Peças Civil
Peças Civil
Peças Civil
Direito Civil
Peça Profissional
Joana adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel em uma das
concessionárias da sociedade empresária Carros S.A., com pagamento parcelado, e a
sociedade empresária passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor pactuado para cada
parcela, o que ficou comprovado pela simples análise dos contratos e dos seus extratos
bancários, com o débito dos valores em triplo.
Joana tentou resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, mas o
funcionário da concessionária apenas afirmou que poderia ter ocorrido um erro no
sistema, sem dar qualquer justificativa razoável, e afirmou que não havia o que fazer
para corrigir a cobrança.
Joana então procurou você, como advogado(a), para ajuizar ação em face da sociedade
empresária Carros S.A. com pedidos de obrigação de não fazer, para que a sociedade
parasse de realizar as cobranças em excesso, e condenatório, para devolução em dobro
dos valores cobrados em excesso, com atualização monetárias e juros legais, e para
indenização por danos morais pelos transtornos causados a Joana.
Distribuída a ação para uma das varas cíveis da Comarca de São Paulo, houve
contestação pela Carros S.A. apenas informando que havia agido corretamente, e o
pedido foi julgado improcedente. Não houve recurso, e o trânsito em julgado da
sentença ocorreu em 19/02/2019.
Algumas semanas depois, você e Joana tomaram conhecimento de que o juiz, que
prolatou a sentença, era casado com a advogada que assinou a contestação e única
advogada constituída pela Carros S.A. no referido processo. Agora, pretendem
novamente discutir a questão em juízo, para que haja reanálise dos mesmos pedidos
formulados e julgados improcedentes, porque as cobranças ainda estão sendo realizadas,
em excesso.
Na condição de advogado(a) de Joana, elabore a peça processual cabível para a defesa
dos interesses de sua cliente, indicando seus requisitos e fundamentos, assim como a
data limite para o ajuizamento, nos termos da legislação vigente.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE
DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO-SP
JOANA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº... e inscrita no
CPF sob o nº..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliada no endereço...,
cidade..., estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador conforme procuração
anexa, vem perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 318 e seguintes,
combinados com o artigo 966, inciso II, todos do Código de Processo Civil, propor a
presente
AÇÃO RESCISÓRIA
em face de CARROS S.A, pessoa jurídica de direito privado, registrada no CNPJ nº,
com sede no endereço..., cidade..., estado..., CEP..., pelos motivos de fato e de direito
a seguir aduzidos
I - Da tempestividade
A presente demanda está sendo ajuizada de forma tempestiva, antes de 19 de fevereiro
de 2021, com respaldo no prazo decadencial de 2 anos contados a partir do trânsito em
julgado da sentença atacada que ocorreu em 19 de fevereiro de 2019, a luz do caput do
art. 975 do CPC.
II - Dos fatos
A Requerente adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel em uma das
concessionárias da sociedade empresária Carros S.A, mediante pagamento parcelado,
e a respectiva sociedade empresária começou a debitar mensalmente o triplo do valor
pactuado para cada parcela, devidamente comprovado na simples análise dos contratos
e extratos bancários.
Dessa forma, a mesma ajuizou ação em face da sociedade empresária Carros S.A com
pedidos de obrigação de não fazer, para que a sociedade parasse de realizar cobranças
em excesso, e que devolvesse em dobro os valores cobrados em excesso, com
atualização monetária e juros legais, bem como indenização por danos morais pelos
danos causados a Requerente.
A ação fora distribuída e houve contestação pela sociedade, apenas informando que
havia agido corretamente, e o pedido foi julgado improcedente, não havendo nenhum
recurso. Posteriormente ao trânsito em julgado, a Requerente tomou conhecimento de
que o juiz que prolatou a sentença era casado com a advogada que assinou a
contestação no referido processo.
III - Do cabimento
A Requerente tomou conhecimento, após o trânsito em julgado da aludida sentença,
que o magistrado era casado com a advogada que assinou a contestação em nome da
Requerida sendo, inclusive, a única patrona do processo em discussão.
IV - Do direito
É plenamente possível caracterizar a Requerente como consumidora, nos termos do
art. 2º e seguintes do Código de Defesa do Consumidor. Dessa forma, o valor que
continua sendo cobrado pela Requerida é excessivo e incongruente da previsão
contratual pactuado entre as partes, conforme prova documental acostada. Nesse
liame, pela simples análise do contrato e dos extratos bancários da Requerente,
confirma-se que existem débitos excessivos e indevidos de sua conta corrente.
V - Dos pedidos
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:
a) A rescisão da sentença transitada em julgado, considerando a tempestividade da
presente demanda e o cabimento do pedido rescisório nos termos do inciso III,
art. 966 e inciso III, art. 144, ambos do CPC;
Local, xx de xx de 2019
Assinatura do advogado
OAB/UF XXXXXX
2
Direito Civil
XXVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2019.1) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 05/05/2019
Peça Profissional
Julia dirigia seu veículo na Rua 001, na cidade do Rio de Janeiro, quando sofreu uma
batida, na qual também se envolveu o veículo de Marcos. O acidente lhe gerou danos
materiais estimados em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), equivalentes ao conserto de
seu automóvel. Marcos, por sua vez, também teve parte de seu carro destruído, gastando
R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para o conserto.
Diante do ocorrido, Julia pagou as custas pertinentes e ajuizou ação condenatória em
face de Marcos, autuada sob o nº 11111111111 e distribuída para a 8ª Vara Cível da
Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de obter indenização
pelo valor equivalente ao conserto de seu automóvel, alegando que Marcos teria sido
responsável pelo acidente, por dirigir acima da velocidade permitida. Julia informou, em
sua petição inicial, que não tinha interesse na designação de audiência de conciliação,
inclusive porque já havia feito contato extrajudicial com Marcos, sem obter êxito nas
negociações. Julia deu à causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais).
Marcos recebeu a carta de citação do processo pelo correio, no qual fora dispensada a
audiência inicial de conciliação, e procurou um advogado para representar seus
interesses, dado que entende que a responsabilidade pelo acidente foi de Julia, que
estava dirigindo embriagada, como atestou o boletim de ocorrência, e que ultrapassou o
sinal vermelho. Entende que, no pior cenário, ambos concorreram para o acidente,
porque, apesar de estar 5% acima do limite de velocidade, Julia teve maior
responsabilidade, pelos motivos expostos. Aproveitando a oportunidade, Marcos
pretende obter de Julia indenização em valor equivalente ao que dispendeu pelo
conserto do veículo. Marcos não tem interesse na realização de conciliação.
Na qualidade de advogado(a) de Marcos, elabore a peça processual cabível para
defender seus interesses, indicando seus requisitos e fundamentos, nos termos da
legislação vigente. Considere que o aviso de recebimento da carta de citação de Marcos
foi juntado aos autos no dia 04/02/2019 (segunda-feira), e que não há feriados no mês
de fevereiro.
AO JUÍZO DA 8º VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
Processo nº 11111111111
MARCOS, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito na cédula de
identidade RG nº... e CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado
no endereço completo, por seu advogado devidamente constituído consoante
procuração anexa (Doc.X), que recebe intimação em seu escritório sediado no
endereço completo, vem à presença de Vossa Excelência com fundamento nos
artigos 335 e 343 do Código de Processo Civil, apresentar a presente
II – PRELIMINAR
A – IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA
Existe uma incorreção quanto ao valor da causa arguido na exordial, no qual a Autora
aponta o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), à luz do art. 337, III, do CPC. Dessa forma,
o valor não está consoante aos ditames legais, sendo que o artigo 292, V do Código de
Processo Civil aduz que ações indenizatórias devem atribuir valor da causa no
montando pleiteado, no qual corresponde neste caso concreto a R$ 40.000,00
(quarenta mil reais), e nas razões de intimar a Autora para recolhimento das custas
complementares, conforme § 3º do art. 292 do CPC.
IV - DOS DIREITOS
Em face dos fatos relatados, é imperativo ressaltar que inexiste responsabilidade civil
pelo Requerente, conforme preconiza o art. 186 do Código Civil, visto que em
nenhum momento praticou ato ilícito que ocasionasse danos a Requerida e,
consequentemente, gerasse o dever de indenizar, a luz do art. 927 do mesmo Diploma
Legal.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto
com a do autor do dano.
V- DA RECONVENÇÃO
A responsabilidade da Requerida é patente, reiterando que houveram danos materiais
sofridos no sumpto de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) contra o Requerente, no qual o
montante fora usado para o conserto do veículo. Portanto, não restam dúvidas acerca
do dever indenizatório da reconvinda, em face do ato ilícito por dirigir embriagada,
bem como atravessar sinal vermelho, nos termos do caput do artigo 944 do Código
Civil.
VI – DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
Assinatura do advogado
OAB/UF XXXXXX
3
Direito Civil
XXVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2018.2) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 16/09/2018
Peça Profissional
Aline é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, residindo no
imóvel há cerca de 5 anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno
pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, Aline precisou fazer uma viagem de
emergência para o interior de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se encontrava
gravemente doente, com previsão de retornar dois meses depois a São Paulo. Aline
comentou a viagem com vários vizinhos, dentre os quais, João Paulo, Nice, Marcos e
Alexandre, pedindo que “olhassem” o imóvel no período.
Ao retornar da viagem, Aline encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que
nele ingressaram para fixar moradia, acreditando que Aline não retornaria a São Paulo.
No período, João Paulo e Nice danificaram o telhado da casa ao instalar uma antena
“pirata” de televisão a cabo, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade,
provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00
(seis mil reais). Além disso, os ocupantes vêm colhendo e vendendo boa parte da
produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00
(dezenove mil reais) até a data em que Aline, 15 dias após tomar ciência do ocorrido,
procura você, como advogado.
Na qualidade de advogado(a) de Aline, elabore a peça processual cabível voltada a
permitir a retomada do imóvel e a composição dos danos sofridos no bem.
Considerando que ocorreu esbulho possessório, na forma do Art. 1.210 do CC, deve ser
proposta Ação de Reintegração de Posse. Como o esbulho ocorreu há menos de ano e
dia da propositura da demanda (Art. 558 do CPC), pois Aline tomou conhecimento do
esbulho dentro deste prazo, deve ser requerida a adoção do procedimento previsto no
Art. 560 e seguintes do CPC.
A peça deve ser endereçada a um dos juízos cíveis da Comarca de São Paulo,
considerando a competência absoluta do foro de situação do imóvel para a ação
possessória imobiliária (Art. 47, § 2º, do CPC).
Deve ser requerida, além da reintegração de posse, a condenação dos réus ao pagamento
de indenização por perdas e danos e pelos frutos colhidos, na forma do Art. 1.216 e do
Art. 1.218, ambos do CC, considerando a caracterização da posse como posse de má-fé.
Tal cumulação objetiva é possível com fulcro no Art. 555, caput, incisos I e II, do
CPC/15.
O valor da causa deve corresponder a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), nos termos
do Art. 292, inciso VI, do CPC.
Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB.
Explicação:
Dyego Moreira
OAB/RJ 218458
4
Direito Civil
XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2018.1) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 24/06/2018
Peça Profissional
Luísa dos Santos Bastos, nascida em 01/01/2010, domiciliada na cidade Alfa, é filha de
Maria dos Santos e de Paulo Bastos. A avó paterna, Alice Bastos, goza de confortável
situação patrimonial e mora na cidade Delta. Todos os demais avós faleceram antes de
Luísa nascer. Maria dos Santos e Paulo Bastos se divorciaram em 04/07/2013, e ficou
ajustado que o pai pagaria pensão alimentícia a Luísa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil
reais), o que fez até o dia da sua morte, em 25/08/2015.
Paulo Bastos não deixou bens a partilhar, de modo que Luísa nada recebeu de herança.
Sem condições de arcar sozinha com a manutenção e educação da filha, já que recebe
apenas um salário mínimo nacional de remuneração por mês – valor absolutamente
insuficiente para arcar com as necessidades da menor –, Maria dos Santos procura você,
como advogado(a), e pergunta o que pode ser feito em relação ao sustento da criança.
Na qualidade de advogado(a) de Maria dos Santos, elabore a peça processual cabível
para a tutela dos interesses da filha desta, que pretende haver R$ 1.500,00 (mil e
quinhentos reais) a título de alimentos.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DE
FAMÍLIA DA COMARCA DE ALFA
com pedido de tutela provisória de urgência antecipada incidental (inaudita altera pars)
a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, uma vez que a autora é hipossuficiente
e não tem condições de arcar com os custos do processo.
Direito Civil
XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2018.1) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 10/06/2018
Peça Profissional
Em uma determinada ação indenizatória que tramita na capital do Rio de Janeiro, o
promitente comprador de um imóvel, Serafim, pleiteia da promitente vendedora,
Incorporadora X, sua condenação ao pagamento de quantias indenizatórias a título de (i)
lucros cessantes em razão da demora exacerbada na entrega da unidade imobiliária e (ii)
danos morais. Todas as provas pertinentes e relevantes dos fatos constitutivos do direito
do autor foram carreadas nos autos.
Na contestação, a ré suscitou preliminar de ilegitimidade passiva, apontando como
devedora de eventual indenização a sociedade Construtora Y contratada para a execução
da obra. Alegou, no mérito, o descabimento de danos morais por mero inadimplemento
contratual e, ainda, aduziu que a situação casuística não demonstrou a ocorrência dos
lucros cessantes alegados pelo autor.
O juízo de primeira instância, transcorridos regularmente os atos processuais sob o rito
comum, acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva.
Da sentença proferida já à luz da vigência do CPC/15, o autor interpôs recurso de
apelação, mas o acórdão no Tribunal de Justiça correspondente manteve integralmente a
decisão pelos seus próprios fundamentos, sem motivar específica e casuisticamente a
decisão.
O autor, diante disso, opôs embargos de declaração por entender que havia omissão no
Acórdão, para préquestionar a violação de norma federal aplicável ao caso em tela. No
julgamento dos embargos declaratórios, embora tenha enfrentado os dispositivos legais
aplicáveis à espécie, o Tribunal negou provimento ao recurso e também aplicou a multa
prevista na lei para a hipótese de embargos meramente protelatórios.
Na qualidade de advogado(a) de Serafim, indique o meio processual adequado para a
tutela integral do seu direito em face do acórdão do Tribunal, elaborando a peça
processual cabível no caso, excluindo-se a hipótese de novos embargos de declaração,
indicando os seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente.
APELAÇÃO CÍVEL Nº:
RECORRENTE: SERAFIM
RECORRIDA: INCORPORADORA X
SERAFIM, apelante nos autos da Apelação Civel em que figura como Apelada
INCORPORADORA X, inconformada com o r. Acórdão que negou provimento ao
recurso de apelação, vem perante V. Exa. Interpor o presente RECURSO ESPECIAL o
que faz com fundamento no artigo 105, III, alíneas a e c, da Constituição Federal e do
artigo 1029 do CPC 2015, requerendo seja o mesmo recebido, processado e admitido,
determinando-se sua remessa ao Colendo Superior Tribunal de Justiça para apreciação e
julgamento.
Local Data
OAB nº
Assinatura do Advogado
RECORRENTE: SERAFIM
RECORRIDA: INCORPORADORA X
Colenda Turma,
Eméritos Ministros
MÁXIMA VENIA, o V. Acórdão recorrido merece integral reforma, eis que infringiu
dispositivos de leis federais.
1.a) DA TEMPESTIVIDADE
Interposição no prazo de 15 dias (0,10), na forma do Art. 1003, § 5º, do CPC/15
(0,10). 0,00/0,10/0,20
Nos termos do artigo 1003, parágrafo 5º do CPC 2015, o prazo para interpor o presente
recurso é de 15 dias. Dessa forma considerando que a decisão fora publicada no dia
XXX e tendo sido o advogado recorrente intimado da mesma nesta data,
reconhecidamente o recurso é tempestivo e merece acolhimento.
1.c) DO CABIMENTO
1. Decisão advinda de Tribunal (0,20) e decisão proferida em última instância
(0,20) 0,00/0,20/0,40
2. Requisito específico de violação à Lei Federal (0,40) 0,00/0,40
3. Fundamento legal: Art. 105, inciso III, alínea a, da CRFB/88 OU art. 1029
do CPC/15 (0,10).
Obs.: A pontuação do fundamento legal somente será considerada se
mencionado qualquer dos itens acima que tratam do cabimento. 0,00/0,10
Isto posto, à luz do que dispõe o artio 105, III a e c da CF/88 e também do que está
esculpido no artigo 1029, II do CPC/2015
1.d) DO PREQUESTIONAMENTO
Prequestionamento realizado pela via dos Embargos de Declaração (0,50), nos
termos do Art. 1.025 do CPC/15 (0,10). 0,00/0,50/0,60
II – DO DIREITO
Ilegitimidade passiva da incorporadora imobiliária, visto que é ela responsável
solidária pelos danos ocasionados, na forma do Art. 25, § 1º, do Código de Defesa do
Consumidor, do Art. 942 do Código Civil ou do Art. 30 da Lei nº 4.591/64.
II.a) O acórdão ao acolher a ilegitimidade passiva da incorporadora X, infringiu as
normas constantes nos artigos 942 do CC 2002 e os artigos 7 parágrafo único, bem
como o 25 parágrafo 1º ambos do CDC, visto que é ela a RECORRIDA responsável
solidária pelos danos causados ao RECORRENTE.
III - PEDIDOS
Fechamento (0,10)
Local, data,
assinatura
OAB.
6
Direito Civil
XXIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2017.3) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 21/01/2018
Peça Profissional
Marilene procura você, como advogado(a), assustada, porque, há duas semanas, recebeu
a visita de um Oficial de Justiça, que entregou a ela um Mandado de Citação e
Intimação. O Mandado refere-se à ação de execução de título extrajudicial ajuizada por
Breno, distribuída para a 1ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo,
em que é pretendida a satisfação de crédito de R$ 15.000,00 (quinze mil reais),
consubstanciado em instrumento particular de confissão de dívida, subscrito por
Marilene e duas testemunhas, e vencido há mais de um mês.
Breno indicou à penhora valores que Marilene tem em três contas bancárias, um carro e
o imóvel em que reside com sua família. Alegou ainda que a executada estaria buscando
desfazer-se dos bens, razão pela qual o juízo deferiu de plano a indisponibilidade dos
ativos financeiros de Marilene pelo sistema eletrônico gerido pela autoridade
supervisora do sistema financeiro nacional. Pelo andamento processual no sítio do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, você verifica que o mandado de citação e
intimação positivo foi juntado aos autos há dois dias.
Marilene, muito nervosa, relata que manteve relacionamento com Breno, durante o qual
ele insistiu que ela assinasse alguns papéis, informando se tratar de documentos
necessários para que ele pudesse receber um benefício previdenciário acumulado. Ela,
sem muito estudo, assinou, acreditando estar apenas declarando que ele, Breno, ainda
não tinha recebido R$ 15.000,00 (quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus frente ao
INSS. Informa, inclusive, que uma das pessoas que assinou como testemunha é uma
vizinha sua, que sabe que ele a induziu a acreditar que estava assinando apenas uma
declaração para que ele obtivesse o benefício. Esclarece que, quando o relacionamento
acabou, Breno se tornou agressivo e afirmou que tomaria dela as economias que sabia
ter em uma poupança, mas, na época, ela achou que era uma ameaça vazia de um
homem ressentido.
Ela está especialmente preocupada em resguardar sua moradia e os valores que tem em
uma de suas contas bancárias, que é uma poupança, que se tornou fundamental para a
subsistência da família, já que sua mãe está se submetendo a um tratamento médico que
pode vir a demandar a utilização dessas economias, informando que, em caso de
necessidade, preferia ficar sem o carro que sem o dinheiro. Gostaria, todavia, de
impugnar o processo executivo como um todo, para não mais sofrer nas mãos de Breno.
Na qualidade de advogado(a) de Marilene, elabore a defesa cabível voltada a impugnar
a execução que foi ajuizada, desconsiderando a impugnação prevista no Art. 854, § 3º,
do CPC/15.
EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CÍVEL
DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO-SP.
(10 Linhas)
Importante, também informar a Vossa Excelência que a Embargante não possui muito
estudo, e com isso, assinou, acreditando estar apenas declarando que o embargado
ainda não tinha recebido R$ 15.000,00 (quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus
frente ao INSS.
Oportuno, ainda, pontuar que, inclusive, uma das pessoas que assinou como
testemunha é uma vizinha sua, que sabe que o embargado induziu, por ora embargante
acreditou que estava assinando apenas uma declaração para que ele obtivesse o
benefício.
II-DO DIREITO
Uma vez a embargante ter assinado, o suposto título executivo extrajudicial,
acreditando estar declarando que o embargado ainda nao tinha recebido R$ 15.000,00
(quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus junto ao INSS, mas que na verdade
estava assinando uma confissão de dívida, com fulcro no artigo 917, inciso I,
do código processual civil, deve ocorrer a DESCONSTITUIÇÃO DO TÍTULO
EXECUTIVO, pois a embargante foi induzida a erro pelo embargado, que cometeu
dolo para obter o título executivo da embargante, nos termos do artigo 145 do código
civil, em virtude de se basear em NEGÓCIO JURÍDICO VICIADO.
Assim deve ocorrer a extinção do mesmo e a consequente desconstituição do título
executivo e, com isso, a liberação de todos os bens que foram penhorados da
embargante.
Saliento ainda, perante Vossa Excelência, que nos termos do artigo 833, inciso X com
cumulado o artigo 917, inciso II e VI, ambos do Código Processual Civil, este d.juízo
deve reconhecer a impenhorabilidade dos valores depositados na conta poupança da
embargante até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, bem como, nos termos do
artigo 1º da Lei 8.009/90, deve ocorrer a DESCONSTITUIÇÃO DA PENHORA
DO IMÓVEL, ua vez que a embargante reside no mesmo com sua família e, portanto,
trata-se de bem de família.
Por fim, ressalto ainda que, nos termos do artigo 919, parágrafo 1º, do código
processual civil, a concessão da SUSPENSÃO DO PROCESSO EXECUTIVO, uma
vez, restar demonstrados os requisitos para a concessão da tutela provisória,
decorrentes da necessidade dos valores para o tratamento médico da mãe da
embargante, bem como a execução já está garantida por penhora.
III- DO PEDIDO
Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:
A-) o acolhimento de concessão do efeito suspensivo nos embargos, conforme o
artigo 919, § 1º do CPC/2015;
B-) a procedência de todos os pedidos elencados para anular o negócio jurídico, bem
como a desconstituição do título executivo e, consequentemente a liberação de todos
os bens penhorados da embargante, conforme os artigos 833, inciso X, 917,
inciso I, II e VI do CPC/2015, artigo 145 do CC/2002 e o artigo 1º da Lei nº 8.009/90;
Termos em que,
P. deferimento
Advogado
OAB/
7
Direito Civil
XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2017.1) Definitivo
FGV - Prova aplicada em 28/05/2017
Peça Profissional
A editora Cruzeiro lançou uma biografia da cantora Jaqueline, que fez grande sucesso
nas décadas de 1980 e 1990, e, por conta do consumo exagerado de drogas, dentre
outros excessos, acabou por se afastar da vida artística, vivendo reclusa em uma chácara
no interior de Minas Gerais, há quase vinte anos.
Poucos dias após o início da venda dos livros, e alguns dias antes de um evento nacional
organizado para sua divulgação, por meio de oficial de justiça, a editora foi citada para
responder a uma ação de indenização por danos morais cumulada com obrigação de
fazer, ajuizada por Jaqueline. No mesmo mandado, a editora foi intimada a cumprir
decisão do Juízo da 1ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, que
deferiu a antecipação de tutela para condenar a ré a não mais vender exemplares da
biografia, bem a recolher todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos de
venda e ainda não tivessem sido comprados, no prazo de setenta e duas horas, sob pena
de multa diária de cinquenta mil reais.
A decisão acolheu os fundamentos da petição inicial, no sentido de que a obra revela
fatos da imagem e da vida privada da cantora sem que tenha havido sua autorização
prévia, o que gera lesão à sua personalidade e dano moral, nos termos dos artigos 20 e
21 do Código Civil, e que, sem a imediata interrupção da divulgação da biografia, essa
lesão se ampliaria e se consumaria de forma definitiva, revelando o perigo de dano
irreparável e o risco ao resultado útil do processo.
A editora procura você como advogado(a), informando que foi intimada da decisão há
três dias (mas o mandado somente foi juntado aos autos no dia de hoje) e que pretende
dela recorrer, pois entende que não se justifica a censura à sua atividade, por tratar-se de
informações verdadeiras sobre a vida de uma celebridade, e afirma que o recolhimento
dos livros lhe causará significativos prejuízos, especialmente com o cancelamento do
evento de divulgação programado para ser realizado em trinta dias.
Na qualidade de advogado(a) da editora Cruzeiro, elabore o recurso cabível voltado a
impugnar a decisão que deferiu a antecipação da tutela descrita no enunciado, afastados
embargos de declaração.
Por seu turno, conforme procuração acostada aos autos, informa que o patrono da
Agravada é o advogado ..., OAB n..., ...,, com escritório profissional no endereço...
b. CABIMENTO
Nestes autos, a intimação da decisão ora vergastada deu-se no dia de hoje, com a
juntada aos autos do mandado de intimação; manifesta, portanto, a tempestividade
deste recurso, nos termos do artigo 231, inciso II, CPC.
d. PEÇAS ESSENCIAIS
RAZÕES DE AGRAVO
Agravante: EDITORA CRUZEIRO
Agravada: JAQUELINE
Processo n. ...
Juízo a quo: 1.ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo
Nobres Julgadores.
O brilhantismo que sempre permeia as decisões proferidas pelo MM. Juiz a quo exige
que se peça vênia para discordar da que emitiu no feito original.
Ver-se-á, porém, que no caso em tela o i. Magistrado não agiu com o costumeiro
acerto, razão do presente recurso, que haverá de ser admitido e, ao final, provido, em
respeito aos dispositivos legais aplicáveis ao caso e à jurisprudência pátria há muito
firmada sobre o tema.
1. SÍNTESE FÁTICA
Importa frisar, a bem do justo entendimento dos fatos narrados, que a Agravante foi
uma cantora que fez grande sucesso nas décadas de 1980/1990, sendo que, por conta
do consumo exagerado de drogas, dentre outros excessos, acabou por se afastar da
vida artística, vivendo reclusa em uma chácara no interior de Minas Gerais, há quase
vinte anos, fatos estes constantes da biografia lançada pela Editora-Agravante, cerne
da questão sub judice.
A Agravante alega que a obra revela fatos da sua imagem e da sua vida privada, sem
que tenha havido sua autorização prévia, o que lesionaria sua personalidade,
causando-lhe dano moral, e que, sem a imediata interrupção da divulgação da
biografia, essa lesão se ampliaria e se consumaria de forma definitiva, aduzindo então
o perigo de dano irreparável e o risco ao resultado útil do processo.
O D. Juízo “a quo” acatou a argumentação da Agravada e concedeu-lhe a antecipação
de tutela para condenar a Agravante a não mais vender exemplares da biografia, bem a
recolher todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos de venda e ainda não
tivessem sido comprados, no prazo de setenta e duas horas, sob pena de multa diária
de cinquenta mil reais.
Oras, no caso em tela, temos que a Agravante agiu no regular exercício da liberdade
de expressão, nos exatos termos do entendimento da Suprema Corte, que invocou o
artigo 5.º, inciso IX, da Constituição Federal, para decretar a inexigibilidade de
autorização da pessoa biografada, ainda mais considerando-se que se tratam de fatos
verdadeiros e que Jaqueline é pessoa pública, já que artista de grande expressão no
cenário artístico nacional.
Por esta razão, é medida de rigor a reforma da r. decisão de primeira instância, para
permitir a venda da publicação.
3. Dos pedidos
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data
Advogado
OAB...
Direito Civil
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2016.3) FGV - Prova aplicada em
22/01/2017
Peça Profissional
Em junho de 2009, Soraia, adolescente de 13 anos, perde a visão do olho direito após
explosão de aparelho de televisão, que atingiu superaquecimento após permanecer 24
horas ligado ininterruptamente. A TV, da marca Eletrônicos S/A, fora comprada dois
meses antes pela mãe da vítima. Exatos sete anos depois do ocorrido, em junho de 2016,
a vítima propõe ação de indenização por danos morais e estéticos em face da fabricante
do produto.
Na petição inicial, a autora alegou que sofreu dano moral e estético em razão do
acidente de consumo, atraindo a responsabilidade pelo fato do produto, sendo
dispensada a prova da culpa, razão pela qual requer a condenação da ré ao pagamento
da quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de danos morais e R$
50.000,00 (cinquenta mil reais) pelos danos estéticos sofridos.
No mais, realizou a juntada de todas as provas documentais que pretende produzir,
inclusive laudo pericial elaborado na época, apontando o defeito do produto,
destacando, desde já, a desnecessidade de dilação probatória.
Recebida a inicial, o magistrado da 1ª Vara Cível da Comarca Y, determinou a citação
da ré e após oferecida a contestação, na qual não se requereu produção de provas,
decidiu proferir julgamento antecipado, decretando a improcedência dos pedidos da
autora, com base em dois fundamentos:
(i) inexistência de relação de consumo, com consequente inaplicabilidade do Código de
Defesa do Consumidor, pois a vítima/autora da ação já alegou, em sua inicial, que não
participou da relação contratual com a ré, visto que foi sua mãe quem adquiriu o
produto na época; e
(ii) prescrição da pretensão autoral em razão do transcurso do prazo de três anos,
previsto no Art. 206, § 3º, inciso V, do Código Civil.
Na qualidade de advogado(a) de Soraia, elabore a peça processual cabível para a defesa
imediata dos interesses de sua cliente, no último dia do prazo recursal, indicando seus
requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente. Não deve ser considerada a
hipótese de embargos de declaração.
2ª Peça
Razões da Apelação
Apelante: Soraia
Apelado: Eletrônicos S/A
Processo de Origem: XXXXXXXX
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara.
Eméritos Desembargadores,
1-Fatos
Em junho de 2016 a autora, ora apelante propôs ação de indenização por danos morais e
estéticos em razão do acidente de consumo, ocorrido em junho de 2009, atraindo a
responsabilidade pelo fato do produto.
Ainda, no código de defesa do consumidor, em seu arigo 17º, reforça a existência desta
relação consumista ao estabelecer que equiparam-se aos consumidores todas as vítimas
do evento. No caso em questão, ao fato do produto, que teve como consequência o
acidente sofrido pela autora do processo.
Sendo necessário falar ainda que no artigo 12 do código citado acima, trata sobre a
responsabilidade objetiva da ré, independente da existência de culpa, pelo dano causado
em consequência do defeito do produto, que inclusive, foram incluídos aos autos do
processo laudo pericial apontando o defeito do produto, existindo portanto a relação
entre o dano.
2.2 - Prescrição
quanto ao segundo fundamento da sentença, deve-se pretender o afastamento da
prescrição, isso porque não corre prescrição contra absolutamente incapaz de acordo
com o artigo 198, inciso I do código Civil. Do qual anula a tese do juízo a quo que
fundamentou a prescrição prescreve em 3 (três) anos, conforme o artigo 206, § 3º do
Código Civil. Assim como o artigo 3º CC, que relata os absolutamente incapazes de
exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
Deste modo a autora, ora apelante, efetivou- se em 2012, quando a mesma completou
16 (dezesseis) anos, tornando-se relativamente capaz. Dessa forma, a prescrição de sua
pretensão ocorreria apenas em 2017, conforme o artigo 27 do CDC.
3- Pedido
Ante o exposto requer-se:
contrário, o provimento jurisdicional se tornaria ineficaz, já que o processocomo regra
só faz coisa julgada entre as partes (Art. 506 do CPC/15) e o valorque se visa obter está
em poder do segundo réu.Cabe destacar ainda que o débito era pré-existente à remissão
operadae que a fraude quando proveniente de remissão de dívida é presumida, poisresta
inequivocamente caracterizada a má-fé, não havendo que se falar emconluio
fraudulento, tendo em vista o exposto no Art. 158, caput, do CC.Por fim, pugna pela
anulação do negócio celebrado, nos termos do Art.171, inciso II, do CC.DOS
PEDIDOSPor derradeiro vem a requerer:
a) A intimação da parte contraria para que no prazo legalapresente defesa, e que seja designada
desde já audiência deconciliação;b) anulação do negócio celebrado, nos termos do Art.
171,inciso II, do CC;c) condenação em custas e honorários a parte vencida.Termo em que,
pede deferimento.Para meros fins fiscais, dá-se valor a causa de R$35.000,00(trinta e
cinco mil reais).Rio de Janeiro - RJADV-OAB