Eletrônica Analógica II

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A

n
a
Eletrônica l
ó
g
i
c
a
Aluno: _____________________________________________
II
Eletrônica Analógica II

Capacitor de Acoplamento
Um capacitor de acoplamento acopla um ponto não aterrado a outro ponto não aterrado
(acoplar significa deixar passar somente o sinal ca, bloqueando a componente contínua).
VT H VT H , onde R = RTH + RL
I 
(R TH  R L )2  X C R 2  XC
2 2

Capacitor de Desvio
O capacitor de derivação acopla um ponto desaterrado a um ponto aterrado.

A resistência equivalente R = RG||RL é


a resistência de Thevenin vista pelo
capacitor.
VT H
I
R 2  XC
2

1 1
Freqüência Crítica (fc)  Xc = R Logo  R  fC 
2  fC C 2RC

VT H VT H
Se Xc = R  I  0,707
R2  R2 R

Alta Freqüência de Quina (fh): A resistência total deve ser no mínimo 10 vezes maior
que a reatância capacitiva. fh > 10fc
VT H VT H
Se Xc< 0,1R  I  0,995 (Acoplamento quase ideal)
R  (0,1.R)
2 2 R

Circuito Equivalente CC: Reduzimos a fonte ca a zero e abrimos todos os capacitores.

Circuito Equivalente CA: Reduzimos todas as fontes cc a zero e curto-circuitamos todos


os capacitores.

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Operação em Pequeno Sinal

Quando polarizamos um transistor, aplicamos uma tensão de polarização CC (VBE) à


base. Quando um sinal é aplicado à entrada do amplificador a tensão oscilará acima e abaixo de
VBE, portanto existirá uma variação de tensão ao redor do ponto quiescente (VBE) o que
provocará uma variação (IE) de corrente ao redor do valor quiescente. Um amplificador é
chamado de pequeno sinais se a amplitude do sinal for suficientemente pequena de forma que a
operação do mesmo se dá na região linear da curva IE x VBE.

A Figura abaixo à esquerda mostra um sinal, VBE, aplicado na base e a resposta, IE.

Uma forma de reduzir a distorção observada no


gráfico abaixo é manter a tensão ca da base
pequena. Se o sinal for suficientemente pequeno, o
gráfico terá uma aparência linear.

Regra dos 10%

O sinal ca será considerado pequeno


quando a corrente ca de pico a pico for menor que
10% da corrente cc do emissor.

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Resistência ca do Diodo Emissor (r'e)

VBE 25mV
re'   re' 
IE IE

Ic i
Beta CA (hfe):    c
Ib ib

Amplificador Emissor Comum: emissor está aterrado para ca.

Circuito Equivalente CA

Inversão de Fase: Semiciclo positivo de Vent  ib aumenta  ic aumenta  queda de tensão


em Rc aumenta  VCE diminui (semiciclo negativo).

Logo no amplificador emissor comum a saída está defasada de 180° em relação à entrada.

v b iere'
Impedância de Entrada da Base: z ent (base )    z ent (base )  re'
ib ib

Impedância de Entrada do Estágio: zent  R1 // R2 // re'


hie
Utilizando os Parâmetros CA da Folha de Dados: re' 
hf e

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Amplificadores de Tensão
Modelo T

Resistência ca do Coletor (rc): rc = RC||RL

Os Valores rms e de Pico a Pico: v PP  2v rms 2

v saída
Ganho de Tensão (Av): Av 
v entrada

v entrada  v b  ic re'

v saída  rc ic (inversãode fase )

 ic rc  rc
Av   AV 
ic re' re'

Amplificador com Realimentação Parcial (Amplificador Linearizado): Para estabilizar o ganho


de tensão devemos deixar uma certa resistência sem ser desviada para ocasionar uma
realimentação negativa.
Ganho de Tensão:

 rc
Av 
re  re'

Trocando ganho por estabilidade:

Se re for maior que r'e, as variações de r'e serão


encobertas por re (reduzidas drasticamente).

v b ie (re  re' )
Impedância de Entrada da Base: z ent (base )    z ent (base )  (re  re' )
ib ib

■ Ganho mais estável, distorção devido à não linearidade do diodo base-emissor é


menor.

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Estágios em Cascata:

A corrente ca no primeiro
coletor tem vários caminhos para
circulação, através da resistência
Rc do primeiro estágio (3,6K), dos
resistores de polarização do
segundo estágio (10K e 2,2K) e
para dentro da base do segundo
transistor (zent(base)).

Circuito equivalente ca do segundo estágio:

zent(base) = 2,27KQ (impedância de


entrada de base do 2o estágio)

Calculamos o ganho de tensão do


primeiro estágio (A1) e depois calculamos o
ganho de tensão do segundo estágio (A2).

O ganho total será dado por: A = A1 . A2

Impedância de Saída: importante porque interage com o resistor de carga para


determinar a tensão ca na carga.

A impedância de saída é também chamada


de impedância Thevenin. Ao lado vemos o
circuito equivalente para o lado da saída do
amplificador EC. O resistor de carga foi
desconectado porque estamos aplicando o
teorema de Thevenin no circuito.

A tensão Thevenin na saída é dada por: Vth =  ib Rc = ic Rc


Para obter a impedância de Thevenin, devemos reduzir a fonte de corrente a zero
(circuito aberto).
Logo rth= Rc

Quanto maior for RL em relação à Rc, maior será a tensão de saída.

Modelo do Transistor:

rc
Onde: A V  
re

Ze = R1 || R2 || Ze(base)
Zs = Rc
Ve = tensão de entrada
Vs = tensão de saída
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Amplificador Base Comum

Modelo T

Impedância de Entrada: z ent  RE // re'  z ent  re'

Tensão de Saída: v saída  ic R c

Tensão de Entrada: v ent  iere'

v saída iR R
Ganho de Tensão: A v   c 'C  Av  'C
v entrada iere re
Impedância de Saída: z saída  R C

■ Uma das razões pelas quais o amplificador BC não é tão usado quanto um
amplificador EC é sua baixa impedância de entrada. Por isso o amplificador BC não é muito usado
em baixas freqüências. Ele é usado principalmente em aplicações de altas freqüências (acima de
10MHz), onde as fontes de baixa impedância são comuns.

Amplificador Coletor Comum (Seguidor de Emissor)

v b ie (re  re' )
Impedância de Entrada da Base: z ent (base )    z ent (base )  (re  re' )
ib ib

Impedância de Entrada do Estágio: zent  R1 // R2 // (re  re' )

v saída iere re
Ganho de Tensão (Av): A v   AV   AV 
v entrada ie (re  re )
'
(re  re' )

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Impedância de Saída: Aplicando o teorema de Thevenin a partir da base no Modelo T


temos:
Rth = R1II R2 II RG
VG
v th  v ent  (R1 // R 2 )
(R1 // R 2 )  R G

Somando-se as tensões da malha temos:

Vent = (R1 // R2 // RG)ib + r'e ie + RE ie

Como ib = ic / 
v ent
ie 
RE  r  (R1 // R 2 // R G ) / 
'
e

O resistor de emissor, RE é acionado por uma fonte ca com uma impedância Thevenin de:

(R1 // R 2 // R G )
rth  re' 

Então:

(R1 // R 2 // R G )
rsaída  re' 

■ Assim como um amplificador linearizado, o seguidor de emissor também usa


realimentação negativa. A resistência de realimentação é igual à resistência total do emissor.
Sendo a realimentação negativa muito forte, o ganho de tensão é bastante estável, quase não
existe distorção e a impedância de entrada da base é muito alta e a impedância de saída é muito
baixa.

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AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA

DEFINIÇÕES E TIPOS DE AMPLIFICADORES

Um amplificador recebe um sinal de um determinado transdutor ou outra fonte de


entrada, e fornece uma versão amplificada desse sinal para um dispositivo de saída ou outro
estágio amplificador. Um sinal de um transdutor na entrada é geralmente pequeno (alguns
milivolts de um tape-deck ou CD, ou alguns microvolts de uma antena) e precisa ser amplificado o
suficiente para acionar um dispositivo de saída (alto-falante ou outro dispositivo de potência). Em
amplificadores de pequenos sinais, os fatores principais são, via de regra, linearidade na
amplificação e amplitude de ganho. Como os sinais de tensão e corrente são pequenos em
amplificadores de pequenos sinais, a quantidade de potência que ele é capaz de fornecer e sua
eficiência são fatores de pouco interesse. Um amplificador de tensão fornece amplificação de
tensão, principalmente para aumentar a tensão de um sinal de entrada. Por sua vez,
amplificadores de grandes sinais ou de potência fornecem, sobretudo, potência suficiente a uma
carga de saída a fim de acionar um alto-falante ou outro dispositivo de potência, tipicamente na
faixa de alguns watts a dezenas de watts. Neste capitulo, nos concentramos nos circuitos
amplificadores usados para operar com grandes sinais de tensão e níveis de correntes
moderadas ou altas. As características principais de um amplificador de grandes sinais são a
eficiência de potência do circuito, a máxima quantidade de potência que o circuito é capaz de
fornecer, e o casamento de impedância com o dispositivo de saída.
Um método usado para classificar amplificadores é por classe. Basicamente, classes de
amplificadores indicam a quantidade que o sinal de saída varia, sobre um ciclo de operação, para
um ciclo completo do sinal de entrada. Uma breve descrição das classes de amplificadores é
fornecida a seguir.
Classe A: O sinal de saída varia por um ciclo completo de 360°. A Fig. 1a mostra que
isto requer que o ponto-Q seja polarizado em um nível tal que o sinal possa variar para cima e
para baixo sem atingir uma tensão suficientemente alta capaz de ser restringida pelo nível da
fonte de tensão, ou descer a um ponto que possa atingir o nível inferior da fonte, ou 0 V, para o
exemplo mostrado na figura.
Classe B: Um circuito classe B fornece um sinal de saída que varia sobre metade do ciclo
da entrada, ou por 180° de sinal, como mostrado na Fig. 1b. O ponto de polarização de está,
portanto, em 0V, com a saída variando, então, a partir deste ponto de polarização, durante meio
ciclo. Obviamente, a saída não é uma reprodução fiel da entrada, se apenas meio ciclo está
presente. Dois amplificadores classe B — um para fornecer saída durante o meio ciclo positivo da
saída e o outro para operar durante o meio ciclo negativo — são necessários. A combinação dos
meios ciclos fornecem, então, uma saída para os 360° completos de operação. Este tipo de
conexão realiza a operação denominada push-pull, a qual é discutida adiante. Note que a
operação classe B, por si, gera um sinal de saída muito distorcido, uma vez que o sinal de
entrada é reproduzido na saída somente durante a metade do seu ciclo.
Classe AB: Um amplificador pode ser polarizado em um nível de acima do nível
correspondente à corrente zero de base da classe B e acima da metade do nível da fonte de
tensão da classe A; esta condição de polarização é empregada em amplificadores classe AB. A
operação classe AB ainda requer uma conexão push-pull para atingir um ciclo de saída completo,
mas o nível de polarização de é, geralmente, muito próximo do nível zero de corrente de base
para uma melhor eficiência de potência, como descrito brevemente. Para operação classe AB, a
oscilação do sinal de saída ocorre entre 180° e 360°, e não constitui uma operação classe A,
nem mesmo classe B.
Classe C: A saída de um amplificador classe C é polarizada para uma operação em
menos de 180° do ciclo e só opera com circuitos sintonizados (ressonantes), os quais fornecem
um ciclo completo de operação para a freqüência sintonizada ou ressonante. Esta classe de
operação é usada, portanto, em aplicações especiais de circuitos sintonizados, tais como rádio
ou comunicações.
Classe D: Esta classe de operação é uma forma de amplificação para sinais pulsados
(digitais), em que o circuito fica "ligado" por um curto intervalo de tempo e desligado por um longo
intervalo. Usando técnicas digitais, torna-se possível obter um sinal que varia sobre um ciclo
completo (usando circuitos de amostragem-e-retenção) para recriar a saída a partir de muitos
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trechos do sinal de entrada. A maior vantagem da operação classe D é que o amplificador está
ligado (usando potência) durante curtos intervalos, e a eficiência global pode, na prática, ser
muito alta, como descrito em seguida.

Eficiência do Amplificador

A eficiência de potência de um amplificador, definida como a razão entre a potência de


saída e a potência de entrada, melhora da classe A para a classe D. Em termos gerais, vemos
que o amplificador classe A, com polarização de na metade do nível da fonte de tensão, usa uma
boa quantidade de potência para manter a polarização, mesmo que nenhum sinal de entrada seja
aplicado. Isto resulta em uma eficiência muito pobre, sobretudo com sinais pequenos de entrada,
quando muito pouca potência ac é liberada para a carga. Realmente, a eficiência máxima de um
circuito classe A, que ocorre para a maior oscilação de tensão e corrente de saída, é apenas 25%
para uma conexão de carga direta ou realimentada em série, e 50% com uma conexão usando
transformador para ligar-se à carga. Pode-se mostrar que a operação classe B, sem nenhuma
potência de polarização de para o caso de ausência de sinal de entrada, fornece uma eficiência
máxima que atinge 78,5%. A operação classe D pode obter uma eficiência de potência maior do
que 90%, fornecendo a operação mais eficiente de todas as classes de operação. Como a classe
AB situa-se entre classe A e classe B, em termos de polarização, ela mantém sua eficiência entre
25% (ou 50%) e 78,5%.

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Amplificadores em Classe A

Um amplificador de potência apresenta características como: altos níveis de sinal


(tensão e/ou corrente), baixa sensibilidade e principalmente alta eficiência. A classe A de
amplificação não é, assim, a mais indicada para esse propósito (Eficiência teórica típica em torno
de 25%). Classes que possibilitam maior eficiência , como a B, AB e D serão mais indicadas.
No amplificador de potência classe A, a polarização do transistor de saída é feita de tal
forma que a corrente de coletor circula durante todo o ciclo do sinal de entrada VBE. Isto resulta
num ângulo de condução de 360° para transistor de saída. Assim para o BJT será caracterizada
uma polarização no centro da região linear. A classe A apresenta alta linearidade (baixa
distorção).
Para o amplificador de potência com BJT serão usados transistores com alta
capacidade de dissipação de calor (transistores de potência - famílias BD, TIP) e será por muitas
vezes necessário a utilização de dissipadores de calor. Os transistores de potência apresentam
em geral baixo HFE. A melhor forma de se polarizar um transistor para operar em Classe A é a
polarização por divisor de tensão (independente de beta), por se apresentar com maior
estabilidade, o que nos garantirá um ponto quiescente estável no centro da região linear.

Reta de Carga cc e ca
A resistência ca do coletor é diferente da resistência
cc do coletor. A reta de carga ca é mais inclinada, porque a
resistência ca do coletor é menor que a resistência cc do
coletor.

ICQ = corrente cc do coletor


lC(sat) = corrente de saturação do coletor
VCEQ = tensão cc coletor-emissor
rc = resistência ca vista do coletor

Como inicialmente o ponto de operação não


está no meio da reta de carga ca, temos que a
excursão do sinal à esquerda (VCEQ) é maior que a
excursão do sinal à direita (ICQ rc).

Logo o máximo valor de pico a pico (MPP)


da tensão ca sem ceifamento será: MPP = 2 ICQ rc

Para aumentarmos a excursão máxima do


sinal será deslocando o ponto Q para cima, até o
centro da reta de carga ca.

Posicionamento do ponto Q otimizado: diminuir


a resistência cc do emissor até que o ponto Q
produza valores iguais para VCEQ e ICQ rc.

R C  rc
RE 
VCC / VE  1

Somando-se as tensões ca em torno da malha do coletor: Vce + ic rc = 0


 v ce
ic  (*)
rc

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A corrente ca do coletor é dada por: ic = lc = lc - ICQ

e a tensão ca do coletor é: vce = VCE = VCE - VCEQ


Substituindo essas expressões em (*) e rearranjando-a temos:
V V
IC  ICQ  CEQ  CE
rc rc

Quando o transistor satura, VCE = 0 e temos:


V
IC( sat )  ICQ  CEQ (ponto sup erior )
rc
Quando o transistor está no corte, lc = 0 e temos:

VCE(corte) = VCEQ + ICQ rc (Ponto inferior)

Fórmulas de Potência para Classe A


2
V V 2

Potência na Carga: PL  L  saída


RL RL
2
VPP( saída )
ou usando o valor de pico a pico: PL 
8RL
(MPP )2
Potência Máxima na Carga: PL(max) 
8RL

Potência Dissipada no Transistor: Quando o amplificador


está sem sinal na entrada, a dissipação de potência no transistor
é dada por: PD = VCEQ ICQ

A potência dissipada no transistor diminui quando o sinal ca está presente.

Potência Total fornecida pela Fonte:

VCC Corrente no divisor de tensão formado por R1 e R2


I1  Corrente de alimentação total ou corrente de dreno é a soma da corrente no
R1  R 2
divisor e a corrente no coletor: ls = I1 + ICQ

Ps = VCC Is (potência cc fornecida para o amplificador)


PL
A Eficiência:   x100 %
PS
i
Ganho de Corrente: A i  c
ib
r
Ganho de Tensão: A V  c'
re
P v i
Ganho de Potência: A P  saída  saída c  A P  A v A i
Pentrada v ent ib

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Amplificadores em Classe B

Em um amplificador classe B, utiliza-se um par de dispositivos (transistores) com a


particularidade de que cada dispositivo conduz alternadamente por um ângulo de 180° do sinal
de entrada, ou seja, um dispositivo amplifica o semiciclo positivo, e o outro, o semiciclo negativo,
para que isto aconteça o ponto Q é colocado no corte para as retas ca e cc. A vantagem do
amplificador classe B é a baixa corrente drenada e a alta eficiência e menor dissipação de
potência nos transistores.
Em contrapartida, os amplificadores classe B ampliam significativamente o problema da
distorção, pois surge a distorção crossover (cruzamento de zero), que acontece entre a
passagem do semiciclo positivo para o semiciclo negativo. Nesta passagem ocorre que, em
determinado período de tempo, ambos os transistores estão simultaneamente cortados, não
ocorrendo amplificação do sinal.

Amplificador Coletor Comum (Seguidor de Emissor)

Os Limites:
Excursão à esquerda = VCEQ
Excursão à direita = ICQ re Onde: re = RE || RL

Máxima excursão de pico a pico (MPP): Menor valor entre: MPP = 2 lCQ re ou MPP = 2VCEQ

■ Para posicionar o ponto de quiescente (Q) no meio da reta de carga ca


aumentaremos a tensão cc na base (variando o valor de R2) de modo a produzir valores iguais
para VCEQ e ICQ re.

Circuito Push-Pull
No semiciclo positivo da tensão de entrada, o transistor
superior (T1) está em condução e o inferior, em corte. O transistor
superior funciona como um seguidor de emissor comum, de forma
que a tensão de saída é aproximadamente igual à tensão de
entrada.
No semiciclo negativo da tensão de entrada, o transistor
superior (T1) entra em corte e o inferior (T2), em condução. O
transistor inferior funciona como um seguidor de emissor comum e
produz uma tensão na carga aproximadamente igual à tensão de
entrada.
O transistor superior atua no semiciclo positivo da tensão
de entrada e o transistor inferior, no semiciclo negativo. Durante
cada semiciclo, a fonte vê, olhando para cada base, uma alta
impedância de entrada.
Distorção de cruzamento
Como o ponto Q é colocado no corte para as retas ca e cc, logo a tensão ca que chega
tem que aumentar até cerca de 0,7V para vencer a barreira de potencial dos diodos emissores.
Por isso não há fluxo de corrente através de T1 quando o sinal é menor que 0,7V. O
funcionamento é semelhante no outro ciclo. Não há fluxo de corrente em T2 até que a tensão ca
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de entrada seja mais negativa que -0,7V. Por esta razão se nenhuma
polarização é aplicada aos diodos emissores, a saída do seguidor de
emissor push-pull classe B será a apresentada na figura ao lado.
O sinal é distorcido. Por causa do ceifamento entre os semiciclos,
a saída não é mais uma onda senoidal. Como o ceifamento ocorre entre o
instante em que um transistor corta e o instante em que o outro conduz,
chamamos de distorção de cruzamento.
Para se reduzir a distorção de cruzamento, precisamos aplicar
uma pequena polarização direta para cada emissor. Isto significa localizar
o ponto Q um pouco acima do corte. Como orientação, uma corrente ICQ de 1 a 5% de lc<sat) é
suficiente para eliminar a distorção por transição.
No entanto, feito isso, estaremos modificando a classe do amplificador para AB.

Fórmulas de Potência para Classe B


2
V V 2

Potência na Carga: PL  L  saída


RL RL
2
VPP( saída )
ou usando o valor de pico a pico: PL 
8RL
(MPP )2
Potência Máxima na Carga: PL(max) 
8RL

Potência Dissipada no Transistor: Idealmente, a potência


dissipada no transistor é zero quando não há sinal de entrada. Na
realidade há uma pequena dissipação de potência em cada
transistor por causa da pequena polarização direta necessária
para evitar a distorção de cruzamento.
(MPP )2
PD(max) 
40RL

Potência Total fornecida pela Fonte:


A Corrente cc de alimentação de um amplificador push-pull classe B é ls=l1 + l2
Onde l1 = corrente cc através dos resistores de polarização
l2 = corrente cc através do coletor superior

Quando não há sinal de entrada, l2 = ICQ e a corrente drenada é pequena. Porém, quando
há sinal de entrada, a corrente drenada aumenta porque a corrente do coletor superior torna-se
grande.
Se for usada toda a linha de carga ca, o transistor superior terá uma corrente senoidal
de meia onda através dele com um valor de pico de:
V
IC( sat )  CEQ
RL
IC( sat ) VCEQ
O valor médio ou cc de um sinal de meia onda é: I2  ou I2 
  RL

A potência cc fornecida pela fonte é: Ps = VCC Is

PL(max)
A Eficiência:   x100 %
PS(max)

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Polarização de Amplificadores Classe B

A Figura ao lado mostra a polarização com divisor de tensão para um


circuito push-pull classe B. Os dois transistores têm de ser
complementares, significando similaridade nas curvas VBE, nas
especificações máximas etc. Por exemplo, o 2N3904 e o 2N3906 são
complementares. O primeiro é um transistor npn e o segundo, um pnp.
Eles têm similaridade nas curvas VBE, nas especificações
máximas, e assim por diante. Pares complementares como esses estão
disponíveis para o projeto de praticamente qualquer push-pull classes B.
Para evitar a distorção de cruzamento, posicionamos o ponto Q
ligeiramente acima da região de corte, com o valor de VBE correto em
algum ponto entre 0,6 e 0,7 V. Porém, aqui está o maior problema: a
corrente do coletor é muito sensível às variações de VBE. AS folhas de
dados indicam que um aumento de 60 mV em VBE produz uma corrente de
coletor 10 vezes maior. Por causa disso, quase sempre é necessário um
resistor ajustável para fazer o correto posicionamento do ponto Q. Mas um
resistor ajustável não resolve o problema da temperatura. Ainda que o ponto Q possa estar
perfeito na temperatura ambiente, ele mudará quando a temperatura variar. Conforme já
discutido, VBE diminui em aproximadamente 2 mV por grau de aumento na temperatura. À medida
que a temperatura aumenta para o circuito acima, a tensão fixada para cada diodo emissor força
a corrente de coletor a aumentar rapidamente. Se a temperatura aumentar 30°C, a tensão VBE
requerida diminuirá em 60 mV. Por sua vez, a corrente do coletor aumenta em um fator de 10,
porque a polarização fixa é de 60 mV para mais. Portanto, o ponto Q está muito instável com a
polarização do divisor de tensão.
O último perigo para o circuito acima é a deriva térmica. Quando a temperatura aumenta,
a corrente do coletor aumenta. À medida que a corrente do coletor aumenta, a temperatura da
junção aumenta ainda mais, reduzindo ainda mais o valor correto de VBE. Essa situação em
seqüência pode fazer com que a corrente do coletor ultrapasse seus valores nominais,
aumentando a potência a níveis excessivos, o que pode destruir o transistor. A ocorrência da
deriva térmica depende das propriedades térmicas do transistor, de como ele é resfriado e do tipo
de dissipador usado. É comum a polarização por divisor de tensão da figura acima produzir a
deriva térmica, que destrói o transistor.

Uma forma de evitar a deriva térmica é com a polarização por diodo,


mostrada na Figura ao lado. A idéia é usar diodos de compensação para
produzir a tensão de polarização nos diodos emissores. Para que esse
esquema funcione, as curvas dos diodos devem se igualar às curvas VBE
dos transistores. Então, qualquer aumento na temperatura reduz a tensão
de polarização proporcionada pelos diodos de compensação em uma
quantidade adequada. Por exemplo, considere que uma tensão de
polarização de 0,65 V estabeleça uma corrente do coletor de 2 mA. Se a
temperatura aumentar em 30°C, a tensão através de cada diodo de
compensação cai em cerca de 60 mV. Como a tensão VBE necessária
também diminui em 60 mV, a corrente do coletor permanece fixa em 2
mA. Para que a polarização por diodo seja imune às variações de
temperatura, as curvas dos diodos devem se igualar às curvas VBE por
uma ampla faixa de temperatura. Isso não ocorre facilmente com circuitos
discretos por causa da tolerância das componentes. Porém, a polarização
por diodo é fácil de ser implementada com circuitos integrados, porque os
diodos e transistores estão no mesmo chip, o que significa que eles tem curvas quase idênticas.
Com a polarização por diodo, a corrente do coletor iguala-se à corrente através dos diodos de
compensação e é dada por:
VCC  2 VBE
IC 
2R

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O Acionador de Classe B
Para acionar o seguidor de emissor classe B, usa-se
um acionador EC acoplado diretamente, conforme a Figura
ao lado.
O transistor Q2 é uma fonte de corrente que
estabelece a corrente cc de polarização através dos diodos.
Ajustando R2 podemos controlar a corrente cc de emissor
através de R4. Isso quer dizer que Q2 fornece corrente
contínua através dos diodos de compensação. Por causa dos
diodos de polarização, nos coletores de Q3 e Q4, existe um
mesmo valor de corrente.
Quando um sinal ca aciona a entrada, Q2 comporta-
se como um amplificador linearizado. O sinal ca amplificado
e invertido no coletor de Q2 aciona as bases de Q3 e Q4. No
semiciclo positivo, Q3 conduz e Q4 corta. No semiciclo
negativo, Q3 corta e Q4 conduz.

Um Amplificador Completo
Temos na Figura abaixo um amplificador completo com três estágios: um amplificador de
pequeno sinal (Q1), um amplificador classe A de grande sinal (Q2) e um seguidor de emissor
push-pull classe B (Q3 e Q4).

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AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA EM CIRCUITOS INTEGRADOS

Os fabricantes dispõem de uma vasta gama de amplificadores de potência em circuitos


integrados. Um AmpOp industrial normalizado, como o 741 (a um custo baixo), é capaz de
fornecer a potência aproximada de 100 mW sem componentes externos adicionais. A seguir
indicam-se dois exemplos de amplificadores de áudio integrados com valores nominais de 4 W e
20 W, respectivamente.

O amplificador LM384, esquematizado


na Figura ao lado, é projetado para
propiciar 34 dB de amplificação em
sinais até 300 kHz e fornecer 5 W de
potência à uma carga acoplada
capacitivamente. Os valores indicados
dos componentes originam um fator de
distorção a 1 kHz inferior a 1% com a
potência de saída de 5 W numa carga
de 8 ohms. Quando se usar este
dispositivo deve-se ter o cuidado de
implantar o circuito adequadamente e
evitar acoplamentos de dispersão ou
retroação de saída para a entrada, que
podem causar oscilações. Para evitar oscilações, o cabo de entrada deve ser blindado e a malha
de compensação de atraso R1 C2 deve ser conectada entre o pino de saída e a massa. O
condensador C3 usa-se para cancelar os efeitos da indutividade das pontas da fonte de
alimentação, enquanto C1 atua como um aterramento das baixas freqüências.

O amplificador de 20 W
da Figura ao lado é outro exemplo
do estado da tecnologia dos
amplificadores de potência
lineares monolíticos. O TDA2020,
conectado como se indica, com
uma entrada de 260 mV, origina
tipicamente 20 W em 4 ohms com
menos de 1% de distorção e
eficiência igual a 57%. A resposta
em freqüência (-3 dB) vai de 10 Hz
a 160 kHz com um ganho de
30 dB. Além disso, o dispositivo
tem proteção contra curtocircuitos
e desligação térmica se for
excedido o limite máximo de
dissipação térmica recomendado.

Os condensadores C1 a C4
proporcionam contornamento da
fonte de alimentação. As malhas
R3C5 e R1C6 produzem compensação de atraso na saída e na entrada, respectivamente. A
compensação é ainda controlada pelo condensador C7. Como o nível DC da saída é posto a
(V+ + V-) / 2, esta operação em fonte de alimentação repartida fornece a saída DC de 0 V e a
carga pode ser acoplada diretamente, eliminando a necessidade de um condensador de
acoplamento muito grande. Os diodos D1 e D2 fixam (e assim protegem) a saída nas excursões
indutivas maiores que as tensões de alimentação.

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Eletrônica Analógica II

REGULADOR SÉRIE

O regulador série é na realidade uma fonte de alimentação regulada mais sofisticada em


relação aos reguladores que utilizam apenas diodo zener.

O diodo zener atua apenas como elemento de referência enquanto que o transistor é o
elemento regulador ou de controle. Observa-se que o transistor está em série com a carga, daí o
nome regulador série.

Funcionamento:
 A tensão de saída estará disponível na carga (VL), então: VL = VZ - VBE
 Como VZ >> VBE podemos aproximar: VL = VZ
 Sendo VZ constante, a tensão no ponto "x" será constante
 Caso VIN aumente podemos analisar o que acontece aplicando a Lei de Kirchhoff para Tensão:

VIN = VR + VZ, mas VR = VCB, logo: VIN = VCB + VZ


VCE = VCB + VBE

Portanto, quando VIN aumenta, como VZ é constante, VCB também aumentará provocando
um aumento de VCE, de modo a suprir a variação na entrada, mantendo VL constante.
VL = VIN - VCE

Então: se VIN aumenta  VCE aumenta  VL não se altera

 Caso VIN diminua podemos analisar o que acontece aplicando a Lei de Kirchhoff para Tensão,
obedecendo os mesmos princípios adotados anteriormente. Neste caso VCB diminui.

Com a diminuição de VIN  VCE diminui  VL não se altera

REGULADOR PARALELO
A exemplo do regulador série, o transistor atua como elemento de controle e o zener como
elemento de referência.
Como a carga fica em paralelo com o transistor, daí a denominação regulador paralelo,
cujo circuito é mostrado abaixo.

A análise do seu funcionamento segue basicamente os mesmos princípios do regulador


série, no que diz respeito aos parâmetros do transistor e do diodo zener.
17/54
Eletrônica Analógica II

Funcionamento:
 VZ = VCB  como VZ é constante, VCB será constante
 VCE = VCB + VBE, mas VCB >> VBE
Logo: VCE = VCB, onde VCE = VZ

Ao variar a tensão de entrada dentro de certos limites, como VZ é fixa, variará VBE variando
a corrente IB e conseqüentemente IC. Em outras palavras, variando-se a tensão de entrada
ocorrerá uma atuação na corrente de base a qual controla a corrente de coletor.
Neste caso, VCE tende a permanecer constante desde que IZ não assuma valores menores
que IZ(MIN) e maiores que IZ(MAX).
Os parâmetros para o projeto de em regulador paralelo são essencialmente: V IN, VL e
IL(MAX).

REGULADOR COM AMPLIFICADOR DE ERRO


O regulador com amplificador de erro torna o circuito mais sensível às variações da tensão
de entrada, ou variações da corrente de carga, através da introdução de um transistor junto ao
elemento de referência.
A figura a seguir ilustra esse tipo de regulador, onde os elementos que compõem o circuito
tem as seguintes funções:
 Diodo Zener: é utilizado como elemento de referência de tensão;
 Transistor T1: é o elemento de controle, que irá controlar a tensão de saída a partir de uma
tensão de correção a ele enviada através de um circuito comparador;
 Transistor T2: é basicamente um comparador de tensão DC, isto é, compara duas tensões, VR2
e VR3, sendo a tensão VR3 fixa (denominada também tensão de referência), cuja finalidade é
controlar a tensão de polarização do circuito de controle. Qualquer diferença de tensão entre
os dois resistores irá fornecer à saída do comparador uma tensão de referência que será
aplicada ao circuito de controle.

Funcionamento:
Quando houver uma variação da tensão de entrada, a tendência é ocorrer uma variação
da tensão de saída.
Supondo que VIN aumente, a tensão nos extremos de RL tenderá a aumentar, aumentando
a tensão VR2 e VR3, mas, como a tensão no emissor de T2 é fixada por VZ, então um aumento de
tensão no ponto "x" provocará um aumento de VBE2, que aumentará IB2 e conseqüentemente IC2.
Quando IC2 aumenta, haverá um aumento da tensão em R1 (VR1), uma vez que a tensão do
emissor de T2 é fixada pela tensão de zener (VZ).
Como VBE1 é fixa, então um aumento de VR1 provocará um aumento de VCE1.
Lembrar que VR1 = VCB1 e que VCB1 + VBE1 = VCE1.
Um aumento de IC2 provocará também um discreto aumento na corrente de base de T1
(IB1).
IC2 = IR1 - IB1 IR1 = IC2 + IB1
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Eletrônica Analógica II

O TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO

O transistor de efeito de campo (FET - field effect transistor) é um transistor unipolar, ou seja ele
funciona com apenas um tipo de carga (elétron ou lacuna). Sendo um transistor ele possui muitas
semelhanças com os bipolares que estudamos até agora. Os FETs se classificam em duas
classes: os JFETs e os MOSFETS.

O JFET (junction FET ou FET de junção) é construído a partir de um pedaço de semicondutor tipo
n ou p, sendo seu funcionamento igual, diferindo apenas como nos bipolares NPN e PNP, na
polarização. Embora existam JFETs de quatro terminais, na maioria das vezes eles tem três
terminais que são análogos aos dos transistores bipolares:

Como nos transistores bipolares os elétrons circulam do emissor para o coletor, no JFET eles vão
da fonte (S) para o dreno (D). A corrente convencional vai no sentido inverso.

Na fabricação do JFET canal n partimos de um bloco de semicondutor tipo n e adicionamos por


difusão duas áreas de material p. As extremidades do material n serão uma o dreno (D) e a outra
a fonte (S). As áreas de material p formarão a porta (G). Vide figura abaixo:

Ao aplicarmos uma tensão VDD entre dreno e fonte os elétrons podem fluir pelo material n, da
fonte para o dreno. Sendo a porta de material p, formam-se dois diodos p-n, um entre porta e
dreno e outro entre porta e fonte. Num bipolar nós polarizamos o diodo base-emissor diretamente
e o diodo base-coletor inversamente para funcionamento correto como transistor. No JFET nós
polarizamos reversamente os dois diodos. Isto cria em volta das junções de porta uma camada de
depleção, pela recombinação dos elétrons e das lacunas em torno das junções reversamente
polarizadas. Veja a figura abaixo onde é mostrada a polarização usual e a formação das camadas
de depleção em torno da porta. Estas camadas de depleção formam um estreitamento no material
n, dificultando a passagem dos elétrons da fonte (S) para o dreno (D). Quanto maior for a tensão
na porta (mais negativa em relação à fonte) maior será a zona de depleção, mais estreito fica o
canal e menos corrente circulará pelo JFET.

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Eletrônica Analógica II

A denominação efeito de campo é proveniente destes estreitamentos do canal, causados por


um campo elétrico neutro (camada de depleção) que controla a passagem de corrente. Num
transistor bipolar a corrente de base controla a corrente de coletor (IC = IB). Num JFET a tensão
de porta (VGG) controla a corrente entre dreno e fonte.

Como a polarização é reversa no diodo porta-fonte, a corrente que circula é quase nula. Na
prática podemos considerar IG = 0. Mas se IG = 0, aplicando a lei de Ohm na entrada do JFET
temos:
VGG VGG
VGG  R ent .I G ou R ent   
IG 0

Isto significa que o JFET tem uma impedância de entrada elevadíssima, da ordem de centenas
de Mega Ohms.

Por outro lado se IG = 0, por Kirchhoff temos que ID = IS. Para aplicações de baixa freqüência
podemos até inverter dreno e fonte que o JFET funciona igualmente. Para freqüências mais
elevadas as capacitâncias parasitas entre porta e dreno são menores que as entre porta e fonte.

O JFET será sempre polarizado com os dois diodos com tensão reversa. Logo podemos concluir
que a corrente de dreno máxima será quando VGS = 0, pois assim a zona de depleção será a
menor possível. O funcionamento do JFET com VGS = 0 (porta curto circuitada à terra) é mostrado
na figura abaixo.

Repare como esta curva se parece com a curva de coletor de um bipolar. Note que:

 A corrente de dreno (IDSS = I drain source shorted) sai de zero, quando VDS = 0 e sobe
rapidamente, de forma linear até que VDS = VP, então há uma estabilização de IDSS,
mesmo com o aumento de VDS, até atingirmos VDS = VDS(max), quando há uma ruptura com
IDSS disparando e o JFET sendo destruído;
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Eletrônica Analógica II

 O ponto VP (de pinchoff ou estrangulamento) é a tensão mínima para que IDSS fique
praticamente constante;

 IDSS é a corrente máxima que pode circular por um JFET.

O fabricante fornece o valor de IDSS, bem como o de VDS(max). Outro dado importante é o valor de
VP, que nem sempre é dado pelos fabricantes. Eles fornecem sempre VGS(off) que é a tensão de
porta que leva o JFET ao corte (ID = 0). A figura abaixo ilustra o ponto de VGS(off).

Veja que, como dissemos, se VGS = 0, temos ID máximo, que é de 8mA na figura acima. Se
aumentarmos a diferença de potencial entre porta e fonte (VGS), sempre com a polarização
reversa, ID vai diminuindo até que com VGS = -4V (porta a 4V abaixo da fonte), temos ID = 0, ou
seja o JFET está cortado. Assim temos no nosso exemplo VGS(off) = -4V. Por características
construtivas sabemos que VP = |VGS(off)| ou então:

VGS(off)  VP

A figura acima ilustra bem este aspecto. Note que VP é a tensão mínima para que IDS seja
aproximadamente constante quando VGS = 0.

A parte da curva da figura acima entre VDS = 0 e VDS = VP é bastante linear, o que equivale a reta
de saturação de um transistor bipolar. Esta região é chamada de região ôhmica do JFET pois a
relação entre V e I é linear. Isto equivale a um resistor com valor:

VP
RDS 
IDSS

O valor de RDS é em torno de centenas de ohms.

Calculamos a corrente em um JFET pela curva de transcondutância, graficamente ou pela


equação dessa curva. A transcondutância é a relação entre ID versus VGS.

Todos os JFETs apresentam curvas de transcondutância iguais às da figura abaixo, variando


apenas os valores de IDSS e VGS(off). A equação matemática para esta curva é (Equação de
Shockley):
2
 V 
ID  IDSS . 1  GS 
 VGS(of f ) 

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Eletrônica Analógica II

O fabricante fornece IDSS e VGS(off), assim basta saber a tensão VGS do nosso circuito para
calcular ID.

Repare que esta curva é uma parábola, pois ID = K x IDSS , sendo K um fator quadrático:

2
 VGS 
K  1  
 V 
 GS(of f ) 

Por ser quadrático o fator que relaciona a corrente de dreno o JFET é chamado de dispositivo
quadrático, o que é bom para certas aplicações principalmente em áudio onde muitas vezes
misturamos sinais.

Assim podemos representar o JFET como uma fonte de corrente cuja saída é K x IDSS,
dependendo da tensão VGS, isto para VDS acima de VP. Na região ôhmica (VDS < VP) o JFET se
comporta como um resistor RDS = VP / IDSS. Portanto para representar o circuito equivalente de
um JFET precisamos de dois modelos, mostrados abaixo:

Estes modelos são construídos tomando por base o comportamento ideal do JFET mostrado a
seguir onde temos ID = constante ou seja uma reta bem horizontal e também para VDS < VP todas
as curvas se sobrepondo.

Dependendo de como polarizamos o JFET ele pode se comportar como uma fonte de corrente
(região ativa) ou como um resistor (na saturação). Os modelos acima apresentam um resistor
entre porta(G) e fonte(S), RGS, que sabemos ser muito elevado, podendo simplesmente ser
desprezado.

Já vimos que o ponto VP define a separação entre as duas regiões de operação do JFET, assim
precisamos saber seu valor correto. A folha de dados do fabricante nos dá VP para VGS = 0. Para
VGS ≠ 0 calculamos:

VP’ = ID x RDS

A seqüência de cálculo é:

VP
Calcular: RDS 
IDSS
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Eletrônica Analógica II

2
 VGS 
Calcular: ID  IDSS . 1  
 V 
 GS(of f ) 

Calcular VP’, que é VP proporcional à VGS que está sendo usado no circuito.

Polarização do FET

A Figura abaixo (a) mostra a polarização da porta. Uma tensão VGG fixa é aplicada na porta. Esta
é a pior forma de polarizar um amplificador JFET, porque o ponto Q varia em função de I DSS e
VGS(off). Como essas variáveis modificam-se com a temperatura e com a substituição do JFET, é
impossível obter um ponto Q estável com a polarização de porta.

A polarização por divisor de tensão é o método de polarização preferido para amplificadores


bipolares, porém não para JFETs. Embora alguns circuitos com JFET tenham sido projetados com
a polarização por divisor de tensão mostrada na Figura abaixo (b), ela não surgiu como o principal
tipo de polarização do JFET.

O próximo tipo de polarização do bipolar é a polarização de emissor com duas alimentações.


Quando as tensões de alimentação positiva e negativa estão disponíveis, a maioria dos projetistas
usará esse tipo de polarização do bipolar, porque ela apresenta no estágio final a maior saída sem
distorção. A forma análoga de polarização do JFET é a polarização com fonte simétrica, mostrada
na Figura abaixo (c). Embora ela tenha sido usada com êxito com JFETs, essa não é a
polarização que é usada na maioria das vezes com amplificadores JFET.

Finalmente, chegamos à autopolarização, mostrada na Figura abaixo (d). Esse tipo de polarização
não tem equivalente em circuitos bipolares. A autopolarização é a forma preferida de polarização
para um amplificador JFET. Você verá que esse tipo de polarização é mais usado do que qualquer
outro tipo de JFET. Por sua simplicidade, ela oferece um método elegante e efetivo para a
polarização de um amplificador JFET. Embora o ponto Q não seja sólido como uma rocha, ele é
estável o suficiente para a maioria das aplicações de amplificadores que usam JFET.

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Eletrônica Analógica II

Polarização Fixa

O resistor RG está presente para assegurar que Vi apareça na entrada do amplificador FET na
análise AC. Para a análise DC, temos:

IG  0 A e

VRG = IG RG = 0 . RG = 0 V.

A queda de zero volt através de RG permite substituir RG por um curto-circuito equivalente, para a
análise DC.

Como o terminal negativo da bateria está conectado na porta, pode-se concluir que a polaridade
de VGS é oposta à de VGG. Aplicando a lei das tensões de Kirchhoff na malha de entrada, no
sentido horário, resulta em:

–VGG –VGS = 0.

VGS = –VGG.

Uma vez que VGG é uma fonte de constante, a tensão VGS é fixa, daí a notação "configuração com
polarização fixa".

A corrente de dreno (ID) é dada pela equação de Shockley:

2
 V 
ID  IDSS . 1  GS 
 VGS(of f ) 

Uma vez que VGS é fixa para esta configuração, ela pode
ser substituída na equação de Shockley para se
determinar o valor de ID. Este é um dos poucos casos em
que a solução matemática pode ser empregada
diretamente.

Através da malha dreno-fonte, obtém-se VDS. Lembre que


IS = ID, onde resultará em:

VDS  VDD  ID RD

Na figura ao lado temos o ponto de operação utilizado para projetos de polarização de FETs.
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Eletrônica Analógica II

Autopolarização

A autopolarizacão elimina a necessidade de duas fontes DC. A tensão controladora de porta-fonte


é agora determinada pela tensão através do resistor RS colocado entre a fonte e o terra.

Para a análise DC, os capacitores podem ser substituídos por circuitos-abertos e o resistor RG
substituído por um curto-circuito equivalente, já que a condição é que IG = 0mA.

A corrente através de RS é a corrente de fonte IS, mas IS = ID e VRS = RS ID.

Para a malha porta-fonte, encontramos:

– VGS –VRS = 0

VGS = –VRS ou ainda VGS = –RSID

Observe neste caso que VGS é função da corrente de saída ID. Para se obter a corrente de dreno
ID podemos adotar o método matemático ou o método gráfico. Através do método matemático ID
poderá ser definido pela equação de Shockley.

2
 V 
ID  IDSS . 1  GS 
 VGS(of f ) 

Resolvendo o sistema da equação VGS = –RS ID com a equação de Shockley, determinamos o


ponto de operação (valores de IDQ e VGSQ).

  V 
2

ID  IDSS . 1  GS 
  VGS(of f ) 


 VGS =  R SID

Após a realização dos cálculos, deve e tomar o cuidado de assumir o valor correto de ID, pois este
deve estar entre zero e IDSS.

O método gráfico é determinado através da curva de transferência (transcondutáncia), uma vez


que VGS = –RS ID, adotando um determinado valor para ID, podemos traçar uma reta sobre a curva
de transferência, o ponto de encontro entre a reta e a curva de transferência será definido como o
ponto Quiescente, rebatendo este ao eixo de lDSS, obtem-se o valor de ID, porém este método deve
ser realizado cuidadosamente, pois existe uma grande chance de desenhar-se a curva de
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Eletrônica Analógica II

transferência de forma inadequada, ou mesmo não desenha-la dentro das devidas escalas, além
de nos induzir ao erro.

Verifique ainda que através da malha dreno-fonte, obtém-se VDS. Lembre que IS = ID, onde
resultará em:

VDS  VDD  ID (RS  RD )

Além disso:

VS = RS . ID e VG = 0 V.

VD = VDD – RD . ID

Polarização por Divisor de Tensão

A polarização por divisor de tensão aplicada aos amplificadores com TBJ também é aplicada aos
amplificadores com FET. A configuração básica é exatamente a mesma, mas a análise DC é
consideravelmente diferente. IG = 0 A para os amplificadores com FET, mas, para os
amplificadores que utilizam TBJ, o valor de IB pode afetar os níveis de corrente e tensão nos
circuitos de entrada e saída. Lembre-se de que IB é o elo de ligação entre os circuitos de entrada e
saída na configuração com divisor de tensão para o TBJ, enquanto VGS faz o mesmo para a
configuração com FET.

Uma vez que IG = 0 A, a lei das correntes de Kirchhoff permite afirmar que IR1 = IR2 e o circuito
equivalente-série que aparece à esquerda da figura pode ser utilizado para se determinar o valor
de VG. A tensão VG, igual à tensão através de R2, pode ser determinada com o auxílio da regra do
divisor de tensão:

R 2 VDD
VG 
R1  R 2

Aplicando a lei das tensões de Kirchhoff no sentido horário na malha de entrada (malha de VGS),
resulta em:

VG – VGS – VRS = 0 
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Eletrônica Analógica II

VGS = VG – VRS

Substituindo VRS = ISRS = IDRS, temos:

VGS = VG – IDRS

Resolvendo o sistema desta equação com a equação de Shockley, determinamos o ponto de


operação (valores de IDQ e VGSQ).

  V 
2

ID  IDSS . 1  GS 
  V 
 GS(of f ) 

 VGS = VG  IDR S

Após a realização dos cálculos, deve e tomar o cuidado de assumir o valor correto de I D, pois este
deve estar entre zero e IDSS.

Uma vez determinados os valores de IDQ e VGSQ, a análise restante pode ser feita da maneira
usual. Ou seja,

VDS = VDD – ID (RD + RS)

VD = VDD – IDRD

VS = IDRS

Polarização de Fonte

A Figura abaixo mostra a polarização de fonte (similar à polarização de emissor com duas
alimentações). A ideia é sobrepujar as variações em VGS. O valor de ID é dado por:

VSS  VGS
ID 
RS

Para a polarização de fonte funcionar bem, VSS tem de ser muito maior do
que VGS. Entretanto, uma faixa de variação típica para VGS é de -1 a -5 V,
logo você pode ver que uma realimentação perfeita não é possível com as
tensões de alimentação típicas. Novamente, a estabilidade máxima na
polarização requer um VSS tão grande quanto possível e um VGS também
tão pequeno quanto possível.

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Eletrônica Analógica II

Polarização por Fonte de Corrente

Quando alimentações positiva e negativa estão disponíveis, você pode usar a polarização por
fonte de corrente, mostrada na Figura abaixo (a). Como o transistor bipolar é polarizado pelo
emissor, sua corrente de coletor é dada por:
VEE  VBE
IC 
RE

Como o trarisistor bipolar funciona como uma fonte de corrente CC, ele força a corrente do dreno
do JFET a ser igual à corrente do coletor do bipolar:

ID = IC

A Figura (b) ilustra como é eficiente a polarização por fonte de corrente. Como Ic é constante, os
dois pontos Q têm o mesmo valor da corrente do dreno. A fonte de corrente elimina efetivamente
a influência de VGS. Embora VGS seja diferente para cada ponto Q, ele não mais influencia o valor
da corrente de dreno. Essa é a estabilidade definitiva na polarização para um JFET.

Análise AC para FET

A Transcondutância

Para analisar amplificadores JFET, precisamos discutir uma grandeza CA chamada


transcondutância, designada por gm. Algebricamente, a transcondutãncia é dada por:

I D
gm 
VGS

Como as mudanças em ID e VGS equivalentes para a corrente e a tensão CA, a Equação acima
pode ser escrita como:

id
gm 
v gs

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Eletrônica Analógica II

Se os valores de pico a pico são id = 0,2 mA e vgs = 0,1 V, então:

0,2mA
gm   2(10 -3 )mho  2.000μmho
0,1V

A unidade "mho" é a razão entre a corrente e a tensão. O equivalente formal para o mho é o
Siemens (S). A maioria das folhas de dados continua a usar o mho em vez do siemens. Elas
também usam o símbolo gfs para gm.

Modelo Ideal CA para JFET

A Figura abaixo esclarece o significado de gm em relação à curva de transcondutância. Entre os


pontos A e B, uma mudança em VGS produz uma mudança em ID. A razão da mudança em ID para
a mudança em VGS é igual ao valor de gm entre A e B. Se selecionamos um outro par de pontos
mais para cima na curva em C e D, obtemos mais de uma mudança em ID para uma dada
mudança em VGS. Portanto, gm tem um valor maior mais para cima na curva. O maior valor de gm é
para a maior tensão efetiva de porta que controla a corrente de dreno.

A Figura abaixo mostra um circuito equivalente CA simples para um JFET. Há uma resistência
RGS muito alta entre a porta e a fonte. Esse valor está bem na faixa das dezenas ou centenas de
megohms. O dreno do JFET funciona como uma fonte de corrente com um valor de gm.vgs. Se
soubermos os valores de gm e de vgs poderemos calcular a corrente ca de dreno. Esse modelo é
uma primeira aproximação porque ele não inclui a resistência interna da fonte de corrente, a
capacitância do JFET e assim por diante. Em baixas frequências, podemos usar esse modelo CA
simples na análise de defeitos e análises preliminares.

(a) Transcondutância; (b) circuito equivalente; (c) variação da transcondutância.

A Transcondutância e a Tensão de Corte Porta-Fonte

Aqui está uma fórmula útil:

 2I DSS
VGS(off) 
g m0

Ela é útil porque VGS(off) é difícil de ser medida com precisão. Porém, IDSS e gm0 são fáceis de
serem medidos com grande precisão. Portanto, a aproximação padrão é medir IDSS e gm0, e então
calcular VGS(off). Isso é feito na folha de dados.

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Eletrônica Analógica II

Quando VGS = 0, gm tem o seu valor máximo. Esse valor máximo é designado como de gm0, ou gfs0
na folha de dados. Quando VGS é negativa, gm diminui de valor. Aqui está a equação de gm para
qualquer valor de VGS:

 V 
g m  g m0 1  GS 
 V 
 GS(off) 

Observe que gm diminui linearmente quando VGS se torna mais negativa, como mostrado na Figura
acima (c). Essa propriedade é útil em controle automático de ganho.

AMPLIFICADORES JFET

A Figura abaixo (a) mostra um amplificador fonte-comum (CS - commom-source). Ele é similar a
um amplificador EC. Portanto, muitas das ideias que você aprendeu antes sobre transistores
bipolares se aplicam aqui. Por exemplo, os capacitores de acoplamento e de derivação funcionam
como curtos para CA. Por isso, a tensão CA de entrada é acoplada diretamente à porta. Como a
fonte está no terra para CA por meio do capacitor de derivação, toda tensão CA de entrada
aparece entre a porta e a fonte. Isto produz uma corrente CA de dreno. Como a corrente CA flui
através do resistor do dreno, obtemos um amplificador com tensão CA invertida na saída. Esse
sinal de saída é então acoplado ao resistor de carga.

A Figura abaixo (b) mostra o circuito equivalente CA. Aqui, a resistência da porta está em paralelo
com a resistência porta-fonte do JFET. Como a tensão CA de entrada aparece através dos
terminais porta-fonte, a fonte de corrente tem um valor de g mvent. Essa corrente CA de dreno
circula através da resistência CA de dreno, que são as resistências RD e RL em paralelo.

(a) Amplificador fonte-comum; (b) circuito equivalente.

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Eletrônica Analógica II

Ganho de Tensão

Na Figura acima (a), a resistência CA de dreno é:

rd = RD || RL

Quando a corrente de saída gmvent flui através de rd, ela produz uma tensão de saída de

vsaída = gm vent rd

Divida ambos os lados por vent e obtenha:

v saída
 g m rd
v ent

Lembre-se de que o ganho de tensão é definido como a tensão de saída dividida pela tensão de
entrada. Portanto, a equação anterior pode ser escrita como

A = gm rd

Ela diz que o ganho de tensão de um amplificador fonte-comum é igual à transcondutância vezes
a resistência CA do dreno.

Atalhos do Transistor Bipolar para o JFET

Lembre-se de que a gm de um transistor bipolar é dada por:

1
gm 
r' e

Há uma conexão entre o ganho de tensão de um JFET e de um transistor bipolar. Essa conexão
permite-nos usar um atalho para derivação e recordação das fórmulas do JFET. Como os
transistores bipolares e os JFETs têm circuitos equivalentes similares, toda as fórmulas para
ganho de tensão são análogas umas às outras. Isso significa que podemos reescrever qualquer
fórmula de bipolar para um circuito JFET comparável mudando os subíndices e substituindo r'e por
1/gm. Por exemplo, o amplificador bipolar EC tem um ganho de tensão de:

rc
A
r' e

Um amplificador JFET CS tem o mesmo projeto de configuração. Portanto, podemos substituir rc


por rd e r'e por 1/gm para obter:

rd
A   g m rd
1/g m

Um amplificador JFET linearizado como o da Figura abaixo (a) tem parte da resistência de fonte
sem o capacitor de derivação. Isso é similar ao amplificador bipolar linearizado cujo ganho de
tensão é:

rc
A
re  r' e
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Eletrônica Analógica II

Se você se lembra dessa fórmula para o transistor bipolar, pode obter facilmente a fórmula
equivalente para JFET. Substitua rc por rd, re por rs, e r'e por 1/gm para obter:

rd
A
rs  1/g m

Como um exemplo final, o seguidor de fonte da Figura (b) é similar a um seguidor de emissor cujo
ganho de tensão é:

re
A
re  r' e

Quando você substitui re por rs e r'e por 1/gm obtém o ganho de tensão de um seguidor de fonte,
onde rs = RS || RL..

rs
A
rs  1/g m

É importante lembrar-se da última equação, porque o seguidor de fonte é um dos circuitos JFET
mais largamente usados. Semelhante ao seguidor de emissor, o seu ganho de tensão é menor do
que 1. Mas ele tem a maior vantagem, que é a altíssima impedância de entrada. Você verá o
seguidor de fonte usado em todos os tipos de aplicações.

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Eletrônica Analógica II

MOSFET

O FET de óxido de semicondutor e metal, MOSFET, tem uma fonte, uma porta e um dreno. A
diferença básica para o JFET é porta isolada eletricamente do canal. Por isso, a corrente de porta
é extremamente pequena, para qualquer tensão positiva ou negativa.

MOSFET DE MODO DEPLEÇÃO

A Figura abaixo mostra um MOSFET de modo depleção canal n e o seu símbolo. O substrato em
geral é conectado a fonte (pelo fabricante), Em algumas aplicações usa-se o substrato para
controlar também a corrente de dreno. Neste caso o encapsulamento tem quatro terminais.

Os elétrons livres podem fluir da fonte para o dreno através do material n. A região p é chamada
de substrato, e ela cria um estreitamento para a passagem dos elétrons livres da fonte ao dreno.

A fina camada de dióxido de silício (SiO2), que é um isolante, impede a passagem de corrente da
porta para o material n.

A Figura ao lado mostra o MOSFET de modo depleção


com uma tensão de porta negativa. A tensão VDD força os
elétrons livres a fluir através do material n. Como no JFET
a tensão de porta controla a largura do canal. Quanto
mais negativa a tensão, menor a corrente de dreno. Até
um momento que a camada de depleção fecha o canal e
impede fluxo dos elétrons livres. Com VGS negativo o
funcionamento é similar ao JFET.

Como a porta está isolada eletricamente do canal, pode-se aplicar uma tensão positiva na porta
(inversão de polaridade bateria VGG do circuito da Figura acima). A tensão positiva na porta
aumenta o número de elétrons livres que fluem através do canal. Quanto maior a tensão, maior a
corrente de dreno. Isto é que a diferencia de um JFET.

Características de dreno e
transferência para um
MOSFET tipo depleção de
canal n.

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Eletrônica Analógica II

MOSFET DE MODO CRESCIMENTO OU INTENSIFICAÇÃO

O MOSFET de modo crescimento ou intensificação é uma evolução do MOSFET de modo


depleção e de uso generalizado na indústria eletrônica em especial nos circuitos digitais.

A Figura acima mostra um MOSFET de canal n do tipo crescimento e o seu símbolo. O substrato
estende-se por todo caminho até o dióxido de silício. Não existe mais um canal n ligando a fonte e
o dreno.

Quando a tensão da porta é zero, a alimentação VDD força a ida dos elétrons livres da fonte para
o dreno, mas o substrato p tem apenas uns poucos elétrons livres produzidos termicamente.
Assim, quando a tensão da porta é zero, o MOSFET fica no estado desligado (off). Isto é
totalmente diferente dos dispositivos JFET e MOSFET de modo depleção.

Quando a porta é positiva, ela atrai elétrons livres na região p. Os elétrons livres recombinam-se
com as lacunas na região próxima ao dióxido de silício. Quando a tensão é suficientemente
positiva, todas as lacunas encostadas no dióxido de silício são preenchidas e elétrons livres
começam a fluir da fonte para o dreno. O efeito é o mesmo que a criação de uma fina camada de
material tipo n próximo ao dióxido de silício. Essa camada é chamada de camada de inversão tipo
n. Quando ela existe o dispositivo, normalmente aberto, de repente conduz e os elétrons livres
fluem facilmente da fonte para o dreno.
O VGS mínimo que cria a camada de inversão tipo n é chamado tensão de limiar, simbolizado por
VGS(th). Quando VGS é menor que VGS(th), a corrente de dreno é zero. Mas quando VGS é maior
VGS(th), uma camada de inversão tipo n conecta a fonte ao dreno e a corrente de dreno é alta.
VGS(th) pode variar de menos de 1V até mais de 5V dependendo do MOSFET.

A Figura abaixo mostra as curvas ID x VDS e ID x VGS do MOSFET de modo intensificação e a reta
de carga típica. No gráfico ID x VDS, a curva mais baixa é para VGS(th). Quando VGS é maior que
VGS(th), a corrente de dreno é controlada pela tensão da porta. Neste estágio o MOSFET pode
trabalhar tanto como um resistor (região ôhmica) quanto uma fonte de corrente. A curva I D x VGS,
é a curva de transcondutância e é uma curva quadrática. O início da parábola está em V GS(th). Ela
é dada por:

ID  k(VGS  VGS(th) ) 2

onde k é uma constante que depende do MOSFET em particular.

As folhas de especificações fornecem normalmente a tensão de limiar (VGS(th)) e um valor de


corrente de dreno (ID(on)) para um nível de VGS(on). Desta forma, dois pontos são definidos de
imediato. Para completar a curva, a constante k da Equação acima deve ser determinada a partir
dos dados das folhas de especificações, substituindo estes na Equação acima e resolvendo para
k:

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Eletrônica Analógica II

ID  k(VGS  VGS(th) ) 2

ID(on)  k(VGS(on)  VGS(th) ) 2

ID(on)
k
V GS(on)  VGS(th) 
2

Uma vez definido k, outros níveis de ID podem ser determinados a partir de valores de VGS.

TENSÃO PORTA-FONTE MÁXIMA

Os MOSFET têm uma fina camada de dióxido de silício, um isolante que impede a circulação de
corrente de porta tanto para tensões positivas como negativas. Essa camada isolante é mantida
tão fina quanto possível para dar a porta um melhor controle sobre a corrente de dreno. Como a
camada é muito fina, é fácil destruí-la com uma tensão porta fonte excessiva. Além da aplicação
direta de tensão excessiva entre a porta fonte, pode-se destruir a camada isolante devido a
transientes de tensão causados por retirada/colocação do componente com o sistema ligado. O
simples ato de tocar um MOSFET pode depositar cargas estáticas suficiente que exceda a
especificação de VGS máximo. Alguns MOSFET são protegidos por diodos zener internos em
paralelo com a porta e a fonte. Mas eles tem como inconveniente, diminuir a impedância de
entrada.

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Eletrônica Analógica II

AMPLIFICADORES DISCRETOS E INTEGRADOS


Um circuito discreto (que significa separado ou distinto), é composto por componentes
separados. Por exemplo, um amplificador discreto tem resistores, transistores, capacitores etc.
Estes, normalmente são soldados na placa de circuito impresso e interligados por meio de trilhas
ou fios de material condutor, normalmente o cobre. Se este mesmo amplificador for construído em
um circuito integrado, os componentes do circuito serão construídos em uma única pastilha de
silício através do processo de dopagem e interligados em sua estrutura atómica por meio de
finíssimos fios condutores. Depois de pronto, a pastilha é encapsulada e conectada ao meio
exterior por meio de pinos metálicos.
Um dos problemas encontrados na construção de CIs é que não se pode construir
capacitores de grandes valores em pastilhas de silício. Os mesmos já foram até fabricados em
pastilha, mas sempre menores que 50pF. Devido a esta limitação, os amplificadores montados em
CIs tem quase sempre acoplamento direto, que, como nós já estudamos, não utiliza capacitores
no acoplamento entre os estágios.
Amplificadores com acoplamento direto tem uma característica interessante, que é
amplificar, além de tensões alternadas, tensões contínuas. Por isso são normalmente chamados
de amplificadores CC. Amplificadores com acoplamento por capacitor não amplificam tensão
contínua.

AMPLIFICADOR DIFERENCIAL
O amplificador diferencial é um dos melhores estágios de acoplamento direto disponíveis
para o projetista de Cl. É um tipo de amplificador que é muitíssimo usado na etapa de entrada dos
amplificadores operacionais. Veja abaixo o diagrama em blocos de um amplificador operacional.

O amplificador diferencial apresenta duas entradas V1 e V2. Quando


V1 > V2, teremos a polaridade apresentada na saída, se V1 = V2 o sinal na
saída será zero. O que o amplificador diferencial faz na verdade é amplificar a
diferença entre as tensões presentes nas duas entradas.

A Figura abaixo mostra a forma modificada de um amplificador


diferencial que é usada em CIs amps op.

Quando Eñinv aumenta, a corrente de


emissor do transistor T1 aumenta. Isto eleva a
tensão na extremidade superior de Re, que equivale à diminuição
do VBE do transistor T2. Um VBE menor de T2 significa uma menor
corrente de coletor nesse transistor, o que aumenta a tensão de saída.
Logo esta entrada é chamada de entrada não inversora, a tensão de
saída está em fase com Eñinv.
Quando Einv aumenta, a corrente de coletor de T2 aumenta, o
que significa que a tensão de saída diminuirá. Por isso, a entrada de
tensão Einv é chamada de entrada inversora. A tensão de saída está
180° defasada em relação a esta entrada.

IT é chamada de corrente de cauda, que é a corrente no resistor Re. Quando os


transistores forem idênticos, a corrente de cauda se divide igualmente entre os transistores, isto
significa que le1 = le2.

CORRENTE DE COMPENSAÇÃO DE ENTRADA (CORRENTE DE OFFSET)


É a diferença entre as correntes de base dos dois transistores. Esta corrente indica o
quanto os transistores estão casados. Se os transistores forem idênticos, a corrente de
compensação de entrada(lln(off)) será zero.
Iin(off) = IB1 - IB2

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Eletrônica Analógica II

A corrente de compensação de entrada pode fazer com que uma tensão indesejável
apareça na saída do amplificador diferencial, dependendo dos valores dos resistores de base de
cada transistor.

CORRENTE DE POLARIZAÇÃO DE ENTRADA


É a média entre as duas correntes de base: Iin(bias) = (IB1 + IB2) / 2

TENSÃO DE COMPENSAÇÃO (OFFSET) DE ENTRADA


Com as duas bases aterradas e se os transistores forem idênticos, o amplificador
diferencial que nós estamos analisando terá uma tensão entre coletor e terra dada pela fórmula
abaixo:
Vc = Vcc - lc Rc

Este é o valor quiescente da tensão no coletor de T2. Qualquer desvio deste valor de
tensão quiescente é chamado de tensão de compensação de saída. Se os transistores não forem
idênticos, as correntes de emissor serão diferentes e haverá uma tensão de compensação de
saída. Para eliminar a tensão de compensação de saída, temos que aplicar uma tensão em uma
das entradas do amplificador diferencial, que é chamada de tensão de compensação de entrada.
Por exemplo, se a folha de dado de um amplificador operacional informar que ele tem uma tensão
de compensação de entrada de ± 10mV, então será preciso aplicar uma tensão de ± 10mV em
uma das entradas para zerar a tensão de compensação de saída.
Em geral, quanto menor a tensão de compensação de entrada, melhor o amplificador
diferencial porque os transistores estão mais bem casados. Aqui está um dos grandes motivos
pelo qual o amplificador diferencial é amplamente usado como estágio de entrada nos
amplificadores operacionais. Em uma pastilha de silício, é bem mais fácil de se construir
transistores bem casados. Se um amplificador diferencial for projetado com transistores discretos,
isto seria praticamente impossível.

ANÁLISE CA DE UM AMPLIFICADOR DIFERENCIAL


Em um amplificador diferencial, um sinal é qualquer variação a partir de um valor
quiescente. Pois um amplificador diferencial pode amplificar sinais cc ou ca. A Figura abaixo
mostra o circuito equivalente ca de um amplificador diferencial.

v out R c i c R
Ganho de tensão: A   '  A  c'
v in 2re i e 2re

v in 2re' i e
Impedância de Entrada: Z in    Z in  2 β re'
ib ib

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Eletrônica Analógica II

MODO COMUM
Operação em modo comum é quando aplicamos o mesmo sinal em ambas entradas,
podendo ser também sinais de mesmo potencial e defasagem 0o entre si. Geralmente, a maioria
dos sinais de interferência são aplicados em modo comum.
Idealmente não haverá tensão ca na saída em um sinal de entrada em modo comum,
pois a tensão entre as bases é zero.
As entradas do amplificador diferencial podem funcionar como pequenas antenas. Por
esse motivo o amplificador pode receber em suas entradas pequenas interferências. Uma grande
razão da popularidade do amplificador diferencial é a sua característica de atenuar estes sinais
(interferências). Admitindo transistores idênticos, as tensões iguais na base produzem correntes
iguais de emissor. Como as duas correntes de emissor são iguais, não há corrente através do fio
que interliga os emissores.

v out ic R c Rc R
Ganho de Tensão em Modo Comum: A MC     c
v in(MC ) ie (2R e  re ) 2R e  re 2R e
' '

RAZÃO DE REJEIÇÃO EM MODO COMUM (RRMC)


Para se medir a qualidade de um amplificador usa-se a relação abaixo, onde quanto maior o valor
de RRMC, maior será a qualidade do amplificador:

A Onde: A  ganho de tensão diferencial


RRMC  Amc  ganho de tensão em modo comum
A mc
Se o amplificador diferencial fosse perfeito, RRMC seria infinito porque Amc seria zero.
As folhas de dados muitas vezes especificam RRMC em decibéis, utilizando a seguinte fórmula
para a conversão em decibel:
RRMC' = 20 log RRMC (dB)

FONTE CC

Para se melhorar o funcionamento do amplificador diferencial é


preciso aumentar o valor de RC, para aumentar o ganho diferencial, e
aumentar RE, para diminuir o ganho em modo comum. Mas aumentando o
valor de Rc e RE haverá uma modificação na polarização do transistor,
conseqüentemente afetará o funcionamento do amplificador.
Para melhorar o funcionamento e ao mesmo tempo não afetar o
desempenho substituem-se os resistores por fontes de corrente.
Para se obter uma fonte de corrente física usa-se o circuito
espelho de corrente da figura ao lado. Se os dois transistores T 1 e T2 forem
idêntico, então teremos: I0 = Iref.

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Eletrônica Analógica II

As fontes de corrente físicas possuem alta resistência interna. Nos exemplos abaixo de
amplificadores diferenciais, a corrente le é obtida usando a expressão:
V  Vee  VBE
Ie  cc
RX

AMPLIFICADOR OPERACIONAL

É um circuito integrado que tem a função de realizar operações matemáticas tais como:
soma, subtração, integração, etc.

Amplificador Operacional Ideal: O Amp. Op. ideal constitui um modelo simplificado de um


amplo conjunto de amplificadores de tensão atualmente existentes no mercado. Caracteriza-se
pelas seguintes propriedades:
■ Impedância de entrada infinita.
■ Impedância de saída nula.
■ Ganho de tensão infinito.
■ Ausência de qualquer limitação em freqüência e em amplitude.
■ Largura de banda infinita.
■ Tensão de offset de entrada nula.
■ Deriva térmica nula.
■ Taxa de limitação de inclinação (Slew Rate) infinita.

A principal consequência do conjunto de propriedades é, na prática, a possibilidade de


estabelecer um curto-circuito virtual entre os dois terminais de entrada do AmpOp. Com efeito, a
existência de uma tensão finita na saída só é compatível com um ganho infinito desde que a
diferença de potencial entre os dois terminais de entrada seja nula. A natureza virtual deste curto-
circuito deve-se à coexistência de uma igualdade entre tensões sem ligação física entre terminais.

Na prática os AmpOp não são ideais mas sim reais, o que implica que aquelas
características são aproximadas. No entanto, considerar os Amp. Op. ideais simplifica o estudo
das suas aplicações e é o que vamos fazer.

Como em condições normais o ganho dos amplificadores operacionais é muito elevado,


na amplificação pode ocorrer distorções prejudiciais à finalidade do projeto. Nestas condições,
com a finalidade de se controlar o ganho do amplificador e também de reduzir a distorção, é
utilizado um circuito externo de realimentação negativa. As mesmas técnicas utilizadas na
realimentação de circuitos com transistores podem ser usadas com os Amp. Op. de modo a
reduzir o ganho global a valores aceitáveis, permitindo a sua fixação para valores bem precisos e
fazer o ganho do circuito independente do ganho em malha aberta do amplificador operacional.

Taxa de limitação de inclinação (Slew Rate) - A taxa de limitação de inclinação fornece


um parâmetro especificando a máxima taxa de mudança de tensão de saída quando é aplicado
um grande sinal de entrada em forma de degrau. Se alguém tentar acionar a saída numa taxa de
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Eletrônica Analógica II

variação de tensão maior que a taxa de limitação de inclinação, a saída não será capaz de variar
suficientemente rápido, e não variará sobre a faixa completa esperada, resultando num sinal
cortado ou distorcido.

Largura de faixa de potência: É a faixa de frequência na qual um Amp Op pode


amplificar grandes sinais sem introduzir distorções com a taxa de inclinação.

Considere um sinal senoidal aplicada a entrada do Amp. Op. Este sinal produzirá um
correspondente sinal senoidal na saída.

O Slew Rate (SL) ou taxa de inclinação é a máxima taxa de variação da tensão de saída
com o tempo, isto é:
dVo
SR 
dt

No caso de saída senoidal, Vs = VP.sent, a inclinação (derivada) em cada ponto é


variável sendo dada por:

d(VP . senωt )
SR   VP . ω.cosωt , e tem valor máximo (máxima inclinação) na origem
dt
(t = 0) valendo:
dVS
 ω.VP , logo: SR = VP
dt max

Enquanto o SR do Amp. Op. for maior do que VP não haverá distorção, caso contrário a
senóide começa a ficar achatada.

SR = VP  SR = 2fmax . VP

Onde: fmax - É o limite de freqüência superior (abaixo dessa freqüência, a distorção


relacionada com a taxa de inclinação não ocorrerá).

Produto ganho–largura de faixa: Se você aumentar a freqüência acima da largura de faixa


do Amp.Op. o ganho começa a cair.

O produto ganho x faixa passante influi na resposta de freqüência do amplificador


operacional. Para o caso do 741, esse produto é de 1 MHz, o que significa que o produto do
ganho do amplificador pela freqüência de operação não deve exceder 1 MHz.

Por exemplo, se fizermos o amplificador operacional operar com um ganho de 1.000,


esse ganho só será obtido para sinal até 1 kHz porque: 1.000 x 1 kHz = 1 MHz. Se o amplificador
operar com ganho 100, o sinal já poderá ir até 10.000 Hz, porque: 100 x 10.000 Hz = 1 MHz.
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Eletrônica Analógica II

Amplificador Inversor

v o  iR 2 R
A  A 2
vi iR1 R1

Amplificador Somador
v1 v 2 v
i   ...  n
R1 R 2 Rn

R' R' R'


vo  R' i  ( V1  V2  ...  Vn )
R1 R2 Rn
Se R1 = R2 = ... = Rn = R. Então:
R'
vo   ( V1  V2  ...  Vn )
R

Amplificador Diferenciador
dv i vo
ic  C i
dt R
dv i v
Como i = ic, temos: C   o (*)
dt R
Podemos isolar o valor de v0 da expressão (*), e ficamos com:
dv i
v o  RC . O que indica que o sinal de saída é proporcional
dt
à derivada do sinal de entrada.

■ Na prática o circuito acima é sensível a ruído, tendendo a saturar. A solução é limitar o


ganho em altas freqüências colocando em série com C uma resistência Rs. O circuito só se
comportará como diferenciador se f << fc, pois nessas condições a reatância de C será muito
maior do que Rs e na prática é como se não existisse Rs.
1
Na freqüência de corte a reatância de C fica igual a Rs , isto é, Xc = Rs  fc 
2R S C

Amplificador Integrador

dv o vi
ic  C i
dt R
Como i = ic, temos:
t
vi dv v 1
R
 C o  dv o   i dt  v o  
dt CR RC 0
v idt 

O que indica que o sinal de saída é proporcional à integral do sinal de entrada.

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Eletrônica Analógica II

■ O circuito acima necessita de uma ligeira modificação para torná-lo prático. Em virtude
do capacitor ser um circuito aberto para sinais cc, não há realimentação negativa na freqüência
zero. Sem a realimentação negativa, o circuito considera qualquer tensão de compensação de
entrada como uma tensão de entrada válida. O resultado é que o capacitor se carrega e a tensão
de saída entra na saturação positiva ou negativa, na qual permanece indefinidamente.
Uma forma de reduzir o efeito da tensão de compensação de entrada é diminuir o ganho
de tensão na freqüência zero inserindo um resistor em paralelo com o capacitor. Esse resistor
deve ser pelo menos 10 vezes maior do que o resistor de entrada. Se a resistência acrescentada
for de 10R, o ganho de tensão de malha fechada será 10 e a tensão de compensação de saída
será reduzida para um nível aceitável. Quando houver um sinal válido na entrada, o resistor
adicional quase não tem efeito na carga do capacitor.

Buffer ou Seguidor de Tensão

O buffer ou seguidor de tensão é caracterizado por ter ganho


de tensão igual a 1, altíssima resistência de entrada e baixíssima
resistência de saída.
A principal aplicação de um circuito buffer é isolar um
circuito que tem alta resistência de saída de uma carga de baixo
valor.

Amplificador Não Inversor


v oR1 v R  R2
vi   o  1
R1  R 2 vi R1

vo R
A  1 2
vi R1

Regulador Série com Amplificador Operacional

R2 R  R2
vZ  vo  vo  vZ 1
R1  R 2 R2

R1
v o  (1  )v Z
R2

Quando o sinal da entrada não


Retificador Ativo
inversora se torna positivo, a saída se torna
positiva e liga o diodo. O circuito se
comporta como um seguidor de tensão
(buffer) e o semiciclo positivo aparece
através do resistor de carga. Quando a
entrada fica negativa, a saída do AmpOp
torna-se negativa e desliga o diodo. Com o
diodo aberto, não aparecerá nenhuma
tensão através do resistor de carga, e a
saída final é quase um sinal de meia onda
perfeito.
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Eletrônica Analógica II

Detector de Pico Ativo

Utilizado para detectar o pico de


sinais pequenos.
O circuito de reativação serve para
descarregar o capacitor, preparado o circuito
para um outro sinal de entrada com valor de
pico diferente.

Comparadores

Aplicações Não Lineares


Na curva característica do AmpOp em malha aberta pude-se verificar que a saída varia
linearmente com a entrada se esta se mantiver no intervalo entre -0,1 mV e 0,1 mV. Fora deste
intervalo o AO satura. Na prática se a tensão de entrada, em módulo, for muito maior do que
0,1 mV a curva característica de transferência se aproxima da ideal.

Comparador de Zero Não Inversor

O circuito da Figura abaixo muitas vezes é chamado de comparador de zero ou


detector de zero não inversor porque quando a tensão de entrada passar por zero a saída
muda de +VSat para -VSat ou vice -versa.

Comparador de Zero Inversor


É semelhante ao não inversor, porém o sinal é aplicado na entrada inversora.

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Eletrônica Analógica II

Comparador de Zero Inversor com Histerese (Disparador Schimitt)


Por causa do alto ganho os circuitos comparadores anteriores são sensíveis a ruídos.
Quando a entrada está passando por zero, se aparecer um ruído na entrada a saída oscilará
entre +Vsat e -Vsat até que o sinal supere o ruído. O circuito ligado na saída entenderá que o
sinal na entrada do comparador passou varias vezes por zero, quando na realidade foi o ruído
que provocou as mudanças na saída. Para evitar isso deve ser colocada uma imunidade
contra ruído chamada de histerese (atraso), que em termos de característica de transferência
resulta no gráfico da Figura abaixo:

Observe no circuito da Figura acima que a realimentação é positiva (se as entradas


fossem invertidas o circuito seria um amplificador não inversor). A realimentação positiva faz
com que a mudança de +VSat para -VSat ou vice versa seja mais rápida (só é limitada pelo "slew
rate" do AmpOp). Os valores das tensões que provocam a mudança da saída são calculados
por:

R1Vsat R1Vsat
V1   e V2   , a Histerese = V1 - V2
R1  R 2 R1  R 2

Comparador de Nível Inversor


Num comparador de nível a tensão de entrada é comparada com uma tensão de
referencia (VR), ao invés do terra.

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Eletrônica Analógica II

Saída de Potência

A máxima corrente de saída de um AmpOp é aproximadamente 20mA. Quando a carga


solicitar uma corrente maior, é necessário colocar entre a carga e o AmpOp um reforçador de
corrente que é em geral um transistor na configuração coletor comum. A Figura abaixo da
esquerda é um circuito não-inversor com saída de potência, mas a corrente na carga só circula
num sentido. O circuito da Figura abaixo da direita permite que a entrada seja alternada (no
semiciclo positivo conduz Q1 e no semiciclo negativo conduz Q2).

O ganho de tensão nos dois circuitos será:

v RL R
A  1 2
ve R1

Ajuste da Tensão de OFFSET do Amlificador Operacional 741

O fato dos transistores do estágio diferencial de entrada do AmpOp não serem idênticos,
provoca um desbalanceamento interno do qual resulta uma tensão na saída denominada de
OFFSET de saída, mesmo quando as entradas são aterradas.

Nos pinos 1, 4 e 5 são conectados um potenciômetro, conforme Figura abaixo. Isso


possibilita o cancelamento do sinal de erro presente na saída de um ajuste do potenciômetro.

A importância do "ajuste de OFFSET está nas aplicações onde se trabalham com


pequenos sinais. (da ordem de mV).

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Eletrônica Analógica II

Filtros Ativos

Um filtro pode ser construído, utilizando-se componentes passivos: resistores,


capacitores e indutores. Em baixas freqüências, os indutores se apresentam volumosos e caros.
Utilizando-se AmpOp, é possível construir um filtro RC ativo. Um filtro ativo possui um
amplificador para produzir amplificação de tensão e bufferização ou isolamento do sinal. Há
várias configurações de projeto de filtros ativos, conhecidos como Butterworth - máximo plano,
Bessel - resposta transiente ótima, Chebischev - boa rejeição de sinal fora da banda passante e
outros.

A Figura abaixo mostra a resposta de frequência ideal para cada um dos vários tipos de
filtros comumente usados, junto com as respostas típicas para os filtros práticos do mesmo tipo.
Em cada caso, as frequências de corte são mostradas como sendo as frequências em que a
resposta é 3 dB abaixo de seu valor máximo na banda passante. Os filtros são muito usados para
"retirar" componentes desejadas da frequência de sinais complexos e/ou rejeitar componentes
indesejáveis, tais como ruídos.

Discutiremos o mais popular dos filtros ativo, conhecido como Butterworth ou filtros
maximamente planos.

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Eletrônica Analógica II

Filtro Passa-Baixa
Um filtro que apresenta uma resposta constante de DC até a freqüência de corte (fc) e
não permite que nenhum sinal passe acima desta freqüência é chamado filtro passa-baixa. Um
filtro passa-baixa de primeira ordem ou de um pólo apresenta um único circuito de desvio.

VsaídaR 2 V R  R2
Vent   saída  1
R1  R 2 v ent R2

Vsaída R
A  A  1 1
Vent R2

1
e a freqüência de corte: fc 
2RC
Acima da freqüência de corte, o ganho de tensão diminui a uma taxa de 20 dB por
década, que equivale a 6 dB por oitava.
A frequência de corte (fc) ou frequência meia potência é a frequência abaixo da qual ou
acima da qual a potência na saída de um sistema (circuito eletrônico, linha de
transmissão, amplificador ou filtro eletrônico) é reduzida a metade da potência da faixa de
passagem. Em termos de tensão (ou amplitude) isto corresponde uma redução a 70,7% do valor
da faixa de passagem. Como em decibeis essa redução corresponde a uma atenuação de -3 dB,
a frequência de corte também é conhecida como frequência de -3 dB.

Filtro Passa-Baixa de dois pólos

O circuito ao lado é um filtro passa-baixa de dois


pólos porque ele tem dois circuitos de desvio. O capacitor de
realimentação faz parte de um circuito de desvio e o outro
capacitor faz parte do outro circuito de desvio. Os dois pólos
do circuito modificam a freqüência de corte e a resposta do
filtro ativo. Uma análise matemática revela que um ganho de
tensão de malha fechada de 1,586 é um valor crítico. Quando
o ganho for 1,586, você obterá a resposta mais plana possível
na banda média. Essa resposta é chamada de Butterworth, ou
de resposta maximamente plana, e é uma das mais
populares.
Como o ganho de tensão de malha fechada precisa ser de 1,586 para se ter uma resposta
Butterworth ou maximamente plana:
R
1,586  1  1  R1 = 0,586 R2.
R2
1
Quando A = 1,586, a freqüência de corte será: fc 
2RC
Um filtro Butterworth de dois pólos como o da Figura acima tem a vantagem de utilizar
componentes de valores iguais. Na freqüência de corte, o ganho total de tensão está 3 dB abaixo.
Acima da frequência de corte, o ganho de tensão diminui 40 dB por década, que equivalem a
12 dB por oitava. Esta inclinação diminui duas vezes mais rapidamente do que a anterior. Isto
porque temos um filtro de dois pólos, sendo que cada circuito de desvio produz uma queda de 20
dB por década.

Em geral, um filtro de três pólos produz 60 dB por década, um de quatro pólos produz
80 dB por década, e assim por diante. A forma mais simples de construir um filtro Passa-Baixa de
três pólos é conectando em cascata um filtro de um pólo com um de dois pólos. Para manter uma
resposta maximamente plana, o ganho de tensão de cada seção tem de ser precisamente
correto. Tabelas Butterworth estão disponíveis para o projeto de filtros com um número de pólos
qualquer.
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Eletrônica Analógica II

Filtro Passa-Alta
Você pode transformar um filtro Butterworth passa-baixa num filtro Butterworth passa-
alta usando circuitos de acoplamento em vez de redes de desvio. Um pólo é qualquer circuito de
acoplamento que aparece no diagrama O filtro passa-alta permite a passagem das altas
freqüências, porém bloqueia as freqüências baixas.

1
Freqüência de corte: fc 
2RC

Abaixo da freqüência de corte, a tensão de saída diminui 20


dB por década.

A Figura ao lado apresenta um filtro passa-alto de dois


pólos. Com um filtro como esse, o ganho de tensão está 3 dB
abaixo da freqüência de corte. Abaixo da freqüência de corte, o
ganho de tensão diminui a uma taxa de 40 dB por década.
Novamente, o ganho de tensão na banda média precisa ser
ajustado para 1,586 para se obter uma resposta maximamente
plana na banda de passagem.

Filtro Passa-Banda - fc(PB) > fc(PA)

Vi Passa-Baixa Passa-Alta Vo

Filtro Rejeita-Banda - fc(PB) < fc(PA)

Passa-Baixa
Vi Vo
Passa-Alta

Ganhos para Filtros Butterworth


Pólos Atenuação (década) 1a Seção (1 ou 2 pólos) 2a Seção (2 pólos) 3a Seção (2 pólos)
1 20 dB Opcional - -
2 40 dB 1,586 - -
3 60 dB Opcional 2 -
4 80 dB 1,152 2,235 -
5 100 dB Opcional 1,382 2,382
6 120 dB 1,068 1,586 2,482

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Eletrônica Analógica II

A Figura abaixo ilustra o comportamento de filtros de Butterworth de diferentes ordens.


Observamos que, quando maior a ordem do filtro, mais próximo este estará do comportamento
ideal.

Circuitos Osciladores

A técnica de realimentação já foi abordada nas aulas anteriores, onde foram analisados
alguns circuitos que utilizam AmpOp. Dependendo da polaridade relativa do sinal que é
realimentado em um circuito, podemos ter realimentação positiva ou negativa. Realimentação
negativa produz uma redução do ganho de tensão, trazendo vários vantagens (impedância de
entrada mais alta, ganho de tensão mais estável, resposta em freqüência melhorada, impedância
de saída mais baixa, ruído reduzido, operações mais lineares) a alguns circuitos. Realimentação
positiva leva o circuito a oscilar, produzindo vários tipos de circuitos osciladores.

Para construir um oscilador-senoidal, precisamos de um amplificador com uma


realimentação positiva. Utilizamos o sinal de realimentação no lugar de um sinal de entrada. Se o
sinal de realimentação for suficientemente grande e possuir fase correta, haverá um sinal de
saída, mesmo que não haja sinal externo na entrada. Logo o oscilador fornece seu próprio sinal
de entrada através da realimentação positiva.

Um oscilador é baseado num circuito amplificador e numa malha de realimentação


positiva, que induz a uma instabilidade de operação que resulta na oscilação. Para que o circuito
oscilador funcione é preciso que duas condições (de Barkhausen) sejam atendidas:

1. O ganho do circuito fechado deve ser igual a 1;


2. O deslocamento total da fase do sinal no circuito deve ser de 0, 2π ou múltiplos de
2π radianos.

O ganho em malha fechada pode tomar três valores distintos: maior, menor ou igual a
um. Se o ganho é superior à unidade cria-se uma situação de instabilidade, da qual resulta uma
oscilação cuja amplitude cresce exponencialmente. Se o ganho é inferior a um surge uma
situação de estabilidade, à saída do circuito haverá uma oscilação cuja amplitude diminuirá
exponencialmente até zero. Se o ganho é unitário então resulta uma situação de limiar entre a
instabilidade e a estabilidade, a amplitude das oscilações não cresce nem diminui
exponencialmente, mantendo-se constante.
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Eletrônica Analógica II

A Tensão de Partida
De onde vem a tensão de partida de um oscilador? Qualquer resistor contém alguns
elétrons livres. Devido à temperatura ambiente, estes elétrons livres deslocam-se aleatoriamente
para diferentes direções e geram uma tensão de ruído através do resistor. O movimento é tão
aleatório que contém frequências acima de 1.000 GHz. Você pode imaginar cada resistor como
uma pequena fonte de tensão ca produzindo todas as frequências.
Logo que você liga a fonte de alimentação, os únicos sinais do sistema são as tensões
de ruído geradas pelos resistores. Estes ruídos são amplificados e aparecem nos terminais de
saída. Essas tensões de ruído são amplificadas e aparecem nos terminais de saída. O ruído
amplificado alimenta o circuito de realimentação ressonante. Através de um projeto deliberado,
podemos fazer o desvio de fase ao longo do circuito igual a 0° na frequência de ressonância.
Desta forma, obtemos oscilações somente numa frequência, que é a frequência de ressonância
do circuito de realimentação.

Oscilador por Deslocamento de Fase


A Figura ao lado é um oscilador de
deslocamento de fase com três circuitos de
avanço no percurso da realimentação. Um circuito
de avanço produz um deslocamento de fase entre
0o e 90°, dependendo da freqüência. Portanto, em
alguma freqüência, o desvio total de fase de três
circuitos de avanço é igual a 180°
(aproximadamente 60° para cada um). O
amplificador tem um desvio adicional de fase de 180° porque o sinal alimenta a entrada
inversora. Como resultado, o desvio de fase ao longo do circuito será de 360°, equivalente a 0o.
Se AB (A = ganho de tensão diferencial e B = fração de realimentação) for maior do que a
unidade nessa determinada freqüência, as oscilações podem começar.

A Figura ao lado mostra um projeto


alternativo. Ele utiliza três circuitos de atraso. A
operação é análoga. O amplificador produz um
desvio de fase de 180° e os circuitos de atraso
contribuem em outros 180° em alguma freqüência
mais alta. Se o ganho de malha fechada AB
(A = ganho de tensão diferencial e B = fração de
realimentação) for maior do que a unidade nessa
frequência, as oscilações podem começar.

O oscilador de deslocamento de fase não é um circuito popular. O principal problema


com esse circuito é que ele não pode ser ajustado facilmente ao longo de uma grande faixa de
freqüência. A razão de introduzi-lo é porque você pode acidentalmente construir um oscilador
de deslocamento de fase ao tentar construir um amplificador.

A Figura ao lado mostra o circuito de um


oscilador por deslocamento de fase a transistor. Ele é
utilizado para gerar sinais na faixa de freqüências de
áudio (20Hz – 20KHz).
O amplificador está na montagem emissor
comum e, portanto, sua tensão de saída Vs está defasada
de 180° em relação à tensão de entrada Vin. O sinal de
saída é aplicado no circuito de realimentação, formado
com resistores R e R3 e os capacitores C, que provoca
uma defasagem adicional de 180°, de modo que uma
parcela do sinal de saída é novamente aplicada na
entrada, mas em fase com o sinal de entrada Vin.
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Eletrônica Analógica II

Ao ligar o circuito será provocada uma instabilidade na base do transistor Q1. Isto é o
suficiente para o circuito iniciar a sua oscilação, pois o transistor Q 1 amplifica e posteriormente
reamplifica o sinal presente em sua base.

Oscilador ponte de Wien

O oscilador ponte de Wien é essencialmente um oscilador RC realimentado, cujo circuito


básico com componentes discretos é mostrado abaixo:

No entanto, as mesmas funções podem ser efetuadas por um amplificador operacional,


cujo circuito é mostrado abaixo:

A realimentação negativa é proveniente do resistor R2, inserida no terminal inversor (-),


enquanto que a realimentação positiva é inserida no terminal não inversor (+) através de RB e
CB, sendo que esta última é que produz as oscilações.
O circuito oscila somente na freqüência na qual a ponte está equilibrada, através das
relações adequadas dos resistores R1, R2, CA em paralelo com RA e CB em série com RB.
Obedecidas as relações acima o circuito oscila entre 20Hz a 200kHz, produzindo uma
onda senoidal de excelente qualidade.
As relações podem ser facilmente dimensionadas, obedecendo-se para isto algumas
regras práticas:
a) R2 = 3R1 (Ganho mínimo para se manter a oscilação: Av > 2)
b) CA = CB = C
c) RA = RB = 2/3 . R1 = R
d) CA e CB devem ter valores cuja reatância capacitiva (Xc) seja igual a RA ou RB na
freqüência de oscilação, que permite o equilíbrio da ponte.
A freqüência de oscilação é dada por: 1
f
2 . R.C

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Eletrônica Analógica II

Oscilador de Colpitts

Embora seja excelente em baixas frequências, o oscilador em ponte de Wien não é


adequado para altas frequências (bem acima de 1 MHz). Acima de 1MHz, a maioria dos
osciladores usa circuitos LC ou cristais de quartzo.

Osciladores LC
Uma maneira de produzir oscilações de alta frequência é com um oscilador LC, um
circuito que pode ser usado para frequências entre 1 MHz e mais de 1 GHz. Essa faixa de
frequência está além da frequência unitária (funitária) da maioria dos Amplificadores Operacionais.
Por essa razão, um transistor bipolar de junção ou um FET normalmente é utilizado como
amplificador. Com um amplificador e um circuito tanque LC podemos realimentar um sinal com a
amplitude e a fase adequadas para sustentar oscilações.

Conexão EC (emissor comum)


O oscilador LC mais popular é denominado oscilador Colpitts (ver Figura abaixo). A
polarização por divisor de tensão determina o ponto quiescente de operação. O choque de RF
tem uma alta reatância indutiva, por isso se comporta como um circuito aberto para o sinal CA. O
circuito tem um ganho de tensão em baixa frequência (Av) de – rc / r’e em que rc é a resistência
CA do coletor. Como o choque de RF (CRF) se comporta como um circuito aberto para o sinal
CA, a resistência CA do coletor é principalmente a resistência CA do circuito tanque ressonante,
a qual tem valor máximo na ressonância. O CRF serve para evitar que as oscilações atinjam a
fonte CC.

Você vai encontrar muitas variações do oscilador Colpitts. Uma forma de reconhecer um
oscilador Colpitts é pelo divisor de tensão capacitivo formado por C1 e C2, que produz a tensão
de realimentação necessária para oscilações. Em outros tipos de osciladores, a tensão de
realimentação é produzida por transformadores, divisores de tensão indutivos e assim por diante.

Circuito equivalente CA
A Figura abaixo mostra um circuito equivalente CA simplificado para o oscilador Colpitts.
A corrente de malha ou circulante no circuito tanque flui através de C1 em série com C2. Observe
que vsai é igual à tensão CA sobre C1. Além disso, a tensão de realimentação vf aparece sobre
C2, a qual aciona a base e sustenta as oscilações desenvolvidas pelo circuito tanque, desde que
haja um ganho de tensão suficiente na frequência de oscilação. Uma vez que o emissor está no
terra CA, o circuito é uma conexão EC (emissor comum).

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Eletrônica Analógica II

Frequência ressonante
A maioria dos osciladores LC usa circuitos tanque com um Q (fator de qualidade - o fator
de qualidade em um circuito ressonante é a razão da sua frequência ressonante com a sua
largura de banda ou a razão entre a energia armazenada no circuito e a energia perdida por ciclo
pelo circuito) maior que 10. Em razão disso, podemos calcular a frequência de ressonância
aproximada como: 1
fr 
2 LC
Essa equação tem precisão melhor que 1%, quando Q é maior que 10.

A capacitância na Equação acima é a capacitância equivalente pela qual passa a


corrente circulante. No circuito tanque do oscilador Colpilts da Figura acima, a corrente circulante
passa por C1 em série com C2. Portanto, a capacitância equivalente é: C .C
C 1 2
C1  C 2
Condição inicial
A condição inicial necessária para qualquer oscilação é Av.B > 1 na frequência de
ressonância do circuito tanque. Isso é equivalente a Av > 1/B. Na Figura acima, a tensão de saída
aparece em C1 e a tensão de realimentação aparece em C2. A fração de realimentação nesse tipo
de oscilador é dada por: C
B 1
C2
C
Para iniciar a oscilação, o ganho de tensão mínimo é: A v (min)  2
C1

Oscilador de Relaxação

O circuito não apresenta sinal de entrada. Entretanto, o circuito gera uma onda
retangular na saída. Supondo que a saída esteja na saturação positiva. O capacitor se carregará
exponencialmente em direção a +Vsat. Ele nunca atingirá +Vsat porque a sua tensão atinge a
tensão de comutação superior (UTP - Upper Trip Point). Quando isto ocorre, a saída muda para
-Vsat e a corrente no capacitor muda de direção. Quando a tensão do capacitor atinge a tensão
de comutação inferior (LTP - Lower Trip Point), a saída muda novamente para +Vsat. E o ciclo se
repete. Devido à carga e à descarga contínuas do capacitar, a saída é uma onda retangular com
um cicio de trabalho de 50%.
R V R V
UTP   2 sat e LTP   2 sat
R1  R 2 R1  R 2

Se aumentarmos a constante de tempo RC, levará mais tempo para a tensão do


capacitor atingir os pontos de comutação, logo a freqüência do sinal na saída será mais baixa.

1  R2
Período da onda de saída: T  2RC ln , onde  
1  R1  R 2

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Oscilador a Cristal
Quando forem importantes a precisão e a estabilidade da freqüência de oscilação,
deve-se usar um oscilador a cristal. O cristal (abreviado por XTAL) se comporta como um
indutor grande em série com um pequeno capacitor. Por isso, a freqüência de ressonância
prática não é afetada pelas capacitâncias do transistor e pelas capacitâncias parasitas.

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