Projecto Actual H. Dussel

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE LETRAS E HUMANIDADE

CURSO DE ENSINO DE FILOSOFIA COM HABILITAÇÕES EM ÉTICA

Langue Fernando Tiroso

Ética de Libertação: Superação do Irracionalismo Moderno


e Exclusão social em Enrique. H. Dussel

Quelimane

2022

Langue Fernando Tiroso


2

Ética de Libertação: Superação do Irracionalismo Moderno


e Exclusão social em Enrique. H. Dussel

Projecto de Pesquisa a ser apresentado na


Faculdade de Letras e Humanidades, como
requisito para a elaboração da monografia
científica, orientado pelo Dr. Belito Vasco
Francisco

Quelimane

2022

Índice
1. Introdução...................................................................................................................................4
1.1. Delimitação do tema...............................................................................................................4
1.2. Objectivos...............................................................................................................................4
3

2. Gerais.........................................................................................................................................5
2.1. Específicos..............................................................................................................................5
2.2. Justificativa.............................................................................................................................5
3. Problematização.........................................................................................................................6
3.1. Hipótese..................................................................................................................................6
3.2. Hipótese básica.......................................................................................................................6
3.3. Hipóteses secundárias.............................................................................................................6
3.4. CAPÍTULO I: PERCURSO METODOLÓGICO...................................................................7
3.5. Metodologias..........................................................................................................................7
4. Tipo de Pesquisa.........................................................................................................................7
4.1. Método de abordagem............................................................................................................7
4.2. Método de procedimento........................................................................................................8
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................................8
6. CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................................................9
7. Superação Ética da Ontologia: Metafísica da Alteridade: Analética.........................................10
7.1. Definição dos termos............................................................................................................11
8. Cronograma..............................................................................................................................11
Orçamento........................................................................................................................................12
9. ESTRUTURA DA FUTURA MONOGRAFIA.......................................................................12
9.1. CAPITULO I: Vida, obra, e influências do pensamento de Dussel......................................12
9.2. CAPÍTULO II: FILOSOFIA DUSSELIANA DA LIBERTAÇÃO: ABORDAGEM DE
CONCEITOS FUNDAMENTAIS...................................................................................................12
9.3. CAPÍTULO III: IMPLICAÇÕES DE UMA ÉTICA DE LIBERTAÇÃO............................13
10. Referências bibliográficas....................................................................................................14
4

1. Introdução
O tema da presente pesquisa é Ética de libertação: Superação do Irracionalismo Moderno e
exclusão social em Enrique. H. Dussel. Por meio da filosofia da libertação de Dussel
pretende-se analisa-se o processo opressivo da dominação, em que uns se tornam senhores de
outros no plano mundial, questionando o discurso da modernidade.

Tanto a sua filosofia, quanto a sua ética da libertação possuem clara opção política pelas
vítimas do sistema-mundo, compreendendo como o processo de ampliação de influência
cultural de um sistema inter-regional (alta cultura ou sistema civilizatório) a outras culturas. A
civilização moderna se apresenta como a mais desenvolvida e mais superior, cuja
superioridade se dimensiona como uma exigência moral, que obriga os superiores a
desenvolverem os mais primitivos.

A modernidade é vista como processo de emancipação da razão humana, por meio do


processo civilizatório da cultura europeia, caracterizando-se como um fenómeno eurocêntrico,
cujo discurso é o de que “a Europa teve características excepcionais internas que permitiram
que ela superasse, essencialmente por sua racionalidade, todas as outras culturas” (Dussel,
2000, p. 51).

1.1. Delimitação do tema


Vilelas (2017), admite que ‘’delimitação temática é etapa importante em todo o processo de
obtenção de conhecimentos, porque ela nos permite reduzir no nosso problema inicial a
dimensões práticas das quais é possível efectuar os estudos correspondentes, ou seja, delimitar
um tema significa definir em termos concretos o nosso campo de interesse, especificar o que
se pretende alcançar e determinar os seus limites.’’

Ao falarmos do tema em questão pretendemos mostrar a abordagem de Dussel perante ao


irracionalismo moderno e a exclusão social relativamente a vítima que parece para ele uma
visão negativa do ocidente. Em uma fase de desenvolvimento iremos nos focar em um
pertinente pensamento do nosso autor sobre uma possível superação.

1.2. Objectivos
É necessário traçar-se objectivos em qualquer tipo de pesquisa para a resolução ou
esclarecimento de um determinado problema que se deseja estudar. Daí que, formularam-se
os seguintes.
5

2. Gerais
Analisar de forma geral o fundamento da ética da libertação dusseliana.

2.1. Específicos
 Descrever a vida, obra, e influências do pensamento de Dussel;
 Identificar conceitos fundamentais da filosofia da libertação;
 Discutir as formas de superação do irracionalismo moderno e exclusão social pela
ética da libertação.

2.2. Justificativa
Gil (2008 p. 18), entende que ‘’justificativa se trata de uma apresentação inicial do projecto
que pode incluir factores que determinam a escolha do tema, argumentos relativos à
importância da pesquisa e a referência da sua possível contribuição para o conhecimento de
uma questão teórica ou prática.’’

A escolha do tema foi motivada pelo facto de estar a fazer o curso de filosofia e o conteúdo do
mesmo enquadra-se na ciências humana, uma vez que a filosofia ela toma conta de varias
áreas do saber científico é de responsabilidade de cada filósofo preocupar-se os resultados da
chamada era da globalização que a modernidade forjou.

Encontramo-nos diante de um fato massivo da crise de um “sistema-mundo” que começou a


se formar a muitos anos atrás, e está se globalizando até chegar ao último rincão da terra,
excluindo paradoxalmente, a maioria da humanidade. É um problema da vida ou morte. Esta a
falar da vida humana que não é um conceito, uma ideia, nem um horizonte abstracto, mas o
modo de realidade de cada ser humano concreto, condição absoluta da ética e exigência de
toda libertação. Portanto a ética da libertação pretende pensar filosófico-racionalmente esta
situação real e concreta, ética, da maioria da humanidade presente, próxima de um conflito
trágico de proporções nunca vista na história da espécie humana.

De acordo com Dussel (2000 p.15) a ética da libertação não pretende ser uma filosofia critica
para maioria, nem para época excepcionais de conflito ou revolução. Trata-se de uma ética
quotidiana, desde e em favor das imensas maiorias da humanidade excluídas da globalização,
na presente “normalidade” histórica vigente.
6

3. Problematização
Para Marconi e Lakatos (2007 p. 23), ‘’problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no
conhecimento de alguma coisa de real importância para a qual se deve encontrar uma
solução.’’
Para se formular um problema tem de haver clareza, concisão e objectividade de onde deve
ser levantado, o problema, de formas interrogativas e delimitas, pois a gravidade de uma
dificuldade depende da importância dos objectivos e da eficácia das alternativas.

O mito da modernidade consiste no discurso de como uma cultura se autodefine como


superior, e a outra, como inferior, rude e bárbara, sendo o sujeito dessa outra cultura o
culpado de sua imaturidade. O sofrimento das vítimas da violência no processo civilizador é
interpretado como ato inevitável, e o bárbaro, ao se opor ao processo civilizador, é
considerado culpado, sendo justificada a acção modernizadora e emancipadora, o que coloca
em causa a ética de libertação dusseliana. É a partir desta análise que colocamos a seguinte
questão: Que pressupostos a ética de libertação dusseliana avança para a superação do
irracionalismo moderno e da exclusão social?

3.1. Hipótese

3.2. Hipótese básica


 O irracionalismo moderno e a exclusão social é marcado.

3.3. Hipóteses secundárias

 Para a superação do irracionalismo moderno e a exclusão na era da globalização é


necessário mudar as lentes do mundo ocidental;
 A filosofia da libertação dusseliana se apresenta com dois propósitos que se fundem
em um único: libertar filosófico-politicamente. Ou seja, quer libertar a filosofia da
hegemonia eurocêntrica que se perpétua em nosso meio, mesmo com a
incompatibilidade de não verificarmos sua validação na sociedade, por termos valores,
crenças, cultura "distintos” aquelas em foram elaboradas, fazendo assim que filosofia
seja sinonimo de viagem, abstração fuga da realidade.
 O ocidente deve deixar a sua visão hegemónica.
7

3.4. CAPÍTULO I: PERCURSO METODOLÓGICO

3.5. Metodologias
Para Gonçalves (2003), methodos significa organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa,
investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem
percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer
uma pesquisa científica.
Segundo Lakatos & Marconi (2003, p.44), ‘‘método é o caminho pelo qual se chega a
determinado resultado, ainda que este caminho não tenha sido fixado de antemão de modo
reflectido e deliberado’’.

4. Tipo de Pesquisa
Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das
relações, dos processos e dos fenómenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de
variáveis.
A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que não podem ser
quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais.
Todo o trabalho de cariz filosófico é um trabalho qualitativo, é por isso que o nosso trabalho
baseia-se em estudar as relações dos conhecimentos dedicados por Dussel e aos demais
filósofos que descrevem sobre o desenvolvimento da ética da libertação.

4.1. Método de abordagem


O método dialéctico é um método de abordagem que tem como características centra o uso da
discussão, da argumentação e da provocação. Usa-se esse método nas pesquisas sociais, com
o objectivo de interpretar, de forma qualitativa, alguns fenómenos sociais, através de seus
princípios, leis e categorias de análise. Para a execução do método dialéctico o primeiro passo
deve ser definir uma tese considerada uma provável verdade.
Fundamenta-se na dialéctica proposta por Hegel, na qual as contradições se transcendem
dando origem a novas contradições que passam a requerer solução. É um método de
interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Considera que os fatos não podem ser
considerados fora de um contexto social, político, económico. Empregado em pesquisa
qualitativa (Gil, 1999).
8

4.2. Método de procedimento


A pesquisa bibliográfica será o método usado para a efectivação do seguinte projecto que é
feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios
escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer
trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se
baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas
com o objectivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a
respeito do qual se procura a resposta (Fonseca, 2002, p. 32 apud Gerhardt & Silveira, 2009).

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo (Duarte, 2019, p. 56-57) não há pesquisa sem uma teoria que a norteie. Assim, é
natural que, desde a escolha do tema, já se pense qual teórico nos dará base para analisar o
que problematizamos. A definição da teoria, muitas vezes, nos dá a segurança necessária para
ter uma boa análise, etapa crucial do encerramento da pesquisa.
Em nossa pesquisa, temos como base teórica o filósofo Latino-Americano Henrique Dussel e
a sua magna obra Ética da Libertação: Na idade da Globalização e da Exclusão, tal título que
para Dessul é uma ferramenta metodológica: engloba a questão do que é e não é ética da
libertação, orientando também o debate numa outra direcção, ao concentrar-se nas condições
de possibilidade da ética como parte de um corpo mais amplo de conhecimento.

Como vimos a Filosofia da Libertação dusseliana se apresenta com dois propósitos que se
fundem em um único: Libertar filosófico-politicamente. Ou seja, quer libertar a filosofia da
hegemonia eurocêntrica que se perpetua em nosso meio, mesmo com a incompatibilidade de
não verificarmos sua validação na sociedade, por termos valores, crenças, culturas “distintos”
àquelas em que foram elaboradas, fazendo assim que filosofia seja sinônimo de viagem,
abstração, fuga da realidade.

E quer libertar-nos politicamente, mostrando-nos alguns mecanismos de dominação e


exploração que normalmente nos passam desapercebidos no cotidiano e são tão eficazes em
seus propósitos, em todas as dimensões de nossa vida.
9

Dussel (1977, p. 50) assume que, a libertação filosófica e a libertação política se completam e
são inseparáveis, contemplam todas as dimensões de nossa vida pessoal e social, sendo assim,
possibilitam-nos instrumentos teórico-práxicos para libertação integral, não só como pessoas,
mas como sociedade, impelindo-nos a uma nova ordem.

Em torno do “mito da modernidade”, Enrique Dussel indica algumas figuras que foram
criadas do egocentrismo europeu, como: a invenção do ser asiático no Novo Mundo, seu
descobrimento, conquista e colonização: O “ser asiático” e nada mais que uma invenção que
só existiu no imaginário, na fantasia estética e contemplativa dos grandes navegantes do
Mediterrâneo. É o modo como “desapareceu” o Outro, o “índio”, não foi descoberto como
Outro, mas como o “si-mesmo” já conhecido (o asiático) e só reconhecido (negado então
como outro): “encoberto”.

São figuras que hoje são duramente criticadas, pois os asiáticos, índios das Índias, nunca
existiram. Os europeus descobriram terras que já eram habitadas por seus nativos. A conquista
foi um etnocídio culposo, e a colonização irracionalidade da razão moderna nascente: O “eu
colonizo” o Outro, a mulher, o homem vencido, numa erótica alienante, numa económica
capitalista mercantil, continua a caminhada do “eu conquisto” para o “ego cogito” moderno.

A “civilização”, a “modernidade” inicia seu curso ambíguo: racionalidade contra as


explicações míticas “primitivas’, mas afinal mito que encobre a violência sacrificadora
do outro. A expressão de Descartes do ego cogito em 1636 será o resultado ontológico
do processo que estamos descrevendo: o ego como origem absoluta de um discurso
solipsista (Dussel, 1977, 56).

O mito da modernidade é falsamente emancipatório. Se parte de uma Europa “desenvolvida”,


esta teria muito a ensinar às outras culturas involuídas, as quais precisam emancipar-se,
modernizar-se, iluminar-se. O processo civilizatório europeu retiraria das culturas involuídas
sua imaturidade culpável. A pedagogia da colonização se torna justificável, pois os povos são
culpados por sua ignorância “invencível”, pelo que a força se faz necessária.

6. CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


Para (Gerhardt & Silveira, 2009) na revisão bibliográfica é onde se expõe resumidamente as
principais ideias já discutidas por outros autores que trataram do problema, levantando críticas
e dúvidas, quando for o caso. Explicar no que o trabalho vai se diferenciar dos trabalhos já
produzidos sobre o problema a ser trabalhado e/ou no que vai contribuir para seu
conhecimento.
10

Para Alves, o europeu vê no outro o “si mesmo”, sua vontade é de “poder” fazer do outro um
igual a “si mesmo”. Dussel utiliza esta expressão para indicar o encobrimento do outro pelo
estabelecido mundo europeu. Consequentemente, nega o outro em sua alteridade única e
indivisível, com defende:

Dussel identifica os marginais em sua materialidade ocupando tempo e


espaço. Identifica o homem que deve ser libertado, identifica o homem para o
qual a ética da libertação está a serviço. Desde os índios nativos até os
escravos assalariados, todos negados em seu ser. ( Alves, 2005, 43).

Com sua ética da libertação, Enrique Dussel desvela o outro lado da modernidade, a “outra
face da mesma moeda”, a irracionalidade da racionalidade moderna. O projecto de superação
da modernidade, que é diferente de antimodernismo, é trans-moderno. No horizonte da
mundialidade, o ser humano surge com o rosto da África, da Ásia e da América Latina. Esta
trans-modernidade proposta por Dussel não é excludente, mas “global” (mundializante): o
outro africano, asiático e latino-americano participa da história de seu processo não como
colono, objecto coisificado, mas como sujeito, como pessoa, sendo o que é.

7. Superação Ética da Ontologia: Metafísica da Alteridade: Analética


A filosofia ocidental sempre foi ontológica. Desde a Grécia até os dias de hoje. Aristóteles,
Descartes, Hegel e Heidegger trataram e confirmaram como hegemonia a questão do ser, da
essência das coisas, da ontologia, como preocupação hegemônica. Segundo Dussel, nem Marx
que criticou a estes escapou. O que chegou mais perto foi Lévinas, mas não rompeu esta
totalidade, ainda sua preocupação, apesar de criticar toda a tradição anterior, é com o ser,
criticando a ontologia e propondo a ética em seu lugar. (Dussel, 2001, p. 65).

E a partir da leitura de Emmanuel Lévinas, Dussel afirma que a necessidade da transcendência


(Metafísica) é inerente e essencial ao ser-humano que sai de si, por sua alteridade, ou seja, a
afirmação de ser outro, diferente de tudo e todos, com sua personalidade própria e não pode,
como pretende esta totalidade, ser transformado num objeto, pois é outro ser. Eis o único
sentido válido para a afirmação de que somos todos iguais, pois todos somos seres. Contudo,
somos todos distintos e qualquer tentativa de igualação, classificação, conceitualização...
passa a ser violência, dominação e virtualização do Outro. Todavia, se não é a questão do Ser,
ontológica, o que preocupa a América Latina, qual é? E o que preocupa o Brasil? Enquanto
diferentes que sofrem o contexto de dominação, exploração e opressão até hoje?
11

A alteridade, ou o fato de reconhecer-se como diferente, distinto, tem seu ápice na relação
rosto-a-rosto. O rosto, para Lévinas expressa toda nossa subjetividade e alteridade, pois é
único desde sua configuração física. Toda subjetividade do rosto, desde rugas configuradas a
partir do sofrimento, até a pele esticada por causa de plásticas. E o que parece nos expor à
alteridade é o olhar. Quando olhamos para alguém, sentimo-nos interpelados por este e
somos, por natureza, responsáveis por ele; desde sempre, mas especialmente a partir do olhar
ao Outro. Imagine-se olhando frente a frente, demoradamente para uma pessoa que ama.

7.1. Definição dos termos


A ética da libertação é uma ética da responsabilidade radical, já que se defronta com a
consequência inevitável de toda ordem injusta: as vítimas. Mas não é urna responsabilidade
apenas sistémica (Weber) ou ontológica (Jonas), é também pré-ontológica e trans-ontológica
(Lévinas), porque o é a partir do Outro, a partir das vítimas. (Matos, 2008).

Para Tempels a filosofia é um sistema colectivo comummente aceite, e a filosofia é um


domínio silencioso que tem funcionado durante séculos numa espécie de “dinamismo
estático”, enquanto que para Kagame, essa filosofia tem os seus fundadores que permitiram
que ela fosse uma formulação baseada na experiência cultural e nas suas transformações
históricas (Mudimbe, 1988).

Para Dussel (2000, p. 566) libertar não é só quebrar as cadeias (o momento negativo descrito),
mas "desenvolver" (libertar no sentido de dar possibilidade positiva) a vida humana ao exigir
que as instituições, o sistema, abram novos horizontes que transcendam a mera reprodução
como repetição de "o Mesmo" e, simultaneamente, expressão e exclusão de vítimas.

A categoria da vítima pode ser utilizada nos mais diversos continentes e situações, pois a
vítima é aquela que de uma forma ou de outra está excluída no sistema-mundo. A vítima é
sempre uma pessoa, podendo estar localizada nos subúrbios.

8. Cronograma
Segundo SEVERINO ‘’o cronograma é utilizado para a elaboração do desenvolvimento da
pesquisa, onde devem ser distribuídas no tempo, as tarefas nos períodos do calendário’’.
12

Meses de Execução
No Actividade Janeir Fevereiro Março Abril
Planificada o 2022 2022 2022
2022
01 Escolha do
tema do
projecto
02 Percurso
Metodológico
03 Fundamentação
Teórica
04 Revisão
Bibliográfica
05 Submissão

Orçamento
Bens e Serviços Quantidade Preço unitário Total
Esferográficas 4 10 40,00
Bloco de notas 2 75 150,00
Lápis 3 5 50,00
Internet Correspondente 1500 1500,00
Impressão Correspondente 300 300,00
Cópia Correspondente 200 200,00
Total ________________ _______________ 2400,00

9. ESTRUTURA DA FUTURA MONOGRAFIA

9.1. CAPITULO I: Vida, obra, e influências do pensamento de Dussel

9.2. CAPÍTULO II: FILOSOFIA DUSSELIANA DA LIBERTAÇÃO:


ABORDAGEM DE CONCEITOS FUNDAMENTAIS

 Contextualização da filosofia da libertação;


 Categoria “Alteridade”;
13

 Categoria “Outro”: Crítica do Encobrimento;


 Categoria “Pobre”;
 Tarefa da Filosofia da Libertação;
 Mito da Modernidade;
 Ontologia Vigente: Totalidade: dialética dominadora;
 Superação ética da ontologia: metafísica da alteridade: analética.

9.3. CAPÍTULO III: IMPLICAÇÕES DE UMA ÉTICA DE LIBERTAÇÃO


 O critério ético de factibilidade e o "princípio-libertação";
 O critério crítico-factível de toda "transformação";
 O princípio libertação;
 Aplicação do Princípio da Libertação e a Realização do " Novum": o novo " Bem"
14

10. Referências bibliográficas


Obras Primárias
Dussel. Enrique. (2000). Ética da Libertação: Na idade da Globalização e da Exclusão. 6a ed,
Petrópolis: Editora Vozes.
____________. (1977). Filosofia da Libertação: Na América Latina. UNMEP, São Paulo:
Edições Loyola.
____________. (2005). Filosofia da libertação: Crítica à Ideologia da Exclusão. 12. ed. Rio
de Janeiro: Forense Universitária.

___________. (1999).Teologia da Libertação - Um panorama do seu desenvolvimento. Rio


de Janeiro: Nova Fronteira.

Obras Secundárias
MUDIMBE, Valentin Yves. (1988). A invenção de África: Gnose, filosofia e a ordem do
conhecimento. Luanda: Edições Pedago.
GIL, António Carlos. Como Elaborar Projectos de Pesquisa. 4a Edição, são Paulo: Atlas,
2008.

MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia


Cientifica. 6a Edição- 5a reimpressão. São Paulo: Atlas, 2007.

GONSALVES, E. P. (2003). Iniciação à pesquisa científica. 3a ed. Campinas: Alínea.


DUARTE, Francisco Ricardo. (2019). Metodologia científica: teoria e aplicação. Petrolina:
PE.
Caselas, J. M. S. (2009). A utopia possível de Enrique Dussel: a arquitectónica da Ética da
Libertação. Cadernos de Ética e Filosofia Política. São Leopoldo, RS: Nova Harmonia.

Matos, H. A. (2008). Uma introdução à Filosofia da Libertação latino-americana de Enrique


Dussel. São Paulo: Papirus

Alves, O. (2005). Liberdade e Libertação na Ética de Dussel. Rio do Grande Sul: PUS.

Delumeau, A. (1984). A Civilização do Renascimento. Lisboa: Editora Estampa.


Lima, B. (2016). A responsabilidade Social do Filósofo. São Paulo: Companhia de Letras.
Cooper, D. (1968). Dialéctica da Libertação. Rio do Janeiro: Ed. Zahar.
15

Você também pode gostar