Artes Visuais

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AULA 01

ARTES VISUAIS
CONTEMPORÂNEAS
PROF. MARCOS SEVERIANO
O QUE É ARTE CONTEMPORÂNEA: OS PRINCIPAIS ARTISTAS E
MOVIMENTOS DO PERÍODO
A arte contemporânea não tem um registro inicial certeiro.
Isto é, não existe um consenso entre os estudiosos que determinem
seu começo. Porém, pode-se dizer que essa tendência artística tenha
começado no período pós-guerra, na década de 1950, e continua até
hoje.
Dessa forma, essa corrente também é conhecida como “arte
do pós-guerra” e, por surgir propondo uma ruptura com a arte
moderna, é denominada, também, de “arte pós-moderna”.
O QUE É ARTE
CONTEMPORÂNEA?
Em um sentido generalista, a arte
contemporânea se refere a toda produção
artística da atualidade, como pintura,
dança, escultura, fotografia e performance A LIÇÃO DE PINTURA
na arte. Nesse cenário, esse estilo propõe
uma releitura do que é arte, por meio de
Quadro nenhum está acabado,
novas técnicas e pensamentos. Desse
modo, desconecta-se dos padrões disse certo pintor;
artísticos anteriores. Subjetiva, inovadora
e original, essa corrente não tem como se pode sem fim continuá-lo,
proposta analisar a obra de maneira
primeiro, ao além do quadro
direta. Pelo contrário, esse estilo valoriza
tanto a obra como a percepção do artista
ao criá-la, a sua integração com seu
trabalho e o seu processo criativo. que, feito a partir de tal forma,
tem na tela, oculta, uma porta
que dá a um corredor
que leva à outra e a muitas outras.

MELO NETO, João Cabral de. Poesia Crítica


(antologia). Rio de Janeiro: J.Olympio, 1982.
ARTE CONTEMPORÂNEA: CARACTERÍSTICAS
1. A SUBJETIVIDADE E A 5. a forte reflexão e
ABSTRAÇÃO questionamento;

2. a união de várias 6. a utilização de


correntes artísticas diferentes materiais
3. o desvinculo com padrões 7. a liberdade artística 9. o caráter efêmero da
preestabelecidos arte
4. a interação da obra com o 8. o uso de tecnologia e novas
espectador mídias
POP ART
Surgida no fim da década de 1950, a pop art pode
ser definida pelo retrato e interpretação de seus
artistas em relação à cultura popular e de massa.

Provocativa e nada óbvia, a pop art contou com


artistas de vanguarda como Andy Warhol e Roy
Lichtenstein, e influenciou outros campos, como a
moda e o grafismo.

Coca cola (1963), de Andy Warhol. A pop art busca referências diretas na publicidade
ARTE PSICODÉLICA
A arte psicodélica, ou psicodelia, foi um movimento com
auge na década de 60 como resultado da contracultura e
do estilo de vida hippie. O estilo caracteriza-se pelo uso de
drogas psicotrópicas, como o LSD, que são refletidas na
literatura, música ou artes visuais.

O objetivo deste movimento é caracterizado pela


percepção de aspectos desconhecidos, inusitados e a
criatividade sem limites. O uso de drogas psicotrópicas é
um modo de abrir esses campos onde se pode ter
experiências semelhantes a alucinações, mudanças de
percepção, sinestesia, estados alterados de consciência
semelhantes ao sonho, psicose e êxtase religioso.

Matei Apostolescu | Psychedelic art, Trippy cat, Cat art.


ARTE CONCEITUAL
A arte conceitual nada mais é do que uma vanguarda
artística contemporânea que teve seu início na década de
1960, alcançando o seu auge na década posterior na Europa
e nos Estados Unidos.

Baseado na ideia de que o conceito por trás do trabalho é


mais importante do que a própria estética do objeto, esse
movimento prioriza a ideia em detrimento do visual.

Respaldado na concepção de que a essência da arte é a sua


própria definição, a arte conceitual considera a linguagem o
seu principal material artístico. Além disso, critica a crença
de que os valores estéticos possam se sustentar por si
mesmos (formalismo), e propõe a autonomia da obra.

Obra Ceiling Painting, de Yoko Ono - do Grupo Fluxus, exposta em 1966 em Londres (Inglaterra)
Arte Minimalista
No final dos anos 50 e início dos anos 60, surgiu em
Nova Iorque (EUA) uma corrente artística que se
denominou minimal art - traduzida para o português como
"arte minimalista".
Os adeptos dessa vertente primavam pela síntese em
suas produções, utilizando somente os elementos
necessários. Nas artes plásticas, as formas simples,
geométricas e puras são priorizadas.
Alguns artistas que se destacaram nesse estilo de arte
são: Sol LeWitt (1928-2007), Frank Stella (1936), Donald Judd
(1928-1994) e Robert Smithson (1928-1994).
É importante dizer que foi juntamente com esse
movimento que começou a se pensar no minimalismo de
forma mais filosófica, o que influenciou a criação do
minimalismo como estilo de vida, vestuário, decoração e
demais expressões.

Sem título – 1969 – Donald Judd


Escultura minimalista de Donald Judd

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ARTE POVERA
A Arte Povera (em inglês, “poor art”) foi um
movimento artístico de vanguarda surgido na Itália na
década de 60 e que significa literalmente “arte pobre”.
O termo “arte povera” foi cunhado pelo crítico e
historiador da arte italiano Germano Celant, em 1967, no
catálogo da exposição “Arte povera – Im Spazio”, ocorrida
em Veneza.
O movimento povera se destacou na pintura,
escultura, instalação e performance. Sua ideia era, de fato,
propor uma nova reflexão estética sobre o produto artístico
ao “empobrecer a arte” e trazer à tona sua efemeridade
através da utilização de materiais simples e naturais.

"Iglu", obra do artista italiano Mario Merz, Turim, Itália


LAND ART
A “Land Art” (em inglês “Earth Art” ou “Earthwork”) foi
um movimento artístico pautado na fusão na natureza com
a arte. Ele surgiu na década de 60 nos Estados Unidos e na
Europa.
O termo “land art”, se traduzido, corresponde a “arte
da terra” e tem como principal característica a utilização de
recursos provenientes da própria natureza para o
desenvolvimento do produto artístico.
Em outras palavras, a land art surge a partir da fusão e
integração da natureza e da arte onde a natureza, além de
suporte, faz parte da criação artística.
Os artistas dedicados a essa estética buscavam na
natureza a reflexão sobre o fazer artístico. Eles utilizavam,
dentre outros materiais, folhas, madeira, galhos, areia,
rocha, sal e daí sua aproximação com a arte povera.

"Plataforma Espiral", obra-prima de Robert Smithson, em Utah, Estados Unidos


O intuito era chamar atenção para a
grandiosidade da natureza como local
central de experimentação artística, bem
como para a ocorrência da efemeridade
dessa arte.
Importante destacar que, ao contrário
da arte exposta nos museus, a land art
propõe ultrapassar as limitações do espaço
tradicional ao sair deles.
Assim, ela é realizada em espaços
exteriores e, devido suas grandes dimensões,
só é possível conhecê-las dentro de um
museu por meio de fotografias.
Sendo a natureza o local (locus) de
desenvolvimento dessa tendência da arte
contemporânea, a arte pode surgir nos mais
variados espaços naturais tais como a
praias, mares, lagos, lagoas, desertos,
montanhas, canyons, campos, planícies,
planaltos, dentre outros.
Características da Land Art são:

• Fusão da arte com a natureza


• A natureza (espaço exterior) é o meio do
suporte artístico
• Efemeridade da arte (desgastada com o
tempo desde chuva, neve, erosão)
• Critica a indústria cultural e a
comercialização da arte
• Crítica a industrialização e racionalidade
formal
• Oposição à arte apresentada nos museus
• Utilização de recursos naturais

The ruins at Old Sarum, Salisbury, Wiltshire (1969)


Land Art no Brasil
A Land Art não teve a mesma popularização no Brasil
como nos Estados Unidos e na Europa, ao menos, não com
as mesmas definições. Mas é possível identificar alguns
desdobramentos um tanto distantes do sentido original da
earthwork.
As experiências não necessariamente estavam
integradas às paisagens, mas buscavam evidenciar os
ambientes naturais. Em um trabalho, conhecido como
Projeto Fronteiras, desenvolvido em 1999, artistas como
Angelo Venosa, Carlos Farjado, Eliane Prolik e tantos outros
fizeram algumas intervenções em países do Mercosul que
faziam fronteiras com o Brasil.
A iniciativa originou vários outros projetos que
propunham experiências com o meio ambiente e também
novas intervenções no espaço urbano. Embora não
cumprissem os mesmos princípios da Land Art, muitas
obras buscaram a valorização dos espaços naturais e a
continuidade da arte conceitual.

Ficheiro:Eliane Prolik - Canto II, 1992.


PERFORMANCE
As origens da performance na arte remetem ao início do
século XX, no período da Primeira Guerra Mundial, quando
aconteceu a publicação do Manifesto Dadaísta. Refletindo a
instabilidade provocada no período da guerra, o movimento
surgiu como uma espécie de provocação relacionada às artes
plásticas, à música, à literatura e ao teatro.
Assim, os representantes do Manifesto Dadaísta
rejeitavam o conservadorismo da arte, valorizando o absurdo, a
irracionalidade e a intuição. Logo, se expressavam de forma
propositadamente incompreensível e, muitas vezes, por meio
de exposições e performances teatrais, que chocavam os mais
conservadores.
Um dos pioneiros nesse tipo de arte foi Allan Kaprow, um
artista americano que, no fim da década de 1950, promoveu a
participação do público nas performances, por meio de
instalações artísticas. No mesmo período, florescia o grupo
Fluxus, formado por artistas europeus, americanos e japoneses.
Contando com um forte cunho libertário, esse movimento
propagava a antiarte e rejeitava o objeto artístico, negando
também o aspecto comercial da arte.

Coca cola (1963), de Andy Warhol. A pop art busca referências diretas na publicidade
MURALISMO
O Muralismo é um movimento artístico que teve origem
no México, no início do século XX. A prática, refere-se às
pinturas feitas em painéis permanentes ou paredes. Esse tipo de
arte que busca se relacionar com a arquitetura é conhecido
desde a Antiguidade. A técnica do afresco, utilizada pelos
pintores muralistas, também foi usada durante o período do
Renascimento e Cubismo.
Mas no muralismo mexicano ela ganha novas
características, sendo a principal delas o cunho político e social.
O Muralismo surgiu logo após a Revolução Mexicana.
A escolha dos pintores pelos murais em grandes
dimensões está relacionada ao contexto político e social do país.
Após 30 anos de ditadura militar, surge a Revolução Mexicana,
que ocorreu entre 1910 a 1920.

Em “La Gran Tenochtitlan”, Diego Rivera pinta a cidade que era considerada como
capital do Império asteca, que foi tomada pelos espanhóis em 1521.
AULA 01

Continua na
próxima aula…
Bom estudo!

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