Adriane Fauth e Márcia Peixoto: Direito Constitucional e Eleitoral
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Márcia Peixoto Eleitoral
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STF
CNJ
O Poder Judiciário é quem deve organizar e fiscalizar as eleições, realizando essa atividade através da Justiça
eleitoral.
A Justiça eleitoral foi criada pelo Decreto n. 21. 076 de 1932, que foi o primeiro Código Eleitoral no Brasil,
sob o governo de Getúlio Vargas e em 1934 passou a constar no texto Constitucional (CF/34).
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A organização e competência dessa Justiça Especializada encontra-se prevista tanto na Constituição Federal
(art. 118 a 121) quanto no Código Eleitoral (Lei 4737/65), especialmente nos artigos 12 a 41. Assim, vamos
analisar as características dessa estrutura judicial:
Dessa forma podemos esquematizar da seguinte forma a estrutura da Justiça eleitoral brasileira:
TRIBUNAL
SUPERIOR 3ª instância
ELEITORAL - TSE
TRIBUNAL
REGIONAL 2ª instância
ELEITORAL - TRE
JUÍZES JUNTAS
1ª instância 1ª instância
ELEITORAIS ELEITORAIS
Excepcionalmente o Supremo Tribunal Federal poderá analisar matéria eleitoral, contudo, não consta no rol
específico de órgãos da Justiça Eleitoral.
Observe que são órgãos da Justiça Eleitoral apenas os quatro apresentados, desse modo, NÃO são órgãos da
Justiça Eleitoral:
ZONAS ELEITORAIS;
MESAS RECEPTORAS;
MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL MPE
A Justiça eleitoral possui algumas características que lhe são peculiares, vejamos:
O sistema eleitoral é judicial: O processo eleitoral brasileiro é organizado no âmbito do Poder
Judiciário.
Justiça especializada: A Justiça eleitoral é classificada como Justiça especializada, juntamente com
a justiça militar e a Justiça do Trabalho.
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Justiça federal: a Justiça eleitoral é federal, seus servidores são federais, sendo mantida pela União,
ainda que preenchida por juízes oriundos da Justiça comum estadual.
Inexistência de carreira própria:
outros órgãos do Poder Judiciário, além de contar em sua composição de advogados e cidadãos. Não há,
portanto, um quadro próprio de magistrados para a Justiça Eleitoral. Trata-se de um exemplo do princípio
cooperativo do federalismo brasileiro.
Periodicidade da investidura dos juízes: os juízes que compõem os Tribunais da Justiça Eleitoral
(Tribunal Superior Eleitoral e Tribunais Regionais Eleitorais ficam investidos nessa função pelo prazo de
dois anos (biênio), no mínimo, é o chamado Princípio da Temporalidade. A ideia é manter a
imparcialidade do órgão. Decorrido o período, há possibilidade de nova investidura, permitindo-se apenas
uma recondução do anterior ocupante do cargo, com idênticas formalidades necessárias à investidura no
cargo.
Nas Comarcas onde exista apenas uma Vara (primeira entrância), o Juiz de Direito exercerá,
cumulativamente, a função de Juiz Eleitoral, por tempo indeterminado, enquanto durar sua atuação naquele
local. Já nas Comarcas que possuírem mais de uma Vara (segunda entrância, de porte médio, e na entrância
especial, com cinco ou mais Varas), haverá um rodízio entre os Juízes, a cada dois anos, para cumprimento
do mandato de Juiz Eleitoral, na forma do Regimento Interno do respectivo TRE.
Observe que os substitutos são escolhidos na mesma ocasião dos titulares e através do mesmo processo. É
o que dispõe o art. 121 § 2º da CF:
§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e
nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo
mesmo processo, em número igual para cada categoria.
Não possuem vitaliciedade: como os membros da Justiça eleitoral exercem suas funções em caráter
temporário, a eles não é assegurada a garantia da vitaliciedade, por evidente que os
outros órgãos do Poder Judiciário, geralmente, já possuem vitaliciedade, mas não por ocuparem o cargo de
juiz eleitoral. Todavia, os advogados e cidadãos, no caso das Juntas Eleitorais, não gozaram de tal
prerrogativa. Por outro lado, esses juízes terão as garantias da Inamovibilidade e irredutibilidade. Vejamos o
art. 121 § 1o, da CF:
§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício
de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
1
Pr seja, o exercício do mister jurisdicional eleitoral é temporário e então
regulado pela Resolução TSE nº 20.958, de 18.12.2001.
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VITALICIEDADE NÃO
IRREDUTIBILIDADE SIM
Zona eleitoral: da mesma forma que a Justiça comum é dividida em Comarcas a Justiça eleitoral é dividida
em zonas eleitorais, que é o espaço territorial em que o Juiz eleitoral exercerá a sua jurisdição. A zona
não é necessariamente a área de um Município, uma zona pode abranger mais de um município ou um
município pode ter mais de uma zona.
Seção eleitoral: é uma subdivisão da zona e define o espaço físico no qual haverá a votação. Um local de
votação (normalmente realizado em Escolas) pode conter diversas seções eleitorais (salas de aulas).
Circunscrição: é variável e definida de acordo com o pleito. Por exemplo: nas eleições municipais a
circunscrição é a área de um Município; nas eleições gerais (Governador, Senador e deputado) a
circunscrição será o Estado e o Distrito Federal; nas eleições presidenciais a circunscrição é o território
nacional.
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CIRCUNSCRIÇÃO
ZONAS ELEITORAIS SEÇÕES ELEITORAIS
ELEITORAL
espaço territorial sob a Subdivisões da zona A circunscrição varia de
jurisdição de um juiz eleitoral acordo com o pleito.
eleitoral São os locais onde os Se for uma eleição federal,
pode extrapolar os limites eleitores vão votar, em a circunscrição é todo o
do município ou ainda ser cada seção tem uma urna território brasileiro; se for
em área inferior estadual, apenas o Estado
e assim sucessivamente.
CUIDADO! A divisão geográfica da Justiça Eleitoral não se confunde com a divisão jurisdicional da Justiça
Eleitoral.
DIVISÃO DIVISÃO
ADMINISTRATIVA JURISDICIONAL
ELEITORAL ELEITORAL
zonas
TSE
eleitorais
seções
TREs
eleitorais
Juízes
circunscrição
Eleitorais
Juntas
Eleitorais
O Poder Judiciário exerce, de forma típica, a chamada função jurisdicional, contudo a Justiça Eleitoral, além
dessa função exerce também outras três funções, são elas: administrativas, normativas e consultivas.
FUNÇÕES
Jurisdicional
A função jurisdicional consiste na solução de conflitos de interesse de forma definitiva em matéria de Direito
Eleitoral, ou seja, é exercida quando a justiça eleitoral julga conflitos. Por exemplo: quando a JE julga
inelegível determinado candidato; quando aplica multa pela realização da propaganda eleitoral ilícita, julga
ação de impugnação ao mandato eletivo (AIME), dentre outras.
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Administrativa
A função administrativa refere-se à organização e preparação das eleições. No exercício dessa função não há
conflitos a serem solucionados, não há lide. Por exemplo: expedição de título de eleitor; transferência de
domicílio, nomeação dos membros da junta eleitoral, etc.
No exercício dessa função, podemos destacar o exercício do poder de polícia e a atuação de ofício do Juiz
Eleitoral.
No exercício do poder de polícia o Juiz eleitoral detém o dever de manter o processo eleitoral dentro
da legalidade.
Por exemplo: na propaganda eleitoral o juiz pode proibir práticas ilegais. Art. 41 da Lei das eleições
(9504/97)
Art. 41. A propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa nem
cerceada sob alegação do exercício do poder de polícia ou de violação de postura municipal, casos em
que se deve proceder na forma prevista no art. 40.
§ 1º O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes
designados pelos Tribunais Regionais Eleitorais.
§ 2º O poder de polícia se restringe às providências necessárias para inibir práticas ilegais, vedada a
censura prévia sobre o teor dos programas a serem exibidos na televisão, no rádio ou na Internet.
A função normativa é a prerrogativa que a Justiça Eleitoral tem de expedir instruções para regulamentar a
legislação eleitoral infraconstitucional, ou seja, de expedir atos normativos secundários. Essas instruções
se materializam através de Resoluções, que não são leis, mas possuem força de lei, portanto de observância
obrigatória.
Importante observar que, de acordo com o art. 23-A, inserido ao Código Eleitoral pela Lei 14.411/2021, é
vedado ao Tribunal Superior Eleitoral, no exercício de sua função normativa,
organização dos partidos políticos
Essa função é exercida pelo Tribunal Superior Eleitoral e as resoluções devem ser expedidas até o dia 5 de
março do ano da eleição.
A função normativa é prevista expressamente nos arts. 1º, parágrafo único, art. 23, IX, e 23-A, todos do CE
e no art. 105 da LE.
Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de
direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução.
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código;
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Art. 23-A - A competência normativa regulamentar prevista no parágrafo único do art. 1º e no
inciso IX do caput do art. 23 deste Código restringe-se a matérias especificamente autorizadas
em lei, sendo vedado ao Tribunal Superior Eleitoral tratar de matéria relativa à organização
dos partidos políticos. (Incluído pela Lei nº14.211, de 2021)
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao
caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas
nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos,
previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos.
Por fim, a função consultiva consiste na função atribuída ao TSE e aos TREs para responder a consultas, em
tese, ou seja, sem ser em um caso concreto, formuladas pelas partes interessadas no processo eleitoral,
conforme disciplina o art. 23, XII, e art. 30, VIII, ambos do CE. Vejamos os dispositivos:
A resposta à consulta deverá ser fundamentada. De acordo com o atual entendimento do TSE tais consultas
possuem caráter vinculante, ou seja, a solução constante da resposta do Tribunal deve ser observada em
casos concretos idênticos. Todavia, importante observar que Não é cabível reclamação para arguir o
nos termos da Súmula 35 do TSE.
Observe-se que não cabe consulta ao juiz eleitoral ou às juntas eleitorais.
Outro ponto relevante de prova é saber quem pode solicitar essas consultas, ou seja, quem tem legitimidade
para ser consulente.
Podem formular consultas ao TSE autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político,
Vejamos o esquema:
Autoridade de
jurisdição federal
TSE - formuladas
por
órgão nacional de
partido político
Consultas
autoridade
pública
TRE - formuladas
partido político
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Assim, podemos dizer que existem dois requisitos para a consulta: (i) ter legitimidade; (ii) e que seja em tese,
ou seja, não pode ser de uma situação concreta.
O TSE é o órgão máximo da estrutura da Justiça eleitoral, entretanto não será o órgão máximo para analisar
matérias eleitorais, isso porque é possível submeter uma matéria eleitoral à apreciação do Supremo Tribunal
Federal em casos específicos, que veremos no tópico a respeito das competências.
O TSE tem sede na Capital Federal e jurisdição em todo território nacional, conforme art. 92 § 1o e 2º da CF
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente
dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros
do Superior Tribunal de Justiça.
Pela leitura da CF podemos observar que o TSE é composto por 7 Membros, no mínimo, isso significa que
esse número poderá ser aumentado, mas jamais diminuído.
Vimos também que a sua composição é emprestada, sendo formado por Ministros do STF, do STJ e
advogados.
Vejamos agora como é a escolha e nomeação desses ministros.
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Lembrando que no art. 119, II da CF ela fala na escolha de 2 juízes dentre 6 advogados.
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Resolução 23.517/2017 Art. 5º Na data em que forem indicados, os advogados deverão estar no exercício da advocacia e
possuir 10 anos consecutivos ou não de prática profissional.
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TSE
3 Ministros STF
2 Ministros STJ - 2 advogados
-
STF - 6 nomes -
voto secreto voto secreto Presidente - 2
nomes
O Código eleitoral, em seu art. 16, também estabelece a composição do TSE, contudo, parte dessas
disposições não foram recepcionadas pela CF, portanto quanto a composição prevalece o disposto no texto
Constitucional, veja o texto:
1a LIMITAÇÃO - PARENTESCO
Pelo § 1º abaixo citado, os Ministros do TSE não podem ter parentesco entre si, até o QUARTO GRAU.
§ 1º - Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco,
ainda que por afinidade, até o quarto grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso
o que tiver sido escolhido por último.
Caso alguns dos vínculos acima seja identificado, o último juiz a ser escolhido será excluído.
Outra limitação é a de que caso o cônjuge ou parente até SEGUNDO GRAU de Ministro do TSE lance
candidatura para os cargos de Presidente e Vice- Presidente, deverá ser afastado o respectivo Ministro, a
partir da convenção partidária até a diplomação, durante o período de afastamento não deve ser computado
o prazo do biênio desse ministro.
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Pelo § 2º abaixo citado, o CE estabeleceu uma regra de limitação apenas para os Ministros oriundos da classe
dos advogados.
Os ministros da classe dos advogados não poderão:
Ocupar cargo em comissão;
Ser proprietário ou sócio de empresa que receba recurso público ou qualquer favor ou privilégio
público;
Exercer mandato político
§ 2º - A nomeação de que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público
de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção,
privilegio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato de
caráter político, federal, estadual ou municipal.
TODOS OS MINISTROS
Não podem ser parentes de
candidatos, para presidente
e Vice-presidente, até 2o
Grau - afastamento.
LIMITAÇÕES
Ocupar cargo em comissão;
A Constituição diz que o Presidente e o vice-Presidente serão escolhidos dentre os três Min. do STF, que
integram o TSE.
Já o Corregedor-Geral eleitoral será escolhido necessariamente dentre os Min. Oriundos do STJ, que
integram o TSE. Além disso, é importante registrar que a escolha do Presidente, vice e Corregedor será
feita pelo próprio TSE. Vejamos o art. 119, parágrafo único, da CF:
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior
Tribunal de Justiça.
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Presidente Min. do
STF
Vice- Min. do
Presidente STF
Corregedor Min. do
Eleitoral STJ
CUIDADO com o art. 17 do CE, pois ele não foi recepcionado!!! Veja o texto:
Art. 17. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu Presidente um dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, cabendo ao outro a Vice-Presidência, e para Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral um dos seus
membros.
Observe que pelo art. 17 o Corregedor Geral seria qualquer dos membros do TSE, entretanto, a CF determina
que seja um dos dois Ministros do STJ.
Como regra para julgamento de processos em tramite no TSE o quórum é de maioria simples, mas desde que
presente a maioria absoluta dos membros, ou seja, devem estar presentes, ao menos, 4 Juízes para se iniciar
a sessão, sendo que a votação deverá observar a maioria dos presentes. Contudo, em alguns casos específicos
será necessário a presença de TODOS os membros para se iniciar a sessão, são eles:
Interpretação do CE em face da CF;
Cassação de registro de partidos políticos;
Recursos que importem anulação geral das eleições;
Perda de diplomas.
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É o órgão de segunda instância da Justiça eleitoral, sendo que existe um TRE por estado da Federação,
sediado na capital de cada Estado, e um no Distrito Federal.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou,
não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
Pela leitura da CF podemos observar que o TRE é composto por 7 membros, sendo que a CF não traz em
seu texto a possibilidade de se aumentar o número de juízes, entretanto, o Código Eleitoral permite o aumento
para até 9 juízes, mediante Lei de iniciativa do Tribunal Superior Eleitoral, conforme art. 13 do CE:
Art. 13. O número de Juízes dos Tribunais Regionais não será reduzido, mas poderá ser elevado
até nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida.
Extrai-se também do art. 120 que a sua composição é emprestada, sendo formado por dois desembargadores
do Tribunal de Justiça, dois juízes de direito, um juiz do TRF ou juiz federal e dois advogados.
Vejamos agora como é a escolha e nomeação desses ministros.
estaduais4, que serão escolhidos através de eleição, e mediante voto secreto, pelo Tribunal de Justiça
respectivo.
4
Quando a CF usa a expressão juiz de direito ela está se referindo aos juízes estaduais.
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Por exemplo: o TRF4ª REGIÃO engloba os Estados RS, SC, PR, sendo que a sede fica em Porto Alegre/RS.
instância e não JUIZ FEDERAL de segunda instância, do TRF, Já o TRE do RS terá em sua composição
JUIZ FEDERAL de segunda instância, do TRF.
Destaca-se que os indicados na classe dos advogados não podem ser ex-magistrados ou ex-membros do
Ministério Público, bem como advogado filiado a partido político (art. 7º da Resolução 23.517/2017 do TSE).
Outro fato relevante é que essa composição não decorre do quinto constitucional, não há na composição
membros do Ministério Público e nem haverá participação da OAB na elaboração da lista sêxtupla.
Os advogados escolhidos ficam impedidos de advogar na justiça eleitoral, durante o período em que forem
juízes eleitorais, podendo, contudo, advogar em outras áreas, conforme entendimento do STF.
TRE
2
1 Juiz do TRF ou 1
desembargadores 2 juizes estaduais 2 advogados
Juiz Federal
do TJ
O Código eleitoral, em seu art. 25, também estabelece a composição do TSE, contudo, parte dessas
disposições não foram recepcionadas pela CF, portanto quanto a composição prevalece também o disposto
no texto Constitucional, veja o texto:
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Lembrando que no art. 119, II da CF ela fala na escolha de 2 juizes dentre 6 advogados.
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Resolução 23.517/2017 Art. 5º Na data em que forem indicados, os advogados deverão estar no exercício da advocacia e
possuir 10 anos consecutivos ou não de prática profissional.
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Limitações
Se aplicam aos membros do TRE as mesmas limitações aplicadas aos membros do TSE, ou seja, não podem
ter parentesco entre si, até o 4o grau, e não podem ser parentes de candidatos até o 2o Grau, devendo ser
afastado o respectivo juiz a partir da convenção partidária até a diplomação, durante o período de
afastamento não deve ser computado o prazo do biênio.
Os membros da classe dos advogados não podem ocupar cargo em comissão; ser proprietário ou sócio de
empresa que receba recurso público ou qualquer favor ou privilégio público ou exercer mandato político. É
o que se extrai dos parágrafos 6o e 7o do ar. 25 do CE.
§ 6º Não podem fazer parte do Tribunal Regional pessoas que tenham entre si parentesco, ainda
que por afinidade, até o 4º grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso a
que tiver sido escolhida por último.
§ 7º A nomeação de que trata o nº II deste artigo não poderá recair em cidadão que tenha
qualquer das incompatibilidades mencionadas no art. 16, § 4º7.
PRESIDÊNCIA E CORREGEDORIA
A CF no § 2º, do art. 120 determina que a eleição do Presidente e do Vice-Presidente será feita dentre os
desembargadores, ou seja, dentre os membros oriundos do Tribunal de Justiça.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
desembargadores.
O art. 26, caput, do CE8 fala que o Corregedor Regional será o terceiro desembargador do TJ, contudo tal
previsão do CE não foi recepcionada pela Constituição, isso porque como sabemos, são apenas dois membros
oriundos da classe dos Desembargadores.
Nesse caso a definição do Corregedor regional fica a cargo dos regimentos internos dos Tribunais.
Presidente Desembargador
TJ
Vice- Desembargador
Presidente TJ
Corregedor Regimento
Regional Interno
Como regra para julgamento de processos em trâmite no TRE o quórum é de maioria simples, desde que
presente a maioria absoluta dos membros, ou seja, devem estar presentes, ao menos, 4 Juízes para se iniciar
7
A remissão ao § 4º do art. 16 deste código refere-se a sua redação original. Com redação dada pela Lei nº 7.191/1984, a matéria
contida no § 4º do art. 16 passou a ser tratada no § 2º.
8
Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional serão eleitos por este dentre os três desembargadores do
Tribunal de Justiça; o terceiro desembargador será o Corregedor Regional da Justiça Eleitoral.
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a sessão de julgamento, sendo que a votação deverá observar a maioria dos presentes, contudo, em alguns
casos específicos será necessário a presença de TODOS os membros para se iniciar a sessão, são eles:
Cassação de registro;
Anulação geral das eleições;
Perda de diplomas.
Destaca-se que se a matéria envolver declaração de inconstitucionalidade a decisão deverá ser tomada por
maioria absoluta e não simples, conforme art. 97 da CF:
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público.
QUADRO COMPARATIVO
TSE TER
o o
o o
o o
o
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III. Os juízes de direito que exercem funções eleitorais são designados pelo Tribunal Regional Eleitoral em caráter
vitalício.
IV. A zona eleitoral é o espaço territorial sob a jurisdição do juiz eleitoral para fins de organização do eleitorado, ao
passo que a seção eleitoral é a menor unidade na divisão judiciária eleitoral.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e IV.
b) II e IV.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
2. (CESPE/CEBRASPE 2017 - TRE - TO TÉCNICO JUDICIÁRIO ÁREA ADMINISTRATIVA) De acordo com o Código
Eleitoral, são órgãos integrantes da justiça eleitoral
a) os juízes eleitorais e os delegados partidários.
b) as juntas eleitorais e os delegados partidários.
c) o TSE e os delegados partidários.
d) o TSE e os tribunais regionais federais.
e) os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
3. (FCC 2017 - TRE - PR ANALISTA JUDICIÁRIO ANÁLISE DE SISTEMAS) Jailton, em razão do momento político
vivido pelo Brasil, aprofundou-se nos estudos do Direito Eleitoral. Ao consultar a legislação verificou que são órgãos
da Justiça Eleitoral:
a) o Tribunal Superior Eleitoral; os Tribunais Regionais Eleitorais e as Juntas Eleitorais, apenas.
b) o Tribunal Superior Eleitoral; os Tribunais Regionais Eleitorais e os Juízes Eleitorais, apenas.
c) o Tribunal Superior Eleitoral; os Tribunais Regionais Eleitorais; as Juntas Eleitorais e os Juízes Eleitorais.
d) o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais, apenas.
e) os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais, apenas.
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Levando-se em consideração apenas as informações fornecidas, podem vir a integrar o Tribunal Superior Eleitoral
a) Gael, Felícia e Cleiton, apenas.
b) Rocco e Cleiton, apenas.
c) Gael e Rocco, apenas.
d) Gael e Felícia, apenas.
e) Gael, Felícia, Rocco e Cleiton.
6. (FCC 2017 TRE-SP ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA ADMINISTRATIVA) Kiara é Ministra do Tribunal Superior
Eleitoral. Glauber, parente por afinidade de Kiara em segundo grau, é cidadão brasileiro, advogado há 15 anos, possui
notável saber jurídico e idoneidade moral e deseja compor o mesmo Tribunal que Kiara integra. Considerando as
informações apenas indicadas neste enunciado, de acordo com o Código Eleitoral, Glauber
a) poderá fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral, por nomeação do Presidente da República, desde que indicado
pelo Supremo Tribunal Federal.
b) não poderá fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral em razão do parentesco que possui com Kiara.
c) poderá fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral, por nomeação do Presidente da República, desde que indicado
pelo Superior Tribunal de Justiça.
d) não poderá fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral, pois este é composto apenas por Ministros do Supremo
Tribunal Federal e por membros do Superior Tribunal de Justiça.
e) poderá fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral, pois não podem fazer parte deste Tribunal apenas os cidadãos
que tenham entre si parentesco por consanguinidade até o segundo grau na linha reta.
7. (FGV 2022 - TJ - PE JUIZ SUBSTITUTO) A Justiça Eleitoral atua para garantir o exercício da democracia, cuidando
de estabelecer diretrizes ético-jurídicas para que o processo eleitoral se desenvolva num clima de tolerância
democrática.
Com relação às funções desempenhadas pela Justiça Eleitoral, é correto afirmar que:
a) a Justiça Eleitoral não desempenha função consultiva;
b) a função administrativa da Justiça Eleitoral tem por objetivo solucionar o conflito de interesses em matéria
eleitoral;
c) a consulta prevista no Art. 23, inciso XII, do Código Eleitoral não se restringe à matéria eleitoral;
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d) a vedação de agir de ofício se aplica aos juízes eleitorais tanto no desempenho da função jurisdicional quanto no
da função administrativa;
e) no exercício da função normativa, o Tribunal Superior Eleitoral tem competência para emitir Resoluções e outros
atos normativos de caráter genérico em matéria eleitoral.
8. (FCC 2017 TRE-SP ANALISE DE SISTEMAS) De acordo com o Código Eleitoral, o número de
juízes dos Tribunais Regionais
a) não será reduzido, mas poderá ser elevado até nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele
sugerida.
b) não será reduzido e nem elevado, uma vez que sua composição é inalterada.
c) poderá ser reduzido e elevado, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida.
d) não será reduzido, mas poderá ser elevado até onze, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele
sugerida.
e) não será elevado, mas poderá ser reduzido até cinco, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por
ele sugerida.
9. (FCC 2017 - TRE - PR ANALISTA JUDICIÁRIO ANÁLISE DE SISTEMAS) Osmar é advogado e, como nunca atuou
na área do Direito Eleitoral, tem uma dúvida que deseja esclarecer sobre a competência dessa Justiça Especializada.
Para isso, examinou o Código Eleitoral e constatou que compete, privativamente, ao Tribunal Superior Eleitoral
responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas
a) em tese apenas por partido político.
b) em tese por qualquer advogado que esteja em dúvida quanto à vigência e interpretação da lei eleitoral.
c) sobre casos concretos por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político.
d) sobre casos concretos por qualquer advogado que esteja em dúvida quanto à vigência e interpretação da lei
eleitoral.
e) em tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político.
tese, sem efeitos concretos, podendo ser invocadas, em reclamação, no caso de uma decisão de juiz eleitoral de
primeira instância estar em desacordo com o teor da resposta à Consulta.
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PROF.: Adriane Fauth e Direito Constitucional e
Márcia Peixoto Eleitoral
e) a função normativa autoriza o juiz eleitoral a promover o alistamento dos eleitores, a expedição de títulos
eleitorais e a designação dos locais de votação.
GABARITO
1 B
2-E
3 C
4 D
5 C
6 B
7 E
8 A
9 E
10 - A
11 - D
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