RAFE
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RAFE
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
DO ESTADO (RAFE)
Celeste Mafalda Marques
www.cecoa.pt
Introdução
◦ São vários os diplomas que estabelecem regras e princípios
relacionados com o orçamento das entidades públicas, com a
execução desses orçamentos, com o seu controlo e com a
prestação de contas que advém dessa execução.
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Introdução
3
Introdução
4
Introdução
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Lei do
Enquadramento Orçamental
◦ A lei do enquadramento orçamental estabelece
◦ a) Os princípios e as regras orçamentais aplicáveis ao sector das
administrações públicas;
◦ b) O regime do processo orçamental, as regras de execução, de
contabilidade e reporte orçamental e financeiro, bem como as
regras de fiscalização, de controlo e auditoria orçamental e
financeira, respeitantes ao perímetro do subsector da
administração central e do subsetor da segurança social.
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Lei do
Enquadramento Orçamental
O sector das administrações públicas abrange todos os serviços e
entidades dos subsectores da administração central, regional,
local e da segurança social, que não tenham natureza e forma de
empresa, de fundação privada ou de associação pública.
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LEO –
Princípios orçamentais
◦ Unidade e universalidade
◦ que refere que o Orçamento do Estado é unitário e compreende
todas as receitas e despesas das entidades que compõem o
subsector da administração central e do subsetor da segurança social.
◦ os orçamentos das regiões autónomas e das autarquias locais, são
independentes do Orçamento do Estado e compreendem todas as
receitas e despesas das administrações regional e local,
respectivamente.
◦ Estabilidade orçamental
◦ Os orçamentos do sector das administrações públicas está sujeito ao
princípio da estabilidade orçamental que refere que da sua execução
só pode resultar uma situação de equilíbrio ou de excedente
orçamental
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LEO –
Princípios orçamentais
◦ Sustentabilidade das finanças públicas - entende -se por
sustentabilidade a capacidade de financiar todos os
compromissos, assumidos ou a assumir, com respeito pelas regras
orçamentais
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LEO –
Princípios orçamentais
◦ Equidade intergeracional – neste principio esta subjacente a
ideia de que deve existir equidade na distribuição de benefícios
e custos entre gerações, de modo a não onerar excessivamente
as gerações futuras, salvaguardando as suas legítimas
expectativas através de uma distribuição equilibrada dos custos
pelos vários orçamentos num quadro plurianual
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LEO –
Princípios orçamentais
◦ Não compensação – Nos orçamentos, todas as receitas são
previstas pela importância integral em que foram avaliadas, sem
dedução alguma para encargos de cobrança ou de qualquer
outra natureza. O mesmo se aplica às despesas, que são
também inscritas pela sua importância integral, sem dedução de
qualquer espécie
Este principio é excepcionado para as situação de juros e
operações financeiras
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LEO - Princípios orçamentais
◦ Não consignação - não pode afectar-se o produto de quaisquer
receitas à cobertura de determinadas despesas, com excepção
de:
a) receitas das reprivatizações;
b) receitas relativas aos recursos próprios comunitários tradicionais;
c) receitas afetas ao financiamento da segurança social e dos seus
diferentes sistemas e subsistemas, nos termos legais
d) receitas que correspondam a transferências provenientes da União
Europeia e de organizações internacionais;
e) receitas provenientes de subsídios, donativos e legados de
particulares, que, por vontade destes, devam ser afectados à
cobertura de determinadas despesas;
f) receitas que sejam, por razão especial, afectas a determinadas
despesas por expressa estatuição legal ou contratual.
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LEO –
Princípios orçamentais
◦ Especificação
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LEO –
Princípios orçamentais
◦ Economia, eficiência e eficácia
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LEO –
Princípios orçamentais
Transparência orçamental— A transparência orçamental implica a
disponibilização de informação sobre a implementação e a execução
dos programas, objectivos da política orçamental, orçamentos e contas
do sector das administrações públicas, por subsector. A informação
disponibilizada deve ser fiável, completa, actualizada, compreensível e
comparável internacionalmente, de modo a permitir avaliar com
precisão a posição financeira do sector das administrações públicas e
os custos e benefícios das suas actividades, incluindo as suas
consequências económicas e sociais, presentes e futuras.
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LEO - Prazos
◦ O Governo elabora e apresenta à Assembleia da República, até
1 de outubro de cada ano, a proposta de lei do Orçamento do
Estado para o ano económico seguinte, acompanhada dos
vários mapas.
◦ A votação da proposta de lei do Orçamento do Estado realiza-
se no prazo de 45 dias após a data da sua admissão pela
Assembleia da República.
◦ A Lei de Enquadramento Orçamental elenca todos os mapas
obrigatórios a apresentar para o Orçamento de Estado e para os
orçamentos das entidades do sector das Administrações Públicas
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LEO –
Sistema Contabilístico
As entidades públicas elaboram, até 31 de março do ano seguinte
ao ano económico a que as contas respeitam, os respectivos
documentos de prestação de contas que entregam ao membro
do Governo responsável pela área das finanças, ao membro do
Governo da tutela e ao Tribunal de Contas.
Os documentos de prestação de contas integram:
a) O relatório de gestão;
b) As demonstrações orçamentais e financeiras;
c) Outros documentos exigidos por lei.
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LEO –
Sistema Contabilístico
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Princípios de
execução orçamental
◦ Nenhuma receita pode ser liquidada ou cobrada sem que,
cumulativamente:
◦ a) Seja legal;
◦ b) Tenha sido objeto de correcta inscrição orçamental;
◦ c) Esteja classificada.
A liquidação e a cobrança de receita podem ser efectuadas para
além dos valores previstos na respectiva inscrição orçamental.
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Princípios de
execução orçamental
Nenhuma despesa pode ser autorizada sem que,
cumulativamente:
a) O facto gerador da obrigação respeite as normas
legais aplicáveis;
b) Disponha de inscrição orçamental no programa e no
serviço ou na entidade, tenha cabimento e identifique se
os pagamentos se esgotam no ano ou em anos futuros no
período previsto para o programa;
c) Satisfaça os requisitos de economia, eficiência e eficácia.
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Princípios de
execução orçamental
Nenhuma despesa pode ser paga sem que o compromisso e a
respectiva programação de pagamentos previstos sejam
assegurados pelo orçamento de tesouraria da entidade.
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Princípios de
execução orçamental
Os compromissos que dão origem a pagamentos em ano
económico, que não seja o ano da sua realização, ou em vários
anos económicos constantes dos programas, podem ser
assumidos pelas entidades e serviços sem pagamentos em atraso,
mediante prévia autorização do ministro da tutela.
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LEO –
Sistema Contabilístico
O Estado organiza uma contabilidade orçamental para todas as
suas receitas e despesas, uma contabilidade financeira para todos
os seus ativos, passivos, rendimentos e gastos e prepara
demonstrações orçamentais e financeiras, individuais e
consolidadas, que proporcionem uma imagem verdadeira e
apropriada da execução orçamental, da posição financeira, das
alterações na posição financeira, do desempenho e dos fluxos de
caixa.
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LEO –
Sistema Contabilístico
O sistema contabilístico compreende uma contabilidade
orçamental, uma contabilidade financeira e uma contabilidade
de gestão, nos termos da normalização contabilística em vigor.
A contabilidade financeira regista as operações que afetam a
posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa.
A contabilidade orçamental proporciona o registo da execução
do orçamento e de eventuais alterações.
A contabilidade de gestão permite avaliar o resultado das ações
que contribuam para a realização das políticas públicas e o
cumprimento dos objetivos em termos de serviços a prestar aos
cidadãos.
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Unidade de
Tesouraria
◦ O Decreto-Lei nº191/99, de 5 de junho estabeleceu o regime de
Tesouraria do Estado. Este regime tem como objectivo a
centralização dos fundos públicos na tesouraria do Estado e a
optimização e gestão dos mesmos. Assim, toda a movimentação
de fundos públicos passa a ser efetuada através de contas
bancárias na tesouraria do Estado, através das quais os
organismos detentores desses fundos promovem as respectivas
operações de cobrança e pagamento e onde mantêm
depositados as suas disponibilidades de tesouraria, cabendo à
Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP,
E.P.E assegurar a prestação de serviços equiparados aos da
atividade bancária, assumindo-se, assim, como banco do
Estado.
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Unidade de
Tesouraria
Todos os anos, a Lei do Orçamento de Estado, estabelece regras
relativas a este regime. Assim, para o ano de 2021, refere o artº.
172.º
1 - Os serviços integrados, os serviços e fundos autónomos e as
entidades reclassificadas, estão obrigados a depositar em contas
na tesouraria do Estado a totalidade das suas disponibilidades e
aplicações financeiras, seja qual for a origem ou natureza das
mesmas, incluindo receitas próprias, e a efetuar todas as
movimentações de fundos por recurso aos serviços bancários
disponibilizados pelo IGCP, E. P. E.
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Unidade de
Tesouraria
2 - O IGCP, E. P. E., em articulação com as entidades referidas no
número anterior, promove a integração destas na rede de
cobranças do Estado, mediante a abertura de contas bancárias
junto do IGCP, E. P. E., para recebimento, contabilização e
controlo das receitas próprias e das receitas gerais do Estado que
liquidam e cobram.
3 — Excluem -se das entidades a que se refere o n.º 1:
a) O IGFSS, I. P.
b) Os serviços e organismos que, por disposição legal, estejam
excecionados do seu cumprimento
4 - O princípio da unidade de tesouraria é aplicável:
a) Às instituições do ensino superior,
b) Às empresas públicas não financeiras;
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Lei de bases da
Contabilidade Pública – Lei
8/90
◦ Estabelece, para os serviços e organismos da Administração
Central e dos institutos públicos, os princípios e normas aplicáveis
ao seu regime financeiro, controlo orçamental e à
contabilização das receitas e despesas
◦ Criou dois regime:
◦ O geral - de autonomia administrativa e
◦ O regime excepcional - autonomia administrativa e financeira
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Lei de bases da
Contabilidade Pública – Lei
8/90
◦ A autonomia administrativa traduz-se na competência dos seus
dirigentes para autorizar a realização de despesas de gestão
corrente e o seu respectivo pagamento.
◦ Os actos de gestão corrente são todos aqueles que integram a
actividade que os serviços e organismos normalmente
desenvolvem para a prossecução das suas atribuições e que
estão normalmente explanados no seu plano de actividades.
◦ A realização e o pagamento das despesas deixaram de estar
sujeitos ao sistema de autorização prévia pela Direcção-Geral
da Contabilidade Pública, conferindo-se assim maior autonomia
aos serviços e organismos da Administração Pública.
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Lei de bases da
Contabilidade Pública – Lei
8/90
◦ Os serviços e organismos da Administração Central com
autonomia administrativa e financeira podem autorizar todas as
despesas, sejam elas ou não de gestão corrente.
◦ ISTO É: quando os rendimentos do património da pessoa coletiva
e outros que a lei lhe permite cobrar sejam considerados receita
própria, aplicável livremente, segundo o orçamento privativo, às
despesas ordenada por exclusiva autoridade dos seus órgãos.
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Lei de bases da
Contabilidade Pública – Lei
8/90RESUMO – REGIME GERAL / REGIME EXCEPCIONAL
Características Serviços integrados Serviços e Fundos Autónomos
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Lei de bases da
Contabilidade Pública – Lei
8/90
◦ Existem 2 formas de um organismo ser dotado de autonomia
administrativa e financeira:
◦ quando este regime se justifique para a sua adequada gestão e,
cumulativamente, as suas receitas próprias atinjam um mínimo de dois
terços das despesas totais, com exclusão das despesas co-financiadas
pelo orçamento das Comunidades Europeias
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Lei de bases da
Contabilidade Pública – Lei 8/90
Para definir a liberdade e âmbito dos poderes financeiros das entidades
públicas, usa-se e abusa-se da palavra autonomia.
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Lei de bases da
Contabilidade Pública – Lei 8/90
Autonomia de tesouraria – é o poder de gerir autonomamente os
recursos monetários próprios, em execução ou não do orçamento
Nota: esta forma de autonomia é rara entre nós, pois que a
generalidade das entidades dependem do Tesouro Público.
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Lei de bases da
Contabilidade Pública – Lei 8/90
◦ A realização das despesas é autorizada pelos dirigentes máximos
dos organismos com autonomia administrativa e financeira e
bem assim dos seus pagamentos
◦ Estes serviços têm personalidade jurídica e património próprio
◦ A contabilidade dos serviços com autonomia administrativa é
unigráfica devendo ser organizada uma contabilidade analítica
indispensável aos resultados da gestão
◦ A contabilidade dos serviços com autonomia administrativa e
financeira é digráfico e baseado no POC (Plano Oficial de
Contabilidade)
◦ Os sistemas de contabilidade deverão prever uma contabilidade
de caixa e uma contabilidade de compromissos ou encargos
assumidos aquando do ordenamento das despesas
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Organismos com Autonomia administrativa
◦ Os serviços e organismos deverão elaborar um plano anual de
actividades com uma clara discriminação dos objetivos e atingir
e dos recursos a utilizar. Deverão elaborar ainda um relatório
anual sobre a gestão efectuada, com a discriminação dos
objetivos atingidos e dos recursos utilizados.
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Organismos com autonomia administrativa e financeira
Património
◦ 1 - O património dos organismos autónomos é constituídos pelos bens, direitos e
obrigações recebidos ou adquiridos para o exercício da sua actividade.
◦ 2 - Salvo disposições especiais constantes das respectivas leis orgânicas, estes
organismos podem administrar e dispor livremente dos bens que integram o seu
património, sem sujeição às normas relativas ao domínio privado do Estado.
◦ 3 - Os organismos autónomos deverão manter um inventário actualizado de todos
os bens patrimoniais.
◦ 4 - Estes organismos administram ainda os bens do domínio público do Estado
afectos às actividades a seu cargo, devendo manter actualizado o respectivo
cadastro.
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Receitas
1 - Constituem receitas próprias dos organismos autónomos:
a) As receitas resultantes da sua actividade específica;
b) O rendimento de bens próprios e bem assim o produto da sua alienação e da
constituição de direitos sobre eles;
c) As doações, heranças ou legados que lhes sejam destinados;
d) Quaisquer outros rendimentos que por lei ou contrato lhes devam pertencer.
2 - Para além das receitas próprias, estes organismos poderão ainda beneficiar, nos
termos da lei ou das normas comunitárias aplicáveis, de comparticipações, dotações,
transferências e subsídios provenientes do Orçamento do Estado, do orçamento da
Segurança Social ou de quaisquer entidades públicas ou privadas, bem como do
orçamento da Comunidade Europeia.
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Instrumentos de gestão previsional
1 - A gestão económica e financeira dos organismos autónomos é disciplinada pelos
seguintes instrumentos de gestão previsional:
a) Plano de actividades;
b) Orçamento de tesouraria;
c) Demonstração de resultados;
d) Balanço previsional.
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Documentos de prestação de contas
1 - Os organismos autónomos devem elaborar anualmente, com referência a 31 de
Dezembro do ano anterior, os seguintes documentos de prestação de contas:
a) Relatório de actividades do órgão de gestão;
b) Conta dos fluxos de tesouraria, elaborada nos termos do n.º 2 do artigo anterior;
c) Balanço analítico;
d) Demonstração de resultados líquidos;
e) Anexos ao balanço e à demonstração de resultados;
f) Parecer do órgão fiscalizador.
Balanço social
Os organismos autónomos deverão apresentar anualmente, com referência a 31 de
Dezembro do ano anterior, um balanço social, enquadrado na lei geral, qualquer que
seja o vínculo contratual do pessoal ao seu serviço naquela data.
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Regime duodecimal – que estabelece que as transferências
oriundas do financiamento do Estado são recebidas mensalmente
no montante de 1/12 (um duodécimo)
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Contabilidade de compromissos:
1 - A contabilidade de compromissos ou encargos assumidos consiste no lançamento
das obrigações constituídas, por actividades e com indicação da respectiva rubrica
de classificação económica, compreendendo:
a) Os montantes, fixados ou escalonados para cada ano, das obrigações decorrentes
de lei ou de contrato, como primeiro movimento da gestão do respectivo ano;
b) As importâncias resultantes dos encargos assumidos nos anos anteriores e não
pagos;
c) Os encargos assumidos ao longo da gestão.
Contratos:
1 - Os serviços e organismos terão obrigatoriamente de proceder ao registo dos
contratos celebrados, incluindo o montante global de cada contrato, suas
alterações, escalonamento e pagamentos efectuados.
2 - Nenhuma despesa relativa a contratos pode ser efectuada sem que caiba no seu
montante global e respectivo escalonamento anual.
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Registo de cabimento prévio
◦ Para a assunção de compromissos, devem os serviços e organismos adoptar um
registo de cabimento prévio do qual constem os encargos prováveis.
Contabilidade analítica de gestão
◦ Os serviços e organismos devem organizar uma contabilidade analítica como
instrumento de gestão.
Contabilidade de caixa
1 - A contabilidade de caixa consiste no registo do montante global dos créditos
libertados, nos termos do artigo 17.º e de todos os pagamentos efectuados por
actividades ou projectos e por rubricas orçamentais.
2 - Nenhum pagamento pode ser efectuado sem que tenha sido previamente
registado o inerente compromisso.
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Regime de Administração
Financeira do Estado
Libertação de créditos
◦ 1 - Os serviços e organismos solicitarão, mensalmente, à Direcção-Geral da
Contabilidade Pública a libertação de créditos por um montante que tenha em
consideração o plano de tesouraria.
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Regime de Administração
Financeira do Estado
Requisitos gerais
1 - A autorização de despesas fica sujeita à verificação dos seguintes requisitos:
a) Conformidade legal;
b) Regularidade financeira;
c) Economia, eficiência e eficácia.
2 - Por conformidade legal entende-se a prévia existência de lei que autorize a despesa,
dependendo a regularidade financeira da inscrição orçamental, correspondente cabimento e
adequada classificação da despesa.
3 - Na autorização de despesas ter-se-á em vista a obtenção do máximo rendimento com o mínimo
de dispêndio, tendo em conta a utilidade e prioridade da despesa e o acréscimo de produtividade
daí decorrente.
Encargos plurianuais
A assunção de encargos que tenham reflexo em mais de um ano económico deverá ser precedida
de portaria conjunta do Ministro das Finanças e do ministro competente para o departamento a
que pertence o respectivo serviço ou organismo, salvo quando resultarem da execução de planos
plurianuais legalmente aprovados.
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Definição de processamento
◦ O processamento é a inclusão em suporte normalizado dos encargos legalmente
constituídos, por forma que se proceda à sua liquidação e pagamento.
Definição de liquidação
◦ Após o processamento, os serviços e organismos determinarão o montante exacto
da obrigação que nesse momento se constitui, a fim de permitir o respectivo
pagamento
Autorização de pagamento
◦ A autorização e a emissão dos meios de pagamento competem ao dirigente do
serviço ou organismo, com possibilidade de as delegar e subdelegar.
◦ Dada a autorização e emitidos os respectivos meios de pagamento, será
efectuado imediatamente o respectivo registo.
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Despesas em conta de fundos de maneio
1 - Para a realização de despesas de pequeno montante podem ser constituídos
fundos de maneio em nome dos respectivos responsáveis, em termos a definir
anualmente no decreto-lei de execução orçamental.
2 - Os responsáveis pelos fundos de maneio autorizados nos termos do número anterior
procederão à sua reconstituição de acordo com as respectivas necessidades.
3 - A competência para a realização e pagamento das despesas em conta de
fundos de maneio caberá ao responsável pelo mesmo.
4 - Os serviços e organismos procederão obrigatoriamente à liquidação dos fundos de
maneio até à data que for anualmente fixada nos termos referidos no n.º 1.
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Despesas de anos anteriores
1 - Os encargos relativos a anos anteriores serão satisfeitos por conta das verbas
adequadas do orçamento que estiver em vigor no momento em que for efectuado o
seu pagamento.
2 - O montante global dos encargos transitados de anos anteriores deve estar
registado nos compromissos assumidos, não dependendo o seu pagamento de
quaisquer outras formalidades.
3 - O pagamento das obrigações resultantes das despesas a que se refere o presente
artigo prescreve no prazo de três anos a contar da data em que se constituiu o
efectivo dever de pagar, salvo se não resultar da lei outro prazo mais curto.
4 - O decurso do prazo a que se refere o número anterior interrompe-se ou suspende-
se por acção das causas gerais de interrupção ou suspensão da prescrição.
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Restituições
1 - Devem ser restituídas as importâncias de quaisquer receitas que tenham dado
entrada nos cofres do Estado sem direito a essa arrecadação.
2 - Se as receitas tiverem sido cobradas por meios coercivos, devem restituir-se
também as custas dos respectivos processos.
3 - O direito à restituição a que se refere o presente artigo prescreve no prazo de
cinco anos a contar da data em que deram entrada nos cofres do Estado as quantias
a restituir, salvo se for legalmente aplicável outro prazo mais curto.
4 - O decurso do prazo a que se refere o número anterior interrompe-se ou suspende-
se por acção das causas gerais de interrupção ou suspensão da prescrição.
5 – As restituições de receita recebida em anos anteriores serão processadas e pagas
de acordo com as normas gerais aplicáveis ao processamento e pagamento das
despesas públicas.
6 - As restituições de receita recebida no próprio ano considera-se um abate à
receita daquele ano.
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Reposição de dinheiros públicos
1 - A reposição de dinheiros públicos que devam reentrar nos cofres do Estado pode
efectivar-se por compensação, por dedução não abatida ou por pagamento
através de guia.
2 - As quantias recebidas pelos funcionários ou agentes da Administração Pública que
devam reentrar nos cofres do Estado serão compensadas, sempre que possível, no
abono seguinte de idêntica natureza.
3 - Quando não for praticável a reposição sob as formas de compensação ou
dedução, será o quantitativo das reposições entregue nos cofres do Estado por meio
de guia.
4 – É permitida a reposição em prestações
A obrigatoriedade de reposição das quantias recebidas prescreve decorridos cinco
anos após o seu recebimento.
Existe um valor mínimo (definido no DLEO),
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Regime de
Administração
Financeira do Estado
Reposição de dinheiros públicos
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OBRIGADO
CECOA
Centro de Formação Profissional
para o Comércio e Afins
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