Nob 93
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Nob 93
Ministrio da Sade
Gabinete do Ministro
JAMIL HADDAD
1. INTRODUAO
Esta Norma Operacional Bsica, do Ministrio da Sade, tem como objetivo disciplinar o
processo de descentralizao da gesto das aes e servios de sade na perspectiva de
construo do Sistema nico de Sade.
Fundamenta-se para tanto, no texto constitucional, leis que regulamentam o SUS - a Lei
8.080 de 19/09/90 e a Lei 8.142 de 28/12/90 - e no documento Descentralizao das Aes e
Servios de Sade: A Ousadia de Cumprir a Fazer Cumprir a Lei, aprovao pelo Conselho
Nacional de Sade, em 15 de abril de 1993.
A construo do SUS um processo, no qual a diretriz de descentralizao da aes e
servios vem assumindo dimenses bastantes complexas. Por esta razo, tem como
fundamentos os seguintes pressupostos:
a) descentralizao deve ser estendida entendida como um processo implica
redistribuio de poder; redefinio de papis e estabelecimento de novas entre as
trs esferas de governo; reorganizao institucional; reformulao de prticas; e
controle social;
b) a descentralizao envolve dimenses polticas, sociais e culturais e sua efetivao
pressupe dilogo, negociao e pactuao entre os atores que vo constituir a base
de legitimao das decises;
c) o estabelecimento desta nova prtica requer a existncia e funcionamento regular
dos Conselhos de Sade, paritrios e deliberativos, como mecanismo privilegiado de
participao e controle social;
d) a responsabilidade pelo financiamento das aes de sade tem que ser
compartilhada pelas trs esferas de governo, assegurando, regulamente, o aporto de
recursos fiscais aos Fundos de Sade.
e) a transformao do sistema de sade comporta rupturas bruscas que desorganizem
as praticas atuais antes se instaurem novas, impondo, por isso, um perodo de
transio no qual medidas de carter inovador devem der institudas em todos os
estudos e municpios em intensidade compatvel com sua prpria vontade e
capacidade de absoro de responsabilidades gerenciais e polticas, de modo e evitar
soluo de comunidade na ateno sade da populao.
f) o objetivo mais importante que se pretende alcanar com a descentralizao do SUS
a completa reformulao do modelo assistncia hoje dominante, centrado na
assistncia mdico-hospitalar individual, assistemtica, fragmentada e sem garantia de
qualidade, deslocando o eixo deste modelo para a assistncia integral universalizada e
equnime, regionalizada e hierarquizada, e para a prtica da responsabilidade
sanitria em cada esfera de governo, em todos os pontos do sistema.
g) a regionalizao deve ser entendida como articulao e mobilizao municipal que
leve em considerao caractersticas geogrficas, fluxo de demanda, perfil
epidemiolgico, oferta de servios e, acima de tudo, a vontade poltica expressa pelos
diversos municpios de se consorciar ou estabelecer qualquer outra relao de carter
cooperativo.
Considerando que os municpios, os estados e os prprios rgos do Ministrio da
Sade encontram-se em estgios diferentes em relao a descentralizao do sistema, esta
forma define procedimentos e instrumentos operacionais que visam ampliar e aprimorar suas
condies de gesto com o sentido de efetivar o comando nico do SUS nas trs esferas de
governo.
Tais procedimentos e instrumentos configuram a convivncia simultnea de situaes
diferenciadas de gesto do SUS nos e municpios, dentro de uma nova sistema de
relacionamento entre as trs esferas de governo, descritas e disciplinadas nos itens desta
norma e outros instrumentos complementares se fizerem necessrios.
2. DO GERENCIAMENTO DO PROCESSO DE DESCENTRALIZAO
2.5. O Conselho Nacional de Sade poder ser tomada como instncia de recurso em
qualquer tempo, ficando a seu critrio consultar ou delegar a Comisso Tripartite e resoluo
do problema.
2.6. Os acordos firmados pela Comisso Bipartie e aprovados pelo Conselho Nacional
Estadual de Sade prevalecero sobre as disposies desta norma, desde que ser no
contrariem os dispositivos legais e considerem as diretrizes contidas no documento
descentralizao das Aes e Servios de Sade: A Ousadia de Cumprir e Fazer Cumprir a
Lei.
3. DO FINANCIAMENTO COM RECURSOS ARRECADADOS PELA UNIO
3.1. O financeiro das atividades ambulatrias dar-se- da seguinte forma:
3.1.1. as aes e servios ambulatoriais e privados, que integram o Sistema nico de
Sade sero custeados atravs do sistema de financiamento ambulatorial, tendo como
instrumento operacional o Sistema de Informaes Ambulatoriais - SIA/SUS e o formulrio para
prprio para Autorizao de Procedimentos Ambulatoriais de alto custo-APA, a ser em Ordem
de Servios especifica e sua emisso exclusivamente por (no credenciado pelo sistema e sem
vinculo com prestador de conveniado ou contratado) encarrregado pelo gestor para este fim.
3.1.2. A Unidade de Cobertura Ambulatorial-UCA, destinada a definir os valores a serem
repassados aos estudos Distrito e municpio fixada atravs de resoluo da Secretaria de
Assistncia Sade/MS, considerando a classificao dos estudos, com base nas
caractersticas da populao, capacidade instalada, complexidade da rede, desempenho
financeiro e desempenho da auditoria estadual do ano anterior, ouvido a Comisso Tripartite e
aprovada pelo Conselho Nacional de Sade.
3.1.2.1. O valor nominal da UCA ser atualizado de acordo com a poltica de diretrizes
oramentrias e financeiras do Fundo Nacional de Sade, como estabelecido pelo Decreto n
806, de 24/04/93.
3.1.2.2. Sempre que os valores da tabela de procedimentos ambulatoriais forem
alterados, o valor nominal da UCA sofrer alterao dentro para suprir a diferena constada.
3.1.3. Os Recursos para Cobertura Ambulatorial-RCA, destinadas anualmente aos
estados e ao Distrito Federal a ttulo de cobertura ambulatorial, sero obtidos atravs da
multip1licao do valor da UCA pela populao de cada Unidade da Federao.
3.1.3.1. O valor anual calculado ser divido em duodcimos, constituindo-se no
RCA/ms.
3.1.4. O Fator de Apoio ao Estado-FAE caracteriza-se como repasse de custeio aos
estudos enquadrados nas condies de gesto parcial semi-plena, utilizao nas atividades
de tratamento dora de domicilio, aquisio de medicamentos especiais e proviso de rteses
de rteses ambulatoriais, em programao aprovada pela Comisso Bipartite.
3.1.4.1. O FAE ser calculado da seguinte forma:
- calcula-se o valor correspondente a 5% da UCA do estado;
- este valor multiplicado pelo n de habitantes do estado;
- o valor mensal a ser transferido corresponde a um duodcimo do montante
encontrado.
3.3.2.3. teto financeiro de custeio das atividades hospitalares para estado ser calculado
atravs da multiplicao do quantitativo de AIH pelo valor mdio histrico da AIH no oeste
(janeiro a dezembro de 1992), corrigido na mesma proporo que a tabela bsica de
remunerao de procedimento hospitalares.
3.3.2.4. O teto financeiro de custeio das atividades hospitalares para municpio calculado
atravs da multiplicao do quantitativo de AIH pelo valor mdio da AIH no municpio (janeiro
de dezembro de 1992), corrigido na mesma proporo que a tabela bsica de remunerao de
procedimentos hospitalares:
3.3.3. Os Conselhos de Sade aprovaro os critrios de programao dos quantitativos
AIH, por ordem de prioridade entre prestadores pblicos, filantrpicos e privados, assegurado o
acesso ao universo de prestadores existentes, atendidos os requisitos de qualidade e
respeitadas as necessidades de cobertura identificadas no Plano de Sade.
3.3.4. A Comisso Biportite, em cada estado, definir os quantitativos de AIH e o
funcionamento de uma Cmara de Compensao que viabilize a necessria circulao de AIH
entre os municpios, mantida gesto da Secretaria Estadual de Sade.
3.3.5. Os municpios podero pleitear AIH adicionais a Cmara de Compensao da
Secretaria Estadual ou a municpios vizinhos para unidades que atuem referncia.
3.4. Os recursos de investimento tero sua alocao prevista no Plano Nacional de
Prioridade em Investimento, aps a avaliao, negociao e compatibizao de Planos
Municipais e Estaduais, aprovados pelos respectivos Conselhos de Sade.
3.4.1. Os estados enquadrados nas condies de gesto parcial e semi-plena recebero
prioritariamente em relao aos demais os recursos de investimento a serem por eles
gerenciados em consonncia com a poltica nacional de investimento em sade e obedecendo
o plano estadual de prioridades em investimento.
3.5. O financiamento de aes de vigilncia em sade e outras aes ser definido no
prazo de 90 dias, atravs de normas complementares.
4. DAS CONDIES DE GESTO
O processo de descentralizao, objetivo desta norma, dar-se- atravs de diferentes
sistemticas de relacionamento entre a esfera federal e as outras duas esferas politicoadministrativas, propiciando a convivncia de situaes diferenciadas no que se refere as
condies da gesto do SUS nos estados e municpios.
4.1. Sistemticas de relacionamento para municpios
4.1.1. Condio de gesto incipiente
a) responsabilidade e prerrogativas - a Secretaria Municipal de Sade assume
imediata ou progressivamente, de acordo com suas condies tcnico-operacionais,
em cronograma negociao com as Comisses Bipartites em cada estado, a
Sade
em
funcionamento,
comprovado
em
funcionamento,
comprovado
5.6. At que sejam definidos critrios e mecanismos de correo da srie historica pela
Comisso Tripartite, o teto financeiro ambulatoriakl mensal para os municipios ser fixado com
base na media de seu gasto historico (janeiro a dezembro de 1992).
5.7. A Guia de Autorizao de Pagamento-GAP no ser aceita para pagamento de
servios ambulatoriais, aps a expirao do prazo dos convenios celebrados entre INAMPS e
estado para implantao do Sistema de Informaes Ambulatoriais - SIA/SUS.
5.8. O teto financeiro hospitalar para municipios e estados s ser estabelecido de
imediato para os inclusos nas consies de gesto parcial e semi-plena.
5.8.1. Para os demais municipios, a srie histrica, correspondente ao gasto realizado
entre a data de publicao deste norma e o dia 31 de dezembro de 1993, ser utilizada para a
fixao de tetos.
5.9. Com a publicao desta norma, deixam de existir o Fator de Estimulo a
Municipalizao FEM e o Fator de Estimulo a Gesto Estadual-FEGE previstos na Portaria n
234/92 (NOB-SUS/1992).
5.10. Em cada esfera de governo, os recursos provenientes de taxas e multas aplicadas
pela vigilncia sanitaria devero ser alocados no respectivo Fundo de Sade.
5.11. Os estados tero o prazo de 30 dias, a partir da data de publicao desta norma,
para constituir a Comisso Bipartite, findo o qual a Comisso Tripartite incumbir-se- de avaliar
o processo de enquadramento dos municpios na nova sistemtica at que os estados se
habilitem a faze-lo.
5.12. A partir da data de sua constituio, a Comisso Bipartite ter o prazo de 30 dias
para submeter ao Conselho Estadual de Sade a proposta de critrios que orientaro o
processo de descentralizao no estado.
5.13. A Comisso Birpartite ter o prazo de 30 dias, a partir da data de entrega da
solicitao de enquadramento em qualquer das consies de gesto pelo municipio, para
anlise, manifestao e encaminhamento ao Ministrio da Sade.
5.14. No caso do estado que, permanecendo na condio de gesto incipiente, no
cumprar as obrigaes previstas, no prazo de 60 dias a partir da data de publicao deste
norma, a Comisso Tripartite encaminhar comunicado para manifestao do Conselho
Nacional de Sade.
5.15. Os municipios que cumpriram o estabelecido na Portaria n 234/92 (NOBSUS/1992), os "municipalizados", sero automaticamente incluidos na condio de gesto
parcial, desde que minisfestem seu intereswe por escrito ao Ministrio da Sade. No prazo de
120 dias, a partir da data de publicao desta norma, o municipio comprovar a Comisso
Bipartite o cumprimento de todos os requisitos pertinentes. A no comprovao implica em
perda temporaria de condio, cabendo a Comisso Bipartite realivaliar o caso.
5.16. Os casos imossos devero ser dirigidos nas Comisses Bipartites, no Conselho
Estadual de Sade, ou na Comisso Tripartite, conforme fluxo estabelecido nas Disposies
Preliminares desta norma.
Disponvel em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1993/prt0545_20_05_1993.html;
Acessado dia:04/12/2014.