(TCC) Projetos

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TCC em Gestão de Projetos

seções e áreas de gerenciamento

Aline Bigaton
Carlos Roberto Campos
Piracicaba/PECEGE
2020
© 2020 PECEGE
Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que citada a fonte.
A responsabilidade pelos direitos autorais de texto e imagens desta obra são dos autores

Organizadores
Ricardo Harbs
Daniela Flôres

Projeto Gráfico e Editoração


Juan Carlo Sotelo da Fonseca

Revisão
Ricardo Harbs
Layane Rodrigues Vieira

BIGATON, ALINE

B592t

TCC EM GESTÃO DE PROJETOS: SEÇÕES E ÁREAS DE GERENCIAMENTO / ALINE


BIGATON, CARLOS ROBERTO CAMPOS - - PIRACICABA: EDITORA PECEGE, 2020.

SÉRIE DIDÁTICA
ISBN: 978-65-86664-28-7

1. GERENCIAMENTO. 2. RISCO 3. RECURSO. I. CARLOS ROBERTO CAMPOS.


II. TÍTULO. III SÉRIE.

CDD: 658
Apresentação

A elaboração do trabalho de conclusão de curso [TCC] é uma etapa muito importante na jornada do
aluno de MBA da USP/ESALQ. Esse manual constitui um material de apoio, indicando linhas de pesquisa,
métodos e procedimentos a serem empregados para a elaboração de trabalhos referentes ao curso de
MBA em Gestão de Projetos. Trata-se de um material amplo, que abrange as principais áreas e temáticas
concernentes ao plano de projeto de um indivíduo, grupo ou organização. Embora não se tenha a
pretensão de esgotar as possibilidades de assuntos e métodos, espera-se que o material seja útil aos
alunos de MBA, especialmente nas etapas de escolha do tema e de planejamento da pesquisa. Como
se sabe, essas etapas ensejam muitas dúvidas e incertezas, sendo fundamentais para todo o processo
de elaboração do TCC. Assim, a leitura desse manual pode contribuir para a superação das dificuldades
iniciais, dando direcionamento e suporte à elaboração de trabalhos nas áreas de: gerenciamento do
cronograma; gerenciamento dos custos; gerenciamento da qualidade; gerenciamento dos recursos;
gerenciamento das comunicações; gerenciamento dos riscos; gerenciamento das aquisições;
gerenciamento das partes interessadas; e gerenciamento da integração.
Embora seja um instrumento útil a tomada de decisão, é importante salientar que o manual
contém apenas sugestões para a condução dos trabalhos, não substituindo ou se sobrepondo
em relação às normas para a elaboração do TCC ou às instruções para a elaboração do TCC.
Acima de tudo, espera-se que os alunos identifiquem áreas relevantes para as suas realidades
profissionais, sendo capazes de aplicar os conhecimentos, técnicas e ferramentas aprendidas ao
longo do curso de MBA. Aos alunos e orientadores, portanto, desejamos uma boa leitura e muito
sucesso na condução dos trabalhos.
Sumário
1. Estrutura do TCC 7

2. Sumário Executivo 7

3. Introdução 7

4. Material e Métodos 8

5. Áreas de gerenciamento 9
5.1. Gerenciamento do cronograma 9
5.2. Gerenciamento dos custos 11
5.3. Gerenciamento da qualidade 12
5.4. Gerenciamento dos recursos 13
5.5. Gerenciamento das comunicações 15
5.6. Gerenciamento dos riscos 17
5.7. Gerenciamento das aquisições 19
5.8. Gerenciamento das partes interessadas do projeto 20
5.9. Gerenciamento da integração 21

6. Observações importantes 22

7. Resultados e Discussão 23

8. Considerações Finais 23

Referências 24
TCC em Gestão de Projetos: seções e áreas de gerenciamento

1. Estrutura do TCC

A estrutura sugerida para os TCCs dos cursos de MBA da USP/ESALQ visa garantir, aos orientadores
e alunos, que as ideias sejam apresentadas de acordo com uma sequência lógica, começando com
o diagnóstico geral do plano de projeto (que fornece subsídios à justificativa e à apresentação dos
objetivos do trabalho) e passando pelas etapas de “Material e métodos” e “Resultados e discussão”,
até as “Considerações Finais”. Ao final do trabalho, naturalmente, os alunos deverão apresentar as
referências bibliográficas, bem como anexos e/ou apêndices utilizados na pesquisa. Abaixo, encontra-
se a descrição das seções contidas no plano de projeto:

• Sumário Executivo
• Introdução
• Material e Métodos
• Resultados e Discussão
• Considerações Finais
• Referências
• Anexos / Apêndices

2. Sumário Executivo

O sumário executivo é a primeira seção do TCC, constituindo uma oportunidade para que o aluno
descreva, de maneira sintetizada, o conteúdo e as principais características do seu plano de projeto. De
modo geral, o sumário executivo deve conter uma descrição dos objetivos, justificativas e benefícios
do plano, bem como o local de aplicação ou área do negócio, por exemplo. Mesmo sendo a primeira
seção do plano de projeto, recomenda-se que o sumário executivo seja elaborado somente ao final
das etapas seguintes, pois o aluno terá mais informações para sintetizar e descrever os métodos,
resultados e principais considerações, despertando a atenção do seu leitor.

3. Introdução

Nesta seção, o autor deverá contextualizar o plano de projeto, apresentando a justificativa para sua
realização. Para a consecução dessa tarefa, é necessário que o autor estabeleça relação com outros trabalhos
publicados sobre o tema, ressaltando a sua importância e a necessidade de um estudo mais aprofundado
(apoiado em referências e métodos confiáveis). Assim, deve-se utilizar argumentos objetivos e consistentes,
com citações de autores reconhecidos da área. Isso garante maior credibilidade ao TCC. Ademais, recomenda-
se que o aluno não prolongue muito a sua justificativa, limitando-se a pontuar as principais características do
tema proposto e sua relevância para os profissionais da área. Esta seção deve ser redigida em no máximo
duas páginas e não deve conter subtópicos, figuras ou tabelas. No último parágrafo, o objetivo deve esclarecer
o que se pretende com a pesquisa, além de indicar as metas a serem atingidas ao final da investigação. Na
medida do possível, deve-se indicar a dimensão mais ampla pretendida com a pesquisa, destacando a sua
importância para as organizações e para a sociedade de forma geral.
O TCC envolve, necessariamente, a coleta de dados e a aplicação de ferramentas e métodos
apresentados ao longo do curso de MBA. No caso específico do curso de MBA em Gestão de Projetos, o
objeto de estudo do TCC corresponde a um projeto. Isso não significa que o aluno deve, necessariamente,
realizar um trabalho abrangendo todas as áreas de gerenciamento indicadas no PMBOK. No entanto, ele
deverá selecionar uma ou mais áreas, as quais possuam maior relação com o objetivo de sua pesquisa.
Para a(s) área(s) selecionada(s), é necessário que o aluno percorra, ao menos, as etapas de iniciação
e de planejamento. Nesse caso, considera-se que não haverá oportunidade ou tempo hábil para a

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A. Bigaton e J.R. Campos

execução e/ou encerramento do projeto. Entretanto, isso não impede que o aluno incorpore essas
etapas (execução e encerramento) ao seu TCC, desde que haja oportunidade e tempo disponível para tal.

4. Material e Métodos

Nesse tópico, deve-se apresentar a descrição detalhada de todo o material e de todos os métodos
utilizados para a obtenção de dados e análise dos resultados da pesquisa, de forma a permitir a
fácil compreensão e interpretação dos resultados, bem como a reprodução do estudo ou o uso do
método por outros profissionais. Deve-se, portanto, descrever o que foi considerado no trabalho,
apresentando todas as ferramentas e etapas necessárias à consecução do objetivo proposto. Caso o
trabalho envolva a descrição do local da pesquisa, não deve-se mencionar o nome da propriedade,
instituição ou empresa onde o estudo foi realizado (ou onde os dados foram coletados), e nem
mesmo o(s) nome(s) do(s) proprietário(s). O local deve ser identificado apenas pela localização
geográfica (coordenadas) ou nome da cidade e estado.

Tabela 1. Grupos de processos do gerenciamento de projetos


Grupo de Processos Descrição
O grupo de processos “Iniciação” estabelece uma visão geral do projeto,
Iniciação apresentando: os processos necessários para a concepção do projeto; a
indicação do gerente; e a autorização para o início dos trabalhos.

Grupo de processos que contém o detalhamento do que será realizado pelo


projeto, ou seja, o esforço necessário durante todas as fases do trabalho.
Nesse grupo há uma quantidade maior de processos envolvidos, exigindo
Planejamento atenção redobrada para que a execução esteja sujeita ao menor número
possível de alterações. De acordo com a complexidade do projeto e à
medida que mais informações são conhecidas, será necessário atualizar os
documentos gerados nessa etapa

A “Execução” é o grupo de processos mais crítico, pois trata-se do momento de


Execução / pôr tudo o que foi planejado em prática.
Monitoramento e Ao longo do projeto, algumas verificações, ajustes e controles devem ser
Controle realizados. O grupo de processo “Monitoramento e Controle” deve descrever
como será feito esse controle do projeto.
O grupo de processos “Encerramento” abrange o(s) processo(s) realizado(s) para
Encerramento
concluir ou fechar formalmente um projeto, fase ou contrato.
Fonte: PMI (2017)

Os métodos a serem empregados no TCC estão relacionados às ferramentas de gestão de projetos,


selecionadas de acordo com grupos de processos de gerenciamento de projetos, que são: iniciação;
planejamento; execução; monitoramento e controle; e encerramento. De acordo com o PMBOK, esses
grupos são conhecidos como Ciclo de Vida do Projeto. Para melhor entendimento, a Tabela 1 contém
uma breve descrição dos referidos grupos de processos, conforme indicado pelo PMI (2017).
Conforme mencionado, não é obrigatório percorrer todo o ciclo de vida do projeto, sendo que o
aluno somente irá avançar para as etapas de execução, monitoramento e controle e encerramento,
de acordo com o desenvolvimento do projeto perante os prazos de entrega do trabalho, ou caso
não se trate apenas de um plano de projeto. Os grupos de iniciação e de planejamento são
obrigatórios. Além dos grupos de processos, as áreas de conhecimento são muito importantes para
o direcionamento do trabalho. Uma área de conhecimento é um conjunto de processos associados a
um tema específico em gerenciamento de projetos. Conforme indicado pelo PMI (2017), existem dez
áreas de conhecimento que são utilizadas na maioria dos projetos.

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TCC em Gestão de Projetos: seções e áreas de gerenciamento

O detalhamento do escopo do projeto é obrigatório para todos os trabalhos. Essa etapa, que
deve ser incorporada à seção de material e métodos, deve conter uma descrição clara e direta do
produto ou serviço que o projeto pretende entregar, destacando os seus requisitos. Após a definição
do escopo, o próximo passo é criar a Estrutura Analítica do Projeto [EAP], que é a decomposição das
entregas e do trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis, a qual
deve ser apresentada na própria seção de material e métodos. Esse processo fornece uma visão
estruturada do que deve ser entregue (PMI, 2017 p.156).
Para melhor definir o escopo, o aluno também poderá utilizar a ferramenta PM CANVAS [PMC].
A metodologia PMC propõe uma maneira simplificada de conceber um plano de projeto, trazendo
à tona, de forma bastante rápida, o modelo mental e as principais características do projeto. Seus
componentes estão agrupados em perguntas fundamentais (por quê; o quê; quem; como; quando;
quanto; e onde) que compõem a ferramenta 5W2H. Tal ferramenta estabelece um protocolo de
integração que leva em conta a teoria de gerenciamento de projetos. Este modelo facilita a visualização
do todo, permitindo que a concepção do plano do projeto seja realizada sem burocracia, em uma única
página (Finocchio Jr., 2013). O desenvolvimento dessa ferramenta não é obrigatório.
Após a definição do escopo, o aluno deverá selecionar a(s) área(s) que mais se aplica(m) às análises
de seu trabalho, mostrando o passo a passo e as respectivas ferramentas e técnicas utilizadas com base
no PMBOK (PMI, 2017). Em situações que envolvem projetos recorrentes (que se repetem ao longo do
tempo), o aluno poderá utilizar a sua experiência prévia para propor alterações ou melhorias nas áreas
de gerenciamento. Nesses casos, a principal fonte de informação corresponde à própria experiência do
autor, de maneira que o método se enquadra na categoria de relato de experiência ou observação.

5. Áreas de gerenciamento

5.1. Gerenciamento do cronograma


Essa área de gerenciamento inclui os processos necessários para gerenciar o término pontual do
projeto (PMI, 2017 p. 173). O cronograma traz uma visão geral das atividades do projeto e das relações
entre elas, além de mostrar os prazos dessas atividades e o prazo final do projeto. Em trabalhos cujo
objetivo consista em gerenciar o cronograma, o aluno poderá percorrer os seguintes passos: planejar
o gerenciamento do cronograma; definir as atividades; sequenciar as atividades; estimar as durações
das atividades; desenvolver o cronograma; e controlar o cronograma.
A etapa de planejar o gerenciamento do cronograma consiste em documentar as ações
necessárias para todos os passos do ciclo de vida do projeto, ou seja, estabelecer as políticas e os
procedimentos para o planejamento, desenvolvimento, gerenciamento, execução e controle do
cronograma, documentando-os. Para isso, é preciso pensar de maneira holística em todas as fases do
projeto, considerando aspectos como: indivíduos envolvidos no projeto; processos e procedimentos
organizacionais que vão permitir cumprir os prazos; ferramentas de gerenciamento de cronograma
a serem utilizadas; abordagem para planejar o cronograma; e identificação das matrizes de medição
(que permitem medir o progresso do projeto, gerenciando qualquer desvio do planejado).
O plano de gerenciamento do cronograma deve estabelecer uma linha de base que permita monitorar
e controlar o projeto. Além disso, tal plano tem a função de proporcionar melhor entendimento dos
objetivos a serem atingidos, permitindo que se trabalhe com maior segurança e antecipando, na medida
do possível, problemas que possam surgir no transcorrer do projeto. A etapa de definir as atividades
define e documenta todas as atividades necessárias às devidas entregas, estando diretamente atrelada
à EAP - que permite o detalhamento das entregas que o projeto irá demandar.
Em seguida, será necessário sequenciar as atividades. Como se sabe, muitas atividades de um
projeto estão interligadas, o que impede que uma atividade comece antes do término da outra.

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A. Bigaton e J.R. Campos

Nessa etapa, portanto, são identificadas e documentadas essas interligações, para que se estabeleça
uma sequência lógica de trabalho. Para essa fase, de sequenciamento das atividades, cabe destacar
o uso do Método do Diagrama de Precedência [MDP], técnica usada para construir um modelo de
cronograma em que as atividades são representadas por nós, sendo ligadas graficamente por um
ou mais relacionamentos lógicos. Através dessa técnica, é possível mostrar a sequência em que as
atividades devem ser executadas (término para início, término para término, início para início e início
para término). A técnica de integração e determinação de dependência das atividades também é
comum e consiste em classificar as atividades como: obrigatórias ou arbitradas; internas ou externas;
com dependências externas obrigatórias; com dependências internas obrigatórias; com dependências
externas arbitradas; ou com dependências internas arbitradas.
Na etapa de estimar as durações das atividades, deve-se considerar os recursos disponíveis
para avaliar os períodos de trabalho necessários a conclusão do projeto. Entre as técnicas utilizadas
nesta etapa, destacam-se:

• Estimativa análoga: caracterizada pelo uso de dados históricos de uma atividade ou projeto semelhante.
• Análise paramétrica: por meio de um algoritmo e com base em dados e parâmetros históricos,
é possível calcular a duração do projeto.
• Estimativa de três pontos: são consideradas as possibilidades (ou cenários) mais provável,
otimista e pessimista.

A próxima etapa é a de desenvolver o cronograma, que é o processo de analisar sequências de


atividades, durações, requisitos de recursos e restrições de cronograma tendo em vista a criação do
modelo de cronograma para execução, monitoramento e controle do projeto. Nessa etapa, o aluno
poderá recorrer à análise de rede do cronograma, uma técnica abrangente usada para gerar o modelo
do cronograma do projeto. Entre as técnicas disponíveis, também merece destaque o método do
caminho crítico, que é usado para estimar a duração mínima do projeto, determinando o grau de
flexibilidade nos caminhos lógicos da rede.
Caso o aluno chegue a executar o projeto, a próxima etapa do gerenciamento do cronograma consiste
em controlar o cronograma. Além de informações sobre o desempenho do trabalho e previsões de
entrega, deve-se considerar que podem ocorrer mudanças que precisam ser gerenciadas. Nessa fase,
portanto, é muito importante que haja um alinhamento em relação ao plano de gerenciamento do
cronograma, às linhas de bases do cronograma (e do escopo) e às medições de desempenho.

Instruções gerais:
É importante ressaltar que os processos, ferramentas e técnicas devem ser selecionados de
acordo com as necessidades do projeto. Nem todos são necessários, sendo que o seu uso depende do
projeto que está sendo desenvolvido. Maiores detalhamentos das ferramentas e técnicas específicas
para o gerenciamento do cronograma, bem como dos tipos de informações a serem levantadas e/ou
consideradas, podem ser consultados no PMBOK (PMI, 2017).
Para a coleta e análise de dados, de modo geral, o aluno poderá recorrer à opinião de
especialistas tendo em vista a obtenção de informações sobre a participação em projetos anteriores,
que o auxiliem no melhor planejamento, na escolha das melhores metodologias e outros dados
pertinentes ao projeto. A opinião dos envolvidos no projeto também pode ser considerada para
análises de desempenho, por exemplo. Esse processo de obtenção de informações pode ser realizado
mediante aplicação de questionários ou realização de entrevistas com perguntas estruturadas. Para
isso, é fundamental que o aluno analise o documento sobre o comitê de ética, verificando a exigência
ou não de submissão do seu trabalho de conclusão.

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TCC em Gestão de Projetos: seções e áreas de gerenciamento

Além da opinião de especialistas, podem ser consideradas para levantamento de informações as


metodologias científicas de: pesquisa documental (caracterizada pelo uso de fontes mais diversificadas
e dispersas, sem tratamento analítico, tais como tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios,
documentos oficiais, cartas e relatórios de empresas); pesquisa bibliográfica; e análise de metadados
ou grupos de dados. Reuniões e “brainstorming” também são ferramentas importantes, citadas de
forma recorrente em todas as áreas de gerenciamento. Nesses casos, caberá ao aluno descrever em
seu trabalho todo o conteúdo discutido ao longo desses eventos.

5.2. Gerenciamento dos custos


O gerenciamento dos custos inclui os processos usados em planejamento, estimativa, orçamento,
financiamento, gerenciamento e controle dos custos, para que o projeto possa ser realizado dentro do
orçamento previamente aprovado (PMI, 2017 p. 231). Em trabalhos voltados a essa temática, o aluno
poderá percorrer os seguintes passos indicados no PMBOK: planejar o gerenciamento dos custos;
estimar os custos; determinar o orçamento; e controlar os custos.
A etapa de planejar o gerenciamento dos custos consiste em definir como os custos do projeto serão
estimados, orçados, gerenciados, monitorados e controlados. É importante observar que esse processo
proporciona orientações e instruções sobre o gerenciamento de custos ao longo de todo o projeto.

• A etapa de estimar os custos envolve a realização de uma estimativa dos recursos monetários
necessários à execução do projeto. Entre as técnicas utilizadas nesta etapa, destacam-se:
• Estimativa análoga: caracterizada pelo uso de valores ou atributos de um projeto anterior, desde
que este seja semelhante ao projeto atual;
• Estimativa paramétrica: os custos do projeto são estimados a partir de um relacionamento
estatístico entre dados históricos relevantes e outras variáveis;
• Estimativa “bottom-up”: o custo de cada pacote de trabalho (ou atividade) é estimado com o maior
nível possível de detalhamento, considerando os parâmetros especificados previamente para o projeto;
• Estimativa de três pontos: reflete as condições de incerteza e risco nas estimativas. Para tanto,
são consideradas as possibilidades (ou cenários) mais provável, otimista e pessimista.

Na próxima etapa, que consiste em determinar o orçamento, deve-se agregar os custos estimados
de atividades individuais, estabelecendo uma linha de base autorizada para o custo total do projeto.
Esse orçamento aprovado será utilizado como referência, em atividades de monitoramento e controle
de desempenho, ao longo de toda a vida útil do projeto. Nessa etapa, naturalmente, os custos podem
ser agregados de acordo com os pacotes de trabalho estipulados na Estrutura Analítica do Projeto [EAP].
Caso o aluno chegue a executar o projeto, a próxima etapa do gerenciamento dos custos consiste
em controlar os custos, ou seja, monitorar o andamento do projeto para a atualização do seu
orçamento, bem como para gerenciar mudanças feitas na linha de base dos custos. Entre as principais
técnicas utilizadas nesta etapa, destacam-se:

• Análise de valor agregado [AVA]: que compara a linha de base do projeto com o cronograma real
e com o desempenho em termos de custos efetivamente incorridos;
• Análise de variação: explica as causas, impactos e ações corretivas para variações de custos;
• Análise de tendências: constitui uma análise do desempenho do projeto ao longo do tempo,
permitindo determinar se tal desempenho está melhorando ou piorando; e
• Análise de reservas: determina se as reservas gerenciais e de contingência são suficientes, ou se
reservas adicionais devem ser solicitadas.

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A. Bigaton e J.R. Campos

Instruções gerais:
É importante ressaltar que os processos, ferramentas e técnicas devem ser selecionados de
acordo com as necessidades do projeto. Nem todos são necessários, sendo que o seu uso depende do
projeto que está sendo desenvolvido. Maiores detalhamentos das ferramentas e técnicas específicas
para o gerenciamento dos custos, bem como dos tipos de informações a serem levantadas e/ou
consideradas, podem ser consultados no PMBOK (PMI, 2017).
Para a coleta e análise de dados, de modo geral, o aluno poderá recorrer à opinião de especialistas
tendo em vista a obtenção de informações sobre a participação em projetos anteriores, que o auxiliem no
melhor planejamento, na escolha das melhores metodologias e outros dados pertinentes ao projeto. A opinião
dos envolvidos no projeto também pode ser considerada para análises de desempenho, por exemplo. Esse
processo de obtenção de informações pode ser realizado mediante aplicação de questionários ou realização
de entrevistas com perguntas estruturadas. Para isso, é fundamental que o aluno analise o documento sobre
o comitê de ética, verificando a exigência ou não de submissão do seu trabalho de conclusão.
Além da opinião de especialistas, podem ser consideradas para levantamento de informações as
metodologias científicas de: pesquisa documental (caracterizada pelo uso de fontes mais diversificadas
e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios,
documentos oficiais, cartas e relatórios de empresas); pesquisa bibliográfica; e análise de metadados
ou grupos de dados. Reuniões e “brainstorming” também são ferramentas importantes, citadas de
forma recorrente em todas as áreas de gerenciamento. Nesses casos, caberá ao aluno descrever em
seu trabalho todo o conteúdo discutido ao longo desses eventos.

5.3. Gerenciamento da qualidade


O gerenciamento da qualidade do projeto é o conjunto de processos utilizados para a incorporação
da política de qualidade da organização. Tal política deve refletir, necessariamente, fatores como
planejamento, gerenciamento e controle dos requisitos de qualidade do projeto e/ou do produto, tendo
em vista o atendimento dos objetivos das partes interessadas. O gerenciamento da qualidade também
oferece suporte às atividades de melhoria contínua de processos (PMI, 2017 p. 271). Em trabalhos
voltados a essa área, o aluno poderá percorrer os seguintes passos: planejar o gerenciamento da
qualidade; gerenciar a qualidade; e controlar a qualidade.
A etapa de planejar o gerenciamento da qualidade consiste em identificar os requisitos e/ou
padrões de qualidade do projeto e suas entregas, documentando-os. Através dessa etapa, o autor do
plano de projeto terá a clara orientação e direcionamento sobre como a qualidade será gerenciada e
verificada ao longo de todo o projeto. A análise de dados é uma técnica importante e frequentemente
utilizada nessa etapa, podendo envolver:

• Análise de custo-benefício: ferramenta de análise financeira usada para estimar os pontos


fortes e fracos de soluções, recursos ou procedimentos alternativos, a fim de determinar aquele
que possui a melhor relação custo-benefício;
• Análise de custo da qualidade: levantamento de custos de prevenção, de avaliação e de
eventuais falhas; e
• Técnicas de representação dos dados: envolvem o uso de fluxogramas, modelos lógicos de
dados, diagramas matriciais e mapeamento mental.

Caso o aluno chegue à fase de execução do projeto, a próxima etapa será a de gerenciar a qualidade,
convertendo o plano de gerenciamento da qualidade em atividades executáveis, que incorporem as
políticas de qualidade da organização ao projeto. A ideia é aumentar a probabilidade de cumprir com os
objetivos da qualidade, além de identificar processos ineficazes e causas da má qualidade.

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TCC em Gestão de Projetos: seções e áreas de gerenciamento

Entre as principais técnicas de análise utilizadas nesta etapa, destacam-se: a análise de alternativas; a
análise de documentos (como testes e relatórios de desempenho); a análise de processos; e a análise de
causa-raiz [RCA], que é usada para determinar a razão subjacente básica que causa variação, defeito ou risco.
A representação de dados também é bastante importante, sendo que para esse fim são utilizados
diagramas de afinidade, diagramas de causa e efeito, fluxogramas, histogramas, diagramas matriciais
e diagramas de dispersão, por exemplo. Nessa etapa as auditorias também são essenciais, bem como
métodos visando a melhoria de qualidade, como PDCA e Seis Sigma. O PDCA é a sigla para as palavras
em inglês “Plan”, “Do”, “Check” e “Act”, ou seja, planejar, executar, verificar e agir (Deming, 1990; Taylor,
1995; Calôba e Klaes, 2016). O método Seis Sigma, por outro lado, é uma estratégia gerencial com foco na
melhoria de processos. Em síntese, tal melhoria é realizada por meio do método DMAIC, bem semelhante
ao PDCA, que se divide em cinco etapas: definição; medição; análise; melhoria; e controle (Werkema, 2013).
A última etapa não obrigatória – que pode ser realizada desde que o aluno tenha atingido a fase de
execução – consiste em controlar a qualidade. Conforme indicado pelo PMI (2017), o controle da qualidade
é o processo de monitorar e registrar resultados da execução das atividades de gerenciamento da qualidade,
avaliando o desempenho e garantindo que as entregas estejam de acordo com os requisitos especificados
pelas principais partes interessadas (para aceitação final). Essa etapa tem, como apoio e importante referência,
as coletas de dados baseadas em listas de verificação, folhas de verificação, amostragem, questionários
e pesquisas que permitam inferir sobre a satisfação dos clientes. Analogamente, são utilizadas técnicas
e ferramentas como: inspeções; testes e avaliações de produtos; e representação de dados (por meio de
diagramas de causa e efeito, gráficos de controle, histogramas e diagramas de dispersão).

Instruções gerais:
É importante ressaltar que os processos, ferramentas e técnicas devem ser selecionados de
acordo com as necessidades do projeto. Nem todos são necessários, sendo que seu uso depende do
projeto que está sendo desenvolvido. Maiores detalhamentos das ferramentas e técnicas específicas
para o gerenciamento da qualidade, bem como dos tipos de informações a serem levantadas e/ou
consideradas, podem ser consultados no PMBOK (PMI, 2017).
Para a coleta e análise de dados, de modo geral, o aluno poderá recorrer à opinião de
especialistas tendo em vista a obtenção de informações sobre a participação em projetos anteriores,
que o auxiliem no melhor planejamento, na escolha das melhores metodologias e outros dados
pertinentes ao projeto. A opinião dos envolvidos no projeto também pode ser considerada para
análises de desempenho, por exemplo. Esse processo de obtenção de informações pode ser realizado
mediante aplicação de questionários ou realização de entrevistas com perguntas estruturadas. Para
isso, é fundamental que o aluno analise o documento sobre o comitê de ética, verificando a exigência
ou não de submissão do seu trabalho de conclusão.
Além da opinião de especialistas, podem ser consideradas para levantamento de informações as
metodologias científicas de: pesquisa documental (caracterizada pelo uso de fontes mais diversificadas
e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios,
documentos oficiais, cartas e relatórios de empresas, por exemplo); pesquisa bibliográfica; e análise
de metadados ou grupos de dados. Reuniões e “brainstorming” também são ferramentas importantes,
citadas de forma recorrente em todas as áreas de gerenciamento. Nesses casos, caberá ao aluno
descrever em seu trabalho todo o conteúdo discutido ao longo desses eventos.

5.4. Gerenciamento dos recursos


O gerenciamento dos recursos do projeto abrange os processos para identificar, adquirir e
gerenciar os recursos necessários à conclusão satisfatória do projeto. Esses processos ajudam a
garantir que os recursos certos estejam disponíveis, na hora e no lugar certos, ao gerente do projeto

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A. Bigaton e J.R. Campos

e à sua equipe (PMI, 2017 p. 307). Para o gerenciamento dessa área, o guia PMBOK indica as etapas
de: planejar o gerenciamento dos recursos; estimar os recursos das atividades; adquirir recursos;
desenvolver a equipe; gerenciar a equipe; e controlar os recursos.
Na etapa de planejar o gerenciamento dos recursos, deve-se definir como estimar, adquirir,
gerenciar e utilizar recursos físicos e de equipe. Com isso, é possível definir a abordagem e o nível de
esforço gerencial necessários para o gerenciamento de recursos do projeto, considerando o seu tipo e
o seu grau de complexidade. Entre as técnicas utilizadas nesta etapa, destacam-se as de representação
de dados (gráficos hierárquicos), bem como a matriz de responsabilidades [RACI], a qual mostra os
recursos do projeto alocados a cada pacote de trabalho. A teoria organizacional também é bastante
importante nesta etapa, fornecendo informações sobre a forma como as pessoas, as equipes e as
unidades organizacionais se comportam.
Na etapa de estimar os recursos das atividades, deve-se proceder com o levantamento de recursos
humanos (da equipe), bem como informações referentes ao tipo e às quantidades de materiais, equipamentos
e suprimentos necessários à realização do projeto. Entre as técnicas utilizadas nesta etapa, destacam-se:

• Estimativa bottom-up: os recursos físicos e de equipe são estimados no nível da atividade e


depois agregados para a realização de estimativas dos pacotes de trabalho, bem como de contas
de controle e níveis de resumo do projeto;
• Estimativa análoga: caracterizada pelo uso de informações relativas aos recursos de um projeto
anterior, desde que este seja semelhante ao projeto atual; e
• Estimativa paramétrica: caracterizada pelo uso de um algoritmo (ou relacionamento estatístico
entre dados históricos e outras variáveis) para calcular as quantidades de recursos necessários à
realização de uma atividade. Nesse caso, naturalmente, as estimativas devem ser realizadas com
base em dados históricos e parâmetros de um projeto similar.

Caso o aluno tenha chegado à fase de execução do projeto, o próximo passo consistirá em
descrever os procedimentos relativos à etapa de adquirir recursos. De acordo com o PMI (2017), tal
etapa é caracterizada pelos processos de prospecção de membros da equipe, bem como de instalações,
equipamentos, materiais, suprimentos e outros recursos necessários à conclusão do projeto. Entre as
principais ferramentas utilizadas nessa etapa do projeto, destacam-se as técnicas de tomada de decisão
a partir de critérios de seleção como: disponibilidade, custo, capacidade, experiência, conhecimento,
atitude e habilidades interpessoais da equipe, por exemplo.
A etapa seguinte, de desenvolver a equipe, envolve a melhoria contínua de competências,
interação e ambiente geral da equipe, com o intuito de aperfeiçoar o desempenho do projeto. Os
gerentes de projetos precisam ter habilidades para identificar, construir, manter, motivar, liderar e
inspirar as suas equipes, contribuindo para que estas alcancem um alto desempenho e cumpram, por
conseguinte, com os objetivos do projeto. Como se sabe, o trabalho em equipe é um fator essencial
para o êxito de um projeto. Por esse motivo, o desenvolvimento de equipes eficazes é uma das
responsabilidades primárias do gerente do projeto. Nessa etapa, o aluno deverá descrever todos os
procedimentos utilizados para o desenvolvimento da equipe, como treinamentos, cursos e tecnologias
de comunicação disponibilizadas.
A etapa de gerenciar a equipe consiste em acompanhar o desempenho dos membros da equipe,
fornecendo feedbacks, resolvendo problemas e gerenciando mudanças para otimizar o desempenho
do projeto. O gerenciamento da equipe requer uma associação de habilidades, com destaque especial
para comunicação, gerenciamento de conflitos, negociação e liderança. Esta etapa baseia-se em
técnicas de resolução de conflitos e inteligência emocional. O aluno deverá descrever todas as técnicas
utilizadas, bem como o dia a dia do gerenciamento da equipe.

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TCC em Gestão de Projetos: seções e áreas de gerenciamento

A última etapa está associada a controlar os recursos, que é o processo de garantir que
os recursos atribuídos e alocados ao projeto estejam disponíveis conforme o planejado. Nessa
etapa, deve-se monitorar a utilização real de recursos em relação à planejada, executando ações
corretivas, conforme necessário. Esse processo garante que os recursos designados estejam
disponíveis para o projeto na hora certa e no lugar certo, sendo liberados quando não forem
mais necessários.

Instruções gerais:
É importante ressaltar que os processos, ferramentas e técnicas devem ser selecionados de
acordo com as necessidades do projeto. Nem todos são necessários, sendo que o seu uso depende do
projeto que está sendo desenvolvido. Maiores detalhamentos das ferramentas e técnicas específicas
para o gerenciamento de recursos, bem como dos tipos de informações a serem levantadas e/ou
consideradas, podem ser consultados no PMBOK (PMI, 2017).
Para a coleta e análise de dados, de um modo geral, o aluno poderá recorrer à opinião de
especialistas tendo em vista a obtenção de informações sobre a participação em projetos anteriores,
que o auxiliem no melhor planejamento, na escolha das melhores metodologias e outros dados
pertinentes ao projeto. A opinião dos envolvidos no projeto também pode ser considerada
para análises de desempenho, por exemplo. Esse processo de obtenção de informações pode
ser realizado mediante aplicação de questionários ou realização de entrevistas com perguntas
estruturadas. Para isso, é fundamental que o aluno analise o documento sobre o comitê de ética,
verificando a exigência ou não de submissão do seu trabalho de conclusão.
Além da opinião de especialistas, podem ser consideradas para levantamento de informações
as metodologias científicas de: pesquisa documental (caracterizada pelo uso de fontes mais
diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como tabelas estatísticas, jornais,
revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas e relatórios de empresas, por exemplo); pesquisa
bibliográfica; e análise de metadados ou grupos de dados. Reuniões e “brainstorming” também
são ferramentas importantes, citadas de forma recorrente em todas as áreas de gerenciamento.
Nesses casos, caberá ao aluno descrever em seu trabalho todo o conteúdo discutido ao longo
desses eventos.

5.5. Gerenciamento das comunicações


O gerenciamento das comunicações do projeto abrange os processos necessários para garantir
que as necessidades de informações do projeto e de suas partes interessadas sejam satisfeitas,
visando realizar a troca eficaz dessas informações. Consiste em duas partes: a primeira é desenvolver
uma estratégia para garantir que a comunicação seja eficaz para as partes interessadas; a segunda
é realizar as atividades necessárias para implementar a estratégia de comunicação (PMI, 2017 p.
359). Os passos para o gerenciamento dessa área consistem em: planejar o gerenciamento das
comunicações; gerenciar as comunicações; e monitorar as comunicações.
A etapa de planejar o gerenciamento das comunicações envolve o desenvolvimento de um
plano adequado para as atividades de comunicação do projeto. Para tanto, deve-se considerar
as necessidades de informação de cada parte interessada, bem como os ativos organizacionais
disponíveis e as necessidades do projeto. O principal objetivo corresponde à adoção de uma
abordagem devidamente documentada, que envolva as partes interessadas com eficácia e eficiência,
apresentando informações relevantes de forma pertinente. Nessa etapa, a análise de requisitos
da comunicação é bastante importante. Conforme indicado pelo PMI (2017), os requisitos da
comunicação podem ser estipulados com base na combinação do tipo e do formato das informações
necessárias, levando-se em conta, também, uma análise do valor dessas informações.

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A. Bigaton e J.R. Campos

Além disso, as tecnologias de comunicação, ou seja, os métodos e canais usados para transferir
informações entre as partes interessadas do projeto, também são avaliadas. As formas de comunicação
podem variar de maneira significativa de acordo, por exemplo, com a urgência das informações,
disponibilidade e confiabilidade das tecnologias, facilidade de uso e ambiente do projeto. Os métodos
de comunicação também devem ser considerados, observando-se se a comunicação será interativa,
ativa ou passiva. Outra abordagem importante envolve o uso da matriz de avaliação do nível de
engajamento das partes interessadas, que permite diagnosticar falhas entre os níveis de engajamento
atual e desejado das partes interessadas individuais.
Caso o aluno chegue a executar o projeto, a próxima etapa é a de gerenciar as comunicações. Esse
processo visa a coleta, criação, distribuição, armazenamento, recuperação, gerenciamento e monitoramento,
bem como a disposição final e adequada das informações do projeto. Quando adotadas de forma adequada,
as ações supracitadas contribuem para que haja um fluxo de informações eficiente e eficaz entre a equipe do
projeto e as partes interessadas. Entre as principais técnicas adotadas nesta etapa, destacam-se os feedbacks
e as apresentações. O controle dos sistemas de informação (de gerenciamento de projetos) também é
bastante importante, assim como as ferramentas eletrônicas utilizadas (softwares para reuniões virtuais,
portais, e-mails, websites e mídias sociais). O aluno deverá, portanto, descrever todas as técnicas utilizadas,
bem como as ferramentas que permitiram o gerenciamento das comunicações do projeto.
A última etapa dessa área consiste em monitorar as comunicações, garantindo que as necessidades
de informação do projeto e de suas partes interessadas sejam atendidas. O principal benefício deste
processo é o fluxo otimizado de informações, que deve estar de acordo com o que foi definido no plano de
gerenciamento das comunicações e no plano de engajamento das partes interessadas. As comunicações
devem ser avaliadas e monitoradas com bastante atenção, buscando-se garantir que a mensagem, seu
conteúdo, o público que a receberá, o canal pelo qual será veiculada e o momento que será recebida sejam
todos corretos. Esse processo pode demandar o uso de diversos métodos, como pesquisas de satisfação
de clientes, coleta de lições aprendidas, observações da equipe, revisão de dados do registro das questões,
ou análise de mudanças na matriz de avaliação do nível de engajamento das partes interessadas.

Instruções gerais:
É importante ressaltar que os processos, ferramentas e técnicas devem ser selecionados de
acordo com as necessidades do projeto. Nem todos são necessários, sendo que o seu uso depende do
projeto que está sendo desenvolvido. Maiores detalhamentos das ferramentas e técnicas específicas
para o gerenciamento das comunicações, bem como dos tipos de informações a serem levantadas e/
ou consideradas, podem ser consultados no PMBOK (PMI, 2017).
Para a coleta e análise de dados, de um modo geral, o aluno poderá recorrer à opinião de especialistas
tendo em vista a obtenção de informações sobre a participação em projetos anteriores, que o auxiliem no
melhor planejamento, na escolha das melhores metodologias e outros dados pertinentes ao projeto. A opinião
dos envolvidos no projeto também pode ser considerada para análises de desempenho, por exemplo. Esse
processo de obtenção de informações pode ser realizado mediante aplicação de questionários ou realização
de entrevistas com perguntas estruturadas. Para isso, é fundamental que o aluno analise o documento sobre
o comitê de ética, verificando a exigência ou não de submissão do seu trabalho de conclusão.
Além da opinião de especialistas, podem ser consideradas para levantamento de informações as
metodologias científicas de: pesquisa documental (caracterizada pelo uso de fontes mais diversificadas
e dispersas, sem tratamento analítico, tais como tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios,
documentos oficiais, cartas e relatórios de empresas, por exemplo); pesquisa bibliográfica; e análise
de metadados ou grupos de dados. Reuniões e “brainstorming” também são ferramentas importantes,
citadas de forma recorrente em todas as áreas de gerenciamento. Nesses casos, caberá ao aluno
descrever em seu trabalho todo o conteúdo discutido ao longo desses eventos.

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TCC em Gestão de Projetos: seções e áreas de gerenciamento

5.6. Gerenciamento dos riscos


O gerenciamento dos riscos do projeto abrange o conjunto de processos que têm, por objetivo,
aumentar a probabilidade e/ou impacto dos riscos positivos e diminuir a probabilidade e/ou impacto
dos riscos negativos, a fim de potencializar a probabilidade de sucesso do projeto (PMI, 2017 p. 395).
Em trabalhos voltados a essa temática, o aluno poderá percorrer os seguintes passos indicados
no PMBOK: planejar o gerenciamento dos riscos; identificar os riscos; realizar a análise qualitativa
dos riscos; realizar a análise quantitativa dos riscos; planejar as respostas aos riscos; implementar
respostas aos riscos; e monitorar os riscos.
A etapa de planejar o gerenciamento dos riscos consiste em definir a forma de condução das
atividades de gerenciamento dos riscos de um projeto, considerando o grau, o tipo e a visibilidade dos
riscos, assim como a importância do projeto para a organização e para as outras partes interessadas.
Este plano de gerenciamento pode incluir aspectos como estratégias, metodologias, papéis,
responsabilidades, prazos e categorias dos riscos, ou seja, a estrutura analítica dos riscos [EAR] (a qual
representa, de maneira hierárquica, possíveis fontes de riscos ao projeto).
Na etapa de identificar os riscos, deve-se proceder com a identificação dos riscos individuais e
gerais (ou sistêmicos) do projeto, documentando as suas características. Entre as técnicas utilizadas
nesta etapa, destacam-se:

Análise de causa-raiz: geralmente, é usada para diagnosticar os fatores subjacentes à ocorrência


de um problema e/ou falha, bem como para o desenvolvimento de ações preventivas;
Análise de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (SWOT): é uma ferramenta utilizada
para a análise do ambiente externo e interno de uma organização, tendo em vista à elaboração do seu
planejamento estratégico (Daychouw, 2010; Yanaze, 2011).

A próxima etapa consiste em realizar a análise qualitativa dos riscos, que é o processo de
análise e priorização de riscos individuais do projeto, através da avaliação de seus impactos e
probabilidades de ocorrência. Nessa fase, portanto, deve-se considerar a probabilidade de ocorrência
de cada risco específico, avaliando-se o seu efeito em potencial sobre um ou mais objetivos do projeto,
como cronograma, custo, qualidade ou desempenho. Os impactos serão negativos para as ameaças e
positivos para as oportunidades. Chama-se a atenção, também, para o fato de que esse levantamento
deve ser representado em uma matriz de probabilidade e impacto.
A etapa seguinte é a de realizar a análise quantitativa dos riscos. Nessa etapa, o aluno poderá
analisar, numericamente, o efeito combinado dos riscos individuais identificados, bem como de outras
fontes de incerteza sobre os objetivos gerais do projeto, quantificando a sua exposição geral ao risco.
Ao mesmo tempo, tal etapa pode fornecer informações quantitativas adicionais sobre os riscos do
projeto, subsidiando o planejamento de respostas aos mesmos. No entanto, este processo não é
necessário para todos os projetos. Entre as principais ferramentas utilizadas nesta etapa, destacam-se:

• Análise de dados através de simulação: através de um modelo, é possível simular os efeitos


combinados dos riscos individuais e de outras fontes de incerteza sobre o projeto;
• Análise de sensibilidade: técnica que ajuda a determinar os riscos individuais do projeto – ou
outras fontes de incerteza – que têm o maior potencial de impacto sobre os seus resultados;
• Análise de árvore de decisão: utiliza ramos, representando os vários eventos ou decisões de um
projeto, sendo que cada ramo pode ter custos associados e riscos individuais relativos, incluindo
ameaças ou oportunidades; e
• Diagramas de influência: representam um projeto ou uma situação no âmbito de um projeto,
como um conjunto de entidades, resultados e influências, por exemplo, juntamente com as

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A. Bigaton e J.R. Campos

relações de causa e efeito entre eles. O diagrama de influência é, então, avaliado por meio de uma
técnica de simulação, como a análise de Monte Carlo, para indicar quais elementos têm maior
influência sobre os resultados-chave do projeto.

Na próxima etapa, de planejar as respostas aos riscos, deve-se desenvolver alternativas,


selecionando estratégias e ações para lidar não somente com os riscos individuais do projeto,
como também com a sua exposição geral aos riscos. Nessa etapa, o autor do TCC deverá identificar
formas apropriadas de gerenciar o risco geral e os riscos individuais do projeto, alocando recursos
e adicionando atividades em documentos específicos do projeto e no seu plano de gerenciamento,
conforme necessário. Entre as técnicas utilizadas para o planejamento de respostas aos riscos,
destacam-se: estratégias para ameaças e oportunidades; estratégias de contingência para o risco
geral do projeto; análise de alternativas; e análise de relação custo benefício. Nessa etapa, é
necessário que o aluno descreva as principais medidas a serem adotadas, de acordo com os tipos
de riscos identificados no projeto.
Caso o aluno chegue à fase de execução do projeto, é provável que o mesmo tenha que
implementar respostas aos riscos, colocando em prática as ações planejadas na etapa anterior.
Nesses casos, é necessário que o aluno descreva como foi o processo de implementação das respostas,
destacando todas as ações necessárias.
A última etapa não obrigatória – que pode ser realizada desde que o aluno tenha atingido a
fase de execução – consiste em monitorar os riscos do projeto. Ao longo dessa etapa, o aluno
poderá: acompanhar a implementação dos planos de resposta aos riscos; acompanhar a evolução
dos riscos identificados; proceder com a identificação e análise de novos riscos; e avaliar a eficácia
do processo de gerenciamento dos riscos ao longo de todo o projeto. O acompanhamento dos
riscos é realizado, principalmente, mediante coleta de dados (através de auditorias) e subsequente
análise desses dados.

Instruções gerais:
É importante ressaltar que os processos, ferramentas e técnicas devem ser selecionados de acordo
com as necessidades do projeto. Nem todos são necessários, sendo que o seu uso depende do projeto
que está sendo desenvolvido. Maiores detalhamentos das ferramentas e técnicas específicas para o
gerenciamento dos riscos, bem como dos tipos de informações a serem levantadas e/ou consideradas,
podem ser consultados no PMBOK (PMI, 2017).
Para a coleta e análise de dados, de um modo geral, o aluno poderá recorrer à opinião de
especialistas tendo em vista a obtenção de informações sobre a participação em projetos anteriores,
que o auxiliem no melhor planejamento, na escolha das melhores metodologias e outros dados
pertinentes ao projeto. A opinião dos envolvidos no projeto também pode ser considerada para
análises de desempenho, por exemplo. Esse processo de obtenção de informações pode ser realizado
mediante aplicação de questionários ou realização de entrevistas com perguntas estruturadas. Para
isso, é fundamental que o aluno analise o documento sobre o comitê de ética, verificando a exigência
ou não de submissão do seu trabalho de conclusão.
Além da opinião de especialistas, podem ser consideradas para levantamento de informações as
metodologias científicas de: pesquisa documental (caracterizada pelo uso de fontes mais diversificadas
e dispersas, sem tratamento analítico, tais como tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios,
documentos oficiais, cartas e relatórios de empresas, por exemplo); pesquisa bibliográfica; e análise
de metadados ou grupos de dados. Reuniões e “brainstorming” também são ferramentas importantes,
citadas de forma recorrente em todas as áreas de gerenciamento. Nesses casos, caberá ao aluno
descrever em seu trabalho todo o conteúdo discutido ao longo desses eventos.

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TCC em Gestão de Projetos: seções e áreas de gerenciamento

5.7. Gerenciamento das aquisições


O gerenciamento das aquisições do projeto abrange os processos necessários para comprar
ou adquirir produtos, serviços ou resultados externos à equipe do projeto. Essa área inclui os
processos de gerenciamento e controle necessários para desenvolver e administrar acordos como
contratos, pedidos de compra, memorandos de entendimento ou acordos de nível de serviço
interno (PMI, 2017 p. 459). Para o desenvolvimento de trabalhos com foco nessa área, o aluno
poderá percorrer os seguintes passos: planejar o gerenciamento das aquisições; conduzir as
aquisições; e controlar as aquisições.
Na etapa de planejar o gerenciamento das aquisições, o aluno deverá documentar as decisões
de compras do projeto, especificando a abordagem e identificando potenciais fornecedores. Além
disso, deve-se verificar se é necessário adquirir produtos e serviços externos ao projeto e, neste caso,
estipular o que, quando e como adquirir. Nessa etapa, é muito importante que o aluno descreva a
análise realizada para a seleção de fornecedores, apresentando os resultados de pesquisas e o estudo
comparativo de atributos como custo, qualificação do fornecedor, proposta técnica e características de
produtos e/ou serviços, entre outros.
Caso o aluno tenha chegado à fase de execução o projeto, a próxima etapa será a de conduzir as
aquisições. Em síntese, esse processo é caracterizado pela obtenção de respostas dos fornecedores,
bem como pela seleção de fornecedores específicos e o fechamento de um ou mais contratos, a
depender das necessidades do projeto. Nesse caso, o aluno deverá descrever todas as informações
obtidas, bem como os critérios utilizados no processo de seleção.
A última etapa não obrigatória – que pode ser realizada desde que o aluno tenha atingido a
fase de execução – consiste em controlar as aquisições. Conforme indicado pelo PMI (2017), o
controle de aquisições é o processo de gerenciar relacionamentos com fornecedores, monitorando o
desempenho dos contratos e fazendo eventuais mudanças e correções, conforme apropriado, além
de encerrar contratos. Nessa etapa, a técnica de análise de dados é bastante importante, podendo
ser baseada em:

• Análise de desempenho: consiste em avaliar o desempenho dos fornecedores em termos de


qualidade, recursos, cronograma e custos, tendo como referência os parâmetros estipulados
nos contratos;
• Análise de valor agregado [AVA]: envolve o cálculo de índices de desempenho (em termos
de cronograma e de custos, por exemplo) para determinar o grau de variação em relação às
metas do projeto; e
• Análise de tendências: constitui uma análise ao longo do tempo, permitindo determinar se o
desempenho do fornecedor (em termos de cronograma ou de orçamento, por exemplo) está
melhorando ou piorando.

Além dos procedimentos supracitados, a realização de inspeções pode ser muito importante para o
controle adequado das aquisições. Nesses casos, o aluno deverá descrever todos os procedimentos adotados
e as principais constatações, bem como a frequência das inspeções realizadas ao longo do projeto.

Instruções gerais:
É importante ressaltar que os processos, ferramentas e técnicas devem ser selecionados de
acordo com as necessidades do projeto. Nem todos são necessários, sendo que o seu uso depende do
projeto que está sendo desenvolvido. Maiores detalhamentos das ferramentas e técnicas específicas
para o gerenciamento das aquisições, bem como dos tipos de informações a serem levantadas e/ou
consideradas, podem ser consultados no PMBOK (PMI, 2017).

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A. Bigaton e J.R. Campos

Para a coleta e análise de dados, de maneira geral, o aluno poderá recorrer à opinião de
especialistas tendo em vista a obtenção de informações sobre a participação em projetos anteriores,
que o auxiliem no melhor planejamento, na escolha das melhores metodologias e outros dados
pertinentes ao projeto. A opinião dos envolvidos no projeto também pode ser considerada para
análises de desempenho, por exemplo. Esse processo de obtenção de informações pode ser realizado
mediante aplicação de questionários ou realização de entrevistas com perguntas estruturadas. Para
isso, é fundamental que o aluno analise o documento sobre o comitê de ética, verificando a exigência
ou não de submissão do seu trabalho de conclusão.
Além da opinião de especialistas, podem ser consideradas para levantamento de informações
as metodologias científicas de: pesquisa documental (caracterizada pelo uso de fontes mais
diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como tabelas estatísticas, jornais, revistas,
relatórios, documentos oficiais, cartas e relatórios de empresas, por exemplo); pesquisa bibliográfica;
e análise de metadados ou grupos de dados. Reuniões e “brainstorming” também são ferramentas
importantes, citadas de forma recorrente em todas as áreas de gerenciamento. Nesses casos, caberá
ao aluno descrever em seu trabalho todo o conteúdo discutido ao longo desses eventos.

5.8. Gerenciamento das partes interessadas do projeto


O gerenciamento das partes interessadas abrange os processos exigidos para identificar todas
as pessoas, grupos ou organizações que podem impactar o projeto (ou sofrer os seus impactos),
analisando as suas expectativas e contribuições. Trata-se, portanto, de uma área destinada ao
desenvolvimento de estratégias para o engajamento eficaz das partes interessadas nas decisões e na
execução do projeto (PMI, 2017 p. 503). Para trabalhos voltados a essa área de gerenciamento, o aluno
poderá percorrer as seguintes etapas indicadas no guia PMBOK: identificar as partes interessadas;
planejar o engajamento das partes interessadas; gerenciar o engajamento das partes interessadas; e
monitorar o engajamento das partes interessadas.
A etapa de identificar as partes interessadas consiste em identificar regularmente todos os
que possuem envolvimento no projeto, analisando e documentando informações relevantes sobre
seus interesses, envolvimento, interdependências, influência e impacto potencial no sucesso do
projeto. Isso permite um melhor direcionamento para o engajamento adequado de cada parte. Além
da coleta de dados a partir de reuniões, “brainstorms”, questionários e pesquisas, as ferramentas
mais comuns para essa etapa são: a matriz de poder e interesse; a matriz de poder e influência; e
a matriz de impacto e influência. Tais ferramentas são representações do mapeamento das partes
interessadas, incluindo a sua categorização.
A próxima etapa é a de planejar o engajamento das partes interessadas, ou seja, desenvolver
abordagens para envolver as partes interessadas do projeto, considerando, para isso, as suas
necessidades, expectativas, interesses e potencial impacto sobre o projeto. Nessa etapa são propostos
os processos que farão parte do gerenciamento dessa área, como a utilização de uma matriz de
avaliação do nível de engajamento das partes interessadas, por exemplo.
Caso o aluno chegue à fase de execução do projeto, o próximo passo será o de gerenciar
o engajamento das partes interessadas, que é o processo de se comunicar e trabalhar com as
partes interessadas, tendo em vista o atendimento de suas necessidades e expectativas. Deve-
se, portanto, promover a participação das partes interessadas no projeto, lidando com questões,
ruídos de comunicação e problemas que eventualmente surjam. Para tanto, as técnicas de
comunicação e as habilidades interpessoais e de equipe, como negociação e gerenciamento de
conflitos, por exemplo, são bastante importantes. O aluno deverá descrever em seu trabalho, por
exemplo, como foi o gerenciamento, as questões que surgiram entre as partes interessadas e
como tais questões foram solucionadas.

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TCC em Gestão de Projetos: seções e áreas de gerenciamento

A última etapa não obrigatória – que pode ser realizada desde que o aluno tenha atingido a
fase de execução – consiste em monitorar o engajamento das partes interessadas, ou seja,
monitorar as relações das partes interessadas do projeto e adaptar estratégias para engajá-las,
conforme modificação de planos. Para isso, habilidades de comunicação (como o uso de feedback e
de apresentações, por exemplo) são essenciais, bem como habilidades interpessoais e de equipe, a
exemplo da escuta ativa e da liderança. Nesses casos, caberá ao aluno descrever como ocorreu esse
processo de engajamento ao longo de todo o projeto.

Instruções gerais:
É importante ressaltar que os processos, ferramentas e técnicas devem ser selecionados de
acordo com as necessidades do projeto. Nem todos são necessários, sendo que o seu uso depende
do projeto que está sendo desenvolvido. Maiores detalhamentos das ferramentas e técnicas
específicas para o gerenciamento das partes interessadas, bem como dos tipos de informações a
serem levantadas e/ou consideradas, podem ser consultados no PMBOK (PMI, 2017).
Para a coleta e análise de dados, de maneira geral, o aluno poderá recorrer à opinião de
especialistas tendo em vista a obtenção de informações sobre a participação em projetos anteriores,
que o auxiliem no melhor planejamento, na escolha das melhores metodologias e outros dados
pertinentes ao projeto. A opinião dos envolvidos no projeto também pode ser considerada para
análises de desempenho, por exemplo. Esse processo de obtenção de informações pode ser realizado
mediante aplicação de questionários ou realização de entrevistas com perguntas estruturadas. Para
isso, é fundamental que o aluno analise o documento sobre o comitê de ética, verificando a exigência
ou não de submissão do seu trabalho de conclusão.
Além da opinião de especialistas, podem ser consideradas para levantamento de informações
as metodologias científicas de: pesquisa documental (caracterizada pelo uso de fontes mais
diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como tabelas estatísticas, jornais, revistas,
relatórios, documentos oficiais, cartas e relatórios de empresas, por exemplo); pesquisa bibliográfica;
e análise de metadados ou grupos de dados. Reuniões e “brainstorming” também são ferramentas
importantes, citadas de forma recorrente em todas as áreas de gerenciamento. Nesses casos, caberá
ao aluno descrever em seu trabalho todo o conteúdo discutido ao longo desses eventos.

5.9. Gerenciamento da integração


Os trabalhos de conclusão de curso voltados ao gerenciamento da integração devem ter, como
pressuposto básico, a condição de que o aluno já tenha elaborado um projeto que abranja as demais
áreas de gerenciamento. Isso significa que o aluno deverá ter uma visão geral das etapas, processos,
recursos e participantes envolvidos em determinado projeto.
Essa área de gerenciamento abrange os processos e atividades realizadas com o objetivo de
identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os vários processos e atividades de gerenciamento
de projeto dentro dos Grupos de Processos de Gerenciamento do Projeto. Em essência, a área possui
características de unificação, consolidação, comunicação e inter-relacionamentos (PMI, 2017 p. 69).
A área de gerenciamento da integração também engloba a etapa de encerramento do
projeto, apresentando diretrizes ou requisitos de encerramento como auditorias finais, avaliações,
aceitação de entregas, encerramento de contratos, redirecionamento de recursos e transferência
de conhecimentos para a produção e/ou operações, por exemplo. Verifica-se, portanto, que essa
área pode ser considerada para o desenvolvimento do TCC, desde que o aluno tenha uma visão
geral de todas as áreas de gerenciamento do projeto e grande capacidade de síntese, já que
os principais pontos de gerenciamento (das áreas mais relevantes) deverão ser selecionados e
descritos em um máximo de 30 páginas.

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A. Bigaton e J.R. Campos

6. Observações importantes

Além das técnicas indicadas no PMBOK, outras ferramentas de gerenciamento podem ser
consideradas para a execução do projeto. Entre os exemplos vistos ao longo do curso, destacam-se:
metodologias ágeis – Scrum (Sutherland e Sutherland, 2014; Cohn, 2011; Sbrocco e Macedo, 2012);
Design Thinking (Brown, 2017; Ambrose e Harris, 2015); e Mindfulness (Roemer e Orillo, 2010;
Germer et al., 2016; Neff, 2019), por exemplo.
O aluno também poderá desenvolver uma pesquisa com foco no trabalho anterior ao projeto
propriamente dito, ou seja, o “business case” do projeto. Em síntese, o “business case” do projeto é o
estudo documentado de sua viabilidade econômica, o qual é usado para determinar eventuais benefícios
do projeto, constituindo a base para a autorização das atividades de gerenciamento descritas no PMBOK.

Exemplo:
O texto que segue contém um exemplo de conteúdo da seção de material e métodos, sendo
baseado em um projeto com foco na área de gerenciamento do cronograma:

O projeto de pesquisa no qual foi implementada a gestão de cronograma é denominado “X”,


pertencendo ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica na linha de pesquisa de
instrumentação biomédica, para obtenção do título de mestre. O objetivo deste projeto é construir
um instrumento médico/hospitalar para auxiliar no ensino e na prática da cardiologia, através de um
aplicativo que represente de forma realista o movimento das paredes atriais e ventriculares, durante
o batimento cardíaco, em um ambiente virtual no qual seja possível fragmentar o coração em partes
anatômicas de interesse.
O projeto deve ser entregue no prazo máximo de 24 meses, com obrigatoriedade da realização do
exame de qualificação após o cumprimento de metade dos créditos exigidos de disciplinas. O exame
de qualificação constará de uma exposição oral pública sobre o trabalho de pesquisa do aluno diante
de uma Banca Examinadora, e de uma sessão de arguição fechada com apenas a presença da banca
e do orientador. Considera-se, também, a obrigatoriedade de publicação de um artigo, finalizando o
processo com a aprovação da dissertação em banca final de defesa.
A gestão do cronograma estabelece as políticas, os procedimentos e a documentação para
planejar, desenvolver, gerenciar, executar e controlar o cronograma (PMI, 2017). No caso do projeto
em apreço, após a obtenção de informações acerca do programa de mestrado e dos requisitos exigidos
por parte da instituição, foi realizado um planejamento do projeto em concomitância com o orientador
da pesquisa, sendo então implementados os processos previstos na 6ª edição do PMBOK.
Em seguida, foi realizada a definição das atividades contempladas no projeto. Naturalmente, tal
definição deve ser precedida do levantamento das etapas necessárias às entregas do projeto e o seu
adequado sequenciamento, estabelecendo-se uma ordem lógica de dependência entre as atividades
a serem realizadas para a conclusão da pesquisa. Também foi estimado o tempo de duração de cada
uma dessas etapas, sendo que estas informações subsidiaram o desenvolvimento de um cronograma
que será controlado até a conclusão do projeto de pesquisa.
Os procedimentos de levantamento de informações (que subsidiaram o planejamento), bem
como os procedimentos de gerenciamento propriamente ditos, foram baseados em:

• Reuniões, com o orientador e com a coorientadora, nas quais foram estipulados objetivos,
métodos, ferramentas, etapas e a duração de cada fase da pesquisa. Esses dados foram
avaliados por meio da ferramenta 5W2H (uma técnica que procura responder às principais
questões relativas ao projeto), sendo posteriormente transcritos para uma tabela.

22
TCC em Gestão de Projetos: seções e áreas de gerenciamento

• “Brainstorming” com opinião especializada. Com o auxílio de um médico cardiologista, de um


engenheiro biomédico e de uma cientista da computação (ambos especialistas em coração),
foi feito o levantamento das possíveis etapas da pesquisa, bem como uma simulação 3D
computacional cardíaca.
• Utilização do “software Artia”, de forma a facilitar o planejamento, a execução e o monitoramento
das atividades. É importante destacar que este “software” é uma ferramenta de gestão de
projetos e tarefas “online”, auxiliando a gestão do cronograma.
• Método do diagrama de precedência, que relaciona o início ou fim de uma atividade com o início
ou fim de outra atividade, refletindo o relacionamento de causa-efeito entre elas. Após listar
todas as atividades, as suas dependências foram relacionadas através do referido método.
• Estimativa análoga para determinar as durações das atividades. A partir de consultas com
a opinião especializada e considerando os parâmetros de projetos semelhantes, o tempo
necessário à consecução de cada atividade foi estimado e devidamente incorporado ao
cronograma geral do projeto.
• Obtenção de relatórios de situação, acompanhamento de entregas, marcos e comparativos de
dados reais com os estimados, tendo em vista o controle do cronograma. Todos os referidos
procedimentos foram realizados com o auxílio do software anteriormente citado.

O conteúdo levantado, bem como as etapas seguidas para o gerenciamento do cronograma, estão
descritos na seção seguinte, de Resultados e Discussão.

7. Resultados e Discussão

Este tópico deve conter todos os documentos e descrições das etapas propostas na seção
de material e métodos. Seguindo o guia PMBOK (PMI, 2017), ao longo de cada etapa das áreas
de gerenciamento têm-se saídas, ou seja, documentos ou itens que constituem o resultado do
processo, os quais podem ser associadas à seção de resultados e discussão do trabalho. Assim,
é necessário que o pesquisador apresente as informações levantadas em cada etapa (através
de entrevistas, reuniões, “brainstorming”, pesquisas bibliográficas e pesquisas documentais, por
exemplo). Ademais, devem ser incluídas as descrições dos processos e os principais resultados, de
acordo com a área de gerenciamento selecionada para o projeto do TCC.

8. Considerações Finais

Este tópico deve perpassar toda a proposta do trabalho, sendo que o aluno deverá apontar os
principais pontos críticos do projeto e aqueles que merecem maior atenção, bem como sugerir (ou
descrever, caso o projeto já tenha ocorrido) a etapa de encerramento do projeto. Pode-se, também,
apresentar um termo de aceite do projeto. Esse processo tem, como objetivo, construir um modelo de
relatório que possa apontar a performance do projeto, comparando-a com a linha de base e corrigindo
eventuais desvios observados durante a sua execução. Através desse procedimento, é possível definir
as alterações necessárias para atingir todos os objetivos propostos no planejamento do projeto.
Além disso, pode-se citar as lições aprendidas com o projeto. As lições aprendidas constituem
uma das contribuições mais valiosas do grupo de processos denominado “Encerramento”. Durante a
finalização de uma determinada etapa ou fase do projeto, deve-se documentar o conhecimento obtido
durante a sua execução. O objetivo desse processo consiste em registrar os erros e acertos cometidos
ao longo do projeto. Esses registros irão gerar um documento básico para a gestão do conhecimento,
fazendo com que os erros cometidos no passado não se repitam no futuro.

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A. Bigaton e J.R. Campos

Referências
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pecege.com
/pecege

(19) 3377.0937

(19) 9 9948.4769

ISBN 978-65-86664-28-7

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