Relatório de Estágio: A Educação Literária No 3ºciclo Do Ensino Básico
Relatório de Estágio: A Educação Literária No 3ºciclo Do Ensino Básico
Relatório de Estágio: A Educação Literária No 3ºciclo Do Ensino Básico
Artes e Letras
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3ºCiclo do Ensino Básico
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Agradecimentos
Ao longo do meu percurso académico muitas foram as pessoas que estiveram dispostas
a ajudar. Primeiramente, começo por agradecer, mais uma vez, à minha tia Berta pela sua
recetividade em facultar todos os materiais de que necessitava bem como a sua inteira
disponibilidade para me ajudar. Agradeço também às minhas colegas de curso Rita Moreira e
Ana Filipa Abrantes que me apoiaram bastante aquando do início de este ano letivo.
Seguidamente, quero agradecer ao Professor Doutor José Henrique Manso pela sua
disponibilidade e orientação. Por fim, o meu bem-haja às professoras orientadoras, Mª Fátima
Garcia e Sandra Lopes, que, de certa forma, me ajudaram no meu percurso académico e a
crescer pessoalmente.
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Resumo
A quase inexistência do gosto pela leitura bem como a falta de fruição literária são
problemas que os docentes se deparam atualmente nas suas aulas. O problema, por vezes,
não advém da falta de materiais ou indicações para o incutir desses gostos mas sim no seio
familiar. É importante averiguar aprofundadamente de que maneira são lecionados os textos
literários e não literários, a importância dada a cada tipo de texto no 3º ciclo do ensino
básico e repensar como deveremos abordar os conteúdos literários de maneira a suscitar a
curiosidade por parte dos alunos. Assim, é deveras imprescindível o contacto do aluno com a
literatura do seu país pois, através desse contacto, aprendem e aperfeiçoam a sua leitura
bem como a sua escrita.
Palavras-chave
Literatura portuguesa; educação literária; manual escolar; antigo programa do
português; novas metas curriculares; 3º ciclo do ensino básico.
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Abstract
Almost no taste for reading as well as the lack of literary enjoyment are problems that
teachers currently face in their classes. The problem, sometimes, stems from lack of material
or signs to instill those tastes but within familiar. It’s important to see deeper how all kind of
the texts are taught, the importance given to each type of text on the 3 rd cycle of basic
education and rethink how we should be addressing the literary content in such a way as to
arouse curiosity on the part of the students. Thus, it’s indeed essential to the student´s
contact with the literature of his country because, through this contact, learn and enhance
their reading and writing.
Keywords
Portuguese literacy; literacy education; school manual; former Portuguese program;
new curricular goals; 3rd cycle of basic education.
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Índice
1. A educação literária no 3º ciclo do ensino básico
Introdução…………………………………………………………………………………………………………………………1
1.5.1. Inquérito………………………………………………………………………………………………………………17
2.1. Contextualização………………………………………………………………………………………………………31
2.1.1. A escola…………………………………………………………………………………………………………….32
Conclusão…………………………………………………………………………………………………………………………77
Bibliografia…………………………………………………………………………………………………………………………………78
vi
Anexos……………………………………………………………………………………………………………………………………….79
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Abreviaturas
NEEP – Necessidades Educativas Especiais
viii
Lista de figuras
Figura 1 – Ficha informativa Texto narrativo………………………………………………………………………………6
ix
Lista de tabelas
Tabela 1 - Resultados obtidos na ficha de verificação de leitura do conto A Saga…………………44
x
Anexos
Anexo 1 – Primeira aula assistida de português…………………………………………………………………………80
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Introdução
Nos últimos anos, o ensino da língua portuguesa e a utilização do livro por parte dos
jovens são alguns dos temas que merecem a nossa atenção como professores e cidadãos de
uma sociedade em constante evolução. Atualmente ensinar o português torna-se bastante
complicado pelo simples facto de que as crianças e os jovens tomam, cada vez menos,
contacto com a leitura de um livro. Este, por sua vez, compete cada vez mais com as novas
tecnologias que tendem a aliciar bastante os jovens: a leitura faz cada vez menos parte do
seu quotidiano pois, muitas vezes, preferem jogar no computador ou simplesmente ver
televisão. O gosto pela leitura, o prazer de ter um livro nas mãos, sentir o folhear das suas
páginas e apreciar o odor característico dos livros novos está-se a perder por completo.
Assim, os professores de hoje em dia têm uma tarefa ainda mais árdua, não só a de ensinar o
português e as suas regras como também e, fundamentalmente, incutir nos jovens o gosto
pela leitura.
A metodologia deste relatório de estágio terá como base uma reflexão pessoal e
documentada acerca do valor da literatura, bem como as vantagens do seu estudo no 3º ciclo.
Para o efeito selecionaremos bibliografia de modo a aprofundarmos o tema do ponto de vista
teórico. Posteriormente, analisaremos crítica e comparativamente a educação literária no
antigo programa do português bem como as novas metas curriculares do 3º ciclo do ensino
básico. Faremos também uma análise cuidadosa de alguns manuais do 8º ano de escolaridade,
no que diz respeito ao tratamento do texto literário e à sua proporcionalidade face ao texto
não literário. Finalmente, elaboraremos um questionário dirigido aos alunos de 9º ano
averiguando os seus conhecimentos de literatura em final de ciclo, cujos dados trataremos
devidamente.
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Literatura pode ser considerada como uma manifestação artística que pretende
retratar a realidade através da visão de um autor, isto é, através do seu ponto de vista, dos
seus sentimentos, das suas vivências. A literatura como ciência tem como principal
ferramenta de utilização a palavra, com o objetivo de transformar a linguagem e os seus
meios de expressão. Contudo, embora literatura provenha etimologicamente de littera,
palavra escrita, não podemos afirmar que qualquer texto escrito num livro possa ser
designado texto literário.
A literatura tem diversas componentes que contribuirão para a boa formação do ser
humano. Antoine Compagnon, na sua obra Para que serve a literatura, refere que “(…) a
literatura corresponde a um projeto de conhecimento do homem e do mundo”, ou seja, ao
tomarmos contacto com as diferentes manifestações literárias, não só no nosso país como em
todo o mundo, estamos, de certa forma, a conhecer o mundo e a conhecermo-nos a nós
próprios. Se são imensas as definições de literatura são também inúmeras as atividades a si
associadas, uma delas, se não mais a mais importante, é a leitura.
Lemos porque, mesmo se ler não é imprescindível para se viver, a vida se torna mais livre,
mais clara, mais vasta para aqueles que leem do que para aqueles que não leem (…) a vida
torna-se mais fácil (…) para aqueles que sabem ler, não só as informações (…), como também a
literatura. (Compagnon 2010: 27).
O contacto com a literatura, com a boa literatura, constitui uma mais-valia para a
formação do ser humano, no que toca à sua aprendizagem, à maneira como se relacionará
com os demais e ao modo de ver o mundo, deixando de ter uma visão com um certo toque de
subjetividade: “(…) a literatura evita-nos, (…) dota o homem moderno de uma visão que vai
para além das restrições da vida diária” (Compagnon 2010: 33); assim o homem, por
intermédio da literatura, é também capaz de criar “uma personalidade independente capaz
de ir ao encontro do outro” (Compagnon 2010: 46).
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
O gosto e a fruição literária devem partir do ambiente familiar, onde desde muito cedo
as crianças deverão começar a tomar contacto com a literatura adequada aos gostos e à faixa
etária de cada criança. Numa fase inicial, a literatura que se deverá apresentar às crianças
poderá remeter para o imaginário e para a fantasia permitindo que elas vivenciem situações
para além dos seus horizontes e tornando-as capazes de ir mais além, o que as tornará seres
humanos mais críticos e criativos. Posteriormente, a literatura passará a ser uma
representação da realidade onde impera o ponto de vista do autor, por forma a que os jovens
consigam decifrar as mensagens que estão subentendidas nos textos e consigam também
apurar o seu espírito crítico de maneira a questionarem-se sobre a veracidade das histórias,
sinal de que o seu pensamento estará desenvolvido e organizado.
Com o passar do tempo e com o constante avanço da tecnologia a maior parte das
crianças têm pouco contacto com os livros, ou por vezes nem sequer iniciam esse contacto.
Atualmente deparamo-nos com o grave problema de que as crianças apenas decoram os
mecanismos das letras e palavras como autênticos mecanismos a serem decifrados. No
momento da leitura e análise de um texto, as crianças podem ler perfeitamente e com uma
ótima fruição linguística, mas quando for o momento de análise ou reconto desse mesmo
texto, elas encontrarão várias dificuldades. Também no momento da escrita é importante que
uma pessoa esteja dotada de um leque alargado de vocabulário, ganho através das muitas e
diversificadas leituras feitas, para que consiga realizar um texto com coerência e coesão.
Assim, é de salientar a extrema importância que os bons hábitos de leitura trarão ao ser
humano ativo literariamente.
Outra vantagem que pode estar diretamente relacionada com o estudo da literatura é o
facto de que a pessoa que lê e possui bons hábitos de leitura tem, sem dúvida, um
pensamento crítico muito mais desenvolvido, e isso contribuirá para a sua relação com a
sociedade e o meio envolvente, pois terá um discurso mais fluente e coerente, conseguirá
pensar, criticar e construir as suas próprias ideias bem como os seus próprios ideais. É o que
faz notar Encarnação Silva no Guião de implementação do programa de português do ensino
básico:
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Com tudo isto podemos afirmar e concluir que o estudo do texto literário no currículo
escolar é fundamental para o aluno. Na verdade aqueles discentes que desde cedo possuem
hábitos de leitura são melhores alunos a todos os níveis e possuem uma melhor capacidade de
escrita. Além do mais, estes alunos, futuros adultos da nossa sociedade, estarão preparados
para a vida social, pois terão a capacidade de argumentar e opinar sobre tudo e todos. Devido
ao conhecimento de diferentes culturas eles serão capazes de abrir os seus horizontes,
sentindo-se ambientados noutros países com uma maior facilidade. Estes alunos terão uma
visão crítica relativamente ao mundo estando dotados para a criação de um novo mundo
através da literatura.
O treino do pensamento tem de contar com a orientação de um professor que procure ter
uma atitude interpelativa em relação aos textos, fazendo com que os alunos se interroguem e
interroguem o docente a partir das ideias que lhes ocorram na sequência da leitura do texto.
(Silva 2012: 5)
Para analisar a abordagem feita dos textos literários e textos não literários nos diversos
manuais escolares é necessário ter presente que os segundos têm maior paralelismo com a
vida real e têm como objetivo primordial e fundamental a informação. Quanto aos textos
literários, estes pretendem retratar a vida real mas de uma perspetiva mais pessoal, a do
autor de cada texto, partindo do uso da sua imaginação e têm objetivos diferentes como
refere M. Olga Azeredo: “(…) através do uso criativo da língua, despertar no leitor o prazer
estético”.
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
É de notar que, analisando os índices dos manuais Novas Leituras, (Para)Textos e Novo
Plural fazem, desde logo, uma clara divisão entre textos não literários e textos literários.
Nestes três manuais, a primeira unidade é dedicada claramente a textos não literários, tais
como entrevistas, artigos informativos, reportagens, roteiros turísticos, entre outros. Esta
unidade é uma boa forma de rever conteúdos lecionados no ano letivo anterior, pois são
matérias que já foram abordadas no 7º ano de escolaridade, havendo apenas lugar a uma
pequena revisão desses mesmos conteúdos. Nas restantes unidades didáticas, os conteúdos a
lecionar são textos literários, apenas recorrendo aos textos não literários para acrescentar
informação àquilo que está a ser estudado, ou seja, podemos referir que os textos não
literários aparecem apenas como complementos e não lhes é dada muita importância.
Continuando ainda na análise dos índices dos manuais, o manual Conto Contigo e Entre
Palavras não mostram uma divisão clara entre textos não literários e literários. Logo à
partida, a primeira unidade didática caracteriza-se por uma alternância entre os dois tipos de
textos. No manual Entre Palavras, a primeira unidade obedece a uma alternância entre
narrativa, reportagem, conto de literatura juvenil, relato, verbete de enciclopédia e
narrativa de autor português e o mesmo acontece no manual Conto Contigo, onde aparecem
diversos contos seguidos de textos informativos e crónicas.
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apresentam a sequência de análise dos textos não literários, ou seja, a forma como estes
manuais abordam ambos os tipos de texto é idêntica. Certo é que os textos literários
aparecem em maior quantidade que os textos não literários apenas a forma como são
estudados é idêntica. É ainda de acrescentar que os textos não literários aparecem também
nas restantes unidades mas apenas como introdução à temática dos textos a serem estudados
ou simplesmente como forma de consolidação da matéria em estudo.
A forma como os textos não literários são abordados em sala de aula deve ter em conta
as atividades propostas pelos manuais, mas cabe naturalmente aos professores trabalhar à sua
maneira os tipos de textos, tendo em conta a especificidade da turma e o relevo que cada
texto deve merecer. Assim, o docente pode não dar tanta ênfase aos textos não literários,
apresentando-os apenas de uma maneira muito geral, visto serem textos do foro quotidiano, e
dedicando mais tempo das suas aulas aos textos literários para que os alunos tomem
conhecimento dos grandes clássicos da literatura.
O manual com o qual tivemos oportunidade de trabalhar neste ano de estágio foi com o
(Para)Textos, da Porto Editora. Ao longo das unidades que compõem este manual deparamo-
nos com diversas fichas informativas acerca do tipo de texto a estudar naquela unidade
didática em questão, como podemos observar no exemplo a seguir:
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No que toca à literatura portuguesa, este manual proporciona ao aluno uma visão geral
dos períodos literários em que os textos literários portugueses foram produzidos. Com recurso
a mais uma ficha informativa, o aluno tem acesso, de um modo geral, às grandes fases
culturais em que se divide a literatura portuguesa, como é de constatar no exemplo a seguir:
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Por fim, ao analisarmos os dois manuais restantes, Novas Leituras e Conto Contigo,
ficamos com uma clara impressão de que existe uma certa desorganização na sequência de
estudo dos textos literários e textos não literários, ou seja, não existe uma distinção clara
entre o estudo de cada tipo de texto. Isto poderá causar alguma confusão aos alunos visto que
são tipos de texto com características completamente diferentes e com objetivos distintos.
Nestes dois manuais constatamos que não existe uma preocupação de realizar atividades de
pré-leitura como motivação e introdução do texto a estudar. Este seria um ponto a corrigir
com vista a uma melhor análise, compreensão e distinção entre os diversos tipos de texto.
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Em conclusão, diremos que a importância dada aos textos literários depende ainda
muito da forma como os manuais estão organizados. Assim, cabe aos professores terem um
olhar crítico sobre os manuais a adotar e arranjarem formas diversas de abordar cada tipo de
texto consoante os objetivos expressos nas Novas metas curriculares. Já que, na maioria das
vezes, não é dada a devida relevância ao texto literário pelos manuais, cabe ao professor
suprimir essa lacuna, abordando os textos literários com maior aprofundamento da sua
análise, com materiais que cativem a atenção dos alunos. A maneira como o professor aborda
o texto em si, recorrendo a um vasto leque de materiais de modo a não criar nenhuma rotina
com o excessivo uso do manual, tal facto contribuirá para o despertar da curiosidade por
parte dos alunos pelos grandes clássicos da literatura.
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
É de referir também que o peso que se dá aos textos não literários nos antigos
programas é muito superior ao que é dado aos textos literários. O domínio Ler para construir
conhecimentos foca-se essencialmente nos textos com que o indivíduo contacta assiduamente
– textos informativos, textos científicos, entre outros -, para que consiga adquirir uma melhor
fluidez da sua linguagem quer oral, quer escrita. Ler para apreciar textos variados é outro
domínio que não se preocupa com os textos literários mas sim com os textos não literários de
modo a que os alunos mais uma vez conheçam a linguagem do dia-a-dia e consigam ter um
espirito crítico acerca da atualidade. Por fim, o domínio onde se dá realmente importância
aos textos literários é Ler textos literários, pretendendo-se que os alunos analisem esta
tipologia textual quer relativamente ao seu conteúdo quer à sua estrutura. Neste domínio,
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também se pretende que os alunos consigam comparar a atualidade com os assuntos tratados
nas várias obras literárias analisadas.
Neste programa é também de notar que se sente uma certa preocupação com o não
desfaçamento dos textos, em contexto de sala de aula, integrando o estudo destes com os
conteúdos a lecionar. Na rubrica diversidade textual são também apresentados textos
literários para que os alunos tomem conhecimento da “valorização de diferenças de modo,
género e subgénero literário, de temática, de estilo e de vinculação histórico-cultural” (Reis
2009: 137). No final, é-nos apresentada uma lista de autores e de textos onde são referidas as
obras a tratar em cada nível de escolaridade bem como a quantidade desses mesmos textos a
trabalhar, cabe ao professor escolher, de entre as obras apresentadas, escolher aquelas que
irá estudar com os seus alunos.
Em suma, este é um programa que não faz a distinção entre leitura e educação literária
o que, na nossa opinião, é algo a que se deve dar especial relevo para que os alunos tomem
contacto com a constante evolução da escrita em termos literários bem como dos valores e
tradições da literatura. Este programa apenas se refere à educação literária nestes termos:
(…) deve promover a leitura de textos de qualidade que abarquem a variedade que a
literatura apresenta, bem como a diversidade cultural e de experiências que ela elabora. (…)
orientar a seleção de textos representativos das tradições culturais em presença. (Reis 2009:
139)
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O programa está dividido por ciclo de escolaridade e, por sua vez, cada ciclo dividido
por ano de escolaridade. Cada ano de escolaridade está dividido pelos vários domínios
referindo o que se pretende com cada domínio.
Este novo programa de português esclarece os propósitos da sua existência logo nos
objetivos iniciais. Aí constatamos a diversificação e a importância atribuídas ao domínio da
leitura, “desenvolver e consolidar a capacidade de leitura de textos escritos, de diferentes
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géneros e com diferentes temas e intencionalidades comunicativas” (Buescu 2015: 5), não
especificando, porém, a que textos irão dar maior relevância, se aos literários se aos não-
literários. Aparece depois um objetivo onde claramente se apresentam os textos literários:
“apreciar criticamente a dimensão estética dos textos literários, portugueses e estrangeiros,
e o modo como manifestam experiências e valores” (Buescu 2015: 6). Podemos concluir então
que, logo nos objetivos, é dada alguma importância aos textos literários.
Ouvir ler e ler textos de literatura infantil é um percurso que conduz ao objetivo
prioritário de compreensão de textos e é um estímulo à apreciação estética. O contacto com
textos literários, portugueses e estrangeiros, (…) e com textos do património oral português,
amplia o espectro de leituras e favorece a interação discursiva e o enriquecimento da
comunicação (Buescu 2015: 8).
Por fim, no que toca ao 3º ciclo, a educação literária tem como “objetivo principal
capacitar os alunos para a leitura, a compreensão e fruição de textos literários” (Buescu
2015: 28), ou seja, esta é a etapa em que os alunos vão ter mais contacto com os textos
literários, principalmente grandes clássicos da literatura portuguesa e estrangeira. É
reconhecido o valor da literatura e o seu papel fundamental na formação dos jovens: “O
programa pugna por uma visão integrada do texto literário, e não por uma visão estreita de
especialização, considerada improcedente na faixa escolar dos alunos a que se dirige”
(Buescu 2015: 28).
Por fim, surgem as metas curriculares, também divididas por ano de escolaridade, cada
ano dividido pelos vários domínios a trabalhar juntamente com os objetivos a atingir. A partir
destes domínios selecionados para cada ano letivo, aquando da análise de um texto literário
ou uma obra, os domínios a trabalhar são apenas aqueles estabelecidos para aquele ano de
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escolaridade, não sendo necessário lecionar outros domínios pois as crianças já têm sérias
dificuldades em compreender a mensagem que os textos tentam transmitir, quanto mais
aprenderem coisas que já são de uma grau de dificuldades mais elevados. Porém além dos
domínios de cada ano de escolaridade podemos apenas rever conteúdos que já tenham sido
lecionados para uma melhor interpretação e compreensão textual. É de salvaguardar a ideia
de que a cada análise das obras literárias não é necessário trabalhar todos os descritores visto
que apenas sobressaem alguns que sejam mais importantes e fundamentais à compreensão
textual e que, eventualmente, ainda não tenham sido lecionados.
No âmbito do tema do presente relatório de estágio, foi feito um estudo para averiguar
os conhecimentos literários que os alunos de 3º ciclo, que frequentam as aulas de português,
possuem.
Para a realização destes inquéritos foram selecionadas duas turmas de duas escolas
para que os resultados fossem diversificados dando assim uma maior margem de análise. Foi
então escolhida uma turma de 9º ano da Escola EB 2, 3 Serra da Gardunha, onde decorreu o
estágio curricular e uma turma do mesmo ano de escolaridade do Agrupamento de Escolas
José Sanches e S. Vicente da Beira. O número de participantes que responderam às questões
foram, na sua totalidade, trinta e cinco alunos.
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1.5.1. Inquérito
IDENTIFICAÇÃO:
1. GÉNERO: Feminino Masculino
2. IDADE: ______ anos
CONHECIMENTOS DE LITERATURA:
1. Assinale como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações:
Ato corresponde, no teatro, à entrada ou saída de personagens.
Cena corresponde à mudança de cenário.
Didascália é uma indicação cénica que assinala os gestos das personagens em
palco.
As personagens redondas manifestam sempre o mesmo comportamento ao
longo da ação.
O narrador auto diegético participa na ação como personagem principal.
A analepse consiste em antecipar a narração de determinados
acontecimentos.
2. Escolha dos grupos seguintes aquele que corresponde a elementos da poesia lírica:
Narrador, descrição e personagem.
Didascália, aparte e cena.
Estrofe, rima e sujeito poético.
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1. Assinale como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações.
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27 32
8
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Como podemos constatar através dos gráficos apresentados, os alunos fazem uma certa
confusão entre a definição de ato e a definição de cena. Nesta questão é de reparar que
quase metade dos alunos erraram estas duas alíneas. Presume-se que, à partida, as
características do texto dramático não sejam tão bem assimiladas do texto narrativo ou
poético, pois normalmente o texto dramático é o menos contemplado pelos manuais e
embora seja de realçar que apenas três dos trinta e cinco alunos não sabe o que é uma
didascália.
No que toca às alíneas relativas ao texto narrativo, o caso muda de figura visto que
foram mais as respostas corretas do que as incorretas. Vinte e sete dos trinta e cinco alunos
têm bem presente que as personagens redondas possuem uma forte densidade psicológica
capazes de alterar o seu comportamento ao longo da ação. Os mesmos vinte e sete alunos
que conseguem distinguir a personagem redonda das restantes também têm bem presente
que o narrador autodiegético participa na ação como personagem principal. A última alínea,
sobre a analepse, foi a que causou mais confusão, pois apenas dezanove alunos acertaram na
resposta.
Neste primeiro grupo, é de referir que dos trinta e cinco alunos apenas quatro
acertaram na totalidade das questões, os restantes trinta e um foram dando entre uma a
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quatro respostas erradas. É também de realçar o facto de que as questões que mais dúvidas
causaram terem sido as que dizem respeito ao texto dramático. Assim, podemos constatar
que o texto narrativo é aquele sobre o qual os alunos se debruçam mais e talvez seja aquele
que mais atenção tem quer pelos professores, quer pelos manuais da disciplina de português,
sendo a unidade do texto dramático, frequentemente, a última a ser lecionada.
1
2
32
Estrofe, rima e sujeito poético Narrador, descrição e personagem Didascália, aparte e cena
Visto nos termos debruçado sobre os textos dramático e narrativo na questão anterior,
decidimos que esta questão seria dedicada ao texto poético, tentando assim averiguar os
conhecimentos dos alunos relativamente a este tipo de texto.
É de notar que apenas quatro dos trinta e cinco alunos erraram na resposta.
Observando os resultados, acreditamos que tenham errado na resposta por falta de atenção,
visto que as opções são bastantes esclarecedoras e cremos que esta será mais uma questão de
cultura geral do que propriamente de estudo em si. É visível que cada alínea corresponde a
um tipo de texto distinto sendo as opções diversas e nada confusas.
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9 5
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O gato malhado e a
andorinha Sinhá, Jorge
Amado
(Narrativo)
0
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De uma maneira geral, esta questão abarca os três tipos de texto bem como três obras
bastante conhecidas e estudadas pelos alunos. Visto termos trabalhado anteriormente as
características de cada tipo de texto, decidimos agora transpô-las para as obras literárias
estudadas em diferentes anos de escolaridade.
Na primeira alínea é de reparar que vinte e quatro dos trinta e cinco alunos conhece o
soneto Amor é fogo que arde sem se ver, é estudado no 8º ano de escolaridade. Os restantes
alunos erraram, pressupondo-se, desde logo, falta de estudo e neste caso podemos também
referir uma certa falta de cultura geral. Tal acontece nas restantes alíneas em que houve
sempre alguns alunos que erraram as suas respostas.
É de concluir que os alunos não parecem reter conhecimentos de anos anteriores e uma
cultura geral limitada, visto estas obras serem conhecidas não só pelo seu estudo mas
também pela sua divulgação, nomeadamente a peça de Gil Vicente.
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Esta e as questões seguintes são já mais específicas para cada tipo de texto,
requerendo mais conhecimentos de literatura e mais estudo.
Nesta questão optámos por referir o soneto, um dos géneros em que os alunos têm mais
facilidade em assimilar as características, sobretudo no que toca à sua estrutura externa ou
análise formal. Ao analisarmos os resultados obtidos nesta questão, reparamos que apenas
dezanove alunos se recordam do que é um soneto, sendo que dez alunos acreditam ser um
“pequeno poema de carácter melancólico composto por uma única estrofe” e seis dos alunos
considerarem a resposta “poema lírico medieval cujo tema principal é o sofrimento amoroso”
certa.
Podemos assim concluir que nesta questão os alunos apresentam uma falta de estudo
imensa bem como uma falta de capacidade em recordar conhecimentos adquiridos e
relembrados ano após ano de escolaridade.
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Esta foi a questão que mais dúvidas suscitou. O texto “Havia muito sol do outro lado”
está inserido na obra A substância do amor e outras crónicas, de José Eduardo Agualusa. Este
é também, tal como o anterior, um texto estudado no 7º ano de escolaridade que consta nas
novas metas curriculares, fazendo parte das narrativas de autores de países de língua oficial
portuguesa.
Trinta e quatro alunos escolheram a opção referente à obra de Mia Couto e apenas um
aluno colocou Machado de Assis. Neste último é notória a falta de conhecimentos que o aluno
possui, não sabendo qual a resposta optou por colocar uma à sorte. As restantes respostas
direcionadas para Mia Couto indicam que os alunos têm bem presente quem é Mia Couto e
que de facto o conhecem. Esta opção foi a mais escolhida porque, sendo um conteúdo de 7º
ano, os alunos podem não ter presente o texto focando-se apenas no nome que mais presente
têm e que por sinal estudaram no 8º ano de escolaridade.
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De todo o inquérito esta foi a única questão em que nenhum aluno deu uma resposta
acertada. Podemos assim concluir que os alunos apenas recordam e têm mais presentes
conteúdos estudados no ano letivo anterior ao que se encontram.
2
2
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Esta é uma questão mais direcionada a conhecimentos de anos letivos anteriores. Esta
questão relativa à obra A inaudita guerra da Av. Gago Coutinho, estudada no 8º ano de
escolaridade, apresentou resultados positivos relativamente à sua autoria. Apesar de o autor
desta obra não ser um dos mais conhecidos que os alunos estudem ou tenham estudado, em
nada influenciou os resultados obtidos, pois trinta e um alunos acertaram a questão. É de
salvaguardar também a ideia de que esta obra é bastante atrativa ao gosto apurado dos
alunos, pois refere deuses juntamente com humanos, facto este que os alunos apreciam
bastante ao ler. Assim, é de referir que os alunos têm esta obra bem presente nas suas
cabeças.
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A aia é um conto indicado nas Novas metas curriculares sendo uma das opções pelas
quais os professores optam. Nesta questão é visível que trinta alunos conseguiram dar uma
resposta correta, visto que é uma obra estudada no 9º ano de escolaridade estando bem
presente para estes alunos. Apenas cinco alunos erraram, partindo do princípio que não
tomaram atenção quando este texto foi estudado, sendo um dos maiores clássicos da
literatura portuguesa. É de realçar o facto positivo de que apenas cinco alunos erraram, pois
a sua maioria consegue identificar o autor de um dos maiores clássicos da literatura
portuguesa.
12 19
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Após diversas questões relacionadas com obras estudadas no 3º ciclo do ensino básico,
decidimos ir mais além para comprovar os conhecimentos literários dos alunos. Quer a Eneida
quer a Odisseia foram dois grandes clássicos que inspiraram escritores portugueses, como por
exemplo Luís Vaz de Camões na sua grande obra Os Lusíadas. Decidimos questionar então os
alunos relativamente à autoria da obra Eneida visto ser uma obra que os alunos deveriam
conhecer, não por a terem estudado mas pela abordagem de textos da sua adaptação A
Eneida de Virgílio contada às crianças e ao povo, de João de Barros. Esta obra está presente
nas novas metas curriculares, no âmbito da literatura juvenil, a estudar no 8º ano de
escolaridade.
Como Homero e Virgílio são os dois maiores autores da Antiguidade Clássica, sendo os
seus nomes bem conhecidos, houve bastante hesitação por parte dos alunos. Dezanove
optaram por Homero e doze por Virgílio, o que dá a sensação de que os alunos têm perfeita
noção de quem são, mas não recordam as suas obras, optando maioritariamente pela primeira
opção, sendo que Virgílio é a resposta correta. Quatro alunos escolheram a opção Luís Vaz de
Camões o que demonstra que não têm presentes na sua memória o clássico aqui referido,
muito menos as obras que ambos escritores escreveram.
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4
9 20
O ser humano, ao estudar a literatura, adquire uma visão mais abrangente acerca do que o rodeia
Com o ensino da literatura, o ser humano terá uma melhor capacidade e facilidade em relacionar-se
com os demais
Outra
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Para terminar o nosso inquérito decidimos optar por uma questão de cunho mais
pessoal. Nesta questão, todas as opções estão corretas, pois são diversas as áreas onde
podemos medir a importância que a literatura tem para o ser humano.
Os alunos tinham cinco opções para escolher e curiosamente vinte dos trinta e cinco
alunos optaram pela opção “O ser humano, ao estudar a literatura, adquire uma visão mais
abrangente acerca do que o rodeia”. De entre todas as opções esta foi, sem dúvida, a que
mais alunos escolheram. Podemos afirmar que estes alunos veem a literatura como uma mais-
valia e uma ajuda para a vida e a resolução de problemas que possam surgir. É de notar
também que a literatura ajuda o ser humano a abrir os seus horizontes e as suas opções
relativamente a todas as escolhas que tenha que fazer, conseguindo mais facilmente ver os
prós e contras das situações.
Nove alunos optaram por escolher a opção “É importante estudar a literatura porque
conhecemos outras culturas e outros povos”. Estes alunos têm consciência de que ao
tomarmos contacto com a literatura, nomeadamente de outros países, estamos a conhecer
outras culturas e povos, o que nos ajudará no momento de viajar fisicamente ou
simplesmente viajarmos em pensamento.
A opção “Com o ensino da literatura, o ser humano terá uma melhor capacidade e
facilidade em relacionar-se com os demais” teve quatro votantes. Esta opção também ela
está totalmente correta, pois a literatura ajuda-nos a ver outras perspetivas da realidade e
de situações que por vezes parecem apenas acontecer na ficção, mas que muitas vezes se
transpõem para a realidade. Ensina-nos assim a lidar com diversas situações tornando a nossa
interação com o próximo mais fácil.
Por fim, um aluno escolheu a opção “Outra” dizendo: “O estudo da literatura permite-
me aprender mais vocabulário e divertir-me com a história (por vezes dramática) que me
fazem refletir”. A opinião deste aluno também está totalmente correta, pois quanto mais
contacto tomamos com a literatura melhor escrevemos e melhor falamos, conseguindo
aumentar o nosso vocabulário com as palavras que, por vezes, apenas se empregam na
escrita.
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
perspetiva inicial seria de que este inquérito seria acessível a alunos nesta faixa etária e com
os conhecimentos adquiridos conseguiriam facilmente obter resultados positivos em todas as
perguntas. Mas tal não aconteceu, em nenhuma das perguntas a totalidade de respostas
certas foi 100%, havendo sempre algum ou alguns alunos que erraram.
É também de notar que as questões onde as respostas erradas foram mais significativas
foram aquelas relativas às características de cada tipo de texto, pelo que pressupomos que os
alunos esquecem facilmente os conteúdos estudados ou simplesmente não estudam o que
deveriam estudar. Mas vendo por uma perspetiva positiva, os alunos acertaram bastantes
perguntas no que toca às obras literárias e aos seus autores, pelo que podemos concluir que
os alunos têm bastante contacto com a literatura e que, apesar de terem estudado uma obra
há algum tempo, não é algo de que não se esquecem. Assim, podemos concluir que a
literatura está bastante presente no quotidiano e na memória dos alunos.
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
2.1. Contextualização
Este ano de estágio curricular foi um ano de bastante dedicação, de muito trabalho e,
sem dúvida, de aquisição de diversos conhecimentos bem como aprendizagens, quer a nível
profissional, quer a nível pessoal, adquirindo um bom espírito de equipa e trabalho conjunto.
Foi também repleto de vários problemas e obstáculos encontrados para os quais tive de
procurar solução, nunca podendo deixar que afetassem o meu desempenho como aluna
estagiária. A consolidação de aulas como aluna estagiária no agrupamento onde fiquei
inserida e as aulas como aluna na UBI podem também ter afetado de certa forma o meu
desempenho em ambos os sítios, pois a dedicação tinha que ser total em ambas situações.
Relativamente à escola foi uma ótima escolha e oportunidade, porque para além de
me ser mais acessível deslocar até ela, esta possui excelentes instalações e o método de
trabalho utilizado é bastante organizado e cumprido eficazmente, tendo uma ótima logística
no que toca à avaliação dos alunos, acabando por ser uma escola bastante dinâmica.
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Este ano letivo foi, assim, bastante produtivo e muito instrutivo pois consegui adquirir
bastantes conhecimentos, estratagemas para contornar possíveis problemas encontrados em
sala de aula, experiências que irão certamente contribuir para a construção da minha carreira
como profissional docente e consegui descobrir que o facto de estar perante os alunos me faz
muitíssimo bem pois consigo abstrair-me de quaisquer tipo de problemas que possa ter. Posso,
assim, afirmar que considero o estágio como uma mais-valia para os alunos, pois prepara-os
completamente para a sua carreira profissional.
2.1.1. A escola
O meu estágio curricular foi realizado no Agrupamento de Escolas Gardunha e Xisto.
Este agrupamento foi constituído e homologado no dia 7 de julho de 2012 resultando da
agregação de dois agrupamentos, que foram o Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha e o
Agrupamento de Escolas de Silvares.
Este agrupamento engloba diversas escolas do concelho, no que toca ao ensino pré-
escolar, ao 1º ciclo do ensino básico e aos 2º e 3º ciclos do ensino básico. A escola onde
decorreu propriamente o meu estágio foi na Escola Básica Serra Gardunha (escola sede)
localizada na cidade do Fundão, um concelho pertencente ao distrito de Castelo Branco.
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Assim, este é um agrupamento, que apesar das suas dimensões, é bastante acolhedor,
possui boas instalações e a sua logística de trabalho é bastante aliciante e motivadora. Apesar
de o meio docente não ser muito recetivo no que toca à integração de professores estagiários
sinto que me consegui adaptar bem às condições da escola e ao meio docente. Contudo
consegui manter uma boa relação com o pessoal não docente e, acima de tudo, com os
alunos.
Aquando da formação dos núcleos de estágio ficámos todas bastante contentes por
termos ficado numa escola relativamente perto de casa, o que poderia vir a ser uma mais-
valia para nós. As três demo-nos muito bem, ajudávamo-nos e apoiávamo-nos mutuamente e,
tudo corria da melhor maneira possível, conseguimos moldar-nos umas às outras e isso foi
bastante importante para que houvesse uma boa harmonia.
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Assim, terminei este ano letivo, sozinha no âmbito do português, facto que acabou por
não interferir com a minha prestação. A certo ponto pensei que talvez fosse melhor desistir
do estágio pois estava a ser bastante complicado conciliar tudo mas cheguei à conclusão de
que com um pequeno esforço nós conseguimos alcançar os nossos objetivos pois a vida não é
feita de facilitismo nem de opções de caminhos mais fáceis. Se já tinha chegado até ali,
conquistado e aprendido tanto, porque não haveria de continuar? Porque me haveria de
deixar influenciar apenas pelo facilitismo e não lutar por aquilo que realmente quero ser?
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Quanto à minha receção fui muito bem recebida por parte dos alunos, pois já no ano
anterior tinham tido a presença de uma professora estagiária nas suas aulas logo já estavam
habituados a uma outra presença. Aquando das minhas aulas assistidas portavam-se bem,
dentro dos possíveis, às vezes um pouco conversadores e distraídos mas nada que uma
chamada de atenção não resolvesse, voltando tudo à normalidade.
Em termos de aprendizagem era uma turma bastante homogénea, a maior parte dos
alunos possuía as dificuldades ditas normais, destacando-se um ou outro que teria uma
melhor capacidade de assimilar as matérias. Com exceção de alguns alunos merecedores de
atenção especial ao longo do ano letivo; quatro alunos mereciam especial atenção por
demonstrarem falta atenção/concentração, falta de métodos de estudo e, consequentemente
métodos e hábitos de trabalho, dificuldades a nível oral e escrito, entre outras características
particulares de cada um, sendo dois destes alunos repetentes de há vários anos, sendo para
estarem já no 10º ano de escolaridade. Por fim, é de referir dois alunos NEEP com PEI. Estes
alunos têm também eles dificuldades a nível de aprendizagem, falta de
atenção/concentração, falta de métodos e hábitos de trabalho, tendo que ter uma avaliação
diferenciada dos restantes alunos e métodos de avaliação também eles adequados a cada um.
Um dos alunos referidos anteriormente é disléxico, ou seja, possui várias dificuldades na
leitura. Tive a oportunidade de trabalhar com ele ao longo do ano letivo, vigiava se registava
a matéria a ser lecionada e lia o teste em voz alta e expressivamente para que ele o pudesse
entender melhor, sendo o teste igual ao dos colegas. O outro aluno não lhe era necessário ler
o teste mas teria que ser adequado às suas dificuldades.
Esta era uma turma um pouco mais calma e humilde que a anterior, um pouco
conversadores mas nada de mais, não havendo também episódios de falta de disciplina. Nesta
turma era visível a distinção entre os alunos tímidos e os alunos altivos. Mas apesar desta
distinção não havia problemas de desrespeito nem rebaixamento, acabando todos por aceitar
as suas personalidades.
Esta turma também me acolheu muito bem, também ela estava já habituada à
presença de uma professora estagiária no ano letivo anterior. A minha adaptação à turma foi
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
bastante rápida e posso até dizer que consegui uma melhor afinidade, digamos assim, com
estes alunos, sendo mais recetivos e acolhedores, enquanto que a turma de português era
menos sociável. Nas minhas aulas assistidas portavam-se bem, dentro da normalidade, alguns
momentos de conversa não chegando a atingir proporções maiores. Apenas ocorreu um
episódio de que numa aula assistida chamando tanta vez à atenção de um determinado aluno
a professora, no final, acabou por pedir a caderneta do aluno e enviar um recado ao seu
encarregado de educação.
No que toca à aprendizagem esta era também uma turma homogénea, todos os alunos
possuíam também algumas dificuldades de aprendizagem. Em comparação à turma de
português é de notar que estes alunos têm dificuldades de aprendizagem superiores, sendo
necessária uma redobrada explicação dos conteúdos. Contudo existem alguns alunos
merecedores de atenção ao longo do ano letivo, entre estes alunos dois deles merecem
redobrada acompanhamento pois possuem problemas de saúde que necessitam ser vigiados
tendo em conta procedimentos em caso de urgência. Três alunos necessitam também uma
atenção especial devido à falta de atenção e concentração na sala de aula, inexistência de
métodos e hábitos de trabalho, dificuldades na oralidade e na escrita, entre outras
dificuldades, sendo um destes alunos repetente dois anos consecutivos. Posteriormente, esta
turma possui um aluno disléxico que tendo-se verificado tardiamente esse problema não
poderá usufruir de uma especial atenção face a essa dificuldade, não tendo auxílio na leitura
dos testes nem testes diferentes dos restantes alunos, estando este aluno ao abrigo do
programa PAPI. Outro aluno também ele merecedor de uma atenção pormenorizada e já com
um diagnóstico mais pormenorizado revelando dificuldades relativamente a funções mentais
globais e específicas bem como défice de atenção/ concentração. Este aluno possui de
diversos apoios relativamente aos testes, nos quais no âmbito do espanhol o ajudo na
interpretação do teste e se possível traduzir alguma palavra que cause mais dificuldade,
contudo este aluno ao compreender as questões do teste consegue imediatamente dar-lhes
resposta com frases do texto.
Concluindo assim que tive bastante sorte com as turmas com que tive oportunidade de
trabalhar pois eram alunos exemplares de comportamento e respeito, facto que ajudou
bastante na minha prestação como professora estagiária nas aulas assistidas. Sei que no
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
futuro não terei a sorte de encontrar turmas acessíveis, poderei encontrar diversas
dificuldades mas isso só servirá para crescer. Como ano de estágio, um ano bastante
marcante que vai ficar para a memória assim como certos alunos que mais tarde vamos
recordar embora para eles seja apenas mais uma professora.
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
correção das composições, entre outras dicas que tornaram o meu trabalho mais fácil e que
no final consegui cumprir esta tarefa com sucesso.
No que toca às minhas aulas assistidas, dei um total de nove aulas, seis de 90 minutos e
três de 45 minutos. Inicialmente, no primeiro período, decidi dar as aulas em separado, uma
em cada mês pois era o início e para me ambientar melhor. Já no segundo período optei por
dar uma aula num mês e seguidamente as outras duas seguidas e, por fim, no terceiro
período, para provar que estou habilitada à carreira docente dei as três aulas seguidas.
Em todas as minhas aulas assistidas tentei dar o meu melhor, desde o início que me
consegui adaptar à turma em questão e tentei sempre preparar as minhas aulas ao máximo
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possível. Tive sempre um tom de voz altivo e assertivo, mantendo a ordem na sala de aula, o
que rara vez aconteceu visto ter sido uma excelente turma, sempre bem comportada.
Consegui desde logo adaptar-me aos conteúdos a serem abordados nas respetivas aulas bem
como tentei sempre transmiti-los da maneira mais simples e clara possível para melhor
compreensão por parte dos alunos. Para as aulas assistidas tentei sempre ir mais além do
manual, levar para as aulas materiais diferentes e motivadores da atenção dos alunos para
que as aulas não caíssem na monotonia.
Durante todo o estágio curricular tive que ter sempre bem presente as Novas metas
curriculares de modo a ensinar os alunos consoante os objetivos aí propostos. No domínio da
Educação literária existe um ponto que refere “Analisar recriações de obras literárias com
recurso a diferentes linguagens (por exemplo: música, teatro, cinema, adaptações a séries de
TV)” (Buescu 2015: 83), tomando este objetivo decidi numa das minhas aulas assistidas
(Anexo 2 e 3) trabalhá-lo. Aquando do estudo de um dos poemas presentes no manual, mais
propriamente o poema Amor é um fogo que arde sem se ver, de Luís de Camões, decidi
mostrar aos alunos a recriação do poema em música, feita pelo grupo Pólo Norte e, a partir
da sua audição podemos notar algumas diferenças entre o poema e a música, debatendo-as e,
por fim, procedemos à interpretação do poema. Também mediante o estudo deste poema
pensei em remeter os alunos para a música “O amor é assim”, HMB e Carminho, para que
pudessem de certa forma relacionar a música com o poema estudado. Decidi trabalhar este
objetivo numa das minhas aulas para trabalhar o texto poético, visto ser um tipo de texto que
a maior parte dos alunos não gosta muito e, assim, desta forma tentei ao máximo cativar a
atenção dos alunos e mostrar que o texto poético não é assim “tão seca” como eles o
costumam caracterizar.
Por fim, para concluir a minha breve reflexão do estágio curricular no âmbito do
português quero salientar a oportunidade que tive em assumir a turma sozinha numa aula. A
professora orientadora por motivos de força maior teve que se ausentar e como não deixou
materiais para aula de substituição preparados decidiu incutir em mim a responsabilidade de
assegurar a aula continuando a lecionar a matéria. O poema a analisar foi De tarde, de
Cesário Verde. Como apenas soube no dia interior a minha missão, não tive muito tempo para
preparar a aula apenas fiz uma pequena pesquisa acerca de materiais existentes sobre o
poema e estudei um pouco o poema e todo o seu conteúdo. Na aula propriamente dita
consegui com alguma facilidade manter a ordem na sala de aula, consegui assegurar a
matéria a lecionar dando por terminada a aula com a completa análise do poema e a
compreensão dele por parte dos alunos, que me disseram ao final da aula que tinham
percebido o poema. Esta foi uma ótima experiência, consegui assegurar a aula e posso afirmar
que me sinto preparada para assegurar uma turma futuramente.
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Com a minha turma do português tive também a oportunidade de, no início do ano
letivo, fazer uma pequena atividade de leitura para assim tentar incutir neles o gosto pela
leitura. Primeiramente, em conjunto com a professora escolhemos uma obra presente nas
Novas metas curriculares, para não fugir ao que é proposto. A obra que decidimos trabalhar
foi A Saga, de Sophia de Mello Breyner Andresen. Após a escolha da obra, demos início à
atividade que consistia em que no início de cada aula eu lia um pequeno excerto do conto e
assim sucessivamente até terminar a leitura do mesmo. A cada aula que passava era notória a
curiosidade que os alunos possuíam, queriam sempre que continuasse a leitura. Esta foi uma
boa estratégia utilizada para os motivar à leitura e dar-lhes a conhecer mais uma obra para
além daquelas que iriam estudar e também foi uma grande ajuda para a minha integração na
sala de aula. Após a leitura da obra, realizei uma ficha de verificação de leitura para
averiguar a sua atenção perante a leitura feita da obra:
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
1.16. O último pedido que fez à sua família antes de morrer foi…
que construíssem um barco por cima da sua sepultura.
que os filhos nunca fossem marinheiros.
que voltassem à sua terra natal, Vig.
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3. Neste conto, o pai de Hans proíbe o seu filho de seguir a vida de marinheiro por ser
muito perigoso, mas, como este não queria seguir o conselho de seu pai, decidiu
fugir de casa e realizar o seu sonho.
Acreditas que os pais devem escolher o futuro dos seus filhos ou estes devem seguir
o seu sonho?
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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Boas leituras
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Esta é uma das muitas estratégias que se podem utilizar no âmbito da sala de aula para
motivar os alunos à leitura. Com o avanço das novas tecnologias é cada vez mais difícil incutir
nos alunos hábitos de leitura, assim cabe ao professora com estas pequenas estratégias e de
uma maneira indireta aguçar o gosto pela leitura dos alunos.
Quanto aos resultados obtidos foram satisfatórios mas, depois de conhecer os alunos,
sei que poderiam ser um pouco melhores. Na seguinte tabela, podemos observar que dos
quinze alunos apenas dois não responderam à ficha por falta de comparência à aula em
questão e apenas um aluno apresentou resultados negativos. Os restantes alunos apresentam
resultados entre os 56% e os 84%.
1 A. Satisfaz – 56%
2 C. Satisfaz – 61%
3 D. Não Satisfaz – 42%
4 F.
5 J. Satisfaz Bem – 71%
6 J. Satisfaz – 63%
7 J. Satisfaz – 58%
8 J. Satisfaz – 58%
9 L. Satisfaz – 58%
10 L. Satisfaz – 65%
11 M. Satisfaz – 62%
12 M. Satisfaz Bem – 70%
13 P. Satisfaz Bem – 84%
14 R. Satisfaz – 62%
15 T.
Tabela 1 - Resultados obtidos na ficha de verificação de leitura do conto A Saga.
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Trata-se de uma aula fundada no texto “O Carnaval da Vitória”, excerto da obra Quem
me dera ser onda, de Manuel Rui. A história que este texto conta, em certa parte, possui um
caráter cómico mas que pretende criticar a situação vivida na pós-independência, em Angola.
A situação aqui relatada remete-nos de imediato para a visualização no nosso pensamento de
todos os momentos caricatos relatados, como um porco dentro de um apartamento com todas
as suas mordomias e a situação caricata vivida por todos os elementos da família que acolhe o
porco. Para motivar os alunos e de maneira a suscitar a curiosidade deles antes da
leitura/audição do texto, decidi levar para a aula um pequeno boneco que realizei em casa e
que retrata, de certa forma, a nossa personagem principal (um porco). Nunca descurando de
levar os alunos a identificarem a mensagem implícita que o autor deste texto pretendeu
transmitir – a situação precária das famílias após a conquista da independência, em Angola.
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Parti a análise deste mesmo texto a partir deste boneco para que os alunos pudessem
fazer inferências acerca do que tratará o texto e após a audição do mesmo puderam constatar
quais as diferenças e semelhanças entre o boneco e a imagem ilustrativa do texto. Deste
modo, incentivamos os alunos à leitura, a conhecerem histórias fantásticas ou reais e que
poderão dar asas à sua imaginação aquando da sua transição para o pensamento de cada um.
É fundamental que o professor como motivação à leitura e à interpretação e análise de textos
utilize estratégias adequadas e que cativem a atenção dos alunos tentando criar suspense em
relação a uma obra para que eles tenham curiosidade de a ler.
Esta escola tem algo que ficámos deveras impressionadas. Na biblioteca escolar existe
um espaço dedicado às aulas de substituição, ou seja, este espaço contem um dossier para
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
cada disciplina e cada professor/professores deverá colocar no dossier materiais, como fichas
de trabalho, para uma eventual falta que possa dar. Assim, a professora propôs também a
realização de algumas fichas de trabalho para podermos colocar nesses mesmos dossiers quer
para 7º, para o 8º e 9º ano de escolaridade (Anexo 10 ao 12). Todos estes trabalhos propostos
foram bastante enriquecedores pois podemos estar na pele de um professor titular e poder
observar de perto toda a logística envolvente.
No que toca às minhas aulas assistidas, lesionei um total de onze aulas, seis de 90
minutos e cinco de 45 minutos. Desde cedo que me consegui ambientar bem à turma,
consegui impor respeito, fundamental numa primeira impressão mas à medida que o tempo
foi passando consegui manter uma boa relação professor/aluno e sabiam que quando era para
trabalhar, era para trabalhar e ponto, considerando que já conheciam os meus limites e até
onde podiam ir. Sempre gostei bastante de espanhol e quando era aluna conseguia ter boas
notas, facto que me ajudou muito nas aulas assistidas aquando da explicação de alguns
conteúdos e o facto de gostar de espanhol ajudou-me na motivação em dar aulas, sendo um
prazer poder dar aulas de espanhol, sentir que é mesmo isto que quero para a minha vida
futura.
Aquando das aulas assistidas, a professora orientadora sempre deixou utilizar alguns
exercícios dos manuais, nunca em demasia e sempre utilizando materiais criados pelas alunas.
Já no final, nas últimas aulas assistidas, a professora proibiu o uso do manual, ou seja,
decidiu pôr-nos à prova tendo que lecionar as aulas inteiramente com materiais feitos por nós
ou adaptados. Este foi um desafio muito gratificante de ultrapassar pois nestes pequenos
contratempos conseguimos constatar as nossas capacidades em ultrapassarmos os problemas
que possam surgir futuramente.
Um dos trabalhos também realizados foi a planificação de uma unidade didática (Anexo
13). Para a realização desta unidade didática foi necessário estimar o tempo em número de
aulas que a mesma levaria a ser lecionada como também os materiais e exercícios a utilizar,
podendo neste caso utilizar exercícios do manual.
Também no final do ano letivo, tive o privilégio de poder contactar com uma turma de
9º ano. A professora orientadora tendo que se ausentar por uns momentos pediu-me para
assegurar o bom funcionamento dentro da sala de aula, assim fiz. Esta foi uma boa
oportunidade para tomar contacto com alunos numa faixa etária diferente.
Para concluir posso afirmar que aprendi bastante com o estágio no âmbito do espanhol
pois senti-me como professora titular daquela turma. Estive presente em todas as aulas da
professora, dei aulas à turma referida anteriormente, acompanhei um aluno NEE nos seus
testes de avaliação e participei também em todos os conselhos de turma. Posso dizer que
termino este ano de estágio preparada para lesionar espanhol pois fiquei com uma noção de
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tudo o que envolve a prática docente, tendo também presente que os meus primeiros anos
como professora serão complicados e surgirão algumas dúvidas e inseguranças.
Nesta aula, propriamente dita, tentei trabalhar todas as destrezas ao máximo, como a
expressão oral, a expressão escrita, a compreensão escrita, a compreensão audiovisual e, por
fim, a compreensão leitora. Algo que pude notar desde logo foi a falta de hábitos de leitura
da língua espanhola, por parte dos alunos, assim numa tentativa de mudar esta questão,
tentei nas aulas que se seguiram levar mais textos para os alunos lerem.
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Esta foi uma aula bastante gratificante e, principalmente, motivadora devido ao facto
de que superei as minhas expectativas relativamente ao meu desempenho e também senti,
desde logo, que esta é a profissão que realmente quero pois lecionei todas as minhas aulas
com gosto e dedicação, como o antigo ditado diz: “Quem corre por gosto, não cansa”.
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Para começar o ano letivo decidimos fazer uma atividade durante todo o ano que se
intitulou “Li, gostei e recomendo”. Esta atividade surgiu no âmbito da disciplina de Português
com o intuito de incutir nos alunos o gosto pela leitura e, consequentemente o gosto pela
escrita. Esta é uma atividade que esteve exposta na biblioteca escolar para que a comunidade
escolar pudesse ver, quer o nosso trabalho, quer a divulgação de obras por parte dos alunos
bem como as suas opiniões. Uma atividade que foi realizada ao longo do presente ano letivo.
Para dar início a esta atividade à medida que os alunos foram apresentando, nas aulas
de português, o livro que leram nas férias de verão, tiveram que preencher um pequeno papel
entregue por nós, onde referirão o livro que leram, um pequeno motivo pelo qual gostaram
de ler aquele livro e porque o recomendam e, pro fim, tiveram que citar uma expressão
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
presente na história que mais gostaram. Esta foi uma atividade que pretendemos abranger a
toda a comunidade escolar principalmente às turmas de 8ºano pois foi o ano que lecionámos.
Assim, com esta atividade pretendemos que os alunos sintam algum tipo de motivação
para a leitura e, neste caso também a escrita.
Día de la Hispanidad
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Dia do cinema
Neste dia foram passados dois filmes espanhóis legendados para que toda a comunidade
escolar pudesse assistir. Os filmes escolhidos para comemorar este dia foram os seguintes:
É possível comprovar pelos títulos dos filmes e, para quem esteja atento às estreias
mundiais de cinema, que elegemos dois filmes atuais que se encontravam à pouco tempo nas
salas de cinema. Foram escolhidos não só por serem atuais mas também por serem animados
e que retratam temas da atualidade, como a emigração.
Sarau de natal
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A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Esta atividade iniciou-se pelas 12.30h, hora em que esta turma estava a ter espanhol, e
consistia em percorrer algumas salas de aula, cantar um villancico e atirar rebuçados a quem
estivesse a assistir.
Apesar de muita vergonha por parte dos alunos, que é um problema recorrente, a
atividade correu bem e, apesar de ter interferido com algumas aulas de outros professores,
estes não se importaram e até gostaram desta recessão visto que não é muito habitual nesta
escola comemorar-se assim o dia de reis.
66
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Neste desfile participaram alguns alunos das várias turmas de espanhol e cada
participante escolheu a personalidade que queria representar. A lista do nome dos alunos,
respetivas personalidades e breves textos de apresentação são as seguintes:
7ºC
Zorro es una leyenda de un romántico héroe que luchó contra la injusticia en el pueblo
de Los Ángeles de la California española.
Famoso tenista español desde sus 15 años y a los 19 ya ocupaba el segundo puesto
mundial en el ranking de la Asociación de Tenis Profesional y a los 22 años se ha convertido
en el número 1 del mundo.
8ºC
Reyes de España – Felipe VI y Letizia Ortiz, reina consorte, antigua periodista que se
enamoró del príncipe Felipe, actual rey de España. Se casarón a 22 de mayo de 2004 y
tuvieron dos hijas, princesa de Asturias Leonor y la infanta Sofía.
67
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Sancho Panza es su fiel compañero, un camponés que quiere acompañarle en todas sus
viajes.
8ºE:
• Alexandra: Malú
Cantante e intérprete española. Fue considerada la mejor artista del año de 2014 y fue
nominada dos veces a los Grammys Latinos en 2011 en la categoría de “Mejor albúm vocal
pop feminino”.
• António: Messi
Periodista deportiva española. Se quedó más conocida cuando entrevistó los futbolistas
en la Copa Mundial de Fútbol en Sudáfrica. Ahora se transladó a Oporto con su marido.
Futbolista español que juega como defensa central o lateral derecho en Real Madrid y
es el actual capitán del equipo. Se formó como futbolista en el Sevilla Fútbol Club.
Actriz española. Una de las actrizes españolas con mayor proyección en Hollywood.
Recibió un premio Goya por la mejor actriz protagonista de la película “La niña de tus ojos”.
68
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
• Nuno: Guardiola
Antiguo futbolista y actual entrenador español del equipo Bayern de Múnich. Cómo
futbolista su posición era centrocampista y la mayor parte de su carrera la pasó en el Fútbol
Club Barcelona.
• Pedro: Buyo
Exfutbolista español que jugó como portero en el Sevilla y Real Madrid, donde
desarrolló la mayor parte de su carrera profesional.
Como núcleo de estágio tivemos que organizar esta atividade em parceria com a
professora de espanhol. Para este dia foi necessário compilar várias músicas que iriam passar
durante o desfile. Tivemos, ainda, que elaborar breves apresentações sobre cada
personalidade para dá-los a conhecer ao público em geral. Houve também a necessidade de
recolher imagens representativas de cada personalidade para que os espectadores do desfile
ficassem a conhecer. Esta atividade teve uma boa precursão e toda a comunidade escolar
felicitou-nos pelo sucesso do desfile.
Semana da leitura
Durante toda a semana estiveram expostos refranes españoles ilustrados pelos alunos,
de maneira a dar a conhecer à restante comunidade escolar um pouco mais da língua
espanhola, contrapondo até com os provérbios que conhecemos em espanhol.
69
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Na terça-feira, dia 15, realizámos duas atividades com o 7º e 8º anos. Com o 7º ano, a
atividade consistiu na divisão da respetiva turma em dois grupos, em que cada grupo teria
que organizar um conto, estando ele escrito em espanhol. O grupo que primeiro conseguisse
organizar o conto corretamente é reconhecido como vencedor.
No que diz respeito à disciplina de português, para comemorar esta semana convidámos
elementos de um grupo de teatro de Alcains com o objetivo de fazer uma leitura encenada da
obra Auto da Índia, de Gil Vicente direcionada a alunos de 7º e 8º anos. Esta atividade foi
dividida em duas sessões. A primeira realizada na biblioteca não correu como previsto, uma
vez que o espaço era pequeno para tanto público. A segunda já correra melhor, pois
deslocámos os alunos para o espaço exterior onde houve mais liberdade de movimentos que
permitiu o sucesso desta atividade.
70
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Para terminar esta semana, integrámos o júri do concurso de soletração sendo esta a
última fase do concurso de ortografia. Aqui a nossa função baseou-se na avaliação dos alunos
obedecendo a vários parâmetros, selecionados previamente. Esta foi uma boa experiência
contribuindo também para a nossa aprendizagem.
Para começar a semana fizemos uma exposição com trabalhamos realizados pelos
alunos. Alguns trabalhos faziam alusão aos diferentes pratos típicos espanhóis enquanto que
outros trabalhos eram alusivos a cidades espanholas. Nesta atividade reinou a criatividade por
parte dos alunos na elaboração destes trabalhos.
Como está na moda tirar fotos com objetos decidimos também elaborar vários objetos
alusivos a Espanha e a cada intervalo convidámos diversos alunos a tirar umas fotos connosco,
alusivas a este dia e tendo como pano de fundo a exposição. As fotos não tiveram muita
adesão pois os alunos eram um pouco envergonhados mas deu para nos divertirmos um pouco.
Para comemorar também este dia decidimos passar duas músicas espanholas nos toques
de saída das aulas para dar uma certa alegria quer aos alunos, quer aos professores. As
músicas foram Por fin te encontré, Cali y El Dandee e La gozadera, Gente de Zona.
71
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
72
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Feira da leitura
A Feira da Leitura surgiu no âmbito do dia aberto do Agrupamento, um dia no qual não
houve aulas pois foi repleto de diversas atividades que requeriam a participação de alguns
alunos e os restantes iam assistindo às restantes.
Esta atividade surgiu no âmbito do português e o seu objetivo principal era divulgar
diversas obras literárias estudadas nos diferentes anos letivos. Cada turma decidiu a obra que
iria trabalhar para que não houvesse uma mesma turma a trabalhar a mesma obra. Para
divulgar a obra foi necessário um placard, o qual deveria conter o título, uma ilustração da
obra e uma breve biografia do autor, na parte central e, posteriormente, nas partes laterais,
uma breve informação acerca do mesmo, como por exemplo personagens principais e
secundárias, breve resumo, tempo e espaço, a intenção do autor e o género literário.
A turma que lecionei o português optou pela obra Contos do Nascer da Terra, de Mia
Couto, visto terem dado nas suas aulas o conto “Raízes”. Como esta obra é repleta de vários
contos e não podendo tratá-los todos decidimos apenas ilustrá-los numa pequena árvore
representando assim os contos a nascer da terra. Nas partes laterais, optámos apenas por
remeter a informação alusiva apenas ao conto “Raízes”.
Nesta atividade, tentei fazer um trabalho conjunto com os alunos. Debatemos ideias
para chegarmos à conclusão de como seria feito o placard, dividimos tarefas, como por
exemplo alguns alunos leram os contos para os poderem ilustrar segundo a sua leitura e os
restantes ficaram de tratar toda a informação relativa ao conto em si, a mim coube-me a
tarefa de ilustrar todo o placard colocando os matérias e fazendo com que o placard fica-se
atrativo. Com esta atividade e com as tarefas que dei aos alunos pretendi que tivessem a
73
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
noção de que tomar contacto com uma obra literária nem sempre é algo chato, como muitas
vezes eles dizem. Com a ilustração de cada conto, chegaram à conclusão de que ler um livro
ou ler uma obra pode ser divertido e até podemos transpor essas histórias, imaginárias ou
não, para o papel através do nosso olhar, da nossa perspetiva depois da leitura.
De um modo geral, esta atividade correu bastante bem. Os alunos foram recetivos às
suas tarefas, cumprindo-as e eu esforcei-me ao máximo para conseguir demonstrar à
comunidade escolar em geral o meu trabalho em conjunto com os alunos. Este placard acabou
por ter bastantes elogios.
74
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Assim, durante o meu ano de estágio tentei investir mais na minha formação e, em
colaboração com a minha colega de estágio, organizámos no dia 11 de maio, pelas 16H, uma
conferência para docentes que tinha como título “Amor e ódio na poesia lírica ocidental”,
presidida pelo Professor Doutor José Henrique Manso. Nesta conferência, podemos observar
como o amor e o ódio foram tratados na literatura com o passar do tempo pelos poetas,
verificando a dualidade de sentimentos existentes em vários poemas, onde os poetas
conseguem contrapor ambos os sentimentos de uma maneira algo extraordinária e
surpreendente. Desde Elis Regina, passando por Petrarca, Camões, Pessoa e terminando em
Vinicius de Moraes e Carlos de Oliveira conseguimos tomar contacto com vários poetas que
dedicaram todos os seus poemas a esta dualidade de sentimentos tão distinta mas tão
próxima ao mesmo tempo.
O meu entusiasmo pela presença nesta ação de formação foi imediato devido ao facto
de ser uma grande oportunidade e ajuda quer a nível profissional, quer a nível de
aprofundamento de conhecimentos para poder pôr em prática neste meu relatório de estágio,
sendo de certa forma mais fácil a análise das Novas metas curriculares, no domínio da
Educação Literária. Algo que também foi bastante benéfico e ajudou no entendimento das
Novas metas curriculares foi o facto de a ação de formação ser presidida por uma das
impulsionadoras e autoras das metas, explicando detalhadamente o porquê de cada descritor
75
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
de desempenho e o que se pretende com cada um, frisando que a cada ano de escolaridade só
precisamos preocupar-nos com aqueles descritores específicos para cada ano não sendo
necessário ir mais além; “o que deve ser perguntado e analisado nos textos literários são
apenas aqueles descritores específicos para aquele ano letivo”, afirmou Maria Regina Rocha.
Esta ação de formação foi bastante enriquecedora para o entendimento das Novas metas
curriculares e também pelos exemplos e pelas dicas que Maria Regina Rocha foi dando acerca
de determinados assuntos, como por exemplo dicas para ensinar os alunos a encontrar o tema
e o assunto de um texto.
76
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Conclusão
A reflexão feita sobre a educação literária presente neste relatório de estágio focou-se
primeiramente na questão de qual o tipo de texto, literário ou não literário, mais abordado
em contexto de sala de aula, resvalando conscientemente para o tipo de abordagem, as
escolhas e a importância que é dada aos textos literários no 3º ciclo do ensino básico.
No que concerne aos textos não literários, apercebemo-nos de que são utilizados em
contexto de sala de aula sobretudo para complementar o estudo dos textos literários ou para
exemplificar determinados assuntos abordados em sala de aula. Quanto aos textos literários,
estes são abordados e analisados em sala de aula com maior profundidade, seguindo as
diretrizes das Novas metas curriculares. Em termos proporcionais, os textos não literários são
abordados em menor quantidade que os literários. A abordagem feita aos diferentes tipos de
texto está muito dependente da maneira como os manuais escolares estão formulados e,
fundamentalmente, do dinamismo do professor, devendo ser o principal motivador dos alunos
para a leitura de textos literários, para que estes adquiram competências linguísticas e
culturais.
Por fim, no que toca ao estágio curricular, podemos concluir que foi um ano bastante
enriquecedor, quer a nível pessoal, quer a nível pessoal, repleto de experiências e partilhas.
Adquirimos bastantes conhecimentos científicos e desenvolvemos capacidades necessárias à
carreira docente. Sentimos que o trabalho do professor não é só feito na sala de aula mas
também fora, atendendo a problemas externos da turma ou em atividades para a comunidade
escolar.
77
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
Bibliografia
Amaro, Alice (2012), Novas Leituras 8 – Língua Portuguesa, Porto, Edições ASA.
Compagnon, Antoine (2010), Para que serve a literatura?, trad. de José Domingues de
Almeida, Porto, Deriva Editores.
Garcia, José Martins (1987), Teoria da literatura – relatório sobre o programa, Ponta
Delgada, Universidade dos Açores.
Neto, Conceição Monteiro (2012), Conto Contigo 8 – Língua Portuguesa, Porto, Areal
Editores.
Paiva, Ana Miguel de (2014), (Para)Textos Português 8ºano, Porto, Porto Editora.
Paz, Olegário (2004), Dicionário Breve de Termos Literários, Lisboa, Editorial Presença.
Pinto, Elisa Costa (2012), Novo Plural 8 – Língua Portuguesa, Lisboa, Raiz Editora.
Silva, Joana Rodrigues Meirim da (2012), Que diferença faz aprender a literatura?,
Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa.
78
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
A Educação Literária no 3º ciclo do Ensino Básico
ANEXOS
79
Anexo 1
PLANO DE AULA
AULA ASSISTIDA Nº 1 DISCIPLINA: PORTUGUÊS DATA: 20/10/2015
Avaliação
Domínio /
Objetivos / Descritores de desempenho Desenvolvimento da aula Recursos (modalidades e
Conteúdos
instrumentos)
Educação Ler e interpretar textos literários: 0. Leitura do conto A Saga in “Histórias da Terra Livro “Histórias da
Literária - Ler textos literários portugueses. e do Mar”, de Sophia de Mello Breyner Terra e do Mar”,
Andresen (continuação). de Sophia de Mello
Leitura do relatório da aula anterior. Breyner Andresen;
Leitura do sumário da última aula e abertura da Computador;
presente lição.
80
Anexo 1
- Distinguir diferentes intencionalidades turístico;
comunicativas em diversas sequências textuais 1.2 Visualização de um vídeo promocional do Computado;
(informar, narrar, descrever, explicar e turismo em Portugal (Anexo 1); Projetor
persuadir); 1.3 Observação de um roteiro turístico do
- Manifestar ideias e pontos de vista pertinentes distrito de Castelo Branco (Anexo 2);
relativamente aos discursos ouvidos. 1.4 Diálogo com os alunos sobre os documentos
apresentados.
Participar oportuna e construtivamente em
situações de interação oral: 2. Relacionar o título do texto com o tema Manual (pp.42-43).
- Retomar, precisar ou resumir ideias, para turismo em Portugal;
facilitar a interação. 2.1 Resolução da atividade 1 da pág.42.
Fundamentação da aula
0. Leitura do conto A Saga in “Histórias da Terra e do Mar”, de Sophia de Mello Breyner Andresen (continuação). 2/3minutos
A professora prosseguirá a aula com a leitura do conto A Saga finalizando com questões acerca do mesmo.
Feedback da aula anterior. 2minutos
- Leitura do relatório da aula anterior por parte de um aluno. Feedback da aula anterior.
Leitura do sumário da última aula e abertura da presente lição. 2minutos
- Registo no caderno diário do aluno do sumário da aula anterior.
81
Anexo 1
1. Motivação. 1/2minutos
- Relação do tema da aula (roteiro turístico) com o conto.
1.1 Conhecimentos acerca do que é um roteiro turístico. 2minutos
- Questão colocada aos alunos. O que é um roteiro turístico?
- Chuva de ideias/definição do conceito:
ROTEIRO TURÍSTICO:
- TRAJETO a percorrer;
- INFORMAÇÃO detalhada de interesse turístico;
- ORIENTAÇÃO de turistas ou guias.
1.2 Visualização de um vídeo promocional do turismo em Portugal (Anexo 1). 4 minutos
- Visualização de um vídeo promocional do turismo em Portugal.
1.3 Observação de um roteiro turístico do distrito de Castelo Branco (Anexo 2). 2 minutos
- Observação de um roteiro pelo distrito de Castelo Branco.
1.4 Diálogo com os alunos sobre os documentos apresentados. 2/3minutos
- Diálogo com os alunos acerca do que realmente são roteiros turísticos.
Os alunos devem entender:
- Existência de vários tipos de roteiros;
- Quais os objetivos de um roteiro turístico;
- A quem se dirigem.
82
Anexo 1
- Resolução da atividade 1 pág.42 para situar os alunos espacialmente em Portugal.
83
Anexo 1
(ANEXOS)
Anexo 1:
https://www.youtube.com/watch?v=OATMbO-YrhQ – “Vídeo promocional do turismo
em Portugal”
Anexo2:
84
Anexo 2
PLANO DE AULA
Fundamentação científico-pedagógica
Os poemas que vou apresentar intitulam-se “Amor é um fogo que arde sem se ver” e “Erros meus, má fortuna, amor ardente”, do célebre poeta Luís Vaz de
Camões. Estes são dois dos poemas que compõem a célebre obra Rimas deste autor. Esta é uma coletânea composta pelas suas redondilhas, sonetos, canções e
elegias, odes, oitavas e sextina bem como as éclogas. Simultaneamente com o estudo destes poemas apresentar-se-á também o poema “Os bons vi sempre passar”
do mesmo autor. Os últimos poemas mencionados estão repletos de características autobiográficas do autor. Com o estudo destes poemas pretende-se conhecer
os traços característicos de Camões bem como o texto poético, quanto à sua análise formal e à sua estrutura interna.
Para dar início à presente aula, pretendo começar por introduzir o estudo da lírica camoniana com a visualização de um vídeo “Vida e obra de Luís de
Camões”, para que os alunos fiquem a conhecer um pouco acerca do poeta a estudar. Faremos também uma breve alusão à época em que a escrita de este poeta
se insere bem como as suas principais características, quer a nível temático, quer ao nível dos versos. Introduziremos então o estudo do poema “Amor é fogo que
85
Anexo 2
arde sem se ver” com a audição da música “Amor é”, do grupo Pólo Norte, os alunos farão uma ficha formativa de compreensão para assim prosseguirmos com a
análise textual quer externa, quer interna. Prosseguiremos com a visualização do vídeo “Amor é fogo que arde sem se ver by Luís Vaz de Camões”. Para terminar o
estudo deste poema e de modo a introduzir o estudo do poema “Erros meus, má fortuna, amor ardente” os alunos poderão ouvir a música “O amor é assim” dos
HMB e Carminho, para vermos afinal o que é o amor e que sensações poderão causar nas pessoas.
Avaliação
Domínio / Objetivos / Descritores de
Desenvolvimento da aula Recursos (Modalidades e
Conteúdos desempenho
instrumentos)
0. Feedback da aula anterior:
- Leitura do relatório da última aula; Computador.
- Leitura do sumário da aula anterior e abertura da lição.
3. Participar oportuna e
construtivamente em situações de 1. Introdução ao estudo da lírica camoniana:
Oralidade interação oral: 1.1 Diálogo com os alunos acerca do poeta Luís Vaz de Observação direta
3. Estabelecer relações com outros Camões;
conhecimentos.
2. Registar, tratar e reter
informação: 1.2 Visualização do vídeo “Vida e obra de Luís de Camões”; Computador.
1. Identificar ideias-chave.
1.3 Identificação das influências que subjazem os poemas de Manual pág.199 /
Camões. computador.
2. Introdução ao estudo do poema “Amor é fogo que arde
sem se ver”, de Luís Vaz de Camões:
Quadro.
2.1 Realização de uma chuva de ideias em torno da palavra
AMOR;
86
Anexo 2
2.2 Visualização do vídeo “Definições de amor”; Computador.
20. Ler e interpretar textos
Educação literários: 3. Audição do poema “Amor é fogo que arde sem se ver”: Computador e
Literária 3. Explicitar o sentido global do 3.1 Realização de uma ficha de compreensão; ficha formativa.
texto.
9. Interpretar textos de diferentes
tipologias e graus de
complexidade:
6. Reconhecer a forma como o
3.2 Análise textual – estrutura interna:
Leitura L8 / texto está estruturado (diferentes
3.2.1 Divisão em partes lógicas:
Educação partes e subpartes).
1ªparte – 11 primeiros versos;
Literária EL8 20. Ler e interpretar textos
2ªparte – 3 últimos versos.
literários:
7. Detetar a forma como o texto
está estruturado (diferentes partes
e subpartes).
8. Identificar e reconhecer o valor
dos recursos expressivos já
estudados e, ainda, dos seguintes: 3.2.2 Identificação dos recursos expressivos;
antítese, perífrase, eufemismo,
ironia.
3.2.3 Levantamento de palavras e expressões com valor
conotativo negativo;
2. Identificar temas, ideias
3.2.4 Constatação do tema e assunto que predominam no
principais, pontos de vista e
poema.
universos de referência,
87
Anexo 2
justificando.
2. Registar, tratar e reter a
informação: 3.3 Visualização do vídeo “Amor é fogo que arde sem se ver Computador /
Oralidade O8
3. Reproduzir o material ouvido, by Luís Vaz de Camões” – diálogo com os alunos. projetor.
recorrendo à síntese.
3.4. Exercícios como consolidação do poema estudado.
Manual pág. 207.
- Resolução das perguntas 2 e 3 de interpretação.
1. Interpretar discursos orais com
3.5. Audição da música “O amor é assim”, dos HMB e
diferentes graus de formalidade e
Carminho:
complexidade:
- Preenchimento da letra da música; Computador, ficha.
5. Manifestar ideias e pontos de
- Relação existente entre a música e o poema estudado;
vista pertinentes relativamente aos
- Conclusão final “o que é o amor?”.
discursos ouvidos.
4. Marcação do trabalho de casa:
- Preparação da declamação do poema estudado.
88
Anexo 2
Roteiro da aula
0. Feedback da aula anterior: 5minutos
- Leitura do relatório da última aula;
- Leitura do sumário da aula anterior e abertura da lição.
. Registo no caderno diário do aluno do sumário da aula anterior.
89
Anexo 2
- Remeter para ficha informativa nº16
2. Introdução ao estudo do poema “Amor é fogo que arde sem se ver”, de Luís Vaz de Camões: 10minutos
2.1 Realização de uma chuva de ideias em torno da palavra AMOR;(exemplos)
90
Anexo 2
Amizade
Relação
afetiva
entre dois
seres.
AMOR Amor
próprio
Amor cego
3. Audição do poema “Amor é fogo que arde sem se ver” pelo grupo Pólo Norte: 20minutos
(Vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=aoND1ewxRak )
91
Anexo 2
3.1 Realização de uma ficha de compreensão;
92
Anexo 2
1ªparte – 11 primeiros versos;
2ªparte – 3 últimos versos.
3.3 Visualização do vídeo “Amor é fogo que arde sem se ver by Luís Vaz de Camões – diálogo com os alunos. 5minutos
(Vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=LexbT5SVF3Y )
93
Anexo 2
- Resolução das perguntas 2 e 3 de interpretação.
94
Anexo 2
95
Anexo 2
4. Marcação do trabalho de casa:
- Preparação da declamação do poema estudado.
Bibliografia
Buescu, Helena C. etalii (2015), Programa e metas curriculares de português do Ensino Básico, Lisboa, Ministério da Educação e da Ciência.
Camões, Luís de (2005), Rimas – Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão, Coimbra, Edições Almedina.
96
Anexo 3
PLANO DE AULA
Aula(s) n.º145 Sumário:1. Continuação da análise do poema “Amor é um fogo que arde sem se ver” de Luís Vaz de Camões:
1.1 Audição da música “O amor é assim”, HMB e Carminho;
Tempos: 1
1.2 Visualização do vídeo “Amor é fogo que arde sem se ver de Luís de Camões”.
2. Início ao estudo do poema “Erros meus, má fortuna, amor ardente”.
Fundamentação científico-pedagógica
Os poemas que vou apresentar intitulam-se “Amor é um fogo que arde sem se ver” e “Erros meus, má fortuna, amor ardente”, do célebre poeta Luís Vaz de
Camões. Estes são dois dos poemas que compõem a célebre obra Rimas deste autor. Esta é uma coletânea composta pelas suas redondilhas, sonetos, canções e
elegias, odes, oitavas e sextina bem como as éclogas. Simultaneamente com o estudo destes poemas apresentar-se-á também o poema “Os bons vi sempre passar”
do mesmo autor. Os últimos poemas mencionados estão repletos de características autobiográficas do autor. Com o estudo destes poemas pretende-se conhecer
os traços característicos de Camões bem como o texto poético, quanto à sua análise formal e à sua estrutura interna.
A presente aula terá início com uma breve revisão do que foi lecionado na aula anterior bem como com a visualização de um vídeo onde podemos observar
Luís de Camões a declamar o poema estudado, sendo de notar o seu estado de espírito. Para terminar o estudo deste poema e de modo a introduzir o estudo do
poema “Erros meus, má fortuna, amor ardente” os alunos poderão ouvir a música “O amor é assim” dos HMB e Carminho, para vermos afinal o que é o amor e que
97
Anexo 3
sensações poderão causar nas pessoas.
Para terminar a aula, introduziremos o estudo do poema “Erros meus, má fortuna, amor ardente” com a visualização de um pequeno excerto do vídeo
“Cinema Português – Camões 8” para de certeza forma ser mais fácil aos alunos entender o estado de espírito do sujeito poético.
Como trabalho de casa, os alunos terão que ler com atenção o poema mencionado anteriormente e identificar a reflexão autobiográfica feita para que
possamos passar à sua análise quer textual, quer formal, na aula seguinte.
Avaliação
Domínio / Objetivos / Descritores de
Desenvolvimento da aula Recursos (Modalidades e
Conteúdos desempenho
instrumentos)
0. Feedback da aula anterior:
- Leitura do relatório da última aula; Computador.
- Leitura do sumário da aula anterior e abertura da lição.
3. Participar oportuna e
construtivamente em situações de
1. Revisão do que foi lecionado na última aula:
Oralidade interação oral: Observação direta
- Diálogo com os alunos.
1. Retomar, precisar ou resumir
ideias, para facilitar a interação.
1. Interpretar discursos orais com 1.1. Continuação da análise do poema “Amor é fogo que
diferentes graus de complexidade: arde sem se ver”, de Luís de Camões:
Manual pág.206.
1. Identificar o tema e explicitar o - Constatação do tema e assunto que predominam no
assunto. poema.
2. Registar, tratar e reter a
informação: - Visualização do vídeo “Amor é fogo que arde sem se ver by Computador /
3. Reproduzir o material ouvido, Luís Vaz de Camões” – diálogo com os alunos. projetor.
recorrendo à síntese.
98
Anexo 3
1.2. Audição da música “O amor é assim”, dos HMB e
Carminho: Computador, ficha.
- Preenchimento da letra da música;
1. Interpretar discursos orais com
diferentes graus de formalidade e
complexidade: - Relação existente entre a música e o poema estudado;
5. Manifestar ideias e pontos de - Conclusão final “o que é o amor?”.
vista pertinentes relativamente aos
discursos ouvidos.
1. Interpretar discursos orais com
2. Início ao estudo do poema “Erros meus, má fortuna,
diferentes graus de formalidade e
amor ardente”, Luís de Camões:
complexidade:
Oralidade 2.1. Realização da pergunta 1 do manual pág.212: Manual pág.212.
5. Manifestar ideias e pontos de
- Breve explicação do mito das três Moiras;
vista pertinentes relativamente aos
- Diálogo com os alunos.
discursos ouvidos.
2. Registar, tratar e reter a
informação: 2.2. Visualização do vídeo “Cinema Português – Camões 8”:
Computador.
3. Reproduzir o material ouvido, - Diálogo com os alunos.
recorrendo à síntese.
9. Interpretar textos de diferentes
tipologias e graus de 3. Marcação do trabalho de casa:
Leitura complexidade: - Leitura do poema “Erros meus, má fortuna, amor ardente” Manual pág.212.
4. Fazer deduções e inferências, e identificação da reflexão autobiográfica presente.
justificando.
Roteiro da aula
99
Anexo 3
0. Feedback da aula anterior: 10minutos
- Leitura do relatório da última aula;
- Leitura do sumário da aula anterior e abertura da lição.
. Registo no caderno diário do aluno do sumário da aula anterior.
1.1. Continuação da análise do poema “Amor é fogo que arde sem se ver”, de Luís de Camões: 10minutos
- Constatação do tema e assunto que predominam no poema:
TEMA – O AMOR/ AS CONTRADIÇÕES DO AMOR – O amor definido como um sentimento contraditório mas ainda assim procurado pelos corações humanos.
ASSUNTO – O SUJEITO POÉTICO TENTA DAR UMA DEFINIÇÃO DE AMOR, jogando de forma artística com a palavra amor, que abre e fecha o poema, para
chegar à conclusão que é impossível definir o amor.
- Visualização do vídeo “Amor é fogo que arde sem se ver by Luís Vaz de Camões” – diálogo com os alunos.
(Vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=LexbT5SVF3Y )
- Em que contexto podemos ver que Camões inseriu o seu poema?
- Qual o motivo?
- Qual aparenta ser o seu estado de espírito?
1.2. Audição da música “O amor é assim”, dos HMB e Carminho: 10minutos (Anexo I)
(Música disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Au_boK-b2jk)
100
Anexo 3
- Preenchimento da letra da música e correção.
NO POEMA QUE ACABÁMOS DE ESTUDAR É DE NOTAR QUE O SUJEITO POÉTICO TENTA DEFINIR O AMOR, PRESUMINDO-SE QUE ESTEJA APAIXONADO.
2. Início ao estudo do poema “Erros meus, má fortuna, amor ardente”, Luís de Camões:
2.1.Realização da pergunta 1 do manual pág.212: 5minutos (Anexo II)
- Breve explicação do mito das três Moiras;
- Diálogo com os alunos.
Bibliografia
Benedito, Silvério (2000), Dicionário Breve de Mitologia Grega e Romana, Lisboa, Editorial Presença.
Buescu, Helena C. etalii (2015), Programa e metas curriculares de português do Ensino Básico, Lisboa, Ministério da Educação e da Ciência.
Camões, Luís de (2005), Rimas – Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão, Coimbra, Edições Almedina.
101
Anexo 3
ANEXO I:
102
Anexo 3
ANEXO II:
103
Anexo 3
104
Anexo 4
Núcleo de Estágio de Espanhol – Ano Letivo 2015/16
105
Anexo 4
linguística de Espanha e frequência séries a defenir
valorizar a sua riqueza Unidade 5 Falar da família Unidade 5
idiomática e cultural; Família Falar de tarefas Família − Registo de
domésticas vocabulário
Aprofundar o conhecimento da Exprimir ações
− Redação de frases
sua própria realidade habituais simples (10-20
sociocultural através do Pergunta/dizer
palavras)
confronto com aspetos da datas
cultura e da civilização dos Exprimir posse − Legendagem de
povos de expressão espanhola; Exprimir imagens / fotografias
obrigação
Desenvolver a capacidade de Unidade 6 Exprimir gostos Unidade 6 − Exercícios de
iniciativa, o poder de decisão, o Atividades de ocupação Exprimir Atividades de memorização
sentido de responsabilidade e de tempos livres continuidade ocupação de
da autonomia; Convidar / aceitar tempos livres − Atividades de
/ recusar simulação
Progredir na construção da sua Fazer uma − Elaboração de
identidade pessoal e social, chamada
desenvolvendo o espírito crítico, a cartazes informativos
Unidade 7 Pedir num Unidade 7
confiança em si próprio e nos Refeições restaurante Refeições ou outros
outros e atitudes de sociabilidade, Alimentos Expressar Alimentos
de tolerância e de cooperação. Bebidas quantidade / Bebidas
intensidade
Relatar ações
passadas
Exprimir acordo e
desacordo
Unidade 8 Falar de estados Unidade 8
Corpo humano físicos Corpo humano
Cuidados de saúde Sugerir Cuidados de saúde
Sintomas / tratamentos tratamentos Sintomas /
Dar conselhos tratamentos
Unidade 9 Descrever peças Determinantes
Compras de roupa demonstrativos
Lojas e produtos Pedir /dar Numerais cardinais:
Roupa e moda informações 100-1000
numa loja Pronomes pessoais
Perguntar / dizer forma de
o preço complemento
Apreciar
106
Anexo 4
Unidade 10 Descrever uma Numerais ordinais
Casa casa Pretérito indefinido
Contar no
passado
107
Anexo 5
Núcleo de Estágio de Espanhol – Ano Letivo 2015/16
108
Anexo 5
crítico através de uma simulação
permanente auto e Unidade 5 Descrever no passado Indefinidos – Elaboração de
heteroavaliação; Casa Falar de ações habituais Pretérito cartazes informativos ou
Alojamento no passado imperfeito outros
Móveis Fazer uma reserva Contraste
Objetos Fazer uma reclamação pretérito
imperfecto /
pretérito
indefinido
Unidade 6 Fazer perguntas Pretérito
Programas de Contar no passado perfecto
televisão Contraste
Jornal pretérito
perfecto /
pretérito
indefinido
Marcadores
temporais
Interrogativos
Unidade 7 Descrever um objetos Grau superlativo
Comércio Dar conselhos Imperativo
Lojas, produtos Fazer uma reclamação afirmativo e
Materiais, negativo
formas
109
Anexo 5
Unidade 10 Descrever um lugar Condicional
Paisagens Exprimir preferência Uso dos
Lugares da determinantes
cidade Acentuação
110
Anexo 6
Núcleo de Estágio de Espanhol – Ano Letivo 2015/16
Paella Book
Girl
Buenos Días
Adiós
Gracias
Hola
Ciao
Reyes de España
Shakira
Enrique Iglesias
Che Guevara
Penélope Cruz
B A
E D
C
111
Anexo 6
3. Lee y señala verdadeiro (V) o falso (F).
4. ¿Y estas palabras? ¿Qué te parece que dicen en español? Intenta traducirlas para
portugués.
a. Clase__________________
b. Pelo ___________________
c. Mirar___________________
d. Noche__________________
e. Oficina__________________
f. Fecha___________________
g. Hablar___________________
h. Acordarse________________
112
Anexo 7
Núcleo de Estágio de Espanhol – Ano Letivo 2015/16
1. Lee el texto
113
Anexo 7
2. Contesta verdadero (V) o falso (F).
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
114
Anexo 7
a. (Yo) Nunca_________________(levantarse)
inmediatamente:______________(quedarse) siempre un ratito en cama.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
115
Anexo 8
Departamento de Lenguas
Profesor(a):___________________________________ Evaluación:______________________________
Tutor:_______________________________________________________________________________
GRUPO I
1
Anexo 8
GRUPO II
adaptado de Internet
116
Anexo 8
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
117
Anexo 8
A Martina…
Le gusta…
Le encanta…
No soporta…
Le preocupa…
118
Anexo 8
GRUPO III
g) _________________ h) _________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
119
Anexo 8
2.1 Ir a + infinitivo:
120
Anexo 8
GRUPO V
1. Completa el texto con la forma adecuada del futuro simple:
1. ¿Te apetece ir a comer algo? A. Ah, vale, así sabemos qué tal es.
122
Anexo 9
Departamento de Lenguas
Prueba de evaluación 8ºaño
Español
Profesor(a):___________________________________ Evaluación:______________________________
Tutor:_______________________________________________________________________________
GRUPO I
1. Según lo que sabes de España, elige la opción correcta de las siguientes alineas:
123
Anexo 9
GRUPO II
1. Lee el siguiente texto:
adaptado de Internet
124
Anexo 9
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
125
Anexo 9
A Martina…
Le gusta…
Le encanta…
No soporta…
Le preocupa…
126
Anexo 9
GRUPO III
1. Observa las siguientes imágenes y nombra a las actividades, según el ejemplo (Jugar al
golf):
g) _________________ h) _________________
2.1 Ir a + infinitivo:
a) Tengo frío. _______________________ (ponerse) un abrigo.
b) María está cansada. _______________________ (acostarse) un poco.
c) Juanjo y tú estáis retrasados. ¿_______________________ (coger) un taxi?
d) Tenemos hambre. _______________________ (comprar) un sándwich.
127
Anexo 9
GRUPO V
128
Anexo 9
anunciantes. Cada innovación ________________ (suponer) un reto para las empresas de
publicidad y de tecnología, pero también para los usuarios.
Los medios de comunicación ________________ (tener) que adaptar su mensaje a una
población que cada vez más ________________ (informarse) a través de su twitter, facebook o
el próximo fenómeno que los sustituya.
Cada vez más, el usuario es el protagonista, tanto a la hora de pasar la información como a la
de comentarla. Los medios cada vez más se convierten en intermediarios. No todos
________________ (saber) adaptarse a este proceso.
1. ¿Te apetece ir a comer algo? A. Ah, vale, así sabemos qué tal es.
129
Anexo 10
Ficha de trabajo 7ºcurso
SINGULAR/PLURAL
130
Anexo 10
MASCULINO/FEMENINO
3. En las siguientes frases señala con azul las palabras masculinas y con rosa
las palabras femeninas.
a) La profesora de portugués lleva un abrigo precioso.
b) En la playa, las chicas suelen utilizar el bañador o el bikini.
c) Compré un vestido en la tienda del shopping.
d) La familia sólo se reúne al desayuno.
e) El cantante dio un concierto en la televisión.
f) En las clases de música llevamos nuestras flautas.
g) Voy a la panadería comprar el pan para la cena.
h) Mi hermano es periodista en la Tele5.
i) El camarero lleva unos pantalones negros.
j) A los martes y a los miércoles hay clases de español.
131
Anexo 10
4. Ahora que ya has practicado el singular/plural y el masculino/femenino vas
a escribir un pequeño texto donde lo pongas en práctica. Describe la imagen
siguiente, ¡no te olvides de lo que has aprendido!
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
¡Buen Trabajo!
132
Anexo 11
Ficha de trabajo 8ºcurso
ACTIVIDADES DIARIAS
133
Anexo 11
Bañarse
Ducharse
Peinarse
Cepillarse los dientes
Ir a casa
Desayunar
Vestirse
Irse a la cama
Levantarse
Ducharse
Peinarse
Desayunar
Desayunar
134
Anexo 11
Vestirse
Peinarse
Cepillarse los dientes
Bañarse
Ducharse
Peinarse
Cepillarse los dientes
Bañarse
Vestirse
Ducharse
Levantarse
135
Anexo 11
e) Por la tarde, por si acaso, __________ (tener, yo) hambre __________ (comer,
yo) unas galletas integrales.
f) Cuando __________ (llegar, tú) a casa, __________ (hacer, tú) los deberes para
que después __________ (poder, tú) hacer lo que quieras.
g) __________ (cenar, nosotros) a las ocho de la noche y a las nueve y media
__________ (acostarse, nosotros).
¡Buen Trabajo!
136
Anexo 12
La Princesa y el guisante
“Hace mucho tiempo vivía un joven
príncipe en una tierra lejana. Pero no
era un príncipe feliz, pues no lograba
encontrar una verdadera princesa con
quien casarse.
-¡Eres demasiado exigente! -le decía
la reina- Te he presentado a las
princesas más hermosas, más
Ilustração 1 https://sinalefa2.files.wordpress.com/2012/08/la-
inteligentes y más encantadoras del princesa-y-el-guisante1.jpg
137
Anexo 12
-Nadie que tenga un poco de sentido común habrá salido en una noche como ésta -
contestó la reina.
No había terminado de decir esto cuando se oyó un golpe en la puerta, y luego otro más
fuerte. El rey se apresuró hacia la entrada. Quitó todos los cerrojos y abrió. Una ráfaga
de viento llenó el vestíbulo de aguanieve, mientras un relámpago iluminaba la estancia.
—¡Brrr! -dijo el rey temblando de frío-. ¡Dios mío! ¿Quién eres tú? ¡Oh, pobre niña!
Allí, en la puerta, en medio de la tormenta, se encontraba una hermosa joven. Su vestido
estaba empapado y sus zapatos cubiertos de barro. Sus cabellos largos y dorados
chorreaban agua sobre sus hombros.
-Soy una princesa -respondió la desconocida.
-Sí, sí, pequeña, por supuesto que lo eres -sonrió el rey-. Bueno, pero será mejor que
entres; aunque jamás he visto una princesa llegar sin un gran carruaje.
"Ni yo", pensó la reina. "Pronto averiguaré si es "una princesa de verdad o no."
Así que, mientras la joven se calentaba junto al fuego disfrutando de una buena cena, la
reina y sus doncellas se pusieron a trabajar en los dormitorios. Primero quitaron toda la
ropa de la cama de una de las habitaciones para huéspedes. Luego, la reina colocó un
guisante seco debajo del colchón. Vaciaron todos los armarios de palacio hasta que
reunieron otros veinte colchones, y uno sobre otro los colocó encima del guisante.
Había colchones de todos los colores del arco iris, de todas las formas y tamaños, y
cualquiera de ellos era suficientemente grueso como para que una persona normal
pudiera dormir sobre él con absoluta comodidad. Podéis imaginar qué espectáculo más
extraño.
-Ya está -dijo la reina-. Ahora comprobaré si es una princesa de verdad o no.
-Te he preparado una cama -dijo a la encantadora joven- Estoy segura de que pasarás
una buena noche.
La niña subió a los aposentos, se puso un camisón y tuvo que usar una escalera para
trepar a su cama.
Durante la noche cesó la tormenta. A la mañana siguiente, cuando la bella huésped bajó
a desayunar, la reina sonrió para sus adentros.
-¿Cómo ha dormido mi querida princesa?
-le preguntó mientras la joven se sentaba a la mesa.
-Lamento deciros que no he dormido nada bien -respondió la desconocida- Siento
parecer descortés, pero es que aun con todos esos colchones me sentía muy incómoda.
-Es imposible -dijo el rey- ¡Te dimos la mejor cama de todo el palacio!
138
Anexo 12
La joven se sonrojó, temiendo haberse mostrado desagradecida.
-Bueno, pues me sentía como si estuviera acostada sobre un guijarro. Y esta mañana he
amanecido toda amoratada.
La reina apenas podía creer lo que estaba oyendo.
-¡Entonces eres una princesa de verdad! -exclamó-. Sólo una persona de sangre real
puede tener una piel tan delicada y sensible. Sólo una auténtica princesa puede sentir la
molestia de un guisante, colocado debajo de veintiún colchones.
Eso fue también lo que pensó el príncipe. Cuando bajó a desayunar, apenas miró a la
hermosa joven supo inmediatamente que ella era la esposa con la que él había soñado.
No necesitó presentación. No necesitó guisante ni colchones como prueba. Su corazón
le había dicho desde el primer momento que había encontrado a su princesa.”1
2. Después de una lectura más atenta del texto, contesta a las siguientes
cuestiones:
b) ¿Por qué era tan difícil para el príncipe encontrar una princesa?
c) ¿Cuándo fue la primera vez que el príncipe ha visto su princesa? ¿Y por qué se han
encontrado?
1
Retirado de: http://www.cuentosinfantiles.net/cuentos-la-princesa-y-el-guisante.html
139
Anexo 12
d) Explica el plan que la reina utilizó para comprobar si la princesa era una princesa de
verdad.
A B
“-Te estoy muy agradecido,
“Una noche, poco después de madre -respondía el príncipe-
su regreso, hubo una tormenta Es muy difícil encontrar una
terrible. Rugían los truenos, verdadera princesa. Pero,
centelleaban los relámpagos y estoy seguro de que algún día
un viento helado se colaba por la hallaré.
las ventanas y puertas de En lo más profundo de su
palacio. El príncipe se había corazón intuía que en alguna
ido a dormir, mientras el rey y parte, antes o después, la
la reina leían en la planta baja. encontraría. Nunca dejaría de
El viejo rey sintió un buscarla.
escalofrío y acercó su silla al -He conocido muchas jóvenes
fuego.” que se dicen princesas-
explicaba- El mundo entero
las llama princesas. Algunas
son muy hermosas, otras muy
C inteligentes. Muchas son
“Hace mucho tiempo vivía un encantadoras. ¡Pero mi
joven príncipe en una tierra princesa tiene que ser todo
lejana. Pero no era un príncipe esto y mucho más!”
feliz, pues no lograba
encontrar una verdadera
princesa con quien casarse.
-¡Eres demasiado exigente! -le D
decía la reina- Te he “Durante un año navegó por
presentado a las princesas más los mares del mundo en busca
hermosas, más inteligentes y de su novia perfecta. Visitó
más encantadoras del mundo, palacios en Persia y Perú,
pero ninguna ha colmado tu castillos en China y España.
deseo.” Pero no encontró el rostro
apetecido. Cuando volvió a su
país el otoño estaba ya dando
paso a un invierno frío y gris.”
140
Anexo 12
c) Siento parecer descortés, pero es que aun con todos esos colchones ________ (sentir)
muy incómoda.
h) Hace mucho tiempo ______ (vivir) un joven príncipe en una tierra lejana. Pero no era
un príncipe feliz, pues no ________ (lograr) encontrar una verdadera princesa con quien
casarse.
¡Buen Trabajo!
141
Anexo 13
PLANIFICACIÓN DE UNIDAD DIDÁCTICA
¡Ahora Español! 2
Grupo: 8ºaño
Unidad didáctica nº4 “¡Buen Viaje!”
Curso: 2015/2016
Tema: Los medios de transporte y viajes.
La profesora en prácticas: Inês Brás
Tarea final: Escrita de un pequeño diario de viaje
La unidad que vamos a trabajar es la unidad didáctica nº4 que tiene por título ¡Buen Viaje!, esta tiene como temas principales los medios de transporte y
los viajes. Los alumnos con quién voy a trabajar son de 8ºaño con edades comprendidas entre los 14 y 15 años siendo de nivel A2, según el MCERL. Pretendo
trabajar en este conjunto de clases varios contenidos tanto lexicales cómo gramaticales para que los alumnos al final de la unidad tengan la capacidad de pedir y
dar informaciones en las estaciones de tren o en los aeropuertos a la hora de viajar.
Esta unidad didáctica se podrá dividir en cuatro clases, dos de 90 minutos y dos de 45 minutos, siendo que la última clase será un repaso de todos los
contenidos enseñados hasta ese momento para poder evaluar si los alumnos han retenido todas las informaciones importantes para su vida cómo aprendientes de
español. Intentaré, de igual modo, practicar todas las destrezas en las actividades, siendo que la comprensión oral/audiovisual será la más trabajada pues
pretendo que nuestras clases no caigan en el aburrimiento. El método que se suele utilizar para nuestras clases es el por tareas puesto que es el método que más
cautiva nuestros alumnos al aprendizaje de la lengua española.
Se pretende que al final de estas tres clases los alumnos tengan adquirido contenidos que los ayude a la hora de viajar en tren o en avión pidiendo
informaciones o dando en la estación de tren y también en el aeropuerto. También se proyecta que los alumnos sepan hacer un diario de una viaje que tengan
hecho o simplemente inventado por ellos.
142
Anexo 13
1ªCLASE – 45 MINUTOS
143
Anexo 13
Descripción de la clase: Destrezas que se atienden en clase
- Escrita del sumario en la pizarra y registro en el cuaderno diario por parte de los alumnos. 5minutos
Motivación: 10minutos
- Diálogo sobre los medios de transporte: Expresión oral.
. ¿Qué son los medios de transporte? Los medios de transporte son los diferentes sistemas o maneras de
una persona se desplazar o desplazar determinado contenido de un lugar a otro.
. ¿Cuáles los medios de transporte que conocen? Coche, bici, autobús, ferrocarril, etc.
. Se pueden clasificar en tres categorías (Anexo I):
. Medios terrestres – coche, autobús, ferrocarril, etc.;
. Medios aéreos – avión;
. Medios acuáticos – fluviales o marítimos.
. ¿Cuál el medio de transporte que utilizan para desplazarse al colegio?
. Sopa de letras y su corrección (Anexo II). Comprensión escrita.
Visionado de un video “Radio Televisión Española comparar coche y transporte público RTVE es”.
10minutos Comprensión audiovisual.
- Interpretación del título del video antes de la visualización;
- Visionado del video (Anexo V);
- Diálogo sobre lo que han visto.
Deberes:
- Realización del ejercicio 3 de la página 26 del Cuaderno de actividades (Anexo VI).
144
Anexo 13
2ªCLASE – 90MINUTOS
Grupo: 8ºE
Unidad didáctica nº4 “¡Buen Viaje!”
Hora: 11h45 – 13h15 Aula: 17
Sumario:- Visionado del video “En la estación de tren”.
- Pedir/dar información;
Clase(s) nº29 y 30 - Pedir un billete de tren.
Tiempo: 90minutos - Pretérito Indefinido:
- Lectura de un texto – “Historia del transporte”;
- Ejercicios.
145
Anexo 13
estación de tren. la estación de video “En la la actividad;
tren: lugares de estación de Interés.
una estación de tren” y diálogo
tren, el interior de con los
un tren. alumnos sobre
su
interpretación
del video.
Ordenador /
Conocer léxico Vocabulario
Pedir/dar Visualización Proyector y
relacionado con las relacionado con Comportamiento;
información de expresiones Libro
formas de pedir/dar pedir/dar Comprensión Participación;
en la para solicitar “Descubre
información;Expresarse información a la escrita. Autonomia;
estación de información y las
oralmente en situaciones hora de solicitar Interés.
tren. su registro. palabras”,
simples. información.
pág.9
Ordenador
Conocer léxico sobre Conocimiento y proyector; Comportamiento;
Vocabulario
cómo pedir un billete de Pedir un de expresiones Libro Participación;
relacionado con Comprensión
tren. Expresarse billete de de formas para “Descubre Interés;
pedir un billete de escrita.
oralmente en situaciones tren. comprar las Autonomia.
tren.
simples. billetes en tren. palabras”,
pág.9
Pedir un Vocabulario
Comportamiento;
Comprender las billete de relacionado con Ordenar un Ficha dada
Comprensión Participación;
informaciones dadas en tren y pedir/dar diálogo de una por la
escrita. Evaluación
una estación de tren. pedir/dar información a la situación de profesora.
Sumativa.
información hora de solicitar pedir un billete
146
Anexo 13
en la información y de tren.
estación de pedir un billete de
tren. tren.
Vocabulario
relacionado con
el aeropuerto:
mostrador de Audición del Comportamiento;
Ordenador
Repasar léxico facturación, texto “En el Comprensión Interés;
y ficha dada
relacionado con el pasaporte, piloto, aeropuerto”, auditiva y Autonomía;
por la
aeropuerto. azafata, torre de diálogo con los escrita. Evaluación
profesora.
control, pista de alumnos. sumativa.
despegue,
controladores
aéreos.
Lectura
silenciosa y
Pretérito Vocabulario
expresiva del Comportamiento;
indefinido – relacionado con Texto dado
Aprender el pretérito texto “Historia Comprensión Lectura;
verbos la evolución de por la
indefinido. del transporte” escrita. Evaluación
regulares e los medios de profesora.
y rellenar sumativa.
irregulares. transporte.
huecos.
Pretérito Pretérito
Verbos en Ordenador / Comportamiento;
indefinido – indefinido:
Aprender el pretérito pretérito Proyector, Interés;
verbos explicaciones
indefinido. indefinido – sus manual pág. Evaluación
regulares e de sus usos y
usos y formas. 62 sumativa.
irregulares. formas; ficha
147
Anexo 13
de trabajo.
1.Visualizar el video “En la estación de tren” (Anexo III): 10minutos Comprensión audiovisual y escrita;
. Diálogo sobre el video;
. Ficha formativa de interpretación del video (Anexo IV).
REMETER PARA LAS PÁGINAS 8 Y 9 DEL DESCUBRE LAS PALABRAS (Anexo VII).
148
Anexo 13
- Ordenar un diálogo de una situación en el tren (Anexo VIII).
149
Anexo 13
3ªCLASE – 45MINUTOS
Grupo: 8ºE
Unidad didáctica nº4 “¡Buen Viaje!”
Hora: 13h30 – 14h15 Aula: 11
Sumario: - Repaso de la clase anterior:
Clase(s) nº31
. Ejercicios de consolidación;
Tiempo: 45minutos
. Audición de la canción “?Qué hiciste?”, de Jennifer López.
-Audición de la
-Repasar el
Pretérito canción “?Qué
pretérito - Pretérito
Indefinido: Hiciste?, de Ficha dada Comportamiento;
indefinido: Indefinido: verbos Comprensión
verbos Jennifer López; por la Interés; Participación
verbos regulares e auditiva.
regulares e -Rellenar profesora. en la actividad.
regulares e irregulares.
irregulares. huecos;
irregulares.
-Corrección.
-Repasar - Vocabulario -Realización de Manual Comprensión Comportamiento;
vocabulario relacionado con las los ejercicios del pp.64 auditiva. Autonomía; Interés;
150
Anexo 13
relacionado medidas de manual Participación en la
con el seguridad en un presentes en la actividad.
aeropuerto. aeropuerto. pág.64.
- Realización de los ejercicios del manual presentes en la pág.64. 13minutos Comprensión auditiva.
- Escucha de la noticia “Nuevas medidas de seguridad” y elegir opción correcta;
- Corrección;
- Escucha del anuncio “Alquiler de motos” y decir si las afirmaciones son verdaderas o falsas;
- Corrección.
151
Anexo 13
4ªCLASE – 90MINUTOS
Grupo: 8ºE
Unidad didáctica nº4 “¡Buen Viaje!”
Hora: 11h45 – 13h15 Aula: 17
Sumario: - Repaso del pretérito indefinido.
Clase(s) nº32 y 33 - Oraciones adverbiales.
Tiempo: 90minutos - Contenidos culturales (curiosidades).
- Ejercicios de consolidación de la unidad.
153
Anexo 13
154
Anexo 13
. Ejercicios.
. Consecutivas:
.Usos y formas;
. Ejercicios.
. Temporales:
. Usos y formas;
. Ejercicios.
. Ficha de trabajo sobre las oraciones como forma de consolidación (Anexo II).
- Realización del “?Ya lo sabes?!” del manual como forma de consolidación de toda la unidad; Comprensión escrita;
20minutos
- Corrección y esclarecimiento de algunas dudas existentes.
155
Anexo 14
156
Anexo 14
157