o gerenciamento das atividades e garantia da
segurança dos produtos elaborados.
MONITORAMENTO: descreve o que será monitorado (O quê?), a forma de
monitoramento (Como?), o responsável (Quem?) e a frequência (Quando?) de cada
procedimento descrito no POP.
AÇÕES CORRETIVAS: no caso da ocorrência de não conformidade durante o
monitoramento de cada item do POP, descrever as ações corretivas que podem ser
tomadas, objetivando a segurança dos alimentos (Se ocorrer, o que fazer?).
VERIFICAÇÃO: descreve a forma de verificação. O (como?) do monitoramento e é o (o
quê?) da verificação.
REGISTROS: específica de que forma são registradas as observações feitas no
monitoramento e a tomada de ação corretiva de cada POP. Especifica também a
forma de arquivamento desses registros.
APÊNDICES/ANEXOS: indicam a lista de apêndices/anexos de cada POP. Por exemplo:
checklist de higiene das instalações, equipamentos, móveis e utensílios etc.
REGISTROS DAS ALTERAÇÕES: apresenta a data, o número da revisão e a descrição
da alteração feita na revisão atualizada.
97
Os POP devem ser expressos em linguagem simples, direta e lúdica para facilitar
o entendimento.
NOTA
Sendo um Procedimento Padrão, os POP devem descrever
os procedimentos corretos e serem escritos de forma direta,
ou seja, dizer que os procedimentos acontecem e não que
deve acontecer. Quando ocorrer uma não conformidade no
procedimento dos POP, as não conformidades deverão ser
apresentadas na forma de plano de ação no texto do MBP
quando este POP está sendo abordado.
98
1. OBJETIVO
2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
3. CAMPO DE APLICAÇÃO
4. DEFINIÇÕES
99
5. RESPONSABILIDADES
6. DESCRIÇÃO
100
6.1.2 Análise laboratorial (microbiológica):
a) A análise de água é realizada logo após a higienização das caixas d’água pelo
laboratório XXXXX, que tem como responsável técnico o profissional bioquímico
Sr. XXXXX.
b) Frequência da coleta : a cada seis meses após a higienização dos reservatórios.
c) Locais de coleta: escolher pontos de água dos sectores de produção (higienização
de vegetais por exemplo).
6.1.3 Filtro
Relatar:
O gelo produzido com água potável, fabricado, manipulado e estocado sob condições
sanitárias satisfatórias, quando destinado a entrar em contato com o alimento ou
superfície que entre em contato com o alimento.
O gelo é armazenado em local separado de outros produtos.
A higienização da máquina de gelo e mesmo dos frízeres seguem as instruções do
POP de higienização das instalações móveis, equipamentos e utensílios
7. MONITORIZAÇÃO
101
8. AÇÕES CORRETIVAS
Relatar aqui hipóteses de se ocorrer, o que fazer. Lembrando que não é aqui que se
apresenta as não conformidades encontradas, e sim como plano de ação no item
referente ao POP da água no MBP.
9. VERIFICAÇÃO
10. REGISTROS
Tempo de
Identificação Indexação Armazenamento Disposição
retenção
Formulário de Controle da Pasta
higienização e Manutenção POP1FB classificadora 2 anos Cronológica
dos reservatórios POP1
Controle do estado de Pasta
POP1FD
conservação e higienização classificadora 2 anos Cronológica
dos filtros de água POP1
Planilha de controle da Pasta
análise microbiológica POP1FA classificadora 2 anos Cronológica
da água POP1
102
11 APÊNDICES/ANEXOS
Exemplo:
Formulários: POP1FA
Exemplo:
Código: POP1FA
PLANILHA DE CONTROLE DA ANÁLISE
Revisão: 00
MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA
Emissão:
Ponto de Resultado do
Data Empresa Ação corretiva
coleta Laudo
Exemplo: Laboratório Torneira da área Exemplo:
Sem contaminação
7/2/2020 Farias Ltda de hortifrútis 7/2/2020
POP1 FB
Exemplo:
103
Código: POP1FB
FORMULÁRIO DE
CONTROLE DA HIGIENIZAÇÃO E Revisão: 00
MANUTENÇÃO DOS RESERVATÓRIOS
Emissão:
DATA
EMPRESA DATA DE VALIDADE IDENTIFICAÇÃO DAS CAIXAS
HIG.
Exemplo:
LIMPSERV Ltda. 7/8/2020 Caixa d’água, número 1 e 2
7/2/2020
Ações
Tampa Vazamentos Observações Respons.
corretivas
Data
Fechada Aberta Sem
Rachada
integra rachada vazam.
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ]
POP1 FD
Exemplo:
104
Código: POP1FD
CONTROLE DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO E
HIGIENIZAÇÃO DOS FILTROS DE ÁGUA Revisão: 00
Emissão:
ANO Jan. Fev. Março Abril Maio Junho Julho Ago. Set. Out. Nov. Dez Resp.
1ª Semana
2ª
Semana
3ª
Semana
4ª
Semana
5ª
Semana
Observações:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
105
1. OBJETIVO
2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
3. CAMPO DE APLICAÇÃO
Este POP se aplica às áreas externas e internas (por exemplo, as áreas de recebimento,
armazenamento, produção, distribuição, vestiários etc.) do estabelecimento.
4. DEFINIÇÕES
5. RESPONSABILIDADES
106
6. DESCRIÇÃO
Relatar:
7. MONITORIZAÇÃO
8. MEDIDAS CORRETIVAS
Relatar aqui hipóteses de se ocorrer, o que fazer. Lembrando que não é aqui que se apresenta
as não conformidades encontradas, e sim como plano de ação no item referente ao POP da
água no MBP.
9. VERIFICAÇÃO
10. REGISTROS
Armazenamento
Indexação
(Local de Arquivamento
Identificação (Código dado Disposição
armazenamento (Tempo)
ao arquivo)
dos documentos)
Checklist de
higienização Pasta
das instalações, POP2A classificadora 2 anos Cronológica
equipamentos, POP2
móveis e utensílios
107
11. APÊNDICES / ANEXOS
Exemplo:
Código: POP1FA
FORMULÁRIO DE MONITORAMENTO DE HIGIENIZAÇÃO
Revisão: 00
DE SUPERFÍCIES
Emissão:
Responsável:____________________ Data:___________
108
13. Recipientes para coleta de resíduos
no interior do estabelecimento de
fácil higienização e transporte,
devidamente identificados e higienizados
constantemente; uso de sacos de lixo
apropriados. Recipientes tampados com
acionamento não manual.
14. Retirada frequente dos resíduos da
área de processamento evitando focos de
contaminação.
15. Existência de área adequada para a
estocagem dos resíduos.
Exemplo:
109
1. OBJETIVO
2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
3. CAMPO DE APLICAÇÃO
4. DEFINIÇÕES
Relatar as principais definições para este POP. Podem utilizar as definições da RDC
216/2004.
5. RESPONSABILIDADES
O responsável técnico do estabelecimento é encarregado por acompanhar e
assegurar o cumprimento deste POP; de contratação de uma empresa especializada
e credenciada para realizar o controle químico (desinsetização e desratização) no
estabelecimento.
Todos os funcionários são responsáveis por garantir que as barreiras físicas estejam
em bom estado de conservação, assim como a higienização das instalações,
equipamentos, móveis, utensílios e controle dos resíduos para evitar a atração e
entrada de pragas na empresa.
6. DESCRIÇÃO
Relatar:
110
6.2 Controle Químico
7. MONITORIZAÇÃO
8. MEDIDAS CORRETIVAS
Relatar aqui hipóteses de se ocorrer, o que fazer. Lembrando que não é aqui que se
apresenta as não conformidades encontradas, e sim como plano de ação no item
referente ao POP da água no MBP.
9. VERIFICAÇÃO
10. REGISTROS
Armazenamento
Indexação
(Local de Arquivamento
Identificação (Código dado Disposição
armazenamento (Tempo)
ao arquivo)
dos documentos)
Planilha de avaliação
Pasta classificadora
das condições das POP3A 2 anos Cronológica
POP3
instalações
Planilha de controle das
atividades da empresa Pasta classificadora
POP3B 2 anos Cronológica
de desinsetização e POP3
desratização
111
11. APÊNDICES/ANEXOS
Exemplo:
Código: POP3B
Controle de visitas da empresa de
desinsetização/desratização Revisão: 00
Emissão:
EMPRESA DATA DA VISITA ATIVIDADES DESENVOLVIDAS RESPONSÁVEL
Exemplo:
112
6.1 EXEMPLO DA ESTRUTURA POP DE HIGIENE E SAÚDE
PESSOAL
Este esquema foi elaborado somente como exemplo. O nutricionista deve
elaborar o texto de acordo com a realidade da UAN/UPR.
1. OBJETIVO
2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
3. CAMPO DE APLICAÇÃO
4. DEFINIÇÕES
Relatar as principais definições para este POP. Podem utilizar as definições da RDC
216/2004. Conceituar o que é visitante para este POP (toda pessoa que não pertença
a área de manipulação de alimentos como funcionários da área administrativa,
fornecedores, clientes etc). Estes devem seguir as mesmas regras dos manipuladores
de alimentos)
5. RESPONSABILIDADES
6. DESCRIÇÃO
113
Tomam banho diariamente.
Aparam a barba e bigode diariamente.
Conservam unhas curtas, limpas e sem esmalte.
Escovam os dentes após as refeições.
Não utilizam perfumes, sendo permitidos somente desodorante neutro.
Não aplicam maquiagem em excesso.
Utilizam uniformes limpos e completos.
Mantém adequada higiene das mãos.
114
No caso de cortes nas mãos ou braços, utilizar o procedimento de curativo e cobrir
com luva descartável.
7. MONITORIZAÇÃO
8. MEDIDAS CORRETIVAS
Relatar aqui hipóteses de se ocorrer, o que fazer. Lembrando que não é aqui que se
apresentam as não conformidades encontradas, e sim como plano de ação no item
referente ao POP da água no MBP.
9. VERIFICAÇÃO
115
10. REGISTROS
11. APÊNDICES/ANEXOS
Exemplo:
116
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Para elaboração dos POPs é necessário seguir uma estrutura padrão composta por
objetivo, documentos de referência, campo de aplicação, definições, responsabilidades,
descrição, monitorização, medidas corretivas, verificação, registros, apêndices e
anexos, registros das revisões.
117
AUTOATIVIDADE
1 Segundo a legislação sanitária RDC 216/2004 do Ministério da Saúde, os Serviços
de Alimentação devem dispor dos Procedimentos Operacionais Padronizados (POP).
Com relação a este assunto é CORRETO afirmar que:
118
( ) Procedimento Operacional Padronizado – POP – é um procedimento escrito de forma
objetiva que estabelece instruções sequenciais para a realização de operações
rotineiras e específicas na manipulação de alimentos.
( ) No POP de Higiene e saúde Pessoal deve constar que os manipuladores que
apresentarem lesões e ou sintomas de enfermidades que possam comprometer a
qualidade higienicossanitária dos alimentos deverão ser afastados da atividade de
preparação de alimentos enquanto persistir essa condição de saúde.
119
120
UNIDADE 2 TÓPICO 3 —
INSTRUMENTOS DE APOIO A FAZER
PARTE DO MBP
1 INTRODUÇÃO
Este tópico apresentará algumas planilhas de controle que poderão ser
utilizadas nas etapas do fluxo de produção dos alimentos preparados na UAN/UPR.
Estes documentos deverão ser preenchidos no ato do monitoramento pelo Responsável
Técnico (RT) ou pessoa designada. Os mesmos deverão ser arquivados em pastas
específicas e armazenados por um período para consulta e disposição da equipe e
fiscalização sanitária.
NOTA
Os funcionários responsáveis pelo monitoramento precisam ser
capacitados e estarem conscientes da importância desta atividade. O
Responsável Técnico precisa ficar atento a esta atividade e verificar
constantemente se o preenchimento dos formulários está sendo feito
de maneira fidedigna, sem negligência.
121
IMPORTANTE
Acadêmico, ao fazer a visita, utilize este modelo de planilha
Nome da empresa:
Data da visita:
Tipo de avaliação: ( ) inicial ( ) reavaliação
Produto:
Capacidade de fornecimento:
Sistema de qualidade: ( ) sim Qual:_________________ ( ) não
OBSERVAÇOES/
NAO
ITENS CONFORME AÇAO
CONFORME
CORRETIVA
INSTALAÇÃO
1. Piso
2. Parede
3. Teto
4. Portas
5. Janelas teladas e vedadas
6. Iluminação com proteção
7. Layout/ fluxo contínuo
8. Sanitários/vestiários/idem abaixo
9. Pia de assepsia de mãos
(sabonete líquido bactericida ou
álcool 70%, toalha de papel não
reciclável e lixeira com tampa
acionada com pedal)
EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
(higiene/conservação)
10. Equipamentos
11. Equipamentos para conservação
de alimentos sob refrigeração
12. Utensílios
CONTROLE AMBIENTAL
13. Acondicionamento/ destino
do lixo
14. Desratização/ desinsetização
15. Abastecimento de água
(potabilidade da água)
122
NAO OBSERVAÇOES/
HIGIENE PESSOAL CONFORME
CONFORME AÇAO CORRETIVA
16. Uniforme completo inclusive
sapato de proteção
17. Higiene / apresentação
18. Controle de saúde
19. Comportamento
CONTROLE DE QUALIDADE
20. Armazenamento/
acondicionamento do produto
acabado
21. Análise microbiológica
22. Manipulação do produto
VEÍCULOS
23. Condições de higiene
24. Adequação ao produto
25. Certificado de vistoria
26. Uso exclusivo para transporte
de alimentos
DOCUMENTAÇÃO
Documentos Atualizada Pendente Inexistente
Licença Sanitária
Alvará da Prefeitura
Dispensado da Obrigatório
Registro do produto
obrigatoriedade Existente Não existente
Observações:
123
2.2 PLANILHA DE RECEBIMENTO DA MATÉRIA-PRIMA
Nesta etapa, a matéria-prima deve ser avaliada qualitativa e quantitativamente.
Exemplo:
Observação
(condições
do veículo, AÇÕES
DATA FORNECEDOR PRODUTO 0
C RESPONSÁVEL
entregador e CORRETIVAS
características
sensoriais)
Exemplo: Carne bovina
Frigorífico X - 18 ºC Ok - Mário
7/2/2020 congelada
Exemplo:
124
MÊS/ANO:
DATA / TEMP °C
EQUIPAMENTO 1 2
Exemplo:
5 oC 5 oC
Geladeira 1
Ação Corretiva:
Temperaturas Recomendadas:
Exemplo:
MÊS/ANO:______________________/_______
Concentração Tempo de
DATA Hortifrutícolas da solução imersão Ação Corretiva Responsável
clorada (ppm) Início Final
7/2/2020 Alface 100 7h 7h15 - Marina
125
2.5 PLANILHA DE CONTROLE DE TEMPERATURA NA
COCÇÃO
Como já foi citado anteriormente, nesta etapa, o alimento deverá atingir 70 oC
no centro geométrico do alimento (BRASIL, 2004). Utiliza-se para o monitoramento
desta etapa, o termômetro de espeto.
ATENÇÃO
Deve-se ter muito cuidado com os termômetros de aferição
das temperaturas dos equipamentos e das diversas etapas
da produção e distribuição dos alimentos. Utilizar sempre
o tipo de termômetro correto para cada processo, seja de
espeto, infravermelho etc. No caso de termômetro espeto,
é preciso higienizá-lo sempre, antes e depois do uso, uma vez
que o instrumento entrará em contato direto com o produto.
Lembre-se de guardá-lo limpo. Não se esquecer de calibrar
periodicamente os termômetros utilizados.
Exemplo:
TEMPERATURA
DATA ALIMENTO AÇÃO CORRETIVA
DE COCÇÃO
Exemplo:
Bife grelhado 70 ºC -
7/2/2020
126
PLANILHA DE CONTROLE DO PROCESSO DE RESFRIAMENTO
Exemplo:
MÊS:______________ ANO:_____________
RESFRIAMENTO
AÇÃO
DATA PRODUTO INÍCIO FINAL RESPONSÁVEL
CORRETIVA
T °C HORA T °C HORA
Exemplo: Carne
60 10 10 12 - Juca
7/2/2020 assada
Exemplo:
Mês/Ano:_______/_______
Horários/Temperatura
1 hora Ação
Data Produto 1 hora após Responsável
antes do Corretiva
o início da
término da
distribuição
distribuição
2/2/2020 Carne assada 60 60 - André
127
Temperatura na distribuição:
128
LEITURA
COMPLEMENTAR
BOAS PRÁTICAS EM SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO: NÃO CONFORMIDADES
RESUMO
129
INTRODUÇÃO
130
pessoal, projetos e instalações, limpeza e sanitização de equipamentos e utensílios,
até́ controles aplicados aos processos para assegurar a produção de alimentos seguros
(ANVISA, 2006).
131
Correa (2008) afirma que mesmo os manipuladores sadios abrigam bactérias
capazes de contaminar os alimentos pela microbiota presente na boca, no nariz, na
garganta e no trato intestinal. A higiene do manipulador e de tudo o que entra em
contato com o alimento deve ser muito rígida, sendo de extrema importância para a
produção segura e inócua do produto final.
132
Etapas de fluxo de preparação e distribuição inadequados;
Santos, Rangel e Azeredo os manipuladores de alimentos são os responsáveis pelas
(2010) Restaurantes no Rio de operações de limpeza; manejo incorreto dos resíduos; os
Janeiro manipuladores não participavam de programa de capacitação
em higiene.
Armazenamento de diferentes grupos de alimentos em isopor
Abreu, Medeiros e Santos (2011)
contendo gelo; presença de insetos no local de comercialização;
Comércio ambulante na região
ausência de local apropriado para higienização de mãos e
do ABC Paulista
utensílios.
Ausência de data de fabricação e prazo de validade em carne
de sol; utensílios e superfícies são utilizados por diferentes
Miranda e Barreto (2012)
grupos de alimentos; os manipuladores desconhecem a correta
Supermercados na Bahia
higienização de equipamentos, utensílios e ambiente; alta
incidência de adornos (91,6%).
Cerca de 50% dos manipuladores de alimentos desconheciam
o programa de qualidade da empresa; falta de controle formal
Almeida, Costa e Gaspar (2012). sobre a qualidade da matéria-prima. com verificação baseada
APPCC em restaurante na data de validade e aspecto do produto; ausência do registro
comercial no Rio de Janeiro de monitoramento das temperaturas de congelamento
e refrigeração; higienização inadequada das mãos dos
manipuladores.
Seiscentos e Monteiro (2015). A limpeza e desinfecção inadequada de utensílios; os
APPCC em Serviço de Catering manipuladores não seguem as orientações das boas práticas
no Paraná de fabricação.
Fatel et al. (2016). Boas Deficiência quanto à correta higienização das mãos; ausência
Práticas de produção em de registro de higienização dos equipamentos, móveis e
Restaurante Universitário no utensílios; ausência do manual de boas práticas de fabricação
Paraná e dos procedimentos operacionais padronizados.
133
TREINAMENTO COMO PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA A MANIPULAÇÃO DE
ALIMENTOS
Por outro lado, esse pessoal humilde e pouco qualificado, responde muito bem a
treinamentos específicos, principalmente quando lhes é dada a oportunidade e estímulo
de conhecer a importância de sua função e de sua participação no resultado final. A
instrução quanto aos hábitos dos manipuladores é de fundamental importância para
o controle dos riscos de contaminação dos alimentos, e a consequente prevenção de
doenças transmitidas por alimentos. As DTA constituem em um dos problemas de saúde
pública mais frequentes do mundo atual. Seus responsáveis são agentes etiológicos,
principalmente os microrganismos, cujo acesso ao organismo humano se dá através da
ingestão de água e alimentos contaminados (AMSON et al., 2006; TONDO, BARTZ, 2012).
134
desconhecimento da técnica correta de lavagem de mãos por parte dos manipuladores.
Outro fator de insegurança foi observado quanto ao monitoramento da temperatura dos
alimentos prontos para consumo, deixados à temperatura ambiente, esperando para
serem servidos. Todas essas não conformidades encontradas, caracterizam condições
higiênicas insatisfatórias, representando grande risco frente aos alimentos produzidos.
135
Fatel et al. (2016), ressaltam que ferramentas de qualidade podem ser
aprimoradas através do desenvolvimento de treinamentos e percepção para trabalhar
atitudes do colaborador dentro da linha de produção de alimentos seguros.
Segundo Tondo e Bartz (2012), mesmo que o Brasil tenha legislações bastante
rígidas em termos de regras e critérios, ainda são poucos os estabelecimentos que
adotam as BPF como uma prática diária na produção de alimentos. As dificuldades vão
desde as financeiras, devido às exigências mínimas de estrutura física para produção
segura de alimentos, até́ a falta de profissionais conscientes e comprometidos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
136
impactam a garantia do fornecimento de alimentos seguros para que sejam tratados com
rigor e metodologia adequados. Identificar e compreender esses fatores compõem um
importante eixo de reflexão para o desenvolvimento da motivação e aperfeiçoamento
de práticas gerenciais na manipulação de alimentos.
FONTE: SHINOHARA, N. K. S. et. al. Boas práticas em serviços de alimentação: não conformidades. Revista
Eletrônica Diálogos Acadêmicos, v. 10, n. 1, p. 79-91, jan-jun, 2016. Disponível em: http://uniesp.edu.
br/sites/_biblioteca/revistas/20170627113500.pdf. Acesso em: 29 jan. 2020.
137
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
138
AUTOATIVIDADE
1 Elaborar a planilha de monitoramento na etapa de manutenção ou espera dos
alimentos preparados. Lembrando que esta etapa antecede a distribuição, quando
os alimentos já estão prontos, aguardando a reposição no balcão de distribuição.
Não esqueça de inserir a fonte.
FONTE:
139
140
UNIDADE 3 —
FONTES DE CONTAMINAÇÃO
DOS ALIMENTOS E ANÁLISE
DE PERIGOS E PONTOS
CRÍTICOS DE CONTROLE
(APPCC / HACCP)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
141
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
142
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
FONTES DE CONTAMINAÇÃO DOS
ALIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, este primeiro tópico da Unidade 3, da disciplina de Controle
Higiênico Sanitário, apresentará as principais fontes de contaminação relacionadas
aos alimentos. São eles: biológicos, químicos e físicos. Lopes (2015) ressalta ainda os
alimentos alergênicos e aqueles submetidos aos níveis de radiação superior ao tolerado.
Esses últimos são tratados em uma categoria à parte e não serão abordados neste
tópico.
FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-Qjf20OMwGC0/T9dfC6eeNAI/AAAAAAAAAEM/MqvBIaMx5j4/s1600/
perigos.JPG>. Acesso em: 6 dez. 2019.
143
suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como
base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e
que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis (LOPES, 2015).
IMPORTANTE
O conhecimento da classificação das DTA é essencial para o domínio deste conteúdo
sobre as contaminações dos alimentos. Fique atento à classificação de DTA apresentada
por ABERC (2015):
144
2 OS PERIGOS BIOLÓGICOS
Para Silva Junior (2014), os perigos biológicos são representados por bactérias,
fungos, vírus, toxinas bacterianas, rickettsias e parasitos. As bactérias e/ou suas toxinas
causam a maioria dos surtos com casos de doenças de origem alimentar. O crescimento,
a produção de toxinas ou a morte destes microrganismos nos alimentos dependem dos
fatores intrínsecos dos alimentos (potencial hidrogeniônico – pH, atividade de água
– Aa, potencial de óxido-redução – Eh, conteúdo dos nutrientes, estrutura biológica
dos alimentos, constituintes microbianos, microbiota dos alimentos) e dos fatores
extrínsecos relacionados ao ambiente (temperatura, umidade relativa do ambiente,
presença de gases no ambiente como o CO2 e O3, substâncias adicionadas para inibir ou
retardar a multiplicação dos microrganismos como os aditivos alimentares, irradiações
ionizantes).
145
Para os autores, o S. aureus são cocos gram-positivos e formam aglomerados
de células que lembram um cacho de uvas quando observados no microscópio óptico.
Distinguem-se dos demais estafilococos por apresentarem coagulase positiva no teste
da coagulase. Vale ressaltar ainda que o S. aureus não é resistente ao calor, sendo
facilmente destruído na cocção e pasteurização dos alimentos. As toxinas, ao contrário,
são termorresistentes, suportando tratamentos térmicos severos.
Para Silva Junior (2014), o Clostridium botulinum possui como fonte o solo (terra
e água), vegetais, frutas e pescados. O quadro clínico é constituído por um período de
incubação de 8 a 36 horas, com sinais neurológicos como visão dupla; dificuldade
de falar, deglutir e respirar; mucosa da boca seca; insuficiência respiratória e morte.
É consequência de alimentos cozidos, mantidos em anaerobiose e deixados por
várias horas em temperatura inadequada de armazenamento, como: embutidos não
refrigerados, enlatados mal processados e conservas caseiras de vegetais e pescados.
146
2.2 BACTÉRIAS CAUSADORAS DE GASTRENTERITES COM
TOXINA PRODUZIDA NO INTESTINO (INFECÇÃO NÃO
INVASIVA)
Segundo ABERC (2015), as principais bactérias relacionadas às gastrenterites
ocasionadas por toxinas produzidas no intestino são o Bacillus cereus clássico e o
Clostridium perfringens. O Bacillus cereus clássico difere do Bacillus cereus emético
por produzir a toxina no intestino causando um quadro de infecção intestinal. A cocção
e o reaquecimento não destroem este microrganismo, por ser formador de esporos
tornando-o resistente. O período de incubação é de 8 a 22 horas, predominando diarreia
e náusea, raro vômito, sem febre (SILVA JUNIOR, 2014).
147
2). Também ocorre através da falta de higiene pessoal de manipuladores de alimentos
portadores assintomáticos e utensílios/equipamentos/bancadas contaminados. O
quadro clínico é constituído por um período de incubação de 12 a 72 horas, predominando
diarreia, cólica, febre e vômito. Por não possuir esporos é facilmente eliminada através
da cocção e desinfecção das mãos, dos vegetais e utensílios (SILVA et al., 2011; SILVA
JUNIOR, 2014).
A Escherichia coli está incluída tanto no grupo dos coliformes totais (ou a 35 oC)
quanto no dos coliformes termotolerantes (ou a 45 oC). Seu habitat natural é trato intestinal
de humanos e animais de sangue quente. Por este motivo é considerada indicador de
contaminação fecal. O quadro clínico é constituído por um período de incubação de
8 a 16 horas, predominando diarreia, cólica, raros vômitos, sem febre. É consequente
de vários alimentos contaminados através do ambiente ou da manipulação, alimentos
malcozidos, deixados por várias horas em condições inadequadas de temperatura
(SILVA et al., 2011; ABERC, 2015).
148
animais, contato de alimentos crus contaminados com alimentos prontos (contaminação
cruzada), utensílios e equipamentos não desinfetados, mãos contaminadas. O período
de incubação é de 12 a 72 horas. Causa diarreia, náusea, febre baixa, cólica, mal-estar,
calafrios e dor de cabeça. Pode ser confundida com o quadro de apendicite (BROOKS et
al., 2014; SILVA JUNIOR, 2014).
FONTE: <https://roteirosetemperos.com/wp-content/uploads/2019/05/mulher-gravida-segurando-
cenouras.jpg>. Acesso em: 6 dez. 2019.
149
As Pseudomonas aeroginosa são bacilos Gram-negativos e móveis, encontrados
na água doce, salobra ou salgada, no solo, no ar e nos vegetais. São psicrotróficas e
podem alterar gêneros sob refrigeração.
FONTE: <https://consultoradealimentos.com.br/wp-content/uploads/2018/03/img4.png>.
Acesso em: 11 dez. 2019.
2.4 RICKETTSIAS
As rickettsias são parasitas de artrópodes como piolhos, pulgas e carrapatos.
A forma de contágio mais comum é pela saliva e fezes de artrópodes infectados e
contato direto com sangue, fezes e leite de animais contaminados. Pertencentes à
família Rickettsiaceae, são pequenas bactérias, parasitos intracelulares obrigatórios
transmitidos aos seres humanos pelos artrópodes (BROOKS et al., 2014).
150
2.5 VÍRUS ENTÉRICOS, ROTAVIRUS E AGENTE NOROVIRUS
(NORWALK)
A maior fonte dos vírus são as fezes humanas e água contaminada com fezes.
A disseminação ocorre através da água e de pessoa a pessoa. Os alimentos mais
envolvidos são os mariscos, frutas e verduras, saladas mistas, carnes e pescados crus
ou manipulados com as mãos após a cocção. Provoca diarreia, vômito, febre, cólica,
problemas respiratórios entre outros (SILVA JUNIOR, 2014).
151
Tontura, dor
Ingestão de carne
muscular, apetite Aquisição de carne
bovina (T. saginata)
excessivo, náusea, inspecionada
Taenia ou suína (T. solium)
vômito, alargamento e liberada para
solium / T. Teníase crua ou malcozida,
do abdômen, consumo; não
saginata infectadas com cistos
perda de peso, consumir carne crua
teciduais denominados
intoxicação alérgica, ou malcozida.
cisticercos.
hemorragia.
Neurocisticercose:
dor de cabeça,
vômito, convulsões,
Autoinfecção: ingestão Higiene pessoal dos
desordem mental,
de ovos de sua manipuladores de
prostração,
própria tênia, levados alimentos; impedir
hipertensão
a boca pelas mãos o acesso dos suínos
craneana.
contaminadas. às fezes humanas;
Cisticercose
Heteroinfecção: ingestão tratamento da pessoa
cardíaca:
T solium Cisticercose de ovos com alimentos infectada; evitar
palpitações, ruídos e
(principalmente por contaminação da
respiração alterada.
vegetais) e água água e alimentos com
Cisticercose ocular:
contaminados com fezes fezes humanas; uso
perda parcial ou total
humanas; disseminação de água tratada para
da visão, catarata,
de ovos por moscas e consumo e preparo
perda do olho.
baratas. dos alimentos.
Cisticercose
muscular: dor, fadiga
e cãibras.
2.7 PRÍONS
Para SENAI (2009b) os príons são proteínas com capacidade de modificar
outras proteínas, tornando-se cópias de si mesmas. Através da mutação de um gene
denominado PMP, resulta em doenças priônicas. Nenhuma defesa imunológica do
organismo consegue eliminar o príon. A doença de maior impacto é a Encefalopatia
Espongiforme Bovina (em inglês BSE, popularmente conhecida como doença da vaca
louca). O príon é transmissível pela carne.
3 OS PERIGOS QUÍMICOS
Para Silva Junior (2014) perigos químicos são caracterizados por contaminantes
dos alimentos de natureza química, resíduos ou produtos de degradação em níveis
inaceitáveis nos alimentos. Os efeitos dos contaminantes químicos podem ser a longo
prazo (crônicos), que podem se acumular no organismo durante muitos anos, ou a
curto prazo (agudos). São exemplos os agrotóxicos, pesticidas, inseticidas, produtos
de limpeza, antibióticos, micotoxinas (toxinas de fungos como a aflatoxina, citrinina,
ocratoxina, patulina etc.), toxinas de algas nocivas (PSP, ASP, NSP entre outras), metais
pesados, aditivos, desinfetantes e sabões.
152
4 OS PERIGOS FÍSICOS
Segundo Silva Junior (2014), os perigos físicos são contaminantes de natureza
física, como corpos estranhos, em níveis e dimensões inaceitáveis. São exemplos:
153
Água não potável, verduras irrigadas com água contaminada
Vírus da hepatite
(fezes humanas)
Água não potável, verduras irrigadas com água contaminada
Rotavírus
(fezes humanas)
Verduras adubadas com fezes frescas de animais ou irrigadas
Taenia Solium e Saginata com água contaminada por fezes, carne bovina e suína de
animais doentes
Entamoeba histolytica,
Água não potável, verduras contaminadas por fezes
Giárdia lamblia
Espécie de peixe tóxico (baiacu), moluscos (ostras, mexilhão
Toxinas marinhas
entre outros) por floração de algas tóxicas marinhas.
Frutas, legumes e vegetais e seus derivados, carne e seus
Pesticidas
derivados (aplicação na lavoura e nos animais)
Grãos (amendoim, milho etc.); frutas (várias, fungadas); alho,
Micotoxinas cebola; sucos (maçã); leite e derivados fabricados com leite
contaminado; café (ração contaminada, ensilagem inadequada).
Leite e derivados, carnes e derivados, peixes de criação,
Resíduos de antibióticos
determinadas frutas (uva) (aplicação na produção primária)
Outros medicamentos Leite e derivados, carnes e derivados (aplicação inadequada de
veterinários hormônios, tratamento de doenças e animais)
Resíduos de detergentes Todos os alimentos (programa de limpeza inadequado)
Vegetais, animais, pescado (solo, água contaminada com metais
Metais pesados
pesados)
Todos os alimentos aditivados com substâncias tóxicas não
Aditivos químicos permitidas ou em quantidade abusiva (uso inadequado pela
indústria produtora)
154
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
155
AUTOATIVIDADE
1 (UFPI, 2012) O microrganismo que causa uma síndrome diarreica, acompanhado de
dores abdominais e está associado a uma longa lista de alimentos, entre os quais se
incluem produtos cárneos, pescados, hortaliças, ervas secas e especiarias utilizadas
como condimentos são apontadas como a origem da contaminação dos alimentos
por seus esporos. Trata-se de:
a) ( ) Campylobacter jejuni.
b) ( ) Clostridium botulinum.
c) ( ) Bacillus cereus.
d) ( ) Escherichia coli.
e) ( ) Listeria monocytogenes.
( ) Escherichia coli.
( ) Vibrio Parahaemolyticus.
( ) Campylobacter jejuni.
( ) Staphylococcus aureus.
A sequência CORRETA é:
a) ( ) 4, 3, 1 e 2.
b) ( ) 3, 2, 1 e 4.
c) ( ) 4, 1, 2 e 3.
d) ( ) 3, 1, 4 e 2.
e) ( ) 4, 3, 2 e 1.
156
1- Salmonella sp.
2- Clostridium botulinum.
3- Staphylococcus aureus.
4- Bacillus cereus.
Com base nas informações, o provável agente causador da doença transmitida pelo
alimento foi:
a) ( ) Staphylococcus aureus.
b) ( ) Escherichia coli enteropatogênica.
c) ( ) Clostridium perfringens.
d) ( ) Salmonella sp.
e) ( ) Listeria monocytogenes.
157
158
UNIDADE 3 TÓPICO 2 —
SISTEMA ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS
CRÍTICOS DE CONTROLE – APPCC/HACCP
1 INTRODUÇÃO
Estudaremos, neste tópico, o Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos
de Controle – APPCC, também conhecido internacionalmente pela sigla em inglês
HACCP, que significa Hazard Analysis and Critical Control Point. Esta ferramenta é de
grande importância para a garantia da produção de alimentos seguros do ponto de
vista higienicossanitário e tem como pré-requisito para a sua implementação as Boas
Práticas na Produção de Alimentos (Manual de Boas Práticas /POP), assunto já abordado
na Unidade 2.
Para Moller, Sant’Ana e Franco (2015) a segurança dos alimentos é uma prioridade
para a saúde pública, em nível nacional e internacional. As crises internacionais
relacionadas aos alimentos nos últimos 20 anos, assim como as mudanças de hábitos
de consumo de alimentos, novas tecnologias de processamento, desenvolvimento do
comércio internacional e surgimento de novos riscos vêm aumentando a preocupação
dos consumidores com as questões de segurança dos alimentos, forçando maior
engajamento dos gerenciadores de risco na utilização de sistemas mais efetivos para
garantir que os alimentos estejam seguros para o consumo humano.
Neste contexto, Silva Junior (2014) destaca que a análise dos perigos em
alimentos utilizados no sistema APPCC não são suficientes para a garantia da segurança
dos alimentos simplesmente. São necessários também, os dados epidemiológicos
de ocorrência e prevalência dos agentes (microrganismos por exemplo), respostas
laboratoriais sobre a quantidade, origem, procedência, comportamento e dinâmica
destes agentes de agravo à saúde de forma consistente, além do conhecimento e
aplicação da tecnologia e das boas práticas para que a análise dos perigos seja adequada
e possa servir realmente de instrumento para a produção de alimentos seguros ao
consumidor.
159
2 SISTEMA APPCC / HACCP
Para Pinto (2013), o sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
(APPCC) foi apresentado pela primeira vez em 1969, pelo Comitê sobre Salmonella e,
em 1971, na Conferência sobre Proteção dos Alimentos (National Conference on Food
Protection) pelo Departamento de Saúde, Educação e Previdência dos Estados Unidos
(USHEW). A NASA com a Companhia Pillsbury desenvolveu este sistema para a produção
segura dos alimentos preparados aos astronautas em viagem espacial, incluindo a
viagem à Lua na década de 1960.
160
Para SENAI (2009c), anterior à etapa de formação da equipe APPCC, deve-
se definir os objetivos do APPCC e formação do organograma do estabelecimento
para identificação da localização da equipe APPCC. O comprometimento da direção e
a sensibilização da equipe também é essencial para que ocorra o sucesso desejado.
É necessário ainda a avaliação dos pré-requisitos, ou seja, a efetividade das boas
práticas na produção de alimentos (manual de boas práticas/POP) através de checklist,
auditorias, análises laboratoriais, avaliação dos registros e supervisão in loco. Para
melhor compreensão do sistema APPCC é necessário conhecer algumas definições
utilizadas que serão abordadas a seguir.
162
6° Princípio – estabelecimento dos procedimentos de registro:
• Incluir todos os registros utilizados no monitoramento (planilhas, checklist etc.).
O perigo é controlado de
forma efetiva pelo
programa de pré-requisitos?
Sim
Não
PC *
Não Sim
Não Sim
163
2.2 ELABORAÇÃO DO PLANO APPCC
ABERC (2015) apresenta as principais etapas utilizadas no desenvolvimento do
diagrama de fluxo (fluxograma) de produção, para posterior aplicação dos sete princípios:
• Recebimento
• Armazenamento (refrigerado, congelado, ambiente)
• Higienização (desinfecção vegetais)
• Manipulação (corte)
• Lavagem (feijão)
• Remolho (feijão)
• Montagem (massas)
• Cocção
• Envase (acondicionamento em recipientes)
• Espera ou Manutenção (pass through)
• Distribuição
IMPORTANTE
Para evitar a necessidade do desenvolvimento do sistema APPCC por alimento/preparação,
o SENAI (2009c) sugere a elaboração agrupando as preparações que possuem o fluxo de
preparação semelhante (fluxograma de produção) em grupos de produtos. São exemplos
os grupos:
164
• Formulário Descrição do Grupo de Produtos.
• Fluxograma de produção e identificação dos PCC.
• Descrição das etapas do fluxograma.
• Formulário resumo do Plano APPCC com aplicação dos sete princípios.
DICA
Atenção ao Binômio Tempo x Temperatura
165
FIGURA 6 – FLUXOGRAMA DAS ETAPAS DE PRODUÇÃO DO GRUPO DE PRODUTOS GRÃOS E CEREAIS
166
2- Armazenamento: os grãos e cereais são armazenados em temperatura ambiente, em
estrados e prateleiras de material liso, impermeável, resistente, isento de rugosidade
e frestas. No armazenamento de grãos e cereais e produtos industrializados, os
produtos são estocados obedecendo data de validade e fabricação, sendo assim
os produtos seguem a regra de primeiro que vence, primeiro que sai (PVPS). Os
hortifrutícolas (alho e cebola) são armazenados em temperatura ambiente.
8- Envase: os grãos e cereais prontos para distribuição são postos em cubas de inox
devidamente higienizadas com o auxílio de utensílios como colheres, conchas
higienizadas.
167
168
Armazenamento Recebimento Etapa
PC PC PC ou PCC princípios
Verificação.
Acompanhamento do processo. Acompanhamento do processo.
Quarta etapa – Quadro resumo do Plano APPCC com aplicação dos sete
Lavagem Catação Manipulação
PC PCC (F) PC
O quê? Teor de cloro residual livre. O quê? Presença de perigos físicos. Como? O quê? Higiene de manipuladores e utensílios/
Como? Kit para cloro. Quando? Uma vez ao dia. Observação visual. Quando? equipamentos. Como? Supervisão.
Quem? Auxiliar de cozinha. A cada etapa. Quem? Manipulador. Quando? Diário. Quem? Responsável técnico.
169
170
Envase Cocção Remolho
PC PCC (B) PC
B: Esporos de Bacillus cereus; Staphylococcus B: Salmonella sp.; Bacillus cereus; B: Salmonella sp.; Bacillus cereus;
Aureus (toxina). Q: Nenhum. F: nenhum. Staphylococcus Aureus. Q: Nenhum. F: nenhum. Staphylococcus Aureus. Q: Nenhum. F: nenhum.
Controle de higiene pessoal e utensílios. Controle tempo/ temperatura. Utilização de água potável.
171
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Para a aplicação dos sete princípios, faz-se necessário desenvolver o fluxograma das
etapas de produção para cada grupo de produtos.
172
AUTOATIVIDADE
1 Adaptado de (IF/SC, 2010) No Programa de Análise de Perigos e Pontos Críticos
de Controle (APPCC) é necessário determinar os pontos críticos de controle (PCC).
Considerando a produção de sanduíche natural de frango e cenoura, avalie as
proposições a seguir:
173
( ) Ponto de controle.
( ) Verificação.
PORQUE
174
A respeito dessas assertivas, assinale a opção CORRETA:
a) ( ) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa
correta da primeira.
b) ( ) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma
justificativa correta da primeira.
c) ( ) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.
d) ( ) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição
falsa.
e) ( ) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição
verdadeira.
175
176
UNIDADE 3 TÓPICO 3 —
QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE REFEIÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Este tópico apresentará as principais ferramentas da qualidade relacionadas à
produção de alimentos seguros. Segundo Mezomo (2015), a melhoria da qualidade tornou-
se o assunto mais debatido e pauta obrigatória de todas as reuniões administrativas,
tanto na área industrial quanto nas organizações prestadoras de serviços. A qualidade
passou a ser símbolo e condição para a sobrevivência e a própria legitimidade social
das organizações. A partir do foco na qualidade, há uma nova relação de parceria entre
fornecedores e clientes, priorizando-se a figura do cliente, como fundamento e razão
de ser de todo o esforço empresarial. Nesta perspectiva, qualidade corresponde à
satisfação das expectativas do cliente e ausência de defeitos. Em outra conceituação,
há qualidade quando se atinge e excede as expectativas do cliente (consumidor)
fazendo a coisa certa, de maneira certa, desde a primeira vez, e melhorar a cada vez.
177
2 FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS EM UAN
As principais ferramentas da qualidade aplicáveis às UAN, que serão abordadas
neste tópico, estão representadas na Figura 7. A aplicação das ferramentas pode ser
implementada considerando o sentido da base da pirâmide ao topo. Ressaltamos ainda
que o MBP/POP e o APPCC já foram abordados anteriormente, não sendo necessário
repetir neste tópico.
178
Abreu, Spinelli e Pinto (2013) citam que o método 5S (Figura 8) foi criado no
Japão e é considerado um conjunto de cinco atividades que buscam aperfeiçoar o
comportamento dos funcionários no ambiente de trabalho, mediante a mudança de
seus hábitos e atitudes. Em japonês, representa as palavras cujos cinco itens básicos
se iniciam com a letra S. No Brasil, a fim de manter os S originais, inseriu-se a expressão
“senso de...”. Tem-se, portanto:
Seiri
(Senso de
Utilização)
Shitsuke
Seiton
(Senso de
(Senso de
Auto-
disciplina) 5S Ordenação)
Seiketsu Seisou
(Senso de (Senso de
Saúde) Limpeza)
179
DICA
O SEBRAE através do Programa D-olho na qualidade 5S, apresenta
um esquema para não esquecermos quais são os 5S. A frase para não
esquecer é: “fique D-olho na qualidade”, onde a letra “D” significa descarte,
o “o”, significa organização, o “l” representa limpeza, o “h”, higiene pessoal
e o último “o”, significa ordem, no sentido da disciplina (Figura 9).
FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/5ss-100525211021-phpapp02/95/dolho-na-qualidade-
5ss-5-728.jpg?cb=1274821886>. Acesso em: 4 fev. 2020.
180
• COE 1 – Higienização de frutas, legumes e verduras servidos crus ou com tratamento
térmico brando.
• COE 2 – Tratamento térmico.
• COE 3 – Resfriamento.
• COE 4 – Manutenção/distribuição quente.
• COE 5 – Manutenção/distribuição fria.
Para SENAI (2011) estes Controles Operacionais Essenciais (COE) devem utilizar
os fundamentos do APPCC para obter a qualidade higienicossanitária dos alimentos. O
estabelecimento deverá aplicar os controles de acordo com as etapas específicas do
seu processo. Os fundamentos a serem aplicados nas cinco etapas são:
181
Frequência: a cada higienização
Monitorização:
Ações corretivas:
1) refazer a lavagem;
2) refazer a solução clorada;
3) deixar imerso por mais tempo;
4) treinamento dos manipuladores responsáveis.
Registros:
Tempo de
Identificação Organização Armazenamento Disposição
retenção
Planilha de
Cronológico Armário do Serviço
controle da 1 ano Descarte
(data) de Alimentação
higienização
Laudos das
Cronológico Armário do Serviço
análises 1 ano Arquivo Morto
(data) de Alimentação
microbiológicas
Verificação:
182
COE – Tratamento Térmico
Ações corretivas:
1) compensar a temperatura;
2) trocar o óleo;
3) reutilizar o alimento para outra preparação;
4) treinamento dos manipuladores responsáveis.
Registros:
Tempo de
Identificação Organização Armazenamento Disposição
retenção
Planilha de controle Cronológico Armário do Serviço
1 ano Descarte
de tratamento térmico (data) de Alimentação
Laudos das análises Cronológico Armário do Serviço Arquivo
1 ano
microbiológicas (data) de Alimentação Morto
183
Verificação:
COE – Resfriamento
Ações corretivas:
Registros:
184
Tempo de
Identificação Organização Armazenamento Disposição
retenção
Planilha de controle Armário do Serviço
Cronológico (data) 1 ano Descarte
resfriamento de Alimentação
Laudos das análises Armário do Serviço
Cronológico (data) 1 ano Arquivo Morto
microbiológicas de Alimentação
Verificação:
COE – Manutenção
185
Ações corretivas:
Registros:
Tempo de
Identificação Organização Armazenamento Disposição
retenção
Planilha de controle Armário do Serviço
Cronológico (data) 1 ano Descarte
de manutenção de Alimentação
Planilha de controle
Armário do Serviço
da temperatura dos Cronológico (data) 1 ano Descarte
de Alimentação
equipamentos
Laudo das análises Armário do Serviço Arquivo
Cronológico (data) 1 ano
microbiológicas de Alimentação Morto
Verificação:
COE – Distribuição
186
Frequência: a cada turno
Monitorização:
Ações corretivas:
Registros:
Tempo de
Identificação Organização Armazenamento Disposição
retenção
Planilha de controle Armário do Serviço
Cronológico (data) 1 ano Descarte
da distribuição de Alimentação
Laudo das análises Armário do Serviço Arquivo
Cronológico (data) 1 ano
microbiológicas de Alimentação Morto
Verificação:
187
2.3 NORMAS ISO (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR
STANDARDZATION)
Santos e Macedo (2015) citam que ISO significa International Organization for
Standardzation (Organização Internacional de Normalização) e seu objetivo é promover o
desenvolvimento de normas, testes e certificação, com o intuito de encorajar o comércio
de bens e serviços. Esta organização é formada por representantes de 91 países, cada
um destes representado por um organismo de normas, testes e certificação. As normas
ISO contribuem para o nivelamento da qualidade facilitando o comércio global. Dentre
os benefícios, destaca-se:
188
2.3.2 Norma ABNT NBR ISO 14000 – gestão ambiental
A família ISO 14000 aborda vários aspectos da gestão ambiental. Ela oferece
ferramentas práticas para as empresas e organizações que procuram identificar
e controlar seu impacto ambiental e melhorar constantemente seu desempenho
ambiental. As ISO 14001:2004 e ISO 14000:2004 possuem como foco os sistemas de
gestão ambiental. As demais normas ISO desta família focam questões ambientais mais
específicas (SANTOS; MACEDO, 2015).
As normas ISO 14000 têm como principal foco minimizar o dano causado ao
meio ambiente. Seu objetivo não é tornar a empresa uma “empresa verde”, mas sim fazer
com que ela tenha uma melhoria contínua em seu Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
e esteja de acordo com todas as políticas e leis ambientais. O desenvolvimento de um
SGA é variável conforme a empresa ou organização, por isso duas empresas certificadas
nas normas ISO 14000 podem ter desempenhos diferenciados, mas ambas estarem
qualificadas (NORMAS TÉCNICAS, 2015).
O autor cita ainda que a norma ISO 22000 vai muito além de simplesmente
monitorar e implementar uma gestão de segurança alimentar, mas busca meios para
que a empresa esteja sempre melhorando nesse quesito e constrói bases para que seja
mais fácil localizar e resolver problemas. Assim, a certificação da ISO 22000 não está
relacionada apenas a parte de segurança alimentar, mas a toda gestão da empresa.
189
2.4 OHSAS 18000 – SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
O sistema de certificação OHSAS foi projetado para ajudar as organizações a
formularem políticas e metas de saúde e segurança ocupacional, e sua norma se aplica
a qualquer organização que queira adotar ações mais efetivas em gestão dos riscos à
saúde e segurança ocupacional. A OHSAS 18001 mede seus sistemas de gestão em
várias dimensões, cuja abrangência de aplicação dependerá de fatores como da política
de saúde e segurança ocupacional da organização, a natureza de suas atividades, e as
condições sob as quais opera.
O autor cita ainda que houve uma época que o diferencial entre produtos eram
as suas características tecnológicas e a marca do fabricante que indicava a qualidade do
produto, já na atualidade o aspecto ecológico e social está sendo cada vez mais valorizado.
A norma SA 8000 vem fortalecer que a empresa estando comprometida com a sociedade,
poderá ter clientes comprometidos com a empresa, é uma valorização mútua.
190
Para os autores, as cinco chaves para uma alimentação segura foi uma iniciativa
da Organização Mundial da Saúde (OMS) e contempla:
• mantenha a limpeza;
• separe alimentos crus de alimentos cozidos;
• cozinhe bem os alimentos;
• mantenha os alimentos em temperatura segura;
• use água e matérias-primas seguras.
191
LEITURA
COMPLEMENTAR
INVESTIGAÇÃO DOS PERIGOS DE NATUREZA BIOLÓGICA
COMERCIALIZADAS EM RESTAURANTES SELFSEVICE
RESUMO
Com o intuito de obter uma alimentação mais prática, que não interfira no cumprimento
da jornada de trabalho, grande parcela dos indivíduos tem recorrido a refeições
provenientes de estabelecimentos de autosserviço, inclusive as saladas prontas para
o consumo. Neste sentido, este estudo teve por finalidade a investigação dos perigos
de natureza biológica em saladas cruas de restaurantes tipo self-service, localizados
no município de Mossoró, Rio Grande do Norte. Foram realizadas análises parasitárias,
pesquisa de coliformes e determinação de Escherichia coli e Salmonella sp., observando-
se a conformidade das amostras com a legislação vigente. Sobre os micro-organismos,
foi constatada a presença de coliformes a 45 °C, mas com valores dentro do preconizado,
bem como a ausência de E. coli e Salmonella sp. Apesar de não detectada a presença
de parasitos, foram observadas sujidades em algumas saladas avaliadas. Tais resultados
ressaltam a necessidade de maiores cuidados quanto à manipulação do produto.
INTRODUÇÃO
192
pela escolha e montagem do prato ser feita pelo próprio consumidor (BARCELOS et al.,
2016). Em meio aos alimentos consumidos rotineiramente nesses pontos comerciais
estão os vegetais in natura apresentados como salada.
Com base no que foi exposto, o seguinte estudo teve por finalidade investigar
os perigos de natureza biológica em saladas comercializadas por restaurantes do tipo
self-service, localizados no município de Mossoró, Rio Grande do Norte.
MATERIAL E MÉTODOS
193
As análises microbiológicas realizadas foram a determinação de número mais
provável de coliformes a 35 °C e a 45 °C, seguida de confirmação de Escherichia coli
e Salmonella sp., por presença ou ausência do micro-organismo. Para preparo das diluições
decimais foram pesados 25 ± 0,2 g da amostra e adicionados a 225 mL de solução salina
peptonada 0,1%, seguido da homogeneização em stomacher para obtenção da diluição 10-1.
Para a análise de Salmonella sp., a diluição 10-1 foi incubada a 35 °C por 18h
na fase de pré-enriquecimento, seguida do enriquecimento em caldo, plaqueamento
seletivo e confirmação por provas bioquímicas (SILVA et al., 2007).
194
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tais dados contribuem para fazer uma possível relação entre os componentes
presentes e os resultados microbiológicos e parasitológicos obtidos e relatados nas
Tabelas 2 e 3. Segundo Hu (2018), as matérias-primas utilizadas na preparação das
saladas, se apresentarem qualidade insatisfatória, podem servir como uma fonte de
micro-organismos, inclusive patogênicos. Tratando sobre a parasitologia, a constituição
física de alguns destes alimentos, como é o caso das hortaliças folhosas, com estruturas
de múltiplas folhas e reentrâncias, permite uma maior fixação das formas parasitárias,
aumentando a possibilidade quanto à presença destes (ARBOS et al., 2010).
Estabelecimento Composição
1 Brócolis, cenoura, tomate, repolho, cebolinha, orégano.
2 Alface, tomate, cebola cenoura.
3 Alface, tomate, cebola, repolho, uva passa, maçã, pepino, pimentão.
4 Alface, tomate, cebola, coentro, mamão, pimentão, manga.
5 Alface, tomate, cebola, repolho, cenoura, acelga.
6 Alface, beterraba, cenoura, repolho.
7 Alface, tomate, cebola, pimentão.
8 Alface, tomate, cebola, cenoura, pepino.
9 Beterraba, cenoura, repolho, cebolinha.
10 Alface, tomate, pepino, coentro, repolho, pimentão.
195
TABELA 2 – CONTAGEM E DETERMINAÇÃO DE MICRO-ORGANISMOS DOS GÊNEROS COLIFORMES E
SALMONELLA SP, EM SALADAS CRUAS COMERCIALIZADAS SEM ESTABELECIMENTOS TIPO SELF-SERVICE
DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ, RIO GRANDE DO NORTE
196
Pela presença de coliformes a 45 °C, indicativo de contaminação fecal, mesmo
estando dentro dos padrões legais, existe a necessidade de melhorias na manipulação do
alimento e conscientização por parte dos manipuladores, como também dos consumidores
que, pela adoção de medidas simples de cuidado e higiene podem prevenir a ocorrência
dos surtos de origem alimentar, constantemente causados por alimentos preparados em
estabelecimento que oferecem tal serviço, como relatado por Zanoni & Gelinski (2013). É
importante salientar que no estabelecimento 1, pelas técnicas aplicadas, não foi detectada
a presença de coliformes a 45 °C. Isso pode ser explicado, possivelmente, pela presença
do orégano, condimento utilizado apenas na salada do citado espaço, já bem relatado
na literatura pelas suas propriedades antimicrobianas (SILVA, 2010; SANTOS et al., 2011;
MACHADO et al., 2013). No entanto, testes posteriores podem confirmar a concentração e
forma mais adequada de aplicação do orégano ao alimento para se considerar sua atividade
inibitória no desenvolvimento dos micro-organismos.
De modo geral, uma etapa que deverá vir antes da preparação dessas saladas
é a seleção da matéria-prima, uma vez que a integridade da sua casca, no caso das
hortaliças que possuem essa barreira natural, dificulta a penetração do micro-organismo
no alimento, bem como a lavagem desta com água ou desinfetantes, o que contribuirá
na redução da carga microbiana (HU, 2018).
197
a ingestão de parasitas, nas suas mais variadas formas, pode gerar sérios problemas
à saúde do consumidor, como diarreia, perda de peso e anemia (ALVES et al., 2013),
e sendo ela facilitada pelo consumo de vegetais inadequadamente higienizados
(ISMAIL, 2016).
Parasitas Sujidades
Estabelecimento
(A/P) (A/P) Nível
1 A P 1
2 A A 1
3 A A 1
4 A A 1
5 A A 1
6 A A 1
7 A P 1
8 A A 1
9 A A 11
10 A P
*A= Ausência; P=Presença.
198
Ismail (2016), ao estudar a prevalência de contaminação parasitológica em
salada de legumes vendida em supermercados e vendedores ambulantes na Jordânia,
verificou a presença de formas contaminantes em 29% das 133 amostras analisadas, com
prevalência de Ascaris spp. Em trabalho realizado por Silva et al. (2015), avaliando-se a
presença de parasitas em folhas de alface (Lactuca sativa) do Centro de Abastecimento
de Alimentos (CEASA) e de self-services da grande Recife, encontraram-se valores
diferentes aos encontrados neste estudo, constatando a presença de parasitos
intestinais e um significativo índice de sujidades no alimento, devidamente fora dos
padrões de consumo estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA).
CONCLUSÃO
199
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
200
AUTOATIVIDADE
1 (COMPERVE-RN, 2018) O programa 5S é uma ferramenta de gestão da qualidade
que teve origem no Japão e pode ser aplicada nas mais diversas situações, na vida
pessoal, nas organizações públicas, nas escolas, nas famílias e nas comunidades.
Com relação a esse programa, analise as afirmativas a seguir.
I- O Senso Seiton denominado no Brasil por Senso de ordenação pode ser definido
como: “um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar”.
II- O Senso Seisou, denominado no Brasil de Senso de Limpeza, tem como lema
“manter o local de trabalho sempre limpo”.
III- O Senso Seiketsu, denominado no Brasil de Senso de Utilização, tem como lema
“separar o que é útil do que não é”.
IV- O Senso Shitsuke, denominado no Brasil de Senso de autodisciplina, significa
assumir responsabilidade de seguir padrões saudáveis.
201
Após analisar as afirmativas acima, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) São verdadeiras as afirmativas I e II.
b) ( ) São verdadeiras as afirmativas I, e III.
c) ( ) É verdadeira apenas a afirmativa II.
d) ( ) São verdadeiras as afirmativas II e III.
e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
202
REFERÊNCIAS
ABERC. Manual ABERC de práticas de elaboração e serviços de refeições para
coletividades. São Paulo: ABERC, 2015.
203
BRASIL. Portaria nº 2914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os
procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de potabilidade. Disponível em: http://site.sabesp.com.br/site/
uploads/file/asabesp_doctos/PortariaMS291412122011.pdf. Acesso em: 29 jan. 2020.
204
BRASIL. Portaria no 326, de 30 de julho de 1997a. Regulamento Técnico sobre as
condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos
produtores/industrializadores de alimentos. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/
documents/33916/388704/Portaria%2BSVS-MS%2BN.%2B326%2Bde%2B30%2Bde%2
BJulho%2Bde%2B1997.pdf/87a1ab03-0650-4e67-9f31-59d8be3de167. Acesso em: 27
jan. 2020.
BROOKS, G. F. et al. Microbiologia médica: um livro médico LANGE. 26. ed. Rio de
Janeiro: AMGH Editora Ltda., 2014.
205
CFN. Resolução nº 576, de 19 de novembro de 2016. Dispõe sobre procedimentos
para solicitação, análise, concessão e anotação de Responsabilidade Técnica do
Nutricionista e dá outras providências. Disponível em: http://www.cfn.org.br/wp-
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OHSAS 18000. Sistema de segurança ocupacional. IQA. 2019. Disponível em: http://
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PIETRO, M. S. Z. Di. Direito administrativo. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
206
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M. G. N.; PINTO, A. M. de S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um
modo de fazer. São Paulo: Editora Metha, 2013.
207
SELEME, R.; STADLER, H. Controle da qualidade: as ferramentas essenciais. Curitiba:
Ibpex, 2012.
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APPCC para consultor. Brasília: SENAI/DN, 2009a.
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SENAI. Guia de elaboração do plano APPCC: carnes e derivados. 2. ed. PAS Mesa.
Brasília: SENAI/DN, 2009c.
208