A Importância Do Psicopedagogo em Ambiente Hospitalar

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TAÍS DE OLIVEIRA DAVI

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO EM AMBIENTE


HOSPITALAR

Maceió-AL
2019.1
1

TAÍS DE OLIVEIRA DAVI

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO EM AMBIENTE


HOSPITALAR

Maceió-AL
2019.1
2

TAÍS DE OLIVEIRA DAVI

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO EM AMBIENTE


HOSPITALAR

Trabalho de conclusão de curso apresentado como


requisito parcial, para conclusão do curso de
Psicopedagogia Institucional, sob a orientação do
professor Sônia Helena.

Aprovadoem : ___/____/_____

___________________________________
Orientador(a) - Com titulação
3

RESUMO

A infância é a fase em que o indivíduo inicia a construção de sua relação com o


próprio corpo e com o mundo externo, por meio de vivências pessoais, familiares
e sociais. Entretanto, em caso de hospitalização, as privações e restrições
impostas às crianças podem provocar grande sofrimento psíquico. As questões
problemáticas que nortearam o estudo foram: Como os psicopedagogos poderão
lidar com o ensino destes alunos e até mesmo, intervir quando houver alguma
dificuldade de aprendizagem? Considerando que a Psicopedagogia surge para
lidar com problemas relacionados à aprendizagem, quais contribuições da
Psicopedagogia para o atendimento pedagógico hospitalar? O objetivo geral
desse estudo foi demonstrar que a psicopedagogo, num contexto hospitalar, tem
como meta principal desenvolver as potencialidades de crianças. Foi realizada
uma pesquisa de cunho qualitativo, com um levantamento teórico sobre a
hospitalização infantil e o processo de aprendizagem dentro deste contexto.
Diante a realização do estudo, evidenciou-se que a intervenção
psicopedagógica, para um melhor rendimento de crianças em um ambiente
hospitalar, logo a atuação desse profissional é relevante para transformar o
sofrimento de angústia e solidão em possibilidades de melhorias e incentivo para
um desempenho educacional.

Palavras – Chave: Psicopedagogo. Psicopedagogia. Hospitalar. Hospital.


Brinquedoteca.

ABSTRACT
A childhood is the phase in which the individual begins to build his relationship
with his own body and the external world, through personal, family and social
experiences. However, in case of hospitalization, such as deprivations and
restrictions imposed on children can cause great psychological suffering. As
problematic issues that guided the study has: How do psychopedagogues, high
school and higher education and students, intervene to a learning disability?
Considerations about Psychopedagogy for hospital pedagogical care? The main
objective of this study was to demonstrate that the psychopedagogue, in a
hospital context, as the main goal as children's potentialities. A qualitative
research was carried out, with a theoretical survey on a child hospitalization and
learning process within the context. Before the study, it was evidenced that the
psychopedagogical intervention, for a better resource for children in a hospital
environment, soon an intervention of this professional is relevant to transform
suffering of anguish and solid in possibilities of improvement and incentive for an
educational performance.

Keywords: Psychopedagogy. Hospitalar. Hospital. Toys.


4
5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Criança em situação hospitalar. ........................................................ 19


Figura 2 - Briquedoteca Hospitalar .................................................................... 32
Figura 3 - Universo Lúdico. ................................................................................ 33
6

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Situações que a psicopedagogia pode previnir ou remediar. ......... 23


Quadro 2 - Psicopedagogo Clinico e Institucional. ............................................ 40
7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 9
2 METODOLOGIA .............................................................................................. 11
3 A PSICOPEDAGOGIA .................................................................................... 12
3.1 Histórico da psicopedagogia ........................................................................ 12
3.1.1 No Brasil .................................................................................................... 12
3.2 Definição....................................................................................................... 13
3.3 Papel e Importância da Psicopedagogia ..................................................... 14
3.4 Papel do Psicopedagogo ............................................................................. 15
4 PSICOPEDAGOGIA ESTENDIDA AO AMBIENTE HOSPITALAR ................ 17
4.1 O Ambiente Hospitalar ................................................................................. 18
4.1.1 A hospitalização infantil e o processo de aprendizagem .......................... 20
4.2 Psicopedagogia Hospitalar .......................................................................... 23
4.2.1 Nível Ambulatorial ..................................................................................... 25
4.2.2 Nível Intervenções..................................................................................... 25
4.2.3 Nível Administrativo no contexto hospitalar .............................................. 26
4.2.4 Nível Briquedoteca ou classes hospitalares ............................................. 26
4.3 O Brincar no contexto hospitalar .................................................................. 27
4.4 Vivência e desafios da criança hospitalizada .............................................. 34
5 O PROFISSIONAL PSICOPEDAGOGO HOSPITALAR ................................ 36
5.1 Psicopedagogo nas áreas Clínica e Institucional ........................................ 39
5.2 A classe hospitalar como modalidade de ensino ......................................... 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 42
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 43
8

INFORMAÇÕES GERAIS

a) Local: Maceió-AL
b) Pesquisador Principal
Nome: Sônia Helena Costa Galvão de Lima
Grau Acadêmico: Mestra
Instituição Afiliada: CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
Endereço Postal:
CEP:
Fone:
Correio Eletrônico:
Endereço do currículo lattes:

Nome: Taís de oliveira Davi


Grau Acadêmico: Graduando em (PSICOPEDAGOGIA)
Instituição Afiliada: CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
CEP: 57071-815
Fone: 99658-4030
Correio Eletrônico: [email protected]
9

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo refere-se à psicopedagogia hospitalar e a intervenção


de um profissional, o psicopedagogo, que oferte suporte teórico e prático para
com crianças em ambientes hospitalares, utilizando estratégias de ensino e
acompanhamento escolar. Desta forma, o conteúdo deste estudo enfatiza a
importância e caracterização do psicopedagogo no comportamento e
desenvolvimento de crianças enfermas, destacando o uso de técnicas que
envolvam o prazer em aprender, como por exemplo, a brinquedoteca e o lúdico.

O acompanhamento do psicopedagogo num ambiente hospitalar é uma


constante em vários hospitais, inclusive em força de lei, já que garante o direito
da criança a continuidade escolar e pode ser considerado como uma forma de
humanização e inclusão escolar.

Desta forma a atuação de professores e demais profissionais da


Educação necessita considerar todo contexto que envolve a hospitalização da
criança, inclusive seu impacto nas atividades diárias devido a sentimentos e
frustrações que envolvem medos, inseguranças e angústias, fatores que inibem
e dificulta o aprendizado, devido um desequilíbrio psicológico causado pelo
sentimento que a enfermidade causa.

Frente a esta circunstância contextualizada acima, lançamos o


questionamento: Como os psicopedagogos poderão lidar com o ensino destes
alunos e até mesmo, intervir quando houver alguma dificuldade de
aprendizagem? Considerando que a Psicopedagogia surge para lidar com
problemas relacionados à aprendizagem, quais contribuições da
Psicopedagogia para o atendimento pedagógico hospitalar? Estes
questionamentos foram os motores para elaboração deste estudo.

Para responder aos questionamentos acima, foi realizada uma pesquisa


de cunho qualitativo, com um levantamento teórico sobre a hospitalização infantil
e o processo de aprendizagem dentro deste contexto, passando pela
regulamentação das Classes Hospitalares e a contribuição do processo de
humanização hospitalar.
10

Desta forma, o estudo tem como objetivo geral demonstrar que a


psicopedagogo, num contexto hospitalar, tem como meta principal desenvolver
as potencialidades de crianças, considerando todas suas limitações seja elas
físicas, psicológicas, afetivas, sociais e emocionais, fatores corriqueiros em
casos de adoecimento e internação.

E para entender melhor como ocorre o atendimento psicopedagógico


hospitalar, se estipulou como objetivos específicos, caracterizar as atribuições e
principais características deste tipo de atendimento; caracterizar a
Psicopedagogia Institucional numa abordagem voltada para a Classe Hospitalar
e demonstrar a relevância do lúdico e brinquedotecas como método de
motivação e estímulo no aprendizado infantil.

A seguir, apresentaremos quatro capítulos. No capítulo primeiro temos a


metodologia de pesquisa, no segundo será abordado sobre a psicopedagogia,
histórico, definição, papel e importância. O terceiro relata a psicopedagogia
estendida ao ambiente hospitalar. E no quarto capítulo a atuação do
psicopedagogo em ambiente hospitalar. Em seguida as considerações finais e
as referências usadas no decorrer do estudo.
11

1 METODOLOGIA

Do ponto de vista da abordagem do problema, a pesquisa tem um caráter


qualitativo, pois preocupou-se com a compreensão e a interpretação do objeto
de estudo.
Quanto aos seus objetivos, pode ser caracterizada como uma pesquisa
descritiva, pois visou especificar propriedades, características e traços
importantes da psicopedagogia em ambiente hospitalar, no intuito de atender
aos objetivos e compreender melhor às problemáticas lançadas, e também
exploratória, pois explorou ao máximo a temática até se compreender a realidade
onde o objeto de estudo está inserido.
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, foi utilizada a pesquisa
bibliográfica, com a busca de autores de renome que versam sobre a temática,
conforme demonstram os capítulos a seguir.
12

2 A PSICOPEDAGOGIA

2.1 Histórico da psicopedagogia

A Psicopedagogia é uma área diretamente relacionada às dificuldades da


educação, ofertando orientação e atendimento específicos a crianças para
melhorarem seu desempenho cognitivo e também o comportamento social.

Numa abordagem histórica sobre a psicopedagogia relatamos que ela


enquanto ciência social inicialmente visava somente analisar problemas
vinculados à educação de crianças e jovens, no qual ocorria uma avaliação da
criança em aspectos físicos e psíquicos. Nessa primeira etapa da história da
Psicopedagogia, todo diagnóstico era repassado para a criança, o que apontava
que o problema estava com ela, sendo então encaminhada a um atendimento
especializado.

Inicialmente buscavam os problemas e dificuldades de aprendizagem na


criança, com um foco no diagnóstico, prescrição e tratamento, evidenciando que
o fim da educação era de adaptar o homem à sociedade (MASINI, 2006). Desta
forma, apontamos que a psicopedagogia originou de demandas advindas da
aprendizagem, com o propósito de intervir positivamente nessas dificuldades e
problemas que prejudicam o desempenho escolar, reintegrando o aluno à
construção do conhecimento, estimulando e facilitando sua aprendizagem.

Notamos, portanto, que a psicopedagogia visa estimular métodos e


procedimentos, dentro de padrões éticos e saudáveis, que estimule e motive
alunos a driblarem suas limitações e dificuldades de aprendizagem.

2.1.1 No Brasil

Sobre a história da psicopedagogia no Brasil, mencionamos que ela


surgiu ao fim dos anos 70, visando identificar e amenizar problemas vinculados
ao processo de aprendizagem infantil. Nesse contexto, tal ciência possui um
cunho terapêutico e interdisciplinar, pois envolve conhecimentos afins de
algumas áreas, tais como: Neurologia, Psicologia, Fonoaudiologia entre outras.
13

O grande e significativo crescimento da psicopedagogia se deu nos anos


80, quando a prática clínica, se estruturou e transformou a ciência em um
conhecimento multidisciplinar, cujo objetivo é encontrar e ofertar uma macro
visão do processo de aprendizagem, considerando os problemas decorrentes
dele (SCOZ, 1994). Importante mencionar que os anos 80 marcou um progresso
na psicopedagogia devido o surgimento da Associação Brasileira de
Psicopedagogia.

Considerada uma área recente, a Psicopedagogia tem a sua marca no


Brasil há mais de 20 anos, trilhada pelos profissionais, a partir da integração de
conhecimentos de várias ciências, seu corpo teórico e sua práxis. Logo, a ciência
é uma área vinculada a melhorias dentro da realidade escolar, possibilitando
análises e ações reflexivas, para superar os obstáculos que interpõem o
processo da aprendizagem.

Já na década de 90, mais precisamente em 1992, foi criado o Código de


ética, para que os profissionais pudessem se estruturar melhor e terem um ‘norte’
com referências, regras e condutas de comportamento, formado por objetivos e
princípios de sua prática. Já em 1996 o Código de Ética sofreu alterações e
essas reformulações fizeram que a Psicopedagogia passasse a ser vista como
uma ciência e um saber independente.

Segundo prescrito no Código de Ética, a Psicopedagogia faz análises e


reflexões relacionadas a práticas de padrões normais e patológicos, observando
sempre o meio que o aluno vive, visto que fatores externos a ele, como: família,
sociedade, escola, entre outros, afetam diretamente seu desempenho psico-
sócio educacional.

2.2 Definição

Pastorino (2003) relata que a psicopedagogia em essência, se utiliza de


ensinamentos pedagógicos e conhecimentos de diferentes campos das ciências
humanas, tais como: Psicologia, Psicanálise, Filosofia, Psicologia, Pedagogia,
Neurologia, entre outros tendo como objetivo obter ampla compreensão sobre
os variados processos envolvidos no aprender humano.
14

Esta área do conhecimento se preocupa com questões pertinentes ao


desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo, que estão compreendidas na
aprendizagem. E como menciona Santos (2010), é uma ciência baseada numa
proposta interdisciplinar.

Segundo Porto (2006 p.107)

A psicopedagogia é uma área de estudo nova, voltada para o


atendimento de sujeitos que apresentam problemas de aprendizagem
(...) cabe à Psicopedagogia o objetivo de resgatar uma visão mais
globalizante do processo de aprendizagem e dos problemas desses
processos.

Assim, é necessário conhecer e refletir sobre os recursos que a


psicopedagogia utiliza para identificar problemas relacionados à aprendizagem
e propor as intervenções necessárias. Logo notamos que a psicopedagogia é
uma área voltada para a Educação e Saúde, cujo foco é o educando e seu
rendimento e desempenho no processo de ensino-aprendizagem.

Por fim notamos que a Psicopedagogia considera a influência do meio


que a criança vive, ou seja, família, escola e sociedade no desempenho do
educando. Desta forma, essa ciência visa percepção do que foi aprendido como
e por que foi ou não compreendido.

2.3 Papel e Importância da Psicopedagogia

Santos (2010) afirma ainda que o papel da psicopedagogia é identificar


problemas no processo de aprendizagem do estudante, visando amenizar as
dificuldades e obstáculos para um melhor desempenho escolar, para isso a
ciência usa de técnicas, métodos e instrumentos, interagindo conhecimentos nas
diferentes áreas, desta forma o profissional relacionado à psicopedagogia, ou
seja, o psicopedagogo possui um papel interventivo no contexto de
aprendizagem.

Como dito anteriormente, a psicopedagogia, apresenta-se como uma


ciência múltipla e essa amplitude permite conhecer o educando e analisar suas
vulnerabilidades em relação ao processo de aprendizagem. Portanto, o maior
15

papel é identificar o movimento de construção cognitiva no processo de


aprendizagem das crianças, adolescentes e de adultos, enquanto área de
conhecimento interdisciplinar e objeto de estudo a aprendizagem humana
(BEYER, 2003).

Na proposta de Beyer (2003), notamos que o objeto central de estudo da


Psicopedagogia está voltado para o processo de aprendizagem humana,
considerando formas e padrões evolutivos e patológicos, bem como os impactos
do ambiente externo, família, escola, sociedade; já que o meio que cerca a
criança afeta diretamente no seu desenvolvimento e tem caráter preventivo e
terapêutico (BEYER, 2003).

Sobre a relevância e importância da Psicopedagogia, notamos que a


mesma é muito valorizada em instituições como: escolas, hospitais e empresas.
A aprendizagem necessita ser encarada como a atividade que prioriza indivíduos
ou grupos humanos, tornando-os mais aptos a incorporarem informações e
desenvolverem experiências, que gerem alterações significativas no
comportamento e personalidade do indivíduo, afetando seus atos na dinâmica
grupal as quais revertem no manejo instrumental da realidade.

2.4 Papel do Psicopedagogo

Considerando que a aprendizagem necessita ser encarada como a


atividade que prioriza indivíduos ou grupos humanos, tornando-os mais aptos a
incorporarem informações e desenvolverem experiências, que gerem alterações
significativas no comportamento e personalidade do indivíduo, o psicopedagogo
ocupa espaço e atua em duas frentes muito importantes ao indivíduo, a
educação e a saúde. Nessa ótica o Psicopedagogo visa auxiliar o profissional da
educação, uma vez que a psicopedagogia é multidisciplinar, para auxiliar no
processo de do ensinar e aprender.

Nesta perspectiva, o olhar do psicopedagogo só terá sentido se ver o


sujeito além do cognitivo, para isso é preciso persistência nas pesquisas,
investigações, embasamento teórico, formação constante que leve a
16

compreender o ser humano como um ser complexo que exige cada vez mais
competências e habilidades multidimensionais.

O psicopedagogo atua como um profissional de forma multidisciplinar e


visa analisar as vulnerabilidades e dificuldades dos alunos durante a
aprendizagem, ofertando suporte ao educando tanto na escola, hospitais, e
próprias clínicas, sejam organizados projetos de ajuda, prevenção e elaboração
de estratégias para que ocorra o ensino aprendizagem. Dessa forma, a ação do
psicopedagogo visa ajuda tanto o professor como o aluno a visualizar com um
“novo olhar” a os ensinamentos convencionais, quebrando paradigmas e
propondo novos métodos de transmitir e estimular a aquisição do conhecimento.

Santos (2010) pontua que

[...] cabe ao psicopedagogo não somente propor atividades e


treinamentos para indivíduos com problemas de aprendizagem e
comportamento baseados em teorias comportamentais, como sugere
a Psicologia Educacional, nem definir métodos, técnicas e estratégias
de ensino como propõe a Pedagogia, mas cabe-nos ocupar um lugar
que está na inter-relação entre ensino e aprendizagem (SANTOS,
2010, p.1 apud TANZAWA et al, 2013).

O psicopedagogo realiza funções de caráter assistencialista, já que ele


participa de grupos e responsáveis pela criação de planos e objetivos no
contexto teórico/prático de políticas voltadas à educação, fazendo com que os
docentes, diretores e coordenadores “consigam refletir o papel da escola em
relação a arte de ensinar e às necessidades de cada indivíduo vinculados à
aprendizagem infantil ou da forma como esse ensino ocorre” (BOSSA, 1994, p
23).

Ainda, seguindo Bossa (1994), esse profissional com sua abordagem


múltipla, necessita analisar o indivíduo de forma holística, identificando vários
aspectos tais como: coordenação motora ampla, aspecto sensoriomotor,
dominância lateral, desenvolvimento rítmico, desenvolvimento motor fino,
criatividade, evolução do traçado e do desenho, percepção espacial e motora,
orientação e relação espaço temporal, aquisição e articulação dos sons,
aquisição de palavras novas, elaboração e organização mental, atenção e
coordenação, bem como expressões usadas, aquisição de conceitos e, ainda,
desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático.
17

O profissional da psicopedagogia necessita ter habilidades para avaliar e


gerar propostas eficientes para resolver situações conflituosas entre alunos e
professores, visando sempre uma melhor alternativa para o processo de
aprendizagem, com um melhor rendimento do aluno, devido um aproveitamento
mais eficiente das aulas. Neste contexto o psicopedagogo deve necessita
integrar três variáveis: objetivo, ação e resultado, assim agregar tudo o que
possa gerar um melhor desempenho do aluno (BOSSA, 1994). O autor ainda
relata a necessidade que o ambiente de atuação, gera especificidade a esse
profissional, logo a atuação em ambientes: hospitalares, clínicos, escolares e
também, empresariais, demandam observações, terapias e tratamentos
condizentes com cada situação, cuja a meta é a aprendizagem do aluno.

Segundo Fernández (1991), a função desse profissional requer ações


como: escutar e traduzir, logo a empatia é um fator relevante na atuação do
psicopedagogo, que necessita ser imparcial, sem preceitos ou preconceitos na
escuta, interpretação, reflexão e intervenção, criando e recriando espaços, é
fundamental. Podendo assim a psicopedagogia, ser considerada como uma
forma de terapia.

É importante ressaltar que nessa modalidade clínica, o psicopedagogo


também não trabalha sozinho, dependendo de parcerias com
profissionais de outras áreas como: a Psicologia, a Neurologia, a
Medicina e quais outras se fizerem necessárias pra o caso a ser
atendido. É fundamental que os profissionais procurem compreender
qual o papel do psicopedagogo na escola, na clínica, nas instituições,
enfim, nas relações que estabelece com o aluno, com a sua família,
com a escola e com a sociedade (SCALZER, SILVA, s.d).

Percebendo a suma importância desse profissional na área pode-se


observar também, que a cada dia ele cresce mais na sociedade, é mais bem
visto e solicitado na realização de trabalhos multidisciplinares, sempre somando
no atendimento a pessoas onde a aprendizagem está sendo afetada (SCALZER,
SILVA, s.d).

3 PSICOPEDAGOGIA ESTENDIDA AO AMBIENTE HOSPITALAR

O presente capítulo aborda a psicopedagogia estendida ao ambiente


hospitalar, uma vez que o paciente, peça fundamental, necessita ser analisado
18

como um sujeito singular, com necessidades de aprendizado como os alunos em


situações regulares.

Desta forma, abordaremos a seguir que o Psicopedagogo Hospitalar


necessita demonstrar a importância do viver, colaborando com a promoção da
saúde e possibilitando aprendizado escolar.

3.1 O Ambiente Hospitalar

O ambiente hospitalar gera sentimentos negativos aos indivíduos, tais


como ansiedade, medos, frustrações, sentimento de abandono, já que dentro de
hospitais, existe o medo do desconhecido, pois passam a habitar um lugar
totalmente novo, incomum aos frequentados anteriormente, que contém regras,
espaços e pessoas diferentes (RIBEIRO; ÂNGELO, 2005).

Importante mencionar que é necessária uma atenção sobre a saúde da


criança e do adolescente, uma vez que eles estão em desenvolvimento, com
necessidades singulares e específicas. As condições de vida a que são
submetidas na infância são cruciais para a formação cognitiva e intelectual.
Nesse sentido, a atenção à saúde a essa população deve contemplar
abordagens diferenciadas, que incluam os cuidados psicológicos, sociais físicos,
mentais e espirituais (THOMAZINE et al., 2008). Para os autores, hospitais
favorece sentimentos negativos em crianças, pois despertam angústias, tensão,
tristeza, logo, se faz necessário que o acompanhamento seja feito para que a
aprendizagem ocorra de forma satisfatória, promovendo sempre a bem estar ao
enfermo e motivação em aprender.

Em suma o ambiente hospitalar é um local que emana diversos


sentimentos e sensações: ora doença ou saúde, de imensa tensão ou
angústia, alívio, cura ou consolo, pois ainda não é fácil distinguir entre
a dor e outras agressões de que a criança ou o adulto é vítima
separação da família, mudança de quadro, rostos e procedimentos
desconhecidos) (CAMPOS, 2009, p. 15).

Diante um cenário humanizador se faz necessário a intervenção


psicopedagógica, para um melhor rendimento de crianças em um ambiente
19

hospitalar, logo a intervenção de um psicopedagogo é relevante para transformar


sofrimento de angústia e solidão em possibilidades de melhorias e incentivo para
um desempenho educacional. Atividades lúdicas, podem ser consideradas
métodos motivacionais para aprendizagem, bem como a afetividade, que
facilitam uma melhor desempenho das crianças, pois repassam confiança e
visam converter sentimentos negativos em positivos (RIBEIRO; ÂNGELO, 2005).

Figura 1 - Criança em situação hospitalar.


Fonte - http://taismarapsicopedagoga.blogspot.com.br/2013/01/psicopedagogia-hospitalar.html

O psicopedagogo ao estimular a realização de atividades educativas, visa


reduzir todo ócio que envolve as crianças enfermas, já que o uso do lúdico
estimula a criatividade e proporciona a socialização, outras alternativas também
são consideradas no processo de aprendizagem de crianças, como o uso de
brinquedotecas, musicas, teatros, demonstrando uma pedagogia
transformadora em pro da saúde e bem estar dessas crianças (PORTO, 2008).

De modo geral, as práticas de ensino em um ambiente hospitalar


representa um adicional de possibilidades no sentido de abrir novas perspectivas
a favor do tratamento da saúde das pessoas hospitalizadas compreendidas
como indivíduos em estado permanente de aprendizagem e desenvolvimento de
potencialidades e capacidades em comunicação com a vida saudável que
humanamente inclui aprender com o estado da doença (THOMAZINE et al.,
2008).
20

Na fase de hospitalização é importante a atuação do psicopedagogo que,


por ser um profissional interdisciplinar está apto a executar atividades diversas,
bem como, promover a auto-estima e direcionar caminhos para que o
hospitalizado consiga conviver com suas limitações e dificuldades devido a
enfermidade. Existe a necessidade de uma equipe para acompanhar, direta ou
indiretamente, todo o processo de internação, que em geral são enfrentadas de
forma diferente por cada indivíduo hospitalizado (PORTO, 2008).

Logo nota-se que psicopedagogos podem contribuir consideravelmente


com indivíduos hospitalizados, promovendo o autoconhecimento,
desenvolvimento da autonomia e responsabilidade no tratamento promovendo a
saúde e bem-estar do enfermo, proporcionando aprendizado sobre si,
estimulando melhorias em sua qualidade de vida.

3.1.1 A hospitalização infantil e o processo de aprendizagem

Para que possamos compreender melhor os pacientes de uma Classe


Hospitalar, abordaremos neste tópico, sobre a hospitalização infantil e a relação
com a Aprendizagem, na tentativa de gerar uma melhor compreensão de como
a Psicopedagogia pode favorecer tal tipo de acompanhamento pedagógico.

O processo de hospitalização pode ser um evento traumático para


qualquer pessoa. Durante este momento, a pessoa perde sua
singularidade e passa a responder aos procedimentos médicos que
muitas vezes são dolorosos. Além disto, o indivíduo passa a ser
identificado por números, ser reconhecido por sua doença e até mesmo
a vestir-se igual a todos os internados. Tais procedimentos e regras
são adotados para que os profissionais de saúde possam tratar das
enfermidades de seus pacientes, visando disciplina e garantindo,
assim, o tratamento correto e coerente com a cientificidade
exigida(LIMA e NATEL, 2010, online).

Segundo Paín (1985 apud LIMA e NATEL, 2010) notamos que uma
condição hospitalar, para uma criança, é mais traumática, que a um adulto, já
que quando hospitalizada, a criança está impedida de explorar o mundo, brincar
e criar novos hábitos que se baseiam em cumprimentos de regras e submissão
a procedimentos médicos. Para Gasparian (1997 apud LIMA e NATEL, 2010), a
hospitalização é percebida por crianças como uma "bruxa malvada", que as retira
do seu cotidiano de fantasias, brincadeiras e explorações e a coloca em um lugar
21

sombrio, cheio de pessoas doentes e que pedem ajuda a pessoas vestidas de


branco para aliviar a dor.

Desta forma, a hospitalização, pode gerar traumas a crianças já que a


afasta do seu cotidiano e de seu ambiente familiar, sendo um momento de critico,
independentemente do tempo, será marcante e único em sua vida.

É sabido que, quando hospitalizada, a criança vive momentos de


angústias e medos, dentre eles existe o medo do abandono, que ocorre devido
às regras do hospital, já que em muitos momentos os pais não podem sempre
estar presentes, por vários motivos, tais como risco de infecções e atrapalhar os
procedimentos hospitalares. E o medo do desconhecido, já que o ambiente
hospitalar é diferente, para crianças, esse local soa como ameaçador e sombrio
(BARROS, 2008).

Segundo Lima e Natel (2010), além destes pontos levantados, alguns


fatores dificultadores para o desenvolvimento físico e psíquico da criança em
situação de hospital pode ser um fator de atraso no desenvolvimento e
crescimento da criança e causar complicações psíquicas, como depressão e
comportamentos regressivos.

Porto (2007) salienta que a aprendizagem possui uma função de


integração e relaciona-se com o desenvolvimento das crianças, pois visa
adaptação à realidade e ao mundo que a cerca.

Logo aprender pode ser considerado um processo libertador, relacionada


diretamente com o cognitivo e fatores psicológico, denotando as possibilidades
de interação e adaptação da pessoa à realidade ao longo da vida, sofrendo
múltiplas influências de fatores ambientais e individuais.

Para Porto (2007), a aprendizagem engloba dois aspectos: o mundo


interno e o mundo externo do indivíduo. No qual os dois se complemento e se
dialogam constantemente. Esses fatores como inerentes à aprendizagem: o
aspecto social (como fator externo), o orgânico, a condição cognitiva e a
dinâmica do comportamento, sendo os últimos retratados como fatores internos.

Desta forma, nota-se que


22

[...] a aprendizagem é um processo dinâmico e que possibilita um


processamento da realidade e, concomitantemente, uma alteração no
comportamento do sujeito, que atuará ativamente sobre a realidade a
qual está inserido (LIMA e NATEL, 2010, online).

Na perspectiva da aprendizagem o sujeito poderá atuar em seu contexto


e, por fim, melhorá-lo, compreende-se, portanto, que ofertar um momento para
o aprender à uma criança em ambiente hospitalizada significará uma retomada
à sua condição de agente de sua realidade. Durante uma atividade, a criança irá
investigar o seu meio e intervir, possibilitando assim que seja no mundo,
diferentemente quando está submetida a procedimentos médicos - neste
instante ela age e não simplesmente, reage (WINNICOTT, 1999).

Segundo Ceccim(1999), a aprendizagem dentro das classes hospitalares


proporciona mudanças significativas e benéficas na vivência de hospitalização
da criança, pois liberta fatores de saúde mantidos, mesmo diante à enfermidade,
enquanto respeita e valoriza os processos afetivos e cognitivos de construção
de uma inteligência de si, do mundo, do estar no mundo e inventar seus
problemas e soluções.

Compreendemos, portanto, que o processo de aprendizagem pode ser


compreendido como um fator terapêutico para indivíduos hospitalizados, já
que possibilita um aumento da qualidade de vida do enfermo, promovendo
essencialmente a saúde. Porém, este processo somente poderá acontecer
adequadamente se o ambiente lhe propiciar condições favoráveis para sua ação
e espontaneidade (WINNICOTT, 1999).

Segundo Winnicott (1999), notamos que uma criança somente aprende


quando se sente cuidada e com suas necessidades satisfeitas. Somente
estabelecida a integração, é que o indivíduo poderá questionar e compreender
o mundo exterior, apropriando-se dele e por fim, modificando-o. E esta
integração somente será possível com o estabelecimento de um ambiente
suficientemente bom, no qual irá lhe favorecer e intermediar suas experiências
e angústias.

Logo, a proposta de um atendimento pedagógico dentro de um hospital


necessita de um ambiente adequado para este atendimento. Uma vez que as
23

classes hospitalares necessitam de um ambiente adaptado para que a criança


hospitalizada possa explorá-lo e interagir da melhor maneira possível, conforme
suas demandas internas. E assim sendo um paciente com essa assistência de
um psicopedagogo poderá ter uma melhora significativa da experiência de uma
internação. É com este enfoque que os próximos tópicos relatam a
psicopedagogia dentro de contexto hospitalar.

3.2 Psicopedagogia Hospitalar

Segundo Gallar (1998), a hospitalização pode acarretar à criança alguns


problemas no seu desenvolvimento, muitos dos quais a Psicopedagogia pode
prevenir e/ou remediar, as seguintes situações:

Situação Sintomas

Remediações de natureza ansiedade, depressão


emocional
Cognitiva dificuldades de aprendizagem

motivacional auto-estima negativa

Quadro 1 - Situações que a psicopedagogia pode previnir ou remediar.


Fonte - Gallar (1998).

Considerando que a enfermidade afeta as relações da criança com o


espaço físico e social em que está inserida e, por sua vez, os aspectos do
ambiente são alterados como consequência da enfermidade.

Segundo Winnicott (1999), a proposta da psicopedagogia hospitalar é ser


interlocutor, não só de crianças, mas, também de todos aqueles que passam por
internações seja curta, médio e de longa duração, doenças crônicas e de
pacientes terminais, visa também promover a integração entre a criança, a
família, a escola, uma vez que o hospital ameniza os traumas da internação e
contribui para a interação social em busca da qualidade de vida intelectiva e
sócio interativa.

Dentro do cenário Brasileiro, a psicopedagogia foi,

[...] fortemente marcada por essa visão clínica e médica do tratamento


do fracasso escolar, teve esses serviços ambulatoriais para
atendimento médico-assistencial dos distúrbios de aprendizagem da
24

criança e do adolescente, implantados a partir da década de 1970, a


exemplo do Centro de Referência da Infância e Adolescência (CRIA)
do Departamento de Psiquiatria da Unifesp10, criado em 1976; do
Ambulatório de Neuro-Dificuldades de Aprendizagem, do Hospital de
Clínicas da Universidade Estadual de Campinas11, implantado no ano
de 1985; e do Serviço de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de Porto
Alegre, criado em 1995. Esses são apenas alguns exemplos, julgando-
se que faltam publicações que auxiliem nas tentativas de se traçar um
histórico desses serviços, bem como da sistematização dos avanços
dessa modalidade de atendimento que conta com o psicopedagogo
nas equipes multiprofissionais (CASTANHO, 2014, online).

Ainda segundo Castanho (2014) no âmbito hospitalar e da saúde, no


cenário brasileiro, os experimentos estão dispersos e ainda há uma deficiência
de teorias e estudos, quando confrontados à realidade de outros países, tais
como: França, Argentina, Estados Unidos, entre outros, têm de longa data o
desenvolvimento de um corpo teórico e prático alicerçando experiências
importantes, em pelo menos duas diferentes modalidades de inserção do
psicopedagogo nos serviços de saúde:

a) nos ambulatórios psiquiátricos,


b) psicológicos e
c) neurológicos

Outras indícios da inserção do trabalho psicopedagógico no âmbito


institucional da saúde na realidade Brasileira ocorreram inicialmente na década
de 1980, com experiências relevantes nos cursos de formação de
psicopedagogos, como o do Instituto Sedes Sapientiae, por meio da inserção de
estagiários com supervisão no espaço do Grupo de Apoio ao Adolescente e à
Criança com Câncer (GRAAC) (CASTANHO, 2014, online).

Em linhas gerais, para Winnicott (1999), a psicopedagogia remete a um


processo da educação hospitalar da criança e representa uma nova instigação
à educação, em específico ao psicopedagogo, que, devido à sua formação é um
dos profissionais mais aptos a esta modalidade. A alternativa de apoio
educacional psicopedagógico ao paciente interno é interessante para assegurar-
lhe uma boa recuperação em meio à inquietação oriunda da preocupação sobre
o tratamento recomendado à recuperação e o tempo de hospitalização.
25

Importante mencionar que o ambiente hospitalar é um local que reflete


vários sentimentos e sensações: ora de saúde ou enfermidade, de grande tensão
ou tristeza ou então de alívio, cura ou consolo. De maneira lenta, poucos o
ambiente se expandiu aos demais profissionais que não são da área da saúde.
No caso do psicopedagogo é importante conectar-se com a equipe, criando um
elo entre as especialidades.

Tudo mencionado aqui neste tópico evidenciam a ampliação da atuação


do psicopedagogo em diferentes contextos, inclui sua participação nos espaços
da saúde, o que impacta em formação adequada para essa atuação,
desenvolvimento de postura, competência técnica e ética, na elaboração de uma
identidade que se pauta pela delimitação de sua atuação junto aos demais
profissionais que integram as equipes de atendimento.

3.2.1 Nível Ambulatorial

A atuação da psicopedagogia dentro desse nível, induz ao psicopedagogo


a responsabilidade para identificar as causas das dificuldades e possíveis
transtornos de aprendizagem, muitas vezes encaminhada pelo pediatra,
neuropediatra ou médico do Programa Saúde da Família – PSF ou Estratégia
Saúde da Família – ESF (FONTES, 2006).

Esse nível torna-se responsável pela terapia de intervenção dentro das


circunstancias que a instituição oferece como ambiente e material. Como
também encaminhar para outros profissionais que o aprendiz necessite para dar
continuidade e complemento ao tratamento (GALLAR, 1998).

Alguns estudiosos denominam o profissional que atuam neste nível de


psicopedagogo clinico, outros o chamam de psicopedagogo para ambiente de
saúde, já que entendemos que a avaliação diagnóstica e intervenção não é feito
somente em clínicas e sim em vários outros ambientes de saúde (GALLAR,
1998).

3.2.2 Nível Intervenções


26

Neste nível, o profissional visa atuar junto ao pediatra e aos leitos adultos
um trabalho de restabelecimentos de vínculos com a aprendizagem, facilitando
a volta destes internados para suas escolas, faculdades e trabalho, ofertando a
eles atividades motoras, pedagógicas ou jogos, ludicidade, teatro, dentro das
possibilidades de trabalho do hospital, das patologias e grau de enfermidade do
internado. De modo geral, o profissional esta área, atua visa uma relação
interdisciplinar com equipe médica, mantendo o ambiente com autoestima,
humanizado e mais dinâmico (FONTES, 2006).

4.2.3 Nível Administrativo no contexto hospitalar

Dentro desse segmento, o psicopedagogo vai atuar com grupos de


trabalho dentro do hospital, juntamente a serviços de relações humanas e o setor
de serviço social. Neste nível, existe o favorecimento favorecendo aos
colaboradores do hospital, uma melhoria de qualidade de vida de suas
aprendizagens, auto estima, valorização e respeito como trabalhador (GALLAR,
1998).

3.2.4 Nível Brinquedoteca ou classes hospitalares

Dentro desse nível, o profissional atuará com oficinas, cercadas por


atividades: lúdicas, motoras, psicomotoras, pedagógicas, projetivas,
psicodrama, musica arte terapia com o objetivo de tornar o momento de
internação menos estressante tanto para os acompanhantes como para os
internados. Como também trabalhar a afetividade entre as equipes de
enfermeiros, médicos, pacientes, familiares em um ambiente lúdico, prazeroso,
educativo e afetuoso (FONTES, 2006).

Sobre a evolução das classes nível brinquedoteca, ressaltamos:

As experiências referentes à criação das classes hospitalares para


crianças com problemas de saúde ou hospitalizadas também têm
origem na França, em 1935, quando Henri Sellier inaugurou a primeira
escola para crianças desadaptadas nos arredores de Paris,
experiência que teve em sequência outras iniciativas ao longo da
Segunda Guerra e em outros países da Europa e nos Estados Unidos
para a assistência de crianças em institutos especiais e em hospitais
(OLIVEIRA; SOUZA FILHO; GONÇALVES, 2008 apud ESTEVES, s.d,
online).
27

O atendimento psicopedagógico executado dentro da proposta da classe


hospitalar baseia-se na escuta psicopedagógica. Tal atividade diferencia-se das
demais realizadas pelo Serviço Social ou Psicologia, pois reflete a construção do
conhecimento sobre determinado espaço, rotina, as informações médicas ou
sobre a doença, de forma lúdica e ao mesmo tempo didática. A prática nesse
espaço exige dos profissionais envolvidos maior flexibilidade, requerendo
compreensão para as peculiaridades (OLIVEIRA; SOUZA FILHO; GONÇALVES,
2008).

No Brasil, encontra-se referência a uma primeira classe hospitalar na


cidade do Rio de Janeiro, em um hospital público infantil, o Hospital
Menino Jesus, em 1950. No entanto, só a partir de documentos oficiais,
como a Lei no 8069/90 - o Estatuto da Criança e do Adolescente - e a
Resolução no 41/95 - a Lei dos Direitos das Crianças e Jovens
Hospitalizados - é que o número de classes hospitalares no país
começa a ser ampliado, garantindo o direito de atendimento
pedagógico no hospital às crianças impedidas de frequentar a escola,
por motivos de tratamento hospitalar(FONTES, 2006 apud
CASTANHO, 2014, online).

Tal classe requer um professor capacitado para atuar com diversas


instabilidades emocionais e condições clínicas dos indivíduos hospitalizados,
sem algum tipo de paternalismo ou familiarização, sem que seja confundido com
psicólogo. É necessário plano para enfrentar esse desafio com temas geradores
e percursos individualizados e, para isso, eles devem relacionar-se de modo
integrado com a equipe multiprofissional (OLIVEIRA; SOUZA FILHO;
GONÇALVES, 2008).

3.3 O Brincar no contexto hospitalar

Segundo o Art. 3º da Portaria Nº 2.261, de 23 de novembro de 2005,


compreende-se por brinquedoteca o local com brinquedos e jogos educativos,
cujo foco é estimular crianças e seus acompanhantes a brincar, contribuindo
para a construção e/ou fortalecimento das relações de vínculo e afeto entre as
crianças e seu meio social (BRASIL, 2005).

O reconhecimento da relevância do brincar no contexto hospitalar veio


a instituir a Lei Federal nº 11.104 de 21 de março de 2005, que prevê
28

a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de


saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação.
De acordo com o Art. 2º, considera-se brinquedoteca, para os efeitos
desta Lei, o espaço provido de brinquedos e jogos educativos,
destinados a estimular o brincar nas crianças e seus acompanhantes
(BRASIL, 2005).

Os jogos e brincadeiras podem ser considerados como um veículo para o


desenvolvimento social, emocional e intelectual que têm sido reconhecidos há
anos, por diversos pesquisadores educacionais, como um bom incentivador
principalmente para crianças num contexto hospitalar. Neste contexto, tomamos
como premissa o fato do lúdico ter uma relevância considerável na
aprendizagem desses pacientes. Pois através dele é possível amenizar um
grande problema encontrado no processo de aprendizagem de crianças
enfermas, que é o desinteresse de falta de motivação, pela situação que estão
(FONTES, 2006).
No ato de brincar dentro de um hospital, a fantasia vem a tona, uma vez
que ela é esquecida pela criança, já que sua realidade é tão cruel que não
permite sonhar. Através do brincar o fantasiar e o imaginar podem ser
recuperado. É importante que na Brinquedoteca tenha livros, histórias de faz de
conta que auxiliam a criança à entrar em um universo mágico e divertido.
Brinquedoteca - espaço lúdico no hospital, provido de brinquedos e jogos
educativos, destinado a estimular as crianças, os adolescentes e os
acompanhantes a brincar no sentido mais amplo e possível e conseguir sua
recuperação com uma melhor qualidade de vida (VIEGAS, 2008).
De acordo com Sanchez (2011), ofertar um suporte psicológico
concomitante às brincadeiras são estratégias que promovem um ambiente
preventivo de comportamentos de depressão, auxiliando a criança a enfrentar
suas dificuldades. Carvalho (2006) aponta que todas as instituições voltadas
para cuidados com a criança devem ser reconhecidas como espaços de
desenvolvimento integral, a fim de contemplar uma equipe de profissionais
especializados e conscientes das necessidades globais destes pacientes. Dessa
maneira, Motta (2004) afirma que dentre as mais eficazes estratégias encontra-
se o uso de jogos e brincadeiras, método utilizado tanto pela criança, como pelos
profissionais do hospital para lidarem com as particularidades da hospitalização.
29

A importância do brincar no contexto hospitalar ganhou relevância social


especialmente a partir dos feitos do médico americano, Patch Adams. Tal
temática ocupa importância e destaque em estudos sobre a hospitalização
infantil, trazendo questões relacionadas à sua importância no processo de
humanização hospitalar. Sendo assim, torna-se importante a inserção do
psicólogo nas enfermarias de pediatria, no sentido de desenvolver atividades
lúdicas para que a criança experimente sua nova forma de ser ou estar, a fim de
fortalecer sua autoestima e autoconceito, criando oportunidades de retorno ao
equilíbrio psíquico (MOTTA, 2004).

Segundo Azevedo (2011) o uso do lúdico para amenizar o sofrimento de


uma enfermidade possui grandes resultados positivos em crianças,
contemplando a abordagem em grupo. Dentro deste contexto, o brincar, para a
criança tem importância tanto para o seu desenvolvimento sensório-motor e
intelectual como para o processo de socialização e aperfeiçoamento da
autoconsciência e da criatividade.

O brincar também é um método eficaz para reduzir o estresse, pois nele


a criança desenvolve sua criatividade, explora seus limites e expressa suas
emoções. É brincando que a criança estimula o equilíbrio das emoções vividas,
da necessidade de descobrir e reinventar a realidade, estimulando a atenção,
concentração e outras habilidades (AZEVEDO, 2011).

O brincar pode ser considerado uma capacidade inata do ser humano,


é um meio saudável de expressão e movimento, possibilita a fantasia
e a expansão da imaginação. As situações problemas encontradas nos
jogos servem para ajudar na forma de como a criança enfrentará
problemas reais. A criança quando hospitalizada é retirada de seu
ambiente, afastada da família, amigos, escola, brinquedos, podendo
ter prejuízos cognitivos, físicos e afetivos (UNICEF, 2004, online).

O brincar pode ajudar a criança à liberar emoções reprimidas, na


elaboração de conflitos, acelerar a recuperação psicomotora e na adaptação à
novas situações. Algumas atividades podem ajudar na expressão das crianças,
pintura, desenho, argila, podem ajudar a mostrar o que se passa com a criança,
seus medos e angústias (UNICEF, 2004).

A presença de jogos e brinquedos relacionados aos problemas que


esteja vivendo, ou então, se algum deles puder ser levado até o
paciente abandonado de estímulos alegres o cenário clínico no qual se
30

encontra, deduz-se que esse contexto fará a diferença, contribuindo


para uma recuperação mais eficaz e rápida, amenizando a dor e a
angústia. (VIEGAS, 2008, p 19).

Estar hospitalizada pode ser estressante para a criança e seus familiares,


a gravidade da doença e o tempo de permanência podem influenciar no
desgaste. A família é prejudicada de diversas formas, sua rotina é alterada,
passam parte do dia no hospital, os gastos aumentam, o desgaste acaba não
sendo só da criança, mas de toda a família. Desta forma, o brincar tira o foco da
doença e da dor, mesmo que por alguns instantes, favorece a expressão do
sofrimento da criança. Os pais devem interagir com os filhos na Brinquedoteca
através de jogos e brincadeiras, o ambiente deve tirar a tensão que sentem
ficando com os filhos nos leitos. A circulação dos brinquedos nos quartos é
importante para os que não podem se locomover até a brinquedoteca.

Por meio do brincar, portanto, a criança consegue manter vivo e ativo


o fio que dá continuidade àquilo que ela está acostumada a fazer, ou
seja, à sua história de vida. O lúdico, possibilitando à criança sua livre
expressão física e psicológica, configura-se como si mesmo, o que é
vital para o processo de recuperação da saúde (VIEGAS, 2008, p 28).

Desta forma, se nota que o lúdico tende a um favorecimento geral do


mundo real, uma vez que estimula a criatividade, o raciocínio analítico e critico.
Tal fato demonstra que, a aprendizagem “se bem aplicada e compreendida, a
educação lúdica poderá contribuir para a melhoria do ensino, quer na
qualificação ou formação crítica do educando, quer para redefinir valores e para
melhorar o relacionamento das pessoas na sociedade” (DALLABONA e
MENDES, 2011, p.109).
O lúdico relaxa a criança e traz de volta o prazer pela vida. A criança
projeta no brincar os seus sentimentos, pensamentos e fantasias, sonha,
esconde conteúdos dolorosos e os elabora. Ao brincar a criança toma iniciativas,
imagina, usa suas capacidades intelectuais, o corpo, a cooperação, aprende
regras, lida com limites, memória, atenção e concentração (DALLABONA e
MENDES, 2011).

Nota-se que a brincadeira e os jogos não se resumem numa simples


atividade infantil, uma vez que as crianças fazem do brincar, mas principalmente
pela influência que esta exerce no desenvolvimento infantil. Vygotsky (1991)
31

reforça este pensamento, ao afirmar que a aplicabilidade de brincadeiras e jogos,


ocorre diversas mudanças no desenvolvimento psíquico infantil, fato que para a
literatura, demonstra que a brincadeira se torna um caminho para o
desenvolvimento e aquisição de conhecimento.
Na Brinquedoteca os profissionais podem explicar para a criança e seus
acompanhantes a gravidade da doença, mostrar o trabalho de cada profissional
envolvido, o tipo de tratamento e acalmá-los, ajudar a superar as dores, diminuir
as tensões, conter a ansiedade, permitir que a criança externalize seus medos,
ajudá-las a aceitar as mudanças corporais que podem acontecer devido a
procedimentos cirúrgicos (VIEGAS, 2008).

O desenvolvimento global deve ser estimulado. Interação com outras


crianças internadas e seus familiares, troca de experiências. Através do brincar
o sofrimento pode ser minimizado e a identidade do paciente resgatada.
Traumas psicológicos podem ser amenizados através do trabalho do
Brinquedista, pessoa com qualificações para poder atuar em diversos
segmentos da brinquedoteca. Inicialmente, o brinquedista deve ter o
pensamento no sentimento da criança e sobre suas necessidades (VIEGAS,
2008).

A criança hospitalizada tem um sofrimento físico e emocional, pode estar


correndo risco de vida ou ter que passar por algum procedimento cirúrgico. Na
brinquedoteca a dor e o sofrimento podem ser aliviados através da atenção,
carinho, diversão, distração, elevação da autoestima e esperança de voltar a sua
vida normal. Como o paciente foi afastado de suas atividades escolares seu
aprendizado pode ser prejudicado, na brinquedoteca é possível estimular o
desenvolvimento cognitivo (VIEGAS, 2008).

De modo geral notamos que o lúdico num ambiente hospitalar visa


proporcionaras crianças um local para brincar e conhecer outras crianças que
estão hospitalizadas.

Para Viegas (2008, p. 28) “educar é ir a direção à alegria.” O autor ainda


diz que as técnicas lúdicas fazem com que a criança aprenda com prazer, alegria
e entretenimento, sendo relevante ressaltar que a educação lúdica está distante
da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial.
32

Sobre as contribuições dos jogos e brincadeiras, ressaltamos:

[...] as contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral


indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento
global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente
vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade
são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a energia
necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da
criança (VIEGAS, 2008, p. 29).

Logo, percebe-se que o ato de brincar e jogar torna-se técnica de


expansão de raciocínio e inclusão; mediante expansão do pensamento e
desenvolvimento de habilidades que proporcionam criatividade e cooperação,
através de esforços mútuos, no qual existe um universo lúdico que se baseia no
ato de brincar, usando como métodos, jogos e brincadeiras, conforme esboça a
figura 2.

Figura 2 - Briquedoteca Hospitalar


Fonte - http://claudiacairos1.blogspot.com.br/2015/09/higienizacao-dos-brinquedos-na.html

De modo geral percebemos que o ato de brincar é cercado de momentos


de alegria, visto que desenvolve a linguagem corporal, e oral; amplia o convívio
social; promove a continuidade do desenvolvimento global, já que a criança
realiza atividades psicomotoras (DALLABONA e MENDES, 2004).
33

Figura 3 - Universo Lúdico.


Fonte: Elaborado pela autora.

Ressaltamos que o lúdico preserva a saúde emocional; prepara a criança


para situações novas, procedimentos e consequências que estes procedimentos
podem trazer; proporciona um ambiente agradável para os familiares e
acompanhantes interagir com a criança, com muita alegria e distração. Desta
forma cabe ao psicopedagogo proporcionar as crianças brincadeiras e jogos em
grupo para socialização das mesmas; Identificar os efeitos das atividades para
o desenvolvimento infantil em todos os seus aspectos (motor, cognitivo e
psicossocial).

3.3.1 Legislação

Considerando o disposto na Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005, que


dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades
de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação.
Importante mencionar também a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, da
Resolução nº 41, de 13 de outubro de 1995, do Conselho Nacional dos Direitos
da Criança e do Adolescente, e da Declaração dos Direitos da Criança e do
Adolescente, que diz que toda criança hospitalizada tem direitos especiais,
ressaltando-se o direito de ser acompanhado por sua mãe ou responsável,
durante todo o período de sua hospitalização, o direito de desfrutar de formas de
recreação, formas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo
escolar durante sua permanência hospitalar, e o direito a receber todos os
34

recursos terapêuticos disponíveis para a sua cura e reabilitação (BRASIL 1,


2005).

Leis e documentos recomendam o funcionamento das classes


hospitalares. Suas ações caracterizam-se pelo atendimento
pedagógico-educacional que ocorre em ambiente de tratamento de
saúde por ocasião de internação, no atendimento em hospital-dia e
hospital semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental. É
uma modalidade da Educação Especial, pois atende crianças e/ou
adolescentes considerados com necessidades educativas especiais
em decorrência de apresentarem dificuldades no acompanhamento
das atividades curriculares por condições de limitações específicas de
saúde. Tem por objetivo propiciar o acompanhamento curricular do
aluno quando este estiver hospitalizado, garantindo a manutenção do
vínculo com as escolas, por meio de um currículo flexibilizado
(BRASIL2, 2002).

A lei n°11.104/05 (SANTIAGO, 2007) tornou obrigatória a instalação de


Brinquedotecas nos hospitais brasileiros. Fato considerado positivo, pois
segundo Pereira (2011) a utilização de Brinquedoteca em ambiente hospitalar
visa reduzir impactos negativos das enfermidades e seus tratamentos, assim
como auxiliar no suporte familiar. A criança que é internada deve dar
continuidade ao seu desenvolvimento físico, motor e de linguagem, atividades
psicomotoras podem ser trabalhadas na brinquedoteca auxiliando no
desenvolvimento das crianças (PEREIRA, 2001). Logo notamos que a
Brinquedoteca Hospitalar tem como foco humanizar a saúde e promover o lúdico,
já que valoriza a saúde, o brincar e a cidadania.

3.4 Vivência e desafios da criança hospitalizada

Quando uma criança está enferma em condição hospitalizado, existe uma


ruptura do seu ambiente natural e habitual, alterando seus costumes, hábitos e
sua capacidade de autorrealização e de cuidado pessoal. Normalmente os
pacientes são submetidos às condutas terapêuticas, tais como visitas, exames
médicos, uso de medicamentos, rotinas rígidas de horários de alimentação,
repouso e impossibilidade de locomoção (BARROS, 2009). Para a criança, a

1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11104.htm
2
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/livro9.pdf
35

doença é um acontecimento inesperado e indesejável, onde todos os costumes


próprios da infância tornam-se algo distante devido às restrições que a doença
e o tratamento impõem. Todas essas mudanças causam impacto na vida da
criança e podem modificar seu comportamento durante e depois da internação
(BARROS, 2009).

O adoecimento e a hospitalização trazem para a criança vivências


novas e muitas vezes ameaçadoras. A doença coloca a criança e sua
família diante da condição de finitude humana, na qual o temor à morte
é intensificado em decorrência da situação de enfermidade que o
paciente se encontra. Sendo assim, o hospital é uma instituição
marcada pela luta constante entre a vida e a morte, possibilitando a
cura, minimização ou suspensão do sofrimento [...] o ambiente
hospitalar pode se tornar estressante, interferindo no estado
psicológico da criança. Durante a internação hospitalar, a criança pode
apresentar sofrimento psíquico, através da palavra, do comportamento
e de reações emocionais, que muitas vezes são diferentes do habitual.
As diferentes causas do estresse podem estar relacionadas ao medo
da dor, das agulhas, exames e o receio de ser afastado dos familiares
(BAYER E SILVA, 2011, online).

Diante o exposto por Bayer e Silva (2011), notamos que é relevante


destacar a falta de estratégias de enfrentamento para amenizar dificuldades no
aprendizado de crianças com e o esquema de funcionamento estabelecido pelo
ambiente hospitalar, podem contribuir para o surgimento de sentimentos de
ansiedade e sintomas depressivos. A literatura ainda evidenciar que em casos
de enfermidade e a criança está hospitalizada, existe uma interrupção do seu
ambiente habitual, alterando seus costumes, hábitos e sua capacidade de
autorrealização e de cuidado pessoal. Frequentemente os pacientes são
submetidos às condutas terapêuticas, tais como visitas, exames médicos, uso
de medicamentos, rotinas rígidas de horários de alimentação, repouso e
impossibilidade de locomoção (BARROS, 2009).

Num ambiente hospitalar a criança se depara com o inesperado e


indesejável, onde todos os costumes e hábitos corriqueiros infantis tornam-se
algo distante devido às restrições que a doença e o tratamento estabelecem.
Tais mudanças geram alterações na vida da criança e tendem modificar seu
comportamento durante e depois da internação (BARROS, 2009).

O adoecimento e a hospitalização trazem para a criança vivências


novas e muitas vezes ameaçadoras. A doença coloca a criança e sua
36

família diante da condição de finitude humana, na qual o temor à morte


é intensificado em decorrência da situação de enfermidade que o
paciente se encontra. Sendo assim, o hospital é uma instituição
marcada pela luta constante entre a vida e a morte, possibilitando a
cura, minimização ou suspensão do sofrimento (BARROS, 2009 apud
BAYER e SILVA, 2013, online).

Dessa forma, Sanchez (2011 apud BAYER e SILVA, 2013) afirma que o
ambiente hospitalar pode alvo de muito estresse, fato que afeta no estado
psicológico da criança. No período da internação hospitalar, a criança pode
apresentar sofrimento psíquico, através da palavra, do comportamento e de
reações emocionais, que muitas vezes não são as do dia a dia. As diferentes
causas de tal comportamento e do estresse relacionam-se à incerteza agregada
à dor e sofrimento causado por agulhas, exames e o receio de ser afastado dos
familiares. É importante ressaltar que a falta de estratégias de enfrentamento
para esta situação e o esquema de funcionamento estabelecido pelo ambiente
hospitalar, podem contribuir para o surgimento de sentimentos de ansiedade e
sintomas depressivos.

A participação dos pais no ambiente hospitalar e sua permanência com


os filhos durante a hospitalização, têm papel preponderante no processo de
cuidado da criança que sentirá mais segura na companhia de pessoas mais
próximas. Desta forma, a família pode auxiliar na observação da criança em
diferentes situações e por mais tempo que o profissional que a acompanha. Os
pais exercem papel fundamental no contexto da hospitalização infantil, na
medida em que representam a referência fundamental da criança, enquanto
mediadores da relação terapêutica, fonte principal de segurança e de carinho,
além de apoio imprescindível ao enfrentamento desta situação desafiadora que
é a doença e a internação (BARROS, 2009).

4 O PROFISSIONAL PSICOPEDAGOGO HOSPITALAR

Iniciaremos o capítulo considerando que o psicopedagogo é o profissional


que procurará compreender as mensagens, muitas vezes implícitas, sobre os
37

motivos que levam as pessoas a obterem resultados insuficientes ao esforço


aplicado em sua busca pela aprendizagem, seja ela sistemática ou não.

Segundo Porto (2008), a presença de um psicopedagogo se faz


importante, num ambiente hospitalar já que ele possui uma formação multi e
interdisciplinar, estando mais preparado a realizar diversas atividades, auxiliar
na autoestima e direcionamento de processos para que o paciente conviva com
as diversas dificuldades que passará, por consequência de sua doença. Para o
mesmo autor, psicopedagogo num contexto hospitalar possui toda técnica e está
apto a tal modalidade, pois usa todas as suas competências para criar um mundo
onde as pessoas se preocupam uns com os outros. A alternativa de apoio
psicopedagógico ao paciente interno é interessante para assegurar-lhe uma boa
recuperação e à inquietação oriunda de preocupações sobre o tratamento
recomendado e ao tempo de hospitalização.

Para Thomazine et al (2008), a intervenção considera o estado emocional


da criança que necessita de auxílio, com realização e atividades que possam
transpor o sofrimento de angústia, de solidão; desta forma notamos que é
atribuição do psicopedagogo potencializar atividades prazerosas e lúdicas, bem
como atender às necessidades individuais, no decorrer do processo.

O trabalho psicopedagógico pode adquirir caráter preventivo, clínico,


terapêutico ou de treinamento, o que amplia sua área de atuação, seja
ela escolar - orientando professores, realizando diagnósticos,
facilitando o processo de aprendizagem, trabalhando as diversas
relações humanas que existem nesse espaço; empresarial - realizando
trabalhos de treinamento de pessoal e melhorando as relações
interpessoais na empresa; clínica - esclarecendo e atenuando
problemas; ou hospitalar - atuando junto à equipe multidisciplinar no
pós-operatório de cirurgias ou tratamentos que afetem a
aprendizagem. É importante salientar que a Psicopedagogia é uma
área que vem para somar, trabalhando em parceria com os diversos
profissionais que atuam em sua área de abrangência (THOMAZINE
et al, 2008, p.18).

O Psicopedagogo na visão de Porto (2008) necessita analisar o paciente


internado se possível quando entrar no hospital para verificar onde irá ser o
atendimento na brinquedoteca ou no próprio leito. Primeiramente, seu
tratamento de saúde e depois a vida escolar. Desta forma, nota-se nas falas do
autor, que o psicopedagogo é um “clínico geral”, pois leva em conta, com o
38

mesmo grau de importância, tanto os aspectos físicos como os psicológicos e os


sociais.

De acordo com Noffs e Rachman (2007), os educadores que atuam em


ambiente hospitalar necessita de treinamento, formação e orientação para se
adequar às demandas didáticas e a rotina de internação. Cada aluno necessita
ser tratado com toda sua particularidade, deve-se ler os laudos e saber porque
está sendo internado e qual a previsão de alta para preparar um plano de aula.
Mesmo sabendo da alta pode ocorrer mudanças repentinas dependendo das
condições de saúde tornando-se estáveis ou indeterminados. O profissional na
área hospitalar deve ter “jogo da cintura” para aprender, a saber, lidar com
diversas situações para manter o emocional bastante controlado.

Segundo Porto (2008), o psicopedagogo para atuar de forma satisfatória


necessita atuar com uma equipe multidisciplinar na presença de profissionais,
tais como:

a) psicólogos,
b) fonoaudiólogos,
c) psicomotricistas,
d) fisioterapeutas,
e) pedagogos e outros.

Importante mencionar as falas de Noffs e Rachman (2007), quando dizem


que numa Instituição Hospitalar ocorrerá meios e técnicas específicos da
psicopedagogia dentro da realidade vivenciada neste contexto, contribuindo para
melhoria da qualidade da saúde e autoestima da criança internada, para que
esta se descubra capaz de aprender a aprender e principalmente para o
entendimento do vínculo afetivo que a criança hospitalizada desenvolveu com a
aprendizagem, e quais os fatores que contribuem para esta não aprendizagem,
assim como sua relação entre a afetividade e o desenvolvimento mental,
considerando a sua especificidade em perceber, discriminar, organizar,
conceber, conceituar e enunciar no que se refere a sua ação como um ser
39

cognoscente3 e suas relações intrínseca e extrínseca que devem ser


contextualizadas.

De forma geral, o profissional que realiza ações educacionais com


crianças e adolescentes enfermos ou hospitalizados, necessita de uma
graduação ampla, com sabedoria diversificada, instrumental específico e
recursos adequados para atender às dificuldades e restrições estabelecidas por
esse tipo de situação.

4.1 Psicopedagogo nas áreas Clínica e Institucional

Importante mencionar que existe diferença entre o psicopedagogo clinico


e o institucional. E que tudo depende da intervenção que o trabalho possuirá com
a criança.

A intervenção psicopedagógica implica em um trabalho terapêutico


(clínico) que se caracteriza por se dedicar ao sujeito, num trabalho
terapêutico sobre o problema instalado, visando a reelaboração e
retomada do processo de aprendizagem que apresenta dificuldades,
de modo a desenvolver autonomia e devolver o prazer na prática de
aprender (NOFFS, 1995 apud CRUVINEL, 2014, p. 100).

Importante mencionar que ela também tem um cunho preventivo


(institucional) que visa colaborar com a instituição familiar, escolar, educativa em
geral ou de saúde afim de que possam efetivamente cumprir seu papel
transmissor e construtor de conhecimento, nesse sentido busca-se identificar os
obstáculos de desenvolvimento do processo de aprendizagem por meio de
técnicas específicas de análise institucional e pedagógica. O psicopedagogo
propiciará que o local seja um meio de transmissão e construção de
conhecimentos (CRUVINEL, 2014).

De acordo com o quadro 2, a seguir, notamos nas explicações de Porto


(2008), que a psicopedagogia pode atuar em caráter preventivo e\ou terapêutico,
dentro de duas perspectivas, institucional e clínica. Na clínica atua como

3
pessoa que busca ou toma o conhecimento sobre algo.
40

terapeuta, juntamente ou não a uma equipe multidisciplinar, desenvolvendo


intervenções para a superação de dificuldades de aprendizagem.
Institucionalmente (centros educacionais, hospitalares, empresariais, etc.), o
psicopedagogo desenvolve a função de Assessor de procedimentos
Psicopedagógicos (PORTO, 2006).

Quadro 2 - Psicopedagogo Clinico e Institucional.


Fonte – Porto (2008).

Mesmo com a diferença mencionada acima, temos que ter em mente que
Existe alguma semelhança na atuação do profissional clínico e institucional, visto
que Independentemente da área de atuação, o profissional precisa conhecer e
41

compreender como se dá o processo de construção do conhecimento, assim


como conhecer as dificuldades de aprendizagem e possíveis formas de
intervenção. Precisa saber até onde pode ajudar e o momento certo para fazer
o encaminhamento. Seu trabalho nunca é individual; deve buscar constante
aprimoramento.

4.2 A classe hospitalar como modalidade de ensino

Sobre a classe hospitalar, com o intuito de evitar a interrupção da


escolaridade das crianças hospitalizadas, o Ministério da Educação, por
intermédio da Secretaria Nacional de Educação Especial, prevê o atendimento
educacional em classes hospitalares. A criação da Política Nacional de
Educação Especial (MEC/SEESP, 1994 e 1995) estabelece que a educação em
hospital seja executada mediante da organização de classes hospitalares, sendo
necessário assegurar oferta educacional não só às crianças com transtornos do
desenvolvimento, mas também às crianças e adolescentes em situações de
risco, como é o caso da internação hospitalar (OLIVEIRA; SOUZA FILHO;
GONÇALVES, 2008).

Para Oliveira, Souza Filho e Gonçalves (2008, p. 4)

A classe hospitalar tem por objetivo recuperar a socialização da criança


por um processo de inclusão, dando continuidade a sua aprendizagem.
A criação de classes escolares em hospitais é resultado do
reconhecimento formal de que crianças hospitalizadas,
independentemente do período de permanência na instituição ou de
outro fator qualquer, têm necessidades educativas e direitos de
cidadania, onde se inclui a escolarização.

Segundo o médico francês Henry Wallon, quando se trata de abordagens


com crianças enfermas, devemos sempre focar em ações para aliviar sua dor e
promover sua saúde mental e física. Logo, o professor que trabalha a classe
hospitalar necessita ter formação em educação por meio de atividades
pedagógicas pode fazer um elo entre a realidade hospitalar e a vida cotidiana da
criança internada(OLIVEIRA; SOUZA FILHO; GONÇALVES, 2008).

Desta forma, o profissional da psicopedagogia necessita avaliar,


acompanhar e intervir no processo de aprendizagem da criança, além de
42

oferecer informações para a compreensão do processo de elaboração da


doença e da morte, explicando procedimentos médicos e auxiliando na
adaptação ao hospital (OLIVEIRA; SOUZA FILHO; GONÇALVES, 2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo apontou que o profissional da psicopedagogia num contexto


hospitalar, necessita uma visão humanista e multidisciplinar que vise motivar e
estimular o processo de aprendizagem, promovendo a saúde da criança, dentro
de um ambiente saudável, estimulando sempre o afeto, para que exista um
melhor rendimento do aluno.

Desta forma, é importante uma atenção sobre a saúde da criança, uma


vez que elas estão em desenvolvimento, com necessidades singulares e
específicas. As condições de vida a que são submetidas na infância são cruciais
para a formação cognitiva e intelectual. Nesse sentido, a atenção à saúde a essa
população deve contemplar abordagens diferenciadas, que incluam os cuidados
psicológicos, sociais físicos, mentais e espirituais.

Diante um cenário humanizador se faz relevante a intervenção


psicopedagógica, para um melhor rendimento de crianças em um ambiente
hospitalar, logo a intervenção de um psicopedagogo é relevante para transformar
sofrimento de angústia e solidão em possibilidades de melhorias e incentivo para
um desempenho educacional. Atividades lúdicas podem ser consideradas
métodos motivacionais para aprendizagem, bem como a afetividade, que
facilitam um melhor desempenho das crianças, pois repassam confiança e visam
converter sentimentos negativos em positivos.

Consideramos que a pesquisadora conseguiu alcançar seu proposito


maior, pois enfatizou a importância e caracterização do psicopedagogo no
comportamento e desenvolvimento de crianças enfermas, destacando o uso de
43

técnicas que envolve o prazer em aprender, como por exemplo, a brinquedoteca


e o lúdico.

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