Presidência Do Conselho de Ministros: Diário Da República, 1. Série
Presidência Do Conselho de Ministros: Diário Da República, 1. Série
Presidência Do Conselho de Ministros: Diário Da República, 1. Série
ª série
de 23 de setembro
O novo Estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 52/2022,
de 4 de agosto, prevê a criação de uma Direção Executiva do SNS (DE-SNS, I. P.), e considera-a,
no seu preâmbulo, como uma das suas principais inovações.
Nos termos do artigo 103.º do Estatuto do SNS, a definição da natureza jurídica, organização
e funcionamento da DE-SNS, I. P., constam de diploma próprio, a aprovar no prazo de 180 dias a
contar da sua data de entrada em vigor, prazo no qual se prevê, igualmente, que sejam aprovadas
as demais alterações orgânicas daí decorrentes, nomeadamente, do Ministério da Saúde (MS).
É a esta definição que agora se procede, face à premência de criar as condições para a sua imple-
mentação.
A diversidade dos cuidados que presta, a capilaridade dos seus serviços, a elevada autonomia
técnica dos seus profissionais de saúde, os custos crescentes em saúde e as expectativas de uma
sociedade mais informada e exigente, conferem ao SNS uma complexidade organizacional e de
gestão com difícil paralelo no Estado Português e justificam a missão da DE-SNS, I. P.: coordenar a
resposta assistencial das unidades de saúde do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede,
a melhoria contínua do acesso a cuidados de saúde, a participação dos utentes e o alinhamento
da governação clínica e de saúde.
A DE-SNS, I. P., assume um papel que se revelou necessário no combate à pandemia da
doença COVID-19 e que se entendeu dever ser reforçado, mas também atribuições antes come-
tidas a outras instituições do MS. Não prejudica, contudo, as atribuições das unidades de saúde
que integram o SNS, em matéria de responsabilidade pela prestação de cuidados de saúde, com
respeito pela sua natureza jurídica e competências específicas. Nem, tão pouco, afasta a respon-
sabilidade que cabe ao membro do Governo responsável pela definição da política nacional de
saúde e, em especial, do SNS.
Por isso, à DE-SNS, I. P., é atribuída a natureza jurídica de instituto público de regime especial,
na medida em que se desvia do regime comum previsto na lei-quadro dos institutos públicos — figura
capaz de garantir, por um lado, a superintendência e tutela do membro do Governo responsável
pela área da saúde e, por outro, o exercício autónomo das suas atribuições e do poder de emitir
regulamentos, orientações, diretrizes e instruções genéricas e específicas vinculativas sobre os
estabelecimentos e serviços do SNS.
Com efeito, não se pretende que a DE-SNS, I. P., esteja submetida ao poder de direção do
MS, nem que integre o setor empresarial do Estado, sujeito, por natureza, a tutela conjunta.
Adicionalmente, prevê-se que a DE-SNS, I. P., possa ter unidades orgânicas territorialmente
desconcentradas, numa perspetiva descentralizada de formação de equipas com conhecimento
técnico e sensibilidade territorial.
A DE-SNS, I. P., é composta por cinco órgãos. É dirigida por um diretor executivo, o órgão dire-
tivo de representação e de mais elevada responsabilidade de gestão do SNS, com poder decisório
em cinco eixos: i) integração da prestação de cuidados; ii) funcionamento em rede e referencia-
ção; iii) acesso a cuidados de saúde e direitos dos utentes; iv) participação das pessoas no SNS,
e v) governação e inovação. No exercício das suas funções, o diretor executivo é coadjuvado pelo
conselho de gestão. A DE-SNS, I. P., integra, ainda, o conselho estratégico, o órgão de coordena-
ção da definição das estratégias de recursos do SNS, que é composto pelo diretor executivo, pelo
presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde, I. P. (ACSS, I. P.),
e pelo presidente do conselho de administração da SPMS — Serviços Partilhados do Ministério da
Saúde, E. P. E. (SPMS, E. P. E.). São, ainda, órgãos da DE-SNS, I. P., a assembleia de gestores e
o fiscal único, respetivamente, os órgãos de consulta e participação e de fiscalização.
Diário da República, 1.ª série
Um dos fatores críticos para o sucesso da opção pela criação deste instituto é o dos seus
poderes e a relação com os estabelecimentos e serviços do SNS e demais organismos e institui-
ções do MS.
A DE-SNS, I. P., além de propor a designação e exoneração dos membros dos órgãos de gestão
das unidades de saúde, ou mesmo de os designar se tal competência lhe for delegada, pode emitir
regulamentos, orientações, diretrizes e instruções genéricas e específicas vinculativas para todo o
SNS, devendo ser-lhe prestada toda a colaboração e informação necessárias, nomeadamente as
relativas à coordenação, monitorização e controlo das atividades do SNS.
Relativamente à articulação com a ACSS, I. P., estabelece-se que a DE-SNS, I. P., conjun-
tamente com as unidades de cuidados de saúde primários e hospitalares, é parte nos contratos-
-programa celebrados, que coordena. Recorda-se que é no âmbito do processo de contratualiza-
ção, e no quadro do ciclo de gestão, que são negociadas e acordadas as metas assistenciais e os
necessários recursos financeiros, humanos e técnicos. Estabelece-se, ainda, que a DE-SNS, I. P.,
acompanha, conjuntamente com a ACSS, I. P., os processos de negociação dos instrumentos de
regulamentação coletiva de trabalho.
Tendo presente que, tal como resulta do Estatuto do SNS, os sistemas de informação do SNS
contribuem para a obtenção de ganhos em saúde, facilitando o acesso aos cuidados de saúde,
melhorando a qualidade do trabalho, possibilitando a investigação e reforçando a eficiência dos
serviços e a transparência da sua gestão, o seu papel é instrumental para a prossecução da missão
da DE-SNS, I. P. Como tal, importa conferir-lhe a competência para, junto da ACSS, I. P., definir as
prioridades e respostas a assegurar pelos sistemas de informação a fornecer pela SPMS, E. P. E.
Por outro lado, reconhece-se ainda que o acesso aos dados assistenciais é central no cumprimento
da missão da DE-SNS, I. P., o que lhe é garantido nos termos da lei.
A criação da DE-SNS, I. P., ocorre num momento em que está em curso a transferência de
competências para os municípios no domínio dos cuidados de saúde primários e prevista, no
programa do XXIII Governo Constitucional, a integração dos serviços desconcentrados de natu-
reza territorial nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional. A conclusão destes
processos torna especialmente relevante o papel da DE-SNS, I. P., enquanto «fio condutor» na
operacionalização de uma política nacional de saúde que nunca perca de vista o direito universal
à saúde que a democracia trouxe a cada cidadão.
Concomitantemente, importa, ainda, alterar a orgânica do MS, refletindo os impactos da criação
da DE-SNS, I. P., nomeadamente na ACSS, I. P., e nas Administrações Regionais de Saúde, I. P.
Prevê-se, adicionalmente, que a coordenação dos assuntos europeus e relações internacionais
do MS, até à data cometida à Direção-Geral da Saúde, passe a ser assegurada pela Secretaria-
-Geral do MS, à semelhança do que acontece noutros departamentos governamentais, dado que
é esta entidade que detém a missão de assegurar o apoio técnico e administrativo aos gabinetes
dos membros do Governo.
Assim:
Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 3/2004, de 15 de janeiro, na sua reda-
ção atual, e nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o
seguinte:
CAPÍTULO I
Disposição geral
Artigo 1.º
Objeto
CAPÍTULO II
Artigo 2.º
Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, I. P.
Artigo 3.º
Restruturação e sucessão
1 — São objeto de restruturação, nos termos previstos nos artigos 6.º a 13.º, os seguintes
serviços e organismos do Ministério da Saúde (MS):
a) A Secretaria-Geral (SG);
b) A Direção-Geral da Saúde (DGS);
c) A Administração Central do Sistema de Saúde, I. P. (ACSS, I. P.);
d) As Administrações Regionais de Saúde, I. P. (ARS, I. P.).
2 — A DE-SNS, I. P., sucede nas atribuições da ACSS, I. P., em matéria de gestão do acesso,
da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e da Rede Nacional de Cuidados
Paliativos (RNCP).
3 — A SG-MS sucede nas atribuições da DGS em matéria de coordenação das relações
internacionais do MS.
4 — A ACSS, I. P., sucede nas atribuições das ARS, I. P., em matéria de acordos com entidades
prestadoras de cuidados de saúde e entidades do setor privado e social.
Artigo 4.º
Critérios de seleção do pessoal
CAPÍTULO III
Alterações legislativas
Artigo 5.º
Alteração à Lei n.º 3/2004, de 15 de janeiro
O artigo 48.º da Lei n.º 3/2004, de 15 de janeiro, na sua redação atual, passa a ter a seguinte
redação:
«Artigo 48.º
[...]
1 — [...]
2 — [...]
3 — [...]
a) [...]
b) [...]
c) [...]
d) [...]
e) [...]
f) [...]
g) [...]
h) [...]
i) [...]
j) [...]
k) [...]
l) A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, I. P.;
m) [Anterior alínea l).]
4 — [...]
5 — [...]»
Artigo 6.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 124/2011, de 29 de dezembro
Os artigos 5.º, 10.º, 12.º, 14.º e 19.º do Decreto-Lei n.º 124/2011, de 29 de dezembro, passam
a ter a seguinte redação:
«Artigo 5.º
[...]
1 — [...]
2 — [...]
Artigo 10.º
[...]
1 — A Secretaria-Geral, abreviadamente designada por SG, tem por missão assegurar o apoio
técnico e administrativo aos gabinetes dos membros do Governo integrados no MS e aos demais
órgãos, serviços e organismos deste ministério que não integram o SNS, nos domínios da gestão
de recursos internos, do apoio técnico-jurídico e contencioso, da documentação e informação e
da comunicação e relações públicas e, ainda, a coordenação dos assuntos europeus e relações
internacionais do MS.
2 — [...]
a) [...]
b) [...]
c) Promover boas práticas de gestão de documentos nos serviços e organismos do MS;
d) [...]
e) [...]
f) [...]
g) [...]
h) Coordenar a atividade do MS no domínio dos assuntos europeus e relações internacionais,
assegurando a sua articulação com os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros no âmbito
das suas atribuições próprias, garantindo a coerência das intervenções operacionais dos serviços
e organismos do MS;
i) Assegurar o apoio, coordenação e acompanhamento do Subsistema de Avaliação do Desem-
penho dos Serviços da Administração Pública (SIADAP 1) no âmbito dos órgãos, serviços e orga-
nismos do MS que não integram o SNS;
j) [Anterior alínea h).]
3 — [...]
Artigo 12.º
[...]
1 — A Direção-Geral de Saúde, abreviadamente designada por DGS, tem por missão regula-
mentar, orientar e coordenar as atividades de promoção da saúde e prevenção da doença, definir
as condições técnicas para a adequada prestação de cuidados de saúde, planear e programar a
política nacional para a qualidade no sistema de saúde, bem como assegurar a elaboração e exe-
cução do Plano Nacional de Saúde (PNS).
2 — [...]
e) [...]
f) [...]
g) [...]
h) (Revogada.)
i) [...]
j) [...]
3 — [...]
Artigo 14.º
[...]
3 — [...]
Diário da República, 1.ª série
Artigo 19.º
[...]
a) (Revogada.)
b) (Revogada.)
c) Assegurar o planeamento regional dos recursos, incluindo a execução e acompanhamento
dos necessários projetos de investimento das instituições e serviços prestadores de cuidados de
saúde, em articulação com a DE-SNS, I. P.;
d) Prestar apoio técnico às instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde, de acordo
com as políticas definidas e com as orientações e normativos emitidos pelos serviços e organismos
centrais competentes nos diversos domínios de intervenção;
e) (Revogada.)
f) [...]
g) Apoiar a nível regional a coordenação nacional da Rede Nacional de Cuidados Continuados
Integrados, em articulação com a DE-SNS, I. P.;
h) Apoiar a nível regional a coordenação nacional da Rede Nacional de Cuidados Paliativos,
em articulação com a DE-SNS, I. P.;
i) Assegurar a prestação centralizada de atividades comuns nas áreas dos recursos humanos
e financeiros às instituições e serviços do SNS da sua região
j) Desenvolver e fomentar atividades no âmbito da saúde pública, de modo a garantir a proteção
e promoção da saúde das populações;
k) Assegurar a execução dos programas de intervenção local com vista à redução do con-
sumo de substâncias psicoativas, a prevenção dos comportamentos aditivos e a diminuição das
dependências.
3 — [...]»
Artigo 7.º
Alteração ao anexo II ao Decreto-Lei n.º 124/2011, de 29 de dezembro
Artigo 8.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 22/2012, de 30 de janeiro
O artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 22/2012, de 30 de janeiro, passa a ter a seguinte redação:
«Artigo 3.º
[...]
1 — As ARS, I. P., têm por missão assegurar o planeamento regional dos recursos, numa ótica
de coordenação intersectorial, promovendo a coesão territorial na área da saúde e desenvolvendo
atividades no âmbito da saúde pública e dos comportamentos aditivos e dependências.
2 — [...]
a) (Revogada.)
b) (Revogada.)
Diário da República, 1.ª série
c) (Revogada.)
d) [...]
e) [...]
f) Apoiar a nível regional a coordenação nacional da Rede Nacional de Cuidados Continuados
Integrados;
g) Assegurar o planeamento regional dos recursos, incluindo a execução e acompanhamento
dos necessários projetos de investimento das instituições e serviços prestadores de cuidados de
saúde em articulação com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, I. P. (DE-SNS, I. P.);
h) (Revogada.)
i) (Revogada.)
j) (Revogada.)
l) (Revogada.)
m) Prestar apoio técnico às instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde, de acordo
com as políticas definidas e com as orientações e normativos emitidos pelos serviços e organismos
centrais competentes nos diversos domínios de intervenção;
n) (Revogada.)
o) (Revogada.)
p) (Revogada.)
q) [...]
r) (Revogada.)
s) (Revogada.)
t) Apoiar a nível regional a coordenação nacional da Rede Nacional de Cuidados Paliativos,
em articulação com a DE-SNS, I. P.;
u) Assegurar a prestação centralizada de atividades comuns nas áreas dos recursos humanos
e financeiros às instituições e serviços do SNS da sua região.
3 — [...]»
Artigo 9.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 35/2012, de 15 de fevereiro
O artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 35/2012, de 15 de fevereiro, passa a ter a seguinte redação:
«Artigo 3.º
[...]
1 — A ACSS, I. P., tem por missão assegurar o planeamento e gestão dos recursos financeiros
do MS e do SNS, o planeamento dos recursos humanos e da malha de instalações e equipamentos
na área da saúde, bem como a contratação da prestação de cuidados, em articulação com a Direção
Executiva do Serviço Nacional de Saúde, I. P. (DE-SNS, I. P.).
2 — [...]
3 — Para efeitos do disposto na alínea d) do número anterior a ACSS, I. P., contratualiza com
a SPMS — Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E. P. E., o respetivo contrato-programa,
em articulação com a DE-SNS, I. P.
4 — [...]
5 — [...]
6 — (Revogado.)
7 — [...]
8 — [...]»
Artigo 10.º
Alteração ao Decreto Regulamentar n.º 14/2012, de 26 de janeiro
O artigo 2.º do Decreto Regulamentar n.º 14/2012, de 26 de janeiro, passa a ter a seguinte
redação:
«Artigo 2.º
[...]
2 — [...]
3 — [...]
4 — [...]»
Artigo 11.º
Alteração ao anexo ao Decreto Regulamentar n.º 14/2012, de 26 de janeiro
O anexo ao Decreto Regulamentar n.º 14/2012, de 26 de janeiro, passa a ter a redação cons-
tante do anexo III ao presente decreto-lei e do qual faz parte integrante.
Artigo 12.º
Alteração ao Decreto Regulamentar n.º 23/2012, de 9 de fevereiro
O artigo 2.º do Decreto Regulamentar n.º 23/2012, de 9 de fevereiro, passa a ter a seguinte
redação:
«Artigo 2.º
[...]
1 — A SG tem por missão assegurar o apoio técnico e administrativo aos gabinetes dos
membros do Governo integrados no MS e aos demais órgãos, serviços e organismos deste ministério
que não integram o SNS, nos domínios da gestão de recursos internos, do apoio técnico-jurídico
e contencioso, da documentação e informação e da comunicação e relações públicas e, ainda, a
coordenação dos assuntos europeus e relações internacionais do MS.
2 — [...]
a) [...]
b) [...]
c) Promover boas práticas de gestão de documentos nos serviços e organismos do MS;
d) [...]
e) [...]
Diário da República, 1.ª série
f) [...]
g) [...]
h) [...]
i) [...]
j) (Revogada.)
l) [...]
m) [...]
n) [...]
o) [...]
p) Coordenar a atividade do MS no domínio dos assuntos europeus e relações internacionais,
assegurando a sua articulação com os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros no âmbito
das suas atribuições próprias, garantindo a coerência das intervenções operacionais dos serviços
e organismos do MS.»
Artigo 13.º
Alteração ao anexo ao Decreto Regulamentar n.º 23/2012, de 9 de fevereiro
O anexo ao Decreto Regulamentar n.º 23/2012, de 9 de fevereiro, passa a ter a redação cons-
tante do anexo IV ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante.
Artigo 14.º
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 124/2011, de 29 de dezembro
«Artigo 13.º-B
Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, I. P.
a) Coordenar a resposta assistencial das unidades de saúde que integram o SNS, bem como
daquelas que integram a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e a Rede
Nacional de Cuidados Paliativos (RNCP), ao longo do percurso de saúde do utente;
b) Gerir a RNCCI, incluindo a área de saúde mental, assumindo a coordenação nacional na
área da saúde, para efeitos do Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de junho, na sua redação atual, em
articulação com os demais organismos competentes;
c) Gerir a RNCP, assumindo a sua coordenação, para efeitos da base XI da Lei n.º 52/2012, de
5 de setembro, em articulação com os demais organismos competentes, e integrando a Comissão
Nacional de Cuidados Paliativos (CNCP);
d) Assegurar o funcionamento em rede do SNS, nomeadamente através da articulação nacional
dos diferentes estabelecimentos e serviços, da integração dos diversos níveis de cuidados e da
procura de respostas de proximidade;
e) Estabelecer e operacionalizar, através das redes estabelecidas, dos sistemas locais de saúde
e outras parcerias, iniciativas orientadas para a promoção da saúde e prevenção da doença;
f) Definir os pontos da rede de cuidados de saúde primários e a respetiva carteira de serviços,
garantindo a proximidade e equidade no acesso;
g) Coordenar o processo de criação e revisão das Redes de Referenciação Hospitalar, e
garantir a sua implementação e gestão;
Diário da República, 1.ª série
h) Propor à ACSS, I. P., sempre que necessário para garantir a realização do direito à proteção
da saúde, a celebração de contratos com entidades do setor privado e social e com profissionais
em regime de trabalho independente, nos termos do artigo 29.º do Estatuto do SNS;
i) Promover a evolução progressiva da organização das unidades de saúde do SNS para
sistemas integrados de cuidados, enquanto grupos de unidades de saúde coordenados por um
gestor de rede, que correspondam às adequadas unidades territoriais;
j) Assegurar o alinhamento da governação clínica institucional com a governação de saúde,
considerando as recomendações do Plano Nacional de Saúde;
k) Garantir a melhoria contínua do acesso ao SNS, bem como assegurar a gestão do sistema
de acesso, dos tempos de espera e do sistema de inscritos para cirurgia;
l) Coordenar e centralizar a produção de informação e estatísticas das unidades de saúde do
SNS, nomeadamente produção e desempenho assistencial;
m) Identificar, em coordenação com a ACSS, I. P., os recursos financeiros necessários ao SNS,
e proceder à respetiva alocação;
n) Negociar, com a ACSS, I. P., e em representação das unidades de saúde do SNS, o acordo-
-quadro relativo à prestação de cuidados de saúde no SNS, as cláusulas gerais dos contratos-
-programa e os termos de referência para a contratualização;
o) Celebrar contratos-programa com as unidades de saúde do SNS e com a ACSS, I. P.;
p) Definir as prioridades e emitir as diretrizes a que devem obedecer os planos de atividades
dos estabelecimentos e serviços do SNS, bem como os critérios de avaliação dos resultados obti-
dos, promovendo o seu acompanhamento na dimensão assistencial e financeira;
q) Emitir normas e orientações no âmbito da integração de cuidados, serviços e redes do SNS;
r) Dar parecer sobre os projetos de mapas ou dotações de pessoal das unidades de saúde do
SNS, em linha com o plano plurianual de recursos humanos;
s) Definir, conjuntamente com a ACSS, I. P., as prioridades e respostas a assegurar pelos sis-
temas de informação e comunicação a fornecer pela SPMS — Serviços Partilhados do Ministério
da Saúde, E. P. E. (SPMS, E. P. E.);
t) Monitorizar o desempenho e resposta do SNS, designadamente através de inquéritos de
satisfação aos beneficiários ou utentes e profissionais de saúde;
u) Promover a participação pública no SNS, garantindo a intervenção dos beneficiários do
SNS, designadamente, das associações de utentes, nos processos de tomada de decisão;
v) Promover uma cultura organizacional de liderança e inovação em todo o SNS, designa-
damente estimulando métodos de trabalho em equipa e mecanismos de retorno do desempenho;
w) Reforçar a identidade do SNS como um todo, designadamente definindo e desenvolvendo
uma imagem e cultura comuns;
x) Assegurar a representação do SNS;
y) Exercer as demais competências que lhe sejam atribuídas por lei, bem como praticar os
atos que lhe sejam delegados.
3 — A DE-SNS I. P., é dirigida por um diretor executivo, coadjuvado por um conselho de gestão,
ao qual preside, constituído por até cinco outros membros.»
CAPÍTULO IV
Artigo 15.º
Norma transitória
1 — Até à entrada em vigor da Lei do Orçamento do Estado para 2023 são promovidas as
diligências necessárias para garantir a instalação da DE-SNS, I. P., designadamente a designação
do diretor executivo e dos membros do conselho de gestão, a aprovação dos respetivos estatutos
e demais atos necessários ao seu funcionamento.
Diário da República, 1.ª série
2 — Até à data prevista no número anterior, o diretor executivo e o conselho de gestão exercem
as suas competências tendo em vista o início do funcionamento da DE-SNS, I. P.
3 — Para efeitos dos números anteriores, a SG-MS assegura o apoio logístico e administrativo
necessários ao funcionamento da DE-SNS, I. P., e os encargos financeiros referentes às remune-
rações dos seus gestores, mediante verbas a inscrever no respetivo orçamento.
4 — As comissões de serviço dos titulares de cargos de direção superior de serviços e orga-
nismos cuja reestruturação tenha sido determinada pelo presente decreto-lei são mantidas, exceto
se for determinada a sua cessação, por despacho fundamentado, por necessidade de imprimir nova
orientação à gestão dos serviços.
Artigo 16.º
Norma revogatória
São revogados:
a) A alínea d) do artigo 2.º, a alínea e) do artigo 4.º, a alínea h) do n.º 2 do artigo 12.º, o
artigo 13.º-A, as alíneas f), g) e k) do n.º 2 do artigo 14.º, as alíneas a), b) e e) do n.º 2 do artigo 19.º
e o artigo 25.º do Decreto-Lei n.º 124/2011, de 29 de dezembro, na sua redação atual;
b) O n.º 3 do artigo 2.º, as alíneas a) a c), h) a l), n) a p), r) e s) do n.º 2 do artigo 3.º e os n.os 2
e 3 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 22/2012, de 30 de janeiro, na sua redação atual;
c) As alíneas f), g), k) e p) do n.º 2 e o n.º 5 do artigo 3.º, o n.º 2 do artigo 4.º e o artigo 7.º-A
do Decreto-Lei n.º 35/2012, de 15 de fevereiro, na sua redação atual;
d) A alínea n) do n.º 2 do artigo 2.º do Decreto Regulamentar n.º 14/2012, de 26 de janeiro,
na sua redação atual;
e) A alínea j) do n.º 2 do artigo 2.º do Decreto Regulamentar n.º 23/2012, de 9 de fevereiro,
na sua redação atual.
Artigo 17.º
Produção de efeitos
O presente decreto-lei produz efeitos com a entrada em vigor da Lei do Orçamento do Estado
para 2023, sem prejuízo do disposto no artigo 15.º, que produz efeitos na data de entrada em vigor
prevista no artigo seguinte.
Artigo 18.º
Entrada em vigor
O presente decreto-lei entra em vigor no 1.º dia do mês seguinte ao da sua publicação.
Publique-se.
ANEXO I
CAPÍTULO I
Natureza e atribuições
Artigo 1.º
Natureza
Artigo 2.º
Jurisdição territorial e sede
1 — A DE-SNS, I. P., tem jurisdição sobre o território nacional continental, podendo ter unidades
orgânicas territorialmente desconcentradas.
2 — A sede da DE-SNS, I. P., é definida na portaria que aprova os seus estatutos.
Artigo 3.º
Missão e atribuições
1 — A DE-SNS, I. P., tem por missão coordenar a resposta assistencial do SNS, assegurando
o seu funcionamento em rede, a melhoria contínua do acesso a cuidados de saúde, a participação
dos utentes e o alinhamento da governação clínica e de saúde.
2 — A DE-SNS, I. P., prossegue as seguintes atribuições:
a) Coordenar a resposta assistencial das unidades de saúde que integram o SNS, bem como
daquelas que integram a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e a Rede
Nacional de Cuidados Paliativos (RNCP), ao longo do percurso de saúde do utente;
b) Gerir a RNCCI, incluindo a área de saúde mental, assumindo a coordenação nacional na
área da saúde, para efeitos do Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de junho, na sua redação atual, em
articulação com os demais organismos competentes;
c) Gerir a RNCP, assumindo a sua coordenação, para efeitos da base XI da Lei n.º 52/2012, de
5 de setembro, em articulação com os demais organismos competentes, e integrando a Comissão
Nacional de Cuidados Paliativos (CNCP);
d) Assegurar o funcionamento em rede do SNS, nomeadamente através da articulação nacional
dos diferentes estabelecimentos e serviços, da integração dos diversos níveis de cuidados e da
procura de respostas de proximidade;
e) Estabelecer e operacionalizar, através das redes estabelecidas, dos sistemas locais de
saúde e outras parcerias, iniciativas orientadas para a promoção da saúde e prevenção da doença;
f) Definir os pontos da rede de cuidados de saúde primários e a respetiva carteira de serviços,
garantindo a proximidade e equidade no acesso;
g) Coordenar o processo de criação e revisão das Redes de Referenciação Hospitalar, e
garantir a sua implementação e gestão;
Diário da República, 1.ª série
h) Propor à ACSS, I. P., sempre que necessário para garantir a realização do direito à proteção
da saúde, a celebração de contratos com entidades do setor privado e social e com profissionais
em regime de trabalho independente, nos termos do artigo 29.º do Estatuto do SNS;
i) Promover a evolução progressiva da organização das unidades de saúde do SNS para
sistemas integrados de cuidados, enquanto grupos de unidades de saúde coordenados por um
gestor de rede, que correspondam às adequadas unidades territoriais;
j) Assegurar o alinhamento da governação clínica institucional com a governação de saúde,
considerando as recomendações do Plano Nacional de Saúde;
k) Garantir a melhoria contínua do acesso ao SNS, bem como assegurar a gestão do sistema
de acesso, dos tempos de espera e do sistema de inscritos para cirurgia;
l) Coordenar e centralizar a produção de informação e estatísticas das unidades de saúde do
SNS, nomeadamente produção e desempenho assistencial;
m) Identificar, em coordenação com a ACSS, I. P., os recursos financeiros necessários ao SNS,
e proceder à respetiva alocação;
n) Negociar, com a ACSS, I. P., e em representação das unidades de saúde do SNS, o acordo-
-quadro relativo à prestação de cuidados de saúde no SNS, as cláusulas gerais dos contratos-
-programa e os termos de referência para a contratualização;
o) Celebrar contratos-programa com as unidades de saúde do SNS e com a ACSS, I. P.;
p) Definir as prioridades e emitir as diretrizes a que devem obedecer os planos de atividades
dos estabelecimentos e serviços do SNS, bem como os critérios de avaliação dos resultados obtidos,
promovendo o seu acompanhamento na dimensão assistencial e financeira;
q) Emitir normas e orientações no âmbito da integração de cuidados, serviços e redes do SNS;
r) Dar parecer sobre os projetos de mapas ou dotações de pessoal das unidades de saúde do
SNS, em linha com o plano plurianual de recursos humanos;
s) Definir, conjuntamente com a ACSS, I. P., as prioridades e respostas a assegurar pelos sis-
temas de informação e comunicação a fornecer pela SPMS — Serviços Partilhados do Ministério
da Saúde, E. P. E. (SPMS, E. P. E.);
t) Monitorizar o desempenho e resposta do SNS, designadamente através de inquéritos de
satisfação aos beneficiários ou utentes e profissionais de saúde;
u) Promover a participação pública no SNS, garantindo a intervenção dos beneficiários do
SNS, designadamente, das associações de utentes, nos processos de tomada de decisão;
v) Promover uma cultura organizacional de liderança e inovação em todo o SNS, designa-
damente estimulando métodos de trabalho em equipa e mecanismos de retorno do desempenho;
w) Reforçar a identidade do SNS como um todo, designadamente definindo e desenvolvendo
uma imagem e cultura comuns;
x) Assegurar a representação do SNS;
y) Exercer as demais competências que lhe sejam atribuídas por lei, bem como praticar os
atos que lhe sejam delegados.
3 — No âmbito das suas atribuições, a DE-SNS, I. P., pode emitir regulamentos, orientações,
diretrizes e instruções genéricas e específicas que vinculam os estabelecimentos e serviços do
SNS previstos no n.º 1 do artigo 3.º do Estatuto do SNS, devendo estes prestar à DE-SNS, I. P.,
toda a colaboração e informação necessárias à prossecução das suas atribuições, nomeadamente
as relativas à coordenação, monitorização e controlo das atividades do SNS.
CAPÍTULO II
Dos órgãos
Artigo 4.º
Órgãos
1 — São órgãos da DE-SNS, I. P.:
a) O diretor executivo;
b) O conselho de gestão;
Diário da República, 1.ª série
c) O conselho estratégico;
d) A assembleia de gestores;
e) O fiscal único.
Artigo 5.º
Diretor executivo
5 — O diretor executivo é coadjuvado no exercício das suas funções pelo conselho de gestão.
6 — O diretor executivo identifica o membro do conselho de gestão que o substitui nas suas
ausências e impedimentos, ou quando se verifique a sua incapacidade temporária.
7 — O diretor executivo pode delegar em qualquer membro do conselho de gestão as com-
petências que lhe são cometidas, com exceção das constantes das alíneas a) a c), e) e f) do n.º 4.
8 — O mandato do diretor executivo tem a duração de três anos, renovável, até ao limite máximo
de três renovações consecutivas, permanecendo este no exercício de funções até à designação
de novo titular, sem prejuízo do direito de renúncia nos termos da lei.
Diário da República, 1.ª série
Artigo 6.º
Conselho de gestão
Artigo 7.º
Conselho estratégico
Artigo 8.º
Assembleia de gestores
Artigo 9.º
Fiscal único
CAPÍTULO III
Artigo 10.º
Organização interna
Artigo 11.º
Articulação com outras entidades
Artigo 12.º
Acesso a informação e dados
1 — Para a prossecução das suas atribuições, a DE-SNS, I. P., tem acesso aos dados constan-
tes dos sistemas informáticos dos estabelecimentos e serviços do SNS, devendo estes assegurar
a criação de um perfil de acesso específico para o efeito.
2 — Caso os dados previstos no número anterior incluam dados pessoais, deve o perfil de
acesso específico garantir o cumprimento da legislação em vigor.
Artigo 13.º
Receitas
1 — A DE-SNS, I. P., dispõe das receitas provenientes de dotações que lhe sejam atribuídas
no Orçamento do Estado.
2 — A DE-SNS, I. P., dispõe ainda das seguintes receitas próprias:
Artigo 14.º
Despesas
Artigo 15.º
Património
O património da DE-SNS, I. P., é constituído pela universalidade dos bens, direitos e obriga-
ções de que é titular.
Artigo 16.º
Instrumentos de gestão de pessoal
ANEXO II
ANEXO II
Número de lugares
ANEXO III
ANEXO
Designação dos cargos dirigentes Qualificação dos cargos dirigentes Grau Número de lugares
ANEXO IV
ANEXO
Designação dos cargos dirigentes Qualificação dos cargos dirigentes Grau Número de lugares
115704283
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