Resenha Kamilla

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Faculdade União Educacional Norte Tucuruí

Disciplina: Psicologia Organizacional


Professora: Kamilla Titan
Semestre: 7º
Aluna: Eliana França Silva Pistorello
Maria Raimunda Almeida Machado

Cultura Organizacional
Narbal Silva, José Carlos Zanelli e Suzana da Rosa Tolfo.

De acordo com a leitura compreende-se que o surgimento da psicologia


organizacional no Brasil esteve estritamente relacionado à expansão do processo
de industrialização no final do século XIX e início do século XX para a avaliação e
seleção de empregados industriais e militares (ZANELLI; BASTOS, 2004).
Até meados do século XX, as atividades dos psicólogos organizacionais
brasileiros eram de recrutamento, seleção, treinamento, análise de carreira e
avaliação de desempenho. Na década de 1980, as atividades clássicas ainda
dominavam o trabalho dos profissionais, embora houvesse outras atividades que
se expandiram em escopo, devido às mudanças no ambiente de trabalho e novas
demandas profissionais em planejamento e execução de projetos, diagnóstico
situacional, assessoria e consultoria (SILVA; ZANELLI, 2004).
Os autores analisam a construção do sentido ocidental de trabalho, sua
relação com os modelos modernos de organização do trabalho, as tendências e
desafios atuais. A cultura organizacional pode ser entendida como um conjunto de
normas Leis compartilhadas com membros de uma determinada organização.
Nesse caso, Newstrom (2008) descreve-nos que o sistema de leis e normas das
organizações, quando em contato com os princípios morais, éticas e culturais dos
seus colaboradores propicia o desenvolvimento de um complexo sistema de
relações de leis, costumes e valores que dará procedência ao comportamento
organizacional, único de cada organização.
Além de construir relacionamentos complexos, a cultura organizacional permite o
desenvolvimento de regimentos que controlam esses comportamentos faz parte
da organização.

A cultura é considerada não como uma rede de


comportamentos concretos e
complexos, mas como um conjunto de mecanismos
que incluem controles, planos, receitas, regras e
instruções que governam o comportamento (SILVA;
ZANELLI, 2004, p. 416).

PIRES, MACÊDO 2005, ao se referir à cultura, ressalta que ela tem


caracterizado pelo desenvolvimento das inter-relações entre os membros do
grupo e sua capacidade de adaptação ao ambiente. Falar em cultura significa
falar sobre a capacidade do indivíduo de se adaptar à realidade do grupo que
estar inserido nele. Levando-nos a entender que cada cultura tem suas
peculiaridades e seus distintos históricos que os seres humanos se deparam ao
tempo dando possibilidades de ações profissionais aplicadas aos processos
organizacionais grupais e interpessoais, enfatizando a importância do
alinhamento entre cultura, estrutura e processos organizacionais.
Diante disso, Ferreira, Asmar e Estol (2008), validaram e adaptaram a
ideia de que a cultura organizacional é um conceito claramente heterogêneo e de
que tem sido investigada de maneira intensa nos dias atuais, configurando a
cultura de uma organização compreendendo assim, que uma organização
também é produto da sua inserção em determinado contexto sociocultural.
Embora o conceito tenha sido transferido para as organizações em
meados da década de 1930, a expansão das corporações multinacionais em
todos os continentes no início da década de 1980 deu às questões culturais uma
força efetiva nos estudos organizacionais.
De acordo com (Fleury; Shinyashiki me Stevanato, 1997) o tema
permaneceu em evidência devido a dois fatores inter-relacionados: a globalização
dos mercados e os processos de mudança nas organizações em 1990.
Freitas, 2007 trás em sua obra a perspectiva da evolução e crítica, com
foco em fenômenos culturais, tais como controle social, produção imaginária e
psicológica e gestão de aspectos afetivos.
O autor Oliveira (2009), faz correlata a análise detalhada cultura
organizacional ou empresarial. Para isso, examinou com profundidade conceitos
fundamentais com o intuito de compreender as complexas relações existentes
entre cultura corporativa e estratégia, como, por exemplo, missão, visão, valores,
políticas, destacando como elementos essenciais da cultura organizacional dentro
de uma perspectiva quantitativa.
Para Smircich (1983), uma organização pode ser definida como um
agrupamento cultural composto de diversos atores sociais, que constroem pontes
entre os níveis macro e microestruturas, entre a sociedade e a organização, entre
a sociedade e os seres humanos, entre gestores e demais trabalhadores, bem
como entre as decisões e as ações, entre os discursos e as práticas e entre os
comportamentos e as estratégias pretendidas. Nessa ótica, as organizações são
concebidas como fenômenos culturais totais a organização é uma cultura.
Portanto na leitura do texto compreende-se que foi a partir do século XXI,
que a POT Psicologia das Organizações do Trabalho e a gestão de pessoas
foram desenvolvidas, atendo a demanda das grandes fábricas, visando acabar
com os conflitos e passando a olhar pela cultura como uma variável da
organização, iniciando então as mudanças profundas pelas quais vinha passando
as organizações. Promovendo adaptação da organização, já trazendo as ideias
do aspecto socioemocional voltado ao ser humano.
Desse modo, ZANELLI; BASTOS, 2004, nos trás que a missão central da
Psicologia Organizacional e do Trabalho presume-se em explorar, analisar e
compreender como interagem as múltiplas dimensões que caracterizam a vida
das pessoas, dos grupos e das organizações, em um mundo crescentemente
complexo e em transformação. Tem a finalidade de construir estratégias e
procedimentos que posam promover, preservar e restabelecer a qualidade de
vida e bem-estar das pessoas, evidenciando a importância da difusão dos
conhecimentos gerados pelos resultados da pesquisa em Psicologia para a
formação de profissionais capazes de desenvolver medidas e estratégias
apropriadas para a solução dos problemas que surgem continuamente nas
organizações de trabalho. Assinalando a importância da compreensão do
fenômeno da aprendizagem para as organizações e as condições para a sua
efetividade.
Compreender a cultura, portanto, exige decodificar as razões encobertas
dos comportamentos individuais e coletivos. Nessa perspectiva, o estudioso da
cultura prioriza a compreensão das suposições culturais, permanece atento às
diferenças das unidades culturais e às suas relações, explora os conteúdos com
utilização intensa de entrevistas individuais e grupais e desempenha seu papel
com flexibilidade para desvendar valores profundos e certezas compartilhadas.
Em síntese, nos estudos de cultura organizacional, são investigados
elementos pertinentes aos valores, às crenças, aos hábitos, aos artefatos, aos
símbolos, à linguagem, à liderança, aos mitos, às lendas, às sagas, às
cerimônias, às regras e normas sociais, à estrutura, à filosofia de gestão e a
muitos outros aspectos, além das sutilezas da vida coletiva das organizações de
trabalho concebendo a cultura organizacional e a importância do conceito para a
compreensão do comportamento humano nas organizações.
REFERÊNCIAS:

ADLER, N. J. International dimensions of organizational behavior. 2nd ed. Boston: PWS-


Kent, 1991. BORGES, L. O. A estrutura fatorial dos atributos valorativos e descritivos do
trabalho: um estudo empírico de aperfeiçoamento e validação de um questionário.
FLEURY, M. T. L.; SHINYASHIKI, G. T.; STEVANATO, L. A. Arqueologia teórica e
dilemas metodológicos dos estudos sobre cultura organizacional. FREITAS, M. E. Cultura
organizacional: evolução e crítica: São Paulo: Thomson Learning, 2007.
FREITAS, M. E. Cultura organizacional: formação, tipologias e impactos. São Paulo:
Makron Books, 1991. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1989. GOUVEIA, V. V. et al. Teoria funcionalista dos valores humanos. In:
TEIXEIRA, M. L. M. Valores Humanos & Gestão: novas perspectivas. São Paulo: Senac,
2008. p. 47-80.
OLIVEIRA, M. A. A face oculta da empresa: como decifrar a cultura corporativa. Rio de
Janeiro: SENAC Rio, 2009. SCHEIN, E. H. Cultura organizacional e liderança. São Paulo:
Atlas, 2009. TAMAYO, A. Contribuições ao estudo dos valores pessoais, laborais e
organizacionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 23, n. especial, p. 5-6, 2007. SILVA, N.;
ZANELLI, J. C. Cultura organizacional. In: ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.;
BASTOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed,
2004.

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