Baixa Gravame
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JUSTIA GRATUITA
MARIA LUCIA FRAGA BRANDO FISTAROL, Brasileira, Solteira, Portadora
do RG: 1303623-3 SESP/PR, Inscrita no CPF: 403.825.759-20, residente e domiciliada a rua da
Bandeira, 427 AP 0023, CEP: 80035-270, Curitiba/PR , neste ato representado por seu advogado
que esta subscreve, constitudo nos termos do instrumento de mandato anexo, com endereo
Rua Joanim Stroparo, n 60, Conj. Hab. Abranches Guimares, CEP: 83601-460, Campo Largo,
Paran, com fundamento nos arts. 798 e demais disposies aplicadas espcie propor a presente
AO ORDINRIA DE OBRIGAO DE FAZER C/C PEDIDO DE CONDENAO EM DANOS
MORAIS E MATERIAIS EM DECORRNCIA DE ATO ILCITO C/C PEDIDO DE ANTECIPAO
DOS EFEITOS DA TUTELA
DOS FATOS
A requerida lhe enviou boleto para a quitao (anexo 1.3) o qual foi pago no
dia 04 de outubro de 2013, naquela ocasio comprometeu-se a requerida que no prazo de 45 dias
efetuaria a baixa da alienao, permitindo a transferncia do veculo.
A requerente entregou o bem ao comprador interessado que efetuou o
pagamento do valor da venda e garantiu ao terceiro que o bem estaria liberado no prazo exigido
pela requerida, passando a aguardar a baixa.
Por ser o comprador conhecido da requerente este confiou no que lhe fora
informado, deixando transcorrer o prazo at que em fevereiro de 2014, ao verificar a documentao
junto ao DETRAN, constatou que persistia a alienao pendente sobre o bem, ou seja, a requerida
deixar de efetuar a baixa do gravame, entrando imediatamente em contato com a requerente que
por sua vez contatou a requerida sobre o problema, na ocasio esta informou que houvera
problemas no repasse do valor ao banco e requereu novo prazo de 15 dias para as providencias
de baixa.
Novamente a requerente aceitou o prazo informado pela requerida esperando
que a restrio seria baixada e finalizaria o problema, o que no ocorreu. No dia 25 de maro de
2014 a requerente novamente entrou em contato buscando resposta sobre a baixa, isso com a
Advocacia Bellinati Perez, e foi informada que eles no poderiam acompanhar a baixa do gravame
por haver ao revisional patrocinada por outra representante do banco, no caso, Schulze
Advogados Associados, e apontando que a requerente deveria informar o outro escritrio de
Advocacia sobre o pagamento e estes requereriam a baixa ao banco.
A requerente entrou em contato com a representante da requerida informando
o pagamento e esta mais uma vez requereu prazo de 15 dias para a baixa da restrio, novamente
sem cumprimento, vindo somente a informar a quitao do contrato em juzo no dia 04 de setembro
de 2014, sem no entanto proceder a baixa do gravame.
A baixa da alienao fiduciria dever do credor fiducirio quando da quitao
do contrato e o descumprimento de tal dever implica em danos materiais e morais ao consumidor
que se v impedido de utilizar livremente do bem por falha grosseira da requerida. No caso se
agravou a situao por se tratar de problema amplamente informado ao requerido e desconsiderado
por este, fato comum aos grandes conglomerados financeiros.
Assim, conforme restar comprovado ao final desta exordial, deve ser
obrigada a requerida a efetuar a baixa do gravame sob pena de multa diria a ser arbitrada por
Vossa Excelncia, evitando o descumprimento do dever acima citado, condenando-a ainda ao
pagamento de danos morais a requerente, isto frente ao descaso e inmeros problemas causados
pela requerida em decorrncia da falha na prestao do servio.
DO DIREITO
pois, com a restrio indevida, o autor foi tolhido da livre disponibilidade do bem, em abusiva afronta
a uma garantia constitucional. Alm disso, so presumidos os aborrecimentos e implicaes da
decorrentes.
O nexo causal, por sua vez, consiste no liame entre a atitude da Instituio
Financeira, ora demandada, e os danos decorrentes. A Corte de Justia
Catarinense tem precedente em caso anlogo ao ora apresentado, seno
vejamos:
APELAO CVEL. INDENIZAO POR DANOS MORAIS. ALIENAO
FIDUCIRIA. QUITAO DO DBITO. COMPROVAO. GRAVAME
JUNTO AO DETRAN. OBRIGAO DA INSTITUIO FINANCEIRA DE
COMUNICAR A QUITAO PARA A RETIRADA DA. RESTRIO, COM
BASE NOS ARTS. 7, 8 E 9 DA RESOLUO N 320/2009 DO CONTRAN.
PROVIDNCIA NO REALIZADA. DANOS MORAIS. CARACTERIZAO.
REDUO DO VALOR ARBITRADO. POSSIBILIDADE. PROVIMENTO
PARCIAL. - Segundo entendimento jurisprudencial, quando se tratar de
alienao fiduciria referente a veculo automotor, tendo o devedor cumprido
sua obrigao, pagando todas as parcelas do contrato, obrigao da
instituio credora retirar o gravame junto ao Departamento Estadual de
Trnsito, nos termos dos arts. 70, 8 e 90 da Resoluo N 320/2009 do
Conselho Nacional de Trnsito - CONTRAN. - Sendo a verba indenizatria
fixada de forma incompatvel com a extenso dos danos morais causados,
cabe
a
minorao
do
quantum.
TJPB - Acrdo do processo n 00120080248196001 - rgo (2 CMARA
ESPECIALIZADA CVEL) - Relator Maria das Neves do Egito de A. D. Ferreira
j.
em
18/03/2013
Acerca da responsabilidade objetiva e da negligncia por parte da Instituio
Financeira demandada, para fins de condenao em danos morais, colhe-se da jurisprudncia:
EMENTA APELAES. AO COMINATRIA. . TRANSFERNCIA DE
VECULO C/C INDENIZAO POR DANO MORAL. PRIMEIRO APELO.
FINANCIAMENTO DE VECULO. QUITAO. COMPROVAO. BAIXA DO
GRAVAME. RESPONSABILIDADE DA INSTITUIO FINANCEIRA.
[NRCIA. PREJUZOS SUPORTADOS. DEVER DE INDENIZAR. DANO
MORAL
CARACTERIZADO.
MINORAO
DO
QUANTUM
INDENIZATRIO. VALOR FIXADO AO PRUDENTE ARBTRIO DO JUZO.
SEGUNDO APELO. MAJORAO DO VALOR FIXADO TTULO DE DANO
MORAL.
DESCABIMENTO.
MANUTENO
DA
SENTENA.
DESPROVIMENTO IOS RECURSOS. Na hiptese de quitao de veculo
financiado, compete instituio financeira proceder baixa do gravame junto
DF,
Data
de
Publicao:
22/01/2010,
DJ-e
Pg.
158)
Ms de
referncia:
Cdigo Fipe:
Marca:
Modelo:
Ano Modelo:
Autenticao
Data da consulta
Preo Mdio
Maro de 2015
004173-4
GM - Chevrolet
Corsa Wind 1.0 Mpf/Milleniumi/ Efi 4P
2001 Gasolina
gvqk127nmyfx
segunda-feira, 2 de maro de 2015
14:37:27
R$ 11.974,00
Ms de
Outubro de 2013
referncia:
Cdigo Fipe: 004173-4
Marca:
GM - Chevrolet
Modelo:
Corsa Wind 1.0 Mpf/Milleniumi/ Efi 4P
Ano
2001 Gasolina
Modelo:
Autenticaogytjhvxw2kfx
Data da
segunda-feira, 2 de maro de 2015 14:42:34
consulta
Preo Mdio R$ 12.238,00
(disponvel
em
<http://www2.fipe.org.br/pt-br/indices/veiculos/carro/gmchevrolet/10-2013/004173-4/2001/g/gytjhvxw2kfx>, acesso em 02 de maro de 2015).
A depreciao do bem clara conforme acima demonstrado, ou seja, na data
da quitao o valor do bem era R$ 264,00 (duzentos e sessenta e quatro reais) maior do que o
valor atual do bem, cabendo tambm a requerida indenizar este prejuzo decorrente da sua omisso
no cumprimento do dever legal e contratual.
Ainda sobre a fixao da multa diria ante a inrcia da requerida que a mais
de uma ano da quitao ainda no efetuou a baixa do gravame, mesmo ante as muitas solicitaes
da requerente. O risco do descumprimento da deciso judicial a ser proferida por este juzo
impe a aplicabilidade da multa diria prevista no art. 461, 4 do CPC, devendo ser intimado
o requerido pessoalmente da deciso. Vejamos a jurisprudncia sobre o tema:
DEFENDIDA A MINORAO DO VALOR DA MULTA DIRIA COMINADA
OU ALTERAO NA PERIODICIDADE DE SUA INCIDNCIA - PARCIAL
ACOLHIMENTO - ARBITRAMENTO EM R$ 100,00 (CEM REAIS) POR DIA
DE ATRASO NO CUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL, LIMITADA AO
MONTANTE MXIMO DE R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS) - APLICAO
DOS PRINCPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE,
EVITANDO-SE O ENRIQUECIMENTO INDEVIDO DA PARTE ADVERSA.
ALEGAO DE QUE O PRAZO PARA O CUMPRIMENTO DA ORDEM
JUDICIAL SERIA EXGUO - NO ACOLHIMENTO - PRAZO FIXADO
ADEQUADO - AUTOR QUE H MUITO VEM BUSCANDO, INCLUSIVE NA
ESFERA EXTRAJUDICIAL, A SATISFAO DE SUA PRETENSO.
RECURSO
CONHECIDO
E
PARCIALMENTE
PROVIDO.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento n.
O que o novo texto do art. 273 do CPC autoriza , nas hipteses nele
apontadas, a possibilidade de o juiz conceder ao autor (ou ao ru, nas aes dplices) um
provimento liminar que, provisoriamente, lhe assegure o bem jurdico a que se refere a prestao
de direito material reclamada como objeto da relao jurdica envolvida no litgio.
No se trata de simples faculdade ou de mero poder discricionrio do juiz, mas
de um direito subjetivo processual que, dentro dos pressupostos rigidamente traados pela lei, a
parte tem o poder de exigir da justia, como parcela da tutela jurisdicional a que o Estado se obrigou.
Como novo expediente, o juiz, antes de completar a instruo e o debate da causa, antecipa uma
deciso de mrito, dando provisrio atendimento ao pedido, no todo ou em parte.
Diz-se, na espcie, que h antecipao de tutela porque o juiz se adianta para, antes do momento
reservado ao normal julgamento do mrito, conceder parte um provimento que, de ordinrio,
somente deveria ocorrer depois de exaurida a apreciao de toda a controvrsia e prolatada a
sentena definitiva.
Theodoro
(...)
Art. 8 Ser da inteira e exclusiva responsabilidade das instituies credoras,
a veracidade das informaes repassadas para registro do contrato, incluso
e liberao do gravame de que trata esta Resoluo, inexistindo qualquer
obrigao ou exigncia, relacionada com os contratos de financiamento de
veculo, para rgos ou entidades executivos de trnsito, competindo-lhes to
somente observar junto aos usurios o cumprimento dos dispositivos legais
pertinentes s questes de trnsito, do registro do contrato e do gravame.
Art. 9 Aps o cumprimento das obrigaes por parte do devedor, a instituio
credora providenciar, automtica e eletronicamente, a informao da baixa
do gravame junto ao rgo ou entidade executivo de trnsito no qual o veculo
estiver registrado e licenciado, no prazo mximo de 10 (dez) dias.(...)"
Com relao a uma eventual argumentao de que a restrio deveria ter sido
baixada pelo prprio rgo de trnsito, em consulta ao manual do usurio do Sistema Nacional de
Gravames, verifica-se que compete ao prprio agente financeiro promover a respectiva baixa,
consoante atos normativos acima transcritos, bem como abaixo transcrito in verbis:
Ararangu,
rel.
Des.
Ricardo
Fontes,
j.
em
27.1.2011).
equivalente
ao
do
adimplemento.
[...]
4 O juiz poder, na hiptese do pargrafo anterior ou na sentena, impor
multa diria ao ru, independentemente de pedido do autor, se for suficiente
ou compatvel com a obrigao, fixando-lhe prazo razovel para o
cumprimento
do
preceito.
Sobre
fixao
das
astreintes,
ressalta
Nelson
Nery
Junior:
da
jurisprudncia
j
pacificada:
Conquanto a fixao da multa seja ato discricionrio do Magistrado e no
exista, a priori, limite para a quantificao,o julgador, ao analisar as
particularidades do caso concreto, a capacidade econmica das partes e a
natureza da obrigao a ser cumprida, dever buscar um valor adequado a
influir no nimo do devedor, sem que cause sua runa ou a ineficincia da
medida
(AI
n.
2006.001105-6,
deste
Relator).
legal a fixao de multa cominatria por dia de atraso, com o escopo de
forar o cumprimento da obrigao, consoante o artigo 461, 4, do Cdigo
de Processo Civil. Assim, deve ser fixada em valor razovel justamente para
compelir a parte obrigada a cumprir a determinao judicial e, de outro norte,
impedir que no volte a reincidir em atitude perniciosa (AI n. 2003.014389-0,
Des.
Fernando
Carioni).
A multa imposta em ao de natureza cominatria no se reveste da menor
ilegalidade, com a sua imposio importando em uma verdadeira coao
estatal, coao essa que constitui-se na caracterstica bsica da sano
cominatria, pois, se diferente fosse, no exerceria sobre o obrigado a
necessria fora de cominao" (AC n. 1997.011324-2, Des. Trindade dos
Santos).
Destarte, diante da inrcia do requerido em cumprir a medida
administrativamente, at o presente momento, a finalidade da multa pecuniria a ser estabelecida
por este r. Juzo, bem como das diretrizes dos princpios que a norteiam (proporcionalidade e
razoabilidade), melhor razo no h seno conceder a astreinte, bem como que o seu seja valor
arbitrado, em no mnimo R$ 1,000,00 (mil reais) dirios at o cumprimento da medida de
retirada do gravame incidente sobre o veculo objeto do contrato de arrendamento mercantil.
Reitere-se que este o preceito insculpido no Cdigo de Processo Civil, art. 461, 4, anteriormente
citados.
EXPRESSAMENTE
DOS PEDIDOS
o
ao,
querendo