2010 Uel Port PDP Maria Aparecida Da Cruz Barbosa
2010 Uel Port PDP Maria Aparecida Da Cruz Barbosa
2010 Uel Port PDP Maria Aparecida Da Cruz Barbosa
SUMÁRIO__________________________________________________________2
1. FICHA CATALOGRÁFICA ___________________________________________3
2. APRESENTAÇÃO _________________________________________________5
2.1. Tema ______________________________________________________________ 5
2.2. Justificativa _________________________________________________________ 5
2.3. Objetivos ___________________________________________________________ 7
2.4. A Escolha dos Contos _________________________________________________ 9
2.5. Proposta de Análise Segundo o Interacionismo Sócio-Discurssivo_____________ 10
2.6. Metodologia________________________________________________________ 11
3. APRESENTAÇÃO DE UM MODELO DIDÁTICO_________________________13
3.1. O Modelo Didático da Narrativa de Aventuras de Viagens ____________________ 14
3.2. O Que Dizem os Experts Sobre o Gênero ________________________________ 16
3.3. As Regularidades do Gênero Conto de Aventura De Viagem Pelo Mar, Segundo a
Proposta de Análise de Textos Do Interacionismo Sócio-Discursivo________________ 19
a) Infra-estrutura textual: _________________________________________________ 22
b) Os mecanismos de textualização ________________________________________ 31
c) Os mecanismos enunciativos____________________________________________ 33
4. SEQUÊNCIA DIDÁTICA DO GÊNERO CONTO DE AVENTURA ____________36
4.1. Apresentação da Situação ____________________________________________ 38
4.2. Primeira Produção___________________________________________________ 40
4.3. 1ª Oficina: Contexto de Produção _______________________________________ 43
4.4. 2ª Oficina: Infra-Estrutura Global dos Textos ______________________________ 46
4.5. 3ª Oficina: Mecanismos de Textualização ________________________________ 52
4.6. 4ª Oficina: Mecanismos Enunciativos ____________________________________ 56
4.7. 5ª Oficina: Refacção de Texto _________________________________________ 64
REFERÊNCIAS ____________________________________________________64
3
1. FICHA CATALOGRÁFICA
2. APRESENTAÇÃO
2.1. Tema
aventura.
2.2. Justificativa
desperta no homem. A unidade será composta por cinco contos: Pegue O Oeste de
Jack London, Além do grande mar de Márcia Kupstas, O Velho Sumares de Vergílio
Stevenson.
dos estudiosos do Grupo de Genebra. Os dois contos ficarão como leitura para
gênero, sustentado no que dizem as autoras Rojo (2001) e Gonçalves (2009) que
trabalhar com a língua, através dos gêneros, deve-se considerar três aspectos: os
conclusão, o aluno fará uma produção final na qual terá oportunidade de colocar em
de todo o processo.
2.3. Objetivos
2.3.1. Geral
2.3.2. Específicos
ensino-aprendizagem.
suportes de publicação:
Califórnia, em 1876).
(SP), em 1957).
10
livro Sete faces da aventura, publicado pela editora Moderna, São Paulo, 1996.
publicado pela editora Agir, Rio de Janeiro, 2008. Os contos falam sobre aventuras
2.6. Metodologia
diagnóstico feito na produção dos alunos com realização de oficinas para sanar as
• Avaliação.
13
social.
de análise.
modelo das condições de produção do texto (dois planos: mundo físico e mundo
nossos alunos, agir com eficácia e de forma consciente na interação com os outros,
gênero seguido pela elaboração de uma sequência didática). O modelo didático vai
mar.
narrativas orientais. Diferente dos contos de fadas (de origem celta e problemática
atitudes bem diferentes diante da vida: no primeiro, ligadas ao ideal, aos valores
fadas, mas obrigatoriamente deve ter elementos feéricos. Outra distinção muito
busca do herói pela realização pessoal marcada pelo teor existencialista. Nessa
vezes, o auxílio de uma fada para alcançar seu ideal, o amor. O termo fada vem do
latim fatum que significa destino, fado. Sendo assim, atuam como mediadoras
bem e o mal é outro aspecto importante do conto de fadas. Nessa batalha, o bem
viagem aparece como romance de viagens durante o século XVII a fim de abrir
em questão.
avarias nas embarcações, longas viagens, piratas, doenças) que este deverá
enfrentar.
assumidos por um ou vários heróis". Tomando, uma vez mais, Bronckart (1997)
narração.
viajando e conquistando as águas. Podemos citar Herman Melville, com sua obra
Moby Dick, sobre um capitão de navio baleeiro que faz uma particular perseguição à
baleia branca. O escritor americano Jack London criou, em O lobo do mar, a sua
está Lord Jim, personagem de Joseph Conrad no livro homônimo, um capitão que
sendo feito um modelo didático para os três primeiros e os dois últimos indicados
para a leitura em sala de aula. Os textos são: “Pegue o Oeste” de Jack London,
Durante a leitura dos experts, foi possível constatar que esse gênero
aparece como romance de viagens durante o século XVII, a fim de abrir novos
etc.), desvelando uma ética de ação. O motivo que orienta as aventuras está
em questão.
viagens de autores renomados têm se tornado cada vez mais acessíveis ao público
Califórnia, em 1876).
Tema: uma narrativa de travessia pelo alto mar, com altas doses,
Autora: Márcia Kupstas (autora brasileira, nascida em São Paulo (SP), em 1957).
livro Sete faces da aventura, publicado pela editora Moderna, São Paulo, 1996.
em 1863).
negros, que com toda sua astúcia e habilidade consegue safar-se da fiscalização da
polícia inglesa.
ao leitor do tipo de aventura que contém. Após o nome do autor, aparece a sua
a) Infra-estrutura textual:
mundo discursivo é situado em “outro lugar” (Bronckart, 2003), mas esse outro lugar
um mundo que deve ser avaliado ou interpretado pelos leitores do texto. Podem
2003).
narrador que é uma entidade que pode estar implícita ou explícita nele. É ele que
23
dos eventos narrados (narração em 3ª pessoa). Neste caso, pode ser intruso,
neutro, quando está totalmente ausente do texto, deixando que os fatos se narrem
• Foco narrativo
relata a partir de um ponto de vista, focaliza o que está sendo narrado de uma dada
que estão sendo contados, a compreensão que se tem deles e o que se sabe ou se
24
conhece dos fatos num determinado momento. Temos três formas básicas de
focalização.
personagem conhece.
uma delas.
25
• Tipos de sequência
anterior;
26
organizar-se de maneira mais complexa: a fase de ações pode levar a outras fases
porém hierárquicas:
27
estabelecido;
são enumerados;
enunciado que começa por um subtítulo “Faça o que fizer, pegue o Oeste! Pegue o
cabo Horn e fora golpeado e rompido por eles [...] Mary Rogers estava tenso, a
igualmente tenso. Talvez estivesse mais tenso que a maioria porque sobre ele
uma dezena de vezes virou o navio contra o vento apontando para o cabo de ferro
nesse segmento uma sequência de frases que fornecem a propósito do tema – título
diálogo.
mar”.
explosão de pragas:
29
para a popa, branco como cal. E o velho Sumares, junto ao leme, berrava,
apoplético, a bracejar:
das representações que esse agente tem das propriedades dos destinatários de seu
texto, bem como o efeito que neles deseja produzir. Na medida em que se baseiam
• Personagem/tempo/espaço
resolvem um caso perigoso num lugar desconhecido que elas deverão explorar.
30
obstinado a atingir seu objetivo, deixa um náufrago de sua tripulação morrer no mar
amigo da firma e escolhera fazer a viagem por causa de sua saúde. Representa a
ameaça para o capitão ao dizer que iria denunciá-lo por não ter salvado seu
pelo desafio constante que é o arrojar-se em suas águas e viajar, conquistar novas
mostra viagens marítimas muito importantes, e a Bíblia conta com várias histórias,
desde Noé e sua arca ao profeta Jonas engolido pela baleia, ou o próprio Moisés,
b) Os mecanismos de textualização
• Conexão
depois”, “no mesmo dia”, “alguns minutos mais tarde”, “agora”, “de
como “durante o dia”, “à noite”, etc., utilizadas para situar uma ação.
embarcações.
• Coesão nominal
olhava o mar. O menino sabia que ficar no penhasco olhando em nada ajudava. [...]
O capitão Cullen sequer fez uma carranca. Na sua voz havia pesar ao dizer: [...]
Acendeu um charuto e olhou à sua frente. Durante duas semanas, o capitão ficou
• Coesão verbal
imperfeitos, porém com várias ocorrências do mais que perfeito que inicia a
narrativa no texto “Pegue o Oeste” - Durante sete semanas o Mary Hogers estivera
entre a latitude de 50º sul no Atlântico e a latitude de 50º sul no Pacífico, o que
significava que, durante sete semanas, ele lutara para contornar o cabo Horn. E,
tomada a última barcada de negros, fizera-se de vela. O texto “Além do grande mar”
inicia-se com o pretérito perfeito – Há muitas horas o pequeno Bjarni olhava o mar.
Os verbos estão no pretérito imperfeito, perfeito e mais que perfeito para marcar
c) Os mecanismos enunciativos
por elas: voz do autor empírico (Bakhtin, 1997), formada por várias vozes,
• Vozes
os deuses a serem mais generosos para com eles. E, as vozes das personagens
Cullen perguntou.
leme.
- Má raios os partam!...
34
• Variedade lingüística
• Escolha lexical
um modelo lindo, uma construção rara. Era colossal o vaso britânico, pelo seu
nuvens eram cinzentas; os grandes mares revoltos eram cor de chumbo; até os
cinzentas sob o manto tenebroso dos céus. Mas claridades róseas começaram a
robusto, moreno com a pele curtida por trinta anos de mar, e peludo como um
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orangotango. Ele por sua vez era assombrado por uma instrução de navegação
Cullen, George Dorety, Joshua Higgins, Bjarni, Swain, Olaf e alguns elementos do
• Modalizadores
desarticuladamente. Daí a dias, numa esplêndida manhã de sol vivo e mar calmo,
ensino.
bem articuladas, para permitir aos alunos uma apropriação progressiva das
gênero.
4.1.1. Objetivos
Oralidade e leitura:
conto;
4.1.2.Metodologia
ficcional que fará parte de uma coletânea, a qual será acervada na biblioteca. A
princípio não será necessária muita explicação, pois o objetivo é diagnosticar suas
4.2.1. Objetivos
da forma escrita.
4.2.2. Metodologia
Atividade
• Momento da Produção:
• E de seu antagonista?
tipos de narrador:
central, não tendo acesso ao estado mental das demais personagens. Narra em
sentimentos.
mudar e adotar várias posições. Seu traço característico é a intrusão, ou seja, seus
comentários sobre a vida, ou costumes, a moral, etc que podem ou não estar
entrosados com a história narrada. Esse narrador nos fala em terceira pessoa.
4.3.1. Objetivos
os alunos;
o gênero pertence;
gênero.
44
4.3.2. Metodologia
Atividades:
1) Leitura oral dos textos Além do grande mar , O velho Sumares,
e Pegue o Oeste.
2) Anotar nos cadernos as informações sobre os elementos do
contexto de produção.
3) Relacione o que há em comum entre os textos lidos e a
reportagem da TV Pen Drive.
4) Preencha a tabela a seguir, pois ela o auxiliará na compreensão
dos textos:
Personagem
protagonista
Presença do
discurso direto e
indireto
Seqüência
predominante
Espaço
Tempo
46
5) Atividade oral:
4.4.1. Objetivos
descritiva e dialogal);
47
4.4.2. Metodologia
Atividades:
inglês com o seu longo olhar. E a guarnição do Galgo, de cima do castelo, mirava, o
tinham sido aprisionados de uma feita por um dos cruzeiros, lembravam-se ainda,
eram içados, depois, no lais das vergas, ou passados de mergulho por debaixo do
casco ou calabrotados...
havia de ensinar, aos patifes, deixassem estar! E demais com quem! Com o velho
corisco para andar! Dessem-lhe vento, que era o que ele queria! E que fossem
bugiar os cursários!
leme, e que ouvira o fim da conversa, gritou-lhes também, voltando-se, com uma
PARÁGRAFOS
1º situação incial
2º complicações
4º situação final
custara como aquela. À saída do porto, pegara logo uma lestada que arrebatara um
4.4.4. Objetivos
4.4.5. Metodologia
Atividade:
e o indireto.
tinham sido aprisionados de uma feita por um dos cruzeiros, lembravam-se ainda,
eram içados, depois, no lais das vergas, ou passados de mergulho por debaixo do
casco ou calabrotados...
52
havia de ensinar, aos patifes, deixassem estar! E demais com quem! Com o velho
4.5.1. Objetivos
organização de um texto;
respectivos organizadores;
da narrativa;
4.5.2. Metodologia
Atividades
popa.
de 50º sul no Atlântico e a latitude de 50º sul no Pacífico, o que significa que,
b) “[...] O capitão Cullen sequer fez uma carranca. Na sua voz havia
pesar ao dizer: [...] Acendeu um charuto e olhou à sua frente. Durante duas
semanas, o capitão ficou sem a visão de um meridiano ou cronômetro.”
55
olhou à sua frente. Sentiu o Mary Hogers elevar-se e adernar e depois singrar em
frente e sabia que o navio estava fazendo nove nós. Um sorriso de satisfação
lentamente se abriu em seu rosto escuro e peludo. Enfim, tinha conseguido pegar o
4.6.1. Objetivos
empírico, sociais);
4.6.2. Metodologia
Atividades
expressas:
“Joshua Higgins teria de lavar seu rosto muito rapidamente. O imediato lamuriou-se
desarticuladamente. Daí a dias, numa esplêndida manhã de sol vivo e mar calmo, o
as não eram brancas, mas cinzentas sob o manto tenebroso dos céus. Mas
grande, troncudo e robusto, moreno com a pele curtida por trinta anos de mar, e
peludo como um orangotango. Ele por sua vez era assombrado por uma instrução
respectivos interlocutores:
saltava de popa”.
deste navio e não é apropriado que eu comente agora sobre o que faz”.
(d) “O capitão Cullen sequer fez uma carranca. Na sua voz havia
pesar ao dizer”:
( ) vozes sociais
( ) voz do capitão
( ) voz do imediato
justifique:
havia de ensinar, aos patifes, deixassem estar! E demais com quem! Com o velho
4.7.1. Objetivos
alunos;
61
• Reler a produção;
usados no texto;
4.7.2. Metodologia
produção inicial e troquem os textos com outra dupla para a leitura dos mesmos;
mais avançadas;
Atividades
1) Em duplas, leiam o texto dos seus colegas e faça anotações
pertinentes.
REFERÊNCIAS
COELHO, Nelly Novaes. Conto. In: CEIA, Carlos (Org). E-Dicionário de Termos
Literários. www.fcsh.unl.pt/invest/edtl/index.htm - 50k - acesso em maio de /2011.