Lianas e Epifitas
Lianas e Epifitas
Lianas e Epifitas
Piracicaba
2005
Andréia Caroline Furtado Damasceno
Engenheira Florestal
Orientador:
Prof. Dr. PAULO YOSHIO KAGEYAMA
Piracicaba
2005
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
CDD 634.956
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
“Quando pensar em desistir lembre-se da luta que foi começar e não desista”
“Man’s mind, once stretched by new Idea, never regains its original dimension”
“So don’t worry about the things, every little thing is going to be right”
Bob Marley
Dedico
A minha querida mãe Edna que sempre me apoiou em todas situações da minha vida,
Ao meu pai Deoclécio e tio Edson que tanto me incentivaram a cursar a tal pós-
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Paulo Yoshio Kageyama, pela oportunidade de realizar esta pesquisa, que tanto me
fez crescer mentalmente, profissionalmente e pessoalmente. Por me fazer enxergar a floresta
tropical de um novo espectro e ângulo e sempre me fazer lembrar do Acre.
Ao Prof. Msc. Flávio Bertin Gandara pela co-orientação, atenção, compreensão e oportunidades
oferecidas.
A Prof. Dra. Vera Lex Engel e ao Prof. Dr. Ademir Reis pela leitura do trabalho e aceite para
participar da banca.
A todos dedicados e prestados amigos de trabalho de campo que deram um “trampo nervoso”
Crézão (Deoclécio), Jacu (Suzana), Juréia (Thaís), Cupuaçu (Jussara), Jorge e Menudão
(Marcos), valeu mesmo!
Ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Florestais por acreditar no meu projeto de
pesquisa.
A CAPES pela bolsa concedida.
A empresa Duke-Energy pelo apoio financeiro da parte logística e sua equipe (Ivan, Rogério...)
pelas trocas de idéias e experiências.
A Equipe do LARGEA.
Ao Pinus pelas identificações botânicas, ao Élio e ao Prof. Aposentado Sinval pela identificação
da fauna edáfica, ao Dodô por me apresentar à tabela dinâmica e a Claúdia Coelho pela correção
do português e amizade. E a Cris pelo “help no English”.
E a todos os amigos que percorreram comigo algum momento nessa curta, porém engrandecedora
trajetória do mestrado e que seguraram a onda em diversas horas: Wiri, Yanê, Ana Claúdia,
Claúdia Irene, Ana Paula, Oka, Carlos, Fernando, Bia, Patrícia, Vânia aos novos: Victor, Gisele,
Michele, Renata e Rogério.
A Deus e a Rainha Floresta que ativam a energia positiva dentro de cada um.
E a Alegria de viver e ser feliz.
5
SUMÁRIO
RESUMO ..................................................................................................................................11
ABSTRACT ..............................................................................................................................13
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................15
2 DESENVOLVIMENTO........................................................................................................19
2.1 SUCESSÃO SECUNDÁRIA E A REGENERAÇÃO NATURAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS NA
3 CONCLUSÕES ....................................................................................................................83
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................84
ANEXOS...................................................................................................................................99
7
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
Soil macrofauna, regeneration of tree species, lianas and epiphytes in different aged
restoration areas at Pontal do Paranapanema
This study aimed to describe the soil macrofauna community, the natural tree species
regeneration, lianas and epiphytes in three different restoration areas at Pontal do Paranapanema.
These areas were planted with a mix of regional native tree species, aging 6 years (planted in
1998), 11 years (1993 plantation) and 16 years (1988 plantation). The evaluation of these
plantations through distinct groups of organisms that structure the ecosystem represent great
importance when it comes to describe the biodiversity reestablishment of these areas. For each
restored area, three sampling plots of 900m2 were located and its forest structure analyzed by
CBH (circumference at breast height) measurement. Every CBH ≥ 15cm tree was observed for
presence or absence of lianas and epiphytes. Natural regeneration assessment was taken by three
1.5m radius sub-plots located within each area. Five soil samplings of 25x25x25cm were taken
from each area, allowing soil macrofauna community evaluation. Samples within the same area
were at least 5m apart from each other. Soil macrofauna community was observed in two
different moments: dry and rainy season. The forests showed a diversity enhancement in every
evaluated component, except by the epiphytes. This fact emphasizes a disposition towards a
higher structural complexity leading to an increase in ecological processes related to the
components studied here. A maximum of 22 tree species were found for natural regeneration and
they didn’t differ from the planted ones. This may be explained by the distance among these areas
and forest remnants, lower seed dispersion, lack of seed bank and land use history. Soil
macrofauna and lianas were the most effective on recolonization of these areas, presenting a
maximum of 18 taxonomic groups for macrofauna and 13 for lianas. Epiphytes were almost
absent in every evaluated area. The demand for another intervention after the introduction of tree
species and the necessity of other life forms organisms is a question that arises from these facts,
once the aimed objective is the Forest Restoration. Despite of the reestablishment of some
groups, the diversity in these areas still represents part of the original diversity. Some groups, e.g.
epiphytes, lack more researches about dynamics, because probably they should be reintroduced
and/or managed.
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1 INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos as transformações do ambiente natural pelas ações antrópicas vêm
dizimando florestas e ecossistemas naturais em ritmo acelerado, nunca visto antes na história da
evolução das espécies no mundo (MYERS, 1997). No Brasil, por exemplo, a Mata Atlântica no
Estado de São Paulo recobria 80% de sua área total e atualmente restam menos de 8%
(FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2000; BUSCHBACHER, 2000)
Os resultados desta acelerada degradação são inúmeros prejuízos para o meio ambiente e,
conseqüentemente, para a população humana. Dentre os mais importantes podemos citar: perda
da biodiversidade, extinção de espécies da fauna e da flora, erosão genética, degradação do solo,
assoreamento de rios e mudanças climáticas. A perda da biodiversidade, principalmente nas áreas
tropicais onde se encontram seus valores mais significativos, preocupa toda a comunidade
científica (WILSON, 1997; YOUNG, 2000).
Neste cenário, um movimento crescente em busca da recuperação destas áreas vem
ocorrendo, em função da maior conscientização ambiental da sociedade e do aprimoramento da
legislação pertinente e inúmeras ações e teorias desenvolveram–se no intuito de reverter ou pelo
menos mitigar este quadro (BOTELHO et al., 2001; KAGEYAMA e GANDARA, 2001).
A restauração florestal objetiva a formação de um ecossistema, o mais próximo ou
semelhante possível do anterior degradado, através do plantio misto de espécies arbóreas nativas,
pela resilência do local degradado (dependendo do estado) ou outras alternativas ainda em teste
(KAGEYAMA e GANDARA, 2001; RODRIGUES e GANDOLFI, 2001). Stanturf et al. (2001)
consideram o plantio de árvores apenas o primeiro passo ao longo do caminho para uma floresta
auto-renovável.
Esta área da ciência propõe não só a recuperação das áreas degradadas, mas também a
recuperação da biodiversidade, além de todos os processos ecológicos da interação entre os
organismos desses ambientes, sendo uma nova maneira de pensar em conservação in situ da
biodiversidade (BAWA e SEIDLER, 1998).
Restaurar integralmente os ecossistemas naturais está muito além de nossa capacidade e
retorná-lo ao seu estado original é impossível, devido às características dinâmicas dos mesmos
(ENGEL e PARROTA, 2003).
É possível, contudo, trazer de volta a uma área espécies características da mesma, uma
retomada da biodiversidade, assistindo e direcionando os processos naturais para características
16
desejáveis no sistema futuro, muito mais do que tentar imitar o que esta área foi no passado
(GOOSEM e TUCKER, 1995; HOBBS e HARRIS, 2001).
Atualmente, existem inúmeras pesquisas e iniciativas de restauração florestal em áreas
ciliares, utilizando espécies arbóreas nativas regionais, com propostas dos mais diferentes
modelos de restauração (SALVADOR, 1987; KAGEYAMA, 1986; DURIGAN e NOGUEIRA,
1990; RODRIGUES et al., 1992; BOTELHO et al., 1995; BARBOSA et al., 1996; RODRIGUES
e GANDOLFI, 1996; BARBOSA, 2001; DURIGAN et al., 2001). Muito se avançou a respeito
de plantios mistos para recuperação desses ambientes, discutindo questões relacionadas à
composição florística, a estrutura, a dinâmica de populações das espécies mais importantes, a
interação planta x animal, a forma de plantio, a época do plantio, as facilidades e os custos de
implantação, a situação topográfica, a interferência hídrica, entre outras.
Mas o sublime avanço nesses modelos de plantios veio com a utilização da sucessão
secundária e grupos ecológicos das florestas tropicais.
O estudo e o entendimento da sucessão florestal tanto em florestas naturais como em áreas
antropizadas, estimulam os mais diversos autores a tentar compreender a dinâmica das florestas
tropicais e mostrar caminhos importantes para aplicação na restauração.
Porém, ressalta-se que essas práticas não são receitas prontas para todos os projetos e que
ainda existe muito a se compreender a respeito da temática. Barbosa (2001), após analisar os
modelos de restauração que vêm sendo utilizados, concluiu que apesar de existirem muitos
modelos de repovoamento florestal heterogêneo com espécies nativas para recuperação de áreas
degradadas, nenhum deles pode ser considerado ideal para todos os casos, face ao grande número
de variáveis possíveis de interferir no desempenho das espécies em determinado local ou modelo.
Engel e Parrota (2003, p.16) exemplificam:
“Para se determinar quais espécies, como e quando introduzir no ecossistema a ser
restaurado, é muito mais importante levar em conta como é a sucessão natural na área do
que restringir a rótulos que são dados às espécies de acordo com sua classificação em
grupos ecológicos sucessionais”.
O uso da sucessão ecológica é a tentativa de dar à regeneração artificial um modelo
seguindo as condições com que ela ocorre naturalmente na floresta. Porém muitas questões
referentes às florestas já implantadas são ainda dúbias como a possibilidade de polinização,
dispersão, regeneração e predação natural, processos essenciais na auto-renovação das florestas
assim plantadas (KAGEYAMA e GANDARA, 2001).
17
Outra questão fundamental para o sucesso da restauração é a adequação dos seus objetivos
com as características intrínsecas da área degradada (RODRIGUES e GANDOLFI, 1996).
O monitoramento e avaliação dessas áreas são muito importantes, após a reintrodução das
espécies arbóreas no sistema devido à formação de uma fisionomia florestal. Neste processo
espera-se que uma parte dessa biodiversidade tenha a possibilidade de retornar ao local por
dispersão natural. A recuperação de um local só pode ser considerada efetiva quando, pelo menos
partes dessa biodiversidade, e processos a ela relacionados encontram-se presentes
(KAGEYAMA et al., 2002).
Avaliações dos projetos em áreas em processo de restauração ainda são muito escassas e
recentes, sendo que a maioria dessas avaliações se restringe ao crescimento e sobrevivência das
espécies arbóreas implantadas (SILVEIRA e DURIGAN, 2004), os parâmetros estruturais (altura,
diâmetro à altura do peito e outros) são os mais estudados (SOUZA, 2000; ASPERTI, 2001;
SILVEIRA, 2001; MOREIRA, 2002; PULITANO, 2003). Alguns trabalhos também começam a
visar questões ecológicas como chuva de sementes, banco de sementes, dispersão de sementes e
regeneração natural (MELO, 1997; SORREANO, 2002; SIQUEIRA, 2002; SOUZA e BATISTA,
2004). Porém, como sabe-se, a restauração através do plantio misto de espécies arbóreas nativas
se pauta em criar um ambiente que possibilite a retomada e o restabelecimento das diversas
formas de organismos e sua complexa estrutura, componentes da biodiversidade que compõe o
ecossistema florestal tropical, envolvendo não só as diversas formas de vida vegetal (arbóreas,
arbustivas, herbáceas, epífitas e lianas), como também os diferentes grupos da fauna (vertebrados
e invertebrados).
Foi proposta esta pesquisa em função da carência de estudos destes outros grupos de
organismos na restauração florestal, com o intuito de gerar informações e dados que possibilitem
o conhecimento ou, pelo menos, o levantamento descritivo, que indique a presença ou ausência
desses (árvores, lianas, epífitas e macroinvertebrados do solo), bem como dos processos
associados.
Considerando-se a hipótese que a partir do plantio misto de espécies arbóreas objetivando
a restauração florestal, em áreas degradadas pela agricultura ou pastagem, está ocorrendo a
retomada da diversidade tanto da flora, independente de seu hábito de vida (árvore, liana e
epífita), como da fauna (do solo) iniciando a retomada de seus processos e interações,
18
2 DESENVOLVIMENTO
até árvores juvenis (POGGIANI et al., 1996). Poggiani (1989) afirma que o processo evolutivo da
vegetação até a formação de uma floresta semelhante à primitiva, após o desmatamento parcial ou
total de uma área, recebe o nome de regeneração natural.
O termo regeneração natural pode ser entendido de muitas maneiras. Em estudos de
regeneração natural, geralmente é feita a estratificação do povoamento em classes de altura. A
FAO (1971) adotou, para estudos de regeneração natural em florestas tropicais naturais, as
classes de tamanho de plantas, em que: i) Classe R é representada pelos indivíduos com altura
inferior a 0,30m; ii) Classe U1, indivíduos com altura entre 0,30m e 1,5m; iii) Classe U2, entre
1,50m e 3m; iv) Classe E, indivíduos com altura superior a 3,00m e DAP (diâmetro à altura do
peito ou 1,30m) inferior a 5,00 cm.
Para Martins (2001), o monitoramento da comunidade jovem em áreas que objetivam a
recuperação da floresta, do ponto de vista estrutural estático e dinâmico, possibilita a
identificação do estágio seral e a evolução da mesma. Assim, as análises da regeneração natural
são essenciais para se avaliar o sucesso da recuperação. A regeneração natural é analisada através
de medições da altura das plântulas e plantas jovens, presentes em pequenas parcelas amostrais,
lançadas na floresta. Uma estratificação vertical auxilia o entendimento da dinâmica da
regeneração natural. É claro que a análise deve levar em consideração o tempo em que a floresta
foi implantada.
Segundo Siqueira (2002), a regeneração natural de espécies vegetais fornece informações
detalhadas sobre o desenvolvimento de projetos de restauração. Os indivíduos jovens
regenerantes representam uma estrutura e composição do banco e da chuva de sementes passados
indicam ainda a possível formação e estrutura do dossel.
2.2 Lianas
Lianas são plantas trepadeiras que crescem utilizando-se de árvores ou outras lianas como
suporte (PUTZ, 1984; PUTZ e CHAI, 1987; STEVENS, 1987; PUTZ, 2005), embora germinem
no solo e ainda mantenham contato com ele (MANTOVANI, 1983). São plantas herbáceas ou
lenhosas, cujas gemas, acima do solo, são protegidas por catáfilos (VELOSO, 1992), cujo
crescimento em altura depende da sustentação mecânica fornecida por outras plantas, podendo
22
atingir o dossel da floresta desenvolvendo-se, a partir daí, muito mais (PUTZ e WINDSOR,
1987).
Lianas são consideradas muitas vezes, apenas trepadeiras lenhosas, mas neste estudo
considerou-se liana todas as plantas herbáceas ou lenhosas que vivem apoiadas em outra planta
ou substrato.
Nos trópicos as lianas são mais abundantes e diversas, apresentando uma maior variedade
de formas e tamanhos (SCHENK, 1982 apud PUTZ, 1984). Segundo Gentry e Dodson (1987) as
lianas são responsáveis por grande parte da diversidade das florestas tropicais, podendo
representar 35% do número de espécies de plantas vasculares. Outros autores encontraram 24 %
(GENTRY, 1991) e até 40`% (ACEVEDO-RODRIGUEZ e WOODBURY, s.d..) de trepadeiras
que contribuem para a riqueza de espécies vegetais dos ecossistemas florestais. Segundo Reis
(1993), o número de espécies arbóreas representa somente 35 % das espécies vegetais, sendo que
as lianas e as epífitas totalizam 42%, do total de espécies vegetais formadoras da floresta tropical
na região do Vale do Itajaí em Santa Catarina. Com estes dados é perceptível a grande
importância das lianas dentro da floresta tropical.
Devido à maior diversidade de lianas ocorrer em florestas tropicais, onde são membros
característicos (GENTRY, 1991; PUTZ, 1984), estas acabam constituindo um importante
componente florístico, estrutural e funcional nestas florestas (GENTRY, 1991). Apesar de
contribuírem com cerca de 2% da área basal total ou 5% da biomassa de uma floresta, as lianas
participam com mais de 30% da área foliar total e da produção de serapilheira (HEGARTY e
CABALLÉ, 1991).
As lianas são mais conspícuas em áreas naturalmente ou antropicamente impactadas tais
como bordas ou clareiras. (PUTZ e CHAI 1987), onde há maior incidência de luz e maior
disponibilidade de suportes, mas sempre contribuindo substancialmente na diversidade e estrutura
de florestas tropicais maduras (GENTRY, 1991). A dinâmica natural destas florestas pode ser
influenciada pela abundância das lianas, apesar de sua presença ser mais benéfica que prejudicial
(MORELLATO e LEITÃO FILHO, 1996). O crescimento das lianas é bem mais rápido quando
comparado com as espécies arbóreas (PUTZ, 1984). Portanto quando se deseja fazer estudo da
dinâmica e manejo florestal, é fundamental o conhecimento deste grupo de vegetais, devido à sua
diversidade e importância ecológica (PUTZ, 1984).
23
Engel et al. (1998) afirmam que a abundância exagerada de lianas em florestas muito
perturbadas poderia ser um fator de degradação do ecossistema, uma vez que as mesmas afetam
negativamente a regeneração de espécies arbóreas, tanto pelo efeito mecânico direto quanto pelo
sombreamento excessivo e abafamento. Porém, na formação do sombreamento a partir da
evolução estrutural da floresta secundária, obrigam as lianas a mudarem de estratégia de
crescimento de um padrão muito ramificado para um menos ramificado assim ocupando o dossel
da floresta (LEE, 1988). Isto pode beneficiar a regeneração natural, já que as lianas ajudam a
manter as condições microclimáticas ideais para a germinação, principalmente temperaturas mais
constantes e alta umidade relativa (ENGEL et al., 1998).
Em um estudo com lianas, Jacobs (1976) afirma que as lianas são importantes, pois
ajudam no fechamento do dossel, na união das copas das árvores e até facilitam o movimento dos
animais. Criando uma verdadeira rede de interligações entre as copas das árvores sendo utilizadas
por diversos organismos ocupantes desse estrato. As lianas (trepadeiras lenhosas) também são
engenheiros autogênicos. Por exemplo, quando crescem nos dosséis da floresta, conectam
árvores, formando caminhos arbóreos utilizados na movimentação de macacos e outros animais
das copas sem a necessidade de descerem até o chão, ratifica Putz (2005).
As lianas também podem ser consideradas potenciais espécies chaves, pois disponibilizam
alimentos para fauna em época de escassez produtiva das espécies arbóreas (LEIGHTON e
LEIGHTON, 1983). Mesmo considerando que quanto à dispersão as lianas são
predominantemente anemocóricas (dispersas pelo vento) e em menor proporção zoocóricas
(dispersas pela fauna) (MORELLATO, 1991).
Existem espécies de lianas mais heliófitas e outras mais umbrófilas, mas a maioria tende a
ser intolerante a sombra, não obstante muitas espécies germinam à sombra. Quando são plantas
mais herbáceas ou sub-lenhosas são encontradas mais nas bordas, clareiras e áreas mais abertas
(GENTRY, 1991), contudo espécies umbrófilas podem ocorrer nestes tipos de ambiente (PUTZ,
1984).
2.3 Epífitas
1. Árvores
2. Arbustos
3. Subarbustos à herbáceas
C) Preferência pelo estrato florestal (refere-se à maior ou menor exposição à luminosidade)
1. Expostas (completamente expostas ao sol)
2. Tipos de Sol (tolerantes a uma exposição média ao sol)
3. Tipos de sombra (tolerantes a ambientes bastante sombreados)
Com relação à distribuição espacial, Longman e Jenik (1974) sugerem, onde as florestas
tropicais podem ser divididas verticalmente em três estratos principais:
• Superior: correspondente às árvores emergentes, onde são encontradas as epífitas
expostas.
• Médio: correspondente às árvores que compõem o dossel, onde são encontradas as
epífitas de sol.
• Inferior: correspondente ao sub-bosque, onde encontramos as epífitas de sombra.
Quanto à síndrome de dispersão é principalmente zoocórica. Shimper (1888) dividiu em
três categorias as sementes de epífitas:
(1) sementes com invólucro carnoso, dispersas por aves, macacos e outros arborícolas. As
fezes servem como um modo de fixação e protegem contra a desidratação e fornecem nutrientes.
Fazem parte dessa categoria famílias como as Araceae, Bromeliaceae, Gesneriaceae, Cactaceae,
entre outras;
(2) sementes muito leves e pequenas, com síndrome de dispersão anemocórica, que
penetram em fendas na casca da árvore e no tapete de musgo; dispensam estruturas de vôo e
fixação e encontram facilmente a umidade necessária, com as Orchidaceae e esporos de
Pteridophyta:
(3) sementes estreitas, leves e pequenas, possuindo dois tipos de estrutura de vôo e
fixação:a) pêlos longos e macios em algumas Gesneriaceae, Rubiaceae, Asclepiadaceae e
Bromeliaceae (Tillandsioideae); b) asa estreita, de um ou dois lados da semente, em certas
Rubiaceae.
A reprodução assexuada das epífitas é uma ferramenta, na incerteza da reprodução ser
realizada por esporos ou sementes, através da formação de rizomas, como em Pteridophyta e
26
Orchidaceae, ramos laterais ficam independentes pela morte do ramo principal em muitas
Araceae e algumas Bromeliaceae (SCHIMPER, 1888).
As epífitas são fonte importante de recursos para os animais do dossel florestal, seja como
alimento (frutos, néctar, pólen), água ou material para a construção de ninhos (NADKARNI,
1988), possibilitando assim, uma diversidade faunística maior. Existem muitos invertebrados e
anfíbios que dependem de depósitos de água parada, como aqueles fornecidos pelas bromélias de
tanque, para completarem seus ciclos de vida (HADEL, 1989); Dessa maneira são espécies
chaves para esses grupos de organismos e funcionam como elementos nucleadores para os
mesmos. A massa vegetal epifítica também tem grande influência sobre a ciclagem de água e de
nutrientes no interior da floresta (INGRAM e NADKARNI, 1993).
Para Budowski (1963) as epífitas podem servir como indicadores do estágio sucessional
da floresta, uma vez que comunidades secundárias apresentam diversidade epifítica menor do que
comunidades primárias.
As florestas fornecem matéria orgânica pela queda de folhas, galhos, ou árvores e animais
mortos formando a camada denominada serapilheira; em florestas tropicais esta camada orgânica
é um dos aspectos mais importantes da ciclagem de nutrientes, pois a nutrição das plantas que
formam estes ecossistemas, geralmente com baixo nível de nutrientes no solo, depende da
reciclagem dos nutrientes contidos nesta camada de restos vegetais e animais para sua
manutenção. (BRITEZ et al., 1992).
A produção seguida pela decomposição da camada de serapilheira é o principal meio de
transferência dos nutrientes para o solo, possibilitando a sua reabsorção pelos vegetais vivos.
Dessa forma, a serapilheira torna-se um dos mais intensos sítios de interação entre a ciclagem de
elementos inorgânicos (mineralização) e a transferência de energia, sendo que a relação destes no
complexo solo – folhedo está condicionada à capacidade de produção do ecossistema (DELITTI,
1984).
A decomposição, dos resíduos orgânicos e a ciclagem de nutriente, atribuídos como
conseqüência da atividade de microorganismos, é influenciada de maneira decisiva por um
conjunto diverso de animais do solo que ativam o funcionamento da flora decompositora, como
resultado direto e indireto de sua alimentação (LOPES ASSAD, 1997). A regularização da
mineralização da matéria orgânica do solo realizada pela macrofauna ocorre com a ativação
seletiva da microflora dominante no solo (WARDLE e LAVELLE, 1997; LAVELLE et al., 1995;
BEARE et al., 1994). Além disso, como resultado de sua atividade esses organismos influenciam
outros processos básicos do solo como: umificação, agregação e estruturação do solo, que operam
em diferentes escalas de tempo e espaço (LAVELLE, 1996).
A fauna do solo é composta por invertebrados com uma gama variada de formas,
tamanhos e funções. Existem várias tentativas de classificações, como por exemplo, apoiada no
comprimento do corpo: microfauna (< 0,2 mm) que inclui nemátodos e rotíferos: mesofauna (0,2
– 2 mm) formada pelos ácaros, colêmbolos, alguns insetos e enquitreídeos; e a macrofauna (> 2
mm) composta por miriápodes, insetos e oligoquetos (SWIFT et al., 1979). A atividade destes
grupos está sintetizada na Tabela 1.
Enggleton et al. (2000) definem a macrofauna edáfica como macroinvertebrados que
possuem 90% ou mais de seus espécimes visíveis a olho nu. Para Kevan (1968) são todos visíveis
a olho nu e são organismos que passam no mínimo uma parte do seu ciclo de vida no solo. As
28
principais ordens são Symphyla, Isoptera, Isopoda, Chilopoda, Diplopoda, Mollusca, Araneida,
Opilionida, Coleoptera e Oligocheata (CORREIA e ANDRADE, 1999).
As pesquisas sobre fauna do solo indicam que os Phylum mais representativos são
Annelida e Arthropoda que participam nas transformações ambientais, caracterizando as relações
entre solo-vegetação-fauna. O Phylum Annelida, segundo Curtis (1989), contém a classe
Oligochaeta, conhecida popularmente como minhocas, habitantes terrestres de grande
importância na formação do solo.
Outra categorização é quanto à classificação funcional dos invertebrados do solo baseada
na eficiência de seu sistema digestivo e sua interação com a microflora, abundância e ocorrência
com relação à estrutura biológica produzidas por eles no solo (LAVELLE 1996, 1997).
Utilizando este critério distinguem-se três classes: micropredadores, transformadores da
serapilheira e engenheiros do ecossistema. Os micropredadores, compostos pelos protozoários e
nematóides, são os menores invertebrados e não produzem estruturas orgânicas – minerais
(LAVELLE 1996, 1997) e a principal função destes é estimular a mineralização da matéria
29
orgânica do solo (INGHAN et al., 1985). Os transformadores de serapilheira são formados pela
mesofauna e macrofauna envolvidos na decomposição da serapilheira (LAVELLE, 1996).
Quando estes invertebrados reingerem seus excrementos servem como incubadores para
microflora assimilando os metabólitos liberados pela ação microbiana. Engenheiros do
ecossistema são denominados, por Jones et al. (1994), organismos capazes de modificar a
disponibilização e acessibilidade de recursos para outros organismo, como as minhocas, os
cupins e as formigas (macroinvertebrados), por escavarem o solo e produzirem uma vasta
variedade de estruturas orgânicas – minerais, como os excrementos, os ninhos, montes,
macroporos, galerias e pequenas cavidades, modificando estruturalmente e a aeração do solo.
Os macroinvertebrados do solo também podem ser agrupados em diferentes grupos
funcionais, dependendo de sua atividade e efeitos no solo. Os fitófagos (herbívoros) alimentam –
se da parte subterrânea das plantas; os que se alimentam das raízes são principalmente larvas de
coleópteras, ninfas de cigarras e algumas larvas de mosca. Os saprófagos (decompositores)
incluem os organismos que se alimentam de matéria orgânica morta (plantas e animais),
contribuindo para o aumento das taxas de decomposição e de mineralização e, conseqüentemente,
disponibilizando nutrientes para as plantas. Muitos dos produtos gerados por esses organismos
são usados como recurso alimentar por outros componentes da fauna do solo. Outra classe é dos
geófagos, importantes na abertura de canais dentro e na superfície do solo, afetando processos
hidrológicos e trocas gasosas, assim como modificando a estrutura do solo, e taxas de formação e
agregação do solo. Finalmente os invertebrados predadores, também chamados de zoófagos, que
se alimentam de organismos ativos atuando no topo da cadeia alimentar edáfica, atuando como
biocontroladores (BROWN et al. 2001; BORROR et al. 1989).
As funções que a comunidade da macrofauna executam no solo produzem uma
diversidade nas estruturas biogênicas do solo que ajudam a regular propriedades físicas, ciclos de
nutrientes e carbono, fornecendo serviços que ajudam a aumentar a heterogeneidade, a resilência
e a resistência dos ecossistemas do solo (PANKHURST et al., 1997; PAOLETTI, 1999).
Estudos recentes relacionados à diversidade da macrofauna do solo indicam sua
importância na estrutura do solo, bem como na atividade de outros microrganismos, ou seja, na
funcionalidade do solo dentro do ecossistema. Os macroinvertebrados do solo exercem ações no
solo que, por sua especificidade, conferem-lhes papel de destaque. Esta especificidade está
relacionada principalmente com o volume de material que pode ser modificado, em suas
30
2.5 Metodologia
Figura 1 – Localização das áreas em processo de restauração à esquerda com 16 anos, ao centro
11 anos e à direita com 6 anos (referência ano 2004)
Estas áreas são denominadas Áreas de Conservação Ambiental pela empresa Duke
Energy:
i) Rosana - Nova Pontal / 16 anos (implantada em 1988);
ii) Taquaruçu - Itaguajé /11 anos (implantada em 1993);
iii) Taquaruçu - Laranjeiras / 6 anos (implantada em 1998).
Estas áreas foram escolhidas, considerando–se o modelo de restauração florestal, que na
época era utilizado pela CESP, o grupo de espécies plantadas e a forma como foram feitos os
plantios eram muito semelhantes nas áreas ciliares antigamente pertencente a essa empresa, com
as devidas ressalvas, pois os modelos se modificaram em alguns aspectos conforme evolui-se a
experimentação desses plantios durante o passar dos anos.
As três áreas em processo de restauração, anteriormente ao plantio de espécies arbóreas,
possuem um histórico que revelam ser áreas totalmente degradadas, ou por pastagens ou cultivo
de monoculturas, nenhuma vegetação ali existente como capoeiras ou vegetação secundárias. O
predomínio atual do uso da terra no entorno das áreas é a pastagem e o plantio de culturas anuais
como a soja, o milho, a cana-de-açúcar entre outras.
34
Nos modelos de restauração utilizados nas áreas reflorestadas que foram avaliadas, na
região do Pontal do Paranapanema, predominou o plantio de espécies pioneiras em relação aos
outros grupos sucessionais, que foram agrupados no grupo de não pioneiras. As Tabelas 2 e 3
apresentam as características dos modelos aplicados aos plantios mistos com espécies arbóreas. O
reflorestamento que foi implantado em 1988 (16 anos) possui uma área de 300 ha, o implantado
em 1993 (11 anos) possui uma área de 150 ha e o implantado em 1998 possui uma área 300 ha.
A nomenclatura dos grupos ecológicos utilizada pela CESP na época do plantio na qual as
pioneiras e secundárias iniciais eram agrupadas em um único grupo denominado pioneiras, pelas
características silviculturais das mesmas, não fundamentando-se no conceito da sucessão
secundária. E o grupo das secundárias tardias e climácias em um grupo chamado de não
pioneiras, também pelas características silviculturais dessas espécies. O plantio efetivado em
1988 não levou em consideração a separação dos grupos das espécies plantadas, foi partir de
1989 que iniciou-se essa categorização com a utilização predominante de espécies pioneiras.
Os critérios utilizados para classificação das espécies segundo os grupos ecológicos, foi o mesmo
de Souza (2000) que baseou-se nos grupos propostos por Budowski (1965) (pioneiras,
secundárias iniciais, secundárias tardias e climácicas), seguindo prioritariamente a classificação
já feita pela CESP e mais adiante pela empresa Duke Energy, além de consultas a literatura de
Grambone-Guaratini (1998).
A coleta de dados aconteceu entre os meses de março e abril de 2004, estação chuvosa
(verão), e entre os meses de agosto e setembro de 2004, estação seca (inverno).
Para avaliação das áreas em processo de restauração foram empregadas parcelas, com
dimensões de 30 x 30 metros (900m2), denominadas parcelas amostrais. Foram avaliadas três
parcelas por localidade, sendo que na área com 6 anos instalaram-se as três parcelas (parcela 1, 4
e 5) utilizando canos de PVC para demarcação dos quatro vértices de cada parcela, nas áreas
mais antigas com 11 anos (parcela 8, 9 e 10) e 16 anos (parcelas 2, 3 e 6) não houve essa
necessidade, pois as parcelas haviam sido instaladas anteriormente por outra pesquisadora Souza
(2000). Todas as nove parcelas desta nova pesquisa foram georeferenciadas utilizando–se o
aparelho GPS (Sistema de Posicionamento Global). As coordenadas de localização de cada
parcela encontram-se em anexo (ANEXO C).
Também foram realizadas amostras de solo para a verificação da influência deste nas
variáveis medidas, principalmente para o grupo da macrofauna edáfica.
A coleta de solo para análise física e química foi feita da seguinte maneira: o solo foi
coletado com auxílio do equipamento conhecido como trado; foram feitas seis perfurações
cilíndricas de 20cm de altura por 5 cm de diâmetro, em cada parcela amostral. Em seguida o solo
extraído foi misturado dentro de saco plástico e então retirada uma amostra de 500 gramas para
posterior análise laboratorial física e química do mesmo. A análise foi realizada pelo Laboratório
de Ecologia Aplicada do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP de Piracicaba.
maior a 15 cm foram plaqueteadas (com placas de alumínio de 4,5 x 4,5 cm) e registrados o CAP
e altura total da árvore. Os indivíduos foram identificados através de coleta do material botânico,
prensados e secos para utilização de chaves botânicas, literaturas pertinentes e posterior
comparação no herbário da ESAQL/USP de Piracicaba.
ni
pi = (2)
N
em que: N – número total de indivíduos de todas as espécies; ni – número total de indivíduos para
cada espécie.
37
grupos foi dada para aqueles cujo hábito alimentar não pôde ser determinado ao nível de ordem.
O grupo dos macroinvertebrados sociais reuniu os Formicidae e Isoptera.
Tabela 5 – Densidade total, área basal e altura total para as áreas avaliadas dos indivíduos
arbóreos com CAP > 15 cm
Idade Densidade Total (ind.ha-1) Área basal (m2.ha-1) Altura total (m)
(anos) Média (1) CV Média CV Média CV
6 1.151 4,8 15,19 11,8 7,22 4,67
11 1.655 5,1 20,48 19,8 7,83 24,08
16 1.822 4,8 28,98 14,7 10,38 16,32
(1)
Notas: Coeficiente de variação %.
Desta forma, corrobora–se que a estrutura das florestas está adquirindo maior
complexidade, com o incremento tanto da densidade como da área basal dos indivíduos. Em
termos do parâmetro altura este incremento não foi tão evidente na área de 1988, apesar de ter
aumentado; Isso não aconteceu na área de 1993 porque este é um parâmetro estimado e não é
40
Área Basal
Figura 2 – Percentual da área basal por espécie da floresta com 6 anos (Taquaruçu-Laranjeiras)
41
Figura 3 – Percentual da área basal por espécie da floresta com 11 anos (Taquaruçu-Itaguajé)
Outras 27 espécies 23,0%
Albizia hasslerii 1,9%
Vitex montevidensis 2,2%
Lonchocarpus muehlbergianus 2,4%
Citharexylum myrianthum 2,7%
Myracrodruon urundeuva 4,3%
Espécies
Área Basal
42
43
Outras 15 espécies
Anadenanthera sp
Inga laurina
Schinus tereb inthifolia
Citharexylum myrianthum
Trema micrantha
Aloysia virgata
Croton urucurana
Guazuma ulmifolia
Anadenanthera sp 5,15%
Peltophorum dubium 5,84%
45
46
80 75
70 63
Número Total
60
50
40
30
20 14 15
7 7 9 10
10 4
0
6 anos 11anos 16anos
Para este primeiro levantamento foi calculado o índice de Shannon para demonstrar a
diversidade de espécies amostradas de cada área avaliada, apresentado na Tabela 8.
Comparando os valores do índice de Shannon a área com 16 anos obteve o maior índice
do que as outras duas áreas. A área com 11 anos apresentou índice menor do que a área com 6
anos, mesmo com maior número de espécies, pela concentração de um único gênero no total de
indivíduos amostrados. Além deste fator esta área possui uma alta infestação por gramíneas
51
(capim colonião). Devido provavelmente ao histórico de degradação desta área que foi utilizada
como “bota-fora” (Toyama com.pess, 2004) na época de construção da hidroelétrica, o que
certamente influiu na condição do sítio para a regeneração natural, criando condições pouco
propícias para este processo, aparentemente apenas espécies mais agressivas como, por exemplo,
Anadenanthera sp que apresentou um número elevado de indivíduos regenerantes.
A Figura 15 apresenta os resultados dos levantamentos para regeneração de espécies
arbóreas, realizados no segundo levantamento (período inverno/seco), onde em cada localidade 6,
11 e 16 anos foram amostrados o número de famílias, de espécies e indivíduos numa área
amostral de 63,62 m2.
70 65
60
Número Total
50 43
40 36
30 22
15 17
20 10
6 9
10
0
6 anos 11anos 16anos
Idade das Áreas
7
Número Espécies
3
2
0
Pioneira Sec .Inic iais Sec . Tard e c límax
Gr u po Eco ló g ico
Figura 16 – Distribuição das espécies da regeneração natural segundo seu grupo ecológico 1º
levantamento (período verão / úmido- mar./abr. de 2004).
10
9
8
Número Espécies
7
6
5
4
3
2
1
0
Pioneira Sec.Iniciais Sec. Tard e clím ax
Grupo Ecológico
Figura 17 – Distribuição das espécies da regeneração natural segundo seu grupo ecológico 2º
levantamento (período inverno / seco - ago./set. de 2004).
54
Com o passar dos anos e o desenvolvimento das árvores plantadas, ocorre o fechamento
do dossel da floresta e desta maneira, gera-se microclimas propícios para a germinação de
determinadas espécies em função da necessidade de luz, que é favorecido pelo fechamento ou
não do dossel das florestas. E o tempo que as espécies plantadas levaram para se desenvolver e
atingir a maturidade reprodutiva, produzindo propágulos para regeneração.
Quando a floresta ainda possui grande incidência de luminosidade as espécies favorecidas
são as dos estágios iniciais como as pioneiras e secundárias iniciais, que também atingem a
maturidade para se reproduzir mais rapidamente ou estavam no banco de sementes. Quando o
dossel da floresta já está mais fechado, ocorre um filtro da luminosidade sob este, propiciando
características microclimáticas para regeneração de espécies de estágios mais avançados como as
secundárias tardias e climácicas.
A Tabela 10 apresenta os resultados obtidos nos levantamentos efetuados no período
verão/úmido (março/abril) e no inverno/seco (agosto/setembro) para regeneração natural de
espécies arbóreas, onde foram avaliados os parâmetros altura e densidade para espécies arbóreas
com altura igual ou superior 30 cm e CAP igual ou menor que 15 cm.
maior na área de 11 e 16 anos. Ou seja, quanto mais antiga a floresta plantada, maior a densidade
das plantas regenerando-se.
Os resultados das alturas médias não foram os esperados. As alturas das três áreas
avaliadas foram muito semelhantes, mas este é um parâmetro muito variável dentro da questão da
regeneração de espécies arbóreas. Contudo, pôde-se observar indivíduos de maior porte nas áreas
em processo de restauração mais antigas que não foram amostrados.
Comparando a listagem das espécies arbóreas plantadas com a listagem das espécies
amostradas na regeneração natural de espécies arbóreas, não foram encontradas espécies “novas”
(divergentes), provindas de outras áreas. Ou seja, apenas estão regenerando espécies que foram
implantadas. Este quadro sugere que praticamente não há dispersão de sementes provindas de
outras áreas. Pelo fato, provavelmente, da inexistência de fragmentos próximos às áreas e/ou à
falta de agentes dispersores.
Para melhor entendimento dos dados levantados é necessária a comparação com outros
trabalhos, que são apresentados na Tabela 11.
Relacionando-se os trabalhos da Tabela 11 com a pesquisa realizada, os números para
densidade de indivíduos de espécies arbóreas regenerantes não existem grandes diferenças
significativas deste trabalho quando comparado com os de Souza (2000), Siqueira (2002),
Sorreano (2002) e Silveira (2004). Mesmo ao considerar-se os diferentes critérios de inclusão
para análise da regeneração.
Mas quando comparados com Durigan e Dias (1990) os dados para densidade tornam-se
baixos, pois o valor do levantamento realizado por estes autores é muito discrepante quando
comparado com todos os outros levantamentos da Tabela 11. Não obstante são muitos os
aspectos que podem estar influenciando nestes valores.
Os valores apresentados para regeneração em florestas plantadas ainda estão muito
distantes dos valores observados por Passos (1998) e Grombone-Guaratini (1999) que realizaram
seus estudos em áreas naturais. Verifica-se, contudo, que o número de indivíduos pertencentes à
regeneração natural dos reflorestamentos mistos com espécies arbóreas nativas com o passar dos
anos aumenta nos trabalhos apresentados na Tabela 11.
57
Tabela 11 – Densidade da regeneração natural de espécies arbóreas nas áreas avaliadas e outros
trabalhos
Tipologia Critério de inclusão Densidade
Local Referência
florestal dos indivíduos (ind.ha-1)
altura > 30 cm
Laranjeiras (SP) (1) RM 6 anos 5.816 Este trabalho
CAP < 15 cm
altura > 50 cm
Itaguajé (PR) RM 5 anos 0 SOUZA (2000)
CAP < 15 cm
Santa Cruz das
RM 6 anos altura 0,3 – 1,3 m 3.050 SORREANO (2002)
Palmeiras (SP)
Iracemapólis (SP) RM 9 anos altura 0,3 – 1,3 m 6.010 SORREANO (2002)
Piracicaba (SP) RM 10 anos altura 0,3 – 2 m 17.600 SIQUEIRA (2002)
Tarumã (SP) RM 10 anos altura > 50 cm 4.075 SILVEIRA (2004)
altura > 50 cm
Primavera (SP) RM 10 anos 6.499 SOUZA (2000)
CAP < 15 cm
altura > 30 cm
Itaguajé (PR) RM 11 anos 6.759 Este trabalho
CAP < 15 cm
Iracemapólis (SP) RM 14 anos altura 0,3 – 2 m 6.800 SIQUEIRA (2002)
altura > 30 cm
Primavera (SP) RM 16 anos 10.531 Este trabalho
CAP < 15 cm
Cândido Mota DURIGAN e DIAS
RM 17 anos altura 0,5 – 2 m 140.650
(SP) (1990)
38.500
Floresta Natural altura > 10 cm
Mogi-Guaçu (SP) 52.500 PASSOS (1998)
(mata ciliar) DAP < 5 cm
64.500
altura > 50cm e < 4 m GROMBONE-
Campinas (SP) Floresta Natural 27.568
CAP < 15cm GUARATINI (1999)
Nota: (1) Reflorestamento misto de espécies arbóreas nativas.
58
2.6.3 Lianas
25
20
Número Total
20
15 13
10 10 9 9
10
5
0
6 anos 11anos 16anos
Áreas
Famílias Espécies
Tabela 12 – Famílias, espécies e síndrome de dispersão das lianas levantadas na área incluindo
todas idades de plantio encontrada no primeiro levantamento (época chuvosa/verão)
e no segundo levantamento (época seca/inverno)
Família / Espécie SD 6 anos 11 anos 16 anos
verão invern verão invern verão invern
Amaranthaceae
Hebanthe paniculata X
Hebanthe sp X
Apocynaceae
Prestonia coalita anemo X X
Aristolochiaceae
Aristolochia paulistana anemo X X X X
Asclepiadaceae
Oxypetalum anemo X X
Asteraceae
Mikania anemo X X X X
Bignoniaceae
Adenocalymma anemo X X
Amphilophium anemo X
Arrabidaea craterofoa anemo X
Arrabidaea conjugata anemo X X
Arrabidaea pulchhra anemo X
Macfadyena mollis anemo X
Macfadyena unguis-cati anemo X X X X
Mansoa dificilis anemo X
Pyrostegia venusta anemo X
Stizophyllum perforatum anemo X
Morfoespécie anemo X X
Convolvulaceae
Merremia anemo X X
Curcubitaceae
Gurania zoo X
Dilleniaceae
Davilla rugosa zoo X
61
19
Número Total 20
15
11
9 9
10 7 8
0
6 anos 11anos 16anos
Áreas
Família Espécies
Tabela 13. Os números para as áreas em processo de restauração avaliadas são muito inferiores
em relação às florestas naturais, mas com estes constata-se a colonização desta forma de vida nas
áreas estudadas.
2.6.4 Epífitas
100%
90%
80%
70%
60%
Indivíduos
0-5 cm
50%
5-10 cm
40% 10 -25 cm
30%
20%
10%
0%
6 anos 11 anos 16 anos
Áreas
100%
90%
80%
70%
60%
Indivíduos
0-5 cm
50% 5-10 cm
10 -25 cm
40%
30%
20%
10%
0%
6 anos 11 anos 16 anos
Áreas
Oligochaeta 6,02%
Coleoptera 12,45%
Formicidae 71,08%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% 55% 60% 65% 70% 75%
Densidade relativa
3,97%
Grupo Taxonômico
Homoptera
Coleoptera 9,64%
Oligochaeta 28,57%
Formicidae 61,62%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% 55% 60% 65%
Densidade relativa
Diplopoda 3,10%
Grupos Taxonômicos
Chilopoda 3,37%
Coleoptera 5,26%
Formicidae 18,76%
Isoptera 49,52%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% 55%
Densidade Relativa
muito semelhante aos desta pesquisa com as devidas ressalvas por tratarem-se de tipologias
florestais diferentes. Merlim (2005) obteve os seguintes índices de diversidade para mata nativa
de araucária 1,64 / 1,65 (época seca/chuvosa), introduzida 1,35 / 1,30 (época seca/chuvosa) e
impactada pelo fogo 1,02 / 1,91 (época seca/chuvosa). O mesmo pode-se dizer para o segundo
levantamento que será apresentado adiante na Tabela 18.
A maior fertilidade do solo (Anexo D) nas parcelas das áreas em processo de restauração
mais novas (11 e 6 anos) aparentemente não influenciou diretamente a riqueza e abundância dos
macroinvertebrados do solo amostrados neste primeiro levantamento (Tabela 15).
Nas áreas mais antigas acredita-se que a qualidade e quantidade da serapilheira, que é um
dos fatores mais importantes na composição e abundância da macrofauna, fornecidas pelas
espécies arbóreas e lianas, supõe-se que propicia uma maior diversidade da fauna do solo. Como
na pesquisa de Barros (2003) em plantios agroflorestais em áreas de pastos abandonados em que
encontrou-se um maior número de grupos da macrofauna quando o sistema agroflorestal
analisado era mais diversificado, isto é, a provisão de habitats e alimentos em sistemas
diversificados podem favorecer os invertebrados do solo. Assim, a diversidade das espécies de
plantas pode ser um componente importante para determinar a qualidade do recurso e
conseqüente colonização da comunidade da macrofauna edáfica.
Os grupos mais representativos das três áreas foram Formicidae, Oligochaeta e Coleoptera
(larvas). Observa-se na Tabela 19 que outros trabalhos realizados com a macrofauna edáfica em
diversas tipologias florestais que os grupos mais representativos em sua maioria são os
Formicidae e Oligochaeta.
O grupo Oligochaeta, formado pelas minhocas, merece destaque por ser considerado um
dos mais importantes grupos de animais do solo (LOPES ASSAD, 1997). O fato dos solos, das
áreas avaliadas, possuírem pH > 5 (Anexo D), pode ter contribuído para a dominância deste
grupo. Pois segundo Lee (1985), geralmente estes são ausentes ou raros em solos com um pH < 4
e baixas concentrações de cálcio no solo podem impedir a sobrevivência e a abundância destes
animais.
Alguns autores (STORK e EGGLETON, 1992; LAVELLE, 1996) têm nomeado o grupo
de invertebrados composto pelas minhocas e os insetos sociais (cupins e formigas) como
“engenheiros do ecossistema” que podem facilitar significativamente o funcionamento do solo ao
privilegiar estes locais com a funcionalidade de seus processos básicos como a infiltração da água
73
80
70
60
50 6 anos
(%)
40 11 anos
30 16 anos
20
10
0
Sociais Fitófagos Saprófagos Predadores Outros
Grupos
Grupo funcional
Quanto aos grupos funcionais, fica evidente (Figura 28) para este levantamento que a
proporção de Predadores e Saprófagos é mais significante nas áreas com 11 e 16 anos do que na
área com 6 anos. O grupo funcional dos sociais é predominante em todas as áreas, o número de
indivíduos do grupo dos insetos sociais é sempre mais elevado quando comparado aos outros
74
grupos; pois são invertebrados que formam padrões agregados (BERNADI, 1994). Isto está
comprovado na Tabela 19, tanto em florestas naturais como em áreas antropizadas.
A Tabela 17 apresenta a densidade média e erro padrão para os grupos taxonômicos e o
total de indivíduos da macrofauna edáfica no segundo levantamento na época seca/inverno nos
meses de agosto e setembro de 2004, nas três áreas em processo de restauração avaliadas.
Isoptera 1,91%
Grupo Taxonômico
Heteroptera 2,03%
Coleoptera 6,69%
Oligochaeta 14,62%
Formicidae 69,67%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% 55% 60% 65% 70%
Densidade Relativa
Chilopoda 5,70%
Grupo Taxonômico
Homoptera 8,83%
Coleoptera 15,24%
Oligochaeta 16,24%
Formicidae 42,59%
Densidade Relativa
Chilopoda 4,49%
Grupos Taxonômicos
Coleoptera 8,69%
Oligochaeta 12,61%
Formicidae 57,24%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% 55% 60% 65%
Densidade Relativa
80
70
60
50 6 anos
(%)
40 11 anos
30 16 anos
20
10
0
Sociais Fitófagos Saprófagos Predadores Outros
Grupos
Grupo Funcional
grupo muito representativo, pois realiza interação com espécies leguminosas que são abundantes
em todos os plantios avaliados.
Considerando os grupos funcionais, também independente da época do ano avaliada, os
predadores (Arachnida e Chilopoda) a densidade foi menor no plantio mais novo e maior nos
mais antigos. O grupo Chilopoda é formado por invertebrados descritos como carnívoros, quase
exclusivamente predadores, embora ocasionalmente possam alimentar-se de material vegetal em
decomposição (COLEMAN e CROSSLEY, 1996). Esse resultado pode significar uma maior
estruturação da teia alimentar do solo, mostrando uma evolução da complexidade dessa
comunidade.
Estes resultados ilustram a importância da cobertura florestal formada pelas florestas
implantadas, que fornecem maior cobertura e disponibilidade de matéria orgânica para o
estabelecimento da diversidade da fauna do solo em áreas anteriormente degradadas. Provando
que estes fatores disponibilizam nutrientes e microclimas favoráveis para recolonização da
comunidade da macrofauna edáfica (TIAN et al., 1997)
O levantamento da macrofauna do solo é um dos meios que possibilita a verificação do
estado geral em relação ao ambiente edáfico e vegetal. O aumento de sua diversidade que
observamos neste estudo, provavelmente significa que a área restaurada está direcionando-se ao
equilíbrio dinâmico, comum aos ecossistemas naturais.
Tabela 19 – Exemplos de levantamento da macrofauna edáfica
(continua)
Florestas Formicidae Isoptera Oligochaeta Outros Macrofauna Solo Fonte
Icoaraci (PA) 2.394 1.834 - 2478 6.706 LA Bandeira e Souza (1982)
Carajás(PA) 3.760 1.063 Io 6.519 11.342 LA Bandeira e Souza (1988)
Linhares(ES) 2.112 46 Nq 2.042 4.200 PVA Correia (1994)
Ilha Grande(RJ) 2.395 10 Nq 1.585 3.990 Cambissolo Silva (1998)
Yurimagas (Peru)
-Floresta Primária 555 3.240 120 388 4.303 ultisols Lavelle e Pashanasi (1989)
-Floresta Secundária 290 3.570 85 154 4.099 ultisols Lavelle e Pashanasi (1989)
Maricá (RJ)-Restinga 311 1.151 Nq 579 2.041 Podzol Oliveira (1997)
Floresta Semidecidual 311 - 22 174 485 NV Ducatti (2002)
Secundária (Botucatu / SP)
Floresta de Araucária 756 474 5 532 1.317 LVA Merlim (2005)
Plantios Arbóreos
Araucária 333 340 8 953 1.333 LA Merlim (2005)
Pinus caribea (PA) 2.992 42 - 2.439 5.473 LA Bandeira e Souza (1982)
Plantio Misto de Espécies
Arbóreas Botucatu (SP)
Semeadura Direta 235 182 Nq 121 632 NV Ducatti (2002)
Taungya 129 280 23 32 524 NV Ducatti (2002)
Pioneira / Tardia 53 8 235 0 295 NV Ducatti (2002)
81
83
82
83
3 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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Institute of Tropical Forestry, s.d. v. 1 331p.
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methods. UNESCO MAB-USB. Wallingford, UK: CAB International, 1993. 221 p.
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na Amazônia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, n.114, p.1-13, 1982.
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ANEXOS
100
ANEXO B – Lista das espécies plantadas amostradas do estrato arbóreo, incluindo todas as
idades de plantio. (espécies com CAP > 15 cm); GE: Grupo Ecológico; P (Pioneira); SI
(Secundária Inicial); ST (Secundária Tardia)
(Continua)
Família / Espécie GE 6 anos 11 anos 16 anos
Anacardiaceae
Astronium graveolens C X
Myracrodruon urundeuva C X
Schinus terebinthifolius P X X
Tapira guianensis SI X
Apocynaceae
Tabernaemontana hystrix SI X
Araliaceae
Didymopanax morototonii ST X
Arecaceae
Acrocomia aculeata P X
Bignoniaceae
Sparattosperma leucanthum X
Tabebuia heptaphyla ST X X
Tabebuia impetiginosa ST X X
Bombacaceae
Chorisia speciosa C X
Boraginaceae
Cordia ecalyculata SI X X
Cordia trichotoma ST X
Patagonula americana ST X
Caesalpinaceae
Hymenaea courbaril ST X
Peltophorum dubium SI X X X
Pterogyne nitens SI X X
Caricaceae X
Jacaratia spinosa C X
Cecropiaceae
Cecropia pachystachya P X X X
103
Abaixo os resultados da análise de solo das parcelas 1, 4 e 5 que estão situadas na ACA
Taquaruçu - Laranjeiras com idade de 6 anos.
Abaixo os resultados da análise de solo das parcelas 2, 3 e 6 que estão situadas na ACA
Nova – Pontal com idade de 16 anos.
P1 33 37 5,9 5,1 97 29 26 0,4 131 157 84 0,3 1 0,47 13,5 38 22,6 8,5
P4 24 35 5,9 5,3 98 22 21 0,5 125 145 86 0,4 5 0,50 14,6 31 23,7 11,4
P5 27 37 6,2 1,1 112 23 15 0,4 136 151 90 0,3 4 0,51 6,2 18 13,8 8,3
Extratores: M.O: Oxi-Red.; SB (Soma de Bases), T (capacidade de Troca Catiônica);V (Saturação de Bases)
Extratores: M.O: Oxi-Red.; SB (Soma de Bases), T (capacidade de Troca Catiônica);V (Saturação de Bases)
Extratores: M.O: Oxi-Red.; SB (Soma de Bases), T (capacidade de Troca Catiônica);V (Saturação de Bas
107