Programa de Natação Pra Bebê
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PARA UMA CLARIFICAÇÃO DOS OBJECTIVOS
DOS PROGRAMAS DE NATAÇÃO PARA BEBÉS
Tiago Barbosa* (Portugal)
[email protected]
Resumo
Partindo de uma breve reflexão sobre a terminologia vulgarmente utilizada para as práticas aquáticas dos bebés – "Natação
para bebés" – emergem um conjunto de equívocos relativamente aos seus propósitos, aos seus objectivos e, consequentemente,
aos seus conteúdos e às suas metodologias. Assim, este trabalho tem o intuito de clarificar esse conjunto de equívocos sobre os
objectivos dos programas de "Natação para bebés".
Unitermos: Natação para bebés. População alvo. Objectivos
Introdução
Tradicionalmente as aulas de natação são centradas no ensinoaprendizagem das técnicas formais de nado, de
partida e de viragem.
No entanto, antes das aulas de natação se centrarem nesses conteúdos éacute; necessário que os alunos
adquiram um conjunto de habilidades, comportamentos e conhecimentos específicos do meio aquático.
Langendorfer e Bruya (1995) denominam esse processo de aquisição da "prontidão aquática", porque antes de
se aprender as habilidades motoras específicas de cada actividade aquática, o indivíduo terá de apropriarse de
comportamentos, habilidades e conhecimentos que o preparem para as aquisições subsequentes. Já Carvalho
(1984; 1985; 1992) e Mota (1990) denominam esse processo de "adaptação ao meio aquático".
Ou seja, só após a adaptação ao meio aquático é que se inicia a aprendizagem das habilidades motoras
específicas das diversas actividades aquáticas, como por exemplo, da Natação Pura, do Polo Aquático, da
Natação sincronizada, dos Saltos para a Água ou, da Hidroginástica, entre muitas outras actividades.
Se usualmente se assumia que a adaptação ao meio aquático deveria ser realizada a partir do momento em
que a criança passava a frequentar o Ensino PréEscolar, ou seja, ao terceiro ano de vida; hoje em dia,
frequentemente, o processo de adaptação ao meio aquático ocorre bem mais cedo, ainda em bebé. Esse
processo é realizado através das vulgarmente denominadas aulas de "Natação para Bebés" (N.B.).
Na realidade, é frequente, a utilização de outras denominações, em alternativa, como por exemplo, "Adaptação
ao meio aquático na primeira infância", "Natação precoce", "Actividades aquáticas do bebé", etc.. Para alguns
autores, ao referirse a aulas de "natação" para bebés, a comunidade em geral, inclusive os pais, associaria
esta actividade ao ensino precoce das técnicas formais de nado. Daí que optem usualmente pela utilização de
outras denominações.
No entanto, actualmente, o conceito de saber nadar é diferente do que se tinha no passado. Numa concepção
tradicional, "saber nadar" consiste em saberse deslocar, no meio aquático, usando as técnicas de Crol, de
Costas, de Bruços ou de Mariposa. Todavia, segundo Carvalho (1985; 1992) e Moreno e Sanmartín (1998),
saber nadar não é saber as técnicas formais de nado. Mais do que isso, é saber estar no meio aquático, de
evidenciar uma boa relação com a água, sabendo adoptar os comportamentos adequados face ao meio em
questão.
E o bebé não irá aprender as técnicas de nado formais; irá apropriarse das condutas, dos conhecimentos e
das vivências essenciais para que saiba estar, para que saiba comportarse correctamente no meio aquático.
Nesta perspectiva, a denominação de "N.B." não será totalmente descabida.
Em síntese, efectuando uma breve reflexão sobre a terminologia vulgarmente utilizada para as práticas
aquáticas dos bebés – "Natação para bebés" – emergem um conjunto de equívocos relativamente aos seus
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propósitos, aos seus objectivos e, consequentemente, aos seus conteúdos e às metodologias a adoptar.
Desta forma este trabalho tem o intuito de clarificar esse conjunto de equívocos sobre os objectivos dos
programas de N.B.
População alvo
1. Faixa etária
Para uma clara definição dos objectivos dos programas de N.B., será necessário antes de mais caracterizar a
população alvo deste tipo de actividade aquática.
As aulas de N.B., como o próprio nome indica, destinamse a indivíduos que se encontrem numa faixa etária
bastante baixa. Todavia, não existe consenso quanto à idade precisa para se dar início às aulas bem como,
para que se deixe de frequentar este tipo de programas e se passe a praticar outro ou outros tipos de
actividades.
Fouace (1980), refere que as aulas de N.B. deverão ter o seu início aos 3 meses, dado que é a partir dessa
idade que a criança passa a manter a cabeça na vertical e culminará aos 36 meses. Já Saakslahti (no prelo),
indica como critérios para o início das aulas ter, no mínimo, 3 meses de idade e 5 Kg de peso. Por sua vez,
Perez (1987), sustenta que os 2 meses de idade é o ideal para se começar a praticar actividades aquáticas.
Luque (1995), refere a faixa etária entre os 3 meses e os 24 meses de idade como sendo consagrada às aulas
de N.B.. Finalmente, Sarmento e Montenegro (1992), estabelecem os 6 meses como sendo a idade para se
iniciar a prática da actividade e os 36 meses para o seu términos.
Em resumo, apesar de não existir consenso sobre quando se pode começar e cessar a participação neste tipo
de programas, parece que o início ocorrerá entre os 3 e os 6 meses e, terminará entre os 24 e os 36 meses.
A justificação para a adopção deste intervalo de idades para se iniciar as aulas terá por base diversos motivos.
Em primeiro lugar, antes de se começar a frequentar actividades aquáticas será necessário que o bebé
aumente um pouco o seu peso. Isto tendo em vista que as probabilidades da criança exibir estados de
hipotermia frequentes em águas com uma temperatura relativamente abaixo do normal sejam menores. Em
segundo lugar, dado que o sistema imunológico do recémnascido é bastante deficitário, será necessário dar
algum tempo para que esse mesmo sistema se desenvolva, antes de passar a frequentar um meio propenso à
contracção de diversos tipos de problemas de saúde, como são os de foro vírológico, bactérológicos ou,
micótico.
O motivo para se indicar, usualmente, o fim das aulas de N.B. aos 36 meses, parece que tem por base o
desenvolvimento motor da criança. Ou seja, os tipos de programas a proporcionar aos sujeitos devemse
coadunar com o nível de desenvolvimento ontogenético que eles evidenciam. Daí que se deva planear as
actividades aquáticas do bebé e da criança tomando em consideração o seu nível de desenvolvimento (Perez et
al., 1997).
De acordo com Gallahue (1982), a primeira fase do desenvolvimento motor é a fase dos movimentos reflexos,
a qual durará desde o nascimento até ao primeiro ano de idade. Esta fase é caracterizada pelas manifestações
motoras da criança traduziremse, essencialmente, por respostas reflexas a vários estímulos sensoriais. A fase
seguinte, e que durará até aos 2 anos de idade, caracterizase pelo aparecimento dos primeiros movimentos
voluntários – é a fase dos movimentos rudimentares, como sejam, a preensão intencional, o gatinhar e o
andar. É a partir desta idade, ou seja, aproximadamente a partir dos 2 anos de idade, os movimentos
rudimentares darão lugar aos movimentos fundamentais, isto é, correr, saltar, lançar, agarrar, etc.
Ora, aparentemente, as crianças terminam a sua frequência às aulas de N.B., no período de transição da fase
dos movimentos rudimentares para a fase dos movimentos fundamentais. Que é o mesmo que dizer que, em
consequência da passagem da criança de uma fase de desenvolvimento motor para uma outra, os conteúdos,
as metodologias e os princípios de trabalho a adoptar também serão alterados. Por outras palavras, dado que
entre os 2 e os 3 anos ocorre um período de transição de uma fase do desenvolvimento motor para outro, isso
significa que, os conteúdos a apresentar à criança deverão ser outros, de modo a que se adeqúem à nova fase
de desenvolvimento do sujeito.
2. O papel de pediatra
Antes de começar a frequentar as aulas de N.B., a criança deverá ser consultada por um médico pediatra
(O'brien et al., 1983; Perez et al., 1997). Essa consulta terá em vista que o médico dê o seu aval à participação
do bebé nas aulas. E, se for caso disso, indicar ao professor qualquer tipo de limitação ou cuidado especial a
ter com o aluno.
Para mais, o próprio professor deverá ter na sua posse uma declaração médica que autoriza a criança a
participar nas aulas (O'brien et al., 1983; Dorado, 1990). Esse documento deverá ser um elemento chave para
a criação e implementação de um programa de trabalho individualizado, de acordo com as características ou
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limitações específicas de cada bebé. Isto é, com base nas indicações que o médico pediatra fizer, será possível
criar programas de trabalho individualizados, segundo as informações fornecidas pelo clínico, tendo em
consideração as possibilidades e as necessidades particulares de cada sujeito.
3. Contraindicações
Existem situações em que a prática das actividades aquáticas em termos gerais e, no caso particular da N.B.,
estão contraindicadas. Ou seja, existem determinadas situações em que a prática de actividades aquáticas por
parte dos bebés se encontram interditas ou condicionadas.
Essas contraindicações podem ter um carácter quer temporário, quer permanente. Já as contraindicações
permanentes podem ser ou absolutas ou relativas.
Camus (1995) refere enquanto contraindicações temporárias, para a prática de N.B., a presença de estados
febris e de infecções. Por sua vez, Fouace (1980) e Dorado (1990) acrescentam a estas contraindicações o
período após a vacinação antivaríola, durante o período de cicatrização de feridas ou, o período póscirúrgico.
É considerada como sendo uma contraindicação permanente mas relativa, segundo Camus (1995), a
epilepsia. À qual se poderá acrescentar as deficiências mentais ligeiras e moderadas ou, as deficiências
motoras.
No que se concerna com as contraindicações permanentes e absolutas, Camus (1995), indica as cardiopatias
congénitas e as otites crónicas. Dorado (1990), para além das cardiopatias congénitas, aponta as dificuldades
de deglutição, as insuficiências pulmonares e a deficiência mental profunda. Já Fouace (1980) a estas contra
indicações adiciona os problemas renais.
Objectivos
Independentemente da actividade física que a criança ou o jovem pratique, esta deverá promover o seu
desenvolvimento de forma harmoniosa e integral. No seguimento deste pressuposto, é possível afirmar que um
programa de actividades aquáticas na primeira infância também deve estimular o desenvolvimento integral dos
seus participantes (Cárdenas et al., 1998).
Assim sendo, as aulas de N.B. deverão ter em vista objectivos de índole psicomotor, cognitivo e social, com o
propósito de promover o desenvolvimento harmonioso e integral do sujeito.
1. Objectivos psicomotores
Os objectivos psicomotores são os mais referidos na literatura. Talvez porque se associe facilmente as
actividades físicas a objectivos deste género, apesar de ser possível atingir outras categorias de
objectivos.
E de todos eles, o autosalvamento é o mais citado pelos diversos autores (Fouace, 1980; Dorado, 1990;
Sarmento e Montenegro, 1992; Ahr, 1994; Luque, 1995). Porventura porque, historicamente, as
primeiras classes de N.B. surgiram com essa intenção (Perez et al., 1997), ficando, consequentemente,
essa ideia irraízada em todos os quantos leccionam a actividade.
Com efeito, o autosalvamento remetese para a possibilidade da criança se deslocar com "à vontade" no
meio aquático, com pouca probabilidade de se afogar. Ou seja, que a criança domine o meio aquático,
estando adaptada a este.
Para que tal objectivo seja cumprido, Sarmento e Montenegro (1992) dizem que a criança terá de ser
capaz de: (i) aceitar a água nos olhos, nos ouvidos, na boca e, no nariz; (ii) bloquear a respiração; (iii)
colocarse na posição horizontal e vertical, à superfície e profundidade e; (iv) utilizar os quatro
membros como segmentos propulsivos.
Contudo, o Comité de Medicina Desportiva da American Academy of Pediatrics (1985), afirma que será
pouco provável que as crianças aprendam a salvarse de situações de afogamento. Pelo contrário,
segundo o Comité, criará um falso sentido de segurança nos pais e nas próprias crianças.
Na realidade, caso se considere autosalvamento a capacidade de indivíduos bastante novos sem auxílio
de alguém mais velho, em situação de afogamento, conseguirem salvarse será um erro. Com as aulas
de N.B., a criança adquirirá um conjunto de comportamentos que, no máximo, permitem que não se
apodere um sentimento de medo ou receio ao ter a face imersa, sem poder respirar e, que seja capaz
de se manter a flutuar, bloqueando a respiração até que alguém venha em seu socorro.
Concomitantemente, as aulas de N.B. mais do que possibilitarem à criança salvarse de situações de
afogamento, promoverão uma adaptação ao meio aquático desde cedo, o que irá favorecer a relação do
sujeito com a água ao longo de toda a vida. Isto porque a água será um meio privilegiado para
experimentar novas sensações, novos comportamentos motores e estimular os diversos sentidos.
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A N.B. decorre num meio particular, diferente dos demais. Por exemplo o meio aquático é mais denso
que o meio terrestre. Logo, para realizar uma tarefa a uma dada intensidade nos dois meios, o gasto
calórico será superior na água do que no meio terrestre. Assim sendo, a prática da N.B., também
permitirá diminuir a percentagem de tecido adiposo (Ahr, 1994), fortalecer os músculos e o tecido
conjuntivo (Ahr, 1994) e, desenvolver o sistema cardiorespiratório.
Em resumo, a N.B. permitirá o desenvolvimento psicomotor da criança, enriquecendo as suas
experiências sensoriais e motoras (Fouace, 1980; Dorado; 1990; Luque, 1995; Moreno e Sanmartín,
1998; Numminen e Saakslahti, no prelo).
2. Objectivos cognitivos
A nível cognitivo, também é possível cumprir alguns objectivos nas aulas de N.B. (Dorado, 1990;
Cárdenas et al., 1998). Apesar de muitas vezes se ter a ideia que as crianças nestas idades são seres
passivos, que reagem única e exclusivamente a motivações relacionadas com a sua sobrevivência, como
por exemplo, comer e dormir. Contudo, elas tendem a absorver todas as informações, todos os
estímulos oriundos do meio envolvente.
A sistematização dos objectivos, em termos cognitivos, a atingir nas aulas de N.B., baseiamse nos
estádios de desenvolvimento cognitivo proposto por Piaget (1970).
Segundo o psicólogo, numa primeira fase, entre o nascimento e os dois anos de idade, a criança ao
relacionarse com o meio através do movimento, organiza e estrutura o seu conhecimento da realidade
que a rodeia. É a etapa da inteligência sensóriomotora. Por exemplo, através das aulas de N.B.,
aprende a destinguir diversos objectos, espaços ou pessoas.
Numa segunda etapa, aproximadamente entre os dois e os sete anos, com base nas representações
sensóriomotoras que vivenciou no passado, consegue antecipar os acontecimentos. É a etapa da
inteligência préoperatória. Por exemplo, nas aulas de N.B., durante a etapa sensóriomotora a criança
apercebese que ao mover os quatro membros propulsionase. Já na etapa seguinte, ao colocarem um
determinado brinquedo fora do seu alcance, o bebé sabe que se mover os quatro membros deslocase
e poderá alcançar o referido objecto.
3. Objectivos sociais
A segunda categoria de objectivos mais referidos na literatura, após os psicomotores, são os sociais.
Pertencemos a uma sociedade onde se vive a um ritmo acelerado. Na maioria dos casos, os pais
desempenham a sua actividade profissional fora de casa, saindo cedo para o emprego e chegando a
casa, quantas vezes bastante tarde. Logo, os períodos de interacção, de convívio com o seu filho, não
será o suficiente.
Todavia, dado que os pais estão presente e participam nas aulas de N.B., eles têm de ter um papel
activo, interagindo com o seu filho. Assim sendo, as aulas também terão como objectivo promover e
aumentar o tempo de interacção, de convívio dos pais com o seu filho (Ahr, 1994). Ou seja, as aulas de
N.B. serão uma excelente justificação para os pais poderem dar mais alguma atenção, carinho, afecto e
amor ao seu filho.
Por outro lado, muitos dos bebés durante o dia mantém contacto com poucas pessoas, especialmente
os que passam grande parte do tempo em casa ao cuidado de familiares. Nesses casos, o campo de
relações dessas crianças limitase a um reduzido número de pessoas. Portanto, a N.B. também terá
como objectivo promover as primeiras interacções sociais do bebé, permitindo que este se relacione
com outros bebés e com outros adultos, que não são os familiares mais próximos (Ahr, 1994). Por
outras palavras, as aulas de N.B. também poderão favorecer o processo de socialização da criança
(Perez et al., 1997; Moreno e Sanmartín, 1998).
Em síntese, a aula de N.B. será um momento de uma relação rica, intensa e privilegiada dos pais com o
seu filho (Fouace, 1980; Luque, 1995; Moreno e Sanmartín, 1998; Saakslahti, no prelo) e de
socialização do bebé (Perez et al., 1997; Moreno e Sanmartín, 1998).
Conclusões
Efectuando uma resenha do que foi dito anteriormente, a N.B. não se limita a perseguir única e exclusivamente
objectivos de índole psicomotriz. E muito menos, o ensino das técnicas formais de nado, de partida e de
viragem.
Pelo contrário, deverá promover um desenvolvimento harmonioso e integral de cada criança que participe
neste tipo de actividade aquática, uma vez que se encontram adstritos a ela objectivos de diversa ordem, como
os psicomotores, os cognitivos e os sociais. Logo, a N.B. mais do que uma mera actividade motora, deverá ser
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entendida como um espaço privilegiado de educação infantil, com a particularidade de se realizar num meio
menos habitual: o aquático.
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* Assistente da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança, Bragança, Portugal
Licenciado em Desporto e Educação Física pela Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto, Porto, Portugal
Mestrando em Ciência do Desporto na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto, Porto, Portugal
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