Laboratório de transistores 6 ver 3

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8

LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA ANALÓGICA I

LABORATÓRIO NO6: AMPLIFICADORES COM TRANSISTOR BIPOLAR DE JUNÇÃO

Amplificadores

Um amplificador é constituído de transistor e de


uma fonte de alimentação em corrente contínua que
é utilizada para polarizar o transistor e para fornecer
energia.
De um lado do amplificador é aplicado o sinal a
ser amplificado (sinal de excitação) e do outro lado
é instalada a carga.
A principal característica de um amplificador é o
ganho de potência, a potência de saída, Po, na car-
ga, é maior que a potência de entrada, Pi, fornecida
pelo sinal de entrada. G=Po/Pi.
A energia fornecida para carga é obtida da fonte
de alimentação Vcc. Sob este aspecto um amplifi-
cador é um CONVERSOR de corrente contínua pa- Figura 1- Amplificador genérico1 (EC ou CC).
ra corrente alternada.
A eficiência do amplificador é a relação entre a
potência de saída e a potência fornecida pela fonte
de alimentação η≅Po/Pcc. A diferença entre estas
duas potências, Pd=Pcc-Po, é dissipada no amplifi-
cador (transistor e resistores) sob forma de calor.
Existem três configurações básicas de amplifica-
dores utilizando transistores bipolares NPN ou PNP:
Emissor Comum (EC), Coletor Comum ou Seguidor
de Emissor (CC) e Base Comum (BC).
Os amplificadores genéricos com transistor bipo-
lar e com polarização por divisor de tensão apre-
sentados na Figura 1 e na Figura 2 podem ser utili-
zado como amplificador emissor comum ou e como
coletor comum.
No amplificador Coletor Comum a carga é insta- Figura 2- Amplificador genérico 2 (EC ou CC)
lada no Emissor do transistor. O transistor funciona-
rá como fonte de tensão, ou seja, a tensão na carga A Figura 3 apresenta as quatro configurações
não varia em função da variação da carga. Neste possíveis de amplificador Emissor Comum utilizan-
circuito o ganho da tensão é aproximadamente uni- do transistores NPN e PNP.
tário e o sinal de saída tem a mesma polaridade Observe com atenção a polaridade da fonte de
que o sinal de entrada. Este circuito deveria ser alimentação e a polaridade dos capacitores.
chamado de “Emissor seguidor” uma vez que o e-
missor segue a base. O amplificador emissor comum é caracterizado
pela inversão de fase entre o sinal de saída e de
No amplificador Emissor Comum a carga é insta- entrada e por proporcionar ganho de tensão. Com
lada no Coletor do transistor. O transistor se com- os valores indicados na Figura 3a todos os amplifi-
portará como fonte de corrente e, portanto, a tensão cadores da Figura 3 apresentarão o mesmo ganho,
de saída dependerá da resistência instalada no co- aproximadamente 5 com inversão de fase (Av≅-5).
letor. Neste amplificador existirá ganho de tensão e
de corrente e o sinal de saída terá polaridade inver- A figura 4 apresenta as quatro configurações de
tida em relação ao sinal de entrada. amplificador Coletor Comum (Seguidor de Emissor
ou Emissor Seguidor). O amplificador coletor co-
O desenho apresentado na Figura 1 é muito u- mum é caracterizado pela não inversão de fase e
sado para representar um amplificador Emissor pelo ganho de tensão unitário. Os quatros amplifi-
Comum enquanto que o circuito da Figura 2 é mais cadores apresentados na Figura 4 apresentam ga-
utilizado para representar amplificador Coletor Co- nho unitário (Av≅1).
mum.

1
Laboratório de Eletrônica Analógica I - Laboratório No 6

2
ENSAIOS VE 3V
IC ≅ I E = = = 3mA
A análise de um amplificador deve ser dividida RE 1k Ω
em duas partes: DC (polarização) e AC (amplifica- VC = VCC - RC .I C = 15V - 2k Ω.3mA = 9V
ção).
VCE = VC − VE = 9V − 3V = 6V DC
Na análise DC é verificado o ponto de operação
quiescente e a estabilidade deste ponto.
Na análise AC são analisados os seguintes pa-
râmetros do amplificador:
• Ganho de tensão Av = Vo/Vi
• Ganho de corrente Ai = Io/Ii
• Ganho de potência G = Po/Pi=Av.Ai
• Resistência de entrada Rin
• Resistência de saída Rout
• Amplitude máxima (compliance) Vopp-max/Vcc
• Eficiência ou rendimento η = Po/Pcc
• Resposta em freqüência BW
• Distorção e Linearidade

ETAPA 1 – POLARIZAÇÃO
ETAPA 2 – EXCITAÇÃO
Para que o transistor possa operar como amplifi-
cador é necessário “polarizar” o transistor. Nesta aula iremos analisar apenas os amplifica-
O circuito que iremos analisar foi projetado para dores emissor comum e coletor comum, dois ampli-
que o ponto de operação quiescente ficasse em a- ficadores onde o sinal a ser amplificado é aplicado
proximadamente VCEQ ≈ 0,4 VCC. na base do transistor.

Figura 5- Polarização do transistor


Montar o circuito da Figura 5, ajustar VCC em 15
V e medir as tensões quiescentes (no coletor, Figura 6 – Sinal de entrada acoplado capacitivamente.
emissor e base do transistor em relação ao ter- Para que o gerador de sinais Vi não interfira no
ra) e calcular ou medir diretamente VCEQ e ICQ. circuito de polarização e para que o amplificador
Desenhar a reta de carga DC e indicar o ponto não injete componente contínua no gerador de si-
de operação quiescente. Utilize o gráfico da Fi- nais, é necessário utilizar um acoplamento ac. Nes-
gura 17. ta aula utilizaremos um acoplamento capacitivo.

Atenção: Sem a alimentação Vcc o circuito não ATENÇÃO: Se o capacitor utilizado for eletrolíti-
funciona. co, muito provável pelo valor da capacitância, pres-
te muita atenção na polaridade e no valor da tensão
RB2 10k do mesmo. O capacitor deve suportar tensão maior
VB ≅ VCC = 15 = 3,75V
RB1 + RB 2 30k +10k que 15V. Por segurança utilize capacitores com
tensão de trabalho superior a 25V.
VE ≅ VB - 0, 75 = 3V

3
Laboratório de Eletrônica Analógica I - Laboratório No 6

Ajuste o gerador de funções para produzir uma Vc Rc


onda senoidal de 10kHz e 2V pico a pico sem Av ( EC ) = =
componente contínua (Off Set=0). Observe este Vb ( Re + re, )
sinal através do canal CH1 do osciloscópio. Ve Re
Observe a tensão no coletor do transistor atra- Av (CC ) = = ≅1
Vb ( Re + re, )
vés do canal CH2 do osciloscópio. Medir a am-
plitude pico a pico e verifique a inversão de fase 25mV
(onda está defasada 180o). Calcular o ganho de re, =
tensão e comparar com o valor estimado teori- IE
camente. No amplificador emissor comum o ganho de ten-
Mude CH2 para o emissor do transistor. Obser- são depende da relação entre a resistência ac do
ve que este sinal está em fase com o sinal de coletor e a resistência ac do emissor. No circuito da
entrada e tem (quase) a mesma amplitude pico figura 6 esta relação é 2.
a pico. Calcular o ganho de tensão e comparar RC 2k
com o valor estimado. Av ≅ = = 2
RE 1k
SENO 10kHz 2Vpp
ETAPA 3 – EMISSOR DESACOPLADO
Vc
Para aproveitar o máximo de ganho de tensão
CH2
que o transistor pode proporcionar devemos diminu-
ir o valor da resistência do emissor.
Uma forma de fazer isso sem afetar o circuito de
Ve polarização é adicionar um capacitor em paralelo à
CH2 RE. Este “capacitor de desvio” altera apenas o cir-
cuito ac, ou seja, o emissor é aterrado apenas para
Vi corrente alternada.
CH1
Rc
Av =
CH1:2V/DIV CH2:2V/DIV H:50uSEC/DIV re,

Figura 7 – Oscilograma do amplificador genérico.

EC VCp-p Av Fase
Teórico
Medido
CC VEp-p Av Fase
Teórico
Medido
VCE p-p Av Fase
Teórico
Medido
Figura 8 – Emissor comum – emissor desacoplado
Rc Diminua a amplitude de Vi para 40mV pico a pi-
Vc = − Vi
Re + re, co e meça a tensão pico a pico no coletor. Cal-
cule o ganho de tensão e compare com o valor
Ve = Vi estimado teoricamente.
Vce = Vc − Ve = AV ( EC )Vi − AV (CC )Vi Atenção: se necessário utilize um divisor de tensão
10:1 com resistores de 1kΩ e 100Ω.
 Rc 
= −  ,
+ 1 Vi
 Re + re 

4
Vi: 40mVpp, 10kHz Rc
Av =
( Re + re, )
Rc = RC Re = RE 2 // RE
Vc
CH2

Vi
CH1

CH1:20mV/DIV CH2:2V/DIV H:20uSEC/DIV


Figura 9- Oscilograma do amplificador emissor comum.

EC – Emissor Comum
VCp-p Av Fase
Teórico
Figura 11 – Emissor comum linearizado
Medido
Vi: 40mVpp, 10kHz, RE2:10

Observe que o ganho de tensão é alto, porém a


onda é distorcida.
Para observarmos melhor esta não linearidade
mude o comando do osciloscópio para XY.
X=CH1=Vi Y=CH2=Vc

Vi:40mVpp, 10kHz

CH1:20mV/DIV CH2:2V/DIV H:20uSEC/DIV

Vi: 40mVpp, 10kHz, RE2:10

40mVpp

CH1:10m/DIV CH2:2V/DIV H:XY

Figura 10- Oscilograma X-Y do amplificador emissor


comum.

ETAPA 4 – EMISSOR COMUM LINEARIZADO.

Para diminuir esta não linearidade devemos in-


CH1:10mV/DIV CH2:1V/DIV H:XY
troduzir um resistor no emissor como mostra a Figu-
ra 11. Observe que o resistor adicional foi introduzi- Figura 12- Oscilogramas do amplificador EC linearizado.
do no circuito AC de forma a não alterar o circuito RE2=10Ω.
DC, ou seja, não alterar o ponto de operação quies-
cente.

5
EC – Emissor Comum vemos utilizar configurações que utilizem acopla-
mento direto, como amplificadores diferenciais, que
RE2=10 VCp-p Av Fase apesar de utilizarem mais transistores, evitam os
capacitores de acoplamento. Acoplamentos capaci-
Teórico tivos e indutivos são utilizados em amplificadores
Medido de alta freqüência (MHz).

Quanto maior a resistência RE2 mais linear será o ETAPA 5 – CARGA


amplificador, porém menor será o ganho de tensão.
Poderíamos substituir RE2 por um potenciômetro pa- Observamos que a tensão no coletor e no emis-
ra obtermos um amplificador de ganho variável. sor é composta de uma componente alternada so-
breposta a uma componente contínua. Para blo-
Vi:400mVpp, 10kHz RE2=100 quear esta componente contínua devemos utilizar
acoplamento ac para a carga. Nesta aula utilizamos
novamente o acoplamento capacitivo.
Medir o ganho de tensão Av=Vo/Vi para dois va-
lores de RL=∞ (sem carga) e RL=2kΩ (com car-
ga). Manter Vi constante.

CH1:0.2V/DIV CH2:2V/DIV H:20uSEC/DIV

Vi:400mVpp, 10kHz RE2=100

Figura 14 – Emissor comum.

Vipp =
RL Vopp IOpp Av Av(T) fase
CH1:0.1V/DIV CH2:2V/DIV H:XY

Figura 13- Oscilogramas do amplificador EC linearizado.
2k
RE=100Ω.

EC – Emissor Comum
Rc
Av =
( Re + re, )
RE2=100 VCp-p Av Fase
Rc = RC // RL
Teórico
Re = R E
Medido
Uma vez que o coletor de BJT se comporta co-
mo “Fonte de Corrente” o ganho de tensão é alta-
Uma vez que foi necessária a utilização de uma mente dependente do valor da resistência AC do
capacitância muito elevada e devido ao elevado coletor, ou seja, da carga RL.
custo dos capacitores eletrolíticos, devemos consi-
derar sempre outras configurações. Em muitas apli-
cações, principalmente as de baixa freqüência, de-

6
Por outro lado o emissor do BJT se comporta Rs
como “Fonte de Tensão” portanto pouco sensível a Rin =
qualquer alteração da carga. (Vs / Vi ) − 1

Este procedimento é viável para resistência de


entrada menor que 100kΩ. Considerando resistên-
cia de entrada do osciloscópio como 1MΩ teremos
um erro de inserção de aproximadamente 10%.
Uma forma alternativa de estimar a resistência
de entrada é verificar o efeito de Rs no sinal de saí-
da. O procedimento é manter Vs fixo e medir a ten-
são de saída sem e com Rs, respectivamente VO1 e
VO2.
Rs
Rin =
(Vo1/ Vo2) − 1

Figura 15- Coletor comum.

Vipp =
RL VOpp IOpp Av Av(T) fase

2k

ETAPA 6 – RESISTÊNCIA DE SAÍDA

Com os resultados obtidos na etapa anterior Figura 16- Circuito para medição da resistência de en-
calcule a resistência de saída do circuito. trada.
Medir a resistência de entrada do amplificador e
E  verificar a influência da carga. Comparar os re-
∆Vo
Rout = = RL  O − 1 sultados com os valores estimados teoricamen-
∆Io  VO  te.
E O = VO sem carga RL = ∞ Rin
Fig.16 Fig.14 Fig.15
Rout
Teórico
EC CC
Medido
Teórico
Medido
ETAPA 8 - RETAS DE CARGA DC E AC

A reta de carga DC é definida pela fonte VCC e


ETAPA 7 – RESISTÊNCIA DE ENTRADA pelas resistências DC do coletor e do emissor, RDC=
RC+RE.
Para medir a resistência de entrada do circuito
devemos inserir um resistor Rs em série com o ge- Dois pontos desta reta são Vcc e Icc.
rador de sinais e medir a queda de tensão neste re-
VCE = VCC
sistor.
VCC
I C = ICC =
ATENÇÃO: Não utilize ohmímetro. Rdc

7
Vce(cut − ac ) = VCE (Q ) + Rac .I C (Q )
VCE (Q )
I c ( sat −ac ) = I C (Q ) +
Rac

Rac = Rc + Re
Re = resistencias ac do emissor
Rc = resistencias ac do coletor
Rc = RC //RL
Re = RE //RE2

Rdc = RC + RE = 2k +1k = 3k
I cc = Vcc /Rdc = 15V/3kW = 5mA
Rac = Rc + Re = 1,5k
Rc = RC //RL = 2k//2k = 1k
Re = RE1 //RE2 = 1k//1k = 0,5k

VCC = +15V
VCE(Q) = 6V ... IC(Q) = 3mA
Vce-cut = 10,5V ... I c-sat = 7mA
Vce-cut 10,5V
Rac = = = 1,5k Ω
I c-sat 7mA

Figura 17- a) Circuito completo ac+dc, b) Circuito ac, c)


Circuito equivalente ac.
Para corrente alternada, os capacitores e a fonte
Vcc se comportam como curto-circuito alterando o
valor da resistência do circuito (Rac) e conseqüen-
temente a inclinação da reta de carga AC.
O ponto de operação quiescente Q (VCE(Q), IC(Q)) Figura 18- Reta de carga DC e AC para o circuito da Fi-
é o ponto comum entre estas duas retas de carga. gura 17.
Dois pontos da reta de carga AC são

Você também pode gostar