Interpretacao de Exames Laboratoriais
Interpretacao de Exames Laboratoriais
Interpretacao de Exames Laboratoriais
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
EXAMES LABORATORIAIS......................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
BREVE HISTÓRIA E A FINALIDADE DOS EXAMES LABORATORIAIS................................................... 9
CAPÍTULO 2
LABORATÓRIO CLÍNICO: PADRONIZAÇÃO DOS PROCESSOS INTERNOS.................................... 12
UNIDADE II
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS............................................................................................ 31
CAPÍTULO 1
EXAMES LABORATORIAIS HEMATOLÓGICOS E DIAGNÓSTICO PARA DOENÇAS INFECCIOSAS.... 31
CAPÍTULO 2
PATOLOGIAS ENDÓCRINAS E RESPECTIVOS EXAMES LABORATORIAIS........................................ 64
UNIDADE III
PATOLOGIAS GENÉTICAS E AUTOIMUNES............................................................................................. 106
CAPÍTULO 1
NEOPLASIAS.......................................................................................................................... 106
CAPÍTULO 2
DOENÇAS AUTOIMUNES ....................................................................................................... 115
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 126
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e
reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Estudo recente, liderado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), aponta que “sete em cada dez
brasileiros acreditam que gastos com beleza são uma necessidade e não um luxo”
evidencia-se, então, a perspectiva promissora e exponencialmente crescente do
setor da beleza (SPC Brasil, 2016). Desse modo, é imprescindível ter-se profissionais
altamente qualificados e legalmente habilitados para a execução segura de quaisquer
procedimentos estéticos, tendo em vista os grandes riscos à saúde do cliente.
Alguns tratamentos estéticos são contraindicados para pacientes grávidas, bem como
para diabéticos, hipercolesterolêmicos, com disfunções hepáticas, renais, hormonais,
reações inflamatórias, processos alérgicos, hipertensão, entre outras. Esses fatores
podem impedir a indicação do tratamento estético ao paciente.
7
Apresentar um profundo conhecimento dos procedimentos estéticos disponíveis e
suas consequências frente às condições clínicas do paciente é fundamentalmente
imprescindível para atender as expectativas e assegurar a saúde dos pacientes.
Objetivos
» Elucidar, compreender e interpretar os principais exames laboratoriais
que permeiam a área da estética e sua utilização na prática assistencial.
8
EXAMES UNIDADE I
LABORATORIAIS
CAPÍTULO 1
Breve história e a finalidade dos exames
laboratoriais
9
UNIDADE I │ EXAMES LABORATORIAIS
No final da década de 1940, os Estados Unidos viviam uma época em que o número
de solicitações de exames laboratoriais crescia com uma velocidade surpreendente
e para atender à demanda e às necessidades advindas do mercado, por diagnósticos
mais precisos e com tempo de realização mais rápido, inúmeras invenções e inovações
aconteceram e todas até os tempos atuais colaboraram para uma excelência e eficiência
na execução dos exames laboratoriais.
Skeggs intuiu o conceito de análise por fluxo contínuo. O Auto Analyser, fabricado e
comercializado pela Technicon Corporation, foi o primeiro sistema completamente
automatizado para a medida de ureia, glicose e cálcio (SBPC/ML, 2018).
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EXAMES LABORATORIAIS │ UNIDADE I
11
CAPÍTULO 2
Laboratório clínico: padronização dos
processos internos
Os requisitos exigidos (ou esperados) por pacientes e médicos podem ter diferentes
dimensões. Entre elas, podemos destacar as dimensões “qualidade” e “tempo”.
Ferramentas antigas ganham uma nova visão e novas passam a integrar a lista de
ações para aperfeiçoar, melhorar e modernizar a rotina laboratorial. O objetivo final
é sempre o mesmo: prover laudos confiáveis de forma sustentável. Embora esse
propósito venha se perpetuando, os meios para se chegar a esse resultado têm se
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EXAMES LABORATORIAIS │ UNIDADE I
Fase pré-analítica
A fase pré-analítica se inicia na coleta de material, seja essa realizada pelo paciente
(urina, fezes, escarro etc.) ou no ambiente do laboratório.
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UNIDADE I │ EXAMES LABORATORIAIS
Essa gestão exige que o processo seja monitorado por indicadores que permitam
avaliação de falhas, identificação das causas e ações corretivas, como o objetivo
de atender às expectativas do cliente e permitir que suas informações sirvam para
realimentar todo o processo de busca por melhorias contínuas.
Variáveis pré-analíticas
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EXAMES LABORATORIAIS │ UNIDADE I
Os fatores de interferência, como dieta e uso de bebidas alcoólicas, são importantes por
influenciarem na determinação das substâncias na química clínica. A amplitude das
alterações dessas substâncias depende da composição da dieta e do tempo decorrido
entre a ingestão e a coleta da amostra. Alimentos ricos em gordura aumentam a
concentração de triglicérides no organismo. Dietas ricas em proteínas e nucleotídeos,
por sua vez, promovem níveis elevados de amônia, ureia e ácido úrico. Além disso,
há o efeito dos exercícios físicos, do fumo, do álcool, interferências ligadas à altitude,
dentre outros, nos resultados de exames.
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UNIDADE I │ EXAMES LABORATORIAIS
Medicamentos
A coleta de sangue, urina e fezes não deve ser realizada após a administração
endovenosa ou oral de meios de contraste. Recomenda-se coletar o material antes da
administração ou aguardar 72 horas para a realização dos exames.
Atividade física
A atividade física pode influenciar nos resultados de acordo com a intensidade com
que ela é praticada. As necessidades energéticas necessárias à execução da atividade,
a perda de líquidos e a mobilização desses pelos diversos compartimentos corporais,
além das alterações fisiológicas inerentes ao esforço físico excessivo, são os principais
responsáveis pelas alterações. Imediatamente após exercício intenso, ocorre elevações
de lactato, amônia, creatinoquinase, aldolase, TGO, TGP, fósforo, fosfatase ácida,
creatinina, ácido úrico, haptoglobina, transferrina, catecolaminas e contagem de
leucócitos. Um decréscimo pode ser observado na dosagem de albumina, ferro e sódio
(PEDROSA, 2015).
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EXAMES LABORATORIAIS │ UNIDADE I
O paciente deve seguir a dieta alimentar e hídrica habitual para coleta de exames de
sangue, fezes e urina, exceto quando para realização de algum exame é exigida dieta
específica, como é o caso da serotonina, catecolaminas, gordura fecal e pesquisa de
mioglobina urinária, por exemplo (PEDROSA, 2015).
Horário de coleta
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UNIDADE I │ EXAMES LABORATORIAIS
Postura
Garroteamento
O garroteamento é utilizado para facilitar o acesso venoso. Ele deve ser afrouxado
assim que o auxiliar de coleta visualizar o sangue fluindo no primeiro tubo de coleta
ou seringa. Em condições especiais, em que o acesso venoso é difícil, o garrote pode
permanecer comprimindo o braço do paciente. Nesse caso, o tempo de garroteamento
prolongado pode impactar no resultado de exame, adiante discutiremos mais sobre
esse ponto (PEDROSA, 2015).
Ordem de coleta
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EXAMES LABORATORIAIS │ UNIDADE I
» tubo de citrato;
» tubo de soro;
Hemólise
A hemólise é um evento de fase pré-analítica que pode ocorrer com maior incidência
tanto na etapa de pré-coleta quanto de pós-coleta. A hemólise corresponde à ruptura de
eritrócitos, na qual várias substâncias intraeritrocitárias, como enzimas proteolíticas
e hemoglobina, são liberadas para o soro ou plasma coletado. Ela é geralmente
reconhecida pela aparência avermelhada do soro ou plasma, após a centrifugação ou
sedimentação. A cor avermelhada da amostra é proporcional ao volume de hemácias
rompidas.
Na maior parte das vezes, a hemólise é provocada pelo rompimento das hemácias
durante o procedimento de coleta, homogeneização vigorosa, contato de hemácias
com gelo, contato com álcool etc.; ou na fase que antecede à coleta, ocasionada por
um tempo prolongado do uso do garrote/torniquete (não se deve ultrapassar 1-2
minutos), calor e por “tapinhas” no braço do paciente antes da venopunção, por
exemplo (PEDROSA, 2015).
Uma hemólise discreta pode ter pouco efeito sobre a maioria dos exames, mas pode
ser incompatível com a execução de alguns outros, tais como potássio e ferritina.
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UNIDADE I │ EXAMES LABORATORIAIS
É importante mencionar que alguns exames são muito sensíveis à hemólise, de tal
forma que interferência pode ocorrer mesmo em níveis de hemólise não perceptíveis
visualmente, como é o caso da insulina. É reconhecidamente sensível à degradação
em decorrência da clivagem das moléculas de insulina por peptidases eritrocitárias,
levando a resultados falsamente baixos. Alguns estudos mostram que reduções nas
concentrações do analito podem ocorrer quando apenas 2% das células vermelhas
da amostra são hemolisadas. O exame de paratormônio (PTH) também apresenta
interferências, uma vez que a hemólise reduz as concentrações do analito.
Fonte: https://docplayer.com.br/docs-images/63/49494554/images/5-0.jpg.
Fonte: http://www.tiraojaleco.com.br/2016/05/alteracoes-em-amostras-de-soro-sanguineo.html.
Lipemia
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EXAMES LABORATORIAIS │ UNIDADE I
Fonte: http://www.lesjeudisdefleurus.org/uploads/files/compte_rendus/Mme_Le_Gof_-_Dr_Lognard.pdf.
Coágulo e fibrina
Alguns requisitos devem ser considerados na fase de pré-coleta para se evitar possíveis
erros. As recomendações adotadas a seguir se baseiam nas normas do Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI) (SBPC/ML, 2014).
22
EXAMES LABORATORIAIS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ EXAMES LABORATORIAIS
outro, por exemplo: alguns tubos com gel separador podem apresentar
acelerador de coágulo capaz de proporcionar tempos reduzidos,
aproximadamente 3 a 5 minutos, para total formação de coágulo,
aumentando a produtividade, a fim de otimizar a rotina laboratorial. O
tempo recomendado mínimo da centrifugação é de 15 minutos, sendo
ideais 30 minutos (SBPC/ML, 2014).
» tempo de centrifugação;
» temperatura;
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EXAMES LABORATORIAIS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ EXAMES LABORATORIAIS
Preparo do paciente
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EXAMES LABORATORIAIS │ UNIDADE I
Na coleta de urina para exames de rotina, é desejável que seja feita assepsia da região
urogenital. Para tanto, os pacientes devem ser orientados a lavar as mãos antes
de iniciar a coleta e a estar munido de material de higiene adequado, um recipiente
identificado com o nome e a data da coleta e instruções para higienização e coleta da
urina.
Frascos de coleta
A urina deve ser coletada em frasco de material inerte, limpo, seco e à prova de
vazamento. Orienta-se o uso de recipientes descartáveis, porque eliminam a
possibilidade de contaminação.
Para a coleta de amostras de 24 horas, são utilizados frascos transparentes, com boca
larga de volume médio de 2,5 a 3 litros.
Coleta de amostras
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UNIDADE I │ EXAMES LABORATORIAIS
Fase analítica
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EXAMES LABORATORIAIS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ EXAMES LABORATORIAIS
Fase pós-analítica
O laudo deve ser apresentado de forma legível, sem rasuras ou erros de transcrição,
escrito na língua nacional, com os valores de referência para cada analito, liberado e
assinado por profissional de nível superior legalmente habilitado (OLIVEIRA, 2011).
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EXAMES
LABORATORIAIS UNIDADE II
IMUNOLÓGICOS
CAPÍTULO 1
Exames laboratoriais hematológicos e
diagnóstico para doenças infecciosas
Para todo procedimento estético, é fundamental uma avaliação estética bem executada
e adequada, suportada por exames laboratoriais e exames rápidos que colaborem
na triagem do paciente, impedindo a realização de procedimentos estéticos não
indicados a ele, bem como as possíveis intercorrências durante e após o tratamento,
trazendo maior segurança e credibilidade ao profissional. Além de proporcionar um
direcionamento adequado para o tratamento estético mais indicado para a patologia
que o paciente apresenta.
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Por último, uma avaliação corporal ou facial é realizada no paciente, para que esse
possa relatar o que mais o incomoda em seu corpo e qual disfunção estética pretende
tratar. É criado, juntamente com o paciente, um pacote de tratamento individualizado
que irá atender suas queixas da melhor forma possível, por meio de uma gama de
procedimentos estéticos disponíveis no mercado.
Hemograma
O hemograma corresponde a um conjunto de testes laboratoriais que estabelece os
aspectos quantitativos e qualitativos dos eritrócitos (eritrograma), dos leucócitos
(leucograma) e das plaquetas (plaquetograma) no sangue.
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ERITROGRAMA LEUCOGRAMA
IDADE E Hb Ht VCM HCM CHCM RDW Leuc. Mielo Meta Bastão Segment. Neutróf. Linfo. Mono. Eosi. Baso.
M/mm3 g/dL % fL pg g/dL % mm3 % mm3 % mm3 % mm3 % mm3 % mm3 % mm3 % mm3 % mm3 % mm3
Adulto
Masculino
4,3 6,0 13,5 17,8 41 54 80 100 27 33 32 36 11,0 14,5 3.600 11.000 0 0 00 00 00 0 5 0 390 40 78 1700 7800 40 78 1700 7800 20 50 1000 4500 2 10 100 1000 1 5 20 500 0 2 0 200
Adulto
Feminino
3,9 5,3 12,0 16,0 36 48 80 100 27 33 32 36 11,0 14,5 3.600 11.000 0 0 00 00 00 0 8 0 410 40 78 1700 8200 40 78 1700 8200 20 50 1000 4500 2 10 100 1000 1 5 20 500 0 2 0 200
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Todas as células do sangue são formadas das células-tronco pluripotentes (stem cell –
células mãe), que podem seguir a linhagem mieloide ou linfoide. Por meio dos fatores
de crescimento (as citocinas), tais células se diferençam em unidades progenitoras
formadoras de colônias multipotenciais: a CFU-GEMM, para linhagem mieloide, e
CFU-Li, para linhagem linfoide. Elas, por sua vez, dão origem às unidades bipotenciais
ou unipotenciais, que originam as células precursoras que têm morfologia própria e
que são (ou estão) comprometidas com uma sublinhagem específica, a fim de formar
eritrócitos, granulócitos, monócitos, plaquetas ou linfócitos. Uma vez comprometidas,
essas células irão amadurecer (maturação) e adquirir propriedades funcionais
específicas para serem lançadas na circulação sanguínea. As principais características
das células hematopoiéticas durante a diferenciação e maturação celular estão
descritas a seguir (OLIVEIRA, 2007).
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
LINHAGEM MIELOIDE
Série eritroide:
Maturação eritroide: proeritroblasto → eritroblasto basófilo → eritroblasto policromático → eritroblasto ortocromático →
reticulócito → eritrócito maduro.
Série granulocítica:
Maturação neutrófila: mieloblasto → promielócito → mielócito neutrófilo → metamielócito neutrófilo → bastão neutrófilo →
segmentado neutrófilo.
Maturação eosinofila: mieloblasto → promielócito → mielócito eosinófilo → metamielócito eosinófilo → bastão eosinófilo →
segmentado eosinófilo.
Maturação basófila: mieloblasto → promielócito → mielócito basófilo → metamielócito basófilo → bastão basófilo →
segmentado basófilo.
Série monocítica:
Maturação monocítica: monoblasto → promonócito → monócito.
Série plaquetária:
Maturação plaquetária: megacarioblasto → megacariócito → plaquetas.
LINHAGEM LINFOIDE
Série Linfoide B ou T:
Maturação linfóide B ou T: linfoblasto → prolinfócito → linfócito.
Observação: os plasmócitos são originados dos linfócitos B que sofreram diferenciação para plasmoblastos →
proplasmócitos → plasmócitos.
Fonte: Oliveira, 2007.
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
IL-3
BFU-EMeg CFU-GMEo SCF Maturação-NK?
IL-7 SCF
IL-3 IL-3
IL- 11
IL-2, IL-4
Macrófagos
Plasmócitos
Doenças hematológicas
Anemia
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Está consagrada na hematologia a classificação das anemias sob dois critérios: com
base nas causas (classificação fisiopatológica ou etiológica) ou nos efeitos (tamanho
e cor-hemoglobinização; classificação morfológica ou laboratorial) sofridos pelos
eritrócitos.
Diminuição de produção
Causas
Aumento de destruição
ANEMIA
Perda sanguínea
Efeitos
Anemias normocíticas normocrômicas
Laboratoriais
(morfológicos) Anemias microcíticas hipocrômicas
Anemias macrocíticas
Sintomas
(clínica) Palidez cutâneo-mucosa
Fraqueza
Cansaço
Palpitações e esforços
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Linfocitose e leucopenia
O número global de leucócitos deve sempre ser avaliado em conjunto com os valores
absolutos de cada subtipo leucocitário (neutrófilo/mm3, linfócitos/mm3, monócitos/
mm3, eosinófilos/mm3 e basófilos/mm3), obtidos por regra de três simples com base
na contagem diferencial (%) de leucócitos em 100 células contadas e com as possíveis
alterações morfológicas. Em boa parte dos casos, a identificação da patogênese de uma
alteração quantitativa de leucócitos, além da avaliação simultânea do eritrograma
e plaquetas e de alguns dados clínicos complementares, requer testes diferenciais
específicos como cultura de bactérias, sorologias, alguns exames eletivos, ou mesmo
dos resultados do mielograma ou biopsia de medula óssea.
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Relacionadas ao paciente:
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
O exame de urina de rotina deve ser entendido como um teste de triagem, capaz de
fornecer informações úteis que possibilitam o diagnóstico de eventuais problemas
nos rins e nas vias urinárias, como processos irritativos, inflamatórios ou infecciosos,
além de alguns distúrbios metabólicos, como diabete melito e insípida, e distúrbios
do equilíbrio ácido-básico. Uma vez que diferentes substâncias são rotineiramente
pesquisadas, é possível, também, a detecção de algumas condições mórbidas não
diretamente relacionadas com os rins ou vias urinárias, como hemólise intravascular,
algumas doenças hepáticas, de vias biliares etc.
Exame de urina tipo I, sumário de urina, exame simples de urina, urinálise, uroanálise,
3A+S (albumina, açúcar e acetona mais sedimento) e urina, EAS (elementos anormais
e sedimento) são alguns dos sinônimos utilizados para denominar esse exame.
Comumente, opta-se por utilizar exame de urina de rotina, por entender que essa
nomenclatura expressa melhor o procedimento realizado. O Clinical and Laboratory
Standards Institute (CLSI) define exame de urina de rotina como “o teste de urina com
procedimentos normalmente realizados de forma rápida, confiável, precisa, segura e
custo-efetiva”. As razões identificadas para a realização do exame de urina pelo CLSI
incluem auxílio no diagnóstico da doença, triagem de populações assintomáticas para
a detecção de doenças e acompanhamento da progressão da doença e da eficácia do
tratamento (SBPC/ML, 2014).
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Eritrócitos
Masculino: Inferior a 10.000 /mL
Feminino: Inferior a 15.000 /mL
Leucócitos
Masculino: Inferior a 10.000 /mL
Feminino: Inferior a 15.000 /mL
Cilindros Ausentes
Cristais Ausentes
Células epiteliais Ausentes
Muco Ausente
Fonte: Birch, 2001.
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
A maioria das infecções pelo HIV-1 ocorre através das mucosas do trato genital ou
retal durante a relação sexual. Nas primeiras horas após a infecção pela via sexual, o
HIV e células infectadas atravessam a barreira da mucosa, permitindo que o vírus se
estabeleça no local de entrada e continue infectando linfócitos T CD4+ (T CD4+), além
de macrófagos e células dendríticas (células de defesa).
48
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
A ativação de linfócitos T citotóxicos CD8+ específicos (TC CD8+) contra o HIV ocorre
normalmente antes da soroconversão. O aparecimento de uma resposta imune celular
HIV-específica e a subsequente síntese de anticorpos anti-HIV levam a uma queda da
carga viral plasmática (viremia) – até um nível (set point) que é específico de cada
indivíduo – e à cronicidade da infecção pelo HIV (WERSOM, 2013).
A resposta imune mediada por células é mais importante do que a resposta imune
humoral no controle da replicação viral durante a infecção aguda, mas os anticorpos
têm um papel relevante na redução da disseminação do HIV na fase crônica da
infecção. A resposta imunológica humoral contra vários antígenos virais é vigorosa. A
maioria das proteínas do HIV é imunogênica, mas uma resposta de anticorpos precoce
e preferencial é induzida contra glicoproteínas do envelope, gp120 e gp41, e contra a
proteína do core/capsídeo viral, a p24 (WERSOM, 2013).
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
níveis séricos elevados e persiste por anos, enquanto os níveis séricos de IgM tendem a
desaparecer com o tempo ou apresentar padrão de intermitência.
Proteínas de
envelope gp120 Cápsula proteica p24
gp160
Proteínas
Proteínas de
matriz p17
envelope gp41
Transcriptase reversa
RNA
Membrana lipídica
Fonte: https://www.science20.com/erin039s_spin/hiv_halted_plants.
50
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Por outro lado, existem indivíduos, chamados de controladores de elite, que mantêm a
viremia em um nível que pode ser indetectável em testes moleculares. Nesses casos, o
diagnóstico só pode ser realizado mediante a utilização dos testes confirmatórios WB,
IB e IBR citados.
Indivíduos na fase crônica da infecção são identificados com sucesso com qualquer
combinação de testes de triagem (3ª ou 4ª geração), seguido por um teste
confirmatório (WB ou teste molecular). Na realidade, esses indivíduos constituem a
maioria (> 95%) dos casos diagnosticados (WERSOM, 2013).
51
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Figura 7. Marcadores da infecção pelo HIV na corrente sanguínea, de acordo com o período que surgem após a
marcadores no plasma
Concentração dos
Semanas de infecção
Os testes rápidos (TR) são imunoensaios (IE) simples, que podem ser realizados em
até 30 minutos. Por essas características, serão tratados aqui pela denominação de
“testes rápidos”. Como consequência do desenvolvimento e da disponibilidade de
testes rápidos, o diagnóstico do HIV atualmente pode ser realizado em ambientes
laboratoriais e não laboratoriais, permitindo ampliar o acesso ao diagnóstico. Existem
52
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
vários formatos de TR, e os mais frequentemente utilizados são: dispositivos (ou tiras)
de imunocromatografia (ou fluxo lateral), imunocromatografia de dupla migração
(DPP), dispositivos de imunoconcentração e fase sólida (WERSOM, 2013).
Hepatites virais
Hepatite é um termo genérico que significa inflamação do fígado. Pode ser causada
por medicamentos, doenças autoimunes, metabólicas e genéticas, álcool, substâncias
tóxicas e vírus. As hepatites virais são causadas por vírus hepatotrópicos designados
por letras do alfabeto (vírus A, vírus B, vírus C, vírus D e vírus E). A doença tem
um amplo espectro clínico, que varia desde formas assintomáticas, anictéricas,
ictéricas típicas, até a insuficiência hepática aguda grave (fulminante). A maioria
das hepatites virais agudas é assintomática, independentemente do tipo de vírus.
Quando apresentam sintomatologia, são caracterizadas por fadiga, mal-estar, náuseas,
dor abdominal, anorexia e icterícia. A hepatite crônica, em geral, cursa de forma
assintomática; as manifestações clínicas aparecem quando a doença está em estágio
avançado, com relato de fadiga, exame clínico evidenciando hepatoesplenomegalia,
ou, ainda, cirrose. O diagnóstico inclui a realização de exames laboratoriais, a fim de
caracterizar a doença e sua gravidade (RICARDO, 2009).
Hepatite A
O vírus da hepatite A encontra-se presente nas fezes e sua transmissão é oral-fecal, por
infecção direta ou através de objetos contaminados.
As formas clínicas existentes são: hepatite A aguda e fulminante. Na maioria dos casos,
a hepatite A é uma doença autolimitada e de caráter benigno, sendo que a insuficiência
53
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
hepática aguda grave ocorre em menos de 1% dos casos. Esse percentual é maior em
pacientes acima de 65 anos (RICARDO, 2009).
» Fase aguda:
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
» Indivíduo suscetível:
Hepatite B
É uma doença infecciosa causada pela infecção com o vírus da hepatite B (VHB). O
vírus pertence à família Hepdnaviridae e é constituído por DNA de fita dupla. Possui
trofia/afinidade pelos hepatócitos (células do fígado) e apresenta como principal via
de transmissão o contato íntimo (sexual), seguida da vertical (de mãe para filho), por
contato com fluídos corporais e sangue pelas vias parenteral e percutânea (RICARDO,
2009).
Evolução clínica
› casos de recém-nascidos:
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
» Indivíduo suscetível*:
› HBsAg ⇒ Negativo.
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
› Anti-HBs ⇒ Negativo.
*Indivíduos que apresentam os marcadores acima todos negativos são indicados para
vacinação, de acordo com as normas do Programa Nacional de Imunização (PNI).
Os perfis sorológicos atípicos podem ser detectados no curso da infecção pelo VHB.
Tais circunstâncias necessitam da avaliação de um especialista (hepatologista ou
infectologista) (RICARDO, 2009).
Imunidade
› HBsAg ⇒ Negativo.
› Anti-HBs ⇒ Positivo.
› HBsAg ⇒ Negativo.
› Anti-HBs ⇒ Positivo.
» Infecção aguda:
› HBsAg ⇒ Positivo.
A presença do marcador HBsAg indica que a pessoa está infectada pelo vírus da
hepatite B.
» Anti-HBs ⇒ Negativo.
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Nessa fase, ainda podem ser encontrados resíduos desse marcador sorológico,
presente na fase aguda.
Refere-se a um marcador de infecção aguda. Nessa fase, esse marcador ainda pode ser
encontrado. Faz-se imprescindível o acompanhamento do quadro clínico.
› HBeAg ⇒ Negativo.
› Anti-HBe ⇒ Positivo.
» Infecção crônica:
› HBsAg ⇒ Positivo.
› HBeAg* ⇒ Positivo.
» Infecção passada:
› HBsAg ⇒ Negativo.
› Anti-HBs ⇒ Positivo.
› HBeAg ⇒ Negativo.
› Anti-HBe ⇒ Positivo.
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Hepatite C
Evolução clínica
O portador do vírus da hepatite C pode desenvolver uma forma crônica da doença que
leva a lesões no fígado (cirrose) e câncer hepático. O quadro crônico evolui de 70% a
85% dos casos, sendo que, em média, de um quarto a um terço desses podem evoluir
para formas histológicas graves ou cirrose no período de 20 anos, caso não haja
intervenção terapêutica (RICARDO, 2009).
Fase aguda
Para confirmar a infecção pelo vírus da hepatite C, deve-se realizar o teste de biologia
molecular qualitativo: HCV-RNA.
» Fase crônica:
› Anti-HCV ⇒ Positivo.
Hepatite D ou Delta
Doença causada pela infecção com o vírus da hepatite D (vírus Delta ou VHD). O
vírus da hepatite D (VHD) é um vírus defectivo, que precisa do HBsAg para realizar
sua replicação. Devido à sua dependência funcional em relação ao vírus da hepatite B,
o vírus Delta tem mecanismos de transmissão idênticos aos do VHB. A transmissão
ocorre pelo contato com sangue por via parenteral e percutânea, por fluidos corporais
e pela via sexual (RICARDO, 2009).
Hepatite E
Doença aguda causada pela infecção com o vírus da hepatite E. O vírus da hepatite
E (HEV) é um vírus constituído de RNA, sem invólucro, de forma esférica, medindo
de 27 a 34 nm. A transmissão fecal-oral, por contato inter-humano ou por meio de
água e alimentos contaminados pelo vírus da hepatite E. Quanto à evolução clínica, na
maioria dos casos, a hepatite E é uma doença autolimitada e pode apresentar formas
clínicas graves, principalmente em gestantes. É mais comum em países da Ásia e
África (RICARDO, 2009).
Sífilis
60
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Herpes simples 1 e 2
Herpes simples é uma infecção causada pelo vírus herpes humano (HSV 1 e 2) que se
caracteriza pelo aparecimento de pequenas bolhas agrupadas especialmente nos lábios
e nos genitais, mas que podem surgir em qualquer outra parte do corpo.
A sorologia para o herpes vírus simples (HSV) tipo 1 e 2 pode ser realizada de forma
separada ou conjunta e por meio da pesquisa de anticorpos IgM e IgG. Cerca de 90%
da população apresenta anticorpos contra o HSV-1 aos 30 anos de idade. Cerca de
15% a 30% dos adultos com vida sexual ativa apresenta anticorpos contra o HSV-2.
A infecção primária pelo HSV-1 é geralmente assintomática, mas pode determinar
gengivoestomatite acompanhada de sintomas sistêmicos. Cerca de 70% das infecções
genitais pelo herpes vírus são causadas pelo HSV-2 (SBPC/ML, 2014).
61
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
após 15 dias, onde a elevação do título de pelo menos duas vezes sugere o diagnóstico
(SBPC/ML, 2014).
Mononucleose
A PCR é um dos métodos mais sensíveis para a detecção do genoma viral. A PCR no
plasma, em conjunto com o painel de sorologia, é útil como teste confirmatório da
infecção, uma vez que parte dos pacientes não apresenta anticorpos heterofílicos e a
IGM VCM (anticorpo de fase aguda) tem caráter transitório (SBPC/ML, 2014).
No liquor, a PCR positiva em pacientes com AIDS e lesões focais cerebrais é um forte
indicador de linfoma cerebral. O DNA do EBV pode ser encontrado em tecidos de
diversos tumores malignos e benignos, incluindo linfomas, carcinomas nasofaríngeo e
carcinomas gástricos (SBPC/ML, 2014).
62
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Citomegalovírus (CMV)
É um vírus do grupo herpes, que causa latência após a infecção primária e pode
reativar a replicação nas situações de quedas do sistema imunológico, como em
indivíduos transplantados de órgãos, AIDS e situações estressantes, como impactos
emocionais.
Os anticorpos IgM podem surgir até duas semanas após o início do quadro clínico.
Caso a amostra seja coletada precocemente, deve-se repeti-la após 15 dias, para
afastarmos infecção pelo CMV na presença de quadro clínico suspeito.
Rubéola
63
CAPÍTULO 2
Patologias endócrinas e respectivos
exames laboratoriais
64
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
As VLDL (very low density lipoprotein) ou LP de densidade muito baixa são partículas
também grandes, porém, um pouco menores do que os QM, mas igualmente leves,
de forma a serem isoladas em densidade inferior a 1,006g/mL. A separação entre
QM e VLDL depende do tempo de ultracentrifugação, visto que os QM flutuam mais
rapidamente do que as VLDL. Outros métodos são mais eficazes para separá-los,
notadamente gel de filtração e vários tipos de eletroforese, utilizando a propriedade da
diferença de cargas elétricas entre as partículas.
Proporção menor, cerca de 1/3 do colesterol total do plasma, está presente nas HDL
(high density lipoprotein) ou LP de densidade alta, essas são mais ricas em proteínas,
portanto, com conteúdo lipídico (FL e CE, principalmente) relativamente menor do
que o das demais LP. Por seu menor tamanho e maior densidade, as HDL flutuam
65
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
entre d =1,063 e 1,21 g/mL. As HDL podem, ainda, ser subdivididas em diversas
subfrações, as quais apresentam propriedades metabólicas diferentes (QUINTÃO,
2011).
Principais apolipoproteínas
As apoLP com funções mais conhecidas são representadas pelas famílias das ApoA,
B, C e E. Elas atuam na formação e na exportação das lP pelas células, em seu
reconhecimento por receptores celulares e como cofatores para proteínas e enzimas
envolvidas no metabolismo dos lipídios no plasma e nos tecidos.
As ApoB, sendo a maior a B-100 de VLDL e LDL, e a menor a B-48 dos QM,
são as apoLP estruturais mais importantes por se manterem fixas em suas LP
correspondentes devido ao seu peso molecular muito mais elevado. Apenas uma
molécula de apoB forma as partículas de QM (apoB-48), VLDL, IDL ou LDL (apoB-100,
sendo sua determinação no plasma indicativa do número de partículas potencialmente
aterogênicas). As apoB são reconhecidas principalmente pelos receptores B-E, embora
o grau de afinidade a eles seja determinado primariamente pelas apoE.
No plasma humano, mais de 95% das apoB são formadas por apoB-100 e representam
em pessoas saudáveis aproximadamente 80 mg/dL, tanto em jejum quanto na fase
alimentar. Esse valor mais do que dobra em hiperlipidêmicos (OTOKOZAWA et al.,
2009).
66
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
A apo(a) forma um complexo covalente com a apoB da LDL, chamado Lp (a), que é
pró-aterogênico. Apresenta grande homologia com o plasminogênio, embora sua ação
aterogênica não esteja claramente relacionada aos eventos pró-trombóticos.
Em uma refeição, a vesícula biliar contrai-se cerca de três vezes, de forma que em 24
horas de 20 a 24g de ácidos biliares e aproximadamente 1g de colesterol são levados à
luz intestinal, a essa quantidade agrega-se o colesterol alimentar (habitualmente entre
0,2 e 0,3 g/dia).
A proteína “Niemann-Pick C1-like1 protein” (NPC1L1), que foi descrita como alvo da
droga redutora da colesterolemia (ezetimiba), é responsável pelo transporte facilitado
do colesterol da luz intestinal para o enterócito (DAVIS; ALTMANN, 2009). No seu
interior, o colesterol é esterificado pela enzima acilcolesterol aciltransferase 2 (ACAT-
2) também denominada SOAT (sterol O acyltransferase) localizada no retículo
endoplasmático (KUSHWAHA et al., 2005).
67
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Macrófago
QM
“Receptores scavenger”
CE
1
Intestino LPL 2 6
QMrem
B-E
LRP
E B-E CL
CE
3
VLDL
Fígado IDL LDL
B-E
5
4 Células periféricas
4. VLDL (em menor proporção), IDL e LDL são recapturadas pelo fígado.
68
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
69
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Nas células dos mamíferos, 60% do colesterol está contido na membrana celular e
representa aproximadamente 30% do conteúdo de lipídios. O retículo endoplasmático
representa apenas 5% do conteúdo de lipídios da célula, os quais correspondem a
5% da quantidade de colesterol celular. Outras organelas celulares têm proporções
intermediárias de colesterol em relação a essas frações celulares. Por sua vez, a
mitocôndria contém mínimas quantidades de colesterol. Essas proporções diferem
nos macrófagos pelo fato de o conteúdo de colesterol esterificado ser variável, podendo
representar a maior parte do colesterol celular e estar sempre presente em vesículas
no citosol.
70
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Uma fonte importante de colesterol celular é representada pela interiorização das LDL
do plasma e sua metabolização via endossomos e lisossomos. Como essas partículas
são pobres em colesterol, deve escapar rapidamente das organelas celulares aquele
proveniente das LDL. Esse transporte para outras organelas celulares envolve duas
proteínas específicas, chamadas Niemann-Pick tipo C1 (NPC1) e tipo 2 (NPC2). Elas
ficaram conhecidas pela existência de mutações específicas, recessivas, que ocasionam
nessas organelas acúmulo de colesterol, tanto aquele advindo das LDL, quanto de
outras membranas plasmáticas. Mitocôndria requer transportadores chamados
“steroidogenic acute regulatory” (StAR) que transfere colesterol para a membrana
interna da mitocôndria na produção de ácidos biliares e hormônios esteroides
(QUINTÃO, 2011).
71
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
O transporte reverso de colesterol (TRC) é o sistema pelo qual o colesterol dos tecidos
periféricos, incluindo-se a íntima arterial, é removido pelas HDL e é levado ao fígado
para eliminação na bile e excreção fecal, ou aos tecidos esteroidogênicos para síntese
hormonal. Esse sistema pode ser dividido em várias etapas que incluem:
72
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Aterogênese
A grande maioria dos fatores de risco ligados ao acidente vascular de qualquer espécie
efetivamente produz mais aterosclerose (QUINTÃO, 2011).
Diagnóstico de dislipidemias
73
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Triglicérides
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Tabela 4. Valores de referenciais desejáveis do perfil lipídico para adultos > 20 anos.
Tabela 5. Metaterapêutica conforme avaliação de risco cardiovascular para adultos > 20 anos.
Diabetes mellitus
76
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
O pâncreas endócrino
77
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
78
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
que níveis de glicose plasmática < 80-100 mg/dL não estimulam a liberação de
insulina, alguns estudos também demonstram que a presença de glicose é necessária
à eficácia da maioria dos outros reguladores conhecidos da secreção de insulina
(GREENSPAN, 2006).
79
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
PÂNCREAS
Aumento da Aumento da
destruição muscular destruição de gordura
Diminui Aumenta a
glicose glicosúria
nas
células
Fraqueza Emagreci- Aumenta os Aumenta
mento triglicérides os corpos
no sangue Aumenta Aumenta a
cetôinicos
a fome perda de
(hálito
água
cetônico)
Aumenta Aumenta a
Provoca
CETOACIDOSE
vômitos
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Manifestação clínica
Sintomas
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UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Sinais
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EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Eles não necessitam de insulina para sobreviver, embora, com o transcorrer do tempo,
sua capacidade de secretar insulina tenda a deteriorar e muitos pacientes necessitem
de reposição de insulina para assegurar o controle ideal da glicemia. A cetose
raramente se desenvolve de forma espontânea e, se ocorrer, será uma consequência do
estresse grave gerado por traumatismo ou infecção (GREENSPAN, 2006).
A resistência à insulina tem sido observada na maioria dos pacientes com diabetes tipo
2, independentemente do peso, e tem sido atribuída a vários fatores inter-relacionados,
dentre eles fatores genéticos cientificamente comprovados. Além disso, há uma
deficiência concomitante na resposta das células β pancreáticas à glicose, distúrbios
genéticos que podem ser agravados pelo deslocamento gradativo dessas células devido
à deposição de amiloide (substância glicoproteica, encontrada anormalmente em
vários órgãos) dentro das ilhotas pancreáticas com o envelhecimento. A resistência
dos tecidos à insulina e à atenuação da resposta das células β à glicose também
parecem ser agravadas ainda mais pela hiperglicemia persistente, que pode impedir
a sinalização da insulina e a função das células β. Os tratamentos que reduzem
a hiperglicemia aos valores normais diminuem essa anormalidade adquirida de
resistência à insulina e melhoraram até certo ponto a liberação de insulina induzida
pela glicose (GREENSPAN, 2006).
83
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
os US$ 700 bilhões por ano, representando 5% e 20% do total gasto pelas nações com
saúde (GREENSPAN, 2006).
Manifestação clínica
Sintomas
Sinais
Os pacientes não obesos com essa forma branda de diabetes geralmente não têm
sinais físicos característicos por ocasião do diagnóstico. Os diabéticos obesos podem
ter qualquer padrão de distribuição de gordura, contudo, em homens e mulheres,
o diabetes parece estar associado mais comumente à localização dos depósitos de
gordura na parte superior do corpo (principalmente abdome, tórax, pescoço e face)
e em quantidades menores nos membros, que podem ser muito musculosos. Essa
distribuição centrípeta da gordura tem sido descrita como “androide” e caracteriza-se
por relação alta entre cintura e quadril. Essa distribuição difere da forma “ginecoide”
mais centrífuga de obesidade, em que a gordura está localizada mais nos quadris e nas
coxas e menos nos segmentos superiores do tronco. Técnicas radiográficas sofisticadas
para avaliação da distribuição da gordura abdominal pela TC evidenciaram que
a obesidade “visceral” devido ao acúmulo de gordura nas regiões mesentéricas e
do omento (uma prega constituída por duas camadas de peritônio (revestimento
84
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Glicemia em jejum
85
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Pré-diabetes
Diabetes mellitus
86
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Hemoglobina glicada
É importante salientar que o resultado desse teste não reflete o nível do controle
glicêmico no momento da coleta do sangue. Várias condições clínicas podem alterar
artificialmente o valor nominal da HbA1C, promovendo redução ou aumento do
resultado apresentado.
87
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Fatores que alteram a sobrevida dos eritrócitos são possíveis interferentes da dosagem
de hemoglobina glicada. Deficiência de ferro, vitamina B12 ou folato podem levar a uma
sobrevida maior das hemácias com consequente elevação da A1c. Anemias hemolíticas
podem diminuir a meia-vida dos eritrócitos com diminuição da hemoglobina glicada.
Usos de vitamina C e E em altas doses causam resultados falsamente diminuídos, por
inibirem glicação da hemoglobina, enquanto uremia, hipertrigliceridemia, alcoolismo
crônico, uso crônico de salicilato e opiáceos, por interferência na metodologia,
resultam em valores falsamente elevados.
Os valores sugeridos pela ADA (American Diabetes Association) não devem ser
utilizados na presença de homozigose para variantes de hemoglobina C ou S (Hb
CC, Hb SS). A presença de hemoglobina na forma heterozigótica (Hb AC, Hb AS),
como níveis normais de hemoglobina, não diminuem a meia-vida das hemácias e os
parâmetros sugeridos podem ser utilizados.
Valor de referência
Normal 4 a 6%
Diabetes Mellitus: Diagnóstico Igual ou maior que 6,5%
Diabetes Mellitus: Bom controle Menor que 7%
Fonte: Pedrosa, 2015.
Existem algumas situações que, por atuarem de alguma forma na produção ou na ação
da insulina, favorecem aos indivíduos predispostos, o aparecimento de diabetes. Entre
elas destacam-se:
» infecções;
» gravidez;
88
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
» cirurgias;
» estresse;
» envelhecimento;
Deve ser feita a identificação dos indivíduos que têm risco de aparecimento de diabetes
tipo 1 e diagnóstico dos adultos com tipo 1 de início tardio.
89
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Fatores ambientais
Aumento do peso (obesidade)
Vida sedentária
Aumento da glicose no
Predisposição sangue (hiperglicemia)
Genética (que altera
função das células beta) Defeitos nas células
beta do pâncreas
(produtoras de insulina)
Glicotoxicidade
Diabetes Tipo 2
A maioria das pessoas com diabetes tipo 2 podem herdar de seus familiares uma
alteração dos receptores de insulina em músculos, tecido gorduroso, fígado etc., que
propicia o aumento de insulina no sangue. No entanto, estudos epidemiológicos
indicam que fatores ambientais, como o aumento do peso e o sedentarismo, estariam
relacionados a uma redução da sensibilidade periférica à insulina (resistência) que,
por sua vez, está associada ao aumento de secreção compensatória de insulina pelo
pâncreas. Assim, a pessoa poderá permanecer com aumento da insulina no sangue
e ainda com glicose normal em jejum e até mesmo pós-alimentar por período
prolongado. Caso esse processo persista, causará redução gradual da capacidade do
pâncreas de fabricar insulina. Essa condição é agravada pela falta de exercício físico
90
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
LIPOTOXICIDADE
Diminuição da utilização
de glicose Neoglicogênese
HIPERGLICEMIA
91
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Síndrome metabólica
Inicialmente, a síndrome X, quando foi descrita no final da década de 1980, tinha como
base a intolerância à glicose e era característica de uma população com maior risco
para doenças cardiovasculares e diabetes, não necessariamente diabetes estabelecido,
mas uma condição prévia, conhecida como resistência à ação da insulina.
92
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
insulina por alteração genética. Além disso, alguns pesquisadores sugeriram que os
níveis altos de insulina possam estimular a proliferação das células musculares lisas
vasculares e endoteliais – devido à ação desse hormônio sobre os receptores dos
fatores de crescimento – para iniciar o processo aterosclerótico.
A síndrome metabólica engloba outros fatores de risco, como ácido úrico elevado e
microalbuminúria, ou seja, a eliminação de proteína pela urina, em quantidade
pequena, mas significativa. Devem ser mencionados, ainda, os fatores pró-trombóticos
que favorecem a coagulação do sangue e podem provocar entupimento nas artérias
e processos inflamatórios. Hoje, sabemos que existem substâncias ligadas à
inflamação da camada interna dos vasos sanguíneos, inflamação que é responsável
pela prevalência de doenças cardiovasculares. Atualmente, a maneira mais simples
é considerar alguns marcadores no sangue, e são vários os que podem ser medidos
laboratorialmente. Por exemplo, um deles é a proteína C reativa (PCR), ultrassensível.
Apesar de qualquer doença inflamatória poder aumentar a PCR, a tendência é valorizar
esse dado como marcador da doença inflamatória vascular.
Estudos apresentam que paciente com peso normal, mas com pais diabéticos e
hipertensos, se apresentarem resistência à insulina em virtude de herança paterna,
tendem a desenvolver um quadro mais grave da síndrome metabólica, porque o
pâncreas precisará trabalhar muito mais a fim de produzir a insulina necessária para
superar essa resistência. Como geneticamente a tendência ao diabetes existe, chega
um momento em que entra em falência, deixa de funcionar como deveria e a síndrome
metabólica, que ainda não havia se estabelecido, manifesta-se (GREENSPAN, 2006).
93
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
94
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
a sensibilidade à insulina. Desse modo, mesmo que a pessoa não emagreça muito,
conseguirá diminuir a resistência a esse hormônio.
Hormônios tireoidianos
96
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Além dos HTs que inibem a síntese e secreção de TSH, o mais importante regulador
vem a ser um hormônio hipotalâmico, o hormônio liberador de TSH, (TRH,
thyrotropin releasing hormone), que estimula a síntese e secreção de TSH, sendo
também inibido pelos HTs. Outros hormônios, peptídeos e neurotransmissores
produzidos no hipotálamo ou outras regiões do sistema nervoso central desempenham
um papel modulador na regulação do TSH, como a somatostatina, a adrenalina e
noradrenalina, a dopamina e a substância P. Outros peptídeos, produzidos na própria
hipófise têm um papel parácrino ou autócrino sobre a secreção de TSH, tais como
a neuromedina B e o peptídeo liberador de gastrina (GRP). Substâncias que são
97
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
O TSH, por sua vez, não se liga a proteínas e, consequentemente, não sofre a influência
de suas concentrações como os hormônios tireoidianos T4 e T3.
Tireoglobulina
Seus níveis séricos variam de acordo com o estado funcional da glândula, estando
elevados nas tireoidites (processos inflamatórios tireoidianos), carcinomas da tireoide
(pilífero ou folicular), hipertireoidismo ou mesmo após palpação vigorosa da região
glandular. Há também um aumento dos níveis séricos com o estímulo do TRH ou
TSH. A administração de hormônio tireoidiano diminui os níveis de tireoglobulina
circulante.
T3 Total
99
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Assim como a T4, a T3 pode estar alterada pelas variações da TBG, embora em menor
proporção. Apresenta níveis superiores na infância em comparação à fase adulta.
Encontra-se elevado na doença de Graves, T3 toxicose, nos casos de hipertireoidismo
TSH dependente, aumento de TBG (uso de estrógeno) e gravidez.
Dosagens baixas podem ser encontradas nos quadros de doença não tireoidiana,
anorexia nervosa, deficiência de iodo, reduções da TBG e uso de corticoides. Na fase
inicial do hipotireoidismo, o T4 encontra-se mais reduzido que o T3, que pode estar
normal ou diminuído.
T3 Livre
O triiodotironina (T3) é produzido tanto na tireoide como nos tecidos periféricos por
desiodação de tiroxina (T4), sendo transportado, no soro, pela globulina ligadora de
tiroxina (TBG), pela albumina e pela pré-albumina. Comparativamente à T4, a T3 tem
maior atividade metabólica, meia vida mais curta e menor afinidade pela TBG. Em
torno de 0,3% existe na forma livre, não ligada às proteínas, sendo considerada como
fração biologicamente ativa.
100
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
T4 total
T4 livre
O efeito metabólico dos hormônios tireoidianos é realizado pela sua fração livre.
A determinação de tiroxina (T4) livre corresponde a uma pequena fração (0,03-
0,04%) da tiroxina total (T4) que se encontra não ligada às proteínas. É a fração
metabolicamente ativa e precursora do T3 (triiodotironina).
TSH suprimido associado a T4 livre normal pode ocorrer no hipertireoidismo por T3,
sendo, então, a dosagem do T3 indicada.
Calcitonina
101
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Além disso, os efeitos de T3 podem ser modificados pelo estado de seus receptores
(repressão ou ativação) e possivelmente pelos agonistas ou antagonistas não tireóideos
dos receptores desse hormônio.
102
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
Distúrbios da tireoide
Hipertireoidismo
103
UNIDADE II │ EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS
Hipotireoidismo
O hipotireoidismo grave que não é tratado pode estar associado à precocidade sexual
e galactorreia (síndrome de Van Wky-Grumbach, apresenta o hormônio prolactina
elevado no sangue); o tratamento com tiroxina corrige o hipotireoidismo, suprime a
puberdade precoce e a galactorreia e reduz os níveis de prolactina.
104
EXAMES LABORATORIAIS IMUNOLÓGICOS │ UNIDADE II
105
PATOLOGIAS
GENÉTICAS E UNIDADE III
AUTOIMUNES
CAPÍTULO 1
Neoplasias
Esse sistema controlador do ciclo celular funciona como um relógio, que faz com que
cada evento do ciclo tenha um tempo determinado e limitado para a sua realização.
106
PATOLOGIAS GENÉTICAS E AUTOIMUNES │ UNIDADE III
Além disso, ele é um mecanismo robusto que mantém a ordem dos eventos e assegura
o sucesso da operação por meio da supervisão do desempenho do ciclo em três
checkpoints já estabelecidos que verificam, entre outras coisas, a qualidade do DNA e
as condições do meio para a progressão normal do ciclo.
Existem também outros agentes que percebem o dano celular em qualquer momento
do ciclo. Ao perceberem o dano, eles encaminham a célula a programas de reparo, ou
apoptose, dependendo do nível do dano celular. Dessa mesma maneira a transcrição
do DNA é igualmente acompanhada de perto por um grupo de enzimas que garantem
alta fidelidade do material transcrito.
Todas essas defesas celulares fazem com que o câncer seja relativamente raro na vida
de uma pessoa, pois a célula cancerosa precisa adquirir certas características para
conseguir ultrapassar os limites naturais da vida normal de uma célula (SAITO, 2015).
Ciclo celular é um conjunto de etapas que uma célula viva atravessa entre uma
divisão celular e a seguinte. Nesse tempo, a célula se prepara para a seguinte
mitose levando em consideração tanto as exigências do meio em torno dela
como a qualidade dos produtos que ela gera no seu interior.
107
UNIDADE III │ PATOLOGIAS GENÉTICAS E AUTOIMUNES
Resistência à
morte
Desregulação
energética Indução de
celular angiogênese
CÂNCER
Sinal de Ativação de
proliferação invasão e
contínua metástase
Evasão de
Imortalidade
supressores
replicativa
tumorais
Evasão da
resposta
imune
É importante citar que além de evitar a senescência, a célula cancerosa evita por
estado de quiescência e de diferenciação. Uma célula pós-mitótica diferenciada não
108
PATOLOGIAS GENÉTICAS E AUTOIMUNES │ UNIDADE III
tem a capacidade proliferativa das células neoplásicas. Assim, o câncer é mais que a
desregulação do crescimento celular, é também o desbalanço entre proliferação e
diferenciação, cujo equilíbrio é importante para o funcionamento normal dos órgãos.
No entanto, o aumento em número não pode ser explicado somente pelo aumento na
proliferação, pois as células cancerosas também são mais resistentes aos processos
de morte celular. Como já foi dito, a célula normal tem um vida programada e uma
capacidade proliferativa limitada. Em contrapartida, a célula cancerosa adquire a
capacidade de resistência à morte celular. A célula normal carrega um programa que é
ativado como resposta ao estresse fisiológico: a apoptose. Esse processo está truncado,
em diferentes níveis no câncer. A constante replicação celular demanda uma grande
quantidade de energia e precisa de matéria-prima para a contínua criação de novas
células. Para conseguir sustentar esse processo, a célula neoplásica precisa ajustar
o seu metabolismo. Esse reajuste é alcançado pela reprogramação da fosforilação
oxidativa, na célula normal, para o metabolismo de glicose, no que constitui outras
características do câncer: desregulação energética celular.
Mas o câncer não só consiste na replicação celular fora dos limites. Para um tumor
conseguir progredir com sucesso, tem que ter sido capaz de adquirir outro conjunto de
capacidades.
Para começar, o corpo humano conta com um robusto sistema imunológico que
monitora as células e os tecidos. Graças a ele, a maioria das neoplasias incipientes que
surgem ao longo da vida de uma pessoa serão controladas e eliminadas. A neoplasia
precisa então adquirir a capacidade de evasão da resposta imune, ou seja, fugir dos
mecanismos de vigilância e adquirir resistência aos mecanismos efetores do sistema
imune.
109
UNIDADE III │ PATOLOGIAS GENÉTICAS E AUTOIMUNES
Instabilidade genômica
Para que uma célula normal consiga adquirir as características do câncer, precisará,
em grande parte, da instabilidade genômica e do acúmulo de mutações ao longo do
tempo. Esse fato faz com que o câncer seja encontrado com maior frequência na idade
adulta.
110
PATOLOGIAS GENÉTICAS E AUTOIMUNES │ UNIDADE III
Físicos
Epigenética
Oncogenes
Químicos
Instabilidade
Genética
Biológicos Genômica e Mutações
Genes
Hereditários
supressores
Cromossômica
de tumor
111
UNIDADE III │ PATOLOGIAS GENÉTICAS E AUTOIMUNES
NORMAL
CÂNCER
Clonalidade no câncer
Cada vez mais se sabe que são muitos os tipos celulares interagindo dentro
do tumor, por isso, pode ser compreendido como um conjunto de células
originadas em um ou vários clones que foram capazes de se transformar, dos
quais um novo clone será originado com a capacidade de metastizar.
Cada vez mais o câncer vai se configurando como uma das primeiras causas de morte
nos países mais desenvolvidos. Fato que chama atenção desde que a doença tem
acompanhado a história humana, mas até essa época ele se converte na causa de um
desmesurado número de óbitos.
112
PATOLOGIAS GENÉTICAS E AUTOIMUNES │ UNIDADE III
Sem dúvida, as características da sociedade atual fazem com que as pessoas estejam
mais expostas a fatores de riscos associados à instabilidade genética e às mutações, que
levam ao aumento da expressão de oncogenes e ao silenciamento de genes supressores
de tumor. Isso, somado ao aumento da longevidade, resulta em que as alterações do
genoma tenham mais tempo para se acumular e, eventualmente, desencadear um
tumor.
Uma vez instalado, esse tumor pode ser estudado em diferentes níveis. Desde as
alterações que o caracterizam no nível molecular, que vão transformar o fenótipo e
funcionamento celular normal, que, por sua vez, alteraram a forma como essa célula
se relaciona com seu hábitat tecidual, até como a população de células originada nela
se relacionará com as células do sistema imune no ambiente microtumoral.
Marcadores tumorais
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Marcadores Aplicação
tumorais
5-HIAA Diagnóstico de neoplasias neuroendócrinas e no monitoramento da doença.
Diagnóstico e prognóstico de tumores germinativos de testículos e ovário hepatocarcinoma. Além de
AFP contribuir no monitoramento e tratamento da doença. Detecta-se a elevação na presença de doenças
hepáticas, como hepatites, cirrose, lesão induzida por drogas.
Diagnóstico de neoplasias no ovário. Permite o screening em mulheres com história familiar de câncer
de ovário. Diagnóstico diferencial das massas pélvicas na pós-menopausa. Contribui para prognóstico
e detecção de recidivas da doença. Apresenta baixa sensibilidade para screening em mulheres
CA 125
assintomáticas. Eleva-se na fase folicular do ciclo menstrual, no 1o trimestre de gestação, nas doenças
benignas do fígado, na endometriose, adenomioses, DIP, doenças inflamatórias da pleura, peritônio e
pericárdio. Aumento nos cânceres de útero, colorretal, fígado, pulmão e em outros adenocarcinomas.
Diagnóstico de neoplasias na mama. Confere detecção precoce de recorrência de metástase. Apresenta
baixa sensibilidade para screening em mulheres assintomáticas. Não está recomendado para uso isolado
CA 15.3 e CA 27.29
no acompanhamento de doença avançada. Apresenta-se elevado na presença de doenças benignas do
fígado e mama.
Diagnóstico de neoplasias no pâncreas e no trato biliar. Contribui no acompanhamento pós-operatório,
no prognóstico e na resposta terapêutica à doença. Apresenta baixa sensibilidade para screening em
CA 19.9 mulheres assintomáticas. Não está indicado para uso isolado no acompanhamento de doença avançada.
Apresenta elevação transitória pós-quimioterapia. Encontra-se aumentado na presença de doenças
benignas do fígado e mama.
Diagnóstico de neoplasias como: feocromocitoma, neuroblastoma e paraganglioma. Contribui para
Catecolaminas
monitoramento e tratamento da doença.
Diagnóstico de neoplasias colorretais, carcinoma medular da tireoide, mama e estômago. Detecta-se
aumento dos níveis em fumantes. Elevação nas doenças benignas hepáticas, gástricas e intestinais, nas
CEA colestases, em infecções pulmonares, no enfisema e na insuficiência renal. Apresenta-se elevado nos
cânceres de pulmão, fígado e pâncreas. Confere baixa sensibilidade para screening e diagnóstico em
estágio inicial. Há elevação transitória no período pós-quimioterapia.
Diagnóstico de neoplasias como: feocromocitoma, neuroblastoma e tumores endócrinos pancreáticos.
Contribui para o monitoramento e o tratamento da doença. Apresenta baixa especificidade. Eleva-se em
Cromogranina A doenças benignas como: insuficiência renal, doenças hepáticas, gastrite atrófica, doença inflamatória
intestinal, e em outros tumores: hiperaldosteronismo por adenoma, câncer de próstata, tumor de
pequenas células do pulmão.
Diagnóstico de neoplasias como gastrinoma e síndrome de Zollinger-Ellison. Contribui para monitoramento
Gastrina
e tratamento da doença.
Diagnóstico de neoplasias como tumores germinativos de testículo e ovário e Tumor trofoblástico
HCG-beta
gestacional (mola hidatiforme). Contribui para monitoramento e tratamento da doença.
Diagnóstico de neoplasias como: feocromocitoma, paraganglioma e neuroblastoma. Contribui para
Metanefrinas
monitoramento e tratamento da doença.
Diagnóstico de neoplasias como o câncer de próstata. Contribui para screening e detecção precoce, além
da utilização no monitoramento e tratamento da doença. Apresenta elevação dos níveis séricos com: a
PSA idade, variação biológica (dia a dia), doenças benignas da próstata (prostatite e hiperplasia), manipulação
da próstata, anticorpos heterofílicos. Ainda controverso entre os grupos médicos sobre a utilização do PSA
com rastreamento populacional.
Fonte: Diamandis, 2002; Jacobs, 2001; Sturgeon, 2008, 2010; Wu, 2006; Almeida, 2007.
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CAPÍTULO 2
Doenças autoimunes
Introdução
O sistema imunológico é composto por um conjunto integrado de moléculas, células
e órgãos que formam uma complexa rede, responsável pela coordenação de diversos
mecanismos envolvidos na defesa do hospedeiro. Durante a evolução das espécies, o
sistema vem aperfeiçoando-se no intuito de proteger o indivíduo contra a agressão de
micro-organismos e parasitas potencialmente patogênicos e de substâncias estranhas
presentes no meio ambiente, induzindo respostas rápidas, específicas e duradouras.
Por outro lado, mantém uma vigilância permanente da integridade do organismo,
eliminando células danificadas e rejeitando a presença de células autorreativas,
tumorais de órgãos e tecidos. Distúrbios nos mecanismos pelos quais o sistema
imunológico atua estão envolvidos na fisiopatogenia de uma ampla gama de condições
clínicas, como doença alérgicas e autoimunes, imunodeficiências e neoplasias. As
imunodeficiências graves, sejam elas congênitas ou adquiridas, ilustram a importância
do sistema imunológico para a preservação do organismo, uma vez que a ausência de
uma resposta imune atuante é incompatível com a vida.
A imunidade inata atua de forma ampla, como primeira linha de defesa na interface
como meio externo, contra a invasão do hospedeiro, é a mais primitiva, estando
presente desde o nascimento. Caracteriza-se por ser imediata, inespecífica e efêmera,
não conferindo memória. Não há adaptações em seus mecanismos, que atuam de
forma pré-estabelecida. Dela participam barreiras físico-químicas, como a pele,
as substâncias bactericidas das secreções, as proteínas pré-formadas, as células
pré-existentes e o sistema complemento. Os macrófagos encontrados nos tecidos,
juntamente com os neutrófilos presentes na circulação, bloqueiam a entrada de micro-
organismos por meio da fagocitose e pinocitose. Esses processos desencadeiam uma
série de reações que resultam na inflamação, responsável pela destruição de agentes
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PATOLOGIAS GENÉTICAS E AUTOIMUNES │ UNIDADE III
Doenças alérgicas
O termo alergia foi introduzido por Von Pirquet, em 1906, para designar “reatividade
imune modificada”, ou seja, uma resposta imune que se desvia daquela esperada.
Atualmente, entretanto, o termo alergia tem sido utilizado, de forma generalizada,
como causa de sintomas de diversas etiologias. Os clínicos devem ter em mente
que o diagnóstico de alergia é criticamente dependente da participação de um
processo imunológico. No conceito clássico, as quatro reações de hipersensibilidade
de Gell e Coombs são reações alérgicas, apesar da utilização do termo alergia estar
frequentemente relacionado às reações IGE-mediadas (hipersensibilidade tipo I ou
anafilática).
O termo atopia foi introduzido por Coca, em 1923, para designar um grupo de doenças
em humanos que não estavam relacionadas nas reações de hipersensibilidade.
Atualmente, a atopia é definida como capacidade, herdada geneticamente, de produzir
anticorpos da classe IgE de forma contínua e elevada, contra antígenos inócuos do
meio ambiente, podendo levar a manifestações clínicas como asma, rinite, conjuntivite,
alergia alimentar e dermatite atópica. Entretanto, há controvérsias, existindo uma
tendência atual de considerar atópicos apenas o indivíduo com manifestação clínica
de doenças alérgica. Tipicamente, os indivíduos são acometidos por um espectro de
doenças, já mencionadas, conhecido como “marcha atópica”.
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Hipersensibilidade tipo I
Doenças alérgicas
Asma
Renite alérgica
Apresenta-se como a doença atópica mais comum, de mais alta prevalência no mundo,
afetando de 20 a 25% da população; sendo que 8 entre 10 pacientes asmáticos são
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PATOLOGIAS GENÉTICAS E AUTOIMUNES │ UNIDADE III
Conjuntivite alérgica
A localização das lesões varia conforme a faixa etária. Na fase aguda, predomina
pápulas eritematosas, vesiculação com exsudato seroso, erosão e escoriações tipo
crosta. É comum a presença de infecção secundária. Nos processos eczematosos
crônicos, observam-se placas descamativas espessas e liquenificação. Na dermatite
atópica, é frequente a associação com xerose (pele seca), pitiríase alba, queratose
pilar, hiperlinearidade palmar e nos casos mais graves catarata e ceratocone. A
dermatite atópica é geralmente acompanhada de valores elevados de IgE e eosinofilia
(SAITO, 2015).
Alergia alimentar
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portadores de dermatite atópica, nas quais essa proporção é mais elevada. Os sintomas
costumam desaparecer na adolescência, podendo recidivar na fase adulta. Na infância,
os alimentos mais envolvidos são leite de vaca, ovos soja e trigo. A grande maioria das
crianças passam a tolerar os alimentos por volta de 5 anos, sendo que as reações IgE-
mediadas são mais persistentes. Apenas 2-3% dos adultos são afetados. Nessa faixa
etária, os alimentos mais implicados são frutos do mar, peixes, amendoim e nozes. As
reações clínicas podem ocorrer de alguns minutos a horas após a ingestão do alimento
e os sintomas variam desde leves manifestações cutâneas e gastrintestinais a reações
anafiláticas graves com risco de morte. Na alergia alimentar não IgE-mediada, como
na doença celíaca, além da resposta celular, há a participação de anticorpos da classe
IgG e IgA (SAITO, 2015).
Alergias específicas
Anafilaxia
Urticária e angioedema
Alergias a drogas
Contribuem apenas com uma pequena porcentagem das reações adversas a drogas
que são usadas frequentemente na prática médica. As reações alérgicas envolvem
mecanismos imunológicos e necessitam de um período prévio para sensibilização;
podem ser mediadas por anticorpos ou células. A maioria das reações alérgicas a
drogas não são IgE-mediadas. Apresentam-se por meio de uma ampla gama de
manifestações clínicas, desde leves eritemas cutâneos até morte por anafilaxia. A
penicilina, conjuntamente com outros antibióticos betalactâmicos, são responsáveis
por 75% das reações fatais, e suas manifestações alérgicas estão representadas nos
quatro tipos de reações de hipersensibilidade (SAITO, 2015).
Alergia ao látex
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Hipersensibilidade tipo II
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Hipersensibilidade tipo IV
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Hipersensibilidade
Eosinofílico: gastroenterite
Picada de insetos Dermatite atópica
Drogas Rinoconjuntivite
Outros
Outros Asma
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PATOLOGIAS GENÉTICAS E AUTOIMUNES │ UNIDADE III
125
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