Introdução À Filosofia

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Introdução à filosofia

Abrahão Martins Brito


Introdução:
Desde as suas remotas origens , o ser humano pensa, tem dúvidas e opiniões sobre sua realidade. Diante de tudo
isso, o homem em seu caráter evolutivo elabora vários questionamentos sobre sua existência, estilo de vida, sobre
sua ação e conduta na sociedade, entre outras, etc.
No entanto, há momentos na vida do homem em que as crenças se tornam problemáticas, aí o homem começa a
pensar e surgem novas perguntas que vão exigir novas respostas, é nesse momento que surge a Ciência. A ciência
compõe-se de conhecimentos sobre um objeto de estudo, que é expresso através de uma linguagem precisa. Suas
conclusões são passíveis de verificação e isentas de emoção, possibilitando a reprodução da experiência, podendo o
saber ser transmitido e verificado, utilizado e desenvolvido, possibilitando o desenvolvimento de novas
descobertas.
Assim é o conhecimento filosófico, iniciado pelos primeiros pensadores gregos, trata-se de um conhecimento
teórico adquirido por quem o pratica por meio de uma exaustiva reflexão crítica acerca da realidade, da ação
humana e dos seus valores. Todo processo de formação do conhecimento filosófico baseia-se unicamente na
procura pela verdade e pela sabedoria. Em cada período veremos novas formas de se chegar à episteme
(conhecimento verdadeiro) e ao mundo das ideias tão almejado por Platão.
Contexto do surgimento da filosofia grega
Na histórica do pensamento ocidental, a filosofia nasce na Grécia por volta do século VI - V A.C. por meio de um
longo processo histórico, surge promovendo a passagem do saber mítico ao pensamento racional, sem, entretanto,
romper bruscamente com o conhecimento do passado.
A filosofia é considerada uma das ciências mais antigas do mundo. A palavra Filosofia e composta por dois termos
gregos: FILO (Amor, Amizade) e SOFIA (Sabedoria); portanto, filosofia é o amor pela sabedoria ou amizade pelo
saber. Não um amor de quem já possui ou detém aquilo que ama, mas de quem ainda procura a sabedoria, que
busca alcançar a verdade. A tradição filosófica apresenta Pitágoras, filósofo e matemático grego, como sendo o
“inventor” do termo filosofia.
Fatores históricos que contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga
 As viagens marítimas;
 A invenção da moeda;
 A invenção da escrita silábica;
 A invenção do calendário;
 O surgimento da “polis” (cidade-estado dos gregos).
Característica do conhecimento filosófico:
Podemos afirmar que a filosofia consiste no estudo das características mais gerais e abstratas do mundo e das
categorias com que pensamos: mente (pensar), matéria (o que sensibiliza noções de quente ou frio, sobre o
realismo), razão (lógica), demonstração e verdade. Pensamento vem da palavra Epistemologia “Episteme” significa
“ter Ciência” “logia” significa “Estudo”. A filosofia divide-se em:
 Epistemologia ou Teoria do Conhecimento: trata da natureza da crença, da justificação e do conhecimento.
 Ética: trata do certo e do errado, do bem e do mal.
 Filosofia da Arte ou Estética: trata o belo.
 Lógica: trata da preservação da verdade e dos modos de se evitar a inferência e raciocínio inválidos.
 Metafísica ou Ontologia: trata da realidade, do ser e do nada.
O nascimento da Filosofia
A. Mito e Filosofia
A filosofia, ao nascer, teve definida a sua busca: uma explicação racional sobre a origem e ordem do mundo, o
kósmos (cosmos). Por tal motivo, os primórdios da filosofia grega são considerados de caráter cosmológico. Os
primeiros filósofos se ocuparam principalmente de indagações a respeito do mundo ao seu redor, que também
envolviam a percepção do lugar do homem nele. Essa busca trouxe à luz uma divergência entre a ciência e o senso
comum. O conhecimento filosófico surgiu aos poucos, em substituição aos mitos e às crenças religiosas, na
tentativa de conhecer e compreender o mundo e os seres que nele habitam. A formação do pensamento filosófico se
deu na passagem do mito (mýthos = saber alegórico) para a razão (lógos =saber racional). A força da mensagem
dos mitos reside, portanto, na capacidade que eles têm de sensibilizar as estruturas profundas, inconscientes, do
psiquismo humano. O mito é um relato fabuloso, de caráter religioso, que diz respeito a seres que personificam
agentes naturais. O mito tende a fornecer uma reposta e uma explicação satisfatória e momentânea da realidade.
Possui igualmente uma função que assegura a coesão social.
Resumindo:
Mito: narrativa fabulosa, ingênuo, fantasioso, anterior à reflexão, não-crítico. Explicação de parte dos fenômenos, impregnado
de afetividade, emoção, imaginação. Tem com função principal acomodar o homem ao mundo.
Filosofia: uma saber acerca das coisas (conhecer); direção para o mundo e a vida (agir); uma forma de vida, isto é, algo que
acontece (Ser).

B. Cosmogonia e Cosmologia
O termo physis significa em português a palavra natureza, que por sua vez deriva do termo latino „natura‟
significando aquilo que nasce. Assim, natureza pode ser entendida como as totalidades dos seres que nascem por
ação de suas próprias forças, por isso as chamam de “forças naturais”, e cujas propriedades desenvolvem-se e
transforma-se sem a interferência direta de entidades fantásticas, divinas e sobrenaturais.
A Filosofia, ao nascer, é uma COSMOLOGIA. A palavra Cosmologia é composta de duas outras: cosmos, que significa
mundo ordenado, organizado, e logia, que vem da palavra logos, que significa pensamento racional, discurso
racional, conhecimento. A cosmologia é uma filosofia da natureza, - ou da physis; daí os primeiros filósofos serem
chamados de “físicos” - isto é, só diz respeito ao homem na medida em que ele é parte de um universo natural que
o engloba e determina. Esses físicos vão buscar fundamentos em argumentos teóricos, uma primeira causa material
e unitária do princípio - arché - constitutivo da Natureza - physis - do universo. Forma os principais físicos do
período Cosmológico: Tales de Mileto (624-545 a.C.), Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.), Anaximenes de
Mileto (588-524 a.C.), Pitágoras de Samos (571-497 a.C.), Empédocles (483-430 a. C.), Anaxágora (499-428 a.C.),
Leucipo (séc. V a.C.) e Demócrito (460-370 a.C.). O Mito é uma COSMOGONIA. Gonia vem da palavra génos, que
significa gênese, geração, nascimento. O mito é uma narrativa sagrada e poética na qual uma autoridade
(mensageiro, poeta rapsodo - um artista popular) relata o nascimento do mundo ordenado ou suas partes através de
façanhas (alianças e lutas) entre seres sobrenaturais.
Os Pré-socráticos: A busca de um princípio (arché) material constitutivo da natureza
São os primeiros filósofos. Eles procuravam uma explicação racional (logos) do mundo buscando uma arché,
princípio constitutivo (portanto eles faziam Cosmologia). Entre estes primeiros filósofos podemos destacar
Heráclito de Éfeso que afirmava: uma lei eterna (logos) governa, através de luta dos contrários, o devir de todas as
coisas, pois “A guerra (pólemos) é a mãe e rainha de todas as coisas”. Outro importante pré-socrático foi
Parmênides de Eléia que afirmava a imobilidade e unidade do ser.
Leitura Complementar
A filosofia do Senso Comum ao Senso Crítico: O que é o Senso Comum?O que é o senso crítico?
Senso comum são conhecimentos pouco profundos, adquiridos ocasionalmente no cotidiano, sem uma procura séria e
reflexiva por parte das pessoas. Faz parte do senso comum uma infinidade de “frases feitas”. É um conhecimento que não se
compromete com a realidade dos fatos. O senso comum não é formado apenas por concepções falsas ou incorretas, mas
também por concepções verdadeiras (são aqueles conhecimentos superficiais, soltos, que não nasceram de reflexões
profundas e abertas. Ex.: Os ditados populares). O conhecimento do senso comum possui, habitualmente, as seguintes
características gerais: Imprecisão: conceitos vagos; Incoerência: conceitos contraditórios e Fragmentação: conceitos soltos,
objeto estudado. Todo o conhecimento do senso comum está cercado de opiniões não conclusivas, não fundamentadas, e isso
podemos observar nos fatos do cotidiano. Portanto, o conceito senso comum é a faculdade que a generalidade dos homens
possui de raciocinar com acerto. Perante o senso comum, a filosofia é muitas vezes considerada como algo confuso, difícil,
inútil e nada prático.
O conhecimento que se volta para o senso critico é todo aquele que possui um comprometimento com a verdade visando
assim, à compreensão do “Eu”, do “Outro” e da “Sociedade”, ou seja, é uma contextualização, uma capacidade de solucionar
os problemas existentes utilizando-se de métodos científicos. O conhecimento do senso crítico é um conhecimento que se
baseia na realidade do fato, na cientificidade da pesquisa. Pode-se dizer também que o senso crítico é a procura incessante
que o homem faz pela verdade. Portanto, o conhecimento que se volta para o senso crítico é considerado um conhecimento
puro, pois se utiliza do método científico e racional para afirmar que tal coisa é real e verdadeira. Concluindo, o senso crítico é
a superação do homem diante das concepções ingênuas e superficiais, o resultado desse processo e a ampliação da
consciência reflexiva do homem. Culturalmente o senso crítico é muito mais aproveitável e bom para o indivíduo que o senso
comum.

Referência Bibliográfica:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: introdução à filosofia. 3ª Ed. Revista. São Paulo: Moderna, 2003.
CHAUÍ, Marilena. Filosofia. 2ª Ed. São Paulo: Ática S.A., 2008.
CASTRO, Susan de. (org.). Introdução à Filosofia. Petrópolis, Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2008.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 16ª Ed. reform.da e ampl. São Paulo: Saraiva, 2006.
_____, Fundamentos da Filosofia: ser, saber e fazer. Elementos da história do pensamento ocidental. 14ª Ed. São Paulo: Saraiva,
1999.
JAPIASSÚ, Hilton. Dicionário básico de Filosofia. 4ª Ed. Atualizada. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
Internet: www.google.com.br, pt.wikipédia.org, www.infoescola.com, www.zahar.com.br, www.sofilosofia.com.br.
Material de Filosofia Prisma COC - Filosofia 1 e Filosofia 3 livro 1.

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